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PÓS-GRADUAÇÃO ENGENHARIA DE BARRAGENS

Instrumentação e
monitoramento
Profº Giovane Calixto giovanecr@hotmail.com
Engº Civil, Especialista em (31) 996159088
Engenharia em Geotecnia.
https://www.linkedin.com/in/giovane-calixto-resende-446501183/
Giovane Calixto Resende

Profº Esp. Engenharia em Geotencia Giovane Calixto Resende | giovanecr@hotmail.com


Objetivos do curso

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Objetivos da Geotecnia

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Objetivos da Geotecnia

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Problemas e desafios

• Em um passado recente, os taludes das minas eram compostos, basicamente, por materiais
friáveis, resultantes da alteração das rochas, que condicionavam rupturas circulares e/ ou plano-
circulares;
• Atualmente, com o aprofundamento das cavas, os maciços rochosos começam a aflorar nos
taludes, levando à possibilidade de vários outros tipos de ruptura;
• Houve um aumento da demanda de minério nos últimos anos, o que elevou a taxa de produção
das empresas, aumentando, consideravelmente, a produção de estéril e rejeito;
• O alteamento das pilhas de estéril e barragens de rejeito são muito rápidos, podendo causar um
descontrole na formação destas estruturas.

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Problemas e desafios

• Conciliar produtividade e • Garantir a estabilidade da


segurança; estrutura;
• Dimensionar equipe; • Garantir a confiabilidade;
• Gerenciar equipe e contratos; • Usar tecnologias atuais;
• Validar estudos geotécnicos; • Gerenciar riscos;
• Validar propostas de • Atender à legislação;
mudanças em projetos;

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Barragens

Barragens são estruturas artificiais


construídas em cursos d’água para
funcionar como reservatório. Elas são
utilizadas desde o início da civilização e
estão presentes em muitas atividades
importante para a nossa vida, como a
produção de energia elétrica,
navegação, pesca, agricultura,
abastecimento de água.

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Barragens
Barragem de Terra
É o tipo de barragem mais comum,
pois pode ser apoiada em tipos
variados de fundação.
Normalmente, são construídas com
finalidade de armazenar água e se
divide em dois tipos de acordo
com os materiais que a estruturam:
homogêneo e zonado.

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Barragens
Barragem de enrocamento
com face de concreto
É constituída de enrocamentos (maciço
composto por blocos de rocha
compactados em camadas), com face
constituída de concreto impermeabilizado.
Normalmente são construídas sobre
fundações de rocha sã, mas a ligação das
placas de concreto com a fundação deve
receber atenção especial, devido recalques
ocasionais das camadas de enrocamento,
quando a fundação é feita sobre meios
deformáveis.

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Barragens
Barragem contraforte de
concreto
Sua estrutura é constituída por laje de
concreto e sustentada por contrafortes,
responsáveis por receber as tensões
provenientes do acúmulo da água
sobre a laje. Esse é um tipo de
barragem que necessita de grande
preparo da fundação. Em alguns casos,
emprega-se o uso de tirantes e até
injeção de calda de cimento e sempre
mantendo o controle geológico.

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Barragens
Barragem em arco

São barragens construídas em vales


estreitos e com boas condições de
ombreiras (laterais do vale onde a barragem
se apoia) que são geralmente constituídas
por rocha. Possuem estrutura de concreto e
necessitam de grandes escavações para
atingir a rocha sã, devido aos esforços sobre
a fundação serem maiores para esse tipo de
barragem, necessitando de fundações
resistentes.

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Barragens
Barragem de gravidade em
concreto
São barragens que requerem fundação
eficiente e são geralmente construídas
em locais onde há restrição de espaço.
Sua constituição é de concreto,
podendo ser de paredes maciças ou
vazadas. Sua resistência está nas
próprias paredes que a constituem em
relação ao empuxo horizontal da água,
transmitindo as tensões para a
fundação.

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Barragens
Barragem de Rejeitos
Essas barragens são inicialmente
construídas de terra, enrocamento,
rejeitos e até concreto. Em meio ao
seu processo de construção existe o
método chamado de “alteamento a
montante”, no qual a barreira de
contenção recebe camadas do
próprio material do rejeito.

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Barragens

Essas estruturas também são


utilizadas na mineração. Nelas, são
armazenadas a água que reciclam nas
usinas. Além disso, recebem o
material que não possui
aproveitamento econômico, o rejeito,
que é resultante do processo de
beneficiamento do minério.

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Barragens

Durante toda a fase de operação e


enquanto elas existirem, as barragens
devem passar por monitoramento
constante. Uma equipe de
profissionais qualificados para
trabalhar no dia a dia avaliando os
riscos, fazendo inspeções,
manutenção e os controles
necessários para manter as estruturas
sempre estáveis.

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Barragens
Elementos principais de uma barragem

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Barragens

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Barragens

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Barragens

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Barragens

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Barragens

Talude de Jusante:
 Face lateral inclinada, paralela ao eixo do maciço sendo, voltada para
lado seco do aterro;
 Deve ser dotado de dispositivos que garantem a redução das
velocidades de escoamento superficial sobre os taludes, promovendo
a proteção mecânica, tais como:
• Dispositivos de drenagem superficial;
• Proteção vegetal.

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Barragens

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Barragens

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Barragens
Principais métodos construtivos de barragens:

1. ALTEAMENTO A MONTATE

Um dique inicial é feito com material


argiloso, que, compactado, forma a
contenção da barragem. Para
aumentar a capacidade do
reservatório, os alteamentos são
realizados construindo novos diques
em cima do próprio rejeito já
depositado, que passa a ajudar na
contenção.

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Barragens

2. ALTEAMENTO A JUSANTE

Um dique inicial, impermeável,


dotado de um dreno interno, é
construído para conter a barragem.
Os novos dique a serem construídos
ficam por cima do inicial e aumentam
a capacidade de contenção com
novas camadas de terra, compactada
abaixo do dique inicial.

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Barragens

3. ALTEAMENTO POR LINHA DE


CENTRO

Sistema misto. Também é formado


com um dique inicial, e os
alteamentos são feitos de forma a
manter o eixo do barramento inicial.
Para isso, parte dos diques de
alteamento fica sobre os rejeitos, e
parte é formada de terra compactada
abaixo do dique inicial.

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Barragens

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Barragens

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Barragens

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Monitoramento

O plano de monitoramento deve ser


avaliado em confronto com as
condicionantes do projeto e os modos de
falha inseridos na matriz de riscos, de
modo a deixar claro os alvos monitorados.

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Monitoramento

 O monitoramento é uma ferramenta fundamental, pois permite a avaliação do comportamento


em fase de construção e de operação;

• O monitoramento geotécnico é importante para o gerenciamento da segurança das estruturas.


