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UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E


EMPRESARIAISAGRICULTURA

Curso de Desenvolvimento Rural

Monografia

Avaliação dos Desafios dos Pequenos Agricultores na Cadeia de Valor


de Produção de Hortícolas

Estudo de Caso: Associação Janete Mondlane

Autor: Mário Helena Nhangumbe

Supervisora: Msc. Dilma Carlos

Maputo, Agosto de 2019MaioAgostoAbril de 2022


Tema:

AVALIAÇÃO DOS DESAFIOS DOS PEQUENOS AGRICULTORES


NA CADEIA DE VALOR DE PRODUÇÃO DE HORTÍCOLAS

ESTUDO DE CASO: ASSOCIAÇÃO JANETE MONDLANE

Autor:Mário Helena Nhangumbee

Monografia submetida à
Faculdade de Agricultura e
Turismo, em cumprimento dos
requisitos exigidos para
obtenção do grau académico de
Licenciatura em
Desenvolvimento Rural pela
Universidade São Tomás de
Moçambique sobre supervisão
da Msc. Dilma Carlos

Maputo, Agosto de 2019AgostoMaio de 2022


DECLARAÇÃO

Declaro que o presente trabalho é resultante da minha investigação pessoal


e da orientação da minha supervisora, o seu conteúdo é original e todas as
fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na
bibliografia final sendo a primeira vez que o submeto para obter um grau
académico numa instituição educacional.

Assinatura
____________________________
(Mário Helena Nhangumbe)

____________________________
Aprovação do Júri

___________________________
(Presidente do Júri)

___________________________
(Oponente)

__________________________
(Supervisor: Msc. Dilma Carlos)
Resumo

O sector agrário em Moçambique caracteriza-se por uma baixa produção e


rendimento do sector agropecuario. A baixa produtividade deve-se a vários
factores, nomeadamente, a falta de acesso a insumos de qualidade;
insuficiente cobertura dos serviços de extensão e sua inadequada ligação
com os serviços de pesquisa; limitado aproveitamento da água para a
agricultura; infertilidade dos solos e um fraco acesso ao crédito.

A pesquisa teve como objectivo avaliar os desafios enfrentados pelos dos


pequenos agricultores da cadeia de valor na produção de hortícolas da
Associação Janete Mondlane, especificamente indicando os desafios na
produção de hortícolas e , verificandocomparar os níveis de produção e
produtividade dos pequenos agricultores, e descrevendo as contingências
aos desafios enfrentados pelos produtores.

O presente trabalho reuniu dois tipos de pesquisa sendo elas, a pesquisa


bibliográfica onde se aferiu várias obras sobre a agricultura Moçambicana e
seus desafios, com o enfoque para a produção de hortícolas, também
realizou-se um estudo de caso no Vale do Infulene, uma área que tem se
evidenciando na produção e comercialização de hortícolas.

Em termos metodológicos fez se a combinação do método quantitativo e


qualitativo, onde por meio desta pesquisa procura-se trazer um conjunto de
informações empíricas (experiêencias, práticas dos produtores) sobre os
desafios dos pequenos agricultores na produção de hortícolas, a amostra
foi de 51 produtores de Hortícolas pertencentes a Associação Janete
Mondlane, selecionados aleatoriamente.

I
A analise de dados foi realizada apóos a coleta, onde Os dados foram
devidamente processados e analisados a um intervalo de confiança de
95%, onde através do teste estatístico Qui quadrado relacionou-se os dados
pessoais/individuais dos produtores como , e as variáveis Institucionais,
Organizacionais, e Socioculturais. Com um intervalo de confiança de
95%.,

Contudo, a pesquisa revelou que existemainda ha desafios recorrentes na


produção de hortícolas, nas caracteristicas demograficas dos produtores foi
evidente que a faixa etária predominantemente a faixa etaria varia entreva
entre os 40 aos 60 anos (70%). Cerca de 60% dos e nível de escolaridade
com a maioria dos produtores tem (60%) com apenaso nivel primário, a
pesquisa identificou uma relacao de influencia de grosso modo no
processo produtivo, podendo na produção e comprometer......em toda a
cadeia de valor, o que confirma a necessidade de trabalhar junto aos
pequenos agricultores para melhorar seu acesso aos mercados, tanto de
insumos como de produtos, e ao crédito, a fim de aumentar sua
produtividade e rendimentos.

Palavras-chave: Avaliação, pequeno produtor, cadeia de valor, produção


de hortícolas, Vale do Infulene.,

II
Abstract

The agricultural sector in Mozambique is characterized by low production


and yield of food crops and livestock activities. The low productivity is due
to several factors, namely,the lack of access to quality inputs; inadequate
coverage of extension services and inadequate linkages with research
services; limited use of water for agriculture; soil fertility and poor access
to credit.

The present research brought together two typologies of research, being the
bibliographical review where several works on Mozambican agriculture
and its challenges were evaluated, with the focus on the production of
vegetables, WHICH case study was also carried out in the Vale do
Infulene, in an area that has become evident in the production and
commercialization of vegetables.

The research aims to evaluate the challenges of small farmers in the


production chain of the Janete Mondlane Association, specifically
indicating the challenges in horticultural production, verifying production
levels and productivity of small farmers, and describing the contingencies
to the challenges faced by producers.

In methodological terms, the combination of the quantitative and


qualitative method, where by means of this research it is sought to bring
about a set of empirical information on the challenges of small farmers in
vegetable production; the sample consisted of 51 producers of vegetables
belonging to the Associação Janete Mondlane, randomly selected.

III
The data were properly processed and analyzed at a confidence interval of
5%, where through the chi square statistical test it was possible to relate the
personal / individual, Institutional, Organizational, and Sociocultural
variables.

However, it has been noted that there are still recurring challenges in the
vegetable production, which greatly influence production and jeopardize
the entire value chain, confirming the need to work with small farmers in
order to improve their access to markets, to both inputs and products, and
credit, in order to increase their productivity and income.

Keywords: Evaluation, smallholder farmers, value chain, production of


vegetables, Vale do Infulene.,

IV
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, que sempre apoiaram-me mesmo nos
momentos difíceis da minha carreira estudantil, sacrificaram-se durante
estes quatro anos para que pudesse chegar onde cheguei, sempre deram-me
o apoio necessário para que não faltasse nada referente a minha formação
académica.

Dedico ao meu avô (em memória) que sempre que pôde estava lá para
ajudar na minha educação tanto social como escolar, insistindo para que
nunca desistisse de estudar e acreditasse no meu potencial.

Dedico também aos meus irmãos, namorada e amigos, pelo apoio e


confiança depositada em mim, e por estarem sempre comigo durante toda a
caminhada até aqui.

V
AGRADECIMENTOS

Dirijo-me, nas próximas linhas, às pessoas que contribuíram de forma


direta ou indireta para o trabalho agora finalizado, às quais gostaria de
expressar o meu profundo agradecimento. Agradeço, em primeiro lugar, ao
corpo docente da faculdade de Agricultura, Eng° Gabriel Viegas, Eng°
Cremildo Cassamo, dra Hajeé Maria e a minha supervisora Msc Dilma
Carlos pela forma rigorosa, solícita e amiga com que orientaram e
acompanharam esta dissertação.

Aos meus pais, Mário Nhangumbe e Otília Maria Fernando Ngovene


Nhangumbe (em memoria), à Teresa Muenda, Neide Carvalho, Alfredo
Cuna, Dulce Nhangumbe, Ana Maria e Edson Nhangumbe, Benildo
Macaringue, pelo apoio, compreensão e força anímica. Sem a Vossa ajuda
esta etapa teria sido muito mais complicada.

A todos o meu muito obrigado!

