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UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE AGRICULTURA E TURISMO

Curso de Desenvolvimento Rural

Monografia

Avaliação dos Desafios dos Pequenos Agricultores na Cadeia de


Produção de Hortícolas

Estudo de Caso: Associação Janete Mondlane do Vale de Infulene


(Maputo-cidade)

Autor: Mário Helena Nhangumbe

Supervisora: Msc. Dilma Carlos

Maputo, Agosto de 2022


Tema:

AVALIAÇÃO DOS DESAFIOS DOS PEQUENOS AGRICULTORES


NA CADEIA DE PRODUÇÃO DE HORTÍCOLAS

ESTUDO DE CASO: ASSOCIAÇÃO JANETE MONDLANE

Autor:Mário Helena Nhangumbe

Monografia submetida à
Faculdade de Agricultura e
Turismo, em cumprimento dos
requisitos exigidos para
obtenção do grau de
Licenciatura em
Desenvolvimento Rural pela
Universidade São Tomás de
Moçambique sob supervisão da
Msc. Dilma Carlos

Maputo, Agosto de 2022


DECLARAÇÃO DE HONRA

Declaro por minha honra que, o presente trabalho é resultante da minha


investigação pessoal e da orientação da minha supervisora; o seu conteúdo
é original e todas as fontes consultadas estão devidamente identificadas no
texto e podem ser atestadas na bibliografia apensa sendo a primeira vez
que o submeto para obter um grau académico numa instituição educacional.

Assinatura
____________________________
(Mário Helena Nhangumbe)

____________________________
Aprovação do Júri

___________________________
(Presidente do Júri)

___________________________
(Oponente)

__________________________
(Supervisor: Msc. Dilma Carlos)
Resumo

O sector agrário em Moçambique caracteriza-se por uma baixa produção e,


consequentemente baixo rendimento. Esta baixa produção deve-se a vários
factores, nomeadamente, falta de acesso a insumos de qualidade; fraca
cobertura dos serviços de extensão e sua inadequada ligação com os
serviços de pesquisa; limitado aproveitamento da água para a agricultura;
infertilidade dos solos e fraco acesso ao crédito.

Com vista a analisar a influência da assistência técnica, da diversificação


agrícola, dos mecanismos de reciprocidade e do uso de boas práticas
agrícolas, o presente trabalho (pesquisa quantitativa e qualitativa) com
base numa amostra aleatória de cinquenta e um (51) produtores, da
Associação Janete Mondlane pretende aplicar a hipótese teórica segundo a
qual o acesso aos activos é decisivo para uma produtividade que permita
aos produtores gerar a renda necessária para a sua sobrevivência; essa
hipótese é baseada principalmente no estudo do Modo de Vida nas zonas
rurais nos países em desenvolvimento. A pesquisa procurou identificar os
desafios na produção de hortícolas; verificar os níveis de produção e de
produtividade; descrever as contingências aos desafios enfrentados pelos
produtores e, relacionar a forma como o perfil dos produtores da
Associação Janete Mondlane interfere no desempenho da actividade
produtiva.

O presente trabalho teve como base, dois tipos de pesquisa


designadamente, a pesquisa bibliográfica onde explorou-se várias obras
sobre a agricultura Moçambicana e seus desafios, com foco na produção de
hortícolas. Paralelamente ao referido estudo bibliográfico realizou-se um

I
estudo de caso no Vale do Infulene, uma área que tem ganho destaque na
produção e comercialização de hortícolas na cintura da Cidade de Maputo.

Em termos de metodologia, fez-se a combinação do método quantitativo e


qualitativo, onde procurou-se trazer um conjunto de informações empíricas
(experiências práticas dos produtores) sobre os desafios dos pequenos
agricultores na produção de hortícolas, cuja amostra incidiu sobre
cinquenta e um (51) produtores de Hortícolas pertencentes à Associação
Janete Mondlane, seleccionados aleatoriamente.

Após a colecta dos dados, realizou-se uma análise dos mesmos através do
teste estatístico Qui Quadrado onde estabeleceu-se uma relação entre os
dados individuais dos produtores e as variáveis Institucionais,
Organizacionais, e Socioculturais, com um intervalo de confiança de 95%.

No entanto, a pesquisa constatou que, existem desafios recorrentes na


produção de hortícolas, tendo em conta as caracteristicas demográficas
dos produtores com destaque para a faixa etária que varia entre os 40 e os
60 anos, cerca de setenta (70%) por cento. Cerca de sessenta (60%) por
cento dos produtores tem o nível primário de escolaridade. A pesquisa
identificou uma relação de influência no processo produtivo que pode
comprometer toda a cadeia de produção, o que confirma a necessidade de
trabalhar-se junto dos pequenos agricultores para melhorar o seu acesso
aos mercados, tanto de insumos como de comercialização dos produtos
acabados e ao crédito, a fim de aumentar a sua produtividade e
rendimentos.

Palavras-chave: Avaliação, pequeno produtor, cadeia de produção,


produção de hortícolas, Vale do Infulene.

II
Abstract

The agricultural sector in Mozambique is characterized by a low


production and income of the agricultural sector. The low productivity is
due to several factors, namely, the lack of access to quality inputs;
insufficient coverage of extension services and their inadequate linkage
with research services; limited use of water for agriculture; soil infertility
and poor access to credit.

Aiming to analyze the influence of technical assistance, agricultural


diversification, reciprocity mechanisms, the use of good agricultural
practices, the present quantitative-qualitative research, using a random
sample of 51 producers, representing the Janete Mondlane Association, is
based on the theoretical hypothesis of that access to assets is decisive for a
productivity that allows producers to generate the income necessary for
their survival; this hypothesis is mainly based on the Ways of Life
approach widely used in rural studies in developing countries; at the site,
the research sought to identify the challenges in the production of
vegetables, verify the levels of production and productivity, describe the
contingencies to the challenges faced by the producers and relate how the
profile of the producers in the Janete Mondlane Association interferes in
the performance of the productive activity.

The present work brought together two types of research, namely, the
bibliographic research where several works on Mozambican agriculture
and its challenges were checked, with a focus on the production of
vegetables, a case study was also carried out in Vale do Infulene, a area
that has become evident in the production and commercialization of
vegetables.

In methodological terms, the combination of the quantitative and


qualitative method was made, where through this research we seek to bring
a set of empirical information (experiences, practices of the producers) on
the challenges of small farmers in the production of vegetables, the sample
was of 51 Horticultural producers belonging to the Janete Mondlane
Association, selected at random.

III
Data analysis was performed after collection, where through the chi-square
statistical test, the personal/individual data of the producers were related to
Institutional, Organizational, and Sociocultural variables. With a
confidence interval of 95%.

However, the research revealed that there are recurring challenges in the
production of vegetables, in the demographic characteristics of the
producers it was evident that predominantly the age group varies between
40 and 60 years (70%). About 60% of producers have the primary level, the
research identified a relationship of influence in the production process,
which may compromise...... the entire value chain, which confirms the need
to work with small farmers to improve their access to markets, both for
inputs and products, and to credit, in order to increase their productivity
and income.

Keywords: Evaluation, small producer, production chain, vegetable


production, Infulene Valley.The agricultural sector in Mozambique is
characterized by low production and yield of food crops and livestock
activities. The low productivity is due to several factors, namely,the lack of
access to quality inputs; inadequate coverage of extension services and
inadequate linkages with research services; limited use of water for
agriculture; soil fertility and poor access to credit.

The present research brought together two typologies of research, being the
bibliographical review where several works on Mozambican agriculture
and its challenges were evaluated, with the focus on the production of
vegetables, WHICH case study was also carried out in the Vale do
Infulene, in an area that has become evident in the production and
commercialization of vegetables.

IV
The research aims to evaluate the challenges of small farmers in the
production chain of the Janete Mondlane Association, specifically
indicating the challenges in horticultural production, verifying production
levels and productivity of small farmers, and describing the contingencies
to the challenges faced by producers.

In methodological terms, the combination of the quantitative and


qualitative method, where by means of this research it is sought to bring
about a set of empirical information on the challenges of small farmers in
vegetable production; the sample consisted of 51 producers of vegetables
belonging to the Associação Janete Mondlane, randomly selected.

The data were properly processed and analyzed at a confidence interval of


5%, where through the chi square statistical test it was possible to relate the
personal / individual, Institutional, Organizational, and Sociocultural
variables.

However, it has been noted that there are still recurring challenges in the
vegetable production, which greatly influence production and jeopardize
the entire value chain, confirming the need to work with small farmers in
order to improve their access to markets, to both inputs and products, and
credit, in order to increase their productivity and income.

Keywords: Evaluation, smallholder farmers, value chain, production of


vegetables, Vale do Infulene.,

V
VI
DEDICATÓRIA

Em primeiro lugar, dedico este trabalho aos meus pais pelo apoio
permanente no decurso da minha carreira estudantil.

Dedico também ao meu avô (em memória) o qual sempre que pôde prestou
ajuda na minha educação tanto moral quanto escolar, insistindo para que
nunca desistisse de estudar e acreditasse no meu potencial.

Esta dedicatória estende-se também aos meus irmãos, namorada e amigos,


pelo apoio e confiança depositados em mim durante toda a caminhada.

VII
AGRADECIMENTOS

Os meus agradecimentos vão às pessoas que contribuíram de forma directa


ou indirecta para o trabalho agora finalizado, para as quais gostaria de
expressar o meu profundo apresso. Tal gratidão é dirigida em primeiro
lugar, ao corpo docente da Faculdade de Agricultura, designadamente, ao
Eng° Gabriel Viegas, ao Eng° Cremildo Cassamo à dra Hajeé Maria e à
minha Supervisora Msc Dilma Carlos pela forma rigorosa, solícita e
amigável com que orientou e acompanhou esta dissertação.

Aos meus pais, Mário Nhangumbe e Helena António Mpfumo (em


memória), às minhas tias Teresa Muenda e Rita Nhangumbe, à Neide
Carvalho (minha namorada), aos meus irmãos Alfredo Cuna, Dulce
Nhangumbe, Ana Maria e Edson Nhangumbe e ao meu colega de
faculdade, Benildo Macaringue, pelo apoio, compreensão e força anímica.

A todos o meu muito obrigado!

VIII
ÍNDICE
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO....................................................................1
1.2. Contextualização...............................................................................4
1.3. Problema de Estudo..........................................................................7
1.4. Hipóteses..........................................................................................9
1.5. Objetivos.............................................................................................9
CAPÍTULO II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..........................................10
2.1. Considerações gerais.........................................................................10
CAPÍTULO III. METODOLOGIA.............................................................27
3.1. Descrição do Local de Estudo........................................................28
3.2. Método de Amostragem e Coleta de Dados...................................34
3.3. Análise de Dados............................................................................37
CAPÍTULO IV. RESULTADOS E DISCUSSÕES...................................38
4.1. Descrição da Amostra.......................................................................38
4.2. Desafios na produção de hortícolas no Vale do Infulene..................40
4.3. Contingências dos desafios enfrentados pelos produtores de
hortícolas na Associação Janete Mondlane..............................................42
4.3.1. Relação entre aspectos contingentes dos desafios na produção de
hortícolas...............................................................................................43
4.3.2. Análise das contingências dos desafios enfrentados pelos
produtores de hortícolas na Associação Janete Mondlane....................50
4.3.3. Síntese (variáveis que influenciam nos desafios dos pequenos
produtores)............................................................................................55
CAPÍTULO V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.........................57
5.1. Conclusões........................................................................................57
5.2. Recomendações.................................................................................59
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................61
ANEXOS.....................................................................................................66

VII
Lista de Figuras
Figura 1:Localização geografica do Vale do Infulene...............................30

Figura 2:Descrição da faixa etária dos produtores.....................................32

Figura 3:Descrição do nível Escolar dos produtores.................................33

Figura 4: Síntese da relação das variáveis que influenciam nos desafios

dos pequenos produtores.............................................................................55

VIII
Lista de Tabelas
Tabela 1:Importância relativa das hortícolas, em função da área e consumo
em Moçambique..........................................................................................15
Tabela 2:Zonas agroclimáticas de altas altitudes, ilustrando as baixas
temperaturas e a baixa evapotranspiração (ETP)........................................19
Tabela 3:Zonas agroclimáticas de altitudes intermédias, demonstrando os
valores de evapotranspiração (ETP), temperatura média anual e
precipitação.................................................................................................20
Tabela 4:Zonas agroclimáticas de altitudes baixas, demonstrando os
valores de evapotranspiração (ETP), temperatura média anual e
precipitação.................................................................................................21
Tabela 5: Caracterização da Amostra colhida em termos do género.........31
Tabela 6: Agregado Familiar.....................................................................33
Tabela 7:Tamanho das propriedades em canteiros....................................39
Tabela 8:Mão-de-obra dos produtores.......................................................40
Tabela 9:Rendimento dos produtores por canteiro....................................41
Tabela 10:Relação entre a Escolaridade e a Procura de apoio de um órgão
.....................................................................................................................44
Tabela 11:Relação entre Experiência do produtor e a Procura de apoio de
um órgão......................................................................................................44
Tabela 12:Relação entre Idade do Produtor e a Actividade produtiva
predominante...............................................................................................45
Tabela 13:Relação entre a Escolaridade e o Controlo
ContábilContabilístico.................................................................................45
Tabela 14:Relação entre Experiência do produtor e o Controlo
ContábilContabilístico.................................................................................46
Tabela 15:Relação entre a Idade do Produtor e a Importância da
Informação..................................................................................................47

IX
Tabela 16:Relação entre Idade do Produtor e a Participação em Formações
relacionadas a agricultura............................................................................47
Tabela 17:Relação entre Idade do Produtor e a Valorização Cultural.......48
Tabela 18:Relação entre a Escolaridade e a Importância da Informação. .48
Tabela 19:Relação entre Experiência do produtor e Participação em
Formações relacionadas a agricultura.........................................................49
Tabela 20:Relação entre Experiência do produtor e a Importância da
Informação..................................................................................................49
Tabela 21: Influência da idade em relação a participação em cursos
agrícolas como desafio na produção de horticolas......................................50
Tabela 22: Influência da idade em relação a busca de informações sobre
agricultura como desafio na produção de horticolas...................................50
Tabela 23: Influência da idade em relação a actividade herdadas como
desafio na produção de horticolas...............................................................51
Tabela 24: Influência da idade em relação a actividades produtivas como
desafio na produção de horticolas...............................................................51
Tabela 25: Influência da escolaridade em relação a busca de informações
agrícolas como desafio na produção de horticolas......................................52
Tabela 26: Influência da escolaridade em relação a busca de apoio como
desafio na produção de horticolas...............................................................52
Tabela 27: Influência da escolaridade em relação a elaboração do controlo
contábilcontabilístico como desafio na produção de horticolas..................53
Tabela 28: Influência da experiência em relação a participação em cursos
agrícolas como desafio na produção de horticolas......................................53
Tabela 29: Influência da experiência em relação a busca de informações
agrícolas como desafio na produção de horticolas......................................54
Tabela 30: Influência da experiência em relação a procura de apoio como
desafio na produção de horticolas...............................................................54

X
Tabela 31: Influência da experiência em relação a elaboração do controlo
contábilcontabilístico como desafio na produção de horticolas..................54

Lista de Abreviaturas

ADSA – Auditoria do Desempenho do Sector Agrário


CAADP -Comprehensive Africa Agriculture Development Programme
ETP - Evapotranspiração potencial
FAO - Food and Agricultural Organization of the United Nations,
Organizaçãodas Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
FAEF – Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal
FMI – Fundo Monetário de Investimento
IIAM – Instituto de Investigação Agraria de Moçambique
INE – Instituto Nacional de Estatística
MINAG – Ministério de Agricultura
MPD – Ministério de Planificação e Desenvolvimento
MAE – Ministério de Administração Estatal
MIC – Ministério de Indústria e Comércio
MOPH -Ministério da Obras Públicas e Habitação
MTC – Ministério de Transportes e Comunicação
ONG - Organização Não-Governamental
PEDSA – Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Sector Agrário
PARPA – Plano de Acão para Redução da Pobreza Absoluta
PIB – Produto Interno Bruto
SPSS – Statistics Package of Social Sciences
TIA – Trabalho de Inquérito Agrícola

XI
UEM - Universidade Eduardo Mondlane
USD – United States Dollar

XII
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO

Em África, a agricultura desempenha um papel importante na economia,


tanto como fonte de emprego da maioria da sua população quanto como
fonte de receitas do governo através de exportação de produtos agrários.
Segundo o INE (2006), em Moçambique, a agricultura emprega acima de
oitenta (80%) por cento da população.