Através dele obtêm-se as informações relevantes, que possibilitam o conhecimento das
condições de estabilidade das mesmas;
• Também permite um conhecimento prévio de anomalias, possibilitando a tomada de decisões
para eliminar ou mitigar suas consequências;

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Monitoramento

 Lembre-se que o monitoramento visa observar em determinado período de tempo um


comportamento geotécnico, verificando se sua condição é aceitável ou não aos padrões.

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Monitoramento

Mas qual a assertividade desses dados que são de suma importância à tomada de decisão?

Como equipamentos, todos os instrumentos possuem data de validade e de indicativos de


calibração. Logo, esses prazos, de cada tipo de instrumento, devem constar no Manual de
Operação, a partir de avaliações de um especialista em instrumentação, em função do princípio
físico da medição, da tecnologia envolvida, de defeitos inerentes do procedimento de instalação, da
existência de perfis executivos do instrumento.
Como resultado deve ser preparado um programa de manutenções periódicas e verificações de
funcionamento dos instrumentos e até sua substituição por prazo de validade.

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Monitoramento

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Monitoramento
Análise dos dados de monitoramento

 A análise diz a respeito a determinar se há uma variação significante o suficiente para justificar
uma resposta.
 Os dados devem ser verificados quanto à significância estatística e, em seguida, verificados em
relação aos limites especificados e revisados para ver se a variação, implicam riscos potenciais.

Pior que não ter dado, é ter um dado não confiável

Como exemplo tem-se os piezômetros de Casagrande que idealmente necessitam de serem


reavaliados para se ter garantida sua confiabilidade

MONITORE TAMBÉM A PRECISÃO DOS DADOS, OU SEJA, A SIGNIFICÂNCIA ESTATÍSTICA

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Monitoramento

PRECISÃO E ACURÁCIA

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Inspeções Visuais

E, o quê inspecionar em
barragens?

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Inspeções Visuais

“O olho humano treinado é o melhor instrumento para avaliar a performance de uma estrutura. Apesar das
inspeções visuais terem limitações, nenhum outro método tem o mesmo potencial de integrar rapidamente
toda a situação do comportamento”

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Inspeções Visuais

 Inspeções de segurança devem levantar todos os possíveis


mecanismos de falhas e não conformidades;

 As inspeções de segurança devem ser realizadas de acordo com


as periodicidades definidas pelo projetista da estrutura (manual
de operações), pelos responsáveis diretos por sua operação
e/ou por legislação.

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Inspeções Visuais

 As inspeções visuais devem ser consideradas como principal componente do


monitoramento;
 Elas permitem uma avaliação qualitativa global das condições de uma estrutura;
 As anomalias são mais frequentemente identificadas por meio do reconhecimento de
alterações importantes, na maioria identificadas durante as inspeções;
 Os resultados devem ser documentados e arquivados organizadamente, para permitir
análises e o acompanhamento do comportamento;
 O uso de um sistema adequado de gestão é essencial, principalmente com o uso de
mobile, aumentando a produtividade e a comunicação em caso de identificadas
anomalias.

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Inspeções Visuais

• Este método capacita os funcionários que trabalham nas operações como identificar riscos
geotécnicos e o que fazer caso sejam observados.

• Este método tem um baixo custo inicial. Deve fazer parte dos treinamentos de segurança
requeridos e ser aplicado àqueles que realizam as inspeções de rotina.

• A chave é ter os procedimentos em vigor, para que todos os funcionários relatem e atuem sobre
os riscos, incluindo a autonomia para interromper as operações se for detectado um problema
grave.

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Inspeções Visuais

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Inspeções Visuais

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Inspeções Visuais

Este método depende de observações, mas neste caso observações de profissionais como
engenheiros geotécnico, técnicos treinados, engenheiros de mineração, geólogos e
supervisores.
Vantagens:
As inspeções são realizadas por um profissional com maior conhecimento e compreensão
dos riscos geotécnicos. Como parte da inspeção, a quantidade de deslocamento ou risco de
falha pode ser quantificada ainda mais com observações e medidas profissionais.
Desvantagem:
As inspeções são intermitentes, geralmente são realizadas uma vez por semana ou a cada 15
dias, portanto, as mudanças nem sempre são detectadas em tempo real.

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Inspeções Visuais - complementares
• Um dos métodos de monitoramento de crescimento mais rápido é o uso de
drones/ VANT`s para realizar inspeções e tirar fotos de alta resolução.
• Ao usar fotogrametria, as mudanças nas superfícies podem ser detectadas e
medidas a partir das fotos.

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Inspeções Visuais - complementares

DRONE

Ferramenta auxiliar no monitoramento e inspeção de barragens, muito


utilizada atualmente para apresentar as seguintes vantagens:
 Possibilitar a realização de inspeções via registros fotográficos de
áreas de difícil acesso;

 Possibilitar a visão aérea/vista superior das estruturas. Ex.:


Acompanhamento/avanço de uma obra de descaracterização;

 Levantamento planialtimétrico de estruturas por pontos de controle


implantados nas estruturas.

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Inspeções Visuais - complementares

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Inspeções Visuais - complementares

Vantagens: os drones podem obter informações de forma


segura de áreas inacessíveis ou perigosas.

Desvantagens: o tempo de pós-processamento não permite


monitoramento e alertas em tempo real. Esta desvantagem
deve melhorar à medida que a tecnologia amadurecer;
O tempo de voo é limitado, em função da duração da bateria.

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Vídeo-monitoramento
• Monitoramento de segurança e acompanhamento de obras por câmeras de alta resolução.

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Instrumentação

“Todo instrumento deve ser selecionado e instalado para responder a questões


específicas: se não há perguntas, não deve haver instrumentação”.

(João Francisco Alves Silveira, 2006)

Por que instrumentar uma estrutura? Qual informação deseja-se obter?

A instrumentação de barragens permite o acompanhamento dos fenômenos internos das


estruturas através da interpretação dos dados gerados.

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Instrumentação

Plano de monitoramento

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Instrumentação

Principais instrumentos de monitoramento utilizados em barragens

 Indicadores de nível de água – INA’s;


 Piezômetros – PZ’s;
 Régua linimetrica;
 Medidores de vazão;
 Medidores de precipitação;
 Medidores de deslocamento;
 Medidores de vibração;
 Vídeo-monitoramento.

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Instrumentação

Indicadores de nível de água – INA’s

Os indicadores de nível d’água (INA’s) são basicamente poços de observação, para


observação de flutuações sazonais do nível d’água. Sua aplicação é limitada pois cria-se
conexão vertical entre as diversas camadas de solo. Este instrumento é constituído por um
tubo perfurado de PVC, tubo metálico ou tubo geomecânico, envolvido de material
granular adequando ou por manta de geotêxtil, instalado dentro de um furo de
sondagem.
A medição é feita através da inserção de um cabo elétrico graduado com pequena sonda
e, quando esta entra em contato com a superfície da água, há passagem de uma corrente
elétrica, que é detectada na superfície por amperímetro. Este equipamento é
popularmente conhecido como “pio” em alusão ao barulho feito pela sonda.
A cota do nível de água é calculada pela diferença entre a cota de topo do tubo e o
comprimento do cabo.

