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MEDICINA

MEDICINA LEGAL

NASCIMENTO DE SOUZA
MEDICINA LEGAL

LEGAL
RESUMO POR LÍVIA
MEDICINA LEGAL
MEDICINA LEGAL
MEDICINA LEGAL
MEDICINA LEGAL
MEDICINA LEGAL
MEDICINA LEGAL
Medicina Legal
Identidade e identificação
Formas de identificar: tatuagem, características
físicas, etc.
E quem não tem impressão digital? – isso não
existe, só depois de um tempo muito longo de
morte. Existem várias formas de colher a digital.
• Digitais são formadas a partir do sexto mês
de vida - movimento do feto na barriga da
mãe.

Primeiro quesito de necrópsia: houve a morte?

Perícia criminal: quem pede a perícia?


1. Delegado de policia
2. Promotor de justiça
3. Juíz
4. Polícia militar

Perito cível: faz um parecer sobre um caso.

Instrumentos diferentes podem causar lesões


iguais. Instrumentos iguais podem causar lesões
diferentes.

Não é facada, é lesão pérfuro-cortante.


• Se não chega com a faca la, você deve
interpretar a lesão.

O perito não fala a causa jurídica, mas sim os


vestígios (tipo uma descrição).
1. Descrevemos o meio (qual o tipo de lesão
causada) e não o instrumento.

1
Medicina Legal
Identidade e identificação mas nega de todas as formas. Não quero
reconhecer aquele cadáver.
Termos mais comuns:
São situações que me tiram a capacidade de
1. Reconhecimento: conhecer de novo. Para
reconhecer.
reconhecer, tenho que ter na memória
características daquela pessoa.
2. Identidade IDENTIDADE
3. Identificação Tudo aquilo que tenta me colocar como único.
Todas as características que me fazem ficar
RECONHECIMENTO diferente dos outros.
1. Cicatriz
2. Cor dos olhos
3. Tratamento dentário
4. Tatuagem

Conjunto de carácteres próprios e exclusivos de


uma pessoa. Toda pessoa tem direito a um
sobrenome, ou seja, a uma identidade.

É uma coisa subjetiva, leiga, tecnicamente falando, Tem uma fórmula complexa que fala de nome,
não nos serve como forma de qualificar uma qualificação, característica particulares,
pessoa. circunstancias do momento.
• Problema pra pessoa: preciso estar I = N + Q + C + C*
emocionalmente normal, tranquilo. Não Identidade = Nome + Qualificação +
posso estar sobre pressão. Características particulares + Circunstância do
Existe uma situação psiquiátrica chamada de momento*
CATATIMIA: toda vez que estou sob efeito de
• *Circunstância do momento influencia muito.
estresse, seja ele positivo ou negativo, eu posso
não conseguir entrar no meu baú de
conhecimentos e não conseguir buscar as Apesar de tentar usar uma fórmula, ela não nos
identificações, aqueles vestígios para fazer um serve.
reconhecimento:
• Positiva: mãe perdeu filho há um tempo, CARÁCTERES PARTICULARES
busca desesperada pelo filho. Um dia a Mutilação = código de Hammurabi. Identificava
assistência social chama ela, falando que tem apenas as pessoas criminosas das não criminosas.
alguém com as características que eles
estão procurando. Nesse desespero, a mãe • Roubou a primeira vez: amputa a mão, etc.
acaba reconhecendo aquele cadáver como Por isso podemos ver porque essa forma de
filho. Reconheceu por um motivo, para identificação não durou ate hoje.
acabar com a dor.
• Negativa: tem um filho, vou ao IML Tatuagens = se a pessoa era criminosa, tatuava
reconhecer e o meu filho e é ele mesmo, uma letra no peito. Repetia o ato, tatuava número
1
e letra. Tentava diferenciar criminosos e não Fundamentos dos métodos de identificação
criminosos.
U.I.P.P.C = são elementos importantes para fazer a
Hoje em dia a tatuagem serve para separar um comparação do primeiro registro com o segundo
indivíduo do outro. registro. Não posso comparar qualquer coisa. Então
temos quatro requisitos fundamentais.
Caracteres: 1. Único: único do individuo;
1. Objetiva: são aquelas no permite através de 2. Imutável: de preferência, que tenha nascido
um policial, técnico cientifico, judiciário com aquilo e morrido com aquilo;
2. Subjetiva 3. Perene: resistir a ação do tempo, difícil ter.
4. Prático: que não seja complexo
5. Classificabilidade: fácil arquivamento e
IDENTIFICAÇÃO: recuperação das informações colhidas
Feita por dois grupos principais: Pelo menos 4 dos 5 preciso ter no processo de
1. Médico legal: apenas o médico legista faz. comparação.
Precisa de conhecimento especifico para ela
= Qual a raça da ossada, provável sexo,
idade, estatura, sinais individuais, biotipo, etc

2. Policial ou judiciária: qualquer outro servidor


físico da policia ou segurança publica pode
fazer. Feita por peritos em identificação.
Método datiloscópico.

Fases fundamentais da identificação


Toda identificação: processo pelo qual identifico
aquele indivíduo. Todo processo é comparativo. Em
situação de catástrofe, sempre teremos uma Métodos de identificação
equipe anti-mortem (busca o primeiro registro – Fotografia sinalética: fotografia comum, porém
pega informações das pessoas, como o prontuário com redução de um sétimo de frente e de perfil
odontológico, por exemplo) e a equipe pós- direito. É possível definir a estatura do indivíduo.
mortem Processo de identificar criminosos por marcas ou
• Segundo registro: é aquele identificado no cicatrizes, ou por quaisquer outros sinais.
momento, no cadáver, por exemplo.

OUTROS MÉTODOS:
1. Rugopalatoscopia: identifica as pessoas pela
rugosidade do palato. Impossível de
classificar.

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2. Queiloscopia: classifica-os de acordo com os Como é um método criado:
sulcos que o lábio deixa em uma superfície • Desenho digital: conjunto de cristas e sulcos.
lisa. Tipo I a V. Foram tantos tipos que não É quando você olha direto para sua mão.
tinha como classificar os indivíduos. • Impressão digital: contrário do desenho:
3. Poroscopia: classifica-os pelo formato dos ajuntamento de linhas brancas e pretas
poros sudoríparos que as cristas papilares sobre determinados suportes.
deixam em uma superfície lisa.
4. Flebografia: através de contraste,
radiografar, observa as veias (sistema Estamos lendo sempre o desenho digital de forma
venoso) contrária.
• Esquerda: esquerda da impressão e não do
desenho. É tipo um espelho.
Identificação judiciária ou policial
SISTEMA ANTROPOMÉTRICO DE BERTILLON
Toda impressão é composta por:
Em 1879: focou na antropometria.
• Conjunto de linhas como base do desenho.
• Identificar pelos 11 pontos de ossificação do – Região basilar
individuo. As pessoas teriam que ter mais de
• Conjunto de linhas como centro do
20 anos.
desenho – região nuclear
Identificou os criminosos primeiro, e só depois que • Conjunto de linhas como a margem do
ele ia para as outras pessoas. desenho – região marginal
Foi difícil criar os 11 pontos, então a fila para criar
uma identidade seria eterna.
No encontro dos três sistemas, forma-se um
triangulo. Esse triângulo, deu-se o nome de DELTA.
SISTEMA DACTILOSCÓPICO VUCETICH Delta pode estar à direita, pode estar à esquerda,
Criou um método em 1892 – meio mais utilizado ou bem como, nos dois lados ou lado nenhum.
no mundo desde o inicio do século XX.
Conseguiu separar a policia federal em policia militar
e policia civil. Separou porque era tão importante o
método de identificação dele, que precisava de
uma polícia específica para identifica o individuo.
• Polícia Militar = na rua
• Polícia Civil = parte científica
1902 – Foi criado uma equipe da policia civil, e pro
brasil era uma equipe muito grande: a primeira
estrutura da policia técnica cientifica.

REQUISITOS DECADACTILAR DE VUCETICH


Requisitos fundamentais: criou uma situação única, SISTEMA BASILAR: conjunto de linhas pretas e
imutável, prático e classificável. brancas que se situam na base da impressão digital.
Temos uma parte de cima, uma parte de baixo, SISTEMA NUCLEAR: conjunto de linhas pretas e
temos 5 quadradinhos = para colher um dedo em brancas que se situam no meio da impressão
cada quadrado e classificá-lo. digital;

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SISTEMA MARGINAL: conjunto de linhas pretas e
brancas que se situam na margem da impressão
digital;

Os 4 tipos fundamentais da classificação de


vucetich

VEIA 4321
• V = verticilo (2 deltas)
• E = presilha externa (delta a esquerda)
• I = presilha interna (delta a direita)
• A = arco (sem delta)

Polegares: usa-se letras; qualquer dedo que não o


polegar, usa-se números.

FÓRMULA DACTILOSCÓPICA
Numerador (série): vai ser a minha mão DIREITA.
Sempre começo a colher minha dactiloscopia pela
mão direita. E o primeiro dedo é pelo polegar.

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1. Dedos da mão direita
2. Começando pelo polegar: representado por
letras
3. Demais dedos: representados por números

Em todo arquivo dactiloscópico eu começo pelo


dedo fundamental (polegar direito)

Denominador (secção):
1. Os dedos da mão esquerda na mesma
sequência da mão direita.

Dentro da série eu tenho tipo fundamental


(POLEGAR) e outros dedos das mãos; da mesma
forma que na secção.

A fórmula dactiloscópica serve para identificar ou


excluir.

Exemplo: A forma datiloscópica abaixo pode ter


sido presidente da república (Lula): pontos característicos

𝑉 − 4311
𝐸 − 4210

EIX34 = o X é de não consegui identificar


E4210 = o zero é que não tem dedo

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BIFE DE CARNE DE PORCO = são os pontos
característicos que separam os milhões de
indivíduos em um uma pessoa só.
São 12 pontos característicos (de 12 a 20) que
permite o estabelecimento da identidade de uma
pessoa.
• Os pontos característicos são coincidências
de comparação de um dedo com o outro.
Tem que ter de 12 a 20 pontos característicos
coincidentes.

BIFE DE CARNE DE PORCO


1. Bifurcação
2. Ilhota
3. Forquilha
4. Encerro
5. Cortada
6. Ponto

A polícia federal utiliza um sistema para ir fazendo


essa comparação.

CASOS ESPECIAIS
Em indivíduo que estava apodrecendo, mas entrou
na fase de mumificação. Hidrata-se a mão para
esticar as papilas e faz a coleta na ficha
dactiloscópica.
Não precisa dos 10 dedos para identificar. Precisa de
um pedaço de qualquer uma que tenha 12 pontos
característicos.

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Medicina Legal
Noções de antropologia Legista tem que saber lavar roupa – para ajudar
na identificação do desconhecido.
Mesmos parâmetros. Todo método de
identificação é comparativo. Temos que ter
elementos que sejam passíveis para se comparar Espécie
uma coisa com a outra.
Se não é da especie humana, não nos interessa do
• Uippc ponto de vista pericial.

Identificação - médico legal Animal:


O médico legista deve identificar se aquela especie • Vivo ou morto? Se tiver vivo, pode ser fácil
é humana ou não. determinar a espécie. Tem que afirmar que
Visto que é da espécie humana, a perícia continua é da espécie humana.
a investigação. • Inteiro ou em parte? Segmentado,
esqueléticas. Tudo influencia na perícia.
Pode ser efetuada quanto aos seguintes aspectos:
1. Espécie: através da análise dos ossos; fluidos Métodos:
(como sangue) • Avaliação óssea = começa, se puder, por
2. Raça: tipos étnicos fundamentais essa!
3. Sexo • Avaliação sanguínea
4. Idade
5. Estatura
Na maior parte das vezes, o medico legista recebe
Deixar o maior número de elemento possíveis para uma ossada: deve descrever item por item.
que possamos qualificar aquela ossada, por
exemplo.
Como que da OSSADA é possível ver que é
humano?
Quando recebemos uma ossada em diferentes
níveis de decomposição: Avaliação morfológica: descrever todos os ossos
que recebeu. Tamanho, formato, inserção, forame
É importante separar as vestes, pertences, deixa (se tiver), etc.
o esqueleto todo a mostra para que possamos
ver o que está faltando, assim, entender se pode • Precisa de conhecimento técnico para
fazer algumas regras na antropologia (se tem descrever.
osso longo, da pra calcular estatura, idade, etc).
Avaliação microscópica: Serro o osso em corte
Pego o cadáver, coloco em uma panela grande, longitudinal, para poder observar os canais de
coloco pra ferver. Ali da um caldo grosso. Faz uma Harvey’s: são ranhuras nos ossos, paralelo ao
maceração forçada. Depois começa a montar a periósteo, que tem diferença entre homens e
minha perícia. animais.
• Quanto mais elementos ósseos, mais fácil • Homens: menor quantidade, tamanho mais
minha perícia. Quanto menos elementos largo.
ósseos, menos tranquila.
1
• Animais: bem mais numerosos, mais liquido que estou pensando que é de sangue
estreitos humano, forma uns cristais de forma romboide,
alongado, acastanhado, podendo estar isolado ou
agrupado, vendo numa visão direta da lâmina.
Se esses cristais se formarem, tenho os cristais de
Teichmann, e aí posso afirmar que esse fluido
vermelho que estou analisando é sangue da
especie humana.