VI
VII
ÍNDICE
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO....................................................................1
1.2. Contextualização...............................................................................4
1.3. Problema de Estudo..........................................................................7
1.4. Hipóteses..........................................................................................9
1.5. Objetivos.............................................................................................9
CAPÍTULO II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..........................................10
2.1. Considerações gerais.........................................................................10
CAPÍTULO III. METODOLOGIA.............................................................27
3.1. Descrição do Local de Estudo........................................................28
3.2. Método de Amostragem e Coleta de Dados...................................34
3.3. Análise de Dados............................................................................37
CAPÍTULO IV. RESULTADOS E DISCUSSÕES...................................38
4.1. Descrição da Amostra.......................................................................38
4.2. Desafios na produção de hortícolas no Vale do Infulene..................40
4.3. Contingências dos desafios enfrentados pelos produtores de
hortícolas na Associação Janete Mondlane..............................................42
4.3.1. Relação entre aspectos contingentes dos desafios na produção de
hortícolas...............................................................................................43
4.3.2. Análise das contingências dos desafios enfrentados pelos
produtores de hortícolas na Associação Janete Mondlane....................50
4.3.3. Síntese (variáveis que influenciam nos desafios dos pequenos
produtores)............................................................................................55
CAPÍTULO V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.........................57
5.1. Conclusões........................................................................................57
5.2. Recomendações.................................................................................59
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................61
ANEXOS.....................................................................................................66

VII
Lista de Figuras
Figura 1:Localização geografica do Vale do Infulene...............................30

Figura 2:Descrição da faixa etária dos produtores.....................................32

Figura 3:Descrição do nível Escolar dos produtores.................................33

Figura 4: Síntese da relação das variáveis que influenciam nos desafios

dos pequenos produtores.............................................................................55

VIII
Lista de Tabelas
Tabela 1:Importância relativa das hortícolas, em função da área e consumo
em Moçambique..........................................................................................15
Tabela 2:Zonas agroclimáticas de altas altitudes, ilustrando as baixas
temperaturas e a baixa evapotranspiração (ETP)........................................19
Tabela 3:Zonas agroclimáticas de altitudes intermédias, demonstrando os
valores de evapotranspiração (ETP), temperatura média anual e
precipitação.................................................................................................20
Tabela 4:Zonas agroclimáticas de altitudes baixas, demonstrando os
valores de evapotranspiração (ETP), temperatura média anual e
precipitação.................................................................................................21
Tabela 5: Caracterização da Amostra colhida em termos do género.........31
Tabela 6: Agregado Familiar.....................................................................33
Tabela 7:Tamanho das propriedades em canteiros....................................39
Tabela 8:Mão-de-obra dos produtores.......................................................40
Tabela 9:Rendimento dos produtores por canteiro....................................41
Tabela 10:Relação entre a Escolaridade e a Procura de apoio de um órgão
.....................................................................................................................44
Tabela 11:Relação entre Experiência do produtor e a Procura de apoio de
um órgão......................................................................................................44
Tabela 12:Relação entre Idade do Produtor e a Actividade produtiva
predominante...............................................................................................45
Tabela 13:Relação entre a Escolaridade e o Controlo Contábil.................45
Tabela 14:Relação entre Experiência do produtor e o Controlo Contábil. 46
Tabela 15:Relação entre a Idade do Produtor e a Importância da
Informação..................................................................................................47
Tabela 16:Relação entre Idade do Produtor e a Participação em Formações
relacionadas a agricultura............................................................................47
Tabela 17:Relação entre Idade do Produtor e a Valorização Cultural.......48
IX
Tabela 18:Relação entre a Escolaridade e a Importância da Informação. .48
Tabela 19:Relação entre Experiência do produtor e Participação em
Formações relacionadas a agricultura.........................................................49
Tabela 20:Relação entre Experiência do produtor e a Importância da
Informação..................................................................................................49
Tabela 21: Influência da idade em relação a participação em cursos
agrícolas como desafio na produção de horticolas......................................50
Tabela 22: Influência da idade em relação a busca de informações sobre
agricultura como desafio na produção de horticolas...................................50
Tabela 23: Influência da idade em relação a actividade herdadas como
desafio na produção de horticolas...............................................................51
Tabela 24: Influência da idade em relação a actividades produtivas como
desafio na produção de horticolas...............................................................51
Tabela 25: Influência da escolaridade em relação a busca de informações
agrícolas como desafio na produção de horticolas......................................52
Tabela 26: Influência da escolaridade em relação a busca de apoio como
desafio na produção de horticolas...............................................................52
Tabela 27: Influência da escolaridade em relação a elaboração do controlo
contábil como desafio na produção de horticolas.......................................53
Tabela 28: Influência da experiência em relação a participação em cursos
agrícolas como desafio na produção de horticolas......................................53
Tabela 29: Influência da experiência em relação a busca de informações
agrícolas como desafio na produção de horticolas......................................54
Tabela 30: Influência da experiência em relação a procura de apoio como
desafio na produção de horticolas...............................................................54
Tabela 31: Influência da experiência em relação a elaboração do controlo
contábil como desafio na produção de horticolas.......................................54

X
Lista de Abreviaturas

ADSA – Auditoria do Desempenho do Sector Agrário


CAADP -Comprehensive Africa Agriculture Development Programme
ETP - Evapotranspiração potencial
FAO - Food and Agricultural Organization of the United Nations,
Organizaçãodas Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
FAEF – Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal
FMI – Fundo Monetário de Investimento
IIAM – Instituto de Investigação Agraria de Moçambique
INE – Instituto Nacional de Estatística
MINAG – Ministério de Agricultura
MPD – Ministério de Planificação e Desenvolvimento
MAE – Ministério de Administração Estatal
MIC – Ministério de Indústria e Comércio
MOPH -Ministério da Obras Públicas e Habitação
MTC – Ministério de Transportes e Comunicação
ONG - Organização Não-Governamental
PEDSA – Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Sector Agrário
PARPA – Plano de Acão para Redução da Pobreza Absoluta
PIB – Produto Interno Bruto
SPSS – Statistics Package of Social Sciences
TIA – Trabalho de Inquérito Agrícola
UEM - Universidade Eduardo Mondlane
USD – United States Dollar

XI
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO

Em África, a agricultura desempenha um papel preponderante na


economia, tanto como fonte de emprego da maioria da sua população assim
como fonte de receitas do governo através de exportação de produtos
agrários. Em Moçambique, a agricultura emprega mais de 80% da
população (INE, 2006).

Segundo MALIA et al.,,(2015), nos grandes centros urbanos de


Moçambique como Maputo, Beira, Nampula, Tete e Pemba, o consumo de
vegetais e frutas constitui, cada vez mais, a base da segurança alimentar e
nutricional e contribui para do aumento da renda das comunidades. O
crescente aumento da demanda impõe a necessidade de melhorias
tecnológicas e métodos de produção sustentáveis.

Entretanto, como qualquer actividade agrícola existem suas dificuldades e


seus problemas, principalmente para os pequenos produtores, problemas
esses que se focam nos pontos como, quando e quanto produzir, afectando
directamente nos níveis produtivos (MINAG, 2013).

A expansão agrícola exerce pressão económica sobre a agricultura familiar,


pratica métodos e atividades de produção agrícola de maneira intensiva e
de escala, com a utilização de grande quantidade de insumos
agropecuários, sendo responsável nos últimos anos pelo aumento dos
padrões de produção e produtividade. Seus avanços tecnológicos marcam
uma revolução histórica na agricultura, porém somente ao alcance dos
produtores mais capitalizados e com danos inestimáveis ao meio ambiente
pelo uso indevido da terra e recursos hídricos, grande utilização de
insumos, defensivos e alterações genéticas nas culturas (MINAG, 2010).
1
Nesse contexto, estão inseridos os agricultores familiares, com técnicas
menos eficientes em suas propriedades do que as ditadas pelo padrão do
agronegócio, com dificuldades mercadológicas de integração e
competitividade, pela sua baixa capitalização e maior custo de produção, as
vezes considerados como atrasados, incapazes e ineficientes. Esses
agricultores familiares, por terem estabelecimentos com tamanho médio
inferior aos organizados de forma patronal, podem ter maiores custos em
virtude da escala de produção, assim como de comercialização, tanto de
insumos, como da colheita (MINAG, 2010).

Diante desse contexto atual e como base para este estudo, será feita uma
avaliação dos desafios dos pequenos produtores a nível da produção de
hortícolas com vista a perceber até que ponto as dificuldades dos
agricultores na cadeia de valores tem impacto na produção de hortícolas.

2
1.1. Justificativa

De um modo geral, o presente estudo trará uma visão das dificuldades


enfretadas pelos pequenos produtores, que poderam ser avaliadas para
implementação de programas de apoio não só para a produção de
hortícolas.

A nível científico, o presente estudo contribuirá para o enriquecimento


literário de assuntos ligados aos desafios enfrentados pelos pequenos
produtores ao longo do vale de Infulene, trazendo informação mais útil
da verdadeira realidade vivida pelos pequenos produtores, também
servirá de base para pesquisas futuras relacionadas com o assunto em
causa.

A nível governamental, o presente estudo evidencia-se por trazer uma


oportunidade de explorar ainda mais os processos produtivos dos pequenos
produtores, com a possibilidade de procurar métodos mais eficientes de?
que podem ser implementados no meio produtivo, em especial no vale do
Infulene, através dos programas governamentais e ou serviço de extensão.

No meio social, espera-se que o presente estudo contribua de alguma forma


para a socializar entre os produtores os seus contextos e desafios, para que
possam ser parte integrante das propostas de solucao contidas no
estudo____percepção dos desafios dos pequenos produtores de hortícolas,
relembrando a necessidade de procurar ajudar os pequenos produtores com
vista a desenvolver a agricultura no país, pois os produtores enfrentam
dificuldades no acesso aos recursos do Estado.

