Você está na página 1de 5

O USO DA MÚSICA COMO RECURSO DIDÁTICO NÃO CONVENCIONAL PARA

APRENDER GEOGRAFIA

Antonia Edna de Araújo Gomes


Graduanda da Universidade Federal do Piauí - UFPI
agomesedna@ufpi.edu.br

Larissa do Carmo de Sousa


Graduanda da Universidade Federal do Piauí - UFPI
larissadocarmodesousa@ufpi.edu.br

Profa. Dra. Bartira de Araújo da Silva Viana


Docente da Coordenação do Curso de Geografia - UFPI
bartira.araujo@ufpi.edu.br

RESUMO: Este texto discutirá sobre a importância do uso da música no processo ensino-aprendizagem dos
conteúdos geográficos, considerando-o como um recurso didático não convencional de baixo custo, de fácil acesso
e com inúmeras possibilidades de utilização em sala de aula. A música é um recurso didático utilizado por
professores de diversas áreas como forma de tornar as aulas mais interessantes aos alunos. Muitos docentes
possuem um repertório para utilizá-la conforme o conteúdo a ser trabalhado em sala de aula, entretanto, deve-se
destacar a importância da adequação de qualquer proposta ao contexto da escola, da turma e das necessidades dos
alunos. Diante disso, este trabalho tem como metodologia a realização de pesquisas bibliográficas em livros e
artigos científicos que tratem de questões pertinentes ao cumprimento de seu objetivo geral que foi analisar a
importância do uso da música como recurso didático não convencional no ensino de Geografia, visando uma
aprendizagem significativa. As bases teóricas do estudo foram pautadas nos seguintes autores: Oliveira e Holgado
(2019), Crozat (2019), Pereira (2012), Silva (2011), Bezerra et al. (2021), Callai (2001), Pederiva e Tristão (2006)
e Marques (2019). Conclui-se que a música é um recurso didático muito importante nas aulas de Geografia, uma
vez que é acessível aos alunos em suas respectivas realidades, pode ser utilizada na problematização do cotidiano
e na formação do cidadão de forma lúdica e interativa, contribuindo para o alcance de uma aprendizagem
significativa.

Palavras-chave: Ensino de geografia. Música. Recursos didáticos.

Associação dos Geógrafos Brasileiros – AGB – Av. Lineu Prestes, 338, Geografia/História – Cidade
Universitária/USP, São Paulo – SP, CEP: 05508-900, telefone: (11) 3091-3758
INTRODUÇÃO

Este texto discutirá sobre a importância do uso da música no processo ensino-


aprendizagem dos conteúdos geográficos, considerando-o como um recurso didático não
convencional de baixo custo, de fácil acesso e com inúmeras possibilidades de utilização em
sala de aula.
A música é um recurso didático utilizado por professores de diversas áreas como forma
de tornar as aulas mais interessantes aos alunos. Deve-se destacar que muitos docentes possuem
um repertório organizado para utilizá-la conforme o conteúdo a ser trabalhado em sala de aula.
Entretanto, deve-se enfatizar a importância da adequação de qualquer proposta ao contexto da
escola, da turma e das necessidades dos alunos.
Assim, o objetivo geral da pesquisa foi analisar a importância do uso da música como
recurso didático não convencional no ensino de Geografia, visando uma aprendizagem
significativa.

METODOLOGIA

Este trabalho teve como metodologia a realização de pesquisas bibliográficas em livros


e artigos científicos que tratem de questões pertinentes ao entendimento do uso da música como
recurso didático não convencional no ensino de Geografia. As bases teóricas do estudo foram
pautadas nos seguintes autores: Oliveira e Holgado (2019), Crozat (2019), Pereira (2012), Silva
(2011), Bezerra et al. (2021), Callai (2001), Pederiva e Tristão (2006) e Marques (2019).
A pesquisa baseou-se na Teoria da Aprendizagem Significativa de Ausubel (1918 -
2008), da qual se entende que para que uma aprendizagem ocorra, ela deve ser significativa ao
aluno, e isso depende de fatores internos e externos ao indivíduo. O fator interno relaciona-se à
vontade de aprender, enquanto que os fatores externos são representados por materiais e
métodos voltados para a mediação da aprendizagem e para o alcance de uma aprendizagem
significativa, devendo ser pensados a partir da realidade do aluno.