Raça
Quero ver se consigo determinar a raça daquele
Avaliação morfológica indivíduo. Teoricamente, eu tenho 5 tipos raciais:
1. Caucásico
2. Negroide
3. Indiano
4. Australoide
5. Mongólico

No brasil não é fácil, porque a miscigenação é


intensa.

Tipo Caucásico
• Pele branca ou trigueira
• Cabelos lisos ou crespos
• Louros ou castanhos
• Iris azuis ou castanhas
• Craniofacial – ovóide ou poligonal
• Face – ortognata e ligeiramente prognata
Alguns caracteres são para individuo vivo ou fresco.
Existem carácteres que diferenciam as raças, mas
Laudo: indicando o fêmur. O perito não vai afirmar não precisa decorar quais características são.
o que é, apenas descreve.
Tipo Negroide
Como que do SANGUE é possível ver que é • Pele negra
humano? • Cabelos crespos, em tufos;
- Faca com mancha sugestiva de sangue. • Crânio pequeno
Se tenho material e não tenho o cadáver, posso • Face – prognata, fronte alta e saliente
ver se esse material é de sangue humano. • Iris castanhas
• Nariz pequenos, chato e alargado (narinas
espessas e afastadas, visíveis de frente e
Primeiro passo: CONFIRMAR O MATERIAL
circulares);
Existe uma combinação do sangue com o primo • Perfil côncavo e curvo;
do vinagre, ácido acético glacial. Em contato com o

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• Pele trigueira;
• Nariz curto e largo;
• Arcada zigomática larga e volumosa;
• Prognatismo maxilar;
• Cinturas escapulares largas e pelve estreita.

Tipo Mongólico:
• Pele amarela
• Cabelos lisos Consegue fazer o triangulo → também o coloca
• Face achatada dentro de uma tabela, é uma coxinha invertida.
• Espaço interorbital alargado (distância do
centro da orbita de um lado pro outro é a
maior) Elementos de caracterização racial
• Maxilares pequenos • Forma do crânio
• Mento saliente • Índice cefálico
• Índice tibiofemural

FORMA DO CRÂNIO (não precisa decorar)


Temos várias formas de medir um crânio, e dentro
dessas medidas, tenho várias nomenclaturas de
acordo com o tamanho. Exemplo:
• Longas - dolicocrânios
• Médias – mesocrânios
Tipo Indiano: • Curtas – braquicrânios
• Não se afigura a nenhum tipo social = um
indiano não é parâmetro do ponto de vista
antropológica, devido a mistura de coisa que
ele tem
• Pele amarelo-trigueiro;
• Cabelo preto, liso, reluzentes e espessos;
• Iris castanhas
ÍNDICE CEFÁLICO
• Crânio mesocéfalo;
• Supercílios espessos; Fórmula de Retzius: relação entre a largura e o
• Orelhas pequenas; cumprimento do crânio. Compreende diversas
• Nariz saliente, estreito e largo; classificações.
• Face – zigomas salientes e largos. Se acho o crânio em uma mata, tenho um milhão
de elementos para poder falar.

Tipo Australoide:
• Estatura alta

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Determinação do sexo

ESTIMATIVA DA IDADE
Posso falar do crânio por medidas, formato, e por
inserções.
• As suturas fecham em décadas diferentes.
Se tenho uma sutura serrilhada, muito
provavelmente é um indivíduo mais jovem.
• Dentição: a presença de dentes me fala de
um indivíduo adulto jovem

ÍNDICE TIBIOFEMURAL
Só dá pra fazer se tiver esses dois ossos.
• Negro tem essas medidas maiores
- Índice Radioumeral: só se tiver esses dois ossos. Do ponto de vista objetivo.
• Em individuo normal
• Vivo ou morto?
OUTROS ÍNDICES - ÂNGULO FACIAL
• Cadáver? = qual o estado de putrefação,
• Esqueleto?

Presença de corpúsculo de Barr indica que o


cadáver é o sexo feminino.

CRÂNIO:
Alguns elementos visuais do crânio podem ajudar
a falar se é do sexo feminino ou não.
Determina prognatismo ou não daquela face. • Fronte tem angulação maior no homem,
processo mastoide é mais angulado e maior.

Crânio do homem tende a ser mais quadro, e da


mulher, ovóide.
Angulação da mandíbula do homem tende a ser
grosseira, e da mulher, mais angulada.

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Crânio masculino:
Depois do nascimento: uso fenótipos de indivíduo
= implantações de pêlos, aparecimento de dentes.
Criança nasce com ângulo maior da mandíbula.

A partir da puberdade:
Côndilo em formato de sapato.
• Avaliamos a fusão dos centros de
ossificação (fusão das epífises) através de
Crânio feminino: radiografia de todas as articulações;
• Alteração da sínfise púbica;
• Fechamento das suturas coronais
(consegue determinar a década específica).

Funil de bonet= determina qual por trajeto veio


projetil.
É como se fosse um desenho de um funil.
Projétil entrando na fratura menor, transferência
PELVE: de energia cinética, depois fratura maior.
Dentro do acetábulo, tenho uma incisura que,
dependendo da angulação, fala a favor de ser
homem ou mulher.
• Estatura: meço o acetábulo
• Sexo: meço a incisura acetabular.

PELE COMO DETERMINAÇÃO DA IDADE


Pouco usado, por conta do cuidado que todos tem
com a pele.
- De curiosidade: Quantos mais pregas eu tenho no
pré-trágus, mais idade eu tenho.

Radiografia dos ossos: identificar se as epífises


estão fundidas ou não.
Idade
• Primeira epífise: punho esquerdo.
Aborto: faço com a mesma tabela usada na
ultrassonografia do pré-natal.
- Vida intrauterina: aspectos morfológicos do Em uma prova: Quais ossos em uma ossada
embrião espero receber para determinar o sexo?

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Medicina Legal
Documentos médico-legais A primeira coisa que diferencia esse documento do
próximo. Ele tem uma estrutura específica: PHDCR
O que é documento? Tudo que nós formos
escrever, carimbar e assinar. • Preâmbulo
• Histórico
• Toda anotação escrita que tem por
finalidade reproduzir e representar uma • Discussão*
manifestação do pensamento. • Conclusão*
• Atestado médico: indivíduo naquela ocasião • Resposta aos quesitos: posso ou não
tinha ou não tinha tais condições e por isso responder aos quesitos, ou seja, não é
estava apto ou não estava apto. Coloquei a obrigatório.
data, carimbei = produzi um documento.
• Todo documento, a partir de agora, será O parecer já tem a respostas aos quesitos na
válido para utilizarmos, inclusive em uma discussão e na conclusão.
perícia indireta. • Discussão e conclusão são as principais
• Preencher documentos de forma partes.
caprichosa.
O parecer é uma resposta escrita por uma pessoa
Documentos Jovem pran competente a uma questão única e
exclusivamente relacionada aquele fato.
• Parecer
• Relatório • Quero saber se na cirurgia foi feita a melhor
• Atestado técnica, se cumpriu as exigências, etc.
• Notificação – veio um paciente com uma
notificação compulsória, sou obrigada a Relatório
fazer o documento.
Também chamado de LAUDO ou AUTO.
• Laudo: realizado e ditado pelo próprio perito
Parecer • Auto: quando perito dita para o escrivão
Quem solicita um parecer? Quem é a figura do
parecerista?
Estrutura: PH2DCR
• Pode ser solicitado por qualquer pessoa:
• Preâmbulo
diretor de hospital do interior. Vem pra mim
• Histórico
um laudo vindo com quesitos
complementares pedindo explicação por • Descrição*
causa da morte aquela paciente em • Discussão
obstetrícia. Acham que houve erro médico, • Conclusão
a mulher não parava de sangrar, etc. • Resposta aos requisitos: é obrigatório
• Juiz responder aos requisitos.
• Outro médico
Solicitado apenas por 4 pessoas:
Pode pedir parecer pra outro médico, engenheiro • Juíz;
pra engenheiro, etc. • Delegado;
1
• Promotor (algumas situações); Nexo causal: o que ele contou é compatível com
• Polícia militar que preside o inquérito: se sou o que ele apresenta.
sargento e um cabo veio trabalhar Nexo temporal: associação do tempo com o que
embriagado, eu posso solicitar um laudo de o indivíduo apresenta na perícia.
embriaguez desde que eu conduza aquele
• Descrever a crosta da lesão pra ver a
inquérito.
temporalidade.

Descrição mais minuciosa de uma perícia médica


a fim de responder à solicitação da autoridade DESCRIÇÃO
policial ou judiciária. O perito tem que fazer somente aquilo: ver e
repetir. Simplesmente avalia e descreve.
PREÂMBULO • Parte mais importante do relatório.
Hora, data, local, nome da autoridade (requerente), Toda vez que eu vou fazer um relatório, tenho
nome, qualificação, registros, títulos, qualificação que afirmar justificando, mencionar interpretando
dos peritos, etc (no sentido de esclarecer) e relatar esmiuçando.
• O preâmbulo vai conter as principais
informações das partes envolvidas.

Informações importantes, inclusive o marketing de


quem está fazendo o documento. Se estou
fazendo um parecer e coloco: as 14h do dia 7 de
março de 2022, nesse hospital, doutor fulano de
tal, diretor clinico dessa unidade, solicita que seja
feito a esse parecerista, José fulano de tal, medico,
casado, pós doutorado não sei o que, inscrito no
CRM sei la o que.
• Demonstra que vem algo sério por aí, algo DISCUSSÃO
importante.
Ele fala sobre os achados, os dados
epidemiológicos, literatura, entre outros.
HISTÓRICO • Debate: aponta hipóteses e controvérsias
Não tem, absolutamente, nada a ver com o de cada caso.
parecerista nem com o solicitante.
• O histórico é da pessoa envolvida com CONCLUSÃO
aquele documento.
Objetiva o motivo por que não houve violação, já
se respondendo ao quesito.
Breve, porém completo, relato dos fatos Síntese do diagnóstico, redigido com clareza,
significativos e esclarecedores da perícia. disposta ordenadamente, deduzida pela descrição
• Não interpreto, não justifico, não faz nada e discussão.
com o histórico. • No parecer, a conclusão pode ser uma
• Não fazemos juízo de valor. forma de responder aos quesitos não
obrigatórios.

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RESPOSTA AOS REQUISITOS Perigo de vida: tudo que for iminente. Se não
Quesitos oficiais: são quesitos que já vem pronto acontecer nada em segundos aquela pessoa vai
no documento, ou seja, no relatório. Já vem com morrer.
uma estrutura a ser confeccionado e tenho
obrigatoriedade de responder os quesitos oficiais.Incapacidade para as ocupações habituais por mais
de 30 dias? Se eu ficar incapaz por mais de 30 dias
Quesitos complementares: toda vez que faço um é um agravante da lesão. Se ficar debilitado, é um
documento chamado relatório, se me aparece um agravante ainda maior.
quesito complementar, é sinal de que as respostas
do quesito oficial não foram suficientes. As respostas devem orientar a autoridade que está
• São dúvidas da autoridade que recebeu analisando o caso.
aquele documento.
Lesão corporal: toda ou qualquer alteração da
Quesito oficial: necrópsia normalidade, inclusive lesão corporal que não é
1. Houve a morte? física, como a psicológica.
2. Qual a causa da morte? • No IML temos a psiquiatria forense.
3. Qual o instrumento ou meio que produziu a
morte? Instrumento é diferente de meio.
Faça é instrumento, meio é lesão perfuro-
cortante. Atestado
4. A morte foi produzida com emprego de
Não tem uma forma correta, não segue um
veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou padrão.
outro meio insidioso ou cruel, ou de que
podia resultar em perigo comum? São Ele serve apenas para falar a verdade de um fato
condições que agravam o crime. em uma determinada temporalidade.
Não existe “atesto para os devidos fins que” → O
atestado é objetivo, ou seja, tem que falar PARA
Quesito oficial: lesão corporais QUE esse atestado está sendo feito.
1. Houve ofensa integridade corporal ou a
• Pelo menos uma orientação
saúde o periciado? Não falamos paciente
• Cabeçalho
porque o perito não pode periciar situação
referente a um paciente seu. • Qualificações do interessado
2. Qual instrumento ou meio que produziu a • Finalidade
ofensa? • Fato médico quando solicitado pelo paciente
e/ou familiares.
• Suas consequências (tempo de
afastamento)
• Local
• Data
• Assinatura

Colocamos o nome do paciente, o que é o


documento. Se falo que é um atestado, eu atesto
para fins de atividade física (musculação) que o
paciente acima não apresenta doenças
infectocontagiosas nem desvios de postura que o
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impeçam de praticar atividades descrita acima. Imprudente: forma inconsequente, insensata e
Coloca o nome, a data, etc. intempestiva, a favor de terceiros, confiando na
palavra de quem solicita.
Atesto para fins trabalhistas que o paciente acima • Pedir atestado para um amigo.
está apto para trabalhar como professor, etc.
• Não podemos, jamais, atestar para “devidos Notificação
fins”.
Temos por obrigação. Na vida médica, temos
obrigação de comunicar algumas doenças que são
TIPOS DE ATESTADO de notificação compulsória.
Administrativo: toda vez que um servidor público • Doenças de interesse maior.
precisa de um atestado. Documento solicitado pelo
serviço público.