3
1.2. Contextualização

Globalmente, em um mundo em mudanças, novas oportunidades para a


agricultura estão surgindo. Novos mercados dinâmicos, inovações
institucionais e tecnológicas de longo alcance, e novos papéis para o
estado, o sector privado, e a sociedade civil estão acontecendo em um
contexto completamente novo para a agricultura (FAO, 2010).

A nova agricultura emergente é liderada por empresários do sector privado


em largas cadeias de valor que conectam os produtores aos consumidores, e
incluem muitos pequenos empreendedores apoiados por suas organizações
(Idem).

A agricultura de alimentos de base e produtos tradicionais de exportação


também encontra novos mercados, ao passo em que se torna mais
diferenciada para responder às novas exigências dos consumidores, aos
novos usos (por exemplo, biocombustíveis) e se beneficia, até certo ponto,
da integração do mercado regional. As seções abaixo discorrem sobre esses
desafios e oportunidades para a África (Idem).

O aumento da produtividade agrícola afectaria a população Moçambicana


através de vários mecanismos. Primeiro, este pode reduzir a inflação
mediante a redução da importação de produtos agrícolas, que muitas vezes
está sujeita ao aumento dos preços dos combustíveis no mercado
internacional (Arndt et al., 2008). Segundo, o aumento da produtividade,
aliada a melhores condições de armazenamento e processamento, pode

4
aumentar a disponibilidade de alimentos ao longo do ano, melhorando
deste modo a segurança alimentar e nutricional das famílias.

Terceiro, combinado com o melhoramento de infraestruturas de


comercialização, o aumento da produtividade resulta em maiores
rendimentos familiares (Cunguara e Darnhofer, 2011). De salientar que o
melhoramento de infraestruturas é um grande desafio neste processo,
principalmente para escoar o excedente agrícola da zona norte do país para
as províncias deficitárias no sul de Moçambique.

Apesar da importância do aumento da produtividade agrícola na redução da


pobreza em Moçambique (Arndt et al., 2008; Thurlow, 2008), os dados
disponíveis apontam para uma redução nos actuais baixos níveis de
produtividade agrícola.

Existem vários factores relacionados com a baixa produtividade


agrícola, e abaixo passamos a descrever alguns deles, mas de forma
resumida. A discussão detalhada é reservada para as secções seguintes
sobre o progresso de cada pilar e os padrões das despesas públicas. Um
dos factores relacionados com a baixa produtividade é a desproporção
na despesa pública alocada à agricultura, relativamente aos outros
sectores da economia (MPD/DNEAP, 2010).

O padrão espacial das despesas públicas também não se enquadra com a


variação regional no potencial agrícola, nem com o número de habitantes
de cada província. Por exemplo, as despesas públicas per capita rural são
mais baixas na Zambézia e Nampula, duas províncias consideradas de
elevado potencial agrícola, e que cuja população total constitui cerca de
40% da população nacional (MINAG, 2009).

5
O segundo factor associado à baixa produtividade agrícola ée a fraca
infraestrutura de estradas. Aquando da independência, Moçambique herdou
um país com pobre infraestrutura de estradas, e esta foi ainda sabotada pela
guerra civil, criando um ambiente desfavorável para o desenvolvimento
agrícola (Boughton et al., 2007). Nos últimos anos verifica-se algum
melhoramento de estradas, o que é testemunhado pela redução no tempo
necessário para viajar para as grandes cidades. Após a independência
Moçambique adoptou pela socialização do meio rural e da agricultura,
entre a independência e finais dos anos oitenta, a socialização do campo foi
concebida para estar firmada dentro da propriedade estatal e na produção
realizada principalmente pelas empresas estatais e cooperativas.

Uma parte do melhoramento no tempo de deslocação para grandes cidades


deve-se ao crescimento de alguns centros urbanos, que passaram a ter mais
de 50,000 habitantes durante este período. O melhoramento também deve-
se à reabilitação das estradas existentes, mas não à construção de novas
estradas.

O terceiro factor relacionado à baixa produtividade é a saúde. Em


Moçambique, o fraco acesso da maioria da população aos serviços de
saúde, aliado a altas taxas de fertilidade e consequentemente elevadas taxas
de dependência estão associados a baixa produtividade e a elevados níveis
de pobreza (Datt et al., 2000). A baixa produtividade também está
associada ao fraco acesso aos serviços agrários, incluindo tecnologias
melhoradas e serviços financeiros. O uso de tecnologias melhoradas
permaneceu baixo durante o período de 2002 a 2008, o período no qual
existem dados do TIA (Trabalho de Inquerito Agricola). Todos esses

6
aspectos, quando combinados, criam um enorme desafio para o aumento da
produtividade.

1.3. Problema de Estudo

A baixa produtividade na agricultura africana tem sido foco de


preocupação recorrente, pelo menos desde a década de 1930, quando os
governos coloniais se aperceberam do crescente empobrecimento entre as
populações rurais em muitas partes de África (FAO, 2010).

A agricultura familiar1 em Moçambique constitui a actividade económica


que ocupa grande parte da população, podendo alcançar mais de 75% dos
cidadãos (MOSCA, 2014).

Apesar da agricultura familiar ser dominante em Moçambique, existem


vários aspectos que influenciam no baixo desenvolvimento destes directa
ou indirectamente, entretanto neste presente estudo foram apenas focados
quatro aspectos, pessoais/individuais, Institucionais, Organizacionais e
Socioculturais.

Nos aspectos individuais foram focados pontos como a influência da idade,


da escolaridade e experiência do produtor;

Nos aspectos institucionais a situação de procura de apoio por parte dos


agricultores;

1
Os conceitos de agricultura familiar, produtores de pequena escala, pequenos produtores, produtores
de mercadorias e camponeses, embora com matrizes conceptuais, são, neste texto, considerados como
sinónimos (MOSCA, 2014).

7
Nos organizacionais foram vistos a actividade predominate, em termos de
produção para comercialização e para consumo e a elaboração do controlo
contábil;

Nos socioculturais focou-se na valorização cultural, visto que muitos


agricultores preferem manter a forma produtiva tradicional, que também
está ligada a busca de informações e formações na produção.

Assim, pode-se considerar como problema de estudo o seguinte:

 De que maneira as dificuldades enfrentadas pelos produtores na


cadeia de valor produção influenciam no processo produtivo das
hortícolas?

8
1.4. Hipóteses

H0: Os aspectos individuais, institucionais, organizacionais e socioculturais


dos pequenos agricultores não interferem na cadeia de valores produção
das hortícolas;

H1: Os aspectos individais, institucionais, organizacionais e socioculturais


dos pequenos agricultores interferem na cadeia de valores produção das
hortícolas.

1.5. Objetivos

Geral:

 Avaliar os desafios dos pequenos agricultores na cadeia de valor de


produção de hortícolas na Associação Janete Mondlane.

Específicos:

 Identificar os desafios na produção de hortícolas na Associação


Janete Mondlane;
 Verificar os níveis de produção e produtividade dos pequenos
agricultores da Aassociação Janete Mondlane;
 Descrever as contingências aos desafios enfrentados pelos produtores
de hortícolas na Associação Janete Mondlane.
 Relacionar como o perfil dos produtores na Aassociação Janete
Moindlhane interfere no desempenho da atividade

9
produtivaRelacionar as características pessoais dos produtores de
hortícolas na Associação Janete Mondlane com oprocesso produtivo.

10
CAPÍTULO II.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Considerações gerais

Agricultura Familiar

Fernandes (2009) afirma que os empreendimentos familiares têm como


característica principal a administração pela própria família; neles a família
trabalha diretamente, com ou sem o auxílio de terceiros.

Por outro lado, Abramovay (2010) diz que agricultura familiar é aquela
onde a propriedade, a gestão e a maior parte do trabalho vêm de pessoas
que mantêm entre si vínculos de sangue ou de casamento.

Horticultura

Para Filgueira (2001) a horticultura é uma terminologia técnico-científica


empregada no meio agronômico que se refere ao estudo e cultivo das
culturas oleráceas, que são espécies vegetais de consistência tenra, ciclo
biológico curto, exigentes em tratos culturais intensivos e, modo geral,
cultivadas em pequenas áreas.

A característica mais marcante da horticultura, segundo Ferraço (2003) é o


facto de ser uma actividade agro-económica altamente intensiva em seus
variados aspetos, exigindo grande investimento em termos físicos em área
trabalhada.

11
Produtor Rural

Pessoa física ou jurídica que explora a terra, com fins económicos ou de


subsistência, por meio da agricultura, da pecuária, da silvicultura, do
extrativismo sustentável, da aquicultura, além de actividades não-agrícolas,
respeitada a função social da terra ( NARDELLI, 2010).