De acordo com MALIA et al.,(2015), nos grandes centros urbanos de


Moçambique tais como, Maputo, Beira, Nampula, Tete e Pemba, o
consumo de vegetais e de frutas constitui a base de segurança alimentar e
nutricional ao mesmo tempo que contribui para o aumento da renda das
comunidades. O crescente aumento da demanda do consumo destes
vegetais e frutas, impõe a necessidade de melhorias tecnológicas e métodos
sustentáveis para a sua produção.

Entretanto, segundo indica o MINAG (2013), em qualquer actividade


agrícola, existem dificuldades principalmente para os pequenos produtores,
dificuldades essas que se focam em pontos tais como, quando e quanto
produzir, afectando directamente nos níveis produtivos. Pf: REVER ESTA
CITAÇÃO.

Segundo explica o MINAG (2010), a expansão agrícola exerce pressão


económica sobre a agricultura familiar, uso de métodos e actividades de
produção agrícola de maneira intensiva e de escala, com a utilização de
grande quantidade de insumos agropecuários, sendo responsável nos
últimos anos pelo aumento dos padrões de produção e de produtividade. Os
seus avanços tecnológicos marcam uma revolução histórica na agricultura,
porém somente ao alcance dos produtores mais capitalizados e com danos
1
inestimáveis ao meio ambiente pelo uso insustentável da terra e de recursos
hídricos, grande utilização de insumos defensivos e alterações genéticas
nas culturas.

O MINAG (2010) conclui afirmando que, neste contexto, estão inseridos os


agricultores familiares, com técnicas menos eficientes nas suas
propriedades do que as ditadas pelo padrão do agronegócio, com
dificuldades mercadológicas de integração e competitividade, pela sua
baixa capitalização e maior custo de produção, às vezes considerados
como atrasados, incapazes e ineficientes. Esses agricultores familiares, por
terem estabelecimentos com tamanho médio inferior aos organizados de
forma patronal, podem ter maiores custos em virtude da escala de
produção, assim como de comercialização, tanto de insumos, como da
colheita.

Diante deste contexto e como base para este estudo, será feita uma
avaliação dos desafios dos pequenos produtores a nível da produção de
hortícolas com vista a perceber até que ponto as dificuldades dos
agricultores na cadeia de valores têm impacto na produção de hortícolas.

2
1.1. Justificativa

De um modo geral, o presente estudo trará uma visão das dificuldades


enfretadas pelos pequenos produtores, as quais poderão ser avaliadas para
efeitos de implementação de programas de apoio à produção de hortícolas.

Ao nível científico, espera-se que o presente estudo contribua para o


enriquecimento da literatura sobre matérias ligadas aos desafios
enfrentados pelos pequenos produtores ao longo do vale de Infulene,
trazendo informação mais útil da verdadeira realidade vivida pelos
pequenos produtores. Espera-se também que sirva de pivot para pesquisas
futuras relacionadas com a matéria em causa.

Ao nível governamental, espera-se que este estudo traga uma oportunidade


de explorar-se ainda mais os processos produtivos dos pequenos
produtores, com a possibilidade de procurar-se métodos mais eficientes que
possam ser implementados no meio produtivo, em especial no vale do
Infulene, através dos programas governamentais e ou de serviço de
extensão.

No meio social, espera-se que o presente estudo contribua de alguma forma


para a socialização entre os produtores nos seus contextos e desafios, para
que possam ser parte integrante das propostas de solução contidas no
estudo, para a percepção dos desafios dos pequenos produtores de
hortícolas, relembrando a necessidade de procurar ajudá-los com vista a
desenvolver a agricultura no país, pois os produtores enfrentam
dificuldades no acesso aos recursos do Estado.

3
1.2. Contextualização

De um modo geral, a FAO (2010) explica que, num mundo em mudanças,


novas oportunidades para a agricultura vão surgindo. Novos mercados
dinâmicos, inovações institucionais e tecnológicas de longo alcance, e
novas funções para o estado, o sector privado e a sociedade civil vão
acontecendo num contexto completamente novo para a agricultura.

A FAO (2010) acrescenta ainda que, uma nova agricultura emergente é


liderada por empresários do sector privado em largas cadeias de valor que
conectam os produtores aos consumidores e incluem muitos pequenos
empreendedores apoiados por suas organizações.

A FAO (2010 conclui afirmando que, a agricultura de alimentos de base e


produtos tradicionais de exportação também encontra novos mercados, ao
passo em que se torna mais diferenciada para responder às novas
exigências dos consumidores, aos novos usos (por exemplo,
biocombustíveis) e beneficia-se até certo ponto, da integração do mercado
regional. As secções que se seguem decorrem desses desafios e
oportunidades para a África.

Por seu turno, Arndt et al, (2008), afirma que:

Primeiro, o aumento da produtividade agrícola afectaria a população


Moçambicana através de vários mecanismos. Primeiro, pelo facto de este
poder reduzir a inflação mediante a redução da importação de produtos

4
agrícolas, que muitas vezes está sujeita ao aumento dos preços dos
combustíveis no mercado internacional.

Segundo, pelo aumento da produtividade, aliada a melhores condições de


armazenamento e processamento, que pode aumentar a disponibilidade de
alimentos ao longo do ano, melhorando deste modo a segurança alimentar e
nutricional das famílias.

Terceiro, combinado com o melhoramento de infraestruturas de


comercialização, o aumento da produtividade resulta em maiores
rendimentos familiares (Cunguara e Darnhofer, 2011). De salientar que, o
melhoramento de infraestruturas é um grande desafio neste processo,
principalmente para escoar o excedente agrícola da zona norte do país para
as províncias deficitárias no sul de Moçambique.

(Arndt et al., 2008; Thurlow, 2008), apontam que, apesar da importância


do aumento da produtividade agrícola na redução da pobreza em
Moçambique, os dados disponíveis apontam para uma redução nos actuais
baixos níveis de produtividade agrícola.

Segundo escreve o MPD/DNEAP (2010), existem vários factores


relacionados com a baixa produtividade agrícola, e abaixo passamos a
descrever alguns deles, mas de forma resumida. A discussão detalhada é
reservada para as secções seguintes sobre o progresso de cada pilar e os
padrões das despesas públicas. Um dos factores relacionados com a baixa
produtividade é a desproporção na despesa pública alocada à agricultura,
relativamente aos outros sectores da economia.

5
Por seu turno, o MINAG (2009) explica que o padrão espacial das
despesas públicas também não se enquadra com a variação regional no
potencial agrícola, nem com o número de habitantes de cada província. Por
exemplo, as despesas públicas per capita rural são mais baixas na
Zambézia e Nampula, duas províncias consideradas de elevado potencial
agrícola, cuja população total constitui cerca de quarenta (40%) por cento
da população nacional.

O segundo factor associado à baixa produtividade agrícola é segundo


aborda Boughton et al., (2007), a fraca infraestrutura de estradas. Aquando
da independência, Moçambique herdou um país com uma fraca
infraestrutura de estradas, ainda assim, esta foi sabotada pela guerra civil,
criando um ambiente desfavorável para o desenvolvimento agrícola. Nos
últimos anos verifica-se algum melhoramento de estradas, o que é
testemunhado pela redução no tempo necessário para viajar para as grandes
cidades. Após a independência, Moçambique adoptou a socialização do
meio rural e da agricultura. Entre o período da independência e finais dos
anos oitenta, a socialização do campo foi concebida para estar firmada
dentro da propriedade estatal e na produção realizada principalmente pelas
empresas estatais e cooperativas.

Uma parte do melhoramento no tempo de deslocação para grandes cidades


deve-se ao crescimento de alguns centros urbanos, que passaram a ter mais
de cinquenta mil habitantes (50.000) habitantes durante este período. O
melhoramento também deve-se à reabilitação das estradas existentes, mas
não à construção de novas estradas.

6
O terceiro factor relacionado com baixa produtividade é, segundo escreve
Datt et al., (2000), a saúde. Em Moçambique, o fraco acesso da maioria da
população aos serviços de saúde, aliado a altas taxas de fertilidade e
consequentemente elevadas taxas de dependência estão associados à baixa
produtividade e a elevados níveis de pobreza. A baixa produtividade
também está associada ao fraco acesso aos serviços agrários, incluindo
tecnologias melhoradas e serviços financeiros. O uso de tecnologias
melhoradas permaneceu baixo durante o período de 2002 a 2008, período
no qual existem dados do TIA (Trabalho de Inquérito Agrícola). Todos
esses aspectos, quando combinados, criam um enorme desafio para o
aumento da produtividade.

1.3. Problema de Estudo.

Segundo a FAO (2010), a baixa produtividade na agricultura Africana tem


de forma recorrente sido foco de preocupação, pelo menos desde a década
de 1930, quando os governos coloniais se aperceberam do crescente
empobrecimento entre as populações rurais em muitas partes de África.

MOSCA (2014), escreve que, em Moçambique, a agricultura familiar 1


constitui a actividade económica que ocupa grande parte da população,
podendo alcançar mais de setenta e cinco (75%) por cento dos cidadãos.

Apesar de a agricultura familiar ser dominante em Moçambique, existem


vários aspectos que influenciam directa ou indirectamente no baixo
desenvolvimento. Entretanto, neste estudo foram apenas focados quatro

1
Os conceitos de agricultura familiar, produtores de pequena escala, pequenos produtores, produtores
de mercadorias e camponeses, embora com matrizes conceptuais, são, neste texto, considerados como
sinónimos (MOSCA, 2014).

7
aspectos, pessoais/individuais, Institucionais, Organizacionais e
Socioculturais.

Nos aspectos individuais foram focados pontos tais como a influência da


idade, da escolaridade e da experiência do produtor;

Nos aspectos institucionais a situação de procura de apoio por parte dos


agricultores;

Nos aspectos organizacionais foi passada em revista a actividade


predominate, em termos de produção para a comercialização e para o
consumo bem como a elaboração do controlo contabilístico;

Nos aspectos socioculturais focou-se na valorização cultural, visto que


muitos agricultores preferem manter a forma produtiva tradicional, que
também está ligada à busca de informações e formações na produção.

Assim, pode considerar-se como problema de estudo o seguinte:

 De que maneira as dificuldades enfrentadas pelos produtores na


cadeia de produção influenciam no processo produtivo das
hortícolas?

8
1.4. Hipóteses

H0: Os aspectos individuais, institucionais, organizacionais e socioculturais


dos pequenos agricultores não interferem na cadeia de produção das
hortícolas;

H1: Os aspectos individais, institucionais, organizacionais e socioculturais


dos pequenos agricultores interferem na cadeia de produção das hortícolas.

1.5. Objectivos:

Geral:

 Avaliar os desafios dos pequenos agricultores na cadeia de produção


de hortícolas na Associação Janete Mondlane.

9
Específicos:

 Identificar os desafios na produção de hortícolas na Associação


Janete Mondlane;
 Verificar os níveis de produção e de produtividade dos pequenos
agricultores da Associação Janete Mondlane;
 Descrever as contingências aos desafios enfrentados pelos produtores
de hortícolas na Associação Janete Mondlane.
 Relacionar a forma como o perfil dos produtores na Associação
Janete Mondlane interfere no desempenho da actividade produtiva.

10
CAPÍTULO II.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Considerações gerais.

Agricultura Familiar.

Por um lado, Fernandes (2009) afirma que os empreendimentos familiares


têm como característica principal a administração pela própria família;
neles a família trabalha directamente, com ou sem o auxílio de terceiros.

Por outro, Abramovay (2010) afirma que, a agricultura familiar é aquela


onde a propriedade, a gestão e a maior parte do trabalho provem de
pessoas que mantêm entre si vínculos de sangue ou de casamento.

Cadeia de Produção.

De acordo com BATALHA, (1997), as cadeias produtivas constituem a


soma de todas as operações de produção e de comercialização que foram
necessárias para passar de uma ou várias matérias-primas de base, para
um produto final, isto é, até que o produto chegasse às mãos do seu usuário,
seja ele um particular ou uma organização.

De forma simplificada, SILVA (2005), conclui que, Cadeia Produtiva, pode


ser definida como um conjunto de elementos (“empresas” ou “sistemas”)
que interagem num processo produtivo para oferta de produtos ou serviços
ao mercado consumidor. Segundo este autor, o conceito de cadeia
produtiva possibilita:

 Visualizar a cadeia de forma integral;


 Identificar as debilidades e potencialidades;

11
 Motivar o estabelecimento de cooperação técnica;
 Identificar gargalos e elementos faltantes;
 Incrementar os fatores condicionantes de competitividade em cada
segmento.

Como exemplo, de cadeia de valorprodução, encontram-se os agricultores


organizados em cooperativas que compram e comercializam insumos;
armazenam e comercializam mercadorias, ou transformam as matérias
primas em produtos acabados. Em função desse arranjo, podem ocorrer
outras acções exógenas à cadeia, mas que são concominantes como sejam,
a alteração ou criação de alíquotas de impostos; imposição de barreiras
alfandegárias; normalização de procedimentos de classificação; definição
de exigências de padrões de qualidade física, sanitária e nutricional. Tais
acções promovem o aumento de competitividade da cadeia.

Horticultura

Para Filgueira (2001) a horticultura é uma terminologia técnico-científica


empregue no meio agronômico para referir-se o estudo e cultivo das
culturas oleráceas, que são espécies vegetais de consistência tenra, ciclo
biológico curto, exigentes em tratos culturais intensivos e, de modo geral,
cultivadas em pequenas áreas.

A característica mais marcante da horticultura, segundo Ferraço (2003) é o


facto de ser uma actividade agro-económica altamente intensiva nos seus
variados aspectos, exigindo grande investimento em termos físicos em área
trabalhada.

12
Produtor Rural

Conforme define NARDELLI (2010), produtor rural é representada por


pessoa física ou jurídica que explora a terra, com fins económicos ou de
subsistência, por meio da agricultura, pecuária, silvicultura, estractivismo
sustentável, aquacultura, além de actividades não-agrícolas, no que diz
respeito à função social da terra.

Pequeno Produtor

Shanin (1971), define Pequeno Produtor como sendo os produtores agrários


de pequena escala, sobretudo os do sector familiar, cuja produção resulta de
de mão-de-obra intensiva, pouco integrados no mercado de faoctores
(insumos, máquinas e dinheiro –, terra, trabalho assalariado e outras fontes
de rendimento não-agrícolas), que produzem essencialmente para a
subsistência familiar, enquanto unidade económica e social e que nem
sempre possuem o mercado como a única e mais importante referência nas
suas opções produtivas, nem necessariamente o lucro como o principal
objectivo e, sempre que podem, complementam os rendimentos agrários
com outros, dentro ou fora do sector.

A partir dos conceitos acima apresentados, passamos para o levantamento


bibliográfico do que foi estudado por Marx um dos grandes pensadores
dos Séculos XIX e XX e por alguns dos seus opositores, com o objectivo
de busca de conceitos sobre o carácter social dos pequenos proprietários
rurais Brazileiros, familiares ou não.

Constata-se, portanto, que os critérios utilizados por Marx para definir a


classe camponesa são: (1) suas condições económicas diferenciadas do

13
restante da população; (2) seu modo de vida; (3) seus interesses e (4) sua
cultura.

Caracterização do sector de horticultura em Moçambique.

Segundo IIAM,2013, a nova onda de descobertas de recursos minerais em


Moçambique coloca o país num novo cenário, mesmo que tal ainda não
seja destacável nos indicadores de desenvolvimento económico e social e
específicos à vida directa do cidadão. De igual forma, denotam-se
profundas mudanças em todos os sectores socioeconómicos.

