Você está na página 1de 27

Anatomia Vascular

Imagens de desenho e Imagens radiológicas: Atlas de Anatomia Grays


Sistema Arterial da Cabeça e Pescoço
Importância:

 Trauma cervical: reconhecimento de estruturas vulneráveis, sendo que se faz necessário saber
como proceder, para estruturas vitais tem que reconstruir, se não for vital pode ligar e seguir em
frente.
 AVC e infarto são as maiores causas de morte cardiovascular na população.
 AVC: clinicamente dá pra saber em qual artéria foi obstruída e entender prevenção e
tratamento. É importante para saber, dependendo da obstrução, qual a sintomatologia
esperar.
 Reconstrução Cirúrgica: anatomia vascular delimita diversos retalhos.
 Retalhos são feitos quando não é possível realizar uma sutura “pele-pele”, ou seja,
fechamento primário em uma ressecção. Quem delimita, ou seja, diz qual o retalho vai
poder ser utilizado, é o sistema arterial; a fim de que seja feita uma reconstrução adequada.
 Anatomia cirúrgica: importante para diversas abordagens cirúrgicas.

 Foi realizada uma reconstrução a partir do conhecimento da anatomia vascular. Isso porque,
caso não se conhecesse a anatomia vascular, poderia desvascularizar a reconstrução.
Historicamente

 Anatomia veio muito antes da fisiologia, no fim da idade média e do renascimento já havia
trabalhos mostrando a anatomia humana.
 Fisiologia da circulação data da segunda metade do século XVIII. Se identificavam veias, artérias,
mas não se sabia a função delas.
 Entendimento do sistema vascular como carregador de oxigênio e nutrientes para os tecido só foi
conhecida mais tardiamente.
 Somente mais tarde houve o entendimento da circulação linfática.
 Drenagem de linfonodos em câncer de mama (esvaziamento de linfonodos axilares: deixa
um edema na mama e membro superior do lado em que houve o esvaziamento axilar. Isso
acontece porque a circulação linfática próxima foi comprometida.
 Com esse entendimento de que os vasos sanguíneos realizam a oxigenação dos tecidos e que
alguns dos vasos não tem sistemas colaterais de circulação e de que ali estão vasos terminais:
 Entendimento das irrigações e limites e consequências da falta de irrigação.
 Entendimento do retorno venosos como fundamental para preencher as câmaras cardíacas.
Irrigação da cabeça e pescoço: duas origens

 À direita: derivada do tronco braquicefálico, que é ramo direto da aorta.


 Subclávia direita
 Carótida direita
 À esquerda: ramos diretos da aorta.
 Carótida esquerda: tem um componente intra-torácico antes de alcançar a articulação
esternoclavicular. Sai direto do arco aórtico.
 Subclávia esquerda: tem um componente intratorácico antes de alcançar a articulação
esterno clavicular. Sai direto do arco aórtico.
São ramos independentes, que surgem diretamente da aorta.
Limite do pescoço: clavícula. Para baixo da clavícula já é tórax.
 Nível de divisão entre carótida externa e interna, ou seja, fim da carótida comum: nível do osso
hióide, onde é palpado o pulso carotídeo (pulso central).
 Irrigação do pescoço:
 Muito dependente das carótidas e menos dependente das subclávias:
 Artéria subclávia: tem três porções
 Primeira porção: anterior ao pulmão e cúpula pleural. De sua origem até a borda
medial do escaleno anterior. É única que nos interessa nesse momento.
 Demais porções: não são representativas para a cabeça e pescoço.
 Falaremos das artérias com importância nesse segmento anatômico.
 Artéria subclávia: artéria vertebral, tronco tireocervical, tronco costocervical
 Artéria vertebral: trajeto ascendente e através dos forames transversos das 6 vértebras
cervicais e penetra no crânio pelo forame magno do occipital. A artéria vertebral irriga o
encéfalo e a medula espinhal.
 Tronco tireocervical, que se divide em três ramos:
 Tireoidea inferior
 A tireoide, apesar de ser uma glândula pequena, é irrigada pela tireóidea
inferior (ramo do tronco tireocervical, que é ramo da artéria subclávia). Além
da tireoidiano superior, que é o primeiro ramo da carótida interna.
 O que isso quer dizer? A tireoide tem 2 sistemas ateriais de suprimento
sanguíneo, se eu ligar uma das tireoidianas, a outra supre a falta da outra.
 As irrigações de músculo e de pele tem várias anostomoses que suprem.
 Cervical transversa e supra-escapular
 Cervical ascendente
 Tronco costocervical, que origina:
 Cervical profunda
 Intercostal suprema
 Figura:
 Círculo azul: primeira porção da subclávia
 Triângulo verde: tronco tireocervical
Importância da cervical transversa na constituição de retalhos

 Cervical transversa: lateral no pescoço e responsável pela irrigação de boa parte do ombro.

