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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO – UNICID

FELIPE DO NASCIMENTO
JONATHAN FERREIRA BRAGA DA SILVA
MICHAEL DOS REIS SANTOS
RENAN TELES CRUZ

AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO E CRITÉRIOS DE PROJETO DE


UMA REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE GÁS

SÃO PAULO
3

2019
FELIPE DO NASCIMENTO
JONATHAN FERREIRA BRAGA DA SILVA
MICHAEL DOS REIS SANTOS
RENAN TELES CRUZ

AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO E CRITÉRIOS DE PROJETO DE


UMA REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE GÁS

Trabalho de conclusão de curso de


Engenharia Civil da Universidade Cidade
de São Paulo, como requisito parcial para
obtenção do diploma de graduação.

Turma: 10C
Orientador:
Professor Dr. José João Pires de Oliveira

SÃO PAULO
4

2019
FELIPE DO NASCIMENTO
JONATHAN FERREIRA BRAGA DA SILVA
MICHAEL DOS REIS SANTOS
RENAN TELES CRUZ

AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO E CRITÉRIOS DE PROJETO DE


UMA REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE GÁS

Trabalho de conclusão de curso de


Engenharia Civil da Universidade Cidade
de São Paulo, como requisito parcial para
obtenção do diploma de graduação.

SÃO PAULO
2019
5

Dedicamos esse trabalho primeiramente a Deus que nos


deu o fôlego de vida e força para prosseguir nesse período
dedicado.
Dedicamos também aos nossos familiares pelo apoio para
que chegássemos até o fim.
6

Agradecemos a Deus pela força que nos deu em momentos


que pensamos em desistir e nos permitiu que chegássemos
até aqui, aos nossos familiares por sempre nos apoiarem e
aos professores pela dedicação.
7

Resumo
O gás é um combustível de origem fóssil resultante da decomposição de
matéria orgânica no interior da terra, assim como o petróleo, é um combustível
relativamente limpo que produz níveis de emissão de poluentes mais baixos
comparado a outros combustíveis como diesel, gasolina e GLP - Gás Liquefeito de
Petróleo (conhecido como gás de cozinha).

Um combustível de uso relativamente novo, que a partir dos anos 80 houve a


expansão de seu uso e conhecimento de seu potencial que até então era
indesejado, em sua maior parte era descartado ou queimado, apenas encarecendo a
extração do petróleo.

Sendo um combustível de origem natural, o gás como o petróleo é um tipo


de recurso natural não renovável, portanto um tipo de energia finita que necessita de
cuidados para preservação do recurso para o uso das gerações futuras. Como
vantagens do gás natural, pode-se destacar que é um combustível econômico
comparado aos outros tipos de combustíveis, é fornecido de forma continua 24
horas por dia e 365 dias por ano e em caso de vazamento o gás natural sendo mais
leve que o ar se dissipada rapidamente na atmosfera.

Após a extração do gás natural, o mesmo é transportado por meio de


dutos, conhecido como gasodutos que são tubos de grande diâmetro com
capacidade de transportar um grande volume do fluido, um meio de transporte
econômico e de confiança que por meio de sistema de dutos transporta o fluido de
um ponto a outro, os tubos geralmente são construídos de aço ou polietileno e seu
trajeto pode ser por meio terrestre ou marítimo até a City Gates, que são estações
de recebimento, tratamento e entrega de gás que a partir desse ponto o gás passa a
pertencer às concessionárias de cada estado do país.

Nas áreas urbanas o gás é distribuído por tubulações no caso do gás natural
e em botijões que são recipientes próprios para armazenagem no caso do gás GLP.
No Brasil são utilizadas normas ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas,
que determinam diretrizes para a instalação tanto de tubulações como de
equipamentos alimentadas por gás, para redes de instalações internas residências
têm a norma NBR 15526/2016, para redes de instalações internas não residências
temos a norma NBR 15358/2017 e para instalação de equipamentos alimentados a
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gás de uso residencial temos a norma NBR 13103(2015), é exigido um laudo de


estanqueidade, o registro da liberação da utilização da rede, e as ART’S (Anotação
de Responsabilidade Técnica) do responsável técnico da elaboração do projeto,
execução e instalação, o dimensionamento da rede é feito baseado a um
levantamento e estudo de consumo do empreendimento a fim de não haver falta de
distribuição de gás principalmente nos horários de pico, os materiais devem ser
próprios para cada tipo de gás (gás natural ou GLP) de acordo com a norma NBR
15526(2016).

O estudo de caso foi desenvolvido a partir do acompanhamento de duas


obras de implantação de sistemas de tubulações distintas, Caso 1 e Caso 2, sendo
assim possível ter uma visão ampla do assunto abordado. Foram feitas visitas
técnicas in loco e registro fotográfico de todas as etapas acompanhadas da
execução por partes dos autores.
O Caso 1 refere-se à adequação de um sistema de tubulações já existente
para receber GN, onde o mesmo era alimentado por baterias de gás GLP, foi
acompanhado a distribuição do ramal interno, montagem da tubulação, análise e
vistoria das linhas de distribuição a fim de atender os critérios de instalação
estabelecidos pela norma NBR 15526(2016).
No Caso 2 foi feito o acompanhamento em uma edificação onde a tubulação
da mesma se encontrava bastante comprometida, constado por meio do teste de
estanqueidade, foi acompanhado o processo construtivo de uma nova rede de
tubulação desde as linhas internas até a instalação da prumada individual no
edifício, também foi acompanhada a preparação e a montagem dos regulados de
pressão de primeiro e segundo estágio.
As duas etapas foram concluídas como projetado e o gás GN passou a ser
distribuído pela concessionária responsável, foram analisadas algumas
irregularidades na execução do projeto, porém identificamos que antes quando o
empreendimento era abastecimento pela distribuidora de gás GLP o índice de
irregularidades nos critérios de instalação interna para gás combustível era bem
maior.

Palavras-Chaves: Gás Natural, Gasoduto, Rede de distribuição, Tubulação


Extração
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Abstract in English

Gas is a fuel of fossil origin resulting from the decomposition of organic matter
inside the earth, as well as oil, is a relatively clean fuel that produces emission levels
of lower pollutants compared to other fuels such as diesel, gasoline and LPG -
Liquefied Petroleum Gas (known as cooking gas).
A relatively new-use fuel, which from the 1980s there was the expansion of its
use and knowledge of its potential that until then was unwanted, for the most part
was discarded or burned, only by making oil extraction more expensive.
As a fuel of natural origin, gas like oil is a type of natural resource that is not
renewable, therefore a type of finite energy that needs care to preserve the resource
for the use of future generations. As advantages of natural gas, it can be noted that it
is an economical fuel compared to other types of fuels, it is supplied continuously 24
hours a day and 365 days a year and in case of leakage natural gas being lighter
than air dissipated quickly in the atmosphere.
After the extraction of natural gas, it is transported by means of pipelines,
known as pipelines that are large diameter pipes capable of carrying a large volume
of fluid, an economical and reliable means of transport that by means of t duct
system ransporta fluid from one point to another, the pipes are usually constructed of
steel or polyethylene and its path can be by land or sea to city gates, which are gas
receiving, treatment and delivery stations that from that point the gas passes the
perte concessionaires in each state of the country.
In urban areas the gas is distributed by pipes in the case of natural gas and in
canisters that are containers suitable for storage in the case of LPG gas. In Brazil,
ABNT standards are used - Brazilian Association of Technical Standards, which
determine guidelines for the installation of both pipes and gas-powered equipment,
for internal housing facility networks have nbr 15526/2016, for internal non-residence
facility networks we have nbr 15358/2017 standard and for the installation of
equipment fed to residential gas we have nbr 13103 standard (2015), a report of
watertightness, the record of the release of network use, and ART'S (Technical
Responsibility Note) of the technical responsible for project preparation, execution
and installation, the network sizing is done based on a survey and consumption study
in order to lack gas distribution mainly at peak times, materials should be suitable for
each type of gas (natural gas or LPG) according to NBR 15526(2016).
10

The case study was developed from the monitoring of two works of
implementation of distinct pipe systems, Case 1 and Case 2, thus being possible to
have a broad view of the subject addressed. Technical visits were made on site and
photographic record of all stages accompanied by execution by parts of the authors.
Case 1 refers to the adequacy of an existing piping system to receive GN,
where it was powered by LPG gas batteries, the distribution of the internal extension,
pipe assembly, analysis and inspection of the distribution lines was monitored in
order to meet the installation criteria established by NBR 15526(2016).
In Case 2, the monitoring was carried out in a building where the pipe was
very compromised, contained through the watertightness test, the construction
process of a new pipe network was monitored from the internal lines to the
installation of the individual prumada in the building, was also accompanied the
preparation and assembly of the first and second stage pressure regulated.
In Case 2, the monitoring was carried out in a building where the pipe was
very compromised, contained through the watertightness test, the construction
process of a new pipe network was monitored from the internal lines to the
installation of the individual prumada in the building, was also accompanied the
preparation and assembly of the first and second stage pressure regulated.
The two steps were completed as designed and GN gas began to be
distributed by the concessionaire responsible, some irregularities were analyzed in
the execution of the project, but we identified that before when the project was
supplied by the lpg gas distributor the irregularities index in the internal installation
criteria for fuel gas was much higher.

Keywords: Natural Gas, Pipeline, Distribution Network, Pipe Extraction


11

Lista de figuras

Figura 01 - Extração de energia fóssil........................................................................20


Figura 02 - Composição química do metano..............................................................20
Figura 03 - Participação do GN na oferta primária de energia no mundo em 2006...21
Figura 04 - Participação do GN na produção mundial de energia elétrica em 2006..21
Figura 05 - Bacia sedimentares, com interesse para exploração e produção...........28
Figura 06 - Mapa de perspectividade das bacias terrestres brasileiras.....................28
Figura 07 - Produção terrestre de gás natural no ultimos 10 anos............................29
Figura 08 - Produção de gás natural, em terra, por estado do Brasil em 2017.........30
Figura 09 - Evolução das reservas no brasil nos ultimos 10 anos.............................30
Figura 10 - Gasoduto terrestre de Taubaté................................................................31
Figura 11 - Gasoduto offshore....................................................................................31
Figura 12 - Sistemas de gasodutos............................................................................33
Figura 13 - Rede malhada..........................................................................................33
Figura 14 - Exemplo de desenho de Macrolocalização (Duto em vermelho) ............37
Figura 15 - Vazamento proveniente da quebra de uma bolsa de ferro fundido.........42
Figura 16 - Exemplo de City Gates ...........................................................................42
Figura 17 - Furo direcional (MND) .............................................................................43
Figura 18 - Exemplo de instalação interna.................................................................45
Figura 19 - Prumada individual (Gás liquefeito de petróleo - GLP) ...........................45
Figura 20 - Tubo ventilado (Tubo luva) .....................................................................47
Figura 21 - Ventilação mínima forro...........................................................................48
Figura 22 - Exemplo de rede de distribuição interna .................................................51
Figura 23 – Localização do condomínio ....................................................................52
Figura 24 - Parte estrutural do muro agredida ..........................................................53
Figura 25 – Montagem da tubulação .........................................................................54
Figura 26 – Isolamento da tubulação com fita de polietileno ....................................55
Figura 27 – Inserção da tubulação e compactação do solo ......................................55
Figura 28 – Interferências na área externa ..............................................................56
Figura 29 – Ponto de instalação da válvula geral de bloqueio (VGB) .......................57
Figura 30 – Ponto de interligação geral do prédio ....................................................58
Figura 31 – Tubulação rasa e caixa de inspeção próximo .......................................59
Figura 32 – Faixa de sinalização ..............................................................................60
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Figura 33 – Conexão feita por compressão ..............................................................60