Pequeno Produtor

Os produtores agrários de pequena escala, são aqueles cuja produção é


intensiva em mão-de-obra, sobretudo familiar, pouco integrados no
mercado de fatores (insumos, máquinas e dinheiro – terra, trabalho
assalariado e outras fontes de rendimento não-agrícola), que produzem,
essencialmente, para a reprodução da família, enquanto unidade económica
e social, que nem sempre possuem o mercado como a única e mais
importante referência nas suas opções produtivas, que não têm,
necessariamente, o lucro como o principal objetivo e, sempre que podem,
complementam os rendimentos agrários com outros, dentro ou fora do
sector (Shanin,1971).

A partir desse conceito passa-se ao levantamento bibliográfico do que foi


dito por grandes pensadores marxistas dos séculos XIX e XX e por alguns
de seus opositores, buscando lançar luz sobre o carácter social dos
pequenos proprietários rurais brasileiros, familiares ou não.

Constata-se, portanto, que os critérios utilizados por Marx para definir a


classe camponesa são: (1) suas condições económicas diferenciadas do
restante da população; (2) seu modo de vida; (3) seus interesses e (4) sua
cultura.

12
Caracterização do sector de horticultura em Moçambique

A nova onda de descobertas de recursos minerais em Moçambique coloca o


país em um novo cenário, mesmo que isso ainda não seja visível nos
indicadores de desenvolvimento económico e social e específicos à vida
direta do cidadão. De igual forma, denotam-se profundas mudanças em
todos os sectores socioeconómicos (IIAM,2013).

O sector comercial tem conhecido melhorias significativas no seu


desempenho, que se traduzem nomeadamente no início da reabilitação de
lojas nas zonas rurais. A produção de hortícolas, tanto comercial como para
a subsistência, possui um papel importante para a actividade do sector
agrícola familiar, contribuindo para o seu fortalecimento e garantindo a sua
sustentabilidade. Entretanto, até aqui, os níveis de produção e
produtividade alcançados não se mostram atrativos e satisfatórios, sendo
que vários problemas têm ditado a baixa produção, produtividade e
comercialização (Idem).

Dentre esses problemas se encontram:

a) Altos custos de transação devido à frequente dispersão geográfica e à


fraca organização dos pequenos produtores rurais em associações de
produtores;
b) Fraco acesso aos mercados ao nível da comunidade os produtores
muitas vezes precisam de fazer longas distâncias (mais de 15 km)
para poderem vender as suas hortícolas ou comprar produtos de que
necessitam;
c) Fraco desenvolvimento da rede de transporte e outras infraestruturas
económicas rurais;

13
d) Acesso limitado aos serviços financeiros;
e) Cobertura limitada dos Serviços de Extensão Rural;
f) Fraca cobertura pelos meios de comunicação de grande parte do país,
especialmente as zonas rurais.

O mercado de hortícolas ainda é bastante informal e pouco desenvolvido


em Moçambique, sendo que o crescimento é limitado pela dificuldade,
tanto do sector público quanto do sector privado, em investir de uma forma
coordenada e integrada para o desenvolvimento de todos os elos da cadeia.
O acesso dos produtores aos mercados de produtos e insumos agrários é um
dos aspetos críticos para o aumento da produção e produtividade. A adoção
de uma estratégia de produção, processamento e distribuição que promova
o desenvolvimento integrado de todos os elos da cadeia de valor de
hortícolas é, portanto, um factor-chave para a dinamização da horticultura
nacional (IIAM 2013).

A horticultura é um agronegócio que se desenvolve, fundamentalmente,


com o uso de tecnologias como, por exemplo, irrigação, adubos e outras
componentes que levaram ao melhoramento das outras componentes dos
sistemas de produção (Idem).

Dados da então Direção Nacional de Hidráulica Agrícola em 2003,


baseados no Levantamento Nacional dos Regadios, indicavam, por
exemplo, a existência de 257 regadios infraestruturados, ocupando uma
área total de 118.120 ha. Entretanto, dessa área infraestruturada, apenas
40.063 ha (cerca de 34%) se encontravam operacionais.

14
São principais atores nesse sistema os pequenos e médios produtores, sendo
que o sector dos pequenos produtores tem características heterogéneas,
com diferentes sistemas produtivos. A esmagadora maioria deste grupo
pratica a horticultura nas margens dos rios, lagoas e em regadios, com base
no uso de técnicas elementares, como o baixo nível de aplicação de
insumos e o uso da mão-de-obra familiar, em alguns casos com a
contratação de mão-de-obra paga em espécie ou em dinheiro de acordo
com as necessidades e oportunidades de mercado da produção final (IIAM,
2013).

De uma maneira geral, os produtores não se encontram ou encontram-se


pouco organizados sob o ponto de vista empresarial, desenvolvendo a
actividade agrícola num contexto familiar e local, vendendo a sua produção
com um processamento rudimentar, diretamente no mercado, ou através de
“grossistas” e/ou “retalhistas” pouco equipados e muitas vezes não
dispondo de infraestrutura própria, o que, contudo, não impede que existam
fluxos comerciais importantes de hortícolas (Idem).

Produção de hortícolas

Os dados existentes revelam haver uma provável tendência para a produção


moçambicana de hortícolas apresentar uma trajetória ascendente entre 2007
a 2010. Dessa forma, os autores elucidam que do volume de 500 mil
toneladas em 2007, a produção chega a cerca de 900 mil toneladas em
2010, sem, contudo, precisar especificamente de que hortícolas se
tratam(ECOLE; VASCONCELOS, 2008); (ANTÓNIO, 2009).

15
Na zona sul do país, a produção da batata, por exemplo, ronda as 600 mil
toneladas, todavia depende de semente importada da África do Sul,
principalmente das regiões de Kwazulu Natal. Nas restantes zonas de
produção da batata, outros materiais têm sido utilizados, principalmente
aqueles convertidos em variedades locais como a Rosita, que se destina à
indústria e que disputa a fatia de mercado com uma outra variedade
também de casca roxa conhecida por “variety” na região de Tsangano e
Angónia (ECOLE; VASCONCELOS, 2008); ANTÓNIO, 2009). A batata
produzida nas regiões fronteiriças de Angónia e Tsangano chega de forma
bastante competitiva aos mercados de Nampula, Lichinga, Chimoio e
Beira, podendo ser encontrada até no Malawi e na Zâmbia
(ANTÓNIO,2009):

O tomate é uma das hortícolas mais importantes a seguir à Batata Reno.


Representa 77% da área alocada e do mercado das hortícolas (Tabela 1).

Tabela 1:Importância relativa das hortícolas, em função da área e consumo


em Moçambique
Cultura Importância relativa (%)
Tomate (Solanum lycopersicon) 77,9
Cebola (Allium cepa) 13.0
Couves (Brassica spp.) 5,2
Feijão-verde (Phaseolus vulgaris) 3,9

16
Distribuição e comercialização

No país não existe ainda um sistema logístico eficiente para recolha,


embalagem, armazenagem e transporte de produtos hortícolas. A pós-
colheita é caracterizada por perdas elevadas, devido à deficiência nos
sistemas de transporte, conservação e escoamento. No entanto, deve-se
notar que o país dispõe de cadeias de valor de hortícolas, nomeadamente de
batata reno, que conseguem comercializar quantidades maciças destes
produtos à longa distância. Isso dá uma ideia do dinamismo que existe
nestas cadeias, apesar do seu informalismo evidente (AUBE et al., 2011).

O país tem um total de 25.000 km de estradas das quais só 4.300 km podem


ser classificados como estradas primárias, quando na realidade são
terciárias sem condições de suportar camiões de alta tonelagem. Do
principal centro de consumo a norte de Moçambique, que é a cidade de
Nampula, a distância a percorrer por via rodoviária até Maputo chega a
mais de 2.300 km (Idem).

A função de transporte é, no geral, mantida separada da comercialização,


mesmo sendo o transportador rodoviário elo essencial da cadeia de valor,
com papel fundamental na função de posto de observação privilegiado,
pelo acesso aos volumes que são transportados ao longo e por trecho. O
transporte rodoviário é responsável por mais de 95% de todo o transporte
em Moçambique (Idem).

17
O sistema de transporte rodoviário em Moçambique funciona a três níveis:

1. Nos três corredores leste-oeste (Maputo, Beira e Nacala) e no


principal corredor norte-sul que percorre do sul de Maputo a norte de
Nacala, que em sua larga extensão é feito na Estrada Nacional
número 1.
2. Nas principais zonas urbanas e particularmente nas redondezas dos
portos;
3. Nas zonas rurais que alimentam os principais corredores.