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Instrumentação

Pela simplicidade em sua concepção, este instrumento permite a comunicação vertical entre dois
ou mais aquíferos, ou até num mesmo aquífero, quando há fluxo ascendentes ou descendentes.

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Instrumentação

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Instrumentação

O nível de água dentro do tubo varia conforme a variação média do nível de água das
camadas saturadas em que o furo de sondagem interceptou. Definições de nível d’água
não devem ser referidas à saturação. O topo da zona de saturação pode estar abaixo, no
mesmo nível ou acima do nível deste nível d’água.
Da mesma forma, o nível do lençol freático não deve ser confundido com a carga
piezométrica. Condições regulares (com o nível de pressão do piezômetro igual ao nível
de água subterrânea livre em qualquer profundidade) são exceções ao invés da regra.
Hvorslev 1951 lista os fatores causadores desta desigualdade como sendo causado
devido à: (a) lençol freático elevado ou corpos de água subterrânea isolados por camadas
impermeáveis de solo; (b) percolação descendente em direção à camadas mais
permeáveis e/ou camadas mais drenantes; (c) percolação ascendente partindo de
camadas sob pressão artesiana ou por evaporação e transpiração; e (d) processos
incompletos de adensamento ou expansão causados por mudanças no carregamento e
no estado de tensão.

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Instrumentação

Piezômetros – PZ’s

Já, os piezômetros (PZ’s) são dispositivos que, em contato com o solo, respondem à
pressão de água do nível d’água do local em que estão instalados. De forma geral, sua
aplicação pode ser colocada em duas categorias:
• monitorar o padrão de fluxo de água; e/ou
• fornecer índice de resistência da massa de solo ou rocha

Basicamente existem 4 tipos de piezômetros:


• Casagrande (ou standpipe);
• Elétrico de corda vibrante;
• Pneumático;
• Fibra óptica

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Instrumentação

Piezômetro de Casagrande (standpipe) é


muito semelhante aos indicadores de nível
d´água mas neste piezômetro a secção
filtrante estará apenas na camada em que
deseja-se medir a pressão de água. A
instalação também é simples e de custo
reduzido em relação aos piezômetros
automatizados. A leitura é feita através da
inserção de sonda (pio) para detecção do
nível de água no interior do tubo.

Perfil típico de um PZ de Casagrande.


Fonte: Damasco Penna (2019)

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Instrumentação

O fluxo da água subterrânea através das ranhuras do tubo submetida à uma determinada
carga piezométrica faz com que o nível da água no interior da tubulação suba ou desça
conforme a variação das condições deste fluxo. O nível da água no interior desta tubulação
representa a carga piezométrica na posição da célula de areia. Um selo de bentonita evita
que a leitura seja influenciada pelas condições piezométricas das camadas superiores à
célula de areia. Esta célula de areia fica conectada à superfície do terreno por meio da
tubulação e, portanto, tem suas variações medidas sujeitas às condições barométricas.
Na fase de projeto e especificação técnica de um piezômetro, mais especificamente no
dimensionamento da célula de areia, deve se observar as características do material
constituinte da camada alvo e o tempo de resposta necessário à equalização das variações
nas condições de fluxo da água. O formato da célula de areia tem uma significante influencia
na relação solo/tempo de resposta, e objetivando a simplificação dos cálculos para
dimensionamento da célula, Hvorslev 1951 propõe o emprego de uma tabela prática com
nove diferentes formatos de célula de areia e suas respectivas fórmulas para vazão durante a
equalização das cargas nos instrumentos

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Instrumentação

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Instrumentação

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Instrumentação

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Instrumentação

Piezômetro de corda vibrante possui


um diafragma metálico que separa a
água dos poros do sistema de
medição. Um fio tensionado é preso ao
ponto médio do diafragma de modo
que a deflexão do diafragma cause
mudanças na tensão do fio, sendo
possível então a medição da pressão
de água nesta região. Sua instalação
depende do modelo do instrumento e
as leituras são realizadas por meio de
leitores digitais.

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Instrumentação

Em linhas gerais, mede a frequência da tensão de um arame fixo a um diafragma e


submetido às variações da poro pressão da camada alvo. O instrumento utiliza um
diafragma de aço inox conectado à um elemento de arame vibrante. As mudanças
de pressão no diafragma faz com que ele se esvazie e esticando o arame,
mudando também a tensão e frequência de vibração do elemento de arame
vibrante

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Instrumentação

Piezômetro de corda vibrante instalado em


piezômetros de Casagrande passam a medir a média
da poropressão equalizada na célula de areia ao invés
da carga piezométrica (nível ao qual a água no interior
do tubo subiu ou desceu) E, as questões de
dimensionamento e formato da célula de areia seguem
as mesma apresentadas para o piezômetro
Casagrande. Em relação ao tempo de resposta,
Mikkelsen 2003 afirma que quanto maior a célula de
areia, mais rapidamente a água chegará ao tubo do
piezômetro.

Equação RST:
P = CF(L0-L) – Tk(T0-T) + (S0-S)
Cota do N.A. = CR + P/γ

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Instrumentação

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Instrumentação

Piezômetro de corda vibrante instalado pelo método completamente grauteado (“Fully


grouted”) consiste no preenchimento total do furo de sondagem, do sensor piezométrico e
de seu cabo até a boca do furo, com uma mistura de cimento, água e bentonita
Teoricamente, se a mistura for realizada adequadamente e com as proporções especificadas,
o piezômetro deve responder adequadamente de acordo com as mudanças em poro-
pressão mesmo que sua ponta esteja envolta em uma argamassa de graute curada. O que
proporciona este funcionamento é o tipo de diafragma empregado na construção destes
sensores, que requer somente um volume muito pequeno de fluido para equalização da
variação da poro pressão. A mistura de graute curada é capaz de transmitir este pequeno
volume através de uma pequena distância - distância entre a parede do furo (contato com a
formação) e a ponta do sensor) de forma rápida.

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Instrumentação

Piezômetro de corda vibrante instalado pelo método


completamente grauteado deixa de medir o parâmetro médio
da poro-pressão equalizada em uma célula de areia ou a
carga piezométrica (nível ao qual a água sobe ou desce no
interior do tubo geomecânico) e passa a medir a poro pressão
equalizada do bulbo adjacente à ponta do sensor.
A mistura de graute deve seguir uma proporção (em
quilogramas) de cimento, água e bentonita determinada na
fase de projeto, e baseada em um traço que simule a
resistência e a permeabilidade da formação geológica
adjacente ao furo. A permeabilidade da mistura curada pode
ser mais alta do que a do meio, desde que esta diferença seja
no máximo de duas ordens de magnitude.