Figura 34 – Pontos de interligação ramal externo e interno .....................................61
Figura 35 – Ramal interno parado próximo ao ponto de interligação .......................61
Figura 36 – Quadro de distribuição ...........................................................................62
Figura 37 – Tubulação embutida parada ...................................................................62
Figura 38 – Conectores soldados e vedados com fita ..............................................63
Figura 39 – Válvula em fácil acesso ..........................................................................64
Figura 40 – Tubulação isolada com fita de polietileno ..............................................64
Figura 41 – Tubulação reparada ...............................................................................65
Figura 42 – Demarcação das interferências .............................................................65
Figura 43 – Localização do condomínio 2 .................................................................66
Figura 44 – Manômetro de baixa pressão .................................................................67
Figura 45 – Ponto de teste ........................................................................................67
Figura 46 – Válvula de fácil acesso ...........................................................................68
Figura 47 – Ponto de consumo .................................................................................69
Figura 48 – Acesso com cadeira suspensa ..............................................................70
Figura 49 – Distribuição no quadro geral ..................................................................70
Figura 50 – Regulador de primeiro estágio ...............................................................71
Figura 51 – Abrigo do regulador ................................................................................72
Figura 52 – Regulador de segundo estágio ..............................................................72
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Lista de tabelas e quadros

Tabela 1 - Reserva de gás natural no mundo............................................................22


Tabela 2 - Afastamento mínimo na instalação de tubos ...........................................47
Tabela 3 - Quantidade mínima de dispositivo(s) de segurança ................................49
Tabela 4 - Condições de acionamento do dispositivo de segurança ........................50
Quadro 1 - Principais materiais do projeto de dutos .................................................40
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Lista de abreviações e siglas

ºC – Graus Celsius
2D – Duas dimensões
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANP - Agência Nacional de Petróleo
ART - Anotação de Responsabilidade Técnica
BP StatisticalReviewof World Energy – Revisão estatísticas da energia mundial
DRI - Distribuição de ramal interno
EPC - Engineering, Procurementand Construction (Engenharia, aquisições e
construção)
EPE - Empresa de Pesquisa Energética
FEED - Front EndEngeneening Design (Frente e Projeto de Engenharia)
FGV - Fundação Getúlio Vargas
FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
GLP - Gás Liquefeito de Petróleo
GN - Gás Natural
GPS - Global Positioning System (Sistema de Posicionamento Global)
IEA - Internacional Energy Agency
kgf/cm² - Quilos gramas força por centímetros quadrados
Km2– Quilômetros quadrados
KPa - Kilo pascal
m³ - Metros cúbicos
Mm - Milímetro
Mmca – Milímetro de coluna d’água
MM - Milhão
m³ - Metros cúbicos
MND - método não destrutivo
NBR – Norma Brasileira
PCI - Poder Calorífico Inferior
PE - Pressão de entrada
PS - Pressão de saída
USP – Universidade de São Paulo
VGB - Válvula Geral de Bloqueio
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Sumário

1.0 Introdução ......................................................................................................... 17

2.0 Objetivo.............................................................................................................. 18

2.1 Objetivo geral .................................................................................................. 18

2.2 Objetivo específico .......................................................................................... 18

3.0 Metodologia ....................................................................................................... 19

4.0 Revisão bibliográfica ........................................................................................ 20

4.1 Origem do natural do gás ................................................................................ 20


4.1.1 Vantagens do gás natural ........................................................................ 23
4.1.2 Desvantagens do gás natural .................................................................. 24

4.2 Tipos de gases ................................................................................................ 24


4.2.1 Gás Liquefeito do Petróleo (C3H3) .......................................................... 24
4.2.2 Gás Acetileno (C2H2) .............................................................................. 24
4.2.3 Gás Natural (CH4) ................................................................................... 25

4.3 Extração do Gás Natural ................................................................................. 25


4.3.1 Extração no Brasil .................................................................................... 27

4.4 Transporte do gás natural ............................................................................... 31


4.4.1 Fases do projeto do gasoduto.................................................................. 34
4.4.2 Projeto conceitual .................................................................................... 35
4.4.3 Projeto básico .......................................................................................... 35
4.4.4 EPC (Engineering, Procurement and Construction) ................................. 37
4.4.5 Projeto executivo ..................................................................................... 39
4.4.6 Montagem e execução ............................................................................. 39
4.4.7 Materiais .................................................................................................. 39

4.5 Impacto ambiental ........................................................................................... 41

4.5 City gates ........................................................................................................ 42

4.6 Dutos em áreas urbanas ................................................................................. 42

4.7 Rede interna de gás residencial e comercial................................................... 44


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5.0 Estudo de caso .................................................................................................. 52

5.1 Caso I .............................................................................................................. 52


5.1.1 1º Passo: Instalação do ramal D.R.I (Distribuição do ramal interno)........ 52
5.1.1.2 Processo construtivo da D.R.I ............................................................... 53
5.1.2 2º Passo: Construção do Ramal Interno .................................................. 57
5.1.2.1 Processos construtivos do ramal interno .............................................. 57
5.1.3 3º Passo: Adequação de instalação interna ............................................. 62

5.2 Caso 2 ............................................................................................................. 66


5.2.1 1º Passo: Teste de estanqueidade das tubulações existentes. ............... 66
5.2.2 2º Passo: Construção das linhas de distribuição (tubulações) ................. 67
5.2.3 3º Passo: Construção da prumada .......................................................... 69
5.2.4 4º Passo: Instalação dos reguladores ...................................................... 71

6.0 Conclusão .......................................................................................................... 73

7.0 Referencias ........................................................................................................ 76


17

1.0 Introdução
Os produtos produzidos têm a necessidade de serem transportados a fim de
que possam chegar ao seu destino de comercialização intermediário ou mesmo
final. Assim sendo, especialistas costumam realizar avaliações a respeito do modal
mais apropriado levando em consideração características de cada modal no que se
refere agilidade, eficiência e segurança além do custo benefício para esse tipo de
serviço.

O transporte é dividido basicamente em cinco modais, sendo eles: rodoviário,


aéreo, ferroviário, aquaviário e dutoviário. Cada modal irá transportar respectivos
produtos dentro de suas características no que se refere à via de utilização, tempo
de transporte, dentre outros aspectos. Segundo o site geografia opinativa, o
percentual aproximadamente dos modais no Brasil são: rodoviário 58%, ferroviário
25%, aquaviário13%, aeroviário 0,4 % e dutoviário 3,60%. (JESUS, 2017)

Nos últimos anos, tem havido um aumento do consumo de gás natural nas
áreas domésticas, automotrizes e industriais devido à substituição do óleo diesel,
gasolina e GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) que são combustíveis que produzem
um nível mais elevado de emissão, pelo gás natural. Este é um combustível
relativamente limpo que produz níveis de emissão de poluentes mais baixos,
produzindo dessa forma, menos impactos ambientais.

No que se refere ao gás natural, após a sua extração, o transporte inicial é


realizado por dutos (modal dutoviário), que são tubos de relativo diâmetro, com
grande capacidade de suportar alta demanda, conhecidos como gasoduto. Estes
propiciam a interligação da área de produção ao ponto de entrega, que são as
concessionárias que fazem as suas respectivas entregas nas áreas urbanas,
industriais e automotrizes por meio de tubulações ou mesmo utilizando-se de
condicionamento próprios.
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2.0 Objetivo

2.1 Objetivo geral


Compreender o sistema de transporte e distribuição de gás natural por meio
de uma avaliação referente às etapas de execução da obra e projeto em especial de
uma linha (trecho) de gasoduto destinada a distribuição de gás natural em área
urbana.

2.2 Objetivo específico


 Entender os processos construtivos de um ramal de distribuição de gás
natural;
 Analisar os processos de instalação de reguladores de pressão gás;
 Compreender os processos construtivos de uma linha de distribuição interna
de gás natural;
 Compreender os critérios normativos ABNT para instalação de gases
combustíveis
19

3.0 Metodologia
O trabalho constitui em geral em avaliar criticamente o processo de
distribuição do gás natural desde a sua extração até o consumidor final.

Para tal, em uma primeira etapa será realizada uma revisão (pesquisa)
bibliográfica por meio de artigos, livros especializados, monografias, dissertações e
teses que possibilitem a explicação e compreensão dos aspectos citados.

Ainda, serão consultadas normas específicas quanto ao projeto e instalações


das tubulações de gás a ser transportado desde o momento de extração até à
concessionária responsável por abastecer determinada região.

Em uma segunda etapa, será realizada uma avaliação quanto à execução e


projeto de um ramal (linha) de distribuição de gás em instalações domésticas
referente a uma determinada concessionária responsável pela distribuição na
cidade.

Enfim a partir da revisão bibliográfica e do estudo de caso realizado, serão


realizadas avaliações finais no intuito de se concluir a respeito dos métodos de
execução e aspectos de projeto referentes a um sistema de distribuição de gás em
área urbana.
20

4.0 Revisão bibliográfica

4.1 Origem do natural do gás


O gás natural é um combustível fóssil, não renovável, encontrado em
reservatórios subterrâneos tanto em terra quanto em mar. É definido como sendo a
parcela do petróleo que se encontra na fase gasosa ou em solução nas condições
de reservatório e que permanece no estado gasoso nas condições atmosféricas
(BRAGA et al., 2005; PARO, 2005; SANTOS et al., 2007). Conforme figura 1.

Figura 1 - Extração de energia fóssil (FGV ENERGIA, 2014)

Sua composição é dada por uma mistura variada de hidrocarbonetos leves,


em principal o metano (CH4), etano (C2H6), propano (C3H8) e butano (C4H10),
podendo ser encontrado na forma associada, em poços petrolíferos e,
principalmente, na forma não associada, em reservatórios de gás, onde a
exploração se torna mais favorável (BRAGA et al., 2005; FERREIRA, 2006; PARO,
2005).

Figura 2 - Composição química do metano (LUCZYNSKI, 2015)


21

Inicialmente, sem a descoberta da rica fonte de energia era considerado um


subproduto indesejado, pois se era necessário se tomar muitas medidas de
segurança que encareciam o processo de extração do petróleo, com isso sua maior
parte era descartada ou queimada, somente a partir dos anos 80 que se expandiu o
consumo o gás natural se tornou uma fonte de energia. (FIRJAN, 2018)
Segundo o estudo Key World Energy Statistics, publicado pela Internacional
Energy Agency (IEA) em 2008, a produção mundial mais que dobrou, ao passar de
1,227 bilhões de metros cúbicos (m³) para 3,031 bilhões de m³, o gás natural ocupa
a terceira posição na matriz energética mundial (abaixo de carvão e derivados de
petróleo) e ocupou do quarto para o segundo lugar dentre as principais fontes
produtoras da energia elétrica, sendo superado apenas pelo carvão conforme as
figura 3 e 4. (IEA, 2008 apud ATLAS DE ENERGIA ELÉTRICA DO BRASIL, 2008)

Figura 3 - Participação do GN na oferta primária de energia no mundo em 2006 (IEA, 2008 apud
ATLAS DE ENERGIA ELÉTRICA DO BRASIL, 2008)

Figura 4 - Participação do GN na produção mundial de energia elétrica em 2006 (IEA, 2008 apud
ATLAS DE ENERGIA ELÉTRICA DO BRASIL, 2008)
22

Esse crescimento está relacionado a uma busca por uma fonte de energia
alternativa menos poluente ao meio ambiente, de acordo com o BP Statistical
Reviewof World Energy 2008, as reservas provadas mundiais no final de 2007 eram
suficientes para o abastecimento mundial durante os próximos 60 anos. Isto
representa um decréscimo em relação às projeções com base na conjuntura de
2005, que apontavam para 66 anos.
As reservas totais provadas no mundo eram, ao final de 2007, de 177,36
trilhões de m3. O Oriente Médio liderava o ranking mundial, com 73,2 trilhões de m3,
correspondentes a 41,3% do total. Beneficiado pelos recursos existentes no Irã e
pela intensificação das atividades de exploração nos últimos 20 anos, a região
superou a tradicional Europa e antiga União Soviética, que hoje detém 33,5% de
participação, diante dos 42,2% de 1987, conforme registra o BP Statistical Reviewof
World Energy 2008. A América do Norte, outra região tradicional entre as maiores do
ranking, também reduziu sua participação no período: de 9,5% para 4,5%. A tabela
1 mostra os países com maiores reservas de gás natural.