Judiciário: toda vez que é solicitado pelo juíz.

Oficiosos: interesse da pessoa física ou jurídica.


Atestado de consultório. Todo paciente tem direito
ao atestado, queira você ou não.
Prontuário médico
Esse documento não pertence ao médico, ao
hospital, consultório, etc. Esse documento é único
e exclusivamente do paciente (ou do seu
representante legal). A única coisa que fazemos é
“ter” a guarda desse documento.
• É dentro do prontuário médico que
podemos encontrar nossa absolvição ou
Declaração: qualquer pessoa pode fazer. nossa condenação. Depende de como eu
trato esse documento.

ATESTADO OFICIOSO
O prontuário é do paciente ou responsável legal. O
Falso: toda vez que você afirma uma doença que médico é obrigado a tomar conta desse
não existe. Existe legislação para ele: detenção de documento.
um mês a um ano.
• É vedado permitir o manuseio e o
• Atestado falso é diferente de documento conhecimento os prontuário por pessoas
falso: o documento não é do médico, foi não obrigadas ao sigilo profissional quando
fraudado, por exemplo. sob sua responsabilidade.
• Art. 87: é vedado deixar de elaborar
Gracioso: feito para agradar sem menor prontuário legível = infração do código de
compromisso com a verdade e ética. Não tem ética médica.
interesse nisso. Obter simpatia de outrem.
• Dar atestado de mais dias do que o
necessário, por exemplo

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


Medicina Legal
Declaração de óbito • Teoricamente a família só precisa da
amarela. Mas se a branca for junta, não tem
Complementa o tema documentos médicos legais.
problema
É um documento que somente o médico pode • Cartório só emite a Certidão de Óbito
preencher. através da branca e amarela.
• “Não somos seres humanos vivendo uma
experiência espiritual, somos seres
espirituais vivendo uma experiência
humana.”
• Fazer a gentileza para o próximo. Ninguém
está livre de preencher uma declaração de
óbito.
Quando tiver que fazer a DO, se não houve
impedimento legal, faça. Ninguém mais pode ajudar
a família a não ser o médico.
• Declarar o óbito é diferente de atestar o
óbito.

QUANDO NÃO PREENCHER A DO? Atestar o óbito: apenas falar que a pessoa morrer.
• Morte suspeita de violência Pode cobrar.
• Não atestei, não consultei aquela pessoa, A DO é preenchida pelo médico por obrigação,
não verifiquei o óbito** = exceção: posso não pode pagar o médico por isso.
estar em um plantão em que o colega
__________________________________
declarou o óbito do paciente. Mas o nome
está trocado. Ai se tiver tudo no prontuário, Documento que começou a existir a partir do
tudo registrado, você pode trocar a século XIX. Eles criaram um documento único para
declaração de óbito por erro técnico. Daí que os governos leiam as mesmas coisas em
você é quem terá feito a declaração de qualquer país do mundo.
óbito. Tenho que registrar o porque eu Foi em uma convenção (Liga das Nações) que
troquei. houve a primeira sugestão de um documento para
• Morte violenta declarar o óbito de forma única no mundo.
Depois tiveram outras reuniões, ate que 25 anos
O QUE FAZER COM A DECLARAÇÃO ERRADA? depois, chegaram à conclusão que a DO é um
Simplesmente risco ela no meio, para anulá-la e documento que é aceitável para que as pessoas
retenho ela na unidade que estamos trabalhando. de diversos países pudessem entender a
Temos 3 cópias de DO, se eu tiver as 2 que deram epidemiologia da morte.
pra família (branca e amarela) eu retenho as duas, Em 1950 começou a utilizar a DO a nível mundial.
porque a rosa já está na unidade (ambulância, No brasil, isso começou em 1976.
hospital, ambulatório, etc). • Em 1975 criou-se uma lei que dizia que, a
partir de 1975, ninguém mais pode ser

1
inumado (enterrado) sem uma declaração externo = ninguém pode declarar o óbito. Tem
de óbito. que ser o médico legista do IML.

NO BRASIL Atropelamento, jovem vai pro João XXII . Ele fica


paraplégico, fica internado por 3 meses, vai pra
casa para ser cuidado pela família. Volta pro hospital,
depois volta pra casa, é encontrado morto em casa:
SAMU vai la e atesta o óbito, mas NÃO PODE
DECLARAR O ÓBITO DESSE PACIENTE.
• O médico que vai fazer o óbito tem que
investigar a morte dele, ver se tem alguma
doença, se teve algo que ocasionou essa
morte, para tentar ver se tem origem
violenta ou algo de causa externa.
A Declaração de Óbito tem uma mãe distribuidora, • Corpo tem que ir para o IML para ser
que é o Ministério da Saúde, que manda para uma analisado pelo legista.
secretaria (SIM - serviço de informação de • É atemporal = se relaciono a morte do
mortalidade) e esta distribui para as outras individuo com algum fator externo, o
localidades que podem ter declaração de óbito para médico que atende esse paciente está
distribuir. PROIBIDO de declarar o óbito.
• Hospital, clinica, ambulância (fica na central
de regulação – cada ambulância passa la e
Quando não sabemos a causa da morte:
fica andando com 1 ou 2 declarações), colocamos na DO → INDETERMINADA = não traz
consultório (desde que tenha endereço prejuízo para ninguém.
físico, esteja em dia do CRM e seja
responsável por 3 blocos de declaração de • Não usar para todo óbito.
óbito). Toda morte decorrente de trauma = vai pro IML
• O bloco é composto pelas 3 vias: branca,
amarela e rosa = isso é 1 declaração de SOBRE CREMAÇÃO
óbito.
Se o indivíduo vai ser cremado = sem ser morte
suspeita ou violenta. Nesse caso, 2 médicos
Serviço de verificação de óbito (SVO) diferente de precisam assinar.
IML:
• Proibido declarar óbito de quem você não
1. O IML é responsável por morte violenta ou assistiu/ cuidou.
suspeita • Então você assina a DO e fala para a família
2. SVO: família que todo mundo morre jovem, procurar o outro medico.
idosa hígido e morreu com doença esquisita.
Só pode cremar cadáver que não teve morte
É morte de interesse epidemiológico.
suspeita ou violenta. Cadáveres do IML (cadáver
Exemplo: morte pós efeito vacinal.
necropsiado) não são cremados. Apenas por
• Não tem SVO em BH.
ordem/ autorização judicial que esses cadáveres
• O IML só atesta morte violenta ou com poderão ser cremados.
suspeita de violência.

É VEDADA A DISTRIBUIÇÃO DA D.O. PARA


Se a morte for de causa natural, mas que o evento EMPRESAS FUNERÁRIAS.
de causa natural tenha alguma relação com evento

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


• Porem, alguns médicos vendem declaração motivo estiver com a família, e a amarela). Ela é
de óbito para essas empresas. necessária para emitir a certidão de óbito.

Declaração de óbito x certidão de óbito


A declaração de óbito é um documento emitido
em três vias, numerado, carbonado, com cores
diferentes que tem destinações diferentes, que é
encontrado somente nos lugares específicos
(hospitais, SAMU, clínicas, etc).
Certidão de óbito: quando pego a declaração e
pego uma certidão para que eu possa inumar o Toda declaração de óbito tem que ter o inicio e o
meu parente. A certidão de óbito é “adquirida” no fim
cartório.
• Só pode enterrar a pessoa se tiver a
certidão.

Quantas DO posso ter na vida?


• Apenas 2
A primeira é a que o médico preenche, e a
segunda é a que o técnico da secretaria de
vigilância preenche para dar a epidemiologia Todo fim de mês, um cara da vigilância passa para
(declaração de óbito epidemiológica). recolher as declarações de óbito.

Quantas certidões de morte? Óbito em estabelecimento de saúde:


Quantas eu quiser. Só ir no cartório para pedir.

Fluxo da declaração de óbito


Médico atestante: quem está atendendo aquele
corpo. A DO é preenchida em 3 vias.
1. Primeira (branca): vai para o serviço de
processamento de dados.
2. Segunda via (amarela): opção para ir pro
serviço funerário municipal
Óbito natural, fora de estabelecimento de saúde,
3. Terceira via (rosa): ir pro local de
com assistência médica.
arquivamento, SAMU, consultório; onde
preencheu a DO.

Primeira via (branca): vai pro serviço de informação


de mortalidade – serviço de processamento de
dados.
Segunda via (amarela): vai para o cartório. Ele
retém as duas declarações (a branca, se por algum

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


Se na localidade não existir médico, o cara do
cartório nomeia duas pessoas idôneas, de
preferência com curso superior relacionado a área
da saude para atestar o óbito.
• “O responsável pelo falecido, acompanhado
de duas testemunhas, comparece ao
cartório do registro Civil, que preenche as
três vias da DO. O Oficial do registro deve
conseguir a informação correspondente a
cada item do documento. O Cartório retém
a segunda via para seus procedimentos Somente o médico indicado pela FUNAI que pode
legais e, quando da busca ativa, entrega a atestar a morte de indivíduos de comunidade
primeira e a terceira vias ao órgão de indígena.
processamento da secretaria de saúde.” –
fragmento retirado do “Manual de
Instruções para Preenchimento da
Declaração de Óbito”.

Morte violenta ou acidental onde não tem IML:


• Manda pro IML mais próximo;
• Perito ad hoc = designado em específico
para aquele caso. Algum profissional
(médico) será colocado, pela autoridade
judicial ou policial, na função de perito legista
SVO é para morte que tem importância
eventual.
epidemiológica.
• No SVO: o corpo tem que passar por
necrópsia.
• Para não sobrecarregar o sistema, tem que
saber indicar bem quais óbitos devem ser
levados para o SVO.

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


Medicina Legal
Introdução a traumatologia forense fogo em alguém com gasolina. Morrer com
um choque.
Toda vez que estivermos descrevendo uma lesão
• Química: envenenamento por
traumática, já podemos descrever a lesão
organofosforado.
pensando que alguém vai precisar utilizar esse
prontuário para fazer uma pericia indireta, por • Físico-química: É hipóxia. todas as mortes
exemplo. por asfixia. Asfixia por constrição extrínseca
do pescoço.
• Biodinâmica: exemplo: sepse de foco
Conceitos pulmonar; fez diverticulite e teve sepse de
Traumatismo: conjunto problemas ou lesões de foco abdominal. Pneumonia, AVC, são
um tecido que sejam causados por eventos “causas naturais”.
externos. Qualquer coisa que cause uma alteração Importante entender como o instrumento age no
da normalidade do individuo, de forma EXTERNA, nosso organismo
para interessar na medicina legal.
• Posso ter um traumatismo físico, e um Temos 3 modalidades de morrer por constrição
traumatismo que não seja visível. Posso extrínseca do pescoço.
causar um dano psicológico no indivíduo.
• Enforcado
• Esganado
Lesão: qualquer dano da estrutura/ alteração da • Estrangulado
normalidade é o dano, tudo que consigo verificar,
dar de vestígio. É o que causa alteração da Houve a morte, mostro os sinais externos que
normalidade. contribuíram para a morte, mas eu não falo qual
que é.
• Traumatismo é a ação. Lesão é a
consequência.
Classificações das lesões corporais
Lesão corporal: iremos fazer como exame, é uma • Leve
expressão que usamos para poder fazer o exame • Grave
de corpo de delito. É diferente de lesão no corpo • Gravíssima
do indivíduo.
• Qualquer exame que eu faça onde tenho
vestígio.
Lesão leve

Energia: capacidade que um corpo, uma substancia


ou sistema físico tem de realizar trabalho.
• Mecânica: qualquer instrumento que cause
o dano por ordem cinética; acidente
automobilístico.
• Física (calor, explosivo, termias): pode ser
usado como instrumento/meio = ateou

1
Lesão de exclusão. Tudo aquilo que não for nem • Houve nexo causal? Sim.
grave nem gravíssima, será leve.
São representadas por ações que causam
pouquíssima repercussão no organismo.
Fácil recuperação = não deixam sequelas maiores.
Essas lesões, para as autoridades, não entram
como crimes de lesão corporal.
• É uma lesão corporal, mas não é crime.

