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FRATERNIDADE UMBANDISTA LUZ DAS CANDEIAS

GRUPO ESTUDOS DE UMBANDA

Parceria:
FRATERNIDADE UMBANDISTA LUZ DAS CANDEIAS
GRUPO ESTUDOS DE UMBANDA

Módulo 2
Aula 2
Africanismo Parceria:
Os 5 Pilares da Umbanda
África
• 54 países (distribuídos em 5 regiões)

• África Setentrional (Norte da África):


Líbia, Argélia, Egito, Sudão, Marrocos e
Tunísia

• África Meridional (África Austral):


Zimbábue, África do Sul e Botsuana

• África Central: República Democrática do


Congo, Chade, Gabão, República do
Congo, Camarões e Angola, entre outros

• África Ocidental: Nigéria, Níger, Mali,


Senegal, Mauritânia, Gana, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Guiné, Libéria, Serra
Leoa, entre outros

• África Oriental: Etiópia, Quênia, Sudão do


Sul, Tanzânia, Somália, Uganda,
Moçambique, Eritréia, Ilhas de
Madagascar, entre outros
O Perigo de Uma História Única
“Religiões” Africanas Originárias (Tradicionais)
De caráter pessoal e não institucional (majoritariamente)
Politeístas?
Oralidade
Anamartesia

Importante:
• Povos africanos tendem a não basear suas concepções do significado da moralidade
sobre sua crença em Deus;
• Lembremos que as atividades religiosas africanas incluem a realização de cultos aos
“já-idos”. A oferenda de bebidas e alimentos aos “mortos-viventes” constituem
símbolos de lembrança, comunhão e cordialidade. Considera-se que os mortos-
viventes ressentem-se muito do esquecimento dos parentes que, por sua vez,
procuram zelar deles com carinho, por amor e para que não lhes advenham doenças
e infortúnios, consequências inevitáveis do esquecimento. (RIBEIRO, 1996, pag 26)
Diáspora
• O conceito de diáspora tenta cobrir a experiência de todos os descendentes de
africanos fora da África, de uma maneira globalizada. Quando falamos de diáspora
tentamos aproximar a experiência que esses descendentes de africanos
desenvolveram a partir das inúmeras áreas que eles foram alocados;

• Existem várias semelhanças religiosas, culinárias, estéticas, e até mesmo


corporais. Então, quando nos referimos a ideia de diáspora, estamos tentando
experimentar uma visão “globalizada” dessa experiência;

• Tentando, ainda, experimentar uma visão que entrelace todas essas diferenças em
territórios também diferenciados, mas preservando uma característica comum,
que é a tentativa de trazer para aquela experiência aonde esses africanos foram
colocados, aquilo que de mais importante existia no seu cotidiano na África;

• Como exemplo, podemos citar o mundo simbólico, a experiência religiosa, a


experiência estética, o tambor, a dança e as celebrações.
• Os Angolas e Congos chegaram primeiro aqui no Brasil. A partir de 1580, por
exemplo, já existia grande quantidade de negros escravizados de Angola na Bahia. Os
negros de Angola foram escravizados juntos com os índios nos colégios e fazendas
dos Jesuítas e de certos senhores de Engenho. Eles receberam dos indígenas os
segredos das plantas da terra e criaram os primeiros candomblés;
• No candomblé de Angola, existe a predominância da cultura bantu e suas divindades
são chamadas de Inkisses;
• A tradição de sair em cortejo, com bandeiras e mastros (com estandartes e
instrumentos), é uma tradição banto que foi perpetuada pelas congadas e pelas
escolas de samba.
• Influência na formação da Cabula.
• O segundo grupo de escravos africanos que vem para o Brasil são os fons (do antigo
Daomé), que fundam os candomblés que chamamos de Djedjes;

• Eles chegaram ao Brasil por volta de 1790. Suas divindades são chamadas de
Voduns;

• Eles são muito importantes numericamente no século 18. Já encontram uma


tradição organizada, que é a tradição de Angola. Herdam o conhecimento sobre as
folhas, mas fazem acréscimos importantes ao culto dos ancestrais. E criam uma
segunda tradição aqui.
• Existe um terceiro momento que é a vinda dos
iorubas, os últimos a chegar. Eles chegam com
tradições importantes, mas também absorvem
algumas terminologias;

• Os iorubás ocupam grande parte da Nigéria, no


sudoeste do país e, em menores proporções, parte
do Togo e da República do Benin (antiga Daomé);

• São os iorubas que trazem, consigo, a cultura dos


Orixás;

• A influência dos iorubas constitui os candomblés


que chamamos de Ketu;

• No final do século 18, de cada dez habitantes da


cidade de Salvador, seis eram negros. E desses seis,
três eram iorubas (vindos, sobretudo, da Nigéria).
• Apesar da religiosidade africana existir desde a chegada dos primeiros escravos, foi
somente no século XIX que as religiões ditas de matriz africana se organizaram de
forma sistematizada no Brasil. Um marco disso foi a abertura de terreiros como a
Casa Branca do Engenho Velho, o mais antigo da cidade de Salvador;

• A partir da década de 1830, o Império de Oyo (que era um dos mais importantes
Estados Iorubas) sofre um ataque muito forte dos islâmicos, pelo Norte. A capital
Oyo Ilé é devastada e há uma migração para o Sul aonde é fundada uma nova
capital;