Tabela 1 - Reserva de gás natural no mundo

Países Trilhões m³ %

1 Rússia 44,65 25,20


2 Irã 27,8 15,70
3 Catar 25,6 14,40
4 Arábia Saudita 7,17 4,00
5 Emirados Árabes 6,09 3,40
6 Estados Unidos 5,48 3,40
7 Nigéria 5,3 3,0
8 Venezuela 5,15 2,90
9 Argélia 4,52 2,50
10 Iraque 3,17 1,80
40 Brasil 0,36 0,20
Outros 41,57 23,50
Total 177,36 100

FONTE: (BP Statistical Reviewof World Energy, 2008)


23

4.1.1 Vantagens do gás natural


Segundo o site da companhia potiguar de gás (Potigás) entre as vantagens
do gás natural para a sociedade e a indústria se destacam as seguintes:

 Econômico, custo reduzido comparado a outros combustíveis;


 Sua queima gera uma grande quantidade de energia;
 Proporciona maior eficiência de queima;
 Combustão é facilmente regulável;
 Admite grande variação do fluxo;
 Economiza vapor ou eletricidade para aquecimento – não é necessária a
atomização;
 Requer fácil adaptação das instalações existentes; exige menor investimento
em armazenamento/uso de espaço, pois não necessita estocagem;
 Fornecido continuamente 24h/dia – 365 dias/ano;
 Simplifica os controles;
 Proporciona menor custo de manutenção, manuseio do combustível e de
outros custos operacionais;
 Prolonga a vida útil dos equipamentos;
 Reduz a corrosão e não causa incrustações nos equipamentos;
 Eleva o nível de segurança pessoal e patrimonial reduzindo inclusive custos
de seguros;
 Proporciona ganhos econômicos e financeiros, pois não requer estoque e seu
pagamento ocorre após o consumo;
 Reduz problemas de poluição e controle do meio ambiente evitando gastos
com sistemas antipoluentes e com tratamento de afluentes;
 Melhora a produtividade e a quantidade em vários processos produtivos
aumentando a competitividade externa dos produtos;
 Proporciona maior segurança sendo mais leve que o ar, em caso de
vazamento o gás se dissipa rapidamente na atmosfera, diminuindo o riso de
explosões e incêndios, além disso, para que o gás natural se inflame, é
preciso que seja submetido a uma temperatura superior a 620 graus
centígrados (o álcool se inflama a 200ºC e a gasolina a 300ºC);
24

4.1.2 Desvantagens do gás natural


Dentre as desvantagens do gás natural se destacam: (FOGAÇA, 2019)

 Apresenta risco de asfixia, incêndio e explosão;


 Tende a se acumular nas partes mais elevadas em ambientes fechados;
 Energia não renovável, portanto finita;
 Em caso de fogo em locais com influência de oxigênio poderá ser gerado
monóxido de carbono que é altamente toxico

4.2 Tipos de gases

4.2.1 Gás Liquefeito do Petróleo (C3H3)


O gás GLP em sua maior parte é extraído do refino do petróleo, composto
pela mistura do propano com butano, com um aspecto homogêneo e incolor sem
odor, que passa por um processo de odorização para sua comercialização,
normalmente armazenado em cilindros e comercializado em residências unifamiliar,
indústria, comércio entre outros (DIAS, 2016)

Aplicações
 Climatização e esterilização de ambientes comerciais (hotéis, padarias,
hospitais, etc.);
 Fundições e corte da solda;
 Queima e secagem de cerâmica;
 Moldagem e acabamento de vidros;
 Secagem de grãos;
 Queima de ervas daninhas;
 Fabricação de borrachas;
 Fabricação de papel;

4.2.2 Gás Acetileno (C2H2)


O gás Acetileno é composto pela reação básica entre o contato da água e o
carbureto ou carbeto de cálcio, é um gás Alcino (uma ligação tripla entre carbonos)
incolor, instável, altamente combustível com um odor ácido, usado em maçarico
altamente inflamável e sua chama podendo chegar a 3000Cº, é armazenado em
25

cilindro com um revestimento interno de um material poroso para segurança


(SOUZA, 2019)

Aplicações
 Junto ao oxigênio, o acetileno é usado como gás combustível em maçaricos
de solda, corte aquecimento localizado, têmpera localizada, limpeza a fogo de
aço, decapagem de concreto e outros processos onde é exigida uma chama
com alta temperatura;
 Soldar alumínio, reparar radiadores e soldar por brasagem tubulações
metálicas com a alta temperatura de 2000ºC que o acetileno é capaz de
produzir sendo queimado no ar;
 O acetileno é capaz de chegar 3166ºC quando queimado com oxigênio puro,
sendo capaz de controlar a temperatura da chama e a quantidade de calor
com a proporção entre oxigênio e o acetileno;
 O acetileno produz chama carburante (maior concentração de acetileno);
neutra (1:1) ou oxidante (maior contração de oxigênio);

4.2.3 Gás Natural (CH4)


O Gás natural como visto anteriormente, em sua maior parte comporto por
metano, é um gás mais leve que o próprio ar, fornecido geralmente por tubulação
conhecido como gasodutos que vamos ver com mais detalhes nos próximos tópicos
desse trabalho. (FIRJAN, 2018)
Aplicações
 O gás natural é usado como um combustível alternativo mais barato;
 A pouca quantidade de calor fornecida o faz uma alternativa mais pobre
em relação ao propano para o aquecimento;
 Pode ser utilizado com o ar para aplicações de brasagem e soldagem.

4.3 Extração do Gás Natural


A extração do gás natural pode ou não esta associada ao petróleo, que pode
ser feita tanto em bacias terrestres como bacias marítimas, sendo sua produção feita
em seis etapas sendo elas exploração, explotação, produção e processamento em
campo, beneficiamento, transporte, armazenamento e distribuição. O processo de
26

extração do gás natural é simples. Como as suas jazidas se encontram na parte do


subsolo, utilizam-se poços de perfuração para transportá-lo a superfície por meio de
dutos. Na maioria dos poços a pressão do gás natural é suficiente para conduzi-lo
para fora e transportar por tubulações de coleta. Depois de ser processado o gás
natural é comprimido e distribuído. (ATLAS DE ENERGIA ELÉTRICA DO BRASIL,
2008)
Segundo o caderno FGV (Fundação Getúlio Vargas) energia de novembro de
2014, no Brasil foram produzidos em média 77,2 MMm³/dia de Gás Natural, sendo
56,6 MMm³/dia em mar e 20,6 MMm³/dia em terra. Em agosto de 2014, a produção
total atingiu 90,9 MMm³/dia, dos quais 23,5 MMm³/dia em terra e 67,4 MMm³/dia em
mar.
A primeira etapa para extração é a parte de exploração é conhecida como
prospecção que é o processo de localização e estudo do solo, pois existem
variações nesse processo que podem acabar com o desperdício da mão de obra e
prejuízo financeiro tendo em vista que a extração pode ocorrer que o gás natural não
seja encontrado na suposta bacia para isso, especialista vem criando novas técnicas
que reduzem gastos e aumentam a eficácia. (LOPES, 2014)
Por meio de equipamentos como gravímetros, magnetômetros, farejadores e
sismólogos os especialistas identificam essas bacias nas superfícies, porém antes
de determinar o local que será perfurado, os especialistas estudam a natureza da
formação do solo, a profundidade que se encontra e o tamanho do possível depósito
do gás, é feito o mapeamento e o processamento geológico antecipadamente as
perfurações para que reduza os riscos de uma possível falha na extração do gás se
deparando com apenas solo e a falta do produto que se deseja extrair. (LOPES,
2014)
Após os estudos sobre o local e o solo, vem à segunda etapa que é a
explotação, que consiste na instalação de toda infraestrutura para perfuração dos
poços, colocação das cabeças de vedação, válvulas, comando remotos e todos os
materiais que permitem a produção, em bacias marítimas são feita por plataformas
marítimas, marcações por meio de GPS e bóias posicionadas sobre a água, caso
seja feita em terra, por meio de sondas de perfuração é feito um primeiro poço para
análise de sucesso sobre aquele campo e a viabilidade daquela exploração do
petróleo e do gás conseqüentemente. (ATLAS DE ENERGIA ELÉTRICA DO
BRASIL, 2008)
27

A terceira etapa consiste na produção, o processamento que é a separação


do petróleo caso o gás seja associado e o transporte ate a área de armazenamento,
na quarta etapa é feito o processamento, onde se retira as frações pesadas e se
comprime o gás para terra ou para a estação de tratamento, a quinta etapa é feito o
transporte e o armazenamento (não existe no Brasil, comum apenas em países de
clima frio, formando um estoque regulador para o inverno), e por fim a ultima etapa
que é o transporte para o consumidor final. (ATLAS DE ENERGIA ELÉTRICA DO
BRASIL, 2008)

4.3.1 Extração no Brasil


A extração de petróleo e gás natural se iniciou em 1941 no estado da Bahia,
no campo de Candeias na Bacia do Recôncavo, hoje se pode dizer que existem 242
campos terrestres que se distribuem em 10 bacias sedimentares que fazem com que
a produção de petróleo chegue a 130 mil barris/dia e 22 milhões de m 3/ dia de gás
natural (EPE – Empresa de Pesquisa Energética), os campos mais produtivos de
petróleo e gás natural se encontram nas bacias do Recôncavo e do Solimões, a
maior parte das reservas de petróleo e gás no Brasil encontra-se em bacias
marítimas. (FIRJAN, 2018)
Segundo a Empresa de Pesquisa Energética no país com cerca de 8 milhões
de km2 de área, 7 milhões km2 são de áreas de depósitos sedimentares, 5 milhões
de km2 estão em terra, divididos em 53 bacias sedimentares sendo que 25 possuem
atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural, onde apenas 5 são
consideradas maduras, conforme figura 5. (FIRJAN, 2018)
Um estudo feito pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) aponta por meio
de análises geológicas exploratórias das bacias, as áreas com grandes
possibilidades de possuir hidrocarbonetos (petróleo e gás natural) segundo esse
estudo as bacias terrestres com maior concentração dos minérios são as do
Parnaíba e do Solimões, e nas áreas costeiras as expectativas apontam para as
bacias do Potiguar, Sergipe, Alagoas, Recôncavo e Espírito Santo-Mucuri além das
expectativas intermediárias de descoberta nas partes sul da bacia do São Francisco
e do Paraná. (FIRJAN, 2018)
Esse estudo aponta também a capacidade dessas bacias e as respectivas
áreas que não são exploradas de bacias maduras conforme figura 6, levando em
conta os riscos que podem causar na perfuração dos poços e as dimensões
28

volumétricas, concluindo que as bacias Recôncavo, Sergipe, Alagoas, Solimões,


Parnaíba, Potiguar e Espírito Santo-Mucuri, possuem o maior potencial petrolífero.
(FIRJAN, 2018)

Figura 5 - Bacia sedimentares, com interesse para exploração e produção (EPE, 2018 apud FIRJAN
2018)

Figura 6 - Mapa de perspectividade das bacias terrestres brasileiras (EPE, 2018 apud FIRJAN 2018)
29