Exemplo: Equimose, escoriação, ferida de pequeno Rapaz chegou bêbado em casa, ao deitar na cama,
porte, etc. teve uma alucinação, foi na cozinha, pegou uma
faca e esfaqueou a esposa. Matou a esposa. De
madrugada, a bebedeira passou, olhou pro lado e a
cama estava com sangue com a esposa morta. Ele
pegou a faca e falou que tinha que se matar.
Colocou a faca no peito e não conseguiu se matar.
Ligou para a policia, e ele foi preso em flagrante.
Descrição: lesão feita por perfuro cortante, em
hemitórax esquerdo. Aproximadamente 3cm,
horizontalizada, próxima a 8cm do mamilo ipsilateral.
Ademais, apresenta outras lesões ao redor
(confirma o histórico de tentativas de
As vezes atinjo a epiderme, as vezes pedaço da autoextermínio).
derme (corte com caco de vidro, por exemplo). As • História apresenta nexo causal.
vezes pega uma parte profundo, pegando músculo
superficial. Posso fazer um hematoma. Isso tudo
será reparado de uma forma tranquila e rápida.
• Ressalta-se que existe a lesão.

Tomei um soco no olho ontem a noite:


• Nexo causal sim
• Nexo temporal não
Estava em um bar ontem a noite, chegou um cara
louco, chutando todo mundo e me deu uma Presença de equimose amarelo esverdeado com
cotovelada na boca. Fui para a UPA, e lá tinha uma coloração arroxeada no centro. A periferia da lesão
polícia militar, que falou que precisava fazer um me dá a temporalidade.
exame de corpo de delito.
| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2
• Instrumento tangenciando a pele, mas só
atingiu a pele = crosta pardacenta,
amarelada, cruórica.

Veio de anterior para posterior.

NÃO CARACTERIZA LESÃO LEVE

Mordedura de segundo grau: da para calcular um


diâmetro, de fazer uma pericia no acusado, para
que eu possa colocar a arcada dentária dele ali.
• Equimose em formato arqueado, separado,
em um diâmetro X
• Instrumento ou meio = contundente
(instrumento agiu por pressão)

• A rubefação: tomou um tapa na cara


• Eritema simples
• Queimadura de primeiro grau

Lesões graves
4 critérios me falam se é grave: se tiver 1 positivo,
já considero lesão grave.
1. Incapacidade para ocupações habituais por
Duas equimoses alongadas separadas por um mais de 30 dias = não posso ir na padaria
fundo pálido. É o Vibsi. buscar pão, se não posso trabalhar, etc.
ocupações habituais são qualquer coisa.
2. Perigo de vida: situação iminente de morte.
3. Debilidade permanente para membro,
sentido ou função;
4. Aceleração do parto = para que a
aceleração do parto venha a ser lesão
grave, a pessoa que está te agredindo tem
que saber do parto.

Toda fratura eu tenho que dar chance para a


Escoriação coberto por crosta hemática
vítima, de ver como ela vai ficar? (se vai ser
(instrumento age tangenciando a pele =
permanente ou não).
“raspando”).
• Toda fratura é no mínimo dada como lesão
• Age tangencial, arrancando capilares =
grave.
temos sangramento em lençol, gerando
• Tem que fazer o segundo exame de corpo
crosta hemática.
de delito complementar 30 dias após o fato.

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


Peço o exame complementar toda vez que não Lesões gravíssimas
consigo concluir o laudo no primeiro exame.
1. Incapacidade permanente para o trabalho.
Perigo de vida: situação iminente de morte. 2. Enfermidade incurável = HIV (infectou com
agulha, por exemplo);
3. Perda ou inutilização de membro, sentido
ou função
4. Deformidade permanente = subjetivo //
algo que cause repulsa aos outros. É aquilo
que, ao abrir a porta, você tem uma lesão
tão expressiva que todo mundo repudia.
5. Abortamento (também tinha que saber que
estava grávida para considerar lesão grave).
Evisceração.
• Houve lesão corporal? Sim
• Leve, grave ou gravíssima? Leve.

Perigo de vida ou risco de vida

Perigo = SITUAÇÃO IMINENTE DE MORTE


Risco = possibilidade.

Queimadura
É excessão para perigo de vida. Se tiver mais de
50% de superfície corporal queimada, eu vou ter
perigo de vida, mesmo que a paciente sobreviva.

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


Medicina Legal
Traumatologia forense • Por isso evitamos instrumento.
ENERGIAS CAPAZES DE TRANSFORMAR NOSSO
ORGANISMO ENERGIA DE ORDEM MECÂNICA
• Mecânica*
• Física*
• Química*
• Físico-químico*
• Bioquimica
• Biodinâmica
• Mista

INSTRUMENTO X MEIO
Instrumento: objeto ou estrutura que transferem
energia cinética (mecânica);
• Pode ser uma pedra, guitarra,

Meios: situações que transferem outra forma de


energia diferente de cinética.

Qual instrumento ou meio? Sempre respondemos


o meio, nunca o instrumento.
• Nunca fala que a pessoa tomou facada, mas
sim ferida pérfuro-cortante em região tal e
tal.
Ordens que mais causam lesões no individuo.

Como pode transferir energia?


• Ativa = quando tenho dois objetos
envolvidos, um está parado e o outro está
em movimento.
• Passiva = não preciso de outro objeto
envolvendo a lesão. Viro o joelho e tenho
luxação do ligamento cruzado. Movimento
exacerbado de uma articulação.
• Mista = dois objetos em movimento, seja
movimento contrario ou na mesma direção.
Instrumentos diferentes podem acusar lesões
iguais, instrumentos iguais podem causar lesões
diferentes.
1
- Ação simples de instrumento contundente: pedra

- Ação perfurocortante: faca agindo por pressão e


corte;

- Ação perfurocontundente: projetil de arma de


fogo

- Cortocontundente: roda

Temos o nome da ação e o nome da lesão que


essa ação causa.

CLASSIFICAÇÃO DOS MEIOS MECÂNICOS Instrumento de ordem mecânica, de ação simples,


agindo de forma perfurante = gero lesão
puntiforme ou punctória.

Instrumento cortante pode causar lesão cortante


ou incisa.
• Para alguns autores: a lesão incisa é por
instrumento cirúrgico.
Ação simples:
• Perfurante = instrumento só perfura Ação simples contundente = temos várias lesões
• Cortante = instrumento só corta contusas, pois temos varias formas do instrumento
• Contundente = instrumento só contunde contundente agir no organismo.

Ação associada ou mista Um projetil de arma de fogo tem ação perfuro


• Perfurocortante = perfura e contunde contundente e tem lesão perfuro contusa.
• Perfuro contundente = perfura e contunde
• Cortocontundente = cortante e AÇAO PERFURANTE
contundente

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


Características de lesão perfurante:
1. Pouco sangramento externo;
2. Pouca nocividade na superfície, mas dentro
não posso afirmar
3. Trajeto retilíneo
4. Com ou sem lesão de saída.

Instrumento perfurante que age do organismo ou


por pressão ou por percussão.
• Quando faço uma punção venosa, eu pego
o instrumento fino (gelco, agulha) e faço
uma pressão na pele do individuo ate
perfurar a pele e pegar a veia dele.

4 feridas punctorias alinhadas entre si, equidistantes,


localizada na região de tórax esquerdo a 8cm do
mamilo esquerdo.

Pouca nocividade na superfície, mas pode gerar


maior agressividade no interior.

Na declaração de óbito: causa da morte =


São instrumentos tão finos que afastam as fibras tamponamento cardíaco por hemorragia interna
do tecido ao invés de cortá-las. consequente a ferida punctória em arco aórtico.
• Tem calibre pequeno, então tem tendência • Houve a morte? Sim
a ser perfurante. • Qual instrumento ou meio? Perfurante
• Se faço escoriação: contundente.
3 LEIS PARA MELHORAR OS INSTRUMENTOS
O que determina a lesão é a forma como o PERFURANTES
instrumento transferiu energia pro indivíduo.
• Perfurantes de médio calibre, ou seja,
engrossei um pouco mias o calibre desses
instrumentos que continuam perfurante o
indivíduo.

leis de filós e langer


As leis vão se referi a instrumentos perfurantes de
médio calibre.

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


Ou seja, lesões que forem feitas sobre as linhas
de força, tenderão a deixar a casa de botoeira
Primeira lei de Filos: instrumentos diferentes “dispostas” na mesma direção que as linhas de
podem acusar lesões iguais, portanto, se eu tiver força.
no individuo uma lesão chamada de CASA DE
BOTOEIRA, não posso falar se foi instrumento de Terceira lei de Langer: tem lugar com mais linha
2 gumes (corta dos dois lados) ou se foi de médio de força atuando em sentido diferentes. No
calibre, pois eles causam a mesma lesão no estômago, temos varias camadas, com vários linhas
individuo. de força diferente. Se eu perfurar esse individuo
• Hemorragia interna por ferida perfurante ou com um instrumento, e o individuo estiver vivo, o
por instrumento perfuro-cortante de dois somatório daquelas trações no estômago me dará,
gumes. Por isso que eu descrevo a lesão na lesão, o formato do instrumento que eu perfurei
• As feridas produzidas por Instrumentos o individuo.
Perfurantes de Médio Calibre são • Se perfurei com 3 pontos: o somatório
semelhantes às feridas produzidas por daquelas forças me dará o formato do
Instrumentos Pérfuro-Cortante de Dois instrumento. Quanto mais pontas, mais
Gumes”, pelo simples fato de produzirem caprichoso será o formato da lesão.
feridas “fenda”, em “casa de botão”, em
“botoeira”, em “fuso”.
Em regiões em que as linhas de força estão
dispostas de maneiras diferentes, a lesão assume o
Segunda lei de Filos: existem as linhas de Langer aspecto do instrumento que a causou, devido ao
(são linhas de força presentes quando o individuo somatório das trações.
está vivo): se essas linhas de força forem
• Instrumento com 3 pontas = lesão terá 3
perfuradas com instrumento de médio calibre, se
pontas
ele estiver vivo, as linhas de força farão lesões casa
de botoeira, e as linhas puxarão essas lesões.
• Quando ele está morto: as linhas de força
não fazem diferença, não puxa mais
• A casa de botoeira fica no sentido da linha
de força.
• Consigo saber se, enquanto o individuo
estava sendo atacado, ele ainda estava vivo
ou morto.

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


Alguns autores consideram instrumentos cortantes
AÇÃO CORTANTE como produtor da ferida incisa = instrumentos
Instrumento tem gume e age por deslizamento. cirúrgicos.
Ordem mecânica, produzindo uma ação cortante,
causando uma ferida cortante ou incisa.

Mais profunda no centro do que na periferia. Mais


extensa do que profunda. Não tem ação
contundente, não em infiltrado perilesional
(machucado perilesional); bordo ficou afastado, não
tem tecido íntegro entre eles, ângulo agudo.
Lesões de muito sangramento, as vezes
deformidade.
• Cauda de escoriação = superficialização do
instrumento na pele.

Tem que ter um gume, sendo afiado ou não.


A única condição é que ele aja de forma por
deslizamento no indivíduo.
• Se separa os bordos é cortante.

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


tenho que descrever de forma bem
descrita.

Mostra livor = saída da parte liquida do sangue para


a parte de decúbito.

LESÕES ESPECÍFICAS DE AÇÃO CORTANTE


• Esquartejamento = instrumento
Cortocontundente pode fazer essa lesão
também. Ato de separar em quartos. No
mínimo tenho que ter conhecimento
anatômico. Desqualificar aquele individuo.
• Esgorjamento = produzir uma ferida
cortante na frente do pescoço.
• Decapitação = instrumento
cortocontundente faz esse tipo de lesão
também. É quando passo o instrumento
cortante do individuo e retiro a cabeça
totalmente do corpo.
• Degola = instrumento corta por trás,
posterior. Precisa ver se atingiu a medula
(falar qual era a intenção do indivíduo).

Bordo regulares, linear, sem infiltrado perilesional.

CONDIÇÕES ESPECÍFICAS DE FERIDAS INCISAS


Animus deformandi: toda vez que o instrumento
passa em uma região anatômica causando ferida
cortante e causando uma deformidade no individuo.
• Cortou a orelha

Lesão de defesa: região palmar, antebraço e


plantar. São localidades que vejo ferida incisa para
o individuo se defender.
• Ferida cortante em região de antebraço:
não é patognomônico para defesa. Então

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


Medicina Legal
Energia de ordem mecânica - ação contundente RUBEFAÇÃO
Muitos autores não consideram como lesão.
• Lesão: Qualquer alteração da normalidade

Rubefação é tumefação, dilatação dos vasos,


vermelhidão na pele e, por isso, não deve ser
desprezada como lesão.
• Toda vez que fazemos isso (tapa na cara).