• O império é reestruturado em um território mais perto do litoral e, como já existia


uma comunidade iorubá muito importante na Bahia, eles mandam a corte do
Império de Oyo para reorganizar, também, a comunidade em Salvador;

• Temos, então, uma reestruturação ioruba na África, e ao mesmo tempo a Bahia


também começa a fazer parte desse processo.
• A linguagem cotidiana dos iorubás, extremamente rica em metáforas, abrange um imenso
conjunto de lendas, contos, fábulas, vigorosos ditados, provérbios, relatos mitológicos e
históricos – chamados Itans;

• A tradição oral é, entretanto, além desse imenso conjunto literário, a grande escola da
vida. Baseada numa concepção de homem e de universo que confere à Palavra origem
divina, nela reconhece um poder sagrado, criador, capaz de preservar e destruir - Axé;

• Os iorubás consideram a palavra sete vezes mais poderosa que qualquer rito ou preparado
mágico.

• O Axé, para os iorubás, é a força invisível, a força mágico-sagrada de toda divindade, de


todo ser animado, de toda coisa.

• Entre os iorubás, medicina e magia recebem a mesma denominação em virtude


da semelhança de suas práticas: Oogun.
• Ori , Pré-Destinação, Odu e Ifá;

• Muitas referências são feitas às relações entre o ori e o destino pessoal. O destino,
descrito como ipin ori - a sina do ori - pode sofrer alterações em decorrência da ação
de pessoas más.

• O destino também pode ser afetado, de modo adverso, pelo caráter da própria pessoa.
Um bom destino deve ser sustentado por um bom caráter. Este é como uma divindade:
se bem cultuado concede sua proteção. Assim, o destino humano pode ser arruinado
pela ação do homem

• IWA PELE;

• Seu caráter é seu juiz e profere sentença a seu favor (ou


• contra seus interesses)
• Umbanda e Candomblé
consideram a existência de
Ori?

• Umbanda e Candomblé
acreditam em pré-destinação?
• Olodumare ou Olorun;

• Irunmale - Orixás e Ancestrais

• Os orixás, irunmale-divindades, estão


relacionados à estrutura da natureza
enquanto os irunmale-ancestrais vinculam-
se mais especificamente à estrutura da
sociedade. Os antepassados são genitores
humanos e os orixás, genitores divinos. O
orixá representa um valor e uma força
universal e egun, um valor restrito a
determinado grupo familiar ou linhagem.
Aquele define a pertença do ser humano à
ordem cósmica e este, sua pertença a
determinada estrutura social.
A religiosidade africana está
fortemente presente nos terreiros
de umbanda, sobretudo na forma
de louvar o divino e essa
religiosidade sempre trouxe, para
os africanos escravizados, algo que
era muito importante para quem
havia sido “deserdado” de suas
origens - a celebração do
território.
• Ori – Orixá Primordial;

• Orixá Ancestral, Familiar, “de


cabeça” – Candomblé
(Iniciação e Transe)

• Orixá Regente – Umbanda

• Egun – Conceitos na Diáspora


Candomblés
• Arquétipo dos Pretos Velhos;
• Reverência aos Orixás;
• Oferendas;
• Uso das forças da Natureza;
• Uso do Tambor africanista;
• Uso da sineta para invocação
• Cantos invocatórios (Ponto Cantado);
• Expressão Corporal (danças);
• Uso de Guias (Fios de conta);
• Vestimenta (Branco / Baiana);
• Transe (possessão, incorporação);
Referências
BARROS, José Flávio Pessoa de. VOGEL, Arno. MELLO, Marco Antônio da Silva Mello. Galinha D’Angola.
Iniciação e Identidade na cultura afro-brasileira. Rio de Janeiro: Pallas, 2012.
DA COSTA, Hulda Silva Cedro. Umbanda, uma religião sincrética e brasileira. Tese – Programa de Pós
Graduação em Ciências da Religião – Pontifícia Universidade Católica de Goiás 2013
DA COSTA, Valdeli Carvalho da. Cabula e Macumba. Revista Síntese n. 41 (1987) – pg 65-85.
MARCUSSI, Alexandre A.. Utopias centro-africanas: ressignificações da ancestralidade nos calundus da
América portuguesa nos séculos XVII e XVIII. Rev. Bras. Hist., São Paulo , v. 38, n. 79, p. 19-40, Dec. 2018
. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882018000300003&lng=en&nrm=iso>.
access on 13 Mar. 2021. http://dx.doi.org/10.1590/1806-93472018v38n79-02
SANTOS, Juana Elbein. Nagôs e a Morte: Pàde, Àsèsè e o culto Ègun na Bahia. São Paulo: Vozes, 2016.
SANTOS, Tiganá Santana Neves. A cosmologia africana dos Bantu-Kongo por Bunseki Fu-Kiau: tradução
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Acesso em: 2021-03-14
SILVA, Ana Caroline Ribeiro. A Umbanda no Município de Parintins/AM: A influência religiosa da Pajelança
Indígena e do Catolicismo. Dissertação – Programa de Pós Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia –
Univerdidade Federal do Amazonas. 2018
SILVEIRA, Renato da. O Candomblé da Barroquinha: Processo de constituição do primeiro terreiro baiano
de keto.
TRINDADE, Diamantino Fernandes. Feiticeiros e Feitiçaria no Segundo Império do Brasil. Editora do Brasil.

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