Para fazer o retalho do rosto após a


ressecção da lesão, utiliza-se uma parte da
pele do ombro e pescoço, suturando o
retalho na face. Isso é possível pois a
cervical transversa irriga essa região. Se
em algum momento da vida a cervical
transversa já tiver sido ligada
(interrompimento da circulação por ela),
esse retalho não poderia ser usado. O retalho é dependente da cervical transversa.

 Artérias Carótidas:
 Ramos principais para o pescoço e encéfalo.
 Carótida comum: origina a carótida externa e a interna no nível do hióide.
 Carótida comum não emite ramos na região cervical na imensa maioria das
vezes e a interna não emite de forma nenhuma ramos na região
cervical/pescoço
 Carótida Interna: importância na irrigação dos hemisférios cerebrais, a interna segue para o
encéfalo.
 Carótida Externa: irrigação da maior parte das estruturas cervicais, irrigação da face e
pescoço.
Se der ramo é a carótida externa e se não der ramo nenhum é a interna.
 Seio Carotídeo: barorreceptores. Massagem pode causar bradicardia e hipotensão. Próximo
ao seio carotídeo há bifurcação da carótida comum.
 Carótida Externa:
 Inúmeras anastomoses garantem a irrigação das estruturas cervicais. Artérias não
terminais, com exceção da lingual. Posso liga-las que outras regiões vão realizar o
suprimento de oxigênio. Isso significa que elas são regiões anatomicamente independentes
do ponto de vista vascular.
 Circulação terminal é um exceção, ou seja, podemos ligar a imensa maioria das artérias que
não teremos perda do segmento anatômico irrigado por ela.
 Além das anastomoses entre os ramos de carótida externa, temos com os ramos da
subclávia e carótida interna.
Chegou paciente que levou um tiro no pescoço e a carótida externa ficou toda
destruída? Não perder tempo tentando reconstruir a carótida externa, ligar esse vaso
e não há nenhum prejuízo funcional.
 Localização anatômica da carótida externa:
 Referência anatômica: abaixo do músculo esternocleidomastoideo, dentro da bainha
carotídea, estrura que envolve o vago, a jugular e a carótida externa. A bainha carotídeo
nada mais é que uma estrutura de fascia.
 Palpável lateralmente ao corno do osso hioide e arcabouço laríngeo: palpação do pulso
central
 Feixe vásculo nervosos do pescoço, contido na bainha carotídea junto com a veia jugular
interna e nervo vago, situado medialmente à veia e anteriormente ao vago
Na anatomia da bainha carotídea: a jugular é mais lateral, carótida externa é medial
e a o vago é mais posterior –lateralmente a veia e medialmente a artéria. Isso é
diferente da região inguinal, em que a artéria é mais lateral e medialmente a veia.
Fascia cervical cria a bainha carotídeo, que envolve as três estruturas que formam o
feixe vásculo nervoso do pescoço.
Amarelo: jugular
Vermelho: via aérea
Verde: carótida externa

Imagem 1: músculo digástrico (azul); carótida


(amarelo); jugular (verde)
Imagem 2: jugular foi removida. Carótida externa e
nervo vago.