Ação contundente é a que tem a maior quantidade Toda vez que o legista responde de uma forma
de ferida, portanto, é uma ação extremamente que não satisfaz a autoridade policial, vem a
importante. quesitação complementar.
Porque tem muita lesão? Porque ela pode agir de • Se não tiver vestígio: sem elementos para
várias formas diferentes no organismo. afirmar ou negar.
• Pressão
• Explosão
• Deslizamento
Cada forma que ela age, ela faz um tipo de lesão
no organismo.

TIPOS DE LESÃO

Rubefação: vermelhidão na pele


Ação contundente por pressão do instrumento na
pele do individuo.
Rubefação em formato digitiforme, paralelas entre
Ferida contusa: tem uma característica própria da si.
ação contundente.
• Dilatação venosa
Quando estivermos descrevendo uma lesão,
devemos evitar de chamá-la de ferida contusa,
preferencialmente devemos dar o nome certo. ESCORIAÇÃO
Quando o instrumento age tangenciando a pele.
Com isso, ele faz um “arranhamento” da epiderme
1
ou da derme do individuo; atinge musculatura
superficial no máximo.
• Geralmente é lesão mais superficial.
Não podemos descrever como ferida cicatricial
recente, porque a escoriação não cicatriza, mas
sim reepiteliza.

Existem escoriações que diferenciam do que


costumamos a ver: pós-mortem: o cadáver
encontrado naquele local não é o local de origem
do cadáver.
• Se o perito criminal acha um cadáver
Profundidade: daquele jeito = mudou de posição → há
sinais de que houve um arrasto e de que o
- Se o instrumento age tangenciando e arranca só individuo já estava morto.
a epiderme → faz a crosta cruórica/ pardacenta
• Tenho periferia na lesão, mas tenho uma
- Se arrasta mais profundo e expõe os vasos → imagem pardacenta, branca, pálida no
crosta hemática devido ao sangramento em lençol. centro da lesão. Apesar de ter arrastado ele,
esse individuo não tinha mais vida para
Isso nos da nexo temporal: como definir tempo? poder sangrar.
• Se tiver escoriação com crosta hemática e
um bordo hipocrômico = não é recente. O arrasto da para ver até o sentido de arrasto no
• Se tiver destacamento da crosta da periferia paciente.
pro centro: mais tempo da lesão.
• Recente: sangrando, crosta muito aderida,
processo inflamatório perilesional.

Depende de tamanho, profundidade, espessura da


crosta, do estado clínico do individuo, da idade (mais
jovem ou mais velho).

• Sangramento
• Brilho da ferida
• Indica que o paciente estava vivo quando
aconteceu.

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


EQUIMOSE Equimose dentro do órgão: vem com pontilhado
Também oferece nexo temporal. Diferente da hemorrágicos, muito relacionado a uma morte
escoriação. especifica = morte por asfixia.
O instrumento age por pressão ou sucção. • Quando vemos lesão dessa em necropsia =
temos que pensar em morte por asfixia.
• Pressão: soco no olho de alguém
• Sucção: um chupão no pescoço de alguém.

A equimose é um infiltrado de sangue na malha do


tecido. Geralmente na derme, na gordura. Por isso
que diferencio equimose de hematoma.
• Equimose é na malha do tecido, hematoma
é coleção de sangue em uma determinada
região.
• Geralmente o hematoma (é tanto sangue
que o organismo não consegue mostrar a
absorção disso) não evolui com o espectro
equimótico (é a absorção do sangue e
variação da ferritina no organismo – vai do
roxo pro amarelo, azulado, etc).
ESPECTRO EQUIMÓTICO

Quando eu acelero? A criança absorve muito mais


rápido.
• Tamanho menor
Sempre que for descrever equimose = colocar a
cor. Equimose arroxeada, equimose amarelada, Quando eu retardo? o idoso absorve menos rápido
para que a gente tenha a temporalidade. • Equimose grande

Geralmente com 10 a 12 dias eu resolve a equimose

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


Existem equimoses não traumáticas: HEMATOMA
• Púrpura Toda vez que o instrumento age por uma pressão
• Escorbuto maior, geralmente em uma região que tem um
• Eritema nodoso. anteparo (osso, como o fêmur), contundindo de
forma intensa os vasos, acabo rompendo um vaso
de maior calibre e tenho sangramento maior. Com
isso, não consigo colocar esse sangue na malha do
tecido, formando uma coleção.

Epônimo: Mancha de Tardieu = não é


patognomônico, mas da ideia muito próxima de que
aquele individuo teve uma asfixia.
• Coração
• Pulmão BOSSA
• Fígado Vulgarmente conhecido como galo.
Altera tecido linfático
Saliência na superfície.

Na asfixia, o sangue fica mais ralo, mais fluido, mais FERIDAS CONTUSAS
viscoso, mais escuro. Isso faz com que o sangue
saia com mais facilidade do vaso, por isso tenho
essas manchas acumuladas nos órgãos.

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


Típica ferida contundente.
O instrumento bate na pele, vai “machucar”, não
vai cortar todo o tecido / vai ter vaso, musculo,
pele.
Bordas equimosadas, sangramento expressivo,
cheia de tecido íntegro.
• Pode ser confundida com corto-contusa.

FRATURA EM VIDA E APÓS MORTE


Bordos irregulares, lesões perilesional

FRATURAS
Todas são consideradas ação contundente: flexão,
torção, compressão.

LUXAÇÃO
Deslocamento de dois ossos, deixando de manter
contato na articulação; também é lesão contusa.
• Pode ser completa ou parcial.
• Posso ver isso em cadáver ou vivo.

Temos vários tipos de fraturas = toda vez que


tivermos fratura, ela será lesão, no mínimo, grave.

FRATURA “GALHO VERDE”


Nos remete a uma notificação compulsória.
A criança não tem o periósteo calcificado, então se
encontro uma fratura assim, está errado.

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


ENTORSE:
Movimento exagerado de determinada articulação.
Pode acontecer em ser vivo ou morto. Afeta
apenas ligamento.

FRATURAS/ ROTURA DE VÍSCERAS


Ação contundente na cavidade.

MAPA MUNDI DE CARRARA


Lesão de martelo na cabeça. Sempre que tenho
instrumento específico, de massa específica, região
conhecida (crânio). Ação perpendicular que faz
uma fratura da tábua externa e abaulamento da
tábua interna.
LESÕES PRODUZIDAS POR EXPLOSIVOS • Ação perpendicular.
Muito comum com caixa eletrônico. • Associou com as veias do mármore de
Preciso perguntar à lesão → qual foi a primeira Carrara.
onda que atacou o indivíduo?
• Em uma explosão: pode ter deslocamento
de ar, fogo, ferragem, vidro, pacote de nota
de 100. Depende do que vai atingir o
individuo.
• No final, o indivíduo pode se apresentar
completamente queimado. Tem que ver o
que vou a causa da morte.

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


ENCRAVAMENTO Quais anteparos estavam debaixo da vítima, para
Quando o instrumento penetra o corpo do entender quais lesões ela deve apresentar na
indivíduo que não pelos orifícios naturais. necrópsia.

EMPALAMENTO
Objeto que penetra pelos orifícios naturais.

LESÃO POR ACHATAMENTO


Também chamado de esmagamento.
Ação violenta de pressão ou compressão sobre o
corpo ou parte dele.
• Por veículo pesado = move, Scania,
caminhão pesado.

ARRANCAMENTO
Maior tração do que suporta o tecido.
Desgarramento com retalhos irregulares e
anfractuosos de tecidos moles.
• Com desluvamento = arranco tecido, vaso
• Sem desluvamento

ATROPELAMENTO
• Terrestre: impacto do veículo + queda
• Náutico: trauma do veiculo náutico;
projeção no líquido; possíveis lesões de
hélices.
• Ferroviário: saber se foi suicídio ou
homicídio.
• Aéreo: despojos humanos = ação
contundente associado a gravidade,
despressurização ou outra condição =
amontoado de tecido humano em meio a
capim, pedra, ferragem. É um
politraumatismo contuso.

PRECIPITAÇÃO
Queda.
• Acidentais
• Voluntárias
• Criminosas

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


Medicina Legal
Traumatologia forense A primeira coisa que o perito faz é ver se a
arma tem capacidade de disparo. Se não tiver,
INSTRUMENTO PÉRFURO-CONTUNDENTE
não é a arma que fez parte do disparo.
Quais são os vestígios que saem da arma de
Qual é o calibre?
fogo para que eu possa entender a lesão:
• Projetil tem digital = cada arma tem seu
1. Qual o calibre da arma?
defeito especifico, cada arma bate de
2. Qual o tipo de arma = automática,
uma forma na espoleta, cada arma tem
semiautomática
uma quantidade de raias = essas raias
3. Distância
produzem estrias no projetil, e essas
4. Orifício de entrada e de saída = descobrir
estrias me dão a identidade da arma.
o trajeto que tem no corpo do indivíduo.

BALÍSTICA EXTERNA – perito criminal


Antes de necrópsia a gente não abre o corpo
de maneira nenhuma sem antes fazer a Falo se o projetil foi do vidro para fora, da lataria
matemática do caso. do carro para dentro, enfim, é a trajetória do
projetil.
• 4 entradas, 1 saída = devo encontrar 3
projetis la dentro. • TRAJETÓRIA = do canto distal da sala,
que passou pelo quadro, que pegou na
cabeça dele e ele caiu. Caminho que o
Todos os projetis (não chamamos de bala) tem projetil percorreu no ambiente até o
uma única finalidade, que é matar. É para parar chegar ao indivíduo.
o indivíduo. Cada projetil tem um formato
diferente, tamanho e pontas diferentes → isso
tudo é para dar estabilidade para o projetil ter BALÍSTICA TERMINAL = medicina legal;
mais energia cinética, alcançar distância maior ou • TRAJETO = direita para esquerda,
distancia menor + fazendo maior estrago. anterior para posterior, de cima para
baixo. Caminho que o projetil faz dentro
do corpo do indivíduo.

Para que um projetil saia da arma de fogo, ele


tem um movimento de rotação, de precessão,
de nutação = tudo para que ele fique ESTÁVEL
e percorra uma maior trajetória possível.

BALÍSTICA INTERNA – perito criminal: vê


marca, calibre, potência, se a arma é efetiva ou
não.

1
• Quando mais eu giro, mais a ponta fica
estável, mais longe ele vai.
• Para que o projetil fique estável, preciso
ter uma raia dentro do cano = o projetil
só tem como rodar.

BALÍSTICA INTERNA
Como a arma funciona?
• Funcionamento das armas
• Estrutura
• Mecanismo - CAVIDADE PERMANENTE: onde o projetil
passa, é o famoso trajeto;
• Técnica de tiro
- CAVIDADE TEMPORÁRIA.: quando ele passa e
transmite a sua energia cinética;
• Normalmente quando o projetil “vira”

BALÍSTICA EXTERNA ORIFÍCIO DE ENTRADA E ORIFÍCIO DE SAÍDA.


• Perito criminal
- Projetil em fundo de saco: Pode ter projetil
Estuda a trajetória do projetil. Desde a saída até terminando em fundo de saco → sem saída; a
o impacto ou parada. gente encontra dentro do corpo.
- Zona de enxugo = exclusivo de orifício de - Projetil transfixante = entra e sai.
entrada.
- Posso encontrar lesões onde o projetil não
passou = cavidade temporária.
BALÍSTICA TERMINAL • Como é energia cinética, tenho uma
Efeitos do projetil no corpo humano. massa que vai gerar danos além da
própria cavidade em si.
• Médico legista
• Trajeto do projetil no corpo e seus
efeitos. Classificação DAS ARMAS DE FOGO
Preciso dar a condição de saber se foi de Quanto a forma com que ela é municiada:
anterior para posterior, etc.
• Arma de ante-carga = 99% só podem
ser carregadas por balins. Coloca a
Balística Terminal → Pode pedir uma tomografia munição pela boca do cano.
no IML = vejo imagem diferente, • Arma de Retro carga = pente ou tambor.
hiperdensidade, sinal de sangue no parênquima
encefálico, fratura pra dentro e fratura para fora.

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Quanto ao calibre: • Quanto mais balins, maior é o raio (“área”)
• Alma lisa = não tem nada dentro dela = que os projetis vão atingir.
calibre nominal
• Alma raiada = tem raias ali dentro =
calibre real

- Estojo = responsável por conter os elementos


da munição.
- Espoleta = parte do cartucho que destina a
inflamar.
- Bucha = separa a pólvora do projetil.
Cálculo do calibre nominal = pego os balins, vou - Pólvora = substância que explode pela
pesá-los e ver quantos balins são capazes para combustão.
dar 1 libra, ou seja, 453g. - Projetil = instrumento pérfuro-contundente
(pode ser único ou múltiplos).
• Se dentro da munição tem 12 esferas de
chumbo, e ela pesam 453g, ela é de
calibre 12.

