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Editora Wei – Meriná Eremu (Bernaldina Pedro, 2019), Adaa Pantonü –A história do Timbó
(2019), Makunaimü Pantonü – A hsitória de Makunaima (Clemente Flores, 2019), Wayaura Paasi
– palavra de pássaro também canta (Casilda Bernaldo, no prelo)
O PROJETO PANTON PIA’ –
EREMU/EREMUKON
PARIXARA: “é o ritmo mais conhecido em Roraima
relacionado aos indígenas. Relaciona-se à festa na chegada
de uma caçada, a encontros entre comunidades amigas.
Hoje em dia se fala em grupo de parixaras. Eles se
apresentam em dias comemorativos, não mais com a função
social que apresentava no passado. Em Roraima, na maioria
das atividades oficiais indígenas, há apresentação de grupos
de parixaras: o que envolve canto, adornos para os corpos,
chocalhos variados, às vezes tambor, dança, figurino
específico, especialmente roupas feitas com fibras de inajá
e/ou buriti”. (FIOROTTI, 2019)
PANTON PIA’ - TUKUI
Significa beija-flor, são cantos relacionados
principalmente aos pajés, às intervenções na
natureza. A temática é variada, muitas vezes
dançada junto ao parixara, pode falar de animais,
plantas, mas principalmente apresenta um caráter
mais íntimo em relação ao seu domínio e execução:
nem todos o dominam. Foi o ritmo mais atacado
pelas religiões fundamentalistas, pois está na
maioria das vezes relacionado aos pajés, que são
endemoniados por essas religiões. (FIOROTTI, 2019)
“A dança mais popular é a parixerá (praiserá, parizerá, pariselá,
parizela) dos Makuxí e Tauripáng, parixára dos Wapixána. É uma
espécie de dança de máscaras. Os dançarinos chegam do cerrado
numa longa fila, um atrás do outro, o tronco virado para o lado.
Usam singulares chapéus de folha da palmeira inajá, que cobrem
parte do rosto e, sobre a testa, são semelhantes a um leque. [...]
seguem noite adentro até o outro dia, durando, não raro dois dias
e duas noites. Pintadas de vermelho e negro, ricamente
adornadas, moças e mulheres se uniram aos dançarinos. A mão
direita sobre o ombro esquerdo do seu parceiro, ou ambas as
mãos sobre os ombros do homem à direita e do homem à
esquerda [...] Agora os dançarinos formam uma grande roda
aberta e se movimentam balançado alternadamente para a direita
e para a esquerda, ora para frente, ora para trás” (KOCH-
GRÜNBERG, 2023, p. 156)
“Em meio à roda da parixerá, homens e mulheres dançam a
tukúi (tukuíd, tukúzi). Em duplas ou trios, em parte de braços
dados, caminham rapidamente um atrás do outro, dobrando os
joelhos e batendo com o pé direito no chão, ao longo da parte
interna do círculo de dançarinos da parixerá. Os homens
vestem somente a tanga, com os motivos artísticos pintados
com jenipapo, ou simplesmente besuntados com argila branca
em grandes tufos e riscos largos, os cabelos também, o que dá
a alguns a aparência extremamente selvagem”. (KOCH-
GRÜNBERG, 2023, p. 157)
“Assim como a tukúi é a dança de todos os peixes e também
de todas as aves, cujas vozes, pelo visto, os pequenos
apitos dos dançarinos devem imitar, também a parixerá é a
dança de todos os animais de caça entre os quadrúpedes,
especialmente dos porcos-do-mato. A longa fileira de
dançarinos, que chegam sob a música abafada dos
trompetes de madeira, representa o bando de porcos-do-
mato que se afasta sob grunhidos abafados”. [...] A pariserá
dirige a festa toda e dura até de manhãzinha.
Independentemente dela e com os adornos das festas
comum, ocorrem as outras danças, a túkui e, a seguir, a
oarebã (oalebá, oarebán), que é dançada até o pôr do sol. A
ela segue-se
a mauari (mauali) que começa no fim da tarde e dura
ininterruptamente até a manhã do dia seguinte. De dia
ocorrem as seguintes danças: oaré (oalé), marã’pá
(malã’pá), muru’á (mulu’a) e, no começo da noite, maurá
(maulá)”. (KOCH-GRÜNBERG, 2023, Pp. 157 -158)
ALGUMAS CARACTERÍSTICAS
PARIXARA E TUKUI - TEMÁTICAS: PALHA, TAUÁ,
JENIPAPO, KEWEI
REPETIÇÃO
NOMES DE AVES, PEIXES E OUTROS ANIMAIS
TAWA – BARRO BRANCO, CAULIM – TUKUI 34
TAWA – BARRO BRANCO, CAULIM – TUKUI 38
Palha de inajá– Parixara 5
Palha de inajá– Parixara 6
FALTA CULTURA?
Para evocarmos um caso específico de comparatismo
intranacional, vamos lembrar o que nos disse Roberto Mibielli,
sobre os modos de abordagem da Amazônia em geral e de
Roraima em particular. Segundo ele, a região amazônica possui
uma multiplicidade de componentes culturais, que, no entanto,
não formam uma “faceta de cultura recognoscível”, isto é,
componentes culturais que não correspondem ao que está
presente e reconhecido em outras regiões mais populosas e com
maior volume de produção cultural. Então, cria-se uma
interpretação de que há nesta região um vazio cultural, paralelo a
um vazio demográfico.
É como se faltasse gente e faltasse cultura na Amazônia. Seria uma
espécie de variação da teoria da falta, pois os usuários da
expressão vazio cultural de algum modo produzem uma comparação
na qual utilizam como termo básico as regiões presumidamente mais
“centrais” (regiões com “mais gente” e “mais cultura”...), para
comparar com a região amazônica, na qual haveria o vazio, ou seja,
a falta (de “mais gente” e “mais cultura”). Em outras palavras: em
comparação com outros lugares vistos como “cheios”, haveria o
“vazio” da Amazônia, sendo a “plenitude” daqueles outros lugares o
modelo de como e com o que se deve fazer o preenchimento do
“vazio”... Embora a realidade da própria região seja outra. (JOBIM,
2020, Pp. 14-15)
Waakau waakau pe
uyeepî tanne
Waakau waakau pe uyeepî tanne Como borboleta, borboleta eu estou
vindo
Wîriisi
Wîriisi yaya
uyeramapîîtî
E a menina está me olhando
uyeramapîîtî
Como borboleta,
borboleta eu
estou vindo
E a menina está
me olhando
PANTON
A todos narradores Makusi, para seu Terêncio