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Instrumentação

Piezômetro de corda vibrante instalado pelo


método completamente grauteado tem uma
importante característica da instalação de
piezômetros pelo método completamente
grauteado é a simplificação da instalação de
vários sensores em níveis diferentes no
mesmo furo de sondagem. O método mitiga
os erros e falhas suscetíveis à difícil tarefa de
se confecionar células de areia e selos de
bentonita no interior do furo de sondagem.

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Instrumentação

Piezômetro de corda vibrante instalado pelo método completamente grauteado tem como aplicações mais
adequadas:
• Monitoramento em formações de baixa condutividade hidráulica onde um curto tempo de resposta
hidrodinâmico é desejado;
• Monitoramento em locais que podem ser afetados pelas condições de congelamento da superfícies, contanto que
sensores sejam instalados abaixo da profundidade de congelamento do solo;
• Instalações profundas, inclinadas ou horizontais nas quais uma sequência de células de areia poderiam ser difíceis
de serem implantadas;
• Condições de furo de sondagem com artesianismo nas quais células de areia e lascas de bentonita seriam difíceis
de serem implantadas;
• Furos de sondagem de diâmetros pequenos onde múltiplos pontos de monitoramento são desejáveis. Múltiplos
sensores podem ser instalados no mesmo furo de sondagem onde o espaço deve limitar o número e a quantidade
de tubos de piezômetro que poderiam ser instalados no mesmo furo de sondagem.

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Instrumentação

Piezômetro Pneumático consiste de uma almofada plana, metálica, que fica alojada no interior do
maciço e cujo o princípio de funcionamento pode ser elétrico, pneumático ou hidráulico. Pode
ser usada juntamente com a célula piezométrica, para possibilitar a determinação da pressão
efetiva.

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Instrumentação

Piezômetro Pneumático consiste em um sensor, inserido em um furo de


sondagem pré perfurado por meio de uma estrutura de suporte, ou até mesmo,
em determinadas ocasiões, cravados em solo mole. O sensor é envolto em areia,
por onde o fluxo da água subterrânea percola até atuar também no sensor, que
por sua fez é submetido à uma determinada poro pressão. Da mesma forma
como os piezômetros de corda vibrante instalados pelo método convencional,
um selo de bentonita evita que a leitura seja influenciada pelas condições
piezométricas das camadas superiores à célula de areia.
Estes sensores efetuam as leituras de poro pressão a partir da equalização da
pressão de um gás injetado no sistema com a pressão da água intersticial do solo
ou rocha.

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Instrumentação

Estes sensores efetuam as


leituras de poro-pressão a
partir da equalização da
pressão de um gás injetado no
sistema com a pressão da água
intersticial do solo ou rocha.

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Instrumentação

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Instrumentação

Piezômetro de Fibra Óptica são estruturados de forma que permitam que um feixe de luz branca
seja mantido dentro de um cabo, viajando muito rápido ao longo de grandes distâncias com
perda mínima de sinal, assim por reflexão é possível se detectar o nível de água correlacionado à
deformação apresentada por uma membrana.

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Instrumentação
Régua Linimétrica

Réguas Linimétricas são maneiras simples e eficazes de se determinar a


quantidade de água e/ou rejeito presente em um reservatório de forma a permitir
o entendimento do volume do reservatório ocupado. Tais instrumentos auxiliam na
identificação da borda livre e dos níveis máximos que o reservatório pode atingir

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Instrumentação
Medidores de Vazão

Medidores de Vazão são utilizados para se obter o valor da vazão que percola
através do sistema de drenagem da barragem e de sua fundação, coletados por
tubulações ou canaletas.

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Instrumentação

A vazão é um parâmetro utilizado nas correlações e nas análises da performance e


da segurança de estruturas geotécnicas. Medidores de vazão são instrumentos
construídos para a medida da vazão de um fluido e são posicionados geralmente
na saída de sistemas de drenagem interna ou na calha de um curso d’água. Estes
medidores, quando construídos na saída de drenos de fundo, são constituídos de
uma bacia para estabilização do fluxo, um vertedor (geralmente uma placa de aço
com abertura triangular ou trapezoidal), e uma régua ou sensor para medição do
nível da água da bacia (o nível d’água da bacia é convertido à vazão por meio de
fórmulas específicas para cada tipo de medidor de vazão). Quando instalados em
um curso d’água, os medidores de vazão podem ser constituídos de uma calha
longa o suficiente para estabilizar o fluxo d’água e com dimensões previamente
conhecidas, e uma régua ou sensor para medição do nível d’água e da vazão da
calha.

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Instrumentação

Medidores de vazão são instrumentos instalados para possibilitar a medição da


vazão, fluxo de água que percola, por exemplo, pelo sistema de drenagem interno
de uma barragem.
A vazão é um parâmetro utilizado nas correlações e nas análises de performance e
segurança de barragens. Logo, sua obtenção é de grande importância.
Para entender o funcionamento e a importância de um medidor de vazão, torna-se
essencial conhecer a condição de fluxo instalada em uma barragem.

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Instrumentação

Existem basicamente quatro tipos de medidores de vazão, cuja


vazão é determinada com o emprego da equação de regime de
escoamento uniforme em dutos livres:

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Instrumentação

Vertedor trapezoidal

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Instrumentação

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Instrumentação

Vertedor retangular

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Instrumentação

Calha Parshall: consiste em uma calha aberta de paredes verticais


com dimensões previamente conhecidas e selecionadas conforme
utilização, e equipada com uma régua ou um sensor ( para medição
da altura d’água vazão

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Instrumentação

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Instrumentação

Calha Parshall:

Dimensionais e faixas de vazão da Calha Parshall. Fonte: Incontrol (2019).

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Instrumentação

Calha Parshall:

Dimensionais e faixas de vazão da Calha Parshall. Fonte: Incontrol (2019).

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Instrumentação
Sensores ultrassônico:

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Instrumentação

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Instrumentação

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Instrumentação
Medição de Precipitação

Os medidores de precipitação são instrumentos que medem a quantidade de chuva


precipitada na região onde foi instalada. Esta medição pode ser realizada em diferentes
intervalos de tempo, e este fator é que diferencia o tipo de medidor a ser instalado.

Pluviômetro: É um instrumento que registra a altura de chuva total acumulada num dado
período de tempo. Esse aparelho é mais utilizado para totalizar a precipitação diária

Pluviógrafo: É um instrumento que registra automaticamente as variações de precipitação ao


longo do tempo mais curto. Pode ser gráfico ou digital, automatizado ou semi automatizado.
Como seu registro é contínuo, possibilita a medição da intensidade da chuva.