Segundo o EPE, as regiões nordeste, norte e sudeste são as dominantes na


exploração de petróleo e gás natural, a Bahia é considerada o berço da exploração
com uma grande escala de produção, logo após a descoberta de petróleo na
periferia de Salvador e o acumulo comercial na bacia do Recôncavo, em Candeias
foi construída a Refinaria Landulpho Alves Mataripe (RLAM) posteriormente no ano
de 1953 à criação da Petrobras, no estado de Minas Gerais a bacia de São
Francisco vem recebendo grandes investimentos nos blocos de licitações da ANP (
Agência Nacional de Petróleo) , com o destaque da aquisição de 22 mil quilômetros
de sísmica 2D e perfuração de 30 poços exploratórios resultando na descoberta de
extensões de recursos de gás natural não convencional, no estado do Amazonas, se
concentra a segunda maior reserva de brasileira de gás natural, no país foi o estado
pioneiro na exploração e produção com atividades iniciadas no ano 1917 e com as
primeiras perfurações em 1925 na bacia do Amazonas, é o terceiro maior produtor
de petróleo e o maior produtor de gás natural terrestre, no estado do Espírito Santo
é considerado uma grande potência na produção de petróleo e gás natural no país,
possuindo 13 terminais portuário e mais 5 em projeto, responsável por 8% da
produção, possui 49 campos de produção, no estado do Maranhão possui 6,3
bilhões de m3 de reserva de gás natural, no seu território possui a bacia do Parnaíba
a segunda maior produtora terrestre de gás natural no Brasil correspondendo a 7%
da produção brasileira, no Rio Grande do norte se concentra apenas 2% da
produção brasileira de petróleo e gás natural. A figura 7 mostra a produção de gás
bruta por região nos últimos 10 anos por região.(FIRJAN 2018)

Figura 7 - Produção terrestre de gás natural no ultimos 10 anos (ANP, 2018 apud FIRJAN
2018)
30

Segundo a ANP no Brasil a maior parte da produção de gás natural está no


estado do Amazonas, conforme mostra a figura 8 e também a evolução das reservas
conforme figura 9.

Figura 8 - Produção de gás natural, em terra, por estado do Brasil em 2017 (ANP, 2018 apud FIRJAN
2018)

Figura 9 - Evolução das reservas no brasil nos ultimos 10 anos (ANP, 2018 apud FIRJAN, 2018)
31

4.4 Transporte do gás natural


O gás natural pode ser transportado em pequenas distancias e quantidades,
por meio de barcaças ou caminhão-feixe por transporte rodoviário, mas para o
transporte de maiores distancias e grandes volumes e operação continua, são
transportadas por gasodutos que proporciona economia e é confiável, o gasoduto é
um tipo de transporte que emprega sistemas de dutos, que em sua maior parte são
constituídos de tubos ou cilindros, que são preparados para um determinado tipo de
transporte, formando uma linha composta por dutos que movimentam produtos de
um ponto a outro (RODRIGUES, 2009) tubos esses que recebem sua classificação
de acordo seu material (aço, polietileno, ferro e outros), ou referente ao seu trajeto
que pode ser marítimo, terrestre ou aéreo (TERZIAN, 2005). As figuras 10 e 11
mostram dutos terrestres (onshore) e marítimos (offshore).

Figura 10: Gasoduto terrestre de Taubaté (WEBDUTOS SOFTWARE ENGENHARIA,


2010)

Figura 11: Gasoduto offshore (OCEANIA ENGENHARIA, 2016)


32

O transporte do gás natural por meio do gasoduto é considerado complexo


devido a sua integração entre sistemas, devido os equipamentos que são anexados,
tais como válvulas, unidades de compressão, estações de bombeamento, estação
de distribuição e todos os requisitos de uma instalação física em que precisam ser
monitoradas as especificações dos produtos, conforme figuras 12 e 13 (ARRUDA,
2006).

Um sistema de gasoduto possui os seguintes elementos: trechos de dutos,


válvulas, compressores e acidentes (cotovelos, curvas e etc.). Segundo Sreeter e
Wylie (1982) o sistema do gasoduto simples pode ser divido em:

 Série:
Um tipo de rede onde os trechos são lineares, os dutos são interligados uns
aos outros podendo ser de tamanho igual ou diferente e a perda de carga
total desse sistema é igual à soma das perdas de cada trecho

 Paralelo:
Um tipo de rede onde se tem a combinação de dois trechos de dutos ou mais
que são interligados e o seu escoamento são divididos entre os trechos de
dutos e depois unificados.

 Ramificado:
Nesse tipo de rede, apresentam um único sentido de escoamento, sendo da
tubulação principal para as extremidades, porém nesse tipo de rede existe
uma dependência ao duto principal, para fazer uma manutenção em um
determinado trecho, todo o ramal ficará sem gás. (LEANCASTRE, 1972)

 Malhada:Não é um tipo de rede considerada simples, formada por tubulações


que formam anéis ou blocos onde seu abastecimento tem uma maior
flexibilidade para atender a demanda. (PORTO, 2006)
33

Figura 12 - Sistemas de gasodutos (PAIVA, 2014)

Em um projeto de gasoduto ou uma rede de distribuição de gás natural, se


consideram outros fatores como questões políticas, físicas, ambientais e
econômicas, após definição da rota da linha de fluxo do gás desde o recebimento
até o consumidor se levam em consideração alguns elementos que compõem o
gasoduto, assim como a natureza e o volume de gás que será transmitido, o tipo de
terreno que será atravessado, a rota de distribuição, comprimento e diâmetro do
duto, a compressibilidade do gás, a temperatura, perda de carga, além de
parâmetros matemáticos representando o escoamento. (ARAKAKI, 2017)

Figura 13 - Rede malhada (PAIVA, 2014)

Na montagem de uma estrutura de abastecimento de gás, necessariamente


se deve identificar a rota e seus pontos de interligação do reservatório até o
consumidor final, pois o ideal seria que o percurso fosse uma reta, porém com
34

diversas variações ambientais, geológicas não é possível traçar uma linha reta.
(ARAKAKI, 2017)

Na maioria das descobertas, o local está afastado e em regiões (offshore)


fazendo com que se construa um gasoduto marítimo que liga a um gasoduto
terrestre, onde uma construção desse tipo se torna cara tendo em vista que o
gasoduto marítimo é mais caro que o gasoduto terrestre. (ARAKAKI, 2017)

Os gasodutos em sua maior parte são de aço que medem normalmente de 10


a 32 polegadas de diâmetro, e o gás é transportado por pressões muito altas (15 a
100 kgf/cm²) para uma redução no volume do gás e conseguir uma força adequada
para movimentá-lo. Para manter o nível de pressão adequada, o gás precisa ser
comprimido periodicamente, fazendo com que sejam instalados compressores
estacionários a cada 80 a 160 km ao longo do gasoduto. (SENAI RN, 1997)

4.4.1 Fases do projeto do gasoduto


Para esse tipo de projeto, a indústria de petróleo e gás motiva grandes
operadoras e prestadoras de serviços a criarem padrões e procedimentos para cada
área, pois um empreendimento para esse campo de atuação possui um retorno em
longo prazo, estima que entre 15 e 20 anos (RAMOS, 2006). Smith (2000) define
cinco fases do projeto:

 Análise do negócio da empresa;


 Estudo de viabilidade técnica e econômica;
 Engenharia básica;
 Implementação e operação/avaliação.
No mercado de engenharia brasileiro, essas fases são divididas em:
 Projeto conceitual (primeira fase e a segunda fase)
 Projeto Básico
 EPC (Engineering, Procurementand Construction), que se define como a
etapa que compreende a engenharia de detalhamento, a gestão de
suprimentos, a construção, a montagem e o comissionamento do
empreendimento (RAMOS, 2006).
35

4.4.2 Projeto conceitual


É realizado pela instituição patrocinadora, pela empresa cliente ou pela
concessionária com sua equipe de desenvolvimento, nessa fase é determinada a
viabilidade comercial do projeto por meio da capacidade de gerar o aumento do
faturamento e por meio da análise de custo do empreendimento. (PESTANA E
SANTO, 2011)

4.4.3 Projeto básico


Nessa fase, geralmente é contratada uma empresa de engenharia para a
elaboração das especificações dos equipamentos e do modo de operação e de cada
componente. (PESTANA E SANTO, 2011)

Durante essa fase, executa-se o FEED (Front End Engeneening Design) que
é o melhoramento dos detalhes e os ajustes antes de iniciar o projeto, o FEED é
definido como a engenharia de pré detalhamento, que deve atingir 25% da
engenharia de detalhamento do empreendimento. (RAMOS, 2006)

Para os dutos, são elaborados documentos para quatro fases: Critérios


gerais; Duto; Proteção catódica; e Revestimento. (PESTANA E SANTO, 2011)

Na implantação do gasoduto, o projeto básico é marcado pela definição da


Diretriz do Duto e a Faixa de Domínio. Conforme NBR 12.712, “Diretriz é a linha
básica do caminhamento do gasoduto” e “Faixa de Domínio é a área de terreno ao
longo da Diretriz do gasoduto situado fora da área urbana, legalmente destinada a
sua área de instalação e manutenção, ou faixa destinada, pela autoridade
competente, ao gasoduto na área urbana”. (PESTANA E SANTO, 2011)

Na escolha da Diretriz, são elaborados os documentos descritivos de estudo


aero fotográficos, após os estudos um relatório de análise de possíveis localizações
do gasoduto que tem como finalidade propor o melhor trecho. (ARRUDA, 2006)

Feita a escolha da Diretriz do duto, as próximas etapas a serem executadas


são:

 Licença de instalação – Autorizações obtidas com órgãos federais, estaduais,


municipais e com o proprietário da terra onde será instalado o gasoduto, o
responsável por essas autorizações é a concessionária.
36

 Levantamento de interferências cadastrais – O levantamento das


interferências que existem no trecho do gasoduto, por meio de desenhos e
documentos das instalações, junto ao órgão público, empresas privadas.

 Levantamento de interferências não cadastradas – Devido algumas


instalações sem informações oficiais, essas interferências são detectadas por
meio de visitas de campo.

Após o levantamento das interferências, é feita a classificação da localização


do duto. Segundo NBR 12.712 “a Classe de Locação é o critério fundamental para o
cálculo da espessura da parede do gasoduto, a determinação da pressão de ensaio
e a distribuição de válvulas intermediárias” (PESTANA E SANTO, 2011)

Definida a Diretriz, Faixa de Domínio, Classe de Locação e o FEED de um


gasoduto, vem à elaboração dos seguintes documentos:

a) Documentos gerais:

 Lista de documentos;
 Memorial descritivo de estudos aerofotogramétricos;
 Especificações de padronização de planta;
 Desenho de macrolocalização, como mostra na figura 14;
 Desenho de padronização de simbologia para fluxograma;
 Desenho de tipos de cerca;

b) Documentos específicos do duto:


 Memorial Descritivo das Instalações;
 Memória de Cálculo do dimensionamento mecânico do gasoduto;
 Especificações de requisitos adicionais às normas utilizadas;
 Especificação de procedimento de estocagem de tubos;
 Especificação de proteção e restauração da Faixa de Domínio;
 Especificação de locação, instalação e montagem de provadores de corrosão;
 Fluxograma de engenharia;
37

 Desenho de planta e perfil;


 Desenho de detalhes típicos de cruzamento;
 Desenho de detalhes típicos de travessia;
 Folhas de Dados, Desenhos e Requisições de Material de tubos, válvulas,
juntas de isolamento elétrico e lançador/recebedor de PIG.

c) Documentos para a contratação da proteção catódica:


 Memorial descritivo de serviços para implantação do sistema de proteção
catódica.
d) Documentos para a contratação do revestimento interno/externo:
 Especificação de revestimento de junta;
 Especificação de revestimento interno de tubos;
 Especificação de revestimento externo de válvulas e conexões enterradas.