 Ramos da carótida externa:


 Tireoideana superior. Tem origem dela a laríngea superior, que irriga a laringe.
 Lingual
 Facial
 Occipital
 Auricular posterior
 Faríngea ascendente
 Temporal superficial
 Maxilar interna – três porções:
1. Meníngea média e alveolar inferior
2. Musculatura mastigatória (as artérias tem os mesmos nomes dos músculos
relacionados à mastigação) e temporal profunda
 Masseter > artéria massetérica
 Temporal > artéria temporal profunda
 Pterigóides > artérias pterigoideas
3. Infraorbitária e esfenopalatina
Temporal superficial e maxilar interna: ramos terminais da carótida externa
Terminal? A carótida externa dá os ramos e no fim se divide nos 2 ramos terminais.
 Tireoidiana Superior:
 Primeiro ramo da carótida externa, sendo que eventualmente pode emergir da carótida
comum.
 Irrigação da tireoide, junto com a tireoidiana inferior (ramo da subclávia)
 Irrigação da laringe e irriga ainda a musculatura pré-tireoidiana
 Importância na irrigação das paratireoides
 Entra pela parte de cima da glândula (vista posterior).

 Importância da tireoidiana superior na confecção de retalhos:


Retalho infra hioideo:
Esse retalho pode ser usado para reconstrução de lesões de assoalho de boca. Se eu ligar a tireoidiana
superior, não posso fazer o retalho. No círculo, há a região contendo a jugular e a carótida externa que não
está tão visível. O retalho é dependente só da tireoidiana superior. Levo o retalho até o local onde vai ser
colocado ligado à artéria
Com o passar do tempo o tecido que está ali vai sofrer metaplasia.

 Artéria lingual:
 Em alguns casos, ela pode ser terminal, sendo que cada uma delas irriga hemilingua
homolateral. Então, sempre que possível, não deve-se ligar a língua, pois em alguns casos as
circulações podem ser terminais.
 Segundo ramo da artéria carótida externa, direção ascendente e emite ramos para a glândula
submandibular e assoalho da boca.
 Artéria facial:
 3° ramo da carótida, trajeto ascendente, passa junto ao ângulo da mandíbula e tem como ramos
importantes a angular e as labiais.
 Palpável junto ao ângulo da mandíbula
 Junto ao ângulo da mandíbula também serve como ponto para dissecção da veia facial para
acesso venoso em recém-nascido. Algumas vezes o RN não tem acesso venoso periférico e a
artéria facial é constante; então, quando eu preciso de um acesso venoso, posso dissecar a veia
facial no ângulo da mandíbula e utilizá-la como via de infusão de medicação.
 Trajeto ascendente e tem a artéria angular (passa próximo à pirâmide nasal) e as labiais como
ramos importantes.

 Importância da artéria facial orbicular em retalhos:


Imagem 1 e imagem 2
Ressecção de tumor de lábio
Mantenho os pedículos vasculares e faço a
reconstrução.
 Artéria Occipital:
 Diversos ramos para o couro cabeludo.
 Ramo descendente da artéria occipital se anastomosa com ramos da subclávia e representa
uma circulação colateral nos casos de ligadura da subclávia ou carótida.
 A. occipital é uma via de comunicação (anastomose) entre o sistema carotídeo e subclávio na
irrigação do pescoço.
 Auricular posterior:
 Irrigação do ouvido médio, nervo facial, canais semicirculares e membrana do tímpano.

 Faríngea ascendente:
 Irrigação da faringe, com anastomose de ramos da subclávia que também irrigam a faringe.
 Artéria temporal superficial:
 Ramo terminal da carótida externa
 Irrigação do couro cabeludo, sendo palpável na região temporal
 Diagnóstico de arterite temporal (doença reumatológica) se faz com biópsia da artéria temporal
ou seus ramos
 Irriga a parótida (transversa da face) e se anastomosa com ramos da artéria facial
 Importância da temporal superficial em retalhos: retalhos de fronte e de couro cabeludo

 Artéria maxilar interna:


 Ramos da primeira porção: suprem membrana do tímpano, dura-máter, crânio e dentes
inferiores
 Artéria meníngea média: trajeto ascendente sendo responsável pela irrigação da
dura-máter.
 Alveolar inferior: trajeto dentro do canal alveolar da mandíbula. Elveolar interna
entra na mandíbula pelo forame de Sptiz e sai no mento pelo forame mentoniano, se
tornando artéria mentoniana. Irrigação dos dentes.
 Ramos da segunda porção: nutrem os músculos mastigatórios
 Artéria temporal profunda

 Importância da maxilar temporal profunda em retalhos:

Ressecção de Tumor de órbita: uso do músculo


temporal para o retalho dentro da cavidade orbitária.