Cálculo do calibre real = Pego a distância de uma


raia para a outra, meço em milímetros, jogo em
uma tabela, e tenho o calibre real.

Em uma arma de cano com alma raiada com 4


raias = Só posso encontra o projetil da arma
com 4 estrias = as raias limam o projetil, e aí
deixo estrias no projetil (bom para identificar se
o projetil é daquela arma).
• Quanto mais estrias = mais rotações,
mais distância alcança.
Quanto a munição:
Munição: conjunto de elementos perfuro-
contundentes = múltiplos balins (bolinhas de Múltiplos balins = tem que ser usada em arma
chumbo), tem uma bucha, pólvora, espoleta de alma lisa → isso porque se fosse usado em
arma de alma raiada, os balins iriam bater nas
• Imagina-se que tenha calor, fogo = isso raias e estourar o cano.
tudo me ajuda a determinar a distância
do projetil

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Rosa do tiro: balins saem organizadas do cano, e
no momento que ele encontra o ar, ele vai se
abrindo.

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Medicina Legal
Lesões por arma de fogo Presença ocasional (depende da distância do
disparo): zona de tatuagem, de esfumaçamento e
Instrumento pérfuro-contundente, ordem
área de queimadura.
mecânica, de energia cinética, misto.

• Ferimento de entrada Projetil único e múltiplo


• Trajeto
• Ferimento de saída

Preciso saber quantos orifício tenho de entrada,


quantos eu tenho de saída, para saber quantos
projetis vou buscar dentro daquele cadáver.
• Posso ter um cadaver com 4 disparos, com
duas armas diferentes. Preciso saber quais
projetis mataram o indivíduo. Alma lisa: múltiplos balins. Embaixo do projetil tenho
a bucha, depois pólvora, depois espoleta.
Orifício de entrada • Em um balin único, não tenho a bucha.
O que sai da boca do cano que só pode estar no
orifício de entrada: O disparo de alma raiada e de alma lisa é diferente.
1. Zona de tatuagem = pólvora que não Tenho pólvora, combusta, fumaça, projetil.
queimou. Não sai da pele mais. Cada
pontinha é um grão de pólvora que não Não preciso mirar na minha caça, por isso uso alma
queimou dentro da arma. lisa, que é de múltiplos balins. Forma a rosa de tiro,
que é uma arma de alma lisa que expulsa múltiplos
2. Zona de esfumaçamento = fumaça advinda balins.
da queima. Se eu lavar, essa zona é apagada.
• A velocidade é menor que a de tiro único
• Tenho a bucha, para que, quando a pólvora
3. Área de queimadura = fogo. Quem causa a queimar, eu a deixo queimar sozinha. Se
zonas e queimadura? A língua de fogo. tenho uma alma lisa com pólvora e balins,
faço uma confusão na queima, e saio com
4. Halo de enxugo = quando o projetil vai uma velocidade menor ainda.
girando para entrar na pessoa, ele se limpa • A bucha tenta fazer com que a pólvora se
antes de entrar, deixando terra, caco de queime, para fazer uma pressão e expulsar
vidro, metal. o projetil.
Tudo que levo na trajetória, posso
encontrar no orifício

Presença constante: orla de contusão e área de


enxugo;

1
Disparo único: revólver, pistola (disparo
semiautomático).
• Ao mesmo tempo que o projetil perfura,
ele gera a contusão (transferência de
energia cinética).

Arma de fogo = Instrumento que expele um


instrumento perfuro-contundente.
• O projetil é o objeto perfuro-contundente
Zona de contusão = área mínima que circula o
orifício de entrada. Ação do atrito do projetil.
ORDEM DE SAÍDA
• Posso ter na entrada e na saída. Tinha uma
1. Língua de fogo pele íntegra, chegou um instrumento
2. Pólvora que não queimou perfuro-contundente, que contundiu a pele
3. Fumaça sadia.
4. Projetil

Zona de enxugo: o projetil entrou, mas antes disso,


FUMAÇA
ele entrou na pele que era interna e se limpou da
PROJETIL
PÓLVORA
sujeira que veio com ele.
• Durante a escoriação da pele eu vou
LÍNGUA DE FOGO limpando.
• Nem toda zona de escoriação será igual a
zona de enxugo.
Zona de escoriação = pensar onde o projetil • Importante para afirmar que é um orifício
“raspou” na pele do indivíduo; instrumento age de entrada.
tangenciando a pele.
• Se for oblíqua, me dá o sentido do projetil LESÃO DE ENTRADA, COMO IDENTIFICAR?
no organismo → Zona de escoriação muito 1. Bordos para dentro.
maior de um lado do que no outro lado. Ele 2. Escoriação
vem girando na pele ate conseguir perfurar. 3. Zona de enxugo
• Se for perpendicular = a zona de
escoriação é mais ou menos simétrica.
Zona de tatuagem = Quanto mais longe do alvo,
maior será a zona de tatuagem.
A zona de escoriação me dá a ideia de onde • O raio da zona de tatuagem consegue me
procurar o projetil no cadáver, quais órgãos foram ajudar a determinar a distância do disparo.
afetados.

Zona de queimadura: tem uma área crestada


(queimada)

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Tiro de raspão BOCA DE MINA DE HOFFMAN: a pele que
everteu por conta dos gases superaquecidos
É uma escoriação, então seria uma ferida contusa.
Mas como é feito por arma de fogo, chamamos • Bordo estrelado, irregular = lesão de saída.
de tiro.
SINAL DE BENASSI: fumaça da díploe (tábua
externa, díploe, tábua interna).
Cavidade temporária e permanente
Cavidade permanente: trajeto que procuro dentro
do corpo do individuo.
Cavidade temporária: transferência de energia
cinética que causa contusão ou rotura de órgãos.

Toda vez que ele gira, ele aumenta a área de


transferência de energia. FUNIL DE BONET:
• Se aumenta área permanente = aumento Por onde o projetil passa, inicialmente, faz uma
a área temporária. fratura muito menor do que por onde ele passa
depois.

ORIFÍCIO de saída
• Lesão irregular
• Bordos evertidos
• Fragmentos de tecidos

TIRO ENCOSTADO
O projetil veio da esquerda para a direita, porque o
Toda vez que tiver fumaça na tábua externa = tiro
funil de bonet está nesse sentido.
foi encostado.
• Pode ser tanto de entrada quanto saída;
• A fumaça impregna dentro do orifício
• Só vejo em parte óssea

Tiro encostado: todos os elementos que saem da


O funil de bonet nos fala sobre o trajeto do projetil
boca do cano vão entrar junto com o projetil.
no corpo (na parte óssea).

SINAL DE WEKGAERTNER
O cano estava encostado → tem tatuagem de
queimadura do cano. Tatuagem do cano quente na
pele do individuo
O cano da arma estava encostado, e acaba ficando
com a marca da alça de mira na pele, por exemplo.

Toda vez que tenho um tiro encostado, mas a


arma não estava totalmente encostada, os gases
que saem da boca do cano dissecam a pele e, por
contragolpe, a pele não aguenta e vai romper.

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Medicina Legal
ASFIXIOLOGIA FORENSE 1. OBSTRUÇÃO DE VIA AÉREA
Energias de Ordem Físico-química Enforcamento: objeto externo obstruindo a via
aérea → a pressão no pescoço é o peso da
• Exemplo: morador de rua, 24 anos por própria vítima (gravidade).
morte súbita chega ao IML, sem lesão
externa aparente – medo de declarar o
óbito (não sabe a causa da morte, muito Estrangulamento: objeto externo obstruindo a via
novo). Ao abrir o corpo, sinais de aérea → a força é diferente do peso da pessoa.
estrangulamento.

Esganadura: uso da mão de outra pessoa


CONCEITO
• Constrição extrínseca do pescoço – nunca
Asfixia: Remete a falta de ar, mas não é isso falar esses termos, e sim descrever a lesão
A = falta
Sphizo = pulsar, palpitar 2. RESTRIÇÃO DO MOVIMENTO DA CAIXA
Asfixia = falta de pulso TORÁCICA
A. Indireta
Síndrome patológica eventualmente terminada pela B. Direta
morte, produzida pela anóxia e hipercapnia
resultantes da dificuldade ou supressão respiratória.
3. ALTERAÇÃO DO AMBIENTE:
Quando não respira ar → água (afogamento)
Conjunto de coisas que são desencadeadas pela
baixa de oxigênio, aumento de CO2, pela restrição • Confinamento fica em um ambiente onde o
do movimento do corpo da caixa torácica para que ar não é trocado.
o ar entre, chegando em um ponto que não tem
pulso.
ACHADOS GERAIS
- Livro Medicina Legal – Genival Veloso de
França

CLASSIFICAÇÃO

- Cianose: modificação do sangue, sem oxigênio,


excesso de CO2, sangue escuro com fluidez
aumentada. Roxo mais escuro
1
- Congestão Polivisceral: todos os órgãos FLUIDEZ DO SANGUE
congestos, com exceção do baço (sequestrador
de sangue) → entende como uma hipotensão,
com isso faz uma compressão na tentativa de
colocar sangue dentro dos vasos sanguíneos. –
Sinal de Etienne-Martin.

- Sangue escuro e fluidez aumentada: saída de


sangue dos vasos, isso provoca muitas petéquias –
Mancha de Tardieu.
Petéquias sub-pleurais e sub-epicárdicas: muito
frequente em vitima por asfixia, mas não pode
- Espumas nas vias aéreas: troca no pulmão que afirmar que é asfixia. – Manchas de Tardieu
não existe (não há oferta de O2), alvéolos ficam (pulmão, coração, fígado – onde o sangue se fixa)
congestos e se rompem – espuma na via aérea,
mais frequente em um indivíduo afogado.
• Cogumelo de Espuma. Hemorragia no elemento dentário – dente rosado.
Associar com modificação do meio liquido
(afogamento).
- Rigidez: Sinal de Listen (rigidez crânio-caudal) em
2 horas começa a ficar rígido na boca e pescoço,
em 24h todo rígido, em 36h começa a desfazer.
Se tiver um cadáver de cabeça dura e perna mole
está fazendo a rigidez; ou se encontrar um
cadáver com a cabeça mole e perna rígida esta
desfazendo a rigidez.
• Na asfixia - muito mais rápida e menos
duradoura, por isso não serve.

- Petéquias: mais frequentes por causa do sangue **Rigidez precoce = Detentos de Ponte Nova,
mais fluido asfixia por modificação de meio (fogo); queimadura
– avaliar se foi em vida ou pós-morte.
CIANOSE DA FACE • Não faz o espectro de equimose no olho e
na bolsa escrotal.
• Edema agudo de pulmão: espuma que
pode extravasar pela boca.
Cabeça com congestão ASFIXIA POR SUFOCAÇÃO
Pálpebra com congestão do globo ocular, mais DIRETA: obstrução dos orifícios naturais (boca,
apagado no morto e no vivo (com tentativa de nariz, traqueia até a carina). Ex.: onde tem pressão
asfixia) o globo fica brilhante. maior não tem formação de petéquias
• Consiste em obstrução das vias aéreas!

**Tampar somente a boca → entra em fadiga


muscular + o estresse do momento.
| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2
*petéquia e congestão - Sufocação Posicional: tipo de indireta -
vício de posição
Ex.: crucificação - posição viciosa, muito tempo em
uma posição = fadiga da musculatura intercostal e
o movimento da caixa para.

ASFIXIA POR CONSTRIÇÃO CERVICAL


Constrição extrínseca do pescoço – dou
elementos para quem vai avaliar possa concluir.
Músculos, vasos, traqueia, medula – coisas que vão
- Faixas etárias de risco: crianças abaixo de 6 anos sendo apertadas, quanto mais profundo mais força
(leite), idosos (queda de língua, engolir prótese). tem que fazer para morrer.
- Outros indivíduos em risco: doentes mentais;
embriagados (3ª fase); drogadictos.
MECANISMOS
- Mecanismo vascular: veia jugular, artéria carótida
Fases da embriaguez: (mais profundo um pouco), artéria vertebral
1. Macaco (engraçadinho, bulicoso, tagarela) (protegida pelo forame vertebral - muita força).
2. Leão (problema para o outro) Se tem enforcado com laço mole (lençol, coxa,
toalha), não chega na artéria vertebral → pode ir
3. Porco (na lama, cai de barriga para cima, vomita até a carótida.
– aspira o vômito, levando-o a asfixia)
Ex.: enforcamento com arame farpado – afeta os
- Engasgar com pedaço de comida (obstrução de 3 níveis.
traqueia)
**Luva na traqueia, meia.