Figura 14 - Exemplo de desenho de Macrolocalização (Duto em vermelho) (RODRIGUES, 2009)

4.4.4 EPC (Engineering, Procurement and Construction)


Essa é a etapa que compreende a engenharia de detalhamento, gestão de
suprimentos, construção, montagem e o comissionamento do empreendimento
(RAMOS, 2006), essa etapa é feita pela empresa que vence a licitação e antes de
ser iniciada, deve se verificar se as seguintes informações foram geradas:
(PESTANA E SANTO, 2011)
38

 Objetivos do projeto para organização patrocinadora;


 Estratégia de execução do projeto;
 Definição dos fornecedores;
 Plano de contratações;
 Estimativa de custo do projeto;
 Estudo de ciclo do projeto;
 Descrição do processo com fluxogramas;
 Planos de locação (preparação de terrenos);
 Especificações de materiais;
 Plano de segurança, meio ambiente e saúde (SMS);
 Especificação de equipamentos;
 Escopo de trabalho definido para as disciplinas de engenharia;
 Cronograma de engenharia, suprimentos, construção, montagem e
comissionamento.

O EPC começa com um relatório analítico da consistência do projeto, com o


objetivo de apontar as inconsistências nos documentos relacionados do projeto
básico. A norma Petrobras N 464 H, lista os procedimentos a serem feitos:
(PESTANA E SANTO, 2011)

 Inspeção de recebimentos de materiais;


 Armazenamento e preservação de materiais;
 Elaboração de projeto executivo;
 Locação e marcação da faixa de domínio da pista;
 Abertura de pista;
 Terraplanagem, supressão vegetal e desmonte da rocha;
 Transporte, distribuição e manuseio de tubos;
 Curvamento de tubos;
 Revestimento externo com concreto;
 Soldagem;
 Revestimento externo;
 Abaixamento e cobertura
 Travessias e cruzamentos;
 Sinalização de faixa de domínio;
39

 Limpeza, enchimento e calibração;


 Teste hidrostático;
 Condicionamento
 Montagem e instalação de complementos;
 Emissão de documentos conforme construído

4.4.5 Projeto executivo


Nessa fase são elaborados os procedimentos executivos, toda documentação
do gasoduto. Todo componente para montagem deve estar registrado por um corpo
técnico. (PESTANA E SANTO, 2011)

4.4.6 Montagem e execução

As principais etapas da montagem do gasoduto são:


 Identificação da Faixa de domínio e abertura de pista;
 Inspeção de tubos;
 Desfile de tubos;
 Curvamento de tubos;
 Soldas;
 Inspeção das soldas;
 Revestimento do duto;
 Aplicação de métodos construtivos;
 Abertura de vala;
 Abaixamento do duto;
 Cobertura do duto.

Os principais métodos de construção dos gasodutos são: Perfuração a trado;


Cravação; Túnel; Tubo via com pontilhão e galeria; Furo direcional. (PESTANA E
SANTO, 2011)

4.4.7 Materiais

O quadro 1 informa os principais materiais, normas, características de


aceitação
40

Características de aceitação
Material Norma de fabricação Identificação

- Espessura, ovalizarão e
diâmetro conforme a API Spec
- Fabricante 5L
- Diâmetro - Chanfro e ortogonalidade
- Espessura conforme norma
API Spec 5L
Tubo - Material - Empenamento conforme
- N° de norma
identificação - Estado das superfícies
- N° de ordem conforme especificações
- Estado do revestimento
conforme especificações
- Tipo do flange
- tipo da face - Diâmetro interno
- Especificação e - Espessura do bisel conforme
ASME B 16.5 ou MSS
Flanges grau do material especificações
SP-44
- Diâmetro nominal - Acabamento da face de
- Classe de contato
pressão - Dimensões conforme norma
- Diâmetro do furo
- especificação
completa do
material
- Dimensões conforme norma e
- Diâmetro
Conexões ASTM ou ASME especificações
- Classe de
- Condições de acabamento
pressão ou
conforme especificações
espessura
- Tipo e marca do
fabricante
- Em plaquetas, - Características dos internos
conforme conforme especificações
Válvulas API Spec 6D
especificação do - Classe ANSI conforme
projeto especificado
- Revestimento externo
41

Características de aceitação
Material Norma de fabricação Identificação

- Material
- Tipo de junta e
material de
enchimento
Juntas de - Dimensões e tipo conforme
ASME B 16.20 - Diâmetro
Vedação especificação dos flanges
- Classe de
- Dureza conforme norma
pressão
- Padrão
dimensional de
fabricação
- Dimensões conforme
Parafusos - Especificação
ASTM especificações
e porcas - Tipo
- Acabamento conforme
- Dimensão
especificações.

Quadro 1 - Principais materiais do projeto de dutos (PESTANA E SANTOS, 2011)

4.5 Impacto ambiental


Embora o gás natural tenha suas vantagens por ser um gás mais limpo com
baixo teor de poluição, os riscos que ele pode causar provem do seu transporte.

Todo empreendimento proveniente de engenharia civil ou mecânica tende a


causar efeitos no meio ambiente, sendo ele em área urbana ou rural, a implantação
de gasodutos geram impactos ambientais, as concessionárias e os distribuidores
vêm por meio de estudos visando a melhor escolha do local para implantação da
obra e o tipo de tubulação, porém pouco se relata sobre os impactos que são
causados provenientes das manutenções e dos vazamentos em áreas urbanas.
(MOSCARDI et al.2006)

Podemos dizer também que leva algum risco para locais fechados quando se
a o vazamento podendo causar explosões, conforme figura 15 que relata por meio
de imagem ultrassonográfica um vazamento de gás no interior do solo.
42

Figura 15 - Vazamento proveniente da quebra de uma bolsa de ferro fundido (INGAA, 2003)

4.5 City gates


Segundo a ANP no Brasil na maior parte o gás natural quando dentro dos
gasodutos é de propriedade da Petrobrás, são transportados em uma elevada
pressão ate a City Gates que são estações de entrega e recebimento do gás natural
onde é feita a transferência de custodia e o gás natural passa a ser da
concessionária do respectivo estado.

Segundo o site da empresa Gascat, a City Gates é um ponto de embarque de


distribuição urbana do gás natural até o consumidor final é composto por diversos
skids para variadas finalidades, tais como, regulagem de pressão, filtração, medição,
aquecimento e etc. Conforme figura 16

Figura 16 – Exemplo de city gate (GASCAT, 2019)

4.6 Dutos em áreas urbanas

A distribuição do gás natural nas áreas urbanas é construída por tubulações


(dutos) que são projetados conforme uma determinada demanda, por meio de uma
43

linha de condutos dimensionados conforme projeto em maior parte e construído


com tubos de polietileno que são predominantes em áreas urbanas, que atende as
residências e comércios, podendo ser executado em vias ou calçadas, na
concepção dos dutos subterrâneos para expansão da rede nos centros urbanos e
utilizados o método não destrutivo (MND) é feito um estudo de sondagem para
mapeamento de possíveis interferências que possam existir no subsolo, tais como,
rede de água, esgoto, fibra ótica, cabos elétricos dentre outros para se definir o
trajeto de onde se irá passar a rede e evitar possíveis incidentes, não gerando
conflitos com redes já existentes. (MAIS ENERGIA, 2012)

Esse método possui a vantagem de precisão na execução da obra,


otimização do prazo de entrega, mínimo impacto no trânsito, isso porque com esse
método se aplica máquinas especiais (perfuratriz) com o método de perfuração
direcional, onde e aberto duas valas de acesso em duas extremidades para que se
execute um furo horizontal com exatidão por onde se passará a tubulação conforme
figura 17, assim evitando um perímetro extenso de grandes valas que ocorre no
método destrutivo, que conseqüentemente exige a escavação com máquinas,
remoção do pavimento e reestruturação do pavimento após a obra.(MAIS ENERGIA,
2012)

Os tubos são instalados por meio da máquina (perfuratriz) que são lançadas
no mínimo a um metro de profundidade e nas travessias é feita uma proteção
mecânica, são revestidas por um tubo protetor contra as cargas externa, no
perímetro urbano é instalada uma placa de concreto sobre a rede para proteger de
possíveis impactos decorrentes da escavação, conforme figura 17. (MAIS ENERGIA,
2012)

Figura 17 - Furo direcional (MND) (MAFE, 2019)


44

4.7 Rede interna de gás residencial e comercial

Segundo a NBR 15526 (2016) uma rede de distribuição de gás de rua


(canalizado) atende uma unidade residencial ou comercial, é necessária em primeiro
lugar a construção do ramal (DRI) para interligação da rede externa, onde também e
instalado uma válvula de bloqueio (VGB) na calçada (subterrâneo) a uma distância
de 40 cm da linha do terreno para acesso da concessionária. Recomenda-se que o
abrigo do regulador de pressão de primeiro estágio ou único estagio seja instalado
na linha do terreno ou no máximo 3,00 m de distância desse alinhamento
internamente, em residências unifamiliares (casas) um regulador de primeiro estágio
atende uma pressão de trabalho necessária de 220 a 280 mmca (2,16 a 2,75 KPa),
porém em instalações prediais e necessário os reguladores de primeiro e segundo
estagio, com pressão de 7,5 kPa (764,8 mmca) que transfere para segundo estágio
reduzindo para a pressão de trabalho 220 a 280 mmca (2,16 a 2,75kPa) pois em
prédios a demanda e mais solicitada exigindo maior pressão e vazão.

Em instalações prediais pode ser feito uma prumada (tubulação) coletiva ou


individual, é estabelecido pela norma critérios mínimos exigíveis para o projeto e
execução de redes de distribuição interna para gases combustíveis em instalações
residências, que não exceda a pressão de operação de 150 kPa (1,53 kgf/cm²),
podem ser abastecidos tanto por canalização de rua mas também pode ser
abastecida por uma central de gás (GLP) cilindros que são armazenados no
condomínio em um local especificado por um responsável técnico, conduzindo o gás
desta central até os pontos de utilização por meio de tubulações a norma é aplicável
para residências, comércios ou outros lugares que usem em seu interior aparelhos
alimentados por gás, como, (forno, fogões, aquecedores de água entre outros).
(NBR 15526, 2016)

Para o uso e instalações internas a norma recomenda que o responsável


providencie documentos como, projeto e memorial de cálculo indicando os materiais
utilizados, o diâmetro das tubulações, comprimento das tubulações, tipos e
localização de válvulas e acessórios conforme figura 18 exemplificando uma
instalação interna e figura 19 demonstrando uma prumada.
45

Figura 18 – Exemplo de instalação interna (USP, 2017)

Figura 19 - Prumada individual (Gás liquefeito de petróleo-GLP) (TIGREGÁS, 2019)

Ainda é exigido um laudo de estanqueidade, o registro da liberação da


utilização da rede, e as ART’S (Anotação de Responsabilidade Técnica) do
responsável técnico da elaboração do projeto, execução e instalação, ensaio de
estanqueidade e inspeção e manutenção, deve ser realizado inspeções periódicas
na rede interna com intervalo máximo de 5 anos ou de acordo com definição de
autoridade competente. A inspeção é realizada com objetivo de manter as condições
de operação e de segurança, verificando todos os componentes do conjunto. (NBR
15526, 2016)

O material utilizado na instalação (tubos, conexões, elementos para


interligação, válvulas de bloqueio, reguladores de pressão, medidores, manômetros,
46

filtros e dispositivos de segurança), deve possuir resistência físico-química


adequada a sua utilização, ser compatível com o tipo de gás utilizado GN (Gás
Natural) ou GLP (Gás Liquefeito do Petróleo). (NBR 15526, 2016)