 Ramos da terceira porção: inervam dentes superiores, porções da face e órbita, palato e
cavidade nasal.
 Artéria infraorbitária: emerge pelo forame infraorbitário junto com o nervo
infraorbitário
 Artéria esfenopalatina: geralmente associadas à epistaxe
Sistema venoso da cabeça e pescoço: (01:04)

 Importância:
 Anatomia Cirúrgica: retalhos que foram vistos também pressupões drenagem venosa. Da
mesma forma que o sangue irriga, ele precisa drenado para não haver congestão.
 Acessos venosos para terapias: punção central e acesso jugular interno, externo, dissecção
de veia facial > acessos que são utilizados em ambiente hospitalar.
 Sistema venoso:
 Sistema venoso superficial: composto pelas veias jugulares externas e anteriores.
 Sistema venosos profundo: veia jugular interna e suas tributárias. É o sistema mais
importante do ponto de vista de drenagem venosa.
 Sistema Venoso Superficial:
 Jugular Externa: se forma dentro da parótida pela união da retromandibular e auricular
posterior, geralmente tributária da veia subclávia, podendo ser tributária da jugular interna.
 Utilizada em punções venosas com jelco calbroso.
 Se forma dentro da parótida pela junção da retromandibular e auricular posterior
 Tem um trajeto cervical posterior e segue para região posterior
 A região final desagua na subclávia e pode ser tributária da jugular interna
 Jugular anterior: região anterior do pescoço, podem formar o arco jugular, unindo as duas
jugulares anteriores.
É possível ver as veias superficiais quando pcte faz a manobra de valsava. Isso
porque ele aumenta a pressão abdominal e torácica, aumentando a pressão nas
veias e diminuindo o retorno venoso.
 Em amarelo: arco jugular
 Jugulares externas desembocam na subclávia.
 Sistema venoso profundo:
 Em última instância, drenagem pelas jugulares internas
 Tributárias com os nomes das artérias que as acompanham em seu trajeto
 Veias: tireóideas superiores, lingual, facial...todas são tributárias da jugular interna
 Veia jugular interna:
 Drena o encéfalo, pescoço, face
 Continuação direta do seio sigmoide (base do crânio), iniciando no forame jugular, na base
do crânio
 Na base do pescoço, se unem ás veias subclávias para formarem as veias braquiocefálicas,
que posteriormente se unem para formarem a veia cava superior
O tronco braquiocefálico (direito e esquerdo) existe a direita do ponto de vista
arterial.
A esquerda há as artérias (carótida e subclávia)que são ramos diretos da aorta.
 Importância na formação de retalhos

 Triângulo verde: veia jugular interna


 Círculo azul: cava superior
 Retângulo amarelo: tronco braquiocefálico
 Seta preta: veia subclávia
 Veia Jugular Interna:
 Algumas tributárias em forma de plexos venosos com grande sangramento em caso de
lesão, como o plexo pterigoide
 Plexo pterigoide: como se fosse uma malha de muitas veias. Hemostasia nesse local é feito
com sutura, pois o sangramento é difuso.
 Veia facial, lingual e tireoidiana superior muitas vezes se unem antes de se ligarem à jugular
interna, formando o tronco tireolinguofacial
 Veia facial se anastomosa livremente com as veias oftálmicas superior e inferior e portanto
com o seio cavernoso (base do crânio). Com isso, infecções nessa região podem tomar
trajeto ascendente e se tornarem bastante graves, pois tem caminho para o encéfalo.
 Veia oftálmica tem drenagem direta para o seio cavernoso na base do encéfalo
 Acesso venoso central:
 Necessário muitas vezes quando se quer dar nutrição parenteral
 Quando não há mais veia periférica > acesso venoso central > subclávias ou jugulares na
rotina
 Quando se faz necessária a monitorização de pressão venosa central
 Jugular oferece menos risco de complicação

 Acesso venoso jugular:


 Veia se encontra lateral à carótida interna
 Existe mais de um acesso ou mais de uma via
 Sistema linfático da cabeça e pescoço:
 Seta de diversas patologias relacionadas ao sistema linfático (linfadenomegalias
metastáticas) se manifestam na região cervical
 Linfonodo de Virchow: linfonodo que dá na fossa supraclavicular esquerda, pois
nesse local há a sede da drenagem linfática terminal de todos os órgãos intra-
abdominais
 Refletem patologias do sistema respiratório e patologias intratorácicas

 Drenagem Linfática:
 Toda linfa recolhida pelo corpo, abdome, pelve, membros inferiores, superior
esquerdo: vai para a região cervical pelo ducto torácico
 Qualquer metaplasia nessa topografia, pode se espalhar por via linfática e
chegar até a região cervical.
 O linfonodo de Virchow pode ser o primeiro sinal de neoplasia nessa
topografia.