O autor acima, prossegue afirmando que, o sector comercial tem conhecido


melhorias significativas no seu desempenho, as quais traduzem-se no início
da reabilitação de lojas nas zonas rurais. A produção de hortícolas, tanto
comercial como de subsistência, desempenha um papel importante na
actividade do sector agrícola familiar, contribuindo para o seu
fortalecimento e garantindo a sua sustentabilidade. Entretanto, até aqui, os
níveis de produção e de produtividade alcançados não se mostram
atractivos e satisfatórios, sendo que vários problemas têm ditado a baixa
produção, produtividade e comercialização.

Dentre os problemas constatados, destacam-se os seguintes:

a) Altos custos de transacção em virtude da dispersão geográfica e da


fraca organização dos pequenos produtores rurais em associações;
b) Fraco acesso aos mercados ao nível da comunidade uma vez que,
muitas vezes os produtores precisam de percorrer longas distâncias
(acima de 15 km) para alcançar o ponto de venda das suas hortícolas
ou de aquisição dos produtos de que necessitam;

14
c) Fraca rede de transportes e de outras infraestruturas económicas
rurais;
d) Acesso limitado aos serviços financeiros;
e) Cobertura limitada dos Serviços de Extensão Rural;
f) Fraca cobertura pelos meios de comunicação de grande parte do país,
especialmente das zonas rurais.

Segundo o (IIAM 2013), o mercado de hortícolas ainda é bastante informal


e pouco desenvolvido em Moçambique, sendo que o crescimento é limitado
pela dificuldade, tanto do sector público quanto do sector privado, em
investir de uma forma coordenada e integrada para o desenvolvimento de
todos os elos da cadeia. O acesso dos produtores aos mercados de produtos
e insumos agrários é um dos aspetos críticos para o aumento da produção e
produtividade. A adoção de uma estratégia de produção, processamento e
distribuição que promova o desenvolvimento integrado de todos os elos da
cadeia de produção valor de hortícolas é, portanto, um factor-chave para a
dinamização da horticultura nacional.

IIAM (2013) acresce ainda que, a horticultura é um agronegócio que se


desenvolve, fundamentalmente, com o uso de tecnologias como, por
exemplo, irrigação, adubos e outras componentes que direccionam ao
melhoramento das outras componentes dos sistemas de produção.

Dados da então Direcção Nacional de Hidráulica Agrícola de 2003,


baseados no Levantamento Nacional dos Regadios, indicavam, por
exemplo, a existência de duzentos cinquenta e sete (257) regadios
infraestruturados, ocupando uma área total de 118.120 ha. Entretanto, dessa
área infraestruturada, apenas quarenta vírgula sessenta e três (40.063)

15
hectares cerca de trinta e quatro (34%) por cento encontravam-se
operacionais.

Segundo o INAM (2013), são principais actores neste sistema, os


pequenos e médios produtores, sendo que o sector dos pequenos produtores
tem características heterogéneas, com diferentes sistemas produtivos. A
esmagadora maioria deste grupo pratica a horticultura nas margens dos
rios, lagoas e em regadios, com base no uso de técnicas elementares, como
o baixo nível de aplicação de insumos e o uso de mão-de-obra familiar, em
alguns casos com a contratação de mão-de-obra paga em espécie ou em
dinheiro em função das necessidades e oportunidades de mercado da
produção final.

O INAM (2013) conclui afirmando que, de uma maneira geral, os


produtores não se encontram ou encontram-se pouco organizados sob o
ponto de vista empresarial, desenvolvendo a actividade agrícola num
contexto familiar e local, vendendo a sua produção com um processamento
rudimentar, directamente no mercado, ou através de “grossistas” e/ou
“retalhistas” pouco equipados e muitas vezes não dispondo de
infraestrutura própria, o que, contudo, não impede que existam fluxos
comerciais importantes de hortícolas.

Produção de hortícolas.

Segundo Ecole; Vasconcelos (2008); António (2009), os dados existentes


revelam haver uma provável tendência para a produção Moçambicana de
hortícolas apresentar uma trajectória ascendente entre 2007 e 2010. Dessa

16
forma, os autores elucidam que do volume de quinhentas (500.000) mil
toneladas em 2007, a produção chegou a cerca de novecentas (900) mil
toneladas em 2010, sem contudo, precisar especificamente de que
hortícolas se trataram.

Ainda de acordo com Ecole; Vasconcelos (2008); António (2009), na zona


sul do país, a produção da batata, por exemplo, ronda às seiscentas
(600.000) mil toneladas, todavia depende da semente importada da África
do Sul, principalmente das regiões de Kwazulu Natal. Nas restantes zonas
de produção da batata, outros materiais têm sido utilizados, principalmente
aqueles convertidos em variedades locais como a Rosita, que se destina à
indústria e que disputa a fatia de mercado com uma outra variedade
também de casca roxa conhecida por “variety” da região de Tsangano e
Angónia. A batata produzida nas regiões fronteiriças de Angónia e
Tsangano chega de forma bastante competitiva aos mercados de Nampula,
Lichinga, Chimoio e Beira, podendo ser encontrada até no Malawi e na
Zâmbia:

O tomate é uma das hortícolas mais importantes a seguir à Batata Reno.


Representa setenta e sete (77%) por cento da área alocada e do mercado das
hortícolas (Tabela 1).

Tabela 1: Importância relativa das hortícolas, em função da área e


consumo em Moçambique
Cultura Importância relativa (%)
Tomate (Solanum lycopersicon) 77,9
Cebola (Allium cepa) 13.0
Couves (Brassica spp.) 5,2
17
Feijão-verde (Phaseolus vulgaris) 3,9

Distribuição e comercialização.

AUBE et al., (2011), afirma que, não existe ainda no país, um sistema
logístico eficiente para recolha, embalagem, armazenagem e transporte de
produtos hortícolas. A pós-colheita é caracterizada por perdas elevadas,
devido à deficiência nos sistemas de transporte, conservação e escoamento.
No entanto, deve notar-se que, o país dispõe de cadeias de valor de
hortícolas, nomeadamente de batata reno, que conseguem comercializar
grandes quantidades em locais bastante distantes, o que dá uma ideia do
dinamismo que existe nestas cadeias, apesar do seu informalismo evidente.

Segundo este mesmo autor, o país possui um total de vinte e cinco mil
(25.000 km) quilómetros de estradas das quais apenas quatro mil e
trezentos (4.300 km) quilómetros podem ser classificadas como estradas
primárias, quando na realidade são terciárias sem condições de suportar
camiões de alta tonelagem. Do principal centro de consumo a norte de
Moçambique, que é a cidade de Nampula, a distância a percorrer por via
rodoviária até Maputo chega a mais de dois mil e trezentos (2.300 km)
quilómetros.

AUBE et al., (2011), prossegue afirmando que, no geral, a função de


transporte é mantida separada da comercialização, mesmo sendo o

18
transportador rodoviário o elo essencial da cadeia de valorprodução, com
papel fundamental na função de posto de observação privilegiado, pelo
acesso aos volumes que são transportados ao longo do trecho. O transporte
rodoviário é responsável por mais de noventa e cinco (95%) por cento de
todo o transporte em Moçambique.

O sistema de transporte rodoviário em Moçambique funciona a três níveis:

1. Nos três corredores leste-oeste (Maputo, Beira e Nacala) e no


principal corredor norte-sul que percorre do sul de Maputo a norte de
Nacala, que na sua larga extensão é feito na Estrada Nacional
Número 1.
2. Nas principais zonas urbanas e particularmente nas nos arredores dos
portos;
3. Nas zonas rurais que alimentam os principais corredores.

AUBE et al., (2011), conclui afirmando que, a cadeia de transporte para


hortícolas e culturas de subsistência produzidas localmente é complexa. De
uma série de produtores de pequena escala, há um sistema informal criado
para a recolha e distribuição. Volumes individuais transportados são
relativamente pequenos com custos elevados por tonelada que acabam
sendo recuperados através de preços elevados.

19
A diversidade das zonas agro-ecológicas como motoras da produção de
hortícolas na época quente.

Carvalho (1969) afirma que, Moçambique apresenta uma variabilidade de


zonas agro-ecológicas, o que possibilita a prática de horticultura durante
todo o ano. A existência de grandes bacias hidrográficas aumenta ainda
mais o potencial agrário do país. Sendo assim, cabe aos estrategas
definirem claramente as regiões que têm maior potencial para o aumento da
produção agrária competitiva, com ligações ao mercado doméstico,
regional e internacional.

Carvalho (1969), prossegue afirmando que, tratando-se de relançar


actividades económicas, faz sentido apostar em zonas agro-ecológicas com
um grande potencial agrícola e em produtos que tenham alto potencial de
integração, tanto no mercado doméstico (primeira preferência) como no
mercado externo.

Este autor apresenta a caracterização geral da região (incluindo


temperatura, altitude, precipitação média anual) e a evapotranspiração
potencial (ETP) como base para a definição das zonas agroclimáticas, onde
estabelece quinze (15) regiões agroclimáticas agrupadas de acordo com a
altitude média da região, nomeadamente zonas altas, intermédias e baixas.

Em conclusão, Carvalho (1969) apresenta uma explicação detalhada


sobre os parâmetros usados para a classificação das diferentes regiões
agroclimáticas através das Tabelas 2, 3 e 4, com base nas quais
visando reorganizar a pesquisa e geração de tecnologias, o Instituto de
Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), consciente das
potencialidades de cada zona agro-ecológica, através das fichas

20
técnicas de culturas, expressa qualitativamente a grande importância
tecnológica de cada zona para cada nível tecnológico (Carvalho,1969).

Tabela 2: Zonas agroclimáticas de altas altitudes, ilustrando as baixas


temperaturas e a baixa evapotranspiração (ETP).
Temperat Precipitaç
ura ão
Regiã Caracterização/ ETP Altitude
Média Média
o Distribuição (mm/ano) (m)
Anual Anual
(°C) (mm)
Zonas Altas,
I, II,
Frescas, Alta
III, IV, <1300 <22 > 500 > 1000
Precipitação e
V
Baixa ETP
Zona Alta do 1000 -
I <1300 <22 > 800
Niassa 1400

II Zona Alta de Tete <1300 <22 > 1000 > 1200

Zona Alta de
III <1300 <22 > 500 > 1200
Manicae Maputo

21
Zona Alta da 1500 -
IV <1300 <22 > 500
Zambézia 1600

Zona Alta do 500 -–


V <1300 <22 > 1000
Planalto deMueda 1000
Fonte: adaptado de Carvalho (1969).

Tabela 3: Zonas agroclimáticas de altitudes intermédias, demonstrando os


valores de evapotranspiração (ETP), temperatura média anual e
precipitação.
Precipitaç
Temperat
ão
Caracterização/ ETP ura Altitude
Região Média
Distribuição (mm/ano) Média (m)

Anual
Anual (°C)
(mm)

Zonas Intermédias
VI,
(altitude,
VII, 200 -
temperatura, 1300 -1500 22 – 24 900 – 1500
VIII, 1000
precipitação e
IX
ETP)
Zona de Altitude
Intermédia do
VI 1300 -1500 22 – 24 500 900 – 1200
Niassa e Interior
de Cabo Delgado

Zona de Altitude
1200 –
VII Intermédia da 1300 -1500 22 – 24 200 - 500
1500
Zambézia e

22
Nampula
Zona de Altitude
500 - 1000 –
VIII Intermédia do 1300 -1500 22 – 24
1000 1200
Norte de Tete
Zona de Altitude
IX Intermédia de 1300 -1500 22 – 24 200 - 600 900 – 1100
Manica e Sofala
Fonte: adaptado de Carvalho (1969).

Tabela 4: Zonas agroclimáticas de altitudes baixas, demonstrando os


valores de evapotranspiração (ETP), temperatura média anual e
precipitação.

Precipitação
Caracterização/ ETP Temperatura Altitude(m
Região Média
Distribuição (mm/ano) Média Anual (ºC) )
Anual (mm)

Zonas Baixas,
X, XI,
Quentes, Baixa
XII, XIII, > 1500 > 24 <500 <1000
Precipitação e Alta
XIV, XV
ETP
Zona Baixa de
X Nampula, Cabo > 1500 > 24 <500 800 – 1000
Delgado e Niassa
Zona Litoral e Sub-
XI litoral de Nampula, > 1500 > 24 <200 800 – 1000
Zambézia e Sofala
Zona dos Vales dos
XII Rios Zambeze e > 1500 > 24 <500 <1000
Chire

23
Zona da Faixa
XII Costeira de Maputo, > 1500 > 24 <200 <800
Gaza e Inhambane

Zona Baixa do
XIV Interior de Maputo, > 1500 > 24 <200 400 - 800
Gaza e Inhambane
Zona Seca do Interior
XV > 1500 > 24 200 –500 <400
de Gaza
Fonte: adaptado de Carvalho (1969).

Principais desafios da agricultura em Moçambique.

Fraca produção e produtividade.

De acordo com ADSA (2010), o sector agrário em Moçambique


caracteriza-se por uma baixa produção e um baixo rendimento das culturas
alimentares e das actividades pecuárias. Isto deve-se a vários factores, tais
como a baixa disponibilidade e acesso a insumos de qualidade, sementes
melhoradas, fertilizantes, insecticidas; insuficiente cobertura dos serviços
de extensão e sua inadequada ligação com os serviços de pesquisa; limitado
aproveitamento da água para a agricultura; infertilidade dos solos; e
limitado acesso ao crédito.

ADSA (2010), prossegue afirmando que, uma limitação importante


identificada pela recente Auditoria de Desempenho do Sector Agrário
(Julho 2010) é a falta de conhecimento fiável sobre a produção e o
rendimento das culturas. Geralmente os dados relativos à produção e
produtividade variam grandemente consoante os sistemas utilizados para os
obter. As estimativas do Sistema de Aviso Prévio fornecem um resultado

24
mais rápido que as do TIA, no entanto, embora obtidas com um ano de
atraso estas são do ponto de vista estatístico, mais fiáveis.

Em relação à pecuária, ADSA (2010), explica que a baixa produtividade


está relacionada principalmente com a fraca capacidade de vigilância e de
controlo das doenças dos animais e com a fraca capacidade de provisão de
serviços veterinários. Está também relacionada com o fraco acesso a um
sistema de extensão, que não se deve concentrar apenas no gado bovino,
mas também nas pequenas espécies que são produzidas principalmente por
mulheres.

Limitadas infraestruturas e serviços para aceder ao mercado.

De acordo com (ADSA, 2010), o sector familiar em Moçambique enfrenta


graves problemas de acesso ao mercado. Os elevados custos de transacção
(elevadas margens entre o preço pago ao produtor e o preço de mercado da
produção do sector familiar, e entre o preço de importação dos insumos e o
preço destes ao consumidor) desincentivam a participação do sector
familiar no mercado. Para reduzir estes custos é necessário melhorar a rede
rodoviária e as infraestruturas de mercado.

ADSA (2010) sugere que, deve priorizar-se a construção e reabilitação de


estradas e de outras infraestruturas nas zonas de maior potencial agrícola e
pecuário. Além das infraestruturas básicas, é necessário que os mercados
disponham de infraestruturas de armazenamento com serviços mínimos,

25
como electricidade, e de um sistema de informação eficaz sobre os preços
dos insumos e dos produtos. Estes serviços contribuem de forma
significativa para a redução dos custos de transacção e para incentivar a
participação do sector familiar no mercado.

ADSA (2010) conclui afirmando que, outros aspectos que retraem


investimentos na agricultura e reduzem a participação dos produtores no
mercado estão relacionados com o roubo da produção e de animais que
começa atingir níveis de desencorajamento ao investimento, bem como o
frágil desenvolvimento da cadeia de valorprodução dos produtos agrícolas
e pecuários, os baixos padrões de qualidade, o limitado acesso ao crédito, e
a limitada comercialização e agro-processamento (Idem).

Inadequada utilização dos recursos naturais.