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Instrumentação

Pluviógrafo Pluviômetro

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Instrumentação
Monitoramento - Deslocamentos

Os deslocamentos podem ser medidos de diferentes formas e sendo de grande importância para a
avaliação da performance da estrutura ao longo do tempo. Os movimentos horizontais são
decorrentes da compressibilidade dos materiais do aterro, assim como influenciados pela forma do
vale ao longo das ombreiras.
Em decorrência desses deslocamentos horizontais, na região central da barragem haverá um
aumento das tensões horizontais de compressão, sendo que, à medida que se desloca em direção às
ombreiras, as tensões de compressão vão diminuindo até se anularem, passando para tensões de
tração. Nesta região, os deslocamentos horizontais atingem seus maiores valores e podem
desenvolver fissuras transversais aos aterros, favorecendo a ocorrência de erosão interna.
No sentido transversal ocorre certo espalhamento do aterro durante a construção, o que tende a
diminuir as tensões na interface do núcleo com os espaldares.

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Instrumentação

O objetivo da instalação do marco superficial é o acompanhamento dos deslocamentos verticais e


horizontais do maciço em relação a uma referência indeslocável (conhecida como Bench Mark BM).
Os deslocamentos horizontais são medidos através de colimações geodésicas, enquanto que os
deslocamentos verticais (recalque) serão medidos através de nivelamento de precisão.
Os marcos superficiais (MS) são instrumentos simples. O instrumento é basicamente constituído de
elementos metálicos, em aço inox ou aço carbono galvanizados, que propiciam repetitividade, no
que se refere ao posicionamento do prisma topográfico, durante o processo de leitura.

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Instrumentação

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Instrumentação

As leituras poderão ser feitas através de estação total desde que o aparelho
assegure precisão da ordem de 3 mm para distâncias da ordem de 400 m. A
equipe de leitura deverá ser experiente e cuidadosa, para permitir leituras com
esta precisão. Os marcos são lidos posicionando se a estação topográfica em local
adequado (que permita visar os MS), assim "lê se" a referência indeslocável ( e a
partir daí faz se a leituras dos marcos superficiais, normalmente utilizando se de
prisma de pequeno porte.
As principais vantagens deste sistema de monitoramento é o baixo custo, e a
facilidade de instalação e manutenção. Como desvantagens podemos citar a
necessidade de equipe de topografia no empreendimento, a impossibilidade de
acompanhamento em tempo real, a imprecisão das leituras em dias ensolarados, a
impossibilidade do monitoramento em dias chuvosos e a facilidade de danos, por
acidentes ou vandalismo, uma vez que o instrumento fica exposto. Este
inconveniente pode ser minimizado com a utilização de tampas de proteção.

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Instrumentação

A estação total robotizada é um equipamento para medições topográficas, que faz


medições de ângulos verticais e horizontais e, também, de distâncias lineares, com
precisão adequada em longa distância. Para a realização destas medições tem se
que dispor de prismas (focos) presos à estrutura que reflete o feixe de laser no
prisma e retorna ao equipamento.

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Instrumentação
• Especificação: medir um deslocamento de 5mm por dia em uma distância média de 1km.

• Medição angular de 0,5’’(segundos de arco);

• Medição de distância de 1mm + 1ppm em uma atmosfera estável e medida;

• Fornecer um meio de medir a magnitude e a velocidade dos movimentos terrestres, horizontais


e verticais;

• Método bem estabelecido e acessível, com milhares de unidades instaladas no mundo;

• Muitas vezes, o primeiro tipo de sistema de monitoramento de deslocamento instalado em um


local;

• Um sistema de medição pontual, mas graças ao baixo custo dos prismas, centenas de pontos
podem ser medidos com ciclos de 30 - 60 minutos;

• Necessita de uma boa rede de referência.

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Instrumentação

A estação total robotizada apresenta alta precisão, confiabilidade e independência na obtenção dos
dados. Entretanto caso o feixe de laser no prisma não esteja direcionado no centro de tal refletor,
tem se um erro associado devido as medições angulares empregadas. Além disso, este equipamento
está sujeito a variações de temperatura e são altamente afetados por neblinas.

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Instrumentação

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Instrumentação

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Instrumentação

~45% do Custo adicional - Abrigos, Suprimento de energia Comunicação


custo (ETR) Pilares

Processamento e
software de controle

Suporte, relatórios e Software de integração


treinamentos
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Instrumentação

Prismas de monitoramento

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Instrumentação

Precisão e confiabilidade
Tipo de instrumentos empregados;
• Repetição na centralização e no posicionamento dos instrumentos de medida nas estações de referência;
• Estabilidade (imobilidade) das estações de referência;
• Proteção dos pilares e outras referências contra acidentes e vandalismo;
• Experiência da equipe de topografia ou geodésia;
• Influência das condições meteorológicas;
• Extensão das distâncias de visada.

Deslocamentos Eixo Norte Deslocamentos Eixo Leste

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Instrumentação
Os inclinômetros são equipamentos usados para o monitoramento dos movimentos laterais e
deformações de maciços, obras de terra ou de uma estrutura qualquer. Cada sonda do sensor
está equipada com um par de rodas arqueadas e articuladas. Uma série de sensores pode ser
posicionada no interior do tubo guia para definir um perfil completo de deflexão utilizando se
um kit de suspensão. Cabos de aço de suspensão também estão disponíveis para
monitoramentos parciais do furo.

Principais características:

• Possibilidade da determinação dos


componentes dos deslocamentos
horizontais em duas direções ortogonais,
ao longo do furo;
• Leitura e cálculo (manual) relativamente
demorados;
• Interferência na área de trabalho;
• Possibilidade de instalação em furos
verticais ou inclinados.

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Instrumentação
Os inclinômetros tem que ser instalados de preferência em um base sólida que não está sujeita a
deslocamentos de forma a propiciar a redução dos erros associados a tal monitoramento.

Exemplo e precisão do inclinômetro. Fonte: Ortigão (2013).

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Instrumentação
A precisão de tais instrumentos depende de
erros aleatórios e sistemáticos devido,
principalmente, às tolerâncias mecânicas do
instrumento.

Em média, a precisão é de aproximadamente


± 8mm a cada 30m de profundidade.

A leitura deve ser repetida pelo técnico de


campo em intervalos de tempo regulares,
dependendo da velocidade do deslizamento
de terra.

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Instrumentação

O passo fundamental é uma leitura zero precisa,


corrigindo a origem para a medição do
deslocamento relativo sucessivo a ser calculado
em termos absolutos.
Após cada leitura, é desenhada uma curva de
deslocamento progressivo que é essencialmente
cumulativa e representada em profundidades
variáveis.

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Instrumentação
Vantagens:
• Este sistema mede o movimento em
todo o comprimento do furo e é
relativamente barato para o custo
inicial;
Desvantagens:
• A varredura geralmente é realizada
manualmente. O tempo necessário
para o processamento posterior dos
dados evita o monitoramento em
tempo real e as capacidades de
alerta.

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Instrumentação

O InSAR é uma técnica que utiliza as diferenças de fase entre imagens


sucessivas, que podem ser adquiridas por aeronave ou satélite.
Os sensores SAR enviam sinais de energia de micro ondas em um
comprimento de onda específico. Parte dessa energia é absorvida, mas a
maioria reflete em uma superfície e é registrada de volta no sensor.
Logo, quando se compara as informações de fase entre as imagens
subsequentes, um interferograma é produzido para mostrar as diferenças. As
diferenças de fase incluem mudanças na elevação (subsidência) ou
movimento na superfície da terra, efeitos de linha de base (diferenças nas
posições do satélite no momento da aquisição da imagem) e componentes
de ruído atmosférico.