 Drenagem linfática do pescoço:


 Pescoço contém cerca de 30% dos linfonodos do corpo humano
 Distribuídos em níveis cervicais – de I a VI
 Pelo pescoço passa toda a linfa do corpo, sendo que à esquerda temos o ducto torácico e à
direita o ducto linfático direto
 Ducto linfático direto:
 Drenagem linfática da cabeça – à direita, membro superior direito e hemitórax direito
 Troncos subclávio, jugular e broncomediastinal formam o ducto torácico direito, que na
maioria das vezes não existe. Dessa forma, esses três ductos linfáticos desembocam
separadamente na subclávia ou na jugular

 Tronco jugular + tronco subclávio = se unem e desembocam na subclávia direita


 Tronco broncomediastinal direito > desemboca na subclávia direita
 Os três se unirem para formar uma estrutura/ducto único para desembocar na subclávia é raro
 Ducto Torácico:
 Vem para a região cervical a partir do tórax
 Drena a linfa de todo o restante do corpo
 Recebe os troncos jugular esquerdo, broncomediastinal esquerdo e subclávio esquerdo >
formando uma estrutura única (ducto torácico) para desembocar na veia subclávia
 Desemboca no ângulo jugulo-subclávio, na jugular interna ou ainda na veia braquiocefálica
Ducto torácico como estrutura mais transparente.
Na foto ele foi ligado

 Problemas com ducto torácico:


 Punções centrais são realizadas mais à direita para se reduzir o risco de lesão inadvertida do
ducto torácico
 Lesões durante a cirurgia, se não devidamente corrigidas, podem originar uma complicação
chamada fístula quilosa – drenagem de linfa pelo dreno ou pela ferida cirúrgica, ou ainda
para dentro do tórax, necessitando de nutrição parenteral muitas vezes.
 Sistema Arterial para o encéfalo:
 Circulação para o encéfalo é fundamental – neurônios sobrevivem poucos minutos se irrigação
e não há regeneração
 Por isso – paradas cardiorrespiratórias hoje com maior atenção à massagem cardíaca externa –
sequela neurológica por hipóxia > encefalopatia hipóxica
 Irrigação comprometida – clinicamente o paciente manifesta sintomas relacionados à perda
daqueles neurônios – afasia, paralisia motora, deficiência visual e outros
 Sintomas após a encefalopatia hipóxica vai depender da área comprometida e do tempo
de hipóxia
 Fluxo sanguíneo por minuto só é superado pelo rim e coração
 Fluxo mais rico em áreas com maior número de sinapses e portanto maior na substância
cinzentas que nas brancas
 Fluxo variável quando existe estímulo a uma áreas específica
 Origina a partir da carótida interna e das vertebrais
 Circulação intracraniana é independente/exclusiva para essa região, tendo poucas
comunicações com a extracraniana
 Diferentemente das outras vísceras, não possui um hilo próprio para a penetração dos vasos.
Eles penetram no encéfalo a partir de vários pontos
 Anatomicamente as artérias são mais finas (paredes menos espessas), o que aumenta sua
vulnerabilidade a sangramentos
 Artérias principais:
 Artéria carótida interna: forma sistema carotídeo interno, com ramos terminais – cerebral
anterior e média
 Artérias Vertebrais: formam a artéria basilar, após seu trajeto cervical dentro dos forames
transversos das vértebras cervicais, formam o sistema vertebrobasilar.
 Artéria vertebral é ramo da subclávia
 As artérias vertebrais passam pelos forames das vértebras cervicais e se unem formando
a artéria basilar. A basilar se divide em 2 artérias cerebrais posteriores
 A carótida interna não emite ramos para o pescoço, sobe e se divide em cerebral
anterior e cerebral média