Segundo ADSA (2010), a utilização dos recursos naturais (terra, solos,


água e florestas) de maneira sustentável é essencial para o desenvolvimento
da agricultura. No que respeita à posse da terra, é necessário assegurar os
direitos legalmente reconhecidos da comunidade e dos beneficiários à terra
e aos recursos naturais; melhorar o uso e aproveitamento da terra com
potencial para o desenvolvimento da agricultura, silvicultura e pastorícia; e
aumentar a área de terra com forma de posse reconhecida legalmente.

ADSA (2010), afirma ainda que a degradação dos solos pela erosão, a
redução da fertilidade natural, e o aumento da salinização dos solos nas
zonas costeiras são problemas que estão a ter um impacto muito negativo
no desenvolvimento do sector agrário.

26
No que respeita às florestas, ADSA (2010), aponta que, as comunidades
locais enfrentam problemas de gestão e de uso sustentável dos recursos
naturais por falta de conhecimentos nesta área. A nível do governo, existe
falta de capacidade para monitorar e controlar a utilização dos recursos
naturais. O conflito homem-fauna bravia, as queimadas descontroladas, o
corte ilegal e o consumo excessivo de energia lenhosa constituem grandes
ameaças para o sector agrário. No que se refere à água, as principais
limitações estão relacionadas com a fraca capacidade de armazenagem da
água em períodos de abundância para posterior uso em períodos de
escassez; a falta de sistemas de irrigação simples para o sector familiar bem
como a falta de capacidade técnico-institucional para utilização eficiente
da água para a agricultura. Em geral, a exploração sustentável da terra,
água e recursos florestais requer instituições bem desenhadas, que
funcionem de acordo com as regras e que operem de forma transparente.

Limitada capacidade institucional e necessidade de maior coerência de


políticas.

Segundo ADSA (2010), as instituições do sector agrário em Moçambique,


quer públicas quer privadas, possuem fragilidades que precisam de ser
superadas para atingirem um desempenho eficiente, contribuindo assim
para que o sector se torne próspero e competitivo.

Entre os principais obstáculos identificados, ADSA (2010) aponta por um


lado, a falta de recursos humanos devidamente formados e capacitados,
particularmente a nível provincial e distrital, para poder responder
adequadamente às necessidades do sector familiar e, por outro, a existência
de uma alta incidência de desistências a nível distrital especialmente nos
distritos mais remotos, por falta de condições e de incentivos.

27
A falta de capacidade institucional para a recolha e análise de informação
sobre produção e produtividade, para a gestão sustentável dos recursos
naturais ou para promover tecnologias agrícolas entre o sector familiar, são
segundo ADSA (2010) alguns dos exemplos mencionados nesta estratégia.

Ainda de acordo com ADSA (2010), uma limitação importante relaciona-se


com a fraca coordenação entre os ministérios relevantes para o
desenvolvimento do sector agrário (MINAG, MPD, MAE, MIC,
MOPH,MTC, MS), entre o MINAG e as instituições públicas e privadas
(institutos de investigação, universidades) e ainda entre todos os outros
actores-chave no sector agrário (associações de produtores, comerciantes,
empresas).

ADSA (2010) aponta a existência e a coerência de políticas conducentes ao


bom desempenho do sector agrário como sendo outro aspecto essencial.
Nessa cisrcunstância, sugere que o Governo deve rever a Política Agrária e
Estratégia de Implementação (PAIE) e tomar algumas decisões importantes
para garantir consistência entre as intervenções a implementar. Se o
objectivo do PEDSA é converter a agricultura de subsistência numa
agricultura competitiva e sustentável, orientada para o mercado, há que
tomar decisões em várias áreas da política agrária como, por exemplo, a
área de subsídios e de crédito à produção, nomeadamente para aquisição e
distribuição de insumos.

De acordo com ADSA (2010), a recente Auditoria ao Desempenho do


Sector Agrário (Julho 2010) refere que um dos principais problemas do
PARPA tem sido a centralização onde (as compras de insumos são feitas a

28
nível central) bem como a falta de uma política clara de crédito. Aponta
ainda que, os insumos têm estado a ser distribuídos a preços subsidiados e
os agricultores não têm estado a reembolsar os créditos recebidos por
estarem habituados a recebê-los de forma gratuita.

CAPÍTULO III. METODOLOGIA

De acordo com GIL (2002), uma pesquisa como procedimento racional e


sistemático com o objectivo de proporcionar respostas aos problemas
apresentados, é requerida quando não se dispõe de informação suficiente
para responder ao problema, ou então quando a informação disponível
encontra-se em tal estado de desordem que não possa ser adequadamente
relacionada ao problema. Uma pesquisa é desenvolvida mediante o
concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de
métodos, técnicas e de outros procedimentos científicos que conduzam a
uma adequada formulação do problema até à apresentação satisfatória dos
resultados.

29
O presente trabalho baseiou-se numa revisão bibliográfica de várias obras
sobre a agricultura Moçambicana e seus desafios, como também numa
pesquisa detalhada de campo.

Para o presente trabalho, procedeu-se à combinação do método quantitativo


e qualitativo, onde procurou-se trazer um conjunto de informações
empíricas sobre os desafios dos pequenos agricultores na produção de
hortícolas, cuja amostra consistiu de cinquenta e um (51) produtores de
hortícolas pertencentes à Associação Janete Mondlane.

Os dados foram devidamente processados e analisados num intervalo de


confiança de cinco (5%) por cento onde através do teste estatístico Qui
quadrado foi possível relacionar as variáveis pessoais/individuais,
Institucionais, Organizacionais, e Socioculturais.

No decurso do presente trabalho, observou-se que os desafios em questão


fazem parte integrante dos pequenos produtores de formas variadas, tais
como, a falta de insumos para a produção, a falta de financiamento, a
dificuldade em termos de água para irrigação dos campos, a questão das
pragas e doenças e a situação climática.

3.1. Descrição do Local de Estudo.

3.1.2. Localização geográfica do Vale do Infulene.

Segundo DNG (1995), o Vale de Infulene é uma depressão natural na


planície suave e ondulada dos arredores a Oeste da Cidade de Maputo.

30
Localiza-se entre as latitudes 25º45’41,25’’S e 25º56’06,11’’S e longitudes
32º30’12,27’’E e 32º35’13,86’’E. Tem um comprimento de cerca de 20 km
e cerca de 0,5 km de largura média e, estende-se na direcção Norte-Sul,
cobrindo bairros urbanos e sub-urbanos da Cidade de Maputo e Matola.

De acordo com Dikshoorn et al., (1988), supõe-se que os solos da área de


estudo tenham sido formados na fase transgressiva no Plistocénio inferior.
Nas encostas íngremes do Vale de Infulene encontram-se solos arenosos,
constituídos por areias grossas a finas, mal consolidadas, com tonalidade
branca.

Ainda de acordo com DNG (1995), nas encostas suaves, são proeminentes
os solos da Formação da Machava, que são argilo-arenosos, com artefactos
de níveis altos de carbonatos e sais.

Já na parte mais baixa do Vale, DNG (1995) descreve a predominância de


depósitos aluvionares representados por argilas escuras fluviais com
intercalações de níveis de carbonatos e de sais de origem marinha.

De acordo com Kauffman e Konstapel, (1980); Jardim (2004), o lençol


freático do Vale de Infulene apresenta-se em profundidades variáveis:
superficial nas zonas baixas e profundo nas zonas altas. Para além da
variação espacial, a profundidade do lençol freático na área em estudo
apresenta um padrão de variação temporal sendo mais superficial na época
chuvosa (havendo necessidade de drenar algumas zonas) e profundo na
época seca (havendo necessidade de rega).

O estudo não abrange todo o Vale de Infulene, pois, na parte norte (depois
do actual Mercado Grossista de Zimpeto) não se reporta a prática da

31
actividade agrícola. Para além disso, não são conhecidos dados de
levantamentos de solos a uma escala detalhada. A Figura 1 mostra a
localização geográfica do Vale do Infulene (área abrangida e área não
abrangida pelo estudo).

Figura 1: Localização geografica do Vale de Infulene

Fonte: Produzido por Laura José, com base nos dados da UEM/FAEF de
(2012)

3.1.3. Perfil da Associação Agrícola Janete Mondlane.

A Associação Agrícola Janete Mondlane, localizada na Província de


Maputo, a sudoeste do Município da Matola, no Bairro de Infulene, é uma
instituição em grande crescimento. Representa, actualmente, 58 produtores
associados, possuindo cerca de 20ha, subdividido em zona produtiva
individual de cada associado e uma espécie de Machamba Escola, onde
desenvolvem uma actividade produtiva de ensino para melhoria dos seus
meios produtivos e seus excedentes.

32
Entre as actividades da Associação, destacam-se o aumento progressivo de
todo o acompanhamento técnico nas áreas de apoio aos agricultores,
essencial para o aumento da competitividade das explorações agrícolas; a
formação e informação junto dos seus associados das actualizações do
sector, entre outras.

A associação produz essencialmente hortícolas que englobam produtos tais


como a cenoura, a couve, o alface, a salsa, a abóbora, o pepino, o tomate, o
alho, a cebola entre outros.

Quanto aos métodos produtivos, a associação tem procurado inovar, e de


acordo com os associados, com a ajuda da assistência técnica que têm
recebido, eles melhoraram muito a sua produção, apesar da falta de
material apropriado para o cultivo, visto que fazem o uso de técnicas
rudimentares.

A tabela abaixo, ilustra a amostra de entrevistados da Associação Janete


Mondlane em número de cinquenta e um (51) produtores, dos quais três
(3) produtores são do sexo masculino e quarenta e oito (48) do sexo
feminino.

Tabela 5: Caracterização da Amostra colhida em termos do género

Género Frequência Percentagem (%)


Masculino 3 5,9
Feminino 48 94,1
Total 51 100
Fonte: Autor do presente trabalho

33
Demografia da Associação.

Segundo Abramovay e Camarano (1998), nas últimas décadas ocorreu um


intenso esvaziamento no campo, principalmente de jovens em busca de
melhores oportunidades de trabalho. Esta é uma face de uma realidade que
vem acarretando o envelhecimento da população.

O tema da migração de jovens do campo para a cidade não é novo na


pesquisa sociológica clássica e contemporânea, mas conforme observa
Abramovay (s.d), a migração vem ganhando maiores proporções nas
últimas décadas e apresenta mudanças nas antigas características.

CASTRO (2005), afirma que, a juventude rural encontra-se diante de


muitos desafios e incertezas entre “sair e ficar” no campo. Entre as
dificuldades de permanecer na agricultura concorrem os limites impostos
pela escassez da terra, da baixa renda das famílias e, consequentemente, de
investimento na produção. Além disso, Abramovay, Silvestro, Mello,
Dorigon e Baldissera (s.d.) assinalam que, o desejo destes jovens de
tornarem-se proprietários de terra “cai conforme declina a categoria de
renda considerada” enquanto “a aspiração por viver na cidade é tanto maior
quanto menos promissor o horizonte de geração de renda no
estabelecimento paterno”. Sendo assim, mesmo que haja o desejo de
permanecerem na terra, onde são mais capacitados, partem para novos
desafios em centros urbanos com o objectivo de ampliar as suas
oportunidades.

Em termos demográficos é possível observar através da figura abaixo que


no que se refere à faixa etária, 39,2% pertence ao intervalo de 50 a 60 anos,
o que compõe maior parte dos associados, seguida do intervalo de 40 a 50

34
anos o que equivale a 31,4% dos associados. Observando estas
percentagens constatou-se que, a maior parte dos associados pertence à
faixa etária elevada.

Figura 2: Descrição da faixa etária dos produtores

3.9

3.1

6600tan19a56 2.2
6600tan15a56 60
60
6600tan10a56
60
0.4 0.4
6600tan1a566 6600tan1a566
De 20
0 a 30 anos De 30
0 a 40 anos De 40 a 50 anos De 50 a 60 anos acima de 60 anos

Nº de entrevistados Percentagem

Fonte: Autor do presente trabalho

Segundo MACIEL et al, (2010; MACIEL; LIMA J., (2011), a agricultura


familiar desempenha um papel primordial na geração de renda e emprego
para o país, caracterizada pela presença de pequenos estabelecimentos e
associações agrícolas. Pode atribuir-se o forte desempenho desta actividade
ao facto de que na agricultura familiar o trabalho e a gestão estão
fortemente centralizados no detentor dos meios de produção – o agricultor
familiar sem que haja uma separação entre gestão e trabalho como
normalmente ocorre na agricultura patronal, implicando em maiores
rendimentos produtivos por área agrícola uma vez que os trabalhadores
sentem-se estimulados a garantirem o melhor desempenho possível da sua
produção.

No entanto, entende-se que um dos maiores entraves ao desenvolvimento


desta actividade, é a falta de conhecimento técnico aplicado ao processo
produtivo, associado ao baixo nível de escolaridade dos chefes de família.

35
Olhando para o nível escolar, maior parte dos produtores entrevistados
apresenta apenas o nível primário cinquemta e oito vírgula oito (58,8%) por
cento, o que mostra que, maior parte dos produtores da associação não
apresentam um nível elevado de escolaridade.

Figura 3: Descrição do nível escolar dos produtores

5.9

30

2.0 2.2

10 11

Primário Secundário/Técnico Nenhum

Nº de entrevistados Percentagem

Fonte: Autor do presente trabalho

Outro aspecto demográfico observado é o número do agregado familiar de


cada produtor entrevistado. É possível observar através da tabela que, a
maior parte destes tem um agregado composto por 3 a 6 membros (49%).

Tabela 6: Agregado Familiar


Agregado Frequência Percentagem (%)
De 1 a 3 Membros 9 17,6
De 3 a 6 Membros 25 49
Acima de 6 17 33,3
Total 51 100
Fonte: Autor do presente trabalho
3.2. Método de Amostragem e de Colecta de Dados

Este capítulo apresenta todos os procedimentos metodológicos


seleccionados com vista a atingir os objectivos da pesquisa, com base num
estudo de caso que faz uma análise pormenorizada do problema
36
identificado. São aqui apresentados os métodos usados na condução da
pesquisa, sua importância e razão de sua aplicação neste caso concreto.

De um modo geral, segundo elenca GIL (2008), a solução dos problemas


de pesquisa ocorre mediante o teste das hipóteses. Considerando que há
muitas possibilidades de testar hipóteses, surge grande variedade de
delineamento próprio, peculiar, determinado pelo objecto de investigação,
pela dificuldade na obtenção dos dados, pelo nível de precisão exigido e
pelos recursos materiais de que dispõe o pesquisador. Por essa razão, as
propostas de classificação dos vários tipos de delineamento referem-se
sempre a abstrações, a tipos ideais, que se aproximam mais ou menos dos
delineamentos concretos.

GIL (2008), aponta ainda que, o elemento mais importante para a


identificação de um delineamento é o procedimento adotado para a colecta
de dados. Assim, podem ser definidos dois grandes grupos de
delineamentos: aqueles que valem das chamadas fontes de "papel" e
aqueles cujos dados são fornecidos por pessoas. No primeiro grupo estão a
pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental. No segundo estão a
pesquisa experimental, a pesquisa ex-post-facto, o levantamento, o estudo
de campo e o estudo de caso.

Nesta pesquisa, adoptou-se o método qualitativo, que pode assumir duas


perspectivas distintas: a “perspectiva indutiva”, que se centra na
compreensão progressiva do objecto de estudo.

De acordo Mucchielli (2002), o método qualitativo tem enfoque nas


características, qualidades do fenómeno estudado e não tanto na sua
quantificação. Nesta perspectiva, o estudo de caso permite estabelecer

37
conexões entre diferentes elementos em análise e daí contribuir para a
evolução do conhecimento nesse domínio.

Mucchielli (2002), prossegue ainda indicando a segunda “perspectiva


dedutiva” que visa a confirmação ou explicação de uma teoria existente.
Nesta situação, o estudo de caso pretende recolher dados que permitam
aprofundar ou confirmar teorias elaboradas precedentemente.

Neste trabalho, adoptou-se também o uso da pesquisa quantitativa junto dos


produtores da associação, através do levantamento de dados com o
objectivo de conhecer a situação da produção de hortícolas na associação.
A pesquisa quantitativa, segundo Roesch (2007), é muito usada com o
propósito de medir a relação entre as variáveis e obter dados numéricos
sobre tal fenómeno, tendo como principal instrumento para a colecta de
dados o questionário.