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Instrumentação
Técnica baseada no processamento de séries temporais de dados SAR coletados em modo
Monitoramento InSAR
interferométrico, que permite medir a velocidade das deformações da superfície com
precisão de até milímetros por ano.
 Monitora deformações em grandes áreas com precisão;
 Direciona seus esforços;
 Aliado do radar terrestre.

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Instrumentação
Técnica de medida da movimentação do terreno na direção da Linha de Visada (LOS),
baseada na diferença de sinal (fase) recebida pelo satélite (Radar), obtida entre
imagens coletadas em momentos diferentes.

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Instrumentação

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Instrumentação

Geometria Ascendente
O ponto de medição se move no sentido do sensor: neste caso o
deslocamento é considerado positivo.

Geometria Descendente
O ponto de medição se move no sentido oposto do sensor: neste
caso o deslocamento é considerado negativo.

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Instrumentação

Ponto Homólogo
O processamento integrado de ambas
observações objetiva recuperar as componentes
Vertical e Leste-Oeste dos deslocamentos
obtidos a partir das medidas de deslocamentos
obtidos em pontos homólogos nas duas
geometrias de aquisição (ascendente e
descendente) separadamente

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Instrumentação

Medida PSI dos deslocamento acumulado nas posições dos prismas no período de 11/11/2015 a 18/10/2016

Local: Barragem Principal

20

mm/ano
0 - 20 - 40 - 60 - 80 -100
mm/ano
20 0 - 20 - 40 - 60 - 80 -100

Fonte imagem Pleiades de fundo: Visiona/Airbus Defence & Space

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Instrumentação
Monitoramento sísmico

• Instrumento utilizado para


monitoramento de sismos naturais
ou induzidos (ex.: desmontes por
explosivo ou tráfego de
equipamentos).

• O monitoramento ocorre em três


eixos: vertical (cota), transversal
(coordenada Norte) e longitudinal
(coordenada Leste).

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Instrumentação
Interferometria sísmica

• As ondas sísmicas dispersas se propagam através de toda a parede da barragem e as


mudanças na parede causam pequenas alterações na propagação dessas ondas;
• A interferometria sísmica transforma o ruído sísmico ambiental em sinais que se propagam
entre sensores para detectar essas mudanças;
• Este método fornece uma solução econômica para monitorar remotamente a estabilidade
da barragem ao longo do tempo.

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Instrumentação
Geofones são preferidos aos acelerômetros, pois as frequências típicas registradas de
eventos sísmicos estão na faixa de 10 400 Hz, e os geofones são mais sensíveis nesta banda.
Além disso, os acelerômetros são menos confiáveis e, uma vez que os sensores são
permanentemente cimentados em furos, a confiabilidade é um problema sério.
Os sensores próximos à superfície podem ser instalados em orifícios verticais curtos 10 m).
Além disso, esses sensores não podem ser instalados em orifícios inclinados (além de 2° da
vertical).

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Instrumentação

Acelerômetros: utilizados para medir a aceleração de ondas sísmicas (naturais ou


induzidas). Estes sensores são fixados na superfície ou em profundidade e captam as
ondas de vibração. Com base na aceleração de onda, o monitoramento acompanha a
resposta da barragem frente aos sismos.

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Instrumentação

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Instrumentação

O que Monitorar em Barragens?

Assim, basicamente, em barragens,


deve se monitorar:
• Nível d’água e piezométrico;
• Nível d’água/rejeitos do reservatório;
• Medição de Vazões;
• Medidores de Precipitação;
• Deslocamentos;
• Recalques; e,
• Vibrações.

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Instrumentação

O que Monitorar em estruturas de concreto?

Assim, basicamente, em barragens terra, deve-se


monitorar:
• Piezômetros – (os mesmos utilizados em barragem de
terra, os do tipo standpipe são mais comuns em fundações
de estrutura de concreto);
• Extensômetro de Hastes – (os mesmos utilizados em
taludes rochosos);
• Medidores triortogonais de juntas;
• Pêndulos;
• Drenos de fundação (os mesmos utilizados em taludes
rochosos já descritos anteriormente).

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Instrumentação

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Instrumentação

Como as pressões são altas, em


barragens de concreto a maioria
dos piezômetros tem artesianismo
então são usados manômetros para
leitura.

Piezômetro com manômetro.

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Instrumentação

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Instrumentação

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Instrumentação

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Instrumentação

Medidor triortogonal.

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Instrumentação

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Instrumentação

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Automação de Monitoramento Geotécnico

Porque monitoramento automático?

Redução de risco;
Preservação das evidências;
Informações em tempo real;
Agir com antecedência;
Segurança;
Redução de custo.

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Automação de Monitoramento Geotécnico

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Automação de Monitoramento Geotécnico
Monitoramento de poropressão e nível de água

• Sensor: são dispositivos que respondem a um estímulo


físico ou químico (como temperatura, umidade ou
luminosidade) de uma maneira específica e que assim
pode ser transformado em uma outra grandeza física para
fins de medição e/ou monitoramento.

• Datalogger Local: Datalogger dedicado para um sensor


específico

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Automação de Monitoramento Geotécnico
Monitoramento de poropressão e nível de água
• Datalogger Concentrador: Datalogger, como o próprio
nome sugere, é um registrador de dados, um dispositivo
eletrônico que monitora e registra dados ao longo do
tempo em uma determinada posição geográfica.

• Gateway: pode ser classificado como “portal” ou


“portão”. Em resumo, uma passagem entre dois
ambientes distintos. Em outras palavras, é um sistema ou
equipamento encarregado de estabelecer a comunicação
entre duas redes.

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Automação de Monitoramento Geotécnico

Ter um sistema de conectividade confiável e de


rápida transmissão é de extrema importância!

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Automação de Monitoramento Geotécnico

A Geotecnia com foco no sensoriamento e a Tecnologia com o foco na conectividade

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Automação de Monitoramento Geotécnico
Monitoramento de Deformação

In-place inclinômetros
In-place Inclinômetros são colocados em furos para monitorar o
movimento do solo, bem como a direção do movimento de
forma automatizada.
Vantagens:
• A direção e a quantidade de movimento subterrâneo podem
ser medidas continuamente e um alarme pode ser
configurado para quando o movimento anômalo é
detectado;
Desvantagens:
• O movimento só é medido em profundidades específicas do
furo.

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Automação de Monitoramento Geotécnico

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Automação de Monitoramento Geotécnico
SAA - ShapeArray
A tecnologia SAA 3D possibilita o monitoramento remoto de deformação em encostas,
túneis, barragens e outras estruturas civis, através dos diversos acelerômetros
embutidos em cada módulo.
Monitoramento geotécnico e de deformação estrutural 3D em tempo real.