INDIRETA: asfixia violenta por restrição do


movimento da caixa torácica – por compressão do
tórax
Ex.: desmoronamento e cai uma pedra no tórax;
acidente automobilístico, parafilia (para prazer), - Mecanismo de Reflexo: hipotensão e bradicardia
esmagamento (elefante, tábua com pedra, grandes Ex: palpação de linfonodo cervical → nunca palpa
multidões – atropelamento por pessoas) dos dois lados a mesmo tempo – pode atingir uma
*Fase de crise convulsiva. estrutura (seio carotídeo) e causar uma bradicardia
no paciente. Ex.: laço fino que atinge o seio
carotídeo e não tem nenhum elemento -
Enforcado branco: sulco no pescoço, mas não tem
sinal nenhum de asfixia.

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- Mecanismo de compressão de via aérea: - Sulco (marca) oblíquo ascendente; único
membrana tireoidiana – a corda sobe e lesa essas ou múltiplo;
estruturas.

ALTERAÇÕES EXTERNAS:
- Sulco: provar que o instrumento fez o atrito no
pescoço do indivíduo – na grande maioria é sulco
ascendente.
* Sinais encontradas nos sulcos – descrever
os achados
Típico: sulco oblíquo, ascendente, supraioideo
-Qual instrumento usado? Foi usado ponto de incompleto – o local onde está faltando é onde
apoio? Laço. está o nó (na maioria das vezes látero-posterior),
sulco único – pensa que o peso fez o laço subir,
mais provável ser suicídio
Modalidade de constrição extrínseca do pescoço
- Enforcamento: pressão extrínseca no pescoço Sulco duplo, completo, horizontalizado, uniforme:
por próprio peso da vítima. - Precisa de Laço, Nó pode ser um enforcado e pode ser um
e ponto de apoio estrangulado. Mais provável de ser homicídio.
**Mesma modalidade (constrição extrínseca
do pescoço),

- Face:
✓ Cianótica ou não: enforcados azuis e brancos;
✓ Edema de partes moles;

Ponto de apoio – instrumento – laço – força do ✓ Petéquias na pele e mucosas – principalmente


indivíduo. conjuntivas oculares;
A. Suspensão Completa: todo o corpo fora do chão ✓ Língua violácea, aumentada de volume,
projetada para fora;
B. Suspensão Incompleta: no chão
✓ Líquido sanguinolento nas narinas e boca;
✓ Estigmas ungueais: arrependimento → muito
relativo, pois, às vezes, a pessoa pendurada, por
reflexo tende a colocar a mão entre o pescoço e
o instrumento – escoriações contrárias ao sulco

Membros:
*Fase de crise convulsiva – se for suspensão ✓ Posição varia com o tipo de enforcamento;
incompleta se debate em locais perto e encontra ✓ Pequenas escoriações e equimoses podem
lesões traumáticas indicar convulsões.

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ALTERAÇÕES INTERNAS Caso de enforcamento: cara que tem ponto de apoio
instrumento e o laço – esqueceu de calcular o peso
Todos os sinais gerais de asfixia – petéquias (Mancha quando pulou ao invés de enforcar fez uma
de Tardieu) decaptação – agiu como instrumento cortante
➢ Geralmente são pobres à exceção do pescoço.
➢ Podem estar ausentes os sinais gerais de asfixia!

Lesões cervicais internas:


✓Objetivo: causa da morte e reação vital.
✓A região cervical deve ser examinada por último!

Instrumento fazendo constrição do pescoço pode ter


hemorragia da mucosa, comum em laço fino, não
sendo frequente na Teresa (lençol, toalha).

Pode ter equimoses mais expressivas e menos


expressivas – na necropsia de um asfixiado deixa o
pescoço por último, para não contaminar com sangue
para que consiga ver o bloco cervical todo.
À medida que vai abrindo, vai fotografando e
descrevendo – com escrivão é auto; depois que
confecciona o laudo (deixa o rascunho para que não
precise voltar para assinar a declaração de óbito); o
tempo da necropsia varia de acordo com o caso, em
média 2h de um enforcado 40min-1h.

Pode ter um infiltrado hemorrágico exuberante

Lesões de cartilagem tireoide

- Quando o instrumento passa no pescoço em


direção cranial pode passar na cartilagem e fraturá-la.
Tem que provar a lesão se for descrever – tira o osso
e vê que tem uma descontinuidade – sabe que é em
vida pelo infiltrado hemorrágico (inflamação).

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


Medicina Legal
Revisando ASFIXIA Estigmas ungueais: enfia a unha no pescoço para
tentar afrouxar o instrumento, e coloca
Sinais gerais de asfixia:
escoriações contrárias ao sulco.
• Equimose arroxeada (hipóxia, sangue fluido)
• Rigidez é mais rápida na asfixia e se desfaz
mais rápido também; ALTERAÇÕES EXTERNAS
• Petéquias = se formam com mais facilidade. Face congesta, escura, escoriações acima e abaixo
• Cogumelo de espuma = alvéolos congestos do sulco, protrusão de língua, hemorragia
que se rompem → comum em conjuntival.
afogamentos.
• Manchas de Tardieu = petéquias nos
órgãos. ALTERAÇÕES INTERNAS
Todos os sinais gerais de asfixia
Obstrução de orifício natural até a carina = • Comum ter petéquias = sinal de Tardieu.
sufocação direta.
Posso ter discretas equimoses, bem como um
Restrição do movimento da caixa torácica = infiltrado hemorrágico bem acentuado.
sufocação indireta.
Posso ter lesão de cartilagem, lesão óssea:
3 modalidades de constrição extrínseca do • Quando o instrumento passa no pescoço
pescoço: em direção ao crânio, posso passar pela
• Enforcamento = constrição extrínseca é o cartilagem tireoide e fraturá-la..
peso da própria vítima;
• Estrangulamento = constrição feita por um
Quando descrevo que houve uma lesão – tenho
peso diferente do da própria vítima;
que provar.
• Esganamento = a força feita no pescoço é
de uma mão. • Tiro o osso, disseco-o: vejo que tem uma
fratura. Sei que é em vida porque tem um
processo inflamatório, um infiltrado
ENFORCAMENTO hemorrágico.
Coisa mais importante: o sulco oblíquo ascendente,
normalmente incompleto. CAUSA JURÍDICA DE ENFORCAMENTO
- Para que eu tenho um enforcado, tenho Individuo que fez tudo certo, achou local para
que ter 3 condições: o ponto de apoio, o pendurar corda, fez laço, colocou a corda no local
instrumento (com o nó) e o laço. certo. Tinha tudo para ser um enforcado. Todavia,
quando o individuo pulou, ele fez uma decapitação.
Se aperto o pescoço, eu impeço que o sangue A corda agiu como instrumento cortante.
volte. Então tenho uma face congesta, língua
arroxeada, aumentada de volume.
ESTRANGULAMENTO

1
Estrangulado: tenho força no pescoço, mas a força • Hemorragia conjuntival
que faz a constrição é outra que não o peso da
vítima.
Existem fenômenos que atrapalham a putrefação
= mumificação = fenômeno transformativo
SINAIS GERAIS conservador. Mostra sexo, lesões externas,
• Os mesmos sinais de asfixia: congestão ou características
hemorragia conjuntival, petéquias.
• Única coisa mais típica = sulco vai ser
Modificações do ambiente
horizontalizado, fundo pálido, uniforme.
• Proibição da estrada de ar = direta
• Restrição do movimento da caixa torácica =
Mais comum nos homicídios. sufocação indireta
• Constrição extrínseca do pescoço
• Modificações do ambiente = respirar em
meio não respirável.

Exemplo de ambientes:
• Confinamento = Dama de Ferro = fico em
um ambiente onde o ar não é renovado.

CONFINAMENTO
ESGANADURA Pessoas ficam presas em um ambiente onde o ar
Quando o instrumento que faz a pressão no não é renovado.
indivíduo são as mãos de outra pessoa.
SOTERRAMENTO
Quando respiro em meio sólido.
• Todos os sinais de asfixia + o produto que
ele respirou

Mecanismo de morte no soterramento = Asfixia


por:
• Sufocação indireta
• Esganadura = mão • Sufocação direta
• Estrangulado = qualquer outro instrumento • Soterramento estrito
que não seja a mão. • Confinamento
• Todas as duas sãos feitas por força
diferente do corpo do individuo.
ASFIXIA POR INALAÇÃO DE GASES
IRRESPIRÁVEIS
As vezes não acho quase nada externamente, mas
No geral: a equimose é escura, intensa.
os sinais estão lá dentro.
No caso de ambiente com fumaça (aumento de
• Infiltrado hemorrágico em vasos e
CO2): equimose com coloração rosa. Única
musculatura do pescoço.
exceção.
• Sinal de Tardieu

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


- O sangue fica preso na cabeça
- O esfriamento cadavérico no individuo é
mais rápido do que em outros indivíduos;
- Rigidez precoce;
- Pele arrepiada = pele anserina → rigidez
da musculatura pilo-eretora.
- Maceração da pele → Pés e mãos de
lavadeira = fica enrugado. As vezes macera tanto
Se ele tem fuligem na via aérea = paciente estava que o individuo perde a luva epidérmica.
vivo enquanto estava respirando aqueles gases
- Lesão causada por fauna.
irrespiráveis.

Cadáver retirado do meio liquido séptico = faz o


A hemorragia conjuntival tem uma coloração mais
gigantismo até com 3 dias.
avermelhada do que em outras condições.
• Segunda fase da putrefação: fase gasosa.
• Também representa que ele estava vivo.
• Em morte normal = encontramos isso em
15 a 30 dias.
AFOGAMENTO
Respirando em meio líquido. Fase gasosa: eleva os membros e gera a posição
O afogamento pode ser dividido em 3-5 fases: de lutador.
1. Resistência = apneia voluntária, lucidez.
2. Exaustão = dispneia com inspiração LESÃO PELA FAUNA AQUÁTICA
profunda e expiração curta = aspira maior
Pálpebra, asa de nariz, lábio, lobo de orelha, mamilo,
quantidade de água.
prepúcio, bolsa escrotal = locais em que
3. Asfíxico ou de crise convulsiva.
encontramos lesão pela fauna aquática.

SINAIS NA ASFIXIA
Entra água no pulmão, faço edema agudo de
pulmão = exteriorizo na forma de cogumelo de
espuma
• Hemorragia é cero-sanguinolenta.
• V invertido = apodreço pela cabeça.

Indivíduo em V invertido = se sofrer fase de


arrasto, ao retirá-lo do rio ou mar, encontro lesões
de arrasto em testa, dorso da mão, joelho, pés.

Sinais gerais de asfixia + protrusão de língua +


protrusão de olho = cabeça de negro

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


Água no TGI = principalmente no jejuno.

Pulmão = edema alveolar, sinal de Paultalf (são


bolhas formadas no parênquima pulmonar, típico de
afogado).

O baço contrai e os outros órgãos ficam congestos.


= congestão polivisceral.

Hemorragia bilateral nos ossos temporais.

Afogado tem muito a ver com acidente.

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


Medicina Legal
Tanatologia • Só podemos fazer a necrópsia passada 6h
de morte, salvo se tiver algum sinal
Fenômenos cadavéricos
incompatível com a vida.
o Dentro da cronotanatognose, 6h é o
Fases da Putrefação: suficiente para que evento abióticos
1. Cromática → Mancha verde abdominal se tornem transformativos.
2. Gasosa
3. Coliquativa Os fenômenos transformativos interessam ao
4. Esquelitização = última fase = devolvo o legista.
cadáver para o meio ambiente. Apenas, daí
Tem aqueles que destroem o cadaver e aqueles
para frente, começa a desmineralizar.
que conservam o cadaver.
• Fenômenos transformativos destrutivos:
putrefação → mancha verde abdominal,
fase gasosa, coliquativa, esqueletização.

Se estou em ambiente específico: acabei de


morrer e vou fazer a mancha verde abdominal,
mas o lugar tem sol forte, alta temperatura,
ventilação grande = desidrato mais rápido do que
apodreço, então vou mumificar.
Ao invés de destruir, eu transformei conservando.
• Mumificação
Dividimos o tema da medicina legal em dois grupos: • Saponificação
Fenômenos abióticos = insinuam a morte. É um
processo, então começo imediatamente os
fenômenos sem vida, a medida que eu vou FENÔMENOS Abióticos
morrendo, eu passo para os fenômenos abióticos Insinuam que o indivíduo está sem vida =
tardios (sinônimos = mediatos ou consecutivos). fenômenos abióticos.
1. Abióticos imediatos
2. Abióticos tardios (ou consecutivos, ou
mediatos).
a. Sinais que imitam a morte

“Quais os fenômenos abaixo não fazem parte dos


fenômenos abióticos consecutivos (tardio, mediato
ou consecutivos)” → pode pedir isso em uma
prova.

Continuo morrendo, passo por um fenômeno IMEDIATOS: começam a aparecer no individuo que
transformativo. Isso tudo é sinal real de morte. está me sugerindo que está morto.