De uma forma geral, por meio desta pesquisa procura-se trazer um


conjunto de informações empíricas sobre os desafios dos pequenos
agricultores na produção de hortícolas no Vale do Infulene, onde foi
seleccionada para o estudo a Associação Janete Mondlane em que foram
entrevistados 58 produtores, mas que, na recolha dos questionários somente
51 produtores responderam devidamente e os restantes sete (7)
apresentaram certas irregularidades que fizeram com que não fossem
validados. Conforme asseguvera TRIOLA (1999), não há dúvidas que, uma
amostra não representa perfeitamente uma população, ou seja, a utilização
de uma amostra implica a aceitação de uma margem de êrro que denomina-
se Erro Amostral. Erro Amostral é a diferença entre um resultado amostral
e o verdadeiro resultado populacional; tais erros resultam de flutuações
amostrais aleatórias.

38
TRIOLA (1999) prossegue defendendo não ser possível evitar a ocorrência
do Erro Amostral, porém pode-se limitar o seu valor através da escolha de
uma amostra de tamanho adequado. Obviamente, o Erro Amostral e o
Tamanho da Amostra seguem sentidos contrários. Quanto maior o tamanho
da amostra, menor o erro cometido e vice-versa.

Portanto, observando o universo da associação cinquenta e oito (58)


associados, um cálculo de amostragem torna a possibilidade de existir um
erro ainda maior do que o desejado, por isso, optou-se por trabalhar com o
número total dos associados.

Tendo em conta que os desafios para a produção de qualquer cultura


agrícola são vastos, o foco do trabalho é mais específico, abordando apenas
alguns destes desafios.

No âmbito desta pesquisa, estabeleceu-se contacto com os membros da


Associação Janete Mondlane e realizou-se um estudo direccionado para os
aspectos pessoais/individuais (idade, nível escolar, experiência do
produtor), Institucionais (Apoio de organizações, Assistência técnica),
Organizacionais (Tamanho de área, produção para auto-consumo/comércio,
elaboração de controlo financeiro) e Socioculturais (frequência de busca e
influência de informações, produção modernizada/tradicional, valorização
cultural).

39
3.3. Análise de Dados.

Lakatos e Marconi (1992) explicam que, analisar é, portanto, decompor um


todo em suas partes, a fim de poder efectuar um estudo mais completo,
indicando os tipos de relação existentes entre as ideias expostas. Através da
análise, pode observar-se os componentes de um conjunto e perceber as
suas possíveis relações.

As entrevistas foram feitas de forma estruturada, e transcritas na íntegra a


fim de evitar que houvesse perda de informação após o seu término. Posto
isso, começou-se o processo de análise do material. Essas informações
foram tabuladas numa planilha do SPSS, para que fossem realizadas as
análises estatísticas (Teste de Qui Quadrado) e apresentadas em forma de
quadros para se verificar a frequência nas respostas.

De aordo com CONTI (2009), o teste Qui Quadrado é um teste de


hipóteses que destina-se a encontrar um valor da dispersão para duas
variáveis nominais, avaliando a associação existente entre variáveis
qualitativas. É um teste não paramétrico, ou seja, não depende dos
parâmetros populacionais, como média e variância. O princípio básico
deste método é comparar proporções, isto é, as possíveis divergências entre
as frequências observadas e esperadas para um certo evento.

Portanto, o teste foi escolhido e utilizado para:

 Comparar a distribuição de diversos acontecimentos a fim de avaliar


se as proporções observadas destes eventos mostram ou não
diferenças significativas ou se as amostras diferem
significativamente quanto às proporções desses acontecimentos.

40
CAPÍTULO IV. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1. Descrição da Amostra.

A partir do estudo efectuado foram obtidos resultados do estudo de campo,


bem como da avaliação dos desafios dos pequenos produtores na cadeia de
produção de hortícolas no vale de infulene.

Aspectos Organizacionais.

De acordo com Silva et al., (2016), a distribuição das propriedades


individuais dos produtores na área de estudo foi feita por canteiros
(designação usada para um espaço de terra com dimensões entre 6m e 10m
de comprimento e 1m e 1.2m de largura, segundo a Tabela 7 pode
observar-se que, a maior parte dos produtores oitenta e quatro vírgula três
(84.3%) por cento possuía de 20 a 30 canteiros. Este aspecto está em
conformindade com o estudo realizado por Araújo et al., (2009) do qual
conclui-se que a distribuição de parcelas pode ser feita dependendo da
capacidade do trabalhador rural, pois, quanto maior número de elementos a
família tiver, maior parcela ela obtém.

Tabela 7: Tamanho das propriedades em canteiros


Tamanho da propriedade Frequência Percentagem (%)
De 10 a 20 5 9,8
De 20 a 30 43 84,3
De 30 a 40 1 2,0
Acima de 40 2 3,9
Total 51 100
Fonte: Autor do presente trabalho

41
Um outro aspecto observado, foi a proveniência da força de trabalho nos
campos de produção, onde constatou-se que, maior parte dos entrevistados
usa mão-de-obra familiar setenta e dois vírgula dois (72,2%) por cento, e
em alguns casos em momentos específicos do processo produtivo, como é
o exemplo da sacha e preparação dos canteiros, os produtores optam por
contratar alguma mão-de-obra para acelerar a produção vinte e sete vírgula
cinco (27,5%) por cento. Este dado é secundado pelo MINAG (2008), em
cujo estudo afirma que, a mão-de-obra usada pela maioria dos pequenos
produtores é a familiar com cerca de oitenta e quatro (84%) por cento,
sendo que apenas dezasseis (16%) por cento é que contrata mão-de-obra.
Assim, este dado faz com que a produção agrícola no País continue sendo
de baixo rendimento, pois está mais voltada para uma agricultura de
subsistência.

Tabela 8: Mão-de-obra dos produtores


Mão-de-obra Frequência Percentagem (%)
Familiar 37 72,5
Familiar e assalariada 14 27,5
Total 51 100
Fonte: Autor do presente trabalho

Um dos aspectos primordiais na planificação das actividades agricolas pelo


produtor, seria procurar obter respostas aos seguintes questionamentos:
Quanto, Como e Onde produzir?

Após o término da produção, normalmente ocorre a venda da quantidade


produzida, devendo apurar-se o resultado da produção para aferir o lucro
ou prejuízo. De um modo geral, o apuramento de resultado é feito
mensalmente e o exercício social é encerrado a 31/12, apurando-se assim,
todo o resultado anual da empresa.

No que concerne à actividade rural, o encerramento do exercício social não


coincide com o ano civil, como acontece nas empresas. Este aspecto está
em conformidade com o estudo realizado por Marion (2009), em que o
encerramento da actividade agrícola baseia-se no ano agrícola, que é o

42
período em que planta-se, colhe-se e comercializa-se toda a produção ou
parte dela.

A partir da Tabela 9, constata-se que, em termos de rendimento, os


produtores da Associação Janete Mondlane, fazem o controlo por canteiros.
Onde a maior parte dos produtores setenta vírgula seis (70,6%) por cento
apresenta uma receita por canteiro que varia de 150 a 200 Mt.

Tabela 9: Rendimento dos produtores por canteiro.


Rendimento por canteiro Frequência Percentagem (%)
De 100 a 150 Mt 15 29,4
De 150 a 200 Mt 36 70,6
Total 51 100
Fonte: Autor do presente trabalho

4.2. Desafios na produção de hortícolas no Vale do Infulene

São os seguintes os desafios constatados relacionados com a agricultura na


área de estudo:

 Factores naturais.
 Alterações climáticas (chuvas irregulares, secas e inundações)

Um dos problemas apontados pelos produtores como sendo um dos


grandes desafios na produção actualmente no país são as alterações
climáticas, que vêm causando quedas pulviométricas de grande escala
originando inundações, e/ou também, a fraca queda pulviométrica dando
origem à seca. Sendo que esta última (falta de chuvas/seca) é o caso com
que os produtores desta zona têm-se deparado nos últimos tempos, o que
faz com que os mesmos tenham perdas das suas produções. Esta
constatação é apresentada pela FAO (2011), na qual sublinha que, a água é
um insumo importante, senão o insumo mais importante na agricultura.
43
Esta constatação salienta ainda que, apesar dos potenciais de irrigação
existentes, a agricultura permanece noventa e três (93%) por cento pluvial
com o alto risco de seca e perda da colheita; apenas sete (7%) por cento das
terras aráveis está sob irrigação e apenas quatro (4%) por cento das
reservas hídricas é usada.

Ainda neste aspecto, ficou-se a saber junto dos produtores, da existência de


uma empresa que fornece água de modo a fazer face à irregularidade das
chuvas, porém, a quantidade fornecida é insuficiente e com uma
distribuição também irregular.

 Incidência de pragas e de doenças.

A ameaça de pragas e doenças transfronteiriças é um dos pontos que os


produtores fizeram menção, a qual influencia na produtividade agrícola. A
ameaça de pragas e doenças também tem afectado a produção dos
produtores da zona de estudo, como por exemplo, a perda de seus
excedentes e em alguns casos, das sementes para a produção seguinte.

 Factores externos.
 Falta de recursos financeiros.

Ao longo do estudo, verificou-se que um dos maiores desafios dos


agricultores é a falta de recursos financeiros, isto é, falta de investimento na
produção (baixa qualidade de insumos, etc). Ainda neste contexto, este
desafio é de extrema importância para que os mercados agrícolas

44
funcionem de forma mais eficiente para os produtores de pequena escala,
pois estaria contribuindo para:

 A melhoria do acesso aos serviços financeiros, visto que, a


agricultura é uma actividade de risco. Este aspecto é defendido
por Mucavele (2008), afirmando que, o acesso ao crédito é
importante para os agricultores, porque permite que eles
tenham insumos a tempo e horas; possam comprar sementes e
outros insumos, como incrementos agrícolas; possam comprar
material para condicionamento e armazenamento dos
produtos.

 Falta de Recursos Humanos para a execução de certas actividades.

 Neste aspecto, teve-se em conta a existência de um sistema de


canalização de água, porém, constatou-se que os produtores
não estão capacitados para usar o sistema, pois não possuem
conhecimentos para tal em virtude da sua idade avançada.

4.3. Contingências dos desafios enfrentados pelos produtores de


hortícolas na Associação Janete Mondlane.

Neste ponto, apresenta-se a análise das variáveis que influenciam nos


desafios dos agricultores da Associação Janete Mondlane, subdivididas em
variáveis individuais, institucionais, organizacionais e socioculturais.

45
4.3.1. Relação entre aspectos contingentes dos desafios na produção de
hortícolas.

Relação entre aspectos Individuais e Institucionais.

Importa referir que, no que diz respeito à procura de apoio de um órgão,


constatou-se que, apenas um dos entrevistados é que procura.

Quanto à relação entre o nível escolar e a procura de apoio, maior parte dos
entrevistados que não procura apoio apresenta o nível primário (30
entrevistados), seguidos pelos que não apresentam nenhum nível escolar
(11 entrevistados). Isto faz com que estes associados não melhorem as
técnicas de produção, o que traduz-se numa baixa produção.

Tabela 10: Relação entre a Escolaridade e a Procura de apoio de um órgão.


Procura ou tem ajuda de um órgão
Nível Escolar Total
Sim Não
Primário 0 30 30
Secundário/Técnico 1 9 10
Nenhum 0 11 11
Total 1 50 51
Fonte: Trabalho de Campo

Na relação entre a experiência do produtor e a procura de apoio, observa-se


que dos que não procuram apoio, a maioria apresenta uma experiência que
varia de 10 a 20 anos [vinte e três (23) entrevistados]. O que faz com que

46
não haja melhorias nas técnicas de produção, resultando num baixo
rendimento das culturas.

Tabela 11: Relação entre Experiência do produtor e a Procura de apoio de


um órgão.
Experiência do Procura ou tem ajuda de um órgão
Total
produtor Sim Não
De 0 a 10 anos 1 5 6
De 10 a 20 anos 0 23 23
De 20 a 30 anos 0 14 14
De 30 a 40 anos 0 6 6
De 40 a 50 anos 0 2 2
Total 1 50 51
Fonte: Autor do presente trabalho

Relação entre aspectos Individuais e Organizacionais.

Quanto à actividade predominante, no que concerne à produção comercial


ou para autoconsumo, observa-se que, maior parte dos entrevistados faz a
combinação do Comércio e Consumoestas duas??? [trinta (30)
entrevistados, com maior incidência em indivíduos na faixa etária dos 40
aos 60 anos, pois, são individuos com baixa renda e a prática agrícola é
mais para a subsistência familiar.

Tabela 12: Relação entre a Idade do Produtor e a Actividade produtiva


predominante.
Faixa Etária Actividade produtiva predominante Total
Comércio Autoconsumo/

47
Comércio
De 20 a 30 anos 2 0 2
De 30 a 40 anos 0 2 2
De 40 a 50 anos 6 10 16
De 50 a 60 anos 7 13 20
Acima de 60
6 5 11
anos
Total 21 30 51
Fonte: Trabalho de Campo

No que diz respeito ao Controlo Contabilístico, a maior parte dos


entrevistados não o faz. Dos poucos que o fazem, maior parte tem o nível
primário e esse controlo é feito mentalmente e sem nenhum registo, pois
não sabem elaborar um plano de produção e consequentemente não sabem
que culturas produzir de acordo com a demanda do mercado.

Tabela 13: Relação entre a Escolaridade e o Controlo Contabilístico

Efectua Controlo Contabilístico


Nível Escolar Total
Sim Não
Primário 4 26 30
Secundário/
2 8 10
Técnico
Nenhum 0 11 11
Total 6 45 51
Fonte: Autor do presente trabalho

48
Segundo a Tabela 14, percebe-se que da análise feita ao estudo, quanto
mais experiência os produtores tivessem, menos controlo contabilístico
faziam, tendo sido possível observar que o maior percentual reside entre os
agricultores com uma experiência que varia dos 10 aos 20 anos, cujo
aspecto pode estar relacionado com o seu grau de escolaridade.

Tabela 14: Relação entre Experiência do produtor e o Controlo


Contabilístico.
Experiência do Efectua Controlo Contabilístico
Total
produtor Sim Não
De 0 a 10 anos 2 4 6
De 10 a 20 anos 2 21 23
De 20 a 30 anos 2 12 14
De 30 a 40 anos 0 6 6
De 40 a 50 anos 0 2 2
Total 6 45 51
Fonte: Autor do presente trabalho

Relação entre aspectos Individuais e Socioculturais.

A busca de informações sobre a agricultura abrange vários ângulos,


entretanto, o presente trabalho irá apenas focar-se nos desafios
apresentados acima.

No caso específico, a busca de informações e a sua influência na produção


de hortícolas abrange informações da situação do mercado (Como, Quando
e Quanto produzir), novos métodos produtivos e melhorados que podem
facilitar a impulsionar a produção.

A Tabela 15, mostra a relação entre a idade do produtor e a capacidade de


busca de informação. É possível perceber que quanto mais experiência o

49
produtor tiver, maior é a procura de informação, apesar dessa busca ser
feita ocasionalmente, ou seja, dependendo da situação e das oportunidades.

Tabela 15: Relação entre a Idade do Produtor e a Importância da


Informação.
Lê/escuta notícias relacionadas com a
Faixa Etária agricultura Total
Ocasionalmente Raramente
De 20 a 30 anos 1 1 2
De 30 a 40 anos 2 0 2
De 40 a 50 anos 12 4 16
De 50 a 60 anos 17 3 20
Acima de 60
4 7 11
anos
Total 36 15 51
Fonte: Autor do presente trabalho
Quanto à relação entre a idade e a participação em seminários ou
formações relacionadas com a agricultura, observa-se também uma
inclinação de pessoas mais maduras a aderirem a estas, sendo que, a maior
distribuição dos produtores encontra-se na faixa etária dos 40 aos 60 anos
de idade.