Para o dimensionamento deve ser feito o levantamento de consumo de gás,


pois e importante para o dimensionamento da rede para que no pico do consumo
não haja a falta na distribuição do gás, levando em consideração os aparelhos que
serão utilizados, para determinar o consumo máximo instantâneo da rede. Para o
consumo máximo instantâneo deve-se levar em consideração o PCI (Poder
Calorífico Inferior) considerado uma simultaneidade do uso dos aparelhos e aumento
da demando no futuro. A pressão interna dentro das unidades habitacionais devem
ser de no máximo de 7,5 kPa e o dimensionamento deve ser realizado para atender
a máxima vazão necessária (NBR 15526, 2016)

Após o levantamento do consumo deve ser estudado o traçado da rede e


projetado um isométrico (desenho) para a leitura do traçado da rede, de modo que
as tubulações devem ser instaladas em locais com ventilação permanente, a rede
jamais poderá ser instalada em ambientes confinados, caso haja vazamento o gás
não se acumule no local e possa se dissipar no ar, assim evitando possíveis
incidentes, é necessário que tenha fácil acesso para manutenção e compatibilização
com os demais projetos. A instalação interna pode ser feita aparente, embutida nas
paredes ou enterrada, É proibida a instalação em dutos em atividade, reservatórios
de água, compartimento de equipamentos elétricos, elementos estruturais, entre
outros especificados na norma. É proibido à utilização de tubulações de gás como
condutor ou aterramento elétrico, também proibida a dobra de tubos rígidos nas
instalações de rede interna, deve-se manter os afastamentos mínimos exigidos pela
NBR conforme tabela 2. (NBR 15526, 2016)

Para tubulações que inevitavelmente precisem passar por um lugar confinado


há alguns critérios, a tubulação deve passar pelo interior de um tubo (tubos
ventilados, tubo-luva) conforme figura 20, que vá de uma extremidade a outra tendo
suas saídas para a atmosfera e que precisa ter resistência adequada a sua
utilização, fora a edificação, ser estanque em toda extensão, proteção contra
corrosão e quando em alguns casos a tubulação precise passar por dentro de um
47

forro, é necessária uma ventilação mínima no forro para que não haja o acumulo do
gás conforme figura 21. (NBR 15526, 2016)

Tabela 2 - Afastamento mínimo na instalação de tubos

Rede em paralelo b Cruzamento de rede b


Tipo
mm mm

Sistemas elétricos de potencia em


baixa tensão isolados em eletrodutos 30 10 (com isolante)
não metálicos a

Sistemas elétricos de potência em


500 c
baixa tensão isolados em eletrodutos
metálicos ou sem eletrodutos a

Tubulação de água quente e fria 30 10

Tubulação de vapor 50 10

Chaminés 50 50

Tubulação de gás 10 10

Outras tubulações (água pluviais, 50 10


esgoto)
a
Cabos telefônicos, de TV e de tele controle não são considerados sistemas de potência.
Considerar um afastamento suficiente para permitir a manutenção.
c
Nestes casos a instalação elétrica deve ser protegida por eletroduto numa distância de 500
mm para cada lado e atender à recomendação para sistemas elétricos de potência em
eletrodutos em cruzamento

FONTE: (NBR 15526, 2016)

Figura 20 - Tubo ventilado (Tubo luva) (COMGÁS, 2014)


48

Figura 21 - Ventilação mínima forro (COMGÁS, 2014)

Na fixação dos tubos quando de cobre os suportes ou abraçadeiras metálicas


não pode obter formação da pilha galvânica decorrente da aproximação de dois
metais diferentes, usando um elemento plástico apropriado para fazer o isolamento.
Sendo proibida a instalação apoiada, amarrada ou fixada em tubulações já
existentes, também incluindo instalações elétricas. (NBR 15526, 2016)

Para tubulações enterradas, deve manter-se o afastamento de outras


instalações existentes e estruturas de no mínimo 30 cm. Sua profundidade deve ser
definida com 30 cm para locais não sujeitos a trafego de veículos e 50 cm em locais
sujeitos a trafego de veículos. Os acoplamentos dos elementos que compõem a
rede interna podem ser executados através de rosca, solda, compressão e flange.
(NBR 15526, 2016)

A norma exige que toda rede obtenha válvulas de bloqueio e que estejam de
fácil acesso, manual que permita a interrupção do suprimento do gás combustível na
edificação, em cada unidade habitacional. As válvulas devem ser identificadas e
instaladas em lugares ventilados. Ainda deve haver um local para regulagem e
medição do gás, através de medidores que são selecionados para atender e
quantificar a vazão prevista máxima. (NBR 15526, 2016)

Os reguladores devem ser instalados quando a necessidade de regulagem de


primeiro e segundo estágio na rede interna da edificação, quando a pressão da rede
(ramal) interna é maior que a pressão de trabalho do aparelho alimentado a gás. O
local de regulagem e medição deve estar no interior ou exterior da edificação,
49

possibilitar leitura, inspeção, manutenção, e estar protegido quanto a ataque de


terceiros. (NBR15526, 2016).

Os dispositivos de segurança devem ser instalados para garantir a integridade


e a segurança na operação da rede de gás interna, devem no mínimo ser previstos
os dispositivos de segurança conforme tabela 3.

A válvula de alívio e a válvula de bloqueio por sobre pressão devem ser


ajustadas conforme tabela 4.

Tabela 3 - Quantidade mínima de dispositivo (s) de segurança

Pressão de
Pressão de entrada Quantidade
saída (PS) ( Tipos de
(PE) (montada no mínima de
Jusante do dispositivos de
regulador de disposto de
regulador de segurança
pressão) segurança
pressão)

Fornecimento
direto para o
PE ≤ 150 kPa aparelho a gás O -
ou outro
regulador

Fornecimento Bloqueio de
direto para o 1 sobrepressão ou
150 kPa ≤ PE ≤ 700 aparelho a gás duplo diagrama
kPa
Alívio pleno ( se Q ≤
10 m3/h GN ou ≤ 12
Fornecimento
kg/h GLP ) ou
para outro 1
bloqueio de
regulador
sobrepressão ou
limitador de pressão

Bloqueio de
sobrepressão +
PE ≤ 700 kPa PS ≤ 1,5 bar 2 monitor ou bloqueio
de sobrepressão +
limitador de pressão

FONTE: (NBR 15526, 2016)


50

De acordo com a NBR 15526 (2016) redes internas aparentes devem ser
pintadas de amarela para identificação, exceto quando a necessidade de harmonia
arquitetônica pode ser pintada de outra cor, porém deve conter identificação com a
palavra “GÁS” no máximo a cada 10 m.

Tabela 4 - Condições de acionamento do dispositivo de segurança.

Pressão de saída (PS) ( jusante do Pressão máxima de acionamento do


regulador de pressão dispositivo de segurança kPa

PS < 7,5 kPa PS x 3 (limitado a 14,0 kPa)

7,5 < PS < 35 kPa PS x 2,7 ( limitado a 94,5 kPa)

PS > 35 kPa PS x 2,4

FONTE: (NBR 15526, 2016)

Para que seja garantida a qualidade da montagem/construção da tubulação,


deverá ser realizado um teste de estanqueidade, antes de comissionar à rede, para
o teste de estanqueidade é feito para encontrar a possibilidade de ocorrer
vazamentos e observar a resistência sobre a pressão de operação da rede.
Aconselha primeiramente que faça uma inspeção visual rigorosa. As etapas devem
ser feitas com gás parado ou ar comprimido.

Os aparelhos de consumo a gás devem ser instalados de acordo com a


norma NBR 13103 (2015) sendo ligados por meio de válvulas de bloqueio individual
para cada aparelho assim podendo ser retirada sem interromper o abastecimento
dos outros aparelhos da rede. Na necessidade de conversão para outro gás
combustível é feita a verificação do dimensionamento da rede existente se é
adequada à utilização desse gás substituto. Caso negativo deve-se procurar a fazer
novamente a rede de distribuição interna. A figura 22 mostra um exemplo de
distribuição de uma rede interna em uma residência.
51

Figura 22 - Exemplo de rede de distribuição interna (FOSSA, 2009)


52

5.0 Estudo de caso

Nesse trabalho serão avaliados os processos de instalação de uma rede de


distribuição interna de gás combustível, adequação de uma rede de distribuição
interna para o recebimento do gás natural conforme critérios estabelecidos pela
norma NBR 15526 (2016) e NBR 13103 (2015).
Serão avaliados os processos de construção de uma nova linha de
distribuição e instalação de reguladores de pressão.

5.1 Caso I
No estudo de caso foi acompanhado os processos de instalação e adequação
das linhas de distribuição para a troca do fornecimento de gás combustível de GLP
(Gás Liquefeito de Petróleo) para GN (Gás Natural), em um condomínio unifamiliar
de 173 unidades residenciais localizado na Rua Anny, no bairro São João Clímaco
na cidade de São Paulo.
O Condomínio já possui tubulações existentes na prumada individual, que
foram vistoriadas se atende todos os critérios estabelecidos por norma NBR 15526
(2016) NBR 13103 (2015), por motivos de custos e viabilidade técnica o condomínio
optou pela troca do fornecedor de gás (concessionária distribuidora de gás GLP),
assim optando para a fornecedora de gás natural.

Figura 23: Localização do condominio 1 (GOOGLE MAPS)

5.1.1 1º Passo: Instalação do ramal D.R.I (Distribuição do ramal interno)


A rede externa de distribuição que atende o condomínio (em projeto) será
construída em tubulação de polietileno com diâmetro dimensionado conforme
53

projeto, e pressão de aproximadamente 4 BAR, vinda por uma linha de gasoduto de


origem das estações de recebimento e distribuição (City Gates), que abastece o
município de concessão da distribuidora de gás natural.
Para o condomínio possuir esse fornecimento de gás natural o primeiro passo
foi feito a construção do ramal D.R.I. que é o ponto onde será interligada a linha de
gás vinda da rede externa (DRI que é denominado de ponto A).
A instalação do ramal D.R.I. é o ponto de transição da rede externa para o
ramal interno do condomínio onde é instalado o regulado de primeiro estágio e
reduzindo a pressão para 750 mmca.

5.1.1.2 Processo construtivo da D.R.I


Foi feita a escavação com profundidade de 60 cm com uma alavanca de aço
e removida toda a terra, observamos que segundo a norma NBR 15526 (2016) a
profundidade mínima estabelecida é de 40 cm para o ponto da DRI, no momento da
escavação após a remoção da terra, analisamos que o instalador agrediu a parte
estrutural da fundação do muro da fechada, conforme figura 24, deixando a
armadura exposta podendo comprometer o mesmo conforme norma NBR 6118
(2014). Analisamos que segundo NBR 15526 (2016) o ramal D.R.I pode avançar até
3 m da linha predial, ou seja, poderia ser evitada a escavação próxima ao muro e
desviado da parte estrutural a tubulação que ali será inserida, e assim não era
necessário ter agredido a parte estrutural de fundação do muro.

Figura 24 - Parte estrutural do muro agredida (AUTORIA PRÓPRIA)


54

Foi feita a montagem da tubulação conforme figura 25 com processo de


soldagem utilizando maçarico, estanho e pasta de solda onde a tubulação é
aquecida derretendo o estanho, a pasta faz com que o estanho escoa por todo o
diâmetro do tubo, acoplando as junções das conexões, nas partes de roscas foi
aplicado fita veda rosca.

Foram utilizados para montagem do trecho do ramal DRI, 1,5 m de tudo de


cobre Ø 28 mm, 1 cotovelo de cobre de Ø 28 mm, 2 conector rosca macho de Ø 28
mm de metal, 1 válvula de bloqueio de 1” de metal, 1 plug de 1” galvanizado e 1 cap
de 1”.