1
• Perde a consciência o Individuo foi jogado na água, não
• Mobilidade sabia nadar, tentou pegar capim para
• Para de circular se agarrar.
• Para de respirar o Pegar material genético pós-
• Fica insensível mortem.
• Flácido
• Cara de defunto = palidez cérea Presença de fenda palpebral
• A parte exposta evapora mais rápida = da
o sinal de acastanhamento na pálpebra por
desidratação.

Pupila midriática = não tem reflexo de midríase e


miose. Ele tem relaxamento da íris, e com isso,
tenho midríase fixa.

Tunot inventou uma tríade = toda vez que Na fase de flacidez, começa a ter uma liberação de
encontro o indivíduo imóvel, sem respirar e sem enzimas na musculatura estriada, o cadáver
circular, pode ser que eu individuo esteja morto. começa a rigidez cadavérica = isso dificulta a
tanatopraxia.
• I.R.C. = imobilidade, perda de respiração,
perda de circulação. • Se deixo o cadaver em determinada
• Tríade de Tunot está associado com morte posição = ele continua naquela posição para
aparente = PODE ser que esteja sempre.
começando o processo de instalação de
morte real. Vesículas seminais = contração da vesícula seminal
= se tiver sêmen na vesícula, a contração espreme
SINAIS MACROSCÓPICOS o sêmen e se exterioriza na glande.

Boca aberta

Liberação de esfíncter.
• Morte físico-químico = muito mais
expressiva.

Abióticos mediatos/COnSECUTIVOS/ tardio


De. Liv. E. Ri
1. Desidratação
Posição da mão constante: flexão dos quatro dedos
2. Livor
sobre o polegar
3. Esfriamento
• Constante. 4. Rigidez
• Pode ter provas de crime “conservadas” por
essa posição, fixas na mão.

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


• Mancha negra = mancha de Sommer
Larcher.

Um fenômeno abiótico imediato, que seria a fenda


palpebral, segue para fenômeno abiótico mediato,
como a mancha de Sommer-Larcher.

DESIDRATAÇÃO

Mancha de Sommer-Larcher

LIVOR ou HIPÓSTASE

Não serve para cronotanatognose.


Serve para mostrar como o cadaver fica.
• Não dá tempo de morte, porque depende
de muitas variáveis.

Pele Único e exclusivamente feito pela ação da


A desidratação significa: ficar com pele igual de gravidade, tirando a parte liquida de dentro dos
couro de pandeiro, dura, amarronzada, acastanhada. vasos, e depositando-o na área de declive. Com
Perde água, diminui de volume. isso, dentro do vaso sanguíneo, ficam os elementos
figurados.
• Pele seca, dura, coloração pardacenta.
• Uma das consequências de desidratar mais • Livor: saída da parte liquida.
rápido que apodrecer é mumificar.
• Se for desidratação normal = chego à
putrefação.

Globo Ocular
• Tela viscosa = olho de peixe
• Hipotensão do globo ocular = ele pode ate
enfiar para dentro Não é exclusivo de morte real, você pode ter um
• Dissecação da mucosa = enrugamento individuo caquético em uma casa de idosos, ai ele

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


tem hipotensão, sangue fica retido, as costas vão Não da para saber tempo de morte com a
ficando roxas. temperatura do cadáver.

Tempo: média de 8 a 12h = fixação dada pelo livro. RIGIDEZ


Uma vez fixada, ele não mais muda de lugar. Lei de Nysten = a rigidez se instala crânio-caudal. A
• Se o cadáver está de barriga para baixo e rigidez se desinstala crânio-caudal. Isso por causa
as costas estão roxas: ele foi mudado de dos grupos musculares, de menos quantidade de
posição. fibras, para o grupo de mais fibras musculares.

O livor começa com pontilhados, que vão se


confluindo. Isso forma placas cada vez maiores, ate
o cadáver ficar todo roxo na posição de declive.
• O livor pode alterar até 12h.

O livor pode ser intenso = pode ter dente rosado


• Afogamento.

• Se encontro um cadáver de cabeça dura e


perna mole = rigidez instalando.
• Cadáver de perna dura e cabeça mole =
rigidez desinstalando.

Temporalidade:
• Começa com 2h de morte
• E termina a rigidez com 24h = depois disso
Afogado: apodrece primeiro pela cabeça. Então a que começa a desinstalar
cabeça estará esqueletizada, e o corpo vai estar • Até 36 a 46h = para desinstalar
diferente.

Na asfixia: a rigidez na cronotanatognose não serve


ESFRIAMENTO DO CADÁVER para o cálculo.

Sinal de Kossu
Rigidez estatutária = rapidez com que a rigidez
instala em um corpo quando a morte é surpresa
para o cadáver.
• Quadro clássico: um soldado francês
segurando uma baioneta e uma xícara de
Muitos são os fenômenos que interferem no xá na mão, sendo que ele foi decapitado.
cadaver para ele esfriar. • Virou uma estátua.
• É uma rigidez imediata.
• Calculo a temperatura do cadáver pelo
ânus.

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


Fenômenos transformativos • Recém-nascido e caso de asfixia → a
putrefação não começa pela fossa ilíaca
Sinal real de morte.
direita.
Quando o paciente apresenta algum desses o Começa pela cabeça.
fenômenos, não preciso esperar 6h para fazer
necrópsia
Fenômeno de instalação progressiva. Começa
colorindo o cadáver, depois faço gás, depois
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS começa a perder as partes moles do cadaver, para
DESTRUTIVOS depois liberar o osso para o meio ambiente.
1. Autólise • Cromática
2. Putrefação • Gasosa
3. Maceração
• Coliquativa
• Esqueletização
Esses três fenômenos transformativos destroem o
cadáver.

FASE CROMÁTICA
AUTÓLISE
Fenômeno que pode ser organizado e
desorganizado.
Organizada: macrófago, resolve aquilo e limpa as
células que morreram.
• Apoptose: macrófago limpa as lesões

Desorganizada: morte celular, forma necrose, e o


Mancha verde abdominal: local onde tem mais
organismo não da conta de liberar isso.
bactéria = na fossa ilíaca direita.
• Necrose
• Colorir = literalmente deixar uma mancha
verde na fossa ilíaca do abdômen.
Só serve para escolher alguma alteração, como o
potássio:
Acabou a rigidez, em 24h, já começo a primeira
Ao romper a célula, coloco as coisas intracelulares fase da putrefação.
para o meio extracelular. Pego a quantidade de
Então é com 24h de morte, e dura até 1 semana.
potássio presente na amostra e vejo a hora de
morte do indivíduo.
Chega um momento que não há aumento do nível É chamada de fase cromática porque é a
de potássio, então quer dizer que o individuo tem coloração verde.
mais de 13h de morte (segundo uma tabela que o
professor deu em sala de aula). FASE GASOSA
• Da para montar um gráfico de morte.
Mancha verde já foi para todo o abdômen/ todo o
corpo.
PUTREFAÇÃO Quando começa? Quando termino a mancha verde
Começo a putrefação da fossa ilíaca direita abdominal. Na teoria, com 1 semana.
• Fica até quando? Até 30 dias.

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


A fase gasosa é a fase do gás, tem cheiro. Nessa • Fase de Putrilagem = descarnar o osso,
fase, é onde o cadaver emite um sinal de odor para derreter tudo aquilo que tenho no cadaver.
as 12 legiões da fauna cadavérica. o Amolecimento e desintegração dos
1. Primeira legião: Díptero = mosca tecidos, que se transformam em
uma massa pastosa, semilíquida,
escura e de intensa fetidez
Circulação póstuma de Brouardel: o gás faz uma
circulação com as células dentro do vaso, colorindo
a teia vascular. Por isso tem circulação póstuma. Às vezes, temos cadáver sem face, sem mama,
sem genitália.
• Ferro da hemoglobina começa a colorir o
cadáver. • Basta ir no hipogástrio e ver se ele tem
útero ou se ele tem próstata. São as duas
estruturas que mais resistem a putrilagem.

FASE DE ESQUELETIZAÇÃO
Não consegue mensurar.
Se a putrilagem foi de 3 anos, a esqueletização
começa com 3 anos.
• Por conta disso, não usamos a fase
• Gigantismo = aspecto/ posição de lutador coliquativa nem a fase de esqueletização
• Projeção de olhos, língua e abdominal para dar tempo de morte.

Posso ter um cadáver com crânio esqueletizando


Há desnudamento da derme.
com um monte de tecido íntegro = se não é a
Há gás inflamável e gás não inflamável. maioria do indivíduo, então não é esqueletização
ainda.
O cadaver, quando entra na fase gasosa, começa
a fazer algumas sulcos e flictenas (tem líquido As vezes precisa macerar o cadáver para arrancar
dentro), eles se rompem e vai para baixo. A mosca as partes moles e fazer a antropologia.
coloca a larva debaixo, para que o caldo cheio de
glicose a alimente de forma passiva.
MACERAÇÃO
• Protegida da luz, de predador e alimentada.
Encontro o cadáver dentro d’água.
“A maceração é um fenômeno de transformação
Todos os cadáveres ficam iguais na fase gasosa,
que ocorre no cadáver quando em meio aquoso
como nos afogados (maceração séptica), ou pode
Conforme o tempo está passando, vai havendo o ocorrer no feto quando morre no útero da mãe
esvaziamento, e com isso, vai diminuindo de do sexto ao nono mês de gestação (maceração
tamanho. asséptica).”

FASE COLIQUATIVA
Começa no final da fase gasosa.
O tempo de putrilagem é muito grande.

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2


Medicina Legal
Maceração - a.p.m • Quando mais macerado, mais destrutivo.
Fenômenos transformativos destrutivos. • Cadáver com cabeça de cone = pois não
tem as suturas fundidas = ocorre o
• Autólise cavalgamento das tábuas.
• Putrefação
• Maceração
Fenômenos Transformativos conservadores
Para que aconteça a maceração, preciso de uma Se a morte real instala, começo a apodrecer, mas
condição especifica, preciso que o cadáver fique há uma condição especifica no meio ambiente, eu
imerso em meio líquido. posso parar o processo destrutivo e passa a fazer
um processo transformativo conservador.
• Mumificação
Não posso utilizar para dar tempo de morte, pois
• Saponificação
a variação é grande.
• Calcificação
• Meio séptico = água podre = individuo que • Coreificação
afoga dentro de fossa, rio, pântano, etc
• Meio asséptico = feto morto retido na
barriga da mãe. MUMIFICAÇÃO
o Posso ter fase gasosa com 3 dias a Cadáver começa a apresentar os fenômenos de
96h. morte real, cadáver está em local muito quente,
O individuo, no meio liquido, passa por todas as muito ventilado. Evapora de forma expressiva.
fases de modo mais rápido. Evapora/ desidrata tanto que ele mumifica.
• Conserva seus carácteres
• Só posso mostrar o cadáver para quem
MACERAÇÃO EM CONDIÇÃO
estava desaparecido.
SÉPTICA.
A maceração é ficar enrugado, embebido em meio
Vemos redução de volume, pele com aspecto de
líquido.
couro, e conservação total do cadaver.
• Pré-maceração = pés e mãos de lavadeira,
Onde não está ventilado/ mumificando = continua
enrugado. Pode chega a destacar a pele do
o processo de apodrecimento.
indivíduo, podendo ter desluvamento de
extremidade. • Posso ver fraturas, sinal relacionado a morte
do cadáver.

MACERAÇÃO EM CONDIÇÃO
ASSÉPTICA
Cadáver dentro da barriga da mãe, embebido no
liquido, e vai tendo fases de maceração. Quanto
mais tempo retido, mais macerado fica, mais
epiderme ele destaca, mais avermelhado ele se
apresenta.
• Maceração de grau 1 a 3
1
SAPONIFICAÇÃO
Ambiente úmido, pouco ventilado, protegido do sol
(não é dentro da água).
- Transformar em manteiga, queijo.
Aspecto que transforma o corpo e que preserva,
mas muito friável.
• Conseguimos triturar o tecido facilmente.

CALCIFICAÇÃO
Muito raro.
Tenho um feto morto retido dentro da barriga da
mãe. Ele não macera porque a mãe tem, no liquido
amniótico, uma quantidade grande de sais de cálcio.
• Fenômeno chamado de litopédio = feto de
pedra

COREIFICAÇÃO
Hoje não acontece com muita frequência.
Para que isso aconteça, ele tem que ser enterrado
em urna de zinco ou galvanizada, para que os
fenômenos de putrefação não aconteçam.
É tão hermeticamente fechado que a fauna
cadavérica não sobrevive.
• Hoje essas urnas são proibidas.

Urna de zinco ou galvanizada → só é utilizada


para:
1. Inumar quem está contaminado com
radiação
2. Transportar individuo dentro do avião.

| Lívia Nascimento – FAMED XVI/2

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