RESULTADOS

Associação dos Geógrafos Brasileiros – AGB – Av. Lineu Prestes, 338, Geografia/História – Cidade
Universitária/USP, São Paulo – SP, CEP: 05508-900, telefone: (11) 3091-3758
O uso de recursos didáticos não convencionais por professores se mostra uma
alternativa facilitadora na busca pela motivação dos estudantes, ainda mais quando o recurso
está relacionado à realidade do aluno. Diante disso, concorda-se com Bezerra et al. (2021,
p.288), os quais explicam que “[...] é relevante que a educação seja simplificadora dos
conteúdos, principalmente os mais abstratos, utilizando exemplos relacionados ao cotidiano
dos alunos, pois é a metodologia que faz o alunado compreender o conteúdo”.
Destarte, destacam-se no rol de metodologias que podem ser utilizadas nas aulas de
Geografia, o uso de recursos didáticos não convencionais visando potencializar a
aprendizagem, a partir da adequação do contexto da classe e dos conteúdos. De acordo com
Silva (2011, p. 17), recursos didáticos não convencionais são “[...] os materiais utilizados ou
utilizáveis por professores(as), na Educação Básica, mas que não tenham sido elaborados
especificamente para esse fim”.
Segundo Marques (2019, p. 1), “[...] a educação geográfica deve habilitar os estudantes
para a leitura e o entendimento do mundo, tanto dos aspectos físicos como sociais”. Também
discutindo essa questão, Callai (2001) afirma que a Geografia, enquanto conhecimento escolar,
deve habilitar o aluno para que exerça sua cidadania de forma plena. Diante disso, fica evidente
a importância da aprendizagem do conhecimento geográfico de forma significativa, sendo
necessário o estabelecimento de propostas interativas e lúdicas, ao longo do processo ensino-
aprendizagem, as quais poderão ser potencializadas com o uso de recursos didáticos não
convencionais.
A música, como recurso didático não convencional, ganha destaque, dentre outros
motivos, por permitir ao professor se aproximar de seus alunos. Conforme Pereira (2012, p.
140): “dificilmente se encontrará algo mais atrativo, entre crianças e jovens, do que o
compartilhar suas preferências, sua reprovação ou aprovação às obras musicais, com seus
colegas e professores.”
A música faz parte da vida de todas as pessoas, ela é “[...] onipresente e aparentemente
indispensável” (CROZAT, 2019, p.14), e os conhecimentos geográficos partem das vivências,
das realidades. Muitas músicas ouvidas pelos alunos estão carregadas de conhecimentos
geográficos e, assim, torna-se de suma importância levá-las para a sala de aula, incentivando os
alunos a ouvir de forma ativa e contribuindo para a sua leitura do mundo de forma crítica.

Associação dos Geógrafos Brasileiros – AGB – Av. Lineu Prestes, 338, Geografia/História – Cidade
Universitária/USP, São Paulo – SP, CEP: 05508-900, telefone: (11) 3091-3758
Têm-se a relação da música e Geografia ao se entender que “[...] a música pode ser
uma forma de determinados grupos manifestarem elementos que são do seu interesse, que
fazem parte das suas vidas” (OLIVEIRA; HOLGADO, 2019, p. 87). Evidencia-se também que
“a música (som e letra) pode ser utilizada na problematização do cotidiano e na formação do
cidadão de forma mais lúdica e interativa, tendo em vista a amplitude de abordagens que podem
ser identificadas nos diversos gêneros musicais” (PEREIRA, 2012, p. 140). É importante
salientar que

[...] a inteligência pode ser desenvolvida por meio da audição, já que


cada código sonoro representaria um espaço ativado no cérebro, com a
finalidade de reter informações. Os neurônios, que recebem as
informações codificadas, após serem ativados pelos códigos musicais,
ficariam “abertos” para receberem conhecimento de outros órgãos dos
sentidos. A ativação dos neurônios seria ampliada à medida que novos
conhecimentos vão se somando por meio dos cinco órgãos do sentido.
O autor explica que, maior será o conhecimento sonoro da pessoa
quanto mais sons diferentes ela ouvir, por estar utilizando uma área
cerebral maior para reter aquelas informações. (STRALIOTTO, 2001,
citado por PEDERIVA; TRISTÃO, 2006, p. 87).

