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61022 - Introdução à Economia (2023/2024)

3. A Economia Agregada

Margarita Arantes Salgueiro de Carvalho

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1 Internacional
Índice [3. A Economia Agregada]

3. A Economia Agregada

 Neves, J. C. (2023). Princípios de Economia Política, Princípia, 8ª ed.:

pág. 49 – 73.

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3. A Economia Agregada

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A Economia Agregada - Introdução

 No capítulo anterior estudamos o comportamento dos agentes num mercado para um dado
bem e a forma como desse comportamento emergem os preços e as quantidades de
equilíbrio de mercado.

 Mas numa economia existem muitos mercados. Existem tantos mercados quantos bens e
serviços e o que acontece num mercado acabará por influenciar outros mercados:
 Por exemplo, um aumento da procura por gelados levará os produtores a produzir uma maior quantidade de
gelados (isto é, aumenta a quantidade oferecida de gelados). Para tal, os produtores terão que adquirir mais
leite, o que aumenta a procura por leite e, assim sendo, do respetivo preço...

 Nenhum mercado existe isolado dos demais. Assim, quando queremos estudar a economia
na sua globalidade – a economia agregada – teremos de considerar as interações entre os
vários mercados.

 Tal pode ser alcançado estudando as decisões dos vários agentes económicos
(consumidores, empresas, entre outros) e a forma como essas decisões interagem entre si
 A decisão de aumento do consumo de gelados por parte dos consumidores leva as empresas produtoras de
gelados a decidir comprar mais leite. Os produtores de leite, por sua vez, podem decidir trocar o alimento das
vacas, para estas produzirem mais leite, o que altera a procura (e potencialmente os preços) dos vários tipos
de alimento disponíveis....

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A Economia Agregada – O equilíbrio geral

 O conceito de equilíbrio geral é fundamental para o estudo da economia agregada.


Corresponde a uma situação em que as decisões de todos os agentes económicos são tais
que todos os mercados da economia estão em simultaneamente em equilíbrio. Ou seja, a
oferta é igual à procura em cada um dos mercados existentes numa economia.

 A existência de interações entre as decisões dos agentes económicos implica ainda que
alguns fenómenos não podem ser descritos ou explicados de forma completa tendo por
base apenas os comportamentos individuais dos agentes. Fenómenos como a inflação, o
desemprego, o crescimento económico, a política monetária, a dívida pública, entre outros,
afetam a totalidade da economia – são fenómenos agregados [Nota: Veja-se o que foi
estudado no tema 1 sobre o conceito de macroeconomia].

 Veja-se também o exemplo do funcionamento de uma economia em termos agregados em


“A história da Ilha”, apresentado nas páginas 51 a 60.

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A Economia Agregada – O equilíbrio geral

 Desta pequena história (“A história da Ilha”) podemos destacar quatro aspetos:

‒ A agregação coloca a exigência de encontrar uma medida padrão.

‒ A lei de Say segundo a qual, ao nível da economia agregada, “a oferta cria


a sua própria procura”.

‒ A importância da moeda e funções que a mesma desempenha (“unidade


de conta”; “intermediário geral de trocas” e “reserva de valor”).

‒ A lei de Walras que postula que o total das ofertas numa dada economia
seja igual ao total das procuras dessa economia, incluindo a moeda.

[Nota: falaremos com mais detalhe sobre a moeda e suas funções quando for
abordada a política monetária].

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A Economia Agregada – A Economia Portuguesa

 A história da ilha ilustra o tipo de questões que surgem quando olhamos para o
funcionamento global da uma economia simples, como é o caso da ilha. Numa
economia como a portuguesa, os problemas serão, naturalmente, mais
complexos.

 As questões como o crescimento económico, o desemprego, a inflação, entre


outras, são problemas agregados e, como tal, estão no centro da análise
macroeconómica.

 Nas páginas 60 a 64 são apresentados alguns indicadores sobre a economia


portuguesa, apresentando-se também uma breve análise sobre a evolução dos
mesmos durante o séc. XX. [Nota: alguns destes indicadores serão analisados com
mais detalhe nos próximos temas]

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A Economia Agregada – Os conflitos básicos
 Apesar de existirem mecanismos que equilibram os vários mercados da
economia, promovendo o equilíbrio geral, nem sempre esse equilíbrio geral é
alcançado ou, sendo alcançado, poderá não constituir um resultado desejável
do funcionamento da economia. Por outras palavras, as soluções de mercado
podem não ser as melhores.

 A razão para tal está ligada à existência de dois conflitos básicos (veja-se
Neves, 2023: 64-72) que podem justificar a intervenção do Estado na economia:

 Conflito eficiência–equidade

 Conflito desenvolvimento–estabilidade

 A resolução destes conflitos não passa pelo mercado, pois são inerentes ao
mesmo, pelo que será através da tradição e da autoridade que tais conflitos
poderão ser dirimidos.
[Nota: poderá ser útil, a este propósito, rever o que foi discutido no Tema 1 relativamente aos
instrumentos que uma sociedade dispõe para resolver problemas económicos (Neves, 2023: 27-31)].

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