 Sistema Carotídeo:
 As carótidas penetram no crânio pelo canal carotídeo do osso temporal, atravessa o seio
cavernoso formando o sifão carotídeo
 Perfura a dura-mater
 Emite os seguintes ramos:
 Artéria oftálmica
 Artéria comunicante posterior – anostosomose com a cerebral posterior
 Artéria corioidea anterior – plexos coroides e cápsulas interna
 Sistema vertebrobasilar:
 Artérias vertebrais penetram no crânio pelo forame magno
 Dão origem às seguintes artérias:
 Espinhas posteriores e espinhal anterior – irrigação da medula
 Cerebelares inferiores posteriores – irrigação do cerebelo
 No nível do sulco bulbopontino as vertebrais se fundem e formam um tronco único –
artéria basilar
 Artéria basilar percorre o sulco basilar da ponte e em sua parte terminal se bifurca para
formar as cerebrais posteriores direita e esquerda

Artérias vertebrais formando a


cerebelar e espinhal antes de se
unirem para formar a basilar.

 Artéria Basilar:
 Ramos principais:
 Artéria cerebelar superior
 Artéria cerebelar inferior anterior
 Artéria do labirinto
Problema de irrigação nas vertebrais, há problema de irrigação no cerebelo;
um AVC nas vertebrais pode gerar distúrbios no equilíbrio.
 Polígono de Willis:
 Sistema de comunicação arterial entre os sistemas carotídeos e vertebrais de forma
poligonal
 Situado na base do cérebro
 Formado pelas porções proximais da cerebral anterior, média e posterior e pelas artérias
comunicante anterior e comunicantes posteriores direita e esquerda
 Comunicante anterior – anastomosa as duas cerebrais anteriores diante do quiasma óptico
 Comunicantes posteriores – anastomosam as carótidas internas com as cerebrais
posteriores correspondentes

Comunicante posterior: comunicação da


cerebral posterior com a cerebral média
Comunicante anterior: comunicação das
cerebrais anteriores
Importância: problemas de obstrução
em uma das artérias de um dos lados
são supridos pela irrigação da outra em
razão da comunicação.
Comunicação entre o sistema carotídeo
e o cerebral: caso o fluxo baixe de um
lado, tem o outro para suprir.
 Polígono na base do crânio
 Comunicante anterior está à frente do quiasma óptico
 Habitualmente:
 Os sistemas são independentes
 Em caso obstrução de uma das quatro artérias – possibilidade de se manter a irrigação da
área pelo polígono de Willis, sem causar a perda de neurônios
 E na clínica, isso é importante?
 Situações em guerra e emergenciais – ligaduras de carótidas – muitos sem lesões
neurológicas – Polígono de Willis patente
 Hoje, quando se prevê a necessidade de ligadura de carótida interna em procedimentos
eletivos? O que fazer? Como se fazia antigamente diante de aneurismas inabordáveis?
 Teste do balão: realiza um acesso e chega à carótida interna. Chegando nela, insufla
o balão, causando uma obstrução. Se o pcte não tiver sintomas neurológicos,
significa que o polígono de Willis está patente. Caso contrário, se fizer a ligadura da
carótida interna, o pcte pode evoluir para um AVC.
 Ramos Cerebrais:
 Todas as três cerebrais emitem ramos centrais e corticais
 Ramos centrais – penetram perpendicularmente na base do cérebro e vascularizam o
diencéfalo, núcleos da base e cápsula interna
 Ramos corticais se destinam à vascularização do córtex e substância branca adjacente
 Ramos corticais:
 Habitualmente apresentam anastomoses, mas a obstrução das mesmas habitualmente gera
sintomas, pois a circulação colateral é insuficiente para manter o fluxo adequado
 Sintomatologia clínica dependerá das artérias comprometidas, de acordo com a sua área de
irrigação no encéfalo
 Áreas de irrigação comprometidas e redução da perfusão: AVC
 Correspondência entre as áreas e clínica do paciente:
 Cerebral anterior – paralisia e diminuição de sensibilidade do membro inferior do lado
oposto
 Cerebral média: áreas corticais importantes
 Área motora somestésica e centro da palavra falada
 Obstruções: quando não fatais, sintomas evidentes como perda motora e
sensibilidade do corpo do lado oposto (exceto membro inferior), com distúrbios de
linguagem
 Cerebral posterior: cegueira ou perda de campos visuais