Tabela 16: Relação entre Idade do Produtor e a Participação em


Formações relacionadas com a agricultura.
Participa de seminários/cursos relacionados com a
Faixa
agricultura Total
Etária
Frequentemente Ocasionalmente Raramente Nunca
De 20 a
0 2 0 0 2
30 anos
De 30 a
0 1 1 0 2
40 anos

50
De 40 a
5 11 0 0 16
50 anos
De 50 a
1 13 6 0 20
60 anos
Acima
de 60 0 1 5 5 11
anos
Total 6 28 12 5 51
Fonte: Autor do presente trabalho

Em termos de valorização cultural, pretende-se avaliar apenas as


actividades herdadas, isto é, focar apenas em termos de herança agrícola
por parte dos produtores. Tendo em conta a valorização cultural, em termos
de actividades herdadas, observa-se que, a maior parte não tem actividades
herdadas, quarenta e sete (47) entrevistados e apenas quatro (4) dos
entrevistados possuem terras herdadas.

Tabela 17: Relação entre Idade do Produtor e a Valorização Cultural


Actividades herdadas
Faixa Etária Total
A principal Nenhuma
De 20 a 30 anos 0 2 2
De 30 a 40 anos 0 2 2
De 40 a 50 anos 2 14 16
De 50 a 60 anos 2 18 20
Acima de 60
0 11 11
anos
Total 4 47 51
Fonte: Autor do presente trabalho

UUma outra relação que foi observada é aquela entre a Escolaridade e a


Importância da informação. É possível observar na Tabela 18 que, a maior
parte dos entrevistados procura informações de forma ocasional e estes
apresentam apenas o nível e primário de escolaridade, o que quer dizer que,

51
quem atribui mais importância à busca de informações são os que possuem
nível primário. Um dos membros apontou como sendo a razão por detrás
disto, a falta de conhecimentos científicos.

Tabela 18: Relação entre a Escolaridade e a Importância da Informação.


Lê/escuta notícias relacionadas com a
Nível Escolar agricultura. Total
Ocasionalmente Raramente
Primário 26 4 30
Secundário/
6 4 10
Técnico
Nenhum 4 7 11
Total 36 15 51
Fonte: Autor do presente trabalho

Tendo em conta a Experiência do produtor na participação em seminários


ou formações relacionadas com a agricultura, é possível perceber que
pessoas com menos experiência (de 10 a 30 anos) são as que mais aderem a
seminários e formações em agricultura.

Tabela 19: Relação entre Experiência do produtor e Participação em


Formações relacionadas com a agricultura.
Experiênci Participa em seminários/cursos relacionados com a Total
a do agricultura
produtor Frequentement Ocasionalment Rarament Nunca

52
e e e
De 0 a 10
2 4 0 0 6
anos
De 10 a 20
2 15 5 1 23
anos
De 20 a 30
2 7 5 0 14
anos
De 30 a 40
0 2 2 2 6
anos
De 40 a 50
0 0 0 2 2
anos
Total 6 28 12 5 51
Fonte: Autor do presente trabalho

Quanto à importância da informação. Tendo em conta a experiência do


produtor, é possível observa-se que, maior parte dos entrevistados em
número de trinta e seis (36), busca informações ocasionalmente,
principalmente os produtores com uma experiência que varia dos 10 aos 20
anos.

Tabela 20: Relação entre Experiência do produtor e a Importância da


Informação.
Experiência do Lê/escuta notícias relacionadas com a agricultura
Total
produtor Ocasionalmente Raramente
De 0 a 10 anos 5 1 6
De 10 a 20
20 3 23
anos
De 20 a 30
8 6 14
anos
De 30 a 40
2 4 6
anos
De 40 a 50
1 1 2
anos
Total 36 15 51
Fonte: Autor do presente trabalho

53
54
4.3.2. Análise das contingências dos desafios enfrentados pelos
produtores de hortícolas na Associação Janete Mondlane.

Com base nos desafios enfretados pelos produtores de hortícolas da


Associação Janete Mondlane, foi elaborado um teste de Qui-quadrado para
apurar a influência dos desafios na produção de hortícolas.
a) Idade do produtor
 Participa em seminários/cursos relacionados com a
agricultura.
Com base no teste Qui-quadrado, com uma probabilidade de 0.000 que
apresenta-se menor do que o nível de significância de 5%, há evidências
que mostram que a idade do produtor, em relação à sua participação em
seminários/cursos relacionados com a agricultura influencia
estatisticamente na produção de hortícolas.
Tabela 21: Influência da idade em relação à participação em cursos
agrícolas como desafio na produção de hortícolas.
Participa em seminários/cursos
Idade
relacionados com a agricultura
Qui-quadrado 39,207a 16,086
Grau de liberdade 12 1
Nível de Significância 0,000 0,000
Fonte: Autor do presente trabalho
 Lê/escuta notícias relacionadas com a agricultura.
Com base no teste Qui-quadrado, com uma probabilidade de 0,048 que
apresenta-se menor do que o nível de significância de 5%, há evidências
que mostram que a idade do produtor, em relação à busca de informações
relacionadas com a agricultura influencia estatisticamente na produção de
hortícolas.

Tabela 22: Influência da idade em relação à busca de informações sobre


agricultura como desafio na produção de hortícolas.

Lê/escuta notícias relacionadas com a Idade


55
agricultura
Qui-quadrado 9,599a 1,892
Grau de liberdade 4 1
Nível de Significância 0,048 0,046
Fonte: Autor do presente trabalho

 Actividades herdadas
Com base no teste Qui-quadrado, com uma probabilidade de 0,663 que
apresenta-se maior do que o nível de significância de 5%, há evidências
que mostram que a idade do produtor, em relação a actividades herdadas,
não influência estatisticamente na produção de hortícolas,.
Tabela 23: Influência da idade em relação à actividades herdadas como
desafio na produção de hortícolas.
Actividades herdadas Idade
Qui-quadrado 1,885a 0,189
Grau de liberdade 4 1
Nível de Significância 0,757 0,663
Fonte: Autor do presente trabalho
 Actividade produtiva.
Com base no teste Qui-quadrado, com uma probabilidade de 0,959 que
apresenta-se maior do que o nível de significância de 5%, há evidências
que mostram que a idade do produtor, em relação às actividades
produtivas, não influência estatisticamente na produção de hortícolas.
Tabela 24: Influência da idade em relação às actividades produtivas como
desafio na produção de horticolas.
Actividade produtiva Idade
Qui-quadrado 5,473a ,003
Grau de liberdade 4 1
Nível de Significância ,242 ,959
Fonte: Autor do presente trabalho

56
b) Escolaridade do produtor.
 Lê/escuta notícias relacionadas com agricultura.
Com base no teste Qui-quadrado, com uma probabilidade de 0,001 que
apresenta-se menor do que o nível de significância de 5%, há evidências
que mostram que a escolaridade do produtor, em relação às actividades
herdadas, influência estatisticamente na produção de hortícolas.
Tabela 25: Influência da escolaridade em relação à busca de informações
agrícolas como desafio na produção de horticolas.
Lê/escuta notícias relacionadas
Escolaridade
com a agricultura
Qui-quadrado 10,482a 10,268
Grau de liberdade 2 1
Nível de Significância ,005 ,001
Fonte: Autor do presente trabalho
 Procura ou tem ajuda de um órgão.
Com base no teste Qui-quadrado, com uma probabilidade de 0,648 que
apresenta-se maior do que o nível de significância de 5%, há evidências
que mostram que a escolaridade do produtor, em relação à a procura de
apoio, não influência estatisticamente na produção de hortícolas.
Tabela 26: Influência da escolaridade em relação à busca de apoio como
desafio na produção de horticolas.
Procura ou tem ajuda de um órgão Escolaridade
Qui-quadrado 4,182a ,209
Grau de liberdade 2 1
Nível de Significância ,124 ,648
Fonte: Autor do presente trabalho

57
 Efectua controlo contabilístico.
Com base no teste Qui-quadrado, com uma probabilidade de 0,352 que
apresenta-se maior do que o nível de significância de 5%, há evidências
que mostram que a escolaridade do produtor, em relação à elaboração do
controlo contabilístico dos ganhos da produção, não influência
estatisticamente na produção de hortícolas.
Tabela 27: Influência da escolaridade em relação à elaboração do controlo
contabilístico como desafio na produção de horticolas.
Efectua controlo
Escolaridade
contabilístico
Qui-quadrado 2,191a ,867
Grau de liberdade 2 1
Nível de Significância ,334 ,352
Fonte: Autor do presente trabalho
c) Experiência.
 Participa em seminários/cursos relacionados com a
agricultura.
Com base no teste Qui-quadrado, com uma probabilidade de 0.000 que
apresenta-se menor do que o nível de significância de 5%, há evidências
que mostram que a experiência do produtor, em relação à participação em
seminários/cursos relacionados com a agricultura influência
estatisticamente na produção de hortícolas.
Tabela 28: Influência da experiência em relação à participação em cursos
agrícolas como desafio na produção de horticolas.
Participa em seminários/cursos
Experiência
relacionados com a agricultura
Qui-quadrado 31,524a 13,512
Grau de liberdade 12 1
Nível de Significância ,002 ,000
Fonte: Autor do presente trabalho

 Lê/escuta notícias relacionadas com a agricultura.


Com base no teste Qui-quadrado, com uma probabilidade de 0,060 que
apresenta-se maior do que o nível de significância de 5%, há evidências
que mostram que a experiência do produtor, em relação à busca de
informações, não influência estatisticamente na produção de hortícolas.
58
Tabela 29: Influência da experiência em relação à busca de informações
agrícolas como desafio na produção de horticolas.

Lê/escuta notícias relacionadas com


Experiência
a agricultura
Qui-quadrado 9,076a 6,759
Grau de liberdade 4 1
Nível de Significância ,059 ,060
Fonte: Autor do presente trabalho
 Procura ou tem ajuda de um órgão.
Com base no teste Qui-quadrado, com uma probabilidade de 0,123 que
apresenta-se maior do que o nível de significância de 5%, há evidências
que mostram que a experiência do produtor, em relação à procura de
apoio, não influência estatisticamente na produção de hortícolas.
Tabela 30: Influência da experiência em relação à procura de apoio como
desafio na produção de horticolas.

Procura ou tem ajuda de um órgão Experiência


Qui-quadrado 7,650a 2,385
Grau de liberdade 4 1
Nível de Significância ,105 ,123
Fonte: Autor do presente trabalho
 Efectua controlo contabilístico.
Com base no teste Qui-quadrado, com uma probabilidade de 0,178 que
apresenta-se maior do que o nível de significância de 5%, há evidências
que mostram que a experiência do produtor, em relação a elaboração do
controlo contabilístico dos ganhos da produção, não influência
estatisticamente na produção de hortícolas.
Tabela 31: Influência da experiência em relação à elaboração do controlo
contabilístico como desafio na produção de horticolas.
Efectua controlo contabilístico Experiência
Qui-quadrado 4,050a 1,813
Grau de liberdade 4 1
Nível de Significância ,399 ,178
Fonte: Autor do presente trabalho

59
4.3.3. Síntese (variáveis que influenciam nos desafios dos pequenos
produtores).

Nesta fase, é apresentada em gráficos a síntese relacional das variáveis em


estudo, entretanto, apenas as que apresentam uma influência directa ou
indirecta aos desafios dos pequenos agricultores na produção de hortícolas
na Associação Janete Mondlane.

Figura 4: Síntese da relação das variáveis que influenciam nos desafios


dos pequenos produtores.

Gráfico 1 Gráfico 2
120% 120%
100%
100%
80% As Gráfico 4
60% 80%
120%
40% 60%
20% 100%
40%
0% 80%
De 20 a 30 De 30 a 40 De 40 a 50 De 50 a 60 Acima de
anos anos anos anos 60 anos 20%
60%
Lê/escuta noticia relacionado com agricultura Raramente
Ocasionalmente
(%) (%) 0%
40% De 20 a 30 De 30 a 40 De 40 a 50 De 50 a 60 Acima de 60
figuras acima, mostram o nível anos anos anos anos anos
20%
percentual de cada relação, que pode Participa de seminários/cursos relacionados a agricultura Nunca
(%)
Frequentemente
Ocasionalmente
Raramente
(%) (%)
0%
De 0 a 10 De 10 a 20 De 20 a 30 De 30 a 40 De 40 a 50
anos anos anos anos anos

Gráfico 3 Participa de seminários/cursos relacionados a agricultura Nunca


(%)
Frequentemente
Ocasionalmente
Raramente
(%) (%)

100%
90% ser traduzido no nível de influência das
80%
70% variáveis relacionadas com os desafios
60%
50% dos pequenos produtores de hortícolas
40%
30%
da associação Janete Mondlane.
20%
10%
0%
Primário Secundário/Técnico Nenhum
No primeiro gráfico, indica-se a
Lê/escuta noticia relacionado com agricultura Ocasionalmente (%) relação percentual entre a idade dos
Lê/escuta noticia relacionado com agricultura Raramente (%)
produtores e a importância que estes
60
dão às informações relacionadas com a agricultura. Conforme referido na
secção anterior, a procura é feita maioritariamente de forma ocasional, ou
seja, em função da oportunidade e esta procura é feita por pessoas mais
experientes e que na sua maioria possuem o nível primário de escolaridade
(Gráfico 3). Foi ainda referido acima que quanto à busca de informações
acerca da agricultura, esta era feita em relação à situação do mercado,
novos métodos produtivos e melhorados visando impulsionar a produção,

No segundo Gráfico, indica-se a relação entre a idade dos produtores e a


sua participação em seminários ou cursos de agricultura. Nesta relação,
afirmou-se que, maior parte dos produtores participa conforme a
oportunidade e, na maioria dos casos os participantes são pessoas de idade
avançada e com uma experiência que varia de 10 a 30 anos. Neste aspecto
de participação em seminários ou cursos relacionados com a agricultura
continua a focar na busca de informações sobre agricultura, para melhoria
das oportunidades e meios produtivos, interligando a temática imposta no
primeiro gráfico. NOTA-SE UMA REDUNDÂNCIA NESTE
PARÁGRAFO….

Por conseguinte, observando os gráficos acima é possível perceber que os


desafios dos camponeses influenciam na produção de hortícolas, visto que
maior parte dos produtores procuram saber a situação do mercado antes de
produzir, com intenção de saber até que ponto devem produzir.

61
CAPÍTULO V.CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1. CONCLUSÕES

A presente pesquisa foi realizada com o intuito de avaliar os desafios dos


pequenos produtores de hortícolas na Associação Janete Mondlane, com o
objectivo de avaliar a influência destes desafios na produção de hortícolas,
fazendo uma análise das variáveis contingentes para o surgimento de tais
desafios.

Assim, a presente pesquisa conluíu que:

Os desafios a nível externo como a mão-de-obra, faixa etária do produtor,


nível escolar do produtor, tamanho da propriedade (canteiro/s) e experiência
do produtor, influenciam directamente na produção de hortícolas, o que
sugere a necessidade de trabalhar-se junto dos pequenos agricultores a fim
de ajudá-los a melhorar os seus conhecimentos, o acesso aos mercados,
tanto de insumos como de produtos acabados, ao crédito, a fim de aumentar
a sua produção e produtividade e, consequentemente, os seus rendimentos.
Assim, todas as hipóteses são válidas para este estudo, pois elas têm uma
influência directa na produção de hortícolas por parte dos produtores
objectos desta pesquisa.

Ainda no contexto desta pequisa, e com base nas afirmações dos produtores
foi possível identificar alguns desafios exógenos atinentes às alterações
climáticas para os quais recomenda-se a adaptação aos mesmos conforme
se apresentem, buscando capacitação técnica para enfrentá-los.

62
Salienta-se que não foi possível abordar acerca dos níveis de produção e
produtividade dos produtores da Associação Janete Mondlane, visto que
estes não souberam descrever taxativamente os seus excedentes.

De um modo geral, conclui-se que grande parte dos desafios ou todos os


desafios precisam ser superados, incluindo o elevado déficit tecnológico,
infraestruturas deficiente, capacidade técnica reduzida, sistemas de
comercialização e produção e serviços associados ineficazes. JULGO
DESNECESSARIO POR TER SIDO REERIDO ANTERIORMENTE

63
5.2. RECOMENDAÇÕES

Após a realização da pesquisa, foi possível encontrar vários aspectos que


podem ser melhorados para ajudar a amenizar ou ate mesmo eliminar os
desafios dos pequenos produtores de hortícolas. A PESQUISA JÁ FOI
REALIZADA E NÃO HÁ NECESSIDADE DE MENCIONAR O
FACTO.