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Automação de Monitoramento Geotécnico

• Sensor MEMS (aceleração / inclinação)

• Microprocessador

• Sensor de temperatura digital

• 4-wire bus (2 potências, 2 comunicações


digitais)

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Automação de Monitoramento Geotécnico

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Automação de Monitoramento Geotécnico
Fibra óptica

Transmite-se uma onda de luz em uma


extremidade da fibra. Existe uma interação
não linear entre ondas de luz e ondas
acústicas, que transporta informações sobre a
quantidade de deformação ou de
temperatura é aplicada à fibra, detectada pelo
receptor. Ao medir a intensidade desta luz
retrodispersada em função do tempo, a
deformação é medida em cada posição da
fibra.

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Automação de Monitoramento Geotécnico
Por que utilizar fibras ópticas?
Características:
• Imunidade eletromagnética;
• Elevada abrangência espacial, até • Duráveis;
~30km de monitoramento por cabo • Estáveis;
óptico;
• Insensíveis a perturbações externas –
• Baixo custo dos sensores (mas a Imunidade Eletromagnética e Radio
unidade leitora é “cara”!); Frequência;
• Facilidade de aquisição de dados • Multiplexação;
durante as piores condições climáticas;
• Multifuncionalidade;
• Possibilidade de processamento e
• Isolamento elétrico;
análise em tempo real.
• Tamanho e peso reduzidos.

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Definição e a importância dos níveis de controle (TARP’s)

Carta de Risco

Usualmente, os níveis de controle para a instrumentação são estabelecidos a partir da


associação entre os fatores de segurança, obtidos em análises de estabilidade de taludes
por equilíbrio limite, com as correspondentes leituras dos instrumentos. Logo, para o
sucesso de um plano de monitoramento faz se necessário o correto acompanhamento
dos registros de instrumentação, a fim de avaliar o desempenho da estrutura e garantir
sua segurança.
Geralmente, a situação crítica não é uma condição que se instala de um dia para o outro.
Os processos que alteram a posição do nível d’água no interior dos maciços das
barragens, na maioria das vezes, se desenvolvem com o tempo. Daí a importância das
inspeções visuais periódicas e da coleta e interpretação continua, ininterrupta e criteriosa
dos dados da instrumentação, para permitir a identificação precoce de problemas
potenciais e a execução de ações mitigadoras quando
Necessário.

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Definição e a importância dos níveis de controle (TARP’s)

Salienta-se que os níveis de controle para a instrumentação são estabelecidos para cada
instrumento instalado, sendo que uma leitura do nível de emergência em uma seção pode não
significar que toda a barragem e todas as seções estejam em nível de emergência. Porém, tal
leitura deve ser prontamente avaliada/interpretada a fim de manter a segurança da estrutura em
nível adequado.
Assim os níveis de segurança da estrutura foram estabelecidos para quatro níveis, que foram
definidos como premissa de projeto. Desta forma, foi elaborada uma carta de risco na qual são
estabelecidos níveis de segurança que orientam na definição do grau de perigo em situações de
emergência, auxiliando nas tomadas de decisão e indicando os passos a serem seguidos após a
identificação de uma situação que possa colocar em risco a segurança da barragem.

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Definição e a importância dos níveis de controle (TARP’s)

Sendo assim, os níveis de segurança são importantes a constar no manual de operação de uma
barragem, pois é a partir deles e, em conjunto com as inspeções, que o engenheiro responsável pela
estrutura averiguará se a mesma se encontra estável ou não.

A definição dos níveis de controle pode se basear nos seguintes critérios:

• Critério do Fator de Segurança e/ou

• Critério da Posição da Superfície freática

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Definição e a importância dos níveis de controle (TARP’s)

O critério do Fator de Segurança é usualmente empregado sozinho em cartas de risco. Porém,


adotar-se, em conjunto, o critério da posição da superfície freática, conforme proposto por Velten
(2016) se mostra mais realista pois a posição da mesma influencia consideravelmente na
estabilidade física do talude de jusante.

Destaca-se que um talude pode apresentar fator de segurança satisfatório e, ainda assim, romper
por erosão regressiva (piping) em função da superfície freática estar muito próxima à face. Além
disto, os gradientes hidráulicos baixos e a geometria favorável da barragem podem contribuir para
que o fator de segurança seja sempre elevado, não atingindo, portanto, o fator de segurança para
cada nível de referência (normal, atenção, alerta e emergência).

Com isto, os ângulos mínimos aceitáveis entre o talude de jusante e as superfícies freáticas, adotadas
como níveis de referência, são definidos por premissa como critérios de projeto.

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Definição e a importância dos níveis de controle (TARP’s)

A metodologia de análise tem que considerar como nível de referência de segurança o critério
mais desfavorável para a estrutura.

Ressalta-se que o critério de definição dos níveis de controle para a instrumentação de barragens
apresenta limitações. Estas limitações são dadas principalmente pelas limitações dos modelos
numéricos, variabilidade natural dos materiais de fundação, variabilidade natural dos materiais de
construção provenientes de áreas de empréstimo naturalmente pouco homogêneas, variabilidades
impostas pela construção (lançamento e compactação), variações associadas aos estados de
tensão, variações cíclicas de carregamentos (nível d’água, por exemplo), dentre outros.
Os níveis de controle para a instrumentação obtidos por meio dos modelos numéricos de
estabilidade devem ser tratados como valores de referência, devendo ser avaliados em conjunto
com observações visuais de campo. Além disso, é importante que todos os instrumentos de uma
seção sejam avaliados em conjunto e na sua evolução ao longo do tempo, para permitir a
compreensão adequada de uma possível situação de risco.

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Definição e a importância dos níveis de controle (TARP’s)

Protocolos de ações de resposta ao desvio (TARP)

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Definição e a importância dos níveis de controle (TARP’s)

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Definição e a importância dos níveis de controle (TARP’s)

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Definição e a importância dos níveis de controle (TARP’s)

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Definição e a importância dos níveis de controle (TARP’s)

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Definição e a importância dos níveis de controle (TARP’s)

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Definição e a importância dos níveis de controle (TARP’s)

Com relação aos medidores de


deslocamento não é tradicional, ainda,
se ter uma carta de risco associada a
tal, já que diversas variáveis
influenciam neste processo.
Uma possibilidade é a realização de
simulações computacionais
considerando tensão X deformação,
tendo assim os respectivos limites
máximos de deformação aceitáveis
pelo modelo. No entanto, deve se
atentar que o modelo considerado
para este tipo de análise influenciará
diretamente nos resultados obtidos.