Figura 25 - Montagem da tubulação (AUTORIA PRÓPRIA)

Quando conectado e soldado as junções da peça, foi feito um isolamento com


uma fita para proteção do tubo conforme figura 26, que evita com que a tubulação
sofra agressividades no interior do solo, conhecida como toro fita. (fita de polietileno
composta de um filme laminado exclusivo, recoberto por adesivo betuminoso
tecnicamente formulado e protegido por um laminado antiaderente. Possui alta
rigidez dielétrica, excepcionais propriedades de adesão e coesão, bem como
resistência a ação de ácidos, fungos e bactérias). (Vitória química, 2019).
55

Figura 26 - Isolamento da tubulação com fita de polietileno (AUTORIA PRÓPRIA)

Depois de todo o processo de montagem, soldagem e isolamento com a fita


de polietileno a tubulação foi inserida no local, garantindo que o ponto esteja dentro
da linha predial, foi conectado um cap. no ponto de entrada para que seja realizado
o ensaio de teste de estanqueidade, pois o trecho será pressurizado em 1,5 vezes a
pressão de trabalho e conferido por um manômetro.

A rede ficará pressurizada no tempo de 60 minutos, pois quando for feita a


transição da rede externa para o ramal interno DRI, precisa garantir que o trecho
esteja estanque. Depois de inserido a tubulação no local o técnico compactou o solo
com um caibro de madeira conforme figura 27, porém observamos que o mesmo
poderia molhar o solo no momento da compactação para poder atingir um melhor
resultado.

Figura 27 - Inserção da tubulação e compactação do solo (AUTORIA PRÓPRIA)


56

Fora da linha predial muitos pontos foram analisados, pois nas proximidades
onde foi defindo a instalação do ramal DRI houve muitas interferencias no exterior
da edificação como bocas de lobo, telefone publico, poste de rede eletrica, arvore e
faixa de pedestre conforne figura 28, pois no momento em que for feito a interligação
da rede externa no ramal DRI essas interferencias impossibilita o trajeto da rede
externa ate o ponto que sera interligado, por isso foi bem analisado o eixo do trajeto
do ramal de interligação externa para que respeite os afastamentos minimos de
possiveis interferencias, essa linha que interliga a rede externa até o ponto de
entrada ramal DRI é denominada de ramal externo de Ø 28 mm de tubo de
polietileno com suas conexoes soldadas por metodo de termo fusão.

A construção de rede de polietileno enterrado deve ser executada conforme a


norma NBR 14461 (2000).

Figura 28 - Interferências na área externa (AUTORIA PRÓPRIA)

No trajeto de interligação do (ramal externo) será instalada a válvula geral de


bloqueio (VGB) conforme figura 29, no ramal externo que pertence ao sistema de
distribuição, sendo de responsabilidade da concessionária, tem a finalidade de
interromper o fornecimento de gás para toda a edificação geralmente a
acessibilidade a esta válvula é sempre realizada a partir do ponto fora do limite da
propriedade. Sua localização depende das características da propriedade, instalada
enterrada na calçada, o ponto de espera para interligação do ramal tem que ficar
capeado, e deve-se ser assegurado que todos os componentes resistam ao teste de
ensaio de estanqueidade, para evitar até possíveis retrabalhos. Fonte: (Comgás
projeto e execução 2015)
57

Figura 29 – Ponto de instalação da válvula geral de bloqueio (VGB) (AUTORIA PRÓPRIA)

5.1.2 2º Passo: Construção do Ramal Interno

Após a construção do ramal D.R.I iniciou-se o processo de instalação do


ramal interno, o ramal interno tem a função de transportar o gás que é recebido pelo
ponto do ramal D.R.I, já com a pressão reduzida para 750 mmca e levar até o
quadro de distribuição geral onde estão os reguladores de pressão de 2º estagio e
medidores de consumo de gás de cada unidade. O ramal interno foi construído com
tubulação de multicamadas material de Polietileno-Alumínio-Polietileno (PE-AL-PE).

5.1.2.1 Processos construtivos do ramal interno


Na construção do ramal interno foi feita a escavação no solo manualmente
com picareta e pá de uma vala de 5,5 m de comprimento e 20 cm de profundidade,
trajeto que levara o gás até o ponto de interligação da tubulação do prédio. Esse
ponto onde já se encontra interligado a bateria de gás GLP que será desligado para
a interligação do gás natural. Esse ponto fica parado até o momento que for feita a
interligação da tubulação, nesse caso dentro do abrigo de abastecimento geral do
prédio conforme figura 30.
58

Figura 30 - Ponto de interligação geral do prédio (AUTORIA PRÓPRIA)

Depois de feita a escavação da vala e removido todo o solo foi inserido a


tubulação no local. Observamos que no trajeto da tubulação havia uma caixa de
inspeção de rede de esgoto do prédio que ficou muito próximo da tubulação
conforme figura 31, não respeitando o espaçamento mínimo estabelecido pela
norma NBR 15526 (2016) que determina para tubulações de rede internas
enterradas o espaçamento mínimo de 30 cm de outras estruturas ou tubulações.
Também observado que não foi respeitada a profundidade mínima da tubulação
enterrada conforme figura 31, que segundo a norma NBR 15526 (2016), deve ser de
no mínimo 30 cm para áreas onde não a trafego de veículos, áreas de jardinagem
ou sujeito a escavação.
59

Figura 31 - Tubulação rasa e caixa de inspeção próximo (AUTORIA PRÓPRIA)

Depois de a tubulação ser inserida dentro da vala, o solo foi recolocado no


local com uma camada de aproximadamente 10 m e compactado em toda sua
extensão, para que em seguida seja colocada sobre a camada uma faixa de
advertência na coloração amarela indicando que no local existe uma tubulação com
carga conforme a figura 32, assim evitando o risco de possíveis escavações futuras
que possa agredir a tubulação existente e gerar riscos em toda sua estrutura, ao
condomínio e a terceiros, porem analisamos que além da faixa de advertência seria
viável fazer também uma proteção mecânica em toda extensão da tubulação
cobrindo-a com uma camada de argamassa, concreto ou placas de concreto pré-
fabricadas a fim de aumentar a segurança na integridade da tubulação.
60

Figura 32 - Faixa de sinalização (AUTORIA PRÓPRIA)

Foi feito o fechamento da vala, cobrindo a fita de sinalização e compactado


manualmente com um caibro toda superfície escavada, deixando a superfície do
solo nivelada, lembrando que o mesmo solo que foi escavada foi recolocado para o
fechamento da vala. No ponto de entrada do ramal interno foi instalado um conector
de 32 mm de rosca macho, conectado por meio de ferramenta especifica de
compressão (Clipadeira) conforme figura 33.

Figura 33 - conexão feita por compressão (AUTORIA PRÓPRIA)


61

Nos processos finais da parte de infraestrutura de preparação tanto do ramal


interno quanto do D.R.I. foi respeitado a medida para instalação do regulador de
pressão, sendo 70 cm de eixo a eixo. No ponto de entrada do ramal interno foi
colocado um caps. para evitar a entrada de sujeira dentro da tubulação até o
momento de instalação do regulador e no ponto de saída que será interligado na
tubulação existente do prédio conforme figura 34 a tubulação do ramal interno ficou
próxima do ponto de interligação, onde existe válvulas de bloqueio geral do prédio
conforme figura 35

Figura 34 – Pontos de interligação ramal externo e interno (AUTORIA PRÓPRIA)

Figura 35 - Ramal interno parado próximo ao ponto de interligação (AUTORIA PRÓPRIA)


62

5.1.3 3º Passo: Adequação de instalação interna


Na parte de instalação interna analisamos as linhas que transporta o gás para
cada respectiva unidade, onde o ramal interno transporta o gás para o quadro de
distribuição geral conforme figura 36 e tem sua solicitação individualmente e
conforme a demanda dimensionada em projeto que é estabelecida conforme
modelos e quantidades de aparelhos de consumo que precisará ser atendido, pois o
consumo de cada unidade não é padronizado, o empreendimento em questão já
possuía toda a parte de infraestrutura (tubulação) com Ø 15 mm, vimos que no
condomínio existia uma tubulação embutida e muito antiga na qual foi desativada
por motivo de vazamentos conforme figura 37, onde o condomínio solicitou que
fosse feito esta tubulação aparente, instalado por terceiros.

Figura 36 - Quadro de distribuição (AUTORIA PRÓPRIA)

Figura 37 - Tubulação embutida desativada (AUTORIA PRÓPRIA)


63

Na parte de instalação interna foi analisado se as linhas de distribuição


interna estavam atendendo os critérios e padrões estabelecidos pela norma
conforme a NBR 15526 (2016), sendo necessário acessar todas as unidades para
uma vistoria técnica observando se todas as instalações internas dentro das
unidades estão conforme a norma.

Em uma visita técnica a uma unidade, foi constatada a irregularidade onde


não havia uma válvula de bloqueio individual para o aparelho de consumo, com isso
não atendendo os critérios conforme a norma de segurança NBR13103 (2015),
podendo colocar em risco a integridade das pessoas em caso de emergência
impossibilitando o bloqueio de gás na respectiva unidade, nesse caso foi necessário
tomar as seguintes ações para instalação da válvula de bloqueio dentro da unidade,
a tubulação existente na unidade que é de material de cobre com Ø de 15 mm
atendendo apenas um aparelho de consumo. Foi desligado o gás no quadro geral de
distribuição e feito a queima dos resíduos que ainda se encontravam dentro da
tubulação, assim ficando acessível o trabalho com a rede descarregada, em seguida
foi desconectado as partes necessária da tubulação e feito a soldagem com
maçarico e estanho de um conector macho e um fêmea com rosca de ½” e assim
rosqueando a válvula de bloqueio de ½”, vedado com fita veda rosca conforme
figura 38, atendendo o critério estabelecido por norma, foi instalando a válvula de
bloqueio em um local de fácil acesso NBR13103 (2015), conforme figura 39.

Figura 38 - Conectores soldados e vedados com fita (AUTORIA PRÓPRIA)


64

Figura 39 - Válvula em fácil acesso (AUTORIA PRÓPRIA)

Outro critério analisado nessa unidade que a tubulação no seu trajeto estava
passando atrás de um equipamento elétrico (Geladeira), com isso o risco de um
possível contato da tubulação com uma descarga elétrica, no caso a tubulação
deveria estar protegida, sendo isolada para proteção de possíveis descargas
elétricas, a ação foi tomada sendo feito o isolamento da tubulação com fita de
isolamento de polietileno conforme e figura 40.

Figura 40 - Tubulação isolada com fita de polietileno (AUTORIA PRÓPRIA)

Tomando todas as ações necessárias na manutenção da tubulação na


unidade, assim atendendo todos os critérios estabelecidos por norma NBR 15526
(2016) e NBR 13103 (2015), o aparelho de consumo foi conectado sendo instalado
um novo flexível de cobre no aparelho, e a tubulação que foi reparada pintada e
identificada com adesivos de identificação com a palavra gás conforme figura 41, em
65

seguida a válvula de bloqueio no quadro geral de distribuição foi religada para o


comissionamento da rede da unidade, em seguida foi feito o teste de estanqueidade
para liberação do consumo de gás na respectiva unidade.

Figura 41 - Tubulação reparada (AUTORIA PRÓPRIA)

Após os processos de adequação interna para viabilidade técnica do


empreendimento que em questão foi preparado para receber o fornecimento de
distribuição de gás natural encanado distribuído pela concessionária, analisamos
que para esse empreendimento ainda não possuía a rede externa de distribuição,
mas a mesma já está em projeto para atender o condomínio observamos os
processos de mapeamento das interferências no pavimento, demarcações de onde
há possíveis tubulações de redes de água, esgoto, telefonia, etc. conforme figura 42.