Nesse sentido, pode-se reforçar a importância do uso dos recursos didáticos não
convencionais nas aula de Geografia visando a aprendizagem significativa, ao considerar o que
Oliveira e Holgado (2019, p. 101) argumentam explicando que “a música, assim como as outras
alavancas para despertar os outros sentidos (paladar, tato, visão, olfação) nos leva a viajar por
espaços que a condição escolar ou as barreiras físicas e financeiras não deixariam levar nossos
alunos”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Associação dos Geógrafos Brasileiros – AGB – Av. Lineu Prestes, 338, Geografia/História – Cidade
Universitária/USP, São Paulo – SP, CEP: 05508-900, telefone: (11) 3091-3758
Diante do exposto, fica evidente a potencialidade do uso da música como recurso
didático não convencional no processo ensino-aprendizagem em Geografia. Ressalta-se a
importância de um bom planejamento docente, partindo do contexto de sua turma, as
necessidades de seus alunos e os objetivos de aprendizagem.
Portanto, é possível concluir que a música é um recurso didático muito importante nas
aulas de Geografia, uma vez que é acessível aos alunos em suas respectivas realidades, pode
ser utilizada na problematização do cotidiano e na formação do cidadão de forma lúdica e
interativa, contribuindo para o alcance de uma aprendizagem significativa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEZERRA, M.; et al.. Entre o mundo real e virtual: a produção de memes como proposta
metodológica para o ensino de Geografia. Metodologias e Aprendizado. [S. l.], v.4, p.282–289,
2021. Disponível em: https://publicacoes.ifc.edu.br/index.php/metapre/article/view/2249.
Acesso em: 2 nov. 2022.
CALLAI, H.C. A geografia e a escola: muda a geografia? Muda o ensino?. Terra Livre, São
Paulo, n.16, p.133-152, 2001.
CROZAT, D. Jogos e ambiguidades da construção musical das identidades espaciais. Tradução
de Daiane Seno Alves. In: DOZENA, A. (org.). Geografia e música: Diálogos. 1.ed. Natal:
EDUFRN, 2019. p.11-46.
MARQUES, K.F.G. Análise do ensino da biogeografia na educação básica do distrito federal
(df): propostas de práticas pedagógicas. 2019. Tese (Doutorado) - Curso de Geografia,
Universidade de Brasília, Brasília, 2019. Disponível em:
https://repositorio.unb.br/handle/10482/35684. Acesso em: 22 set. 2022.
OLIVEIRA, V.H.N. ; HOLGADO, F.L. Conhecendo novos sons, novos espaços: a música
como elemento didático para as aulas de geografia. In: DOZENA, A. (org.). Geografia e música:
Diálogos. 1.ed. Natal: EDUFRN, 2019. p.83-102.
PEDERIVA, P.L.M.; TRISTÃO, R.M. Música e Cognição. Ciências&Cognição, 200, v. 09,
2006. p.83-90. Disponível em: http://www.cienciasecognicao.org. Acesso em: 20 mar. 2023.
PEREIRA, S. S. A música no ensino de geografia: abordagem lúdica do semiárido nordestino
– uma proposta didático-pedagógica. Geografia Ensino & Pesquisa, v. 16, n. 3, set./ dez. 2012.

Associação dos Geógrafos Brasileiros – AGB – Av. Lineu Prestes, 338, Geografia/História – Cidade
Universitária/USP, São Paulo – SP, CEP: 05508-900, telefone: (11) 3091-3758

Você também pode gostar