A cadeia de transporte para hortícolas e culturas de subsistência produzidas


localmente é complexa. De uma série de produtores de pequena escala, há
um sistema informal criado para recolha e distribuição. Volumes
individuais transportados são relativamente pequenos com custos elevados
por tonelada que acabam sendo recuperados através de preços elevados
(AUBE et al., 2011).

A diversidade das zonas agro-ecológicas como motoras da produção de


hortícolas na época quente

Moçambique apresenta uma variabilidade de zonas agro-ecológicas, o que


possibilita a prática de horticultura durante todo o ano. A existência de
grandes bacias hidrográficas aumenta ainda mais o potencial agrário do
país. Sendo assim, cabe aos estrategistas definirem claramente as regiões
que têm maior potencial para o aumento da produção agrária competitiva,
com ligações ao mercado doméstico, regional e internacional (Carvalho,
1969).

18
Tratando-se de relançar actividades económicas, faz sentido apostar em
zonas agro-ecológicas com um grande potencial agrícola e em produtos que
tenham alto potencial de integração, tanto no mercado doméstico (primeira
preferência) como no mercado externo (Carvalho,1969).

A caracterização geral da região (incluindo temperatura, altitude,


precipitação média anual) e a evapotranspiração potencial (ETP) como base
para a definição das zonas agroclimáticas. Estão estabelecidas 15 regiões
agroclimáticas agrupadas de acordo com a altitude média da região,
nomeadamente zonas altas, intermédias e baixas (Carvalho,1969) .

A explicação detalhada sobre os parâmetros usados para a classificação das


diferentes regiões agroclimáticas encontra-se nas Tabelas 2, 3 e 4 Mais
recentemente, na sua reorganização para a pesquisa e geração de
tecnologias, o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM),
consciente das potencialidades de cada zona agro-ecológica, através das
fichas técnicas de culturas, expressa qualitativamente a grande importância
tecnológica de cada zona para cada nível tecnológico (Carvalho,1969).

19
Tabela 2:Zonas agroclimáticas de altas altitudes, ilustrando as baixas
temperaturas e a baixa evapotranspiração (ETP).
Temperat Precipitaç
ura ão
Regiã Caracterização/ ETP Altitude
Média Média
o Distribuição (mm/ano) (m)
Anual Anual
(°C) (mm)
Zonas Altas,
I, II,
Frescas, Alta
III, IV, <1300 <22 > 500 > 1000
Precipitação e
V
Baixa ETP
Zona Alta do 1000 -
I <1300 <22 > 800
Niassa 1400

II Zona Alta de Tete <1300 <22 > 1000 > 1200

Zona Alta de
III <1300 <22 > 500 > 1200
Manicae Maputo

Zona Alta da 1500 -


IV <1300 <22 > 500
Zambézia 1600

Zona Alta do 500 -


V <1300 <22 > 1000
Planalto deMueda 1000
Fonte: adaptado de Carvalho (1969).

20
Tabela 3:Zonas agroclimáticas de altitudes intermédias, demonstrando os
valores de evapotranspiração (ETP), temperatura média anual e
precipitação.
Precipitaç
Temperat
ão
Caracterização/ ETP ura Altitude
Região Média
Distribuição (mm/ano) Média (m)

Anual
Anual (°C)
(mm)

Zonas
VI,
Intermédias(altitud
VII, 200 -
e, 1300 -1500 22 – 24 900 – 1500
VIII, 1000
temperatura,precip
IX
itação e ETP)
Zona de
AltitudeIntermédia
VI do Niassa e 1300 -1500 22 – 24 500 900 – 1200
Interior de Cabo
Delgado
Zona de
AltitudeIntermédia 1200 –
VII 1300 -1500 22 – 24 200 - 500
da Zambéziae 1500
Nampula
Zona de
500 - 1000 –
VIII AltitudeIntermédia 1300 -1500 22 – 24
1000 1200
do Nortede Tete
Zona de
IX AltitudeIntermédia 1300 -1500 22 – 24 200 - 600 900 – 1100
de Manicae Sofala
Fonte: adaptado de Carvalho (1969).

21
22
Tabela 4:Zonas agroclimáticas de altitudes baixas, demonstrando os
valores de evapotranspiração (ETP), temperatura média anual e
precipitação.
Precipitaçã
Caracterização/ Temperatura o
Região ETP Altitude(
Distribuição (mm/ano) Média Anual m) Média
(ºC)
Anual (mm)
Zonas Baixas,
X, XI,
Quentes, Baixa
XII, XIII, > 1500 > 24 <500 <1000
Precipitação e Alta
XIV, XV
ETP
Zona Baixa de
X Nampula, Cabo > 1500 > 24 <500 800 – 1000
Delgado e Niassa
Zona Litoral e Sub-
XI litoral de Nampula, > 1500 > 24 <200 800 – 1000
Zambézia e Sofala
Zona dos Vales dos
XII Rios Zambeze e > 1500 > 24 <500 <1000
Chire

Zona da Faixa
XII Costeira de Maputo, > 1500 > 24 <200 <800
Gaza e Inhambane

Zona Baixa do
XIV Interior de Maputo, > 1500 > 24 <200 400 - 800
Gaza e Inhambane
Zona Seca do Interior
XV > 1500 > 24 200 –500 <400
de Gaza
Fonte: adaptado de Carvalho (1969).

23
Principais desafios da agricultura em Moçambique

Fraca produtividade e produção

O sector agrário em Moçambique caracteriza-se por uma baixa produção e


um baixo rendimento das culturas alimentares e das actividades pecuárias.
Isto deve-se a vários factores, como a baixa disponibilidade e acesso a
insumos de qualidade, sementes melhoradas, fertilizantes, insecticidas;
insuficiente cobertura dos serviços de extensão e sua inadequada ligação
com os serviços de pesquisa; limitado aproveitamento da água para a
agricultura; infertilidade dos solos; e limitado acesso ao crédito (ADSA,
2010).

Uma limitação importante identificada pela recente Auditoria de


Desempenho do Sector Agrário (Julho 2010) é a falta de conhecimento
fiável sobre a produção e o rendimento das culturas. Geralmente os dados
relativos à produção e produtividade variam grandemente consoante os
sistemas utilizados para os obter. As estimativas do Sistema de Aviso
Prévio fornecem um resultado mais rápido que as do TIA, mas estas,
estatisticamente, são mais fiáveis, embora obtidas com um ano de atraso
(Idem).

Em relação à pecuária, a baixa produtividade está relacionada


principalmente com a fraca capacidade de vigilância e de controlo das
doenças dos animais e com a fraca capacidade de provisão de serviços
veterinários. Está também relacionada com o fraco acesso a um sistema de
extensão, que não se deve concentrar apenas no gado bovino, mas também
nas pequenas espécies que são produzidas principalmente por mulheres
(Idem).

24
Limitadas infraestruturas e serviços para aceder ao mercado

O sector familiar em Moçambique enfrenta graves problemas de acesso ao


mercado. Os elevados custos de transação (elevadas margens entre o preço
pago ao produtor e o preço de mercado da produção do sector familiar, e
entre o preço de importação dos insumos e o preço destes ao consumidor)
desincentivam a participação do sector familiar no mercado. Para reduzir
estes custos é necessário melhorar a rede rodoviária e as infraestruturas de
mercado (ADSA, 2010).

Deve-se priorizar a construção e reabilitação de estradas e de outras


infraestruturas nas zonas de maior potencial agrícola e pecuário. Além das
infraestruturas básicas, é necessário que os mercados disponham de
infraestruturas de armazenamento com serviços mínimos, como
eletricidade, e de um sistema de informação eficaz sobre os preços dos
insumos e dos produtos. Estes serviços contribuem significativamente para
reduzir os custos de transação e para incentivar a participação do sector
familiar no mercado (Idem).

Outros aspectos que retraem investimentos na agricultura e reduzem a


participação dos produtores no mercado estão relacionados com o roubo da
produção e animais que começa atingir níveis de desencorajamento ao
investimento, bem como o frágil desenvolvimento da cadeia de valor dos
produtos agrícolas e pecuários, os baixos padrões de qualidade, o limitado

25
acesso ao crédito, e a limitada comercialização e agro-processamento
(Idem).

Inadequada utilização dos recursos naturais

A utilização dos recursos naturais (terra, solos, água e florestas) de maneira


sustentável é essencial para o desenvolvimento da agricultura.No que
respeita à posse da terra, é necessário assegurar os direitos legalmente
reconhecidos da comunidade e dos beneficiários à terra e aos recursos
naturais; melhorar o uso e aproveitamento da terra com potencial para o
desenvolvimento da agricultura, silvicultura e pastorícia; e aumentar a área
de terra com forma de posse reconhecida legalmente (ADSA,2010).