Recomenda-se que, de entre as acções prioritárias e necessárias para


garantir o desenvolvimento agrário é necessário que:

O Governo e Entidades Privadas.

 Aumentem a sua capacidade de desenvolver e implementar melhores


tecnologias e políticas agrárias;
 Facilitem o acesso dos agricultores à água e insumos modernos
(sementes e fertilizantes de qualidade);
 Construam de infraestruturas em zonas rurais, tais como, vias de
acesso [(estradas para o escoamento de produtos) e de
armazenamento de produtos acabados (silos)];
 Facilitem o acesso dos pequenos produtores aos mercados e prestem
auxílio na sua adaptação às alterações climáticas ;
 Aumentar o acesso ao crédito, aos activos e as competências,
portanto, são necessários investimentos públicos e privados.
 Promover, melhorar ou mesmo criar instituições rurais para fornecer
uma ampla gama de serviços rurais. NÃO MUITO RELEVANTE
MENCIONAR.

64
Aos Agricultores

 Busquem mais conhecimentos sobre métodos de produção eficientes


e procurem produzir com foco no mercado;

 Procurem financiamento e parcerias com empresas transportadoras e


estabelecimentos comerciais para a comercialização venda dos seus
excedentes.

65
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70
ANEXOS

Inquérito

Universidade São Tomás de Moçambique

Faculdade de Agricultura

Curso: Desenvolvimento Rural

Avaliação dos desafios dos pequenos agricultores na cadeia de valor de


produção de hortícolas no Vale do Infulene

Questionário direcionado aos agricultores da Associação Janet Mondlane

Este questionário é dirigido aos agricultores da Associação Janet Mondlane, para se perceber os
desafios dos pequenos agricultores na produção de hortícolas. O questionário contém perguntas
fechadas. Para responder apenas é necessário marcar com uma bola ou um X. Pede-se a mera
colaboração do entrevistado. É de salientar que pretende-se que os dados dos entrevistados não sejam
anónimos, se assim o desejar, pois irão servir como pontos de referência para o relatório final, para tal
pede-se que não sejam omissos. Permite-me que grave a conversa?

IDENTIFICAÇÃO

1- Nome do Entrevistado: ______________________________

2- Localidade: __________________________________

3- Identificação do Núcleo Familiar (moradores):

Nome Ocupação Tempo Idade

Ocupação: 1. Agricultor; 2. Assalariado Rural Permanente; 3. Assalariado temporário; 4. Assalariado


Urbano; 5. Do Lar; 6.Comerciante; 7. Estudante; 8. Aposentado; 9. Pluriatividade; 10. Prestação de
serviço; 11. Outros.
Tempo Dedicado para a Agricultura: 1. Integral; 2. Metade do Tempo; 3. Eventual; 4. Nenhum

71
4- Qual a fonte de renda principal
( ) Agrícola ( ) Não Agrícola, qual?___________________

5- Escolaridade: ______________________

6- Idade do entrevistado: _____________________

7- Culturas Produzidas?

______________________________________________________________________

8- Tem atividades (culturas) herdadas da família

( ) A principal ( ) Duas ou mais ( ) Todas ( ) Nenhuma


Quais?____________________________

9-Que tipo de inovação (mudança) costuma fazer

( ) Mudança na atividade produtiva ( ) Na forma de produzir


( ) Em novas máquinas e equipamentos ( ) Outras________________

10- Em que grau você valoriza a herança (patrimônio) cultural nas suas decisões

( ) Muito baixo ( ) Baixo ( ) Médio ( ) Alto ( ) Muito alto

11- Tração utilizada

( ) Simples/braçal ( ) Animal ( ) Mecânica própria


( ) Mecânica aluguel ( ) Mista
Por quê?
( ) Pelas condições da terra ( ) Falta de recursos ( ) Tradição
( ) Pela exigência da atividade ( ) Outros _____________________

12- Lê ou escuta notícias relacionadas com a agricultura

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Ocasionalmente ( ) Frequentemente


( ) Sempre

13- Participa de seminários, cursos e dias de campo relacionados à agricultura

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Ocasionalmente ( ) Frequentemente


( ) Sempre

72
14- Tamanho da propriedade em hectares: ___________________

15- Atividade produtiva predominante

( ) Comercial ( ) Autoconsumo

16- Mão-de-obra utilizada na propriedade

( ) Apenas familiar ( ) Apenas assalariada


( ) Familiar e assalariada: __________ % de participação da mão-de-obra assalariada

17- Rendimento das atividades agrícolas (renda bruta/valor da produção) (2016)

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

18- EfetuaEfectua controle contábilcontabilístico da propriedade?

( ) Sim ( ) Não
Se sim, o que é controlado?
( ) Custos/despesas ( ) Vendas/compras
( ) Movimentação bancária ( ) Outros? __________________________
Onde é controlado?
( ) Computador ( ) Papel ( ) Cabeça
Recebe alguma assessoria na realização destes controles
( ) Sim ( ) Não
Se sim, de quem?_________________
Estes dados são usados para tomada de decisão
( ) Sim ( ) Não

19- Procura ou tem ajuda de órgão como Universidades/instituições de apoio para


as decisões?

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Ocasionalmente ( ) Frequentemente


( )Sempre

73
20- Recebe assistência técnica?

( ) Sim ( ) Não
Qual a importância/relação com esta
( ) Muito baixa ( ) Baixa ( ) Média ( ) Alta ( ) Muito alta
Frequência desta assistência
( ) Muito baixa ( ) Baixa ( ) Média ( ) Alta ( ) Muito alta

21-Tipo de assistência recebida:

( ) Produção ( ) Investimentos ( ) Comercialização


( ) Organização da propriedade ( ) Organização da categoria
( ) Outra______________________

22- De que tipo de entidade recebe assistência técnica?

( ) Universidade ( ) Governo ( ) Cooperativa ( ) Empresa privada


( ) Outra____________________

23- Quais as entidades com quem faz a comercialização dos produtos?

( ) Cooperativa ( ) Agroindústria/Governo ( ) Comercialização direta


( ) Empresas privadas ( ) Outras___________________
Qual a importância/influência destas entidades para as decisões de comercialização
( ) Muito baixa ( ) Baixa ( ) Média ( ) Alta ( ) Muito alta

24- Em quais as entidades você realiza a compra de insumos para a propriedade?

( ) Cooperativas ( ) Empresas privadas ( )


Outras______________________
Qual a importância/influência destas entidades para as decisões de compra de insumos
( ) Muito baixa ( ) Baixa ( ) Média ( ) Alta ( ) Muito alta
25- Tipo de Fertilizantes que usa?
( ) Orgânico_______ ( ) Inorgânico________
26- Quais as dificuldades que tem enfrentado na Produção?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_______________________.

74
Tabelas

Dados demográficos e Organizacionais - SPSS

Género do produtor
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid Masculino 3 5,9 5,9 5,9
Feminino 48 94,1 94,1 100,0
Total 51 100,0 100,0

Idade do produtor

Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent


Valid De 20 a 30 anos 2 3,9 3,9 3,9
De 30 a 40 anos 2 3,9 3,9 7,8
De 40 a 50 anos 16 31,4 31,4 39,2
De 50 a 60 anos 20 39,2 39,2 78,4
acima de 60 anos 11 21,6 21,6 100,0
Total 51 100,0 100,0

Escolaridade do produtor

Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent


Valid Primário 30 58,8 58,8 58,8
Secundário/Técnico 10 19,6 19,6 78,4
Nenhum 11 21,6 21,6 100,0
Total 51 100,0 100,0

Agregado familiar

Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent


Valid De 1 a 3 Membros 9 17,6 17,6 17,6
De 3 a 6 Membros 25 49,0 49,0 66,7
Acima de 6 17 33,3 33,3 100,0
Total 51 100,0 100,0

Rendimento por canteiro

Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent

75
Valid De 100 a 150 Mt 15 29,4 29,4 29,4
De 150 a 200 Mt 36 70,6 70,6 100,0
Total 51 100,0 100,0

Mão-de-obra

Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent


Valid Familiar 37 72,5 72,5 72,5
Familiar e assalariada 14 27,5 27,5 100,0
Total 51 100,0 100,0

Tamanho da propriedade em canteiros

Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent


Valid De 10 a 20 5 9,8 9,8 9,8
De 20 a 30 43 84,3 84,3 94,1
De 30 a 40 1 2,0 2,0 96,1
Acima de 40 2 3,9 3,9 100,0
Total 51 100,0 100,0

Experiência do produtor
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid De 0 a 10 anos 6 11,8 11,8 11,8
De 10 a 20 anos 23 45,1 45,1 56,9
De 20 a 30 anos 14 27,5 27,5 84,3
De 30 a 40 anos 6 11,8 11,8 96,1
De 40 a 50 anos 2 3,9 3,9 100,0
Total 51 100,0 100,0

Culturas produzidas
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid Alface 42 82,4 82,4 82,4
Couve 9 17,6 17,6 100,0
Total 51 100,0 100,0

Dados Estatísticos – SPSS Qui Quadrado

Idade do produtor * Lê/escuta notícias relacionadas com a agricultura Crosstabulation


Lê/escuta notícias relacionadas com Total
a agricultura

76
Ocasionalmente Raramente
Idade do De 20 a 30 Count 1 1 2
produtor anos % within Idade do produtor 50,0% 50,0% 100,0%
% within Lê/escuta notícias relacionadas com a agricultura 2,8% 6,7% 3,9%
% of Total 2,0% 2,0% 3,9%
De 30 a 40 Count 2 0 2
anos % within Idade do produtor 100,0% 0,0% 100,0%
% within Lê/escuta notícias relacionadas com a agricultura 5,6% 0,0% 3,9%
% of Total 3,9% 0,0% 3,9%
De 40 a 50 Count 12 4 16
anos % within Idade do produtor 75,0% 25,0% 100,0%
% within Lê/escuta notícias relacionadas com a agricultura 33,3% 26,7% 31,4%
% of Total 23,5% 7,8% 31,4%
De 50 a 60 Count 17 3 20
anos % within Idade do produtor 85,0% 15,0% 100,0%
% within Lê/escuta notícias relacionadas com a agricultura 47,2% 20,0% 39,2%
% of Total 33,3% 5,9% 39,2%
acima de 60 Count 4 7 11
anos % within Idade do produtor 36,4% 63,6% 100,0%
% within Lê/escuta notícias relacionadas com a agricultura 11,1% 46,7% 21,6%
% of Total 7,8% 13,7% 21,6%
Total Count 36 15 51
% within Idade do produtor 70,6% 29,4% 100,0%
% within Lê/escuta notícias relacionadas com a agricultura 100,0% 100,0% 100,0%
% of Total 70,6% 29,4% 100,0%

Chi-Square Tests

Value Df Asymp. Sig. (2-sided)

Pearson Chi-Square 9,599a 4 ,048

Likelihood Ratio 9,695 4 ,046

Linear-by-Linear Association 1,892 1 ,169

N of Valid Cases 51

a. 6 cells (60,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count
is ,59.
Symmetric Measures

Value Approx. Sig.

Phi ,434 ,048


Nominal by Nominal
Cramer's V ,434 ,048

N of Valid Cases 51

a. Not assuming the null hypothesis.

b. Using the asymptotic standard error assuming the null hypothesis.

Idade do produtor * Participa em seminários/cursos relacionados com a agricultura Crosstabulation

77
Participa de seminários/cursos relacionados a agricultura
Frequentemente Ocasionalmente Raramente Nunca Total
Idade do De 20 a 30 Count 0 2 0 0 2
produtor anos
% within Idade do produtor 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 100,0%
% within Participa em 0,0% 7,1% 0,0% 0,0% 3,9%
seminários/cursos relacionados com a
agricultura
% of Total 0,0% 3,9% 0,0% 0,0% 3,9%
De 30 a 40 Count 0 1 1 0 2
anos
% within Idade do produtor 0,0% 50,0% 50,0% 0,0% 100,0%
% within Participa em 0,0% 3,6% 8,3% 0,0% 3,9%
seminários/cursos relacionados com a
agricultura
% of Total 0,0% 2,0% 2,0% 0,0% 3,9%
De 40 a 50 Count 5 11 0 0 16
anos
% within Idade do produtor 31,3% 68,8% 0,0% 0,0% 100,0%
% within Participa em 83,3% 39,3% 0,0% 0,0% 31,4%
seminários/cursos relacionados com a
agricultura
% of Total 9,8% 21,6% 0,0% 0,0% 31,4%
De 50 a 60 Count 1 13 6 0 20
anos
% within Idade do produtor 5,0% 65,0% 30,0% 0,0% 100,0%
% within Participa de 16,7% 46,4% 50,0% 0,0% 39,2%
seminários/cursos relacionados a
agricultura
% of Total 2,0% 25,5% 11,8% 0,0% 39,2%
acima de 60 Count 0 1 5 5 11
anos
% within Idade do produtor 0,0% 9,1% 45,5% 45,5% 100,0%
% within Participa em 0,0% 3,6% 41,7% 100,0% 21,6%
seminários/cursos relacionados com a
agricultura
% of Total 0,0% 2,0% 9,8% 9,8% 21,6%
Total Count 6 28 12 5 51
% within Idade do produtor 11,8% 54,9% 23,5% 9,8% 100,0%
% within Participa em 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
seminários/cursos relacionados com a
agricultura
% of Total 11,8% 54,9% 23,5% 9,8% 100,0%

Chi-Square Tests

Value df Asymp. Sig. (2-sided)

Pearson Chi-Square 39,207a 12 ,000


Likelihood Ratio 42,358 12 ,000
Linear-by-Linear Association 16,086 1 ,000
N of Valid Cases 51

a. 17 cells (85,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,20.

Symmetric Measures

78
Value Approx. Sig.

Phi ,877 ,000


Nominal by Nominal
Cramer's V ,506 ,000
N of Valid Cases 51

a. Not assuming the null hypothesis.


b. Using the asymptotic standard error assuming the null hypothesis.

Escolaridade do produtor * Lê/escuta notícias relacionadas com a agricultura Crosstabulation?


Lê/escuta notícias relacionadas com a
agricultura
Ocasionalmente Raramente Total
Escolaridad Primário Count 26 4 30
e do
% within Escolaridade do produtor 86,7% 13,3% 100,0%
produtor
% within Lê/escuta notícias relacionadas com 72,2% 26,7% 58,8%
a agricultura
% of Total 51,0% 7,8% 58,8%
Secundário/Técnico Count 6 4 10
% within Escolaridade do produtor 60,0% 40,0% 100,0%
% within Lê/escuta notícias relacionadas com 16,7% 26,7% 19,6%
a agricultura
% of Total 11,8% 7,8% 19,6%
Nenhum Count 4 7 11
% within Escolaridade do produtor 36,4% 63,6% 100,0%
% within Lê/escuta notícias relacionadas com 11,1% 46,7% 21,6%
a agricultura
% of Total 7,8% 13,7% 21,6%
Total Count 36 15 51
% within Escolaridade do produtor 70,6% 29,4% 100,0%
% within Lê/escuta notícias relacionadas com 100,0% 100,0% 100,0%
a agricultura
% of Total 70,6% 29,4% 100,0%

Chi-Square Tests

Value df Asymp. Sig. (2-sided)


a
Pearson Chi-Square 10,482 2 ,005
Likelihood Ratio 10,350 2 ,006
Linear-by-Linear Association 10,268 1 ,001
N of Valid Cases 51

a. 2 cells (33,3%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 2,94.

Symmetric Measures

Value Approx. Sig.

79
Phi ,453 ,005
Nominal by Nominal
Cramer's V ,453 ,005
N of Valid Cases 51

a. Not assuming the null hypothesis.


b. Using the asymptotic standard error assuming the null hypothesis.

Experiência do produtor * Participa em seminários/cursos relacionados a agricultura Crosstabulation?