Figura 42 - Demarcação das interferências (AUTORIA PRÓPRIA)


66

5.2 Caso 2
Para esse estudo de caso, foi acompanhado os processos de construção de
uma nova linha de distribuição de gás GN, sendo analisados os processos
construtivos de prumada coletiva, e instalações internas de linhas de distribuição
para o transporte do gás e comissionamento das linhas de distribuição aos
condôminos.

O estudo de caso foi realizado em um condomínio unifamiliar com 80


unidades, localizado na AV. João Paulo Ablas, município de cotia São Paulo, o
empreendimento solicitou o contrato para o fornecimento de gás natural pela
empresa concessionária distribuidora de gás natural, onde o serviço de
infraestrutura para este empreendimento foi realizado por uma empresa de
engenharia e construções.

Figura 43: Localização do condomínio 2 (GOOGLE MAPS)

5.2.1 1º Passo: Teste de estanqueidade das tubulações existentes.


O empreendimento em questão se encontrava com vazamentos nas
tubulações já existentes, foi preciso à realização de teste de estanqueidade para o
início de mobilização, para os processos de adequação.

Para o teste de estanqueidade foi utilizado um manômetro de baixa pressão


conforme figura 44, que também possibilita a medição da pressão de trabalho da
rede em mmca, esse teste é realizado com a rede carregada já na respectiva
67

pressão de trabalho, onde uma mangueira desse equipamento é interligada em um


ponto especifico de teste no medidor de consumo conforme figura 45.

Figura 44 – Manômetro de baixa pressão Figura 45 – Ponto de teste (AUTORIA PRÓPRIA)

Após ser realizado o teste de estanqueidade das 80 unidades do condomínio,


foi detectado aproximadamente que 40% das linhas de distribuição das unidades
estavam com vazamentos, sendo assim foi necessário um projeto de renovação de
todas as linhas de distribuição internas das unidades para construção de nova
tubulação.

Questionamos a possibilidade de aplicação de resina acrílica no interior das


tubulações que estavam comprometidas para estanqueidade dos vazamentos
constatados, pois é um método usado para esses casos, mas segundo orientações
técnicas dos responsáveis é um procedimento que não garante uma a longevidade
necessária para a garantia do serviço.

5.2.2 2º Passo: Construção das linhas de distribuição (tubulações)


Foram acessadas as unidades para construção da tubulação na parte interna
dos apartamentos, onde se iniciou as instalações fazendo um furo de dentro para
fora da unidade, furo onde a tubulação saiu para acessar a parte externa onde foi
interligada a prumada que conseqüentemente seria construída por um técnico,
acessando com cadeira suspensa, a tubulação foi construída com tubos de
68

multicamadas material de polietileno-alumínio-polietileno (PE-AL-PE) com conexões


especificas para tubos de multicamadas, o acoplamento dessas conexões são por
método de compressão.

O trajeto da tubulação dentro do apartamento foi acessando a área de serviço


e seguindo em direção a cozinha até o ponto de consumo, a tubulação foi toda
aparente fixada com abraçadeiras e a válvula de bloqueio ficou na área de serviço
conforme figura 46, para fácil acesso conforme estabelecido por norma NBR 13103
(2015).

Figura 46 - Válvula de fácil acesso (AUTORIA PRÓPRIA)

O ponto de consumo ficou a 72 cm do piso conforme estabelecido por norma


NBR 13103 (2005) ficou próximo ao ponto antigo que estava comprometido com
vazamento conforme figura 47, onde observamos que o flexível que o morador
estava utilizando se encontrava em péssimas condições, possibilitando um grande
risco de vazamento podendo colocar em risco o condomínio.

Observamos que as instalações do condomínio não passavam por uma


inspeção à muito tempo, a NBR 15526 (2016) estabelece que a cada 5 anos seja
feito uma análise de todas as instalações.

Na tubulação construída, foi colocada adesivos de identificação com a palavra


gás que é estabelecido por norma para identificação do fluido que passa na
respectiva tubulação
69

Figura 47 - Ponto de consumo (AUTORIA PRÓPRIA)

5.2.3 3º Passo: Construção da prumada


Após o acompanhamento das instalações internas, analisamos os processos
de construção da prumada coletiva que foi instalada de forma aparente.

Para a construção da prumada foi necessário fazer ancoragem para acesso


com cadeira suspensa, sendo que criteriosamente as amarrações das cordas devem
ser feitas em estrutura de concreto armado, e por pessoas qualificadas com curso
de trabalho em altura.

Foi acessado o barrilete do prédio, área onde foi feito a amarração das
cordas, sendo necessário fazer amarração de três cordas para linha de vida,
conexão do cinto de segurança, e duas para cadeira suspensa, sendo um interligado
em um cabo de aço para garantir maior resistência de tração.

O técnico qualificado para trabalho em altura executou a atividade auxiliado


por dois técnicos, para garantir que o trabalho desdobrado em projeto fosse
realizado com máxima segurança e eficiência.
70

Os pontos de interligação de cada unidade exposto para fora, foi interligado


na prumada, quando o técnico acessou com cadeira suspensa conforme figura 48.

Após a construção e alinhamento da prumada os pontos foram distribuídos no


quadro geral, onde ficam os medidores de consumo e regulador de segundo estágio
conforme figura 49.

Figura 48 - Acesso com cadeira suspensa (AUTORIA PRÓPRIA)

Figura 49 - Distribuição no quadro geral (AUTORIA PRÓPRIA)


71

5.2.4 4º Passo: Instalação dos reguladores


Analisamos os processos de adequação para instalação dos reguladores de
primeiro e segundo estágio, onde o regulador de primeiro estágio reduzira a pressão
de 4 bar para 750 mmca, e o regulador de segundo estágio reduzira a pressão de
750 mmca para 250 mmca.

Foi construído o ramal e DRI e a linha do ramal interno até o ponto de


interligação onde fica a bateria de GLP, foi adequado os quadros de distribuição
para instalação do regulador de segundo estágio onde o quadro recebia a pressão
de aproximadamente 1,5 kgf quando era alimentado por gás GLP.

Para instalação do regulador de primeiro estágio foi preparado os pontos de


ramal externo (ponto A), e ramal interno ponto (B) e instalado o regulador conforme
figura 50.

Figura 50 - regulador de primeiro estagio (AUTORIA PRÓPRIA)

Foi feito uma base de concreto para instalação do abrigo do regulador de


primeiro estágio conforme figura 51, porem analisamos que o abrigo que foi
instalado é de metal e terá menos durabilidade, que com o tempo começará a entrar
em um processo de corrosão, se feito de alvenaria seria mais viável pois teria mais
durabilidade.

Na porta do abrigo foi fixada uma placa informativa com palavras, inflamável,
proibido fumar e telefone de contato para emergência da concessionária em caso de
vazamentos, estabelecidos por Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e
Energia do Estado de São Paulo).
72

Figura 51 - abrigo do regulador (AUTORIA PRÓPRIA)

Foram adequados os quadros de distribuição para instalação do regulador de


segundo estágio conforme figura 52, sendo necessária uma reformulação do ponto
onde será interligado o regulador no ponto receptor que é a linha do ramal interno,
para distribuir no quadro já com pressão de 750 mmca e sendo reduzida para 250
mmca.

52 - Regulador de segundo estagio (AUTORIA PRÓPRIA)


73

6.0 Conclusão

O desenvolvimento do estudo por meio da revisão bibliográfica e estudo de


caso possibilitou a compreensão da implantação de redes residenciais de
tubulações de gás natural em áreas urbanas.

Podemos destacar o sucesso nessa experiência de acompanhamento das


obras, que possibilitou uma visão prática dos objetivos específicos pré-determinados
nessa pesquisa, onde concluímos que nem sempre o que é projetado é totalmente
executado, havendo erros de execução.

Podemos concluir que deve ser supervisionada a execução das redes afim de
assegurar que a execução das instalações são feita como previsto em projeto e as
normas técnicas sejam respeitadas.

A partir desse estudo foi possível avaliar os critérios de projeto e as fases de


execução de redes de tubulações de gás natural em áreas residenciais tanto da
adequação das redes para mudança do tipo de gás a ser usado, quanto, a
implantação de uma nova rede de tubulação quando necessário.

O estudo de caso denominado como Caso 1, foi possível em cada etapa da


execução, concluir que:

 É imprescindível a instalação do D.R.I, para instalação do regulador de


pressão de 1 º estágio, pois o gás que vem do ramal externo está sob alta pressão.

 Deve ser supervisionado as escavações pois como observado, pode


agredir estruturas já existente e os operários por falta de orientação/ informação não
tomam o devido cuidado.

 Deve-se ter todo cuidado nas junções das tubulações com materiais e
equipamentos adequados afim de assegurar a estanqueidade do sistema, sendo
esses pontos os de maior fragilidade.

 A tubulação enterrada sempre deve ser protegida com fita especifica, pois
há agressividade do solo que pode comprometer o sistema.
74

 No trajeto da tubulação do D.R.I até o quadro de distribuição deve-se tomar


o cuidado nas escavações, cuidados com as distâncias de estruturas já existente e
de profundidade que deve ser conforme norma NBR 15526 (2016), de acordo com o
tipo de trafego do local.

 Imprescindível a colocação de faixa indicadoras nas tubulações escavadas,


em nossa opinião poderia utilizar outros métodos de advertência, pois a faixa não
garante uma proteção mecânica na tubulação.

 Deve ser avaliada todas tubulações que serão reaproveitadas no novo


projeto.

 Imprescindível uma válvula de bloqueio em cada unidade habitacional, afim


de assegurar a segurança dos usuários e moradores em caso de vazamento.

 Deve ser evitar tubulações passando perto de equipamento elétricos e


quando necessário isolamento adequado.

 Tubulações reparadas devem ser identificadas com etiquetas descritas a


palavra gás, afim de informar o fluído.

 Após reparos e instalações de tubulações de gás, deve ser feito o teste de


estanqueidade para assegurar que não há vazamentos.

No segundo estudo de caso demonstramos etapas não abordados no Caso 1


que julgamos de grande importância, onde destacaremos nossas conclusões sobre
o estudo.

No estudo de caso 2 foi possível em cada etapa da execução, concluir que:

 Indispensável a manutenção de uma rede de gás para que a mesma não


seja comprometida

 Seguir as recomendações normativas que estabelecem o tempo mínimo


para inspeção de uma rede de distribuição de gás como observamos que nesse
caso não houve esse comprometimento.

 Analisamos que no caso dois não foi viável reaproveitar a tubulação


existente que em sua maior parte estava comprometida.
75

 A importância dos reguladores de pressão afim de garantir que não haja a


falta da distribuição do gás no pico de consumo.

Com isso concluímos que instalação de gás é um assunto delicado, que


precisa de todos os cuidados para o perfeito funcionamento, qualquer falha pode
trazer risco aos usuários, a terceiros e as suas proximidades e o gás quando
transportado por dutos trás o maior conforto aos usuários por ter uma distribuição
contínua, mas com esse trabalho obtivemos uma proximidade nos processos
construtivos de uma rede de distribuição de gás combustível, sabendo que o gás por
ser um fluído combustível que pode trazer grandes riscos é necessário um rigoroso
critério de projeto e execução para instalação das linhas de distribuição, ramal
externo, ramal interno, quadro de distribuição, linhas internas residenciais,
regulagem de pressão afim de garantir a vazão necessária para consumo.

Os processos de construção também devem ser respeitados pois concluímos


que nesse trabalho em algumas partes houve falhas de execução do projeto.

Concluímos que é um assunto de certa parte importante, porém pouco


estudado e com grande potencial de pesquisa e benefícios para a população.
76

7.0 Referências

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Anuário Estatístico 2008. Brasil.

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Instalação de aparelhos a gás para uso residencial – requisitos. Rio de Janeiro,
2015.
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