A degradação dos solos pela erosão, a redução da fertilidade natural, e o


aumento da salinização dos solos nas zonas costeiras são problemas que
estão a ter um impacto muito negativo no desenvolvimento do sector
agrário (Idem).

No que respeita às florestas, as comunidades locais enfrentam problemas de


gestão e uso sustentável dos recursos naturais por falta de conhecimentos
nesta área. A nível do governo, existe falta de capacidade para monitorar e
controlar a utilização dos recursos naturais. O conflito homem-fauna
bravio, as queimadas descontroladas, o corte ilegal e o consumo excessivo
de energia lenhosa constituem grandes ameaças para o sector agrário
(Idem). No que toca à água, as principais limitações estão relacionadas com
a fraca capacidade de armazenar água em alturas de abundância para
posterior uso nos períodos de escassez, a falta de sistemas de irrigação

26
simples para o sector familiar e a falta de capacidade técnico-institucional
para utilização eficiente da água para a agricultura. Em geral, a exploração
sustentável da terra, água e recursos florestais requer instituições bem
desenhadas, que funcionem de acordo com as regras e que operem de
forma transparente (ADSA,2010).

Limitada capacidade institucional e necessidade de maior coerência de


políticas

As instituições do sector agrário em Moçambique, quer públicas quer


privadas, possuemfragilidades que precisam de ser superadas para
atingirem um desempenho eficiente,contribuindo assim para que o sector se
torne próspero e competitivo (ADSA,2010).

Entre os principais obstáculos identificados encontra-se a falta de recursos


humanosdevidamente formados e capacitados, particularmente a nível
provincial e distrital, parapoder responder adequadamente às necessidades
do sector familiar. Por outro lado, existeuma alta incidência de desistências
a nível distrital especialmente nos distritos maisremotos, por falta de
condições e de incentivos (Idem).

A falta de capacidade institucional para a recolha e análise de informação


sobre produçãoeprodutividade, para a gestão sustentável dos recursos
naturais ou para promovertecnologias agrícolas entre o sector familiar, são
alguns dos exemplos mencionados nestaEstratégia (Idem).

Uma limitação importante relaciona-se com a fraca coordenação entre os


ministériosrelevantes para o desenvolvimento do sector agrário (MINAG,
MPD, MAE, MIC, MOPH,MTC, MS), entre o MINAG e as instituições

27
públicas e privadas (institutos de investigação,universidades) e ainda entre
todos os outros actores chave no sector agrário (associações deprodutores,
comerciantes, empresas)(ADSA,2010).

A existência e a coerência de políticas conducentes ao bom desempenho do


sector agrário éoutro aspecto essencial. O Governo deve rever a Política
Agrária e Estratégia deImplementação (PAIE) e tomar algumas decisões
importantes para garantir consistênciaentre as intervenções a implementar.
Se o objectivo do PEDSA é converter a agricultura desubsistência numa
agricultura competitiva e sustentável, orientada para o mercado, há
quetomar decisões em áreas variadas de política agrária como, por
exemplo, a área de subsídiose de crédito à produção, nomeadamente para
aquisição e distribuição de insumos (Idem).

Arecente Auditoria de Desempenho do Sector Agrário (Julho 2010) refere


que um dosprincipais problemas do PARPA tem sido a centralização (as
compras de insumos são feitas anível central) e a falta de uma política clara
de crédito. Os insumos têm estado a serdistribuídos a preços subsidiados e
os agricultores não têm estado a reembolsar os créditosrecebidos por
estarem habituados a recebê-los de forma gratuita (Idem).

28
CAPÍTULO III. METODOLOGIA

A pesquisa como o procedimento racional e sistemático que tem como


objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos, é
requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao
problema, ou então quando a informação disponível se encontra em tal
estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao
problema, A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos
conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e
outros procedimentos científicos. Que conduz a adequada formulação do
problema até a satisfatória apresentação dos resultados (GIL,2002).

O trabalho baseiou-se em revisão bibliográfica de várias obras sobre a


agricultura Moçambicana e seus desafios, como também de uma pesquisa
de campo detalhada.

Fez-se a combinação do método quantitativo e qualitativo, onde por meio


desta pesquisa procurou-se trazer um conjunto de informações empíricas
sobre os desafios dos pequenos agricultores na produção de hortícolas, a
amostra consistiu em 51 produtores de Hortícolas pertencentes a
Associação Janete Mondlane, selecionados aleatoriamente.

Os dados foram devidamente processados e analisados a um intervalo de


confiança de 5%, onde através do teste estatístico Qui quadrado foi

29
possível relacionar as variáveis pessoais/individuais, Institucionais,
Organizacionais, e Socioculturais.

Observou-se no decorrer da pesquisa que esses desafios fazem parte dos


pequenos produtores de formas variadas, como a falta de insumos para a
produção, falta de financiamento, a dificuldade em termos de água para
irrigação dos campos a questão das pragas e doenças e a situação climática.

3.1. Descrição do Local de Estudo

3.1.2. Localização geográfica do Vale do Infulene

O Vale do Infulene é uma depressão natural na planície suave e ondulada


dos arredores a Oeste da Cidade de Maputo. Localiza-se entre as latitudes
25º45’41,25’’S e 25º56’06,11’’S e longitudes 32º30’12,27’’E e
32º35’13,86’’E. Tem um comprimento de cerca de 20 km e cerca de 0,5
km de largura média, e estende-se na direcção Norte-Sul, cobrindo bairros
urbanos e sub-urbanos da Cidade de Maputo e Matola (DNG,1995).

Supõe-se que os solos da área de estudo tenham sido formados na fase


transgressiva no Plistocénio inferior (Dikshoorn et al., 1988). Nas encostas
íngremes do Vale do Infulene encontram-se solos arenosos, constituídos
por areias grosseiras a finas, mal consolidadas, com tonalidade branca.

Nas encostas suaves, são proeminentes os solos da Formação da Machava,


que são argilo-arenosos, com artefactos de níveis altos de carbonatos e sais
(DNG, 1995).

30
Já na parte mais baixa do Vale, predominam depósitos aluvionares
representados por argilas escuras fluviais com intercalações de níveis de
carbonatos e sais de origem marinha (DNG,1995).

No Vale do Infulene, o lençol freático apresenta-se em profundidades


variáveis: superficial nas zonas baixas e profundo nas zonas altas. Para
além da variação espacial, a profundidade do lençol freático na área em
estudo apresenta um padrão de variação temporal sendo mais superficial na
época chuvosa (havendo necessidade de drenar algumas zonas) e profundo
na época seca (havendo necessidade de rega) (Kauffman e Konstapel,
1980); (Jardim,2004).

O estudo não abrange todo o Vale do Infulene, pois, na parte norte (depois
do actual mercado grossista de Zimpeto) não se reporta a prática da
actividade agrícola. Para além disso, não são conhecidos dados de
levantamentos de solos à uma escala detalhada. A Figura 1 mostra a
localização geográfica do Vale do Infulene (área abrangida e área não
abrangida pelo estudo).

31
Figura 1:Localização geografica do Vale do Infulene

Fonte: Produzido por Laura José, baseado na UEM/FAEF base de dados


(2012)

3.1.3. Perfil da Associação Agrícola Janete Mondlane

A Associação Agrícola Janete Mondlane, localizada na Província de


Maputo, a sudoeste do Município da Matola, no Bairro do Infulene, é uma
instituição em grande crescimento. Representa, actualmente, 58 produtores
associados, possuindo cerca de 20ha, subdividido em zona produtiva
individual de cada associado e uma espécie de Machamba Escola, onde
desenvolvem uma actividade produtiva de ensino para melhoria dos seus
meios produtivos e seus excedentes.

Entre as actividades da Associação, destacam-se o aumento progressivo de


todo o acompanhamento técnico nas áreas de apoio aos agricultores,
essencial para o aumento da competitividade das explorações agrícolas; a
formação e informação junto dos seus associados das actualizações do
sector, entre outras.

A associação produz essencialmente hortícolas, englobam produtos tão


variados como cenoura, couve, alface, salsa, abóbora, pepino, tomate, alho,
cebola entre outros.

Quanto aos métodos produtivos, a associação tem procurado inovar, e de


acordo com os associados, com a ajuda da assistência técnica que têm
recebido, eles melhoraram muito as suas produções, apesar da falta de
material apropriado para o cultivo, visto que fazem o uso de técnicas
rudimentares.

32
A amostra de entrevistados da Associação Janete Mondlane é composta por
51 produtores. O resultado foi de 3 produtores do sexo masculino e 48
produtores do sexo feminino, como mostra a tabela abaixo.

