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Mas, independentemente da autoria, a frase ficou famosa mesmo na sua versão encurtada:
"Conhece-te a ti mesmo”. E traz como reflexão central, a ideia de que para alcançarmos o
verdadeiro conhecimento sobre a vida e o mundo, precisamos antes conhecer a nós mesmos.
Se queremos conhecer o mundo à nossa volta, devemos em primeiro lugar conhecer quem nós
somos.
Mas apesar dos diversos significados aplicados à palavra “daímôn”, ela traz sempre o sentido
de algo externo que influencia a conduta humana, porém não necessariamente a determina.
Pode-se dizer que seria uma disposição interior, uma espécie de intuição a respeito da própria
natureza do ser. Uma espécie de bússola para escolhas e sucesso pessoais. Como dito em aula,
conhecer a si mesmo não basta, há de se ter coragem de apostar na própria natureza.
O oráculo, por sua vez, ao receber as suas dúvidas, teria questionado: "O que você sabe?".
Sócrates teria respondido "Só sei que nada sei". O oráculo, ao ouvir a resposta do filósofo,
rebateu: "Sócrates é o mais sábio de todos os homens, pois é o único que sabe que não sabe."
Este diálogo tornou-se bastante significativo no estudo da Filosofia, pois demonstrou a
humildade do sábio diante da vida.
E a experiência de Sócrates nos permite entender que a postura assumida por uma pessoa
diante da vida diz muito sobre ela mesma. A maneira como encaramos a existência dita nossas
escolhas, e estas por si só dizem muito a respeito de nós. Quando nos apresentamos, falamos
das nossas escolhas, ou seja, daquilo que é importante para nós.
O mundo é um espelho
Uma discussão filosófica que reflete e resume o tema aqui estudado, já foi objeto de análise de
vários autores, como Espinosa, Mitchell e Freud, que seria o conceito chamado de espelho da
vida. Trata-se da teoria que aponta para o entendimento de que ao observarmos o mundo,
vemos a nós mesmos no mundo.
A forma como o mundo se apresenta nos permite descobrir coisas sobre nós mesmos, como
afinidades (vejo alguém cantando e percebo que gosto de música), apetites (experimento uma
maçã e percebo gostar desta fruta), e desejos (vejo pintura e desejo ser pintor), por exemplo.
É o que podemos chamar de imediatidade da vida percebida, ou seja, sem o mundo como é
não perceberíamos vários aspectos do nosso próprio eu.
¹“A vida é apenas um espelho” – o conceito crítico de vida de Schopenhauer. Link para
leitura: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ethic/article/download/1677-
2954.2012v11nesp1p17/22991/86673
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