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Definição e a importância dos níveis de controle (TARP’s)

No entanto, esses níveis de controle de deformação são baseados, basicamente, em


parâmetros difíceis de serem aferidos em laboratório (necessitam de grande precisão dos
equipamentos e dos operadores). Além disso, tem se a variabilidade inerente dos materiais
empregados que podem gerar uma série de alterações dos valores aceitáveis de
deslocamento e recalque.
Por outro lado, a integração desses dados de laboratório com os dados coletados em campo
associados a uma inteligência artificial (programação) permite com que softwares como o
FLAC faça em “tempo real” análises de deformação de barragens Assim, a partir de um dado
inicial, a carta de risco da estrutura vai sendo atualizada de forma a integralizar todos os
elementos constituintes da análise.

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A Importância do Monitoramento Geotécnico

Mas, então, quais os possíveis modos de


falha (ruptura) em barragens ?

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A Importância do Monitoramento Geotécnico

Ruptura do maciço (instabilidade de taludes)

Barragem Saint
Francis, 1928. Barragem Laurel Run,
Fonte: SCV History Pensilvania, 1977. Fonte: Dam
(2019) Failures (2019)

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A Importância do Monitoramento Geotécnico

Na teoria o equilíbrio limite é adquirido quando FoS


=1. Entretanto, na realidade, devido a inúmeras
incertezas a cerca da performance do sistema
diante de um determinado período de tempo e
sobre as condições operacionais, adota-se um valor
mínimo para cada um dos critérios analisados.
NOTA: não considera rupturas progressivas

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A Importância do Monitoramento Geotécnico

Erosão Interna Regressiva (Piping)

Piping por fluxo preferencial na barragem Rio Teton, Barragem da Pampulha, 1955.
USA. Fonte: Jornalda Unicamp(2014) Fonte: Lopes (2010)

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A Importância do Monitoramento Geotécnico

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A Importância do Monitoramento Geotécnico

ABNT NBR 13028 (2017).

ABNT NBR 13028(2017) não especifica um fator de segurança mínimo a ser seguido em projetos.

Padrões internacionais, como o EUROCODE 7 sugerem o emprego de equações específicas, como a de


Bligh & Lane (1931), para evitar tal subjetividade e inserir um fator mais restritivo.

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A Importância do Monitoramento Geotécnico

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A Importância do Monitoramento Geotécnico

Quando as partículas de um solo, no maciço de uma


barragem ou em sua fundação, são carreadas pelo fluxo da
percolação existente.

QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS CAUSAS?

• Compactação inadequada;
• Tipo de materiais construtivos;
• Tocas animais;
• Raízes de vegetação;
• Trincas nos taludes e fundações.

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A Importância do Monitoramento Geotécnico

Itens a serem avaliados:

 Evidências visuais: surgências sem ou com carreamento de


material, sandboils, abatimentos/sinkholes, deformações e
trincas, áreas úmidas;

 Alteração nos valores de vazão de saída da drenagem interna;

 Turbidez na saída dos sistemas de drenagem interna;

 Monitoramento de poropressões e posição da linha freática.

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A Importância do Monitoramento Geotécnico

Sandboils

Problema de percolação através


de camadas sedimentares mais
permeáveis.

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A Importância do Monitoramento Geotécnico

Galgamento

Barragem Glashütte, 2002. Fonte:


Association of State Dam Safety
Officials (2019)

Experimentoda American Society of Agricultural and


Biological Engineers. Fonte: Hanson et al. 2005

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A Importância do Monitoramento Geotécnico

Galgamento: passagem
de água sobre a
estrutura/barragem.

QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS CAUSAS?

• Projeto inadequado de vertedouro;


• Obstrução do vertedouro;
• Recalque da crista da barragem.

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A Importância do Monitoramento Geotécnico

Avaliação é feita em função do NA máximum Maximorum.

Manutenção de borda livre mínima no momento da passagem da cheia de projeto e


da elevação de coroamento da barragem. Porém não se tem uma valor mínimo a ser
seguido ou um fator de segurança associado, ficando a cargo do projetista tal tarefa.

O ICOLD sugere que se adotado borda livre mínima de 1,0m acima da altura da
onda. Por outro lado a altura máxima é limitada a 3m.

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A Importância do Monitoramento Geotécnico

Itens a serem avaliados:

 Capacidade dos extravasores (informação


de projeto);
 Vertedouro:
Obstrução;
Danos estruturais;
Erosões regressivas na bacia de
dissipação.
 Borda livre:
Régua;
Existência de recalques e
deformações na crista da barragem.

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A Importância do Monitoramento Geotécnico

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A Importância do Monitoramento Geotécnico

Liquefação
A liquefação é o processo por meio do qual
um material sem coesão perde sua resistência
e flui como um líquido. Pode ocorrer em solos
granulares, quando as poropressões se
elevam a ponto de anular as tensões efetivas.
Se isso acontecer, a pressão intergranular
também será nula, assim como o atrito entre
partículas. Neste caso, o material se
comportará como um líquido. A liquefação
dinâmica pode ser causada por efeitos de
vibrações e terremotos. Já a liquefação
estática pode ser causada carregamentos
rápidos, subida do nível de água e elevada
precipitação pluviométrica.

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A Importância do Monitoramento Geotécnico

Condições para ocorrer a liquefação:

• O material deve ser contratil, com uma propensão para reduzir de volume durante o
cisalhamento. Os materiais granulares finos e uniformes, com saturação completa, são mais
propensos a liquefazer-se quando comparados aos materiais de granulometria mais grosseira e
angulares. No entanto, uma variável bastante relevante é o estado de compacidade.

• O cisalhamento deve ocorrer com rapidez suficiente para desenvolver condições não drenadas;

• O material deve estar saturado

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A Importância do Monitoramento Geotécnico

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A Importância do Monitoramento Geotécnico
Inspeção
Modo de Falha Itens a Serem Observados Monitoramento
Visual
Borda Livre x x
Existência de Recalques e Deformações x x
Galgamento Obstrução do Extravasor x
Danos Estruturais no Extravasor x
Erosões Regressivas na Bacia de Dissipação x
Surgências x x
Sandboils x
Erosão Interna / Sinkholes x
Piping Alterações na Vazão x x
Alterações na Turbidez na Saídas dos Drenos x x
Poropressão e NA x
Liquefação Ocorrência de Sismos x
Trincas x
Falta de Cobertura Vegetal x
Instabilização
Presença de Árvores x
de Taludes
Presença de Formigueiros e/ou Cupinzeiros x
Obstrução/Falhas na Drenagem Superficial x

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Por que instrumentar uma estrutura?
A instrumentação de barragens permite o acompanhamento dos fenômenos
internos das estruturas através da interpretação dos dados gerados.

Por que monitorar?


“Quando você pode medir o que está falando e expressar em números, você
sabe algo sobre isso, mas quando você não pode medir, quando você não
pode expressar em números, seu conhecimento é de um tipo escasso e
insatisfatório; pode ser o começo do conhecimento, mas você mal avançou,
em seus pensamentos, ao estágio da Ciência, seja qual for o assunto. ”

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Obrigado a todos

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