Tabela 5: Caracterização da Amostra colhida em termos do género

Género Frequência Percentagem (%)


Masculino 3 5,9
Feminino 48 94,1
Total 51 100
Fonte: Elabarado pelo autor

Demografia da Associação

Segundo Abramovay e Camarano (1998), nas últimas décadas ocorreu um


intenso esvaziamento no campo, principalmente de jovens em busca de
melhores oportunidades de trabalho. Esta é uma face de uma realidade que
vem acarretando o envelhecimento da população.

O tema da migração de jovens do campo para a cidade não é novo na


pesquisa sociológica clássica e contemporânea, mas conforme observa
Abramovay (s.d), a migração vem ganhando maiores proporções nas
últimas décadas e apresenta mudanças nas antigas características.

A juventude rural se encontra diante de muitos desafios e incertezas entre


“sair e ficar” no campo (CASTRO, 2005). Entre as dificuldades de
permanecer na agricultura há os limites impostos pela escassez da terra, da
baixa renda das famílias e, consequentemente, de investimento na
produção. Além disso, Abramovay, Silvestro, Mello, Dorigon e Baldissera
(s.d.) assinalam que o desejo destes jovens de se tornarem proprietários de
terra “cai conforme declina a categoria de renda considerada” enquanto “a
aspiração por viver na cidade é tanto maior quanto menos promissor o
horizonte de geração de renda no estabelecimento paterno”. Sendo assim,
mesmo que haja o desejo de permanecerem na terra, onde são mais

33
capacitados, partem para novos desafios em centros urbanos com o objetivo
de ampliar suas oportunidades.

Em termos demográficos é possível observar através da figura abaixo que


no que se refere a faixa etária, 39,2% pertence ao intervalo de 50 a 60 anos,
o que compõe maior parte dos associados, seguida do intervalo de 40 a 50
anos o que equivale a 31,4% dos associados. Observando estas
percentagens observou-seque maior parte dos associados pertence a faixa
etária elevada.

Figura 2:Descrição da faixa etária dos produtores

3.9

3.1

6600tan19a56 2.2
6600tan15a56 60
60
6600tan10a56
60
0.4 0.4
6600tan1a566 6600tan1a566
De 20
0 a 30 anos De 30
0 a 40 anos De 40 a 50 anos De 50 a 60 anos acima de 60 anos

Nº de entrevistados Percentagem

Fonte: Elaborado pelo autor

A agricultura familiar desempenha um papel primordial na geração de


renda e emprego para o pais, sendo caracterizada pela presença de
pequenos estabelecimentos e associações agrícolas. Pode-se atribuir o forte
desempenho dessa actividade ao facto de que na agricultura familiar o
trabalho e a gestão estão fortemente centralizados no detentor dos meios
de produção – o agricultor familiar - , sem que haja uma separação entre
gestão e trabalho como normalmente ocorre na agricultura patronal,
implicando em maiores rendimentos produtivos por area agrícola uma vez

34
que os trabalhadores sentem-se estimulados a garantirem o melhor
desempenho possivel da sua produção (MACIEL et al, 2010; MACIEL;
LIMA J., 2011).

No entanto, percebe-se que um dos maiores entraves ao desenvolvimento


dessa actividade, refere-se a falta de conhecimento técnico empregado ao
processo produtivo, associado ao baixo nível de escolaridade dos chefes de
família.

Olhando para o nível escolar, maior parte dos produtores entrevistados


apresenta apenas o nível primário (58,8%), o que mostra que maior parte
dos produtores da associação não apresentam um nível elevado de
escolaridade.

Figura 3:Descrição do nível Escolar dos produtores

5.9

30

2.0 2.2

10 11

Primário Secundário/Técnico Nenhum

Nº de entrevistados Percentagem

Fonte: Elaborado pelo autor

Outro aspecto demográfico observado é o número do agregado familiar de


cada produtor entrevistado. É possível observar através da tabela que maior
parte destes tem um agregado composto por 3 a 6 membros (49%).

Tabela 6: Agregado Familiar

35
Agregado Frequência Percentagem (%)
De 1 a 3 Membros 9 17,6
De 3 a 6 Membros 25 49
Acima de 6 17 33,3
Total 51 100
Fonte: Elabarado pelo autor
3.2. Método de Amostragem e Coleta de Dados

Este capítulo apresenta todos os procedimentos metodológicos


seleccionados com vista a atingir os objectivos da pesquisa, com base num
estudo de caso que faz uma análise pormenorizada do problema
identificado. São aqui apresentados os métodos usados na condução da
pesquisa, sua importância e razão de sua aplicação neste caso concreto.

Geralmente, a solução dos problemas de pesquisa ocorre mediante o teste


das hipóteses. Considerando que há muitas possibilidades de testar
hipóteses, surge grande variedade de delineamento próprio, peculiar,
determinado pelo objeto de investigação, pela dificuldade na obtenção dos
dados, pelo nível de precisão exigido e pelos recursos materiais de que
dispõe o pesquisador. Por essa razão, as propostas de classificação dos
vários tipos de delineamento referem-se sempre a abstrações, a tipos ideais,
que se aproximam mais ou menos dos delineamentos concretos
(GIL,2008).

O elemento mais importante para a identificação de um delineamento é


oprocedimento adotado para a coleta de dados. Assim, podem ser definidos
dois grandes grupos de delineamentos: aqueles que se valem das chamadas
fontes de "papel" e aqueles cujos dados são fornecidos por pessoas. No
primeiro grupo estão a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental. No

36
segundo estão a pesquisa experimental, a pesquisa ex-post-facto, o
levantamento, o estudo de campo e o estudo de caso (GIL, 2008).

Nesta pesquisa, adoptou-se o método qualitativo, que pode assumir duas


perspectivas distintas: a “perspectiva indutiva”, que se centra na
compreensão progressiva do objecto de estudo.

O método qualitativo tem enfoque nas características, qualidades do


fenómeno estudado e não tanto a sua quantificação. Nesta perspectiva, o
estudo de caso permite estabelecer conexões entre diferentes elementos em
análise e daí contribuir para a evolução do conhecimento nesse domínio
(Mucchielli,2002).

E a segunda, “perspectiva dedutiva” que visa a confirmação ou explicação


de uma teoria existente. Nesta situação, o estudo de caso pretende recolher
dados que permitam aprofundar ou confirmar teorias elaboradas
precedentemente (Idem).

Adoptou-se também o uso da pesquisa quantitativa junto dos produtores da


associação, através do levantamento de dados com o objectivo de conhecer
a situação da produção de hortícolas na associação. A pesquisa
quantitativa, segundo Roesch (2007), é muito usada com o propósito de
medir relação entre as variáveis e obter dados numéricos sobre tal
fenómeno, tendo como principal instrumento para coleta de dados o
questionário.

Duma forma geral, por meio desta pesquisa procura-se trazer um conjunto
de informações empíricas sobre os desafios dos pequenos agricultores na
produção de hortícolas no Vale do Infulene, onde foi seleccionada para o

37
estudo a Associação Janete Mondlane, onde igualmente foram
entrevistados 58 produtores, mas na recolha dos questionários somente 51
produtores responderam devidamente e os restantes 7 apresentavam certas
irregularidades que fizeram com que os mesmos não fossem validados. Não
há dúvida de que uma amostra não representa perfeitamente uma
população. Ou seja, a utilização de uma amostra implica na aceitação de
uma margem de erro que denominaremos ERRO AMOSTRAL. Erro
Amostral é a diferença entre um resultado amostral e o verdadeiro resultado
populacional; tais erros resultam de flutuações amostrais aleatórias
(TRIOLA, 1999).

Não podemos evitar a ocorrência do ERRO AMOSTRAL, porém podemos


limitar seu valor através da escolha de uma amostra de tamanho adequado.
Obviamente, o ERRO AMOSTRAL e o TAMANHO DA AMOSTRA
seguem sentidos contrários. Quanto maior o tamanho da amostra, menor o
erro cometido e vice-versa (Idem).

Portanto, olhando para o universo da associação (58 associados), um


cálculo de amostragem torna a possibilidade e existir um erro ainda maior
do que o desejado, por isso, optou-se por trabalhar com o número total dos
associados.

Tendo em conta que os desafios para a produção de qualquer cultura


agrícola são vastos, o foco do trabalho é mais específico, abordando apenas
alguns destes.

No âmbito desta pesquisa, estabeleceu-se contacto com os membros da


Associação Janete Mondlane e realizou-se um estudo direcionado para os
aspectos pessoais/individuais (idade, nível escolar, experiência do

38
produtor), Institucionais (Apoio de organizações, Assistência técnica),
Organizacionais (Tamanho de área, produção para autoconsumo/comercio,
elaboração do controlo financeiro) e Socioculturais (frequência de busca e
influência de informações, produção modernizada/tradicional, valorização
cultural).