 Anastomoses do sistema carotídeo interno e externo:


As anastomoses entre o carotídeo interno (irrigação do encéfalo) e externo
(irrigação do pescoço e face) não são muito frequentes e nem resolvem
problemas como um AVC.
 Artéria angular da carotídea externa com a nasal que é derivada da oftálmica, que é
derivada da carótida interna – pode manter a irrigação da órbita e parte das vias ópticas em
caso de obstrução de carótida interna
 Artéria carótida externa, via maxilar interna, meníngea média e seu ramo anterior, artéria
lacrimal e artéria oftálmica
 Artéria carótida externa, temporal superficial e seu ramo anterior, artéria supra-orbitária,
artéria oftálmica
 Plexo de Kiesselbach: septo nasal anterior, etmoidea anterior, posterior e esfenopalatina
com as artérias labiais anteriores e palatinas.
 Processos infecciosos na face vão para drenagem venosa e podem causar infecções
do SNC.
 Vascularização venosa do encéfalo: (02:15)
 As veias não acompanham as artérias de modo geral
 Drenam para os seis da dura-máter, de onde convergem para as veias jugulares
 Paredes muito finas, desprovidas de elementos musculares que permitem autorregulação
 Seios da dura-máter:
 Seios: canais venosos revestidos por endotélio situados entre os dois folhetos que compõe a
dura-máter encefálico
 Maioria tem secção triangular
 Seios se comunicam com as veias da superfície externa do crânio por meio de veias
emissárias
 Seios que apresentam relação com a abóbora e com a base do crânio
 Seios da abóbada:
 Seio sagital superior – ímpar e mediano
 As craniotomias não passam pelo seios, isso porque eles não podem ser suturados. É
um triângulo que tem sangue dentro dele.
 Seio sagital inferior – margem livre da foice do cérebro, terminando no seio reto
 Seio reto – linha de união entre a foice do cérebro e tendo do cerebelo. Recebe em sua
extremidade anterior o seio sagital inferior e veia cerebral magna. Termina na confluência
dos seios.
 Seio transverso – estrutura par, dispõe-se de cada lado, ao longo da inserção da tenda do
cerebelo, desde a confluência dos seios até a parte petrosa do osso temporal, onde passa a
ser chamado de seio sigmoide
 Seio sigmoide – continuação do seio transverso até o forame jugular, onde dá continuidade
à veia jugular. Drena quase todo o sangue venoso.
 Seio occipital – dispõe-se ao longo da margem de inserção da foice do cerebelo. É irregular
e pequeno.
 Seios da base:
 Seio cavernoso: situada de cada lado, do corpo do esfenoide e sela túrcica. Recebe o sangue
das veias oftálmicas superior e central da retina. Drena para o seio contralateral por meio
do seio intercavernoso. A hipófise está mergulhada dentro do seio cavernoso.
 Seio intercavernoso
 Seio esfenoparietal: percorre a face inferior da asa menor do esfenoide e desemboca no
seio cavernoso.

 Seio petroso superior: de cada lado da tensa do cerebelo, na porção petrosa do osso temporal.
Drena o sangue do seio cavernoso para o seio sigmoide.
 Seio petroso inferior: percorre o sulco petroso inferior entre o seio cavernoso e o forame jugular
onde termina se lançando na veia jugular interna,
 Plexo basilar: ímpar, ocupa a porção basilar do seio occipital. Comunica-se com o seio petroso
inferior e cavernoso. Liga-se ao plexo venoso do forame occipital e através desse, ao plexo venoso
vertebral interno.
 Nome dos principais seios e que a drenagem dos seios não é feita por veias, mas sim por seios que
confluem para o seio sigmoide, formando a jugular.
 Veias do Cérebro:
 Sistema superficial:
 Drenam o córtex e substância branca subjacente
 Anastomoses frequentes e formam as veias cerebrais superficiais
 Veias cerebrais superficiais superiores: face medial e superior do encéfalo
 Veias cerebrais superficiais inferiores: metade inferior do encéfalo
 Veia cerebral média superficial
 Sistema Venoso Profundo:
 Drenam o sangue da parte profunda do cérebro
 Veia cerebral magna ou veia de Galeno: formada pela confluência das veias cerebrais
internas

Você também pode gostar