Participa em seminários/cursos relacionados com a agricultura


Ocasionalment
Frequentemente e Raramente Nunca Total
Experiência De 0 a Count 2 4 0 0 6
do produtor 10 % within Experiência do produtor 33,3% 66,7% 0,0% 0,0% 100,0%
anos
% within Participa em 33,3% 14,3% 0,0% 0,0% 11,8%
seminários/cursos relacionados com a
agricultura
% of Total 3,9% 7,8% 0,0% 0,0% 11,8%
De 10 Count 2 15 5 1 23
a 20
% within Experiência do produtor 8,7% 65,2% 21,7% 4,3% 100,0%
anos
% within Participa em 33,3% 53,6% 41,7% 20,0% 45,1%
seminários/cursos relacionados com a
agricultura
% of Total 3,9% 29,4% 9,8% 2,0% 45,1%
De 20 Count 2 7 5 0 14
a 30
% within Experiência do produtor 14,3% 50,0% 35,7% 0,0% 100,0%
anos
% within Participa em 33,3% 25,0% 41,7% 0,0% 27,5%
seminários/cursos relacionados com a
agricultura
% of Total 3,9% 13,7% 9,8% 0,0% 27,5%
De 30 Count 0 2 2 2 6
a 40
% within Experiência do produtor 0,0% 33,3% 33,3% 33,3% 100,0%
anos
% within Participa em 0,0% 7,1% 16,7% 40,0% 11,8%
seminários/cursos relacionados com a
agricultura
% of Total 0,0% 3,9% 3,9% 3,9% 11,8%
De 40 Count 0 0 0 2 2
a 50
% within Experiência do produtor 0,0% 0,0% 0,0% 100,0% 100,0%
anos
% within Participa em 0,0% 0,0% 0,0% 40,0% 3,9%
seminários/cursos relacionados com a
agricultura
% of Total 0,0% 0,0% 0,0% 3,9% 3,9%
Total Count 6 28 12 5 51
% within Experiência do produtor 11,8% 54,9% 23,5% 9,8% 100,0%
% within Participa em 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
seminários/cursos relacionados com a
agricultura
% of Total 11,8% 54,9% 23,5% 9,8% 100,0%

80
Chi-Square Tests

Value df Asymp. Sig. (2-sided)

Pearson Chi-Square 31,524a 12 ,002


Likelihood Ratio 24,480 12 ,017
Linear-by-Linear Association 13,512 1 ,000
N of Valid Cases 51

a. 17 cells (85,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,20.

Symmetric Measures

Value Approx. Sig.

Phi ,786 ,002


Nominal by Nominal
Cramer's V ,454 ,002
N of Valid Cases 51

a. Not assuming the null hypothesis.


b. Using the asymptotic standard error assuming the null hypothesis.

81
Idade do produtor * Actividades herdadas Crosstabulation?
Actividades herdadas
A principal Nenhuma Total
Idade do produtor De 20 a 30 anos Count 0 2 2
% within Idade do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within Actividades herdadas 0,0% 4,3% 3,9%
% of Total 0,0% 3,9% 3,9%
De 30 a 40 anos Count 0 2 2
% within Idade do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within Actividades herdadas 0,0% 4,3% 3,9%
% of Total 0,0% 3,9% 3,9%
De 40 a 50 anos Count 2 14 16
% within Idade do produtor 12,5% 87,5% 100,0%
% within Actividades herdadas 50,0% 29,8% 31,4%
% of Total 3,9% 27,5% 31,4%
De 50 a 60 anos Count 2 18 20
% within Idade do produtor 10,0% 90,0% 100,0%
% within Actividades herdadas 50,0% 38,3% 39,2%
% of Total 3,9% 35,3% 39,2%
acima de 60 Count 0 11 11
anos % within Idade do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within Actividades herdadas 0,0% 23,4% 21,6%
% of Total 0,0% 21,6% 21,6%
Total Count 4 47 51
% within Idade do produtor 7,8% 92,2% 100,0%
% within Actividades herdadas 100,0% 100,0% 100,0%
% of Total 7,8% 92,2% 100,0%

Chi-Square Tests

Value df Asymp. Sig. (2-sided)


a
Pearson Chi-Square 1,885 4 ,757
Likelihood Ratio 2,982 4 ,561
Linear-by-Linear Association ,189 1 ,663
N of Valid Cases 51

a. 7 cells (70,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,16.

Symmetric Measures

Value Approx. Sig.

Phi ,192 ,757


Nominal by Nominal
Cramer's V ,192 ,757
N of Valid Cases 51

a. Not assuming the null hypothesis.


b. Using the asymptotic standard error assuming the null hypothesis.

82
Idade do produtor * Actividade produtiva predominante Crosstabulation
Actividade produtiva predominante
Comércio Autoconsumo/Comércio Total
Idade do De 20 a 30 anos Count 2 0 2
produtor % within Idade do produtor 100,0% 0,0% 100,0%
% within Actividade produtiva predominante 9,5% 0,0% 3,9%
% of Total 3,9% 0,0% 3,9%
De 30 a 40 anos Count 0 2 2
% within Idade do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within Actividade produtiva predominante 0,0% 6,7% 3,9%
% of Total 0,0% 3,9% 3,9%
De 40 a 50 anos Count 6 10 16
% within Idade do produtor 37,5% 62,5% 100,0%
% within Actividade produtiva predominante 28,6% 33,3% 31,4%
% of Total 11,8% 19,6% 31,4%
De 50 a 60 anos Count 7 13 20
% within Idade do produtor 35,0% 65,0% 100,0%
% within Actividade produtiva predominante 33,3% 43,3% 39,2%
% of Total 13,7% 25,5% 39,2%
acima de 60 Count 6 5 11
anos % within Idade do produtor 54,5% 45,5% 100,0%
% within Actividade produtiva predominante 28,6% 16,7% 21,6%
% of Total 11,8% 9,8% 21,6%
Total Count 21 30 51
% within Idade do produtor 41,2% 58,8% 100,0%
% within Actividade produtiva predominante 100,0% 100,0% 100,0%
% of Total 41,2% 58,8% 100,0%

Chi-Square Tests

Value df Asymp. Sig. (2-sided)

Pearson Chi-Square 5,473a 4 ,242


Likelihood Ratio 6,878 4 ,142
Linear-by-Linear Association ,003 1 ,959
N of Valid Cases 51

a. 5 cells (50,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,82.

Symmetric Measures

Value Approx. Sig.

Phi ,328 ,242


Nominal by Nominal
Cramer's V ,328 ,242

N of Valid Cases 51

a. Not assuming the null hypothesis.

83
b. Using the asymptotic standard error assuming the null hypothesis.

Escolaridade do produtor * EfetuaEfectua controlo contábilcontabilístico Crosstabulation


EfetuaEfectua controlo
contábilcontabilístico
Sim Não Total
Escolaridade do Primário Count 4 26 30
produtor
% within Escolaridade do produtor 13,3% 86,7% 100,0%
% within EfetuaEfectua controlo 66,7% 57,8% 58,8%
contábilcontabilístico
% of Total 7,8% 51,0% 58,8%
Secundário/Técnico Count 2 8 10
% within Escolaridade do produtor 20,0% 80,0% 100,0%
% within EfetuaEfectua controlo 33,3% 17,8% 19,6%
contábilcontabilístico
% of Total 3,9% 15,7% 19,6%
Nenhum Count 0 11 11
% within Escolaridade do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within EfetuaEfectua controlo 0,0% 24,4% 21,6%
contábilcontabilístico
% of Total 0,0% 21,6% 21,6%
Total Count 6 45 51
% within Escolaridade do produtor 11,8% 88,2% 100,0%
% within EfetuaEfectua controlo 100,0% 100,0% 100,0%
contábilcontabilístico
% of Total 11,8% 88,2% 100,0%

Chi-Square Tests

Value df Asymp. Sig. (2-sided)

Pearson Chi-Square 2,191a 2 ,334


Likelihood Ratio 3,377 2 ,185
Linear-by-Linear Association ,867 1 ,352
N of Valid Cases 51

a. 3 cells (50,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 1,18.

Symmetric Measures

Value Approx. Sig.

Phi ,207 ,334


Nominal by Nominal
Cramer's V ,207 ,334
N of Valid Cases 51

a. Not assuming the null hypothesis.


b. Using the asymptotic standard error assuming the null hypothesis.

84
Experiência do produtor * Lê/escuta notícias relacionadas com a agricultura Crosstabulation
Lê/escuta notícias relacionadas com
a agricultura
Ocasionalment
e Raramente Total
Experiência De 0 a 10 anos Count 5 1 6
do produtor % within Experiência do produtor 83,3% 16,7% 100,0%
% within Lê/escuta notícias relacionadas com a 13,9% 6,7% 11,8%
agricultura
% of Total 9,8% 2,0% 11,8%
De 10 a 20 Count 20 3 23
anos
% within Experiência do produtor 87,0% 13,0% 100,0%
% within Lê/escuta notícias relacionadas com a 55,6% 20,0% 45,1%
agricultura
% of Total 39,2% 5,9% 45,1%
De 20 a 30 Count 8 6 14
anos % within Experiência do produtor 57,1% 42,9% 100,0%
% within Lê/escuta notícias relacionadas com a 22,2% 40,0% 27,5%
agricultura
% of Total 15,7% 11,8% 27,5%
De 30 a 40 Count 2 4 6
anos % within Experiência do produtor 33,3% 66,7% 100,0%
% within Lê/escuta notícias relacionadas com 5,6% 26,7% 11,8%
agricultura
% of Total 3,9% 7,8% 11,8%
De 40 a 50 Count 1 1 2
anos % within Experiência do produtor 50,0% 50,0% 100,0%
% within Lê/escuta notícias relacionadas com 2,8% 6,7% 3,9%
agricultura
% of Total 2,0% 2,0% 3,9%
Total Count 36 15 51
% within Experiência do produtor 70,6% 29,4% 100,0%
% within Lê/escuta notícias relacionadas com a 100,0% 100,0% 100,0%
agricultura
% of Total 70,6% 29,4% 100,0%

Chi-Square Tests

Value df Asymp. Sig. (2-sided)


a
Pearson Chi-Square 9,076 4 ,059
Likelihood Ratio 9,041 4 ,060
Linear-by-Linear Association 6,759 1 ,009
N of Valid Cases 51

a. 7 cells (70,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,59.

Symmetric Measures

85
Value Approx. Sig.

Phi ,422 ,059


Nominal by Nominal
Cramer's V ,422 ,059

N of Valid Cases 51

a. Not assuming the null hypothesis.

b. Using the asymptotic standard error assuming the null hypothesis.

Escolaridade do produtor * Procura ou tem ajuda de um órgão Crosstabulation

Procura ou tem ajuda de um órgão


Sim Não Total
Escolaridade do Primário Count 0 30 30
produtor % within Escolaridade do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within Procura ou tem ajuda de um órgão 0,0% 60,0% 58,8%
% of Total 0,0% 58,8% 58,8%
Secundário/Técnico Count 1 9 10
% within Escolaridade do produtor 10,0% 90,0% 100,0%
% within Procura ou tem ajuda de um órgão 100,0% 18,0% 19,6%
% of Total 2,0% 17,6% 19,6%
Nenhum Count 0 11 11
% within Escolaridade do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within Procura ou tem ajuda de um órgão 0,0% 22,0% 21,6%
% of Total 0,0% 21,6% 21,6%
Total Count 1 50 51
% within Escolaridade do produtor 2,0% 98,0% 100,0%
% within Procura ou tem ajuda de um órgão 100,0% 100,0% 100,0%
% of Total 2,0% 98,0% 100,0%

Chi-Square Tests

Value df Asymp. Sig. (2-sided)

Pearson Chi-Square 4,182a 2 ,124


Likelihood Ratio 3,342 2 ,188
Linear-by-Linear Association ,209 1 ,648
N of Valid Cases 51

a. 3 cells (50,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,20.

Symmetric Measures

Value Approx. Sig.

Phi ,286 ,124


Nominal by Nominal
Cramer's V ,286 ,124
N of Valid Cases 51

86
a. Not assuming the null hypothesis.
b. Using the asymptotic standard error assuming the null hypothesis.

87
Experiência do produtor * Procura ou tem ajuda de um órgão Crosstabulation

Procura ou tem ajuda de um órgão


Sim Não Total
Experiência do De 0 a 10 anos Count 1 5 6
produtor
% within Experiência do produtor 16,7% 83,3% 100,0%
% within Procura ou tem ajuda de um órgão 100,0% 10,0% 11,8%
% of Total 2,0% 9,8% 11,8%
De 10 a 20 anos Count 0 23 23
% within Experiência do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within Procura ou tem ajuda de um órgão 0,0% 46,0% 45,1%
% of Total 0,0% 45,1% 45,1%
De 20 a 30 anos Count 0 14 14
% within Experiência do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within Procura ou tem ajuda de um órgão 0,0% 28,0% 27,5%
% of Total 0,0% 27,5% 27,5%
De 30 a 40 anos Count 0 6 6
% within Experiência do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within Procura ou tem ajuda de um órgão 0,0% 12,0% 11,8%
% of Total 0,0% 11,8% 11,8%
De 40 a 50 anos Count 0 2 2
% within Experiência do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within Procura ou tem ajuda de um órgão 0,0% 4,0% 3,9%
% of Total 0,0% 3,9% 3,9%
Total Count 1 50 51
% within Experiência do produtor 2,0% 98,0% 100,0%
% within Procura ou tem ajuda de um órgão 100,0% 100,0% 100,0%
% of Total 2,0% 98,0% 100,0%

Chi-Square Tests

Value df Asymp. Sig. (2-sided)

Pearson Chi-Square 7,650a 4 ,105

Likelihood Ratio 4,437 4 ,350

Linear-by-Linear Association 2,385 1 ,123

N of Valid Cases 51

a. 6 cells (60,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count
is ,04.

Symmetric Measures

Value Approx. Sig.

Phi ,387 ,105


Nominal by Nominal
Cramer's V ,387 ,105

88
N of Valid Cases 51

a. Not assuming the null hypothesis.


b. Using the asymptotic standard error assuming the null hypothesis.

Experiência do produtor * Efectua controlo contabilístico Crosstabulation


Efectua controlo contabilístico
Sim Não Total
Experiência do produtor De 0 a 10 anos Count 2 4 6
% within Experiência do produtor 33,3% 66,7% 100,0%
% within Efectua controlo contabilístico 33,3% 8,9% 11,8%
% of Total 3,9% 7,8% 11,8%
De 10 a 20 anos Count 2 21 23
% within Experiência do produtor 8,7% 91,3% 100,0%
% within Efectua controlo contabilístico 33,3% 46,7% 45,1%
% of Total 3,9% 41,2% 45,1%
De 20 a 30 anos Count 2 12 14
% within Experiência do produtor 14,3% 85,7% 100,0%
% within Efectua controlo contabilístico 33,3% 26,7% 27,5%
% of Total 3,9% 23,5% 27,5%
De 30 a 40 anos Count 0 6 6
% within Experiência do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within Efectua controlo contabilístico 0,0% 13,3% 11,8%
% of Total 0,0% 11,8% 11,8%
De 40 a 50 anos Count 0 2 2
% within Experiência do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within Efectua controlo contabilístico 0,0% 4,4% 3,9%
% of Total 0,0% 3,9% 3,9%
Total Count 6 45 51
% within Experiência do produtor 11,8% 88,2% 100,0%
% within Efectua controlo contabilístico 100,0% 100,0% 100,0%
% of Total 11,8% 88,2% 100,0%

Chi-Square Tests

Value df Asymp. Sig. (2-sided)

Pearson Chi-Square 4,050a 4 ,399


Likelihood Ratio 4,234 4 ,375
Linear-by-Linear Association 1,813 1 ,178
N of Valid Cases 51

a. 6 cells (60,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,24.

Symmetric Measures

Value Approx. Sig.

Phi ,282 ,399


Nominal by Nominal
Cramer's V ,282 ,399

89
N of Valid Cases 51

a. Not assuming the null hypothesis.

b. Using the asymptotic standard error assuming the null hypothesis.

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