39
3.3. Análise de Dados

Analisar é, portanto, decompor um todo em suas partes, a fim de poder


efetuar um estudo mais completo, indicando os tipos de relação existentes
entre as ideias expostas. Através da análise, pode-se observar os
componentes de um conjunto e perceber suas possíveis relações (Lakatos e
Marconi,1992).

As entrevistas foram feitas de forma estruturada, a fim de que não houvesse


perda de informação, e transcritas na íntegra, após seu término. A partir de
então, começou-se o processo de análise do material. Essas informações
foram tabuladas em uma planilha do SPSS, para que fossem realizadas as
análises estatísticas (Teste de Qui Quadrado) e apresentadas em forma de
quadros para se verificar a frequência nas respostas.

O teste Qui Quadrado, é um teste de hipóteses que destina-se a encontrar


um valor da dispersão para duas variáveis nominais, avaliando a
associação existente entre variáveis qualitativas. É um teste não
paramétrico, ou seja, não depende dos parâmetros populacionais, como
média e variância. O princípio básico deste método é comparar proporções,
isto é, as possíveis divergências entre as frequências observadas e
esperadas para um certo evento (CONTI, 2009).

Portanto, o teste foi escolhido e utilizado para:

 Comparar a distribuição de diversos acontecimentos, a fim de avaliar


se as proporções observadas destes eventos mostram ou não
diferenças significativas ou se as amostras diferem
significativamente quanto às proporções desses acontecimentos.

40
CAPÍTULO IV. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1. Descrição da Amostra

A partir do estudo efectuado foram obtidos resultados do estudo de campo,


bem como da avaliação dos desafios dos pequenos produtores na cadeia de
valor de produção de hortícolas no vale de infulene.

Aspectos Organizacionais

A distribuição das propriedades individuais dos produtores na área de


estudo eram alocadas em canteiros (designação usada em um espaço de
terra com dimensoes entre 6 a 10m de comprimento e 1 a 1.2m de largura
(Silva et al., 2016), segundo a tabela 7 pode-se observar que a maior dos
produtores (84.3%) tinha de 20 a 30 canteiros. Este aspecto esta em
conformindade com o estudo realizado por Araujo et al., (2009) em que
conclui-se que a distribuição de parcelas pode ser feita dependendo da
capacidade do trabalhador rural, quanto maior número de elementos a
família tiver, maior parcela ela obtém.

Tabela 7:Tamanho das propriedades em canteiros


Tamanho da propriedade Frequência Percentagem (%)
De 10 a 20 5 9,8
De 20 a 30 43 84,3
De 30 a 40 1 2,0
Acima de 40 2 3,9
Total 51 100
Fonte: Elabarado pelo autor

41
Outro aspecto observado, foi a proveniência da força de trabalho nos
campos de produção, onde constatou-se que maior parte dos entrevistados
usa a mão-de-obra familiar (72,2%), e em alguns em momentos específicos
do processo produtivo, como é o exemplo da sacha e preparação dos
canteiros, os produtores optam por contratar alguma mão-de-obra para
acelerar a produção (27,5%). Este aspecto é suportado pelo MINAG
(2008), em que diz que a mão-de-obra usada pela maioria dos pequenos
produtores é a familiar (com cerca de 84%), sendo que apenas 16% é que
contrata mão-de-obra. Assim, este aspecto faz com que a produção agrícola
no País continue sendo de baixo rendimento, pois verifica-se que esta mais
voltada a uma agricultura de subsistência.

Tabela 8:Mão-de-obra dos produtores


Mão-de-obra Frequência Percentagem (%)
Familiar 37 72,5
Familiar e assalariada 14 27,5
Total 51 100
Fonte: Elaborado pelo autor

Um dos aspectos primordiais na planificação das actividades agricolas pelo


produtor, seria procurar obter respostas aos seguintes questionamentos:
Quanto Produzir? como produzir? e onde produzir?

Após o término da produção, normalmente ocorre a venda da quantidade


produzida, devendo-se apurar o resultado da produção para aferir o lucro
ou prejuízo. De um modo geral, a apuração de resultado é feita
mensalmente e o exercício social é encerrado em 31/12, apurando-se assim,
todo o resultado anual da empresa.

No que concerne a actividade rural, o encerramento do exercício social não


coincide com o ano civil, como acontece nas empresas. Este aspecto esta
em conformidade com o estudo realizado por Marion (2009), em que o
encerramento da actividade agrícola baseia-se no ano agrícola, que é o
período em que se planta, colhe-se e comercializa-se toda a produção ou
parte dela.

A partir da tabela 9 constata-se que em termos de rendimento, os


produtores da Associação Janete Mondlane, fazem o controlo por canteiros.

42
Onde a maior parte dos produtores (70,6%) apresenta uma receita por
canteiro que varia de 150 a 200 Mt por canteiro.

Tabela 9:Rendimento dos produtores por canteiro


Rendimento por canteiro Frequência Percentagem (%)
De 100 a 150 Mt 15 29,4
De 150 a 200 Mt 36 70,6
Total 51 100
Fonte: Elabarado pelo autor

4.2. Desafios na produção de hortícolas no Vale do Infulene

Os desafios encontrados relacionados com a agricultura na área de estudo


são:

 Factores naturais
 Alterações climáticas (chuvas irregulares, secas e inundações)

Um dos pontos apontados pelos produtores como sendo um dos grandes


desafios na produção actualmente no país foram as alterações climáticas,
que por sua vez, vem causando quedas pulviométricas de grande escala
originando inundações, e ou também, a fraca queda pulviométrica dando
origem a seca. Sendo que esta última (falta de chuvas/seca) é o caso com
que os produtores desta zona se tem deparado nos últimos tempos, o que
faz com que os mesmos tenham perdas das suas produções. Este resultado é
suportado pela FAO (2011), na qual sublinha que a água é um insumo
importante, senão o insumo mais importante na agricultura.

43
Salienta ainda, que apesar dos potenciais de irrigação existentes, a
agricultura permanece (93%) pluvial com o alto risco de seca e perda da
colheita; apenas 7% das terras aráveis estão sob irrigação e apenas 4% das
reservas hídricas são usadas.

Ainda de neste aspecto, ficou-se a saber junto dos produtores, da existência


de uma empresa que fornece água aos mesmos de modo a colmatar as
chuvas irregulares, porém a quantidade fornecida é insuficiente e com a
distribuição irregular.

 Incidência de pragas e doenças

A ameaça de pragas e doenças transfronteiriças é um dos pontos que os


produtores fizeram menção, na qual poderá influenciar na produtividade
agrícola. A ameaça de pragas e doenças também tem afectado a produção
dos produtores da zona de estudo, como por exemplo, a perda de seus
excedentes e em alguns casos, as sementes para a produção seguinte.

 Factores externos
 Falta de recursos financeiros

Ao longo do estudo, verificou-se que um dos maiores desafios dos


agricultores é a falta de recursos financeiros, isto é, falta de investimento na
produção (baixa qualidade de insumos, etc). Ainda neste contexto, este
desafio é de extrema importância para que os mercados agrícolas
funcionem de forma mais eficiente para os produtores de pequena escala,
pois estaria contribuindo para:

44
 Melhoria do acesso aos serviços financeiros, visto que a
agricultura é uma actividade de risco. Este aspecto é suportado
por Mucavele (2008), em que diz que o acesso ao crédito é
importante para os agricultores, porque permite que eles
tenham insumos a tempo e horas, possam comprar sementes e
outros insumos, como incrementos agrícolas, possam comprar
material para condicionamento e armazenamento dos
produtos.

 Falta de Recursos Humanos para a execução de certas actividades

 Neste aspecto, teve-se em conta a existência de um sistema de


canalização de água, porém, constatou-se que os produtores
não estão capacitados para usar o sistema, pois não possuem
conhecimentos para tal e possuem uma idade avançada.

4.3. Contingências dos desafios enfrentados pelos produtores de


hortícolas na Associação Janete Mondlane

Neste ponto, apresenta-se a análise das variáveis que influenciam nos


desafios dos agricultores da Associação Janete Mondlane, subdivididas em
variáveis individuais, institucionais, organizacionais e socioculturais.

45
4.3.1. Relação entre aspectos contingentes dos desafios na produção de
hortícolas

Relação entre aspectos Individuais e Institucionais

Importa referir que quanto a procura de apoio de um órgão, constatou-se


que apenas um dos entrevistados é que procura. Quanto a relação entre o
nível escolar e a procura de apoio, maior parte dos entrevistados que não
procura apoio apresenta o nível primário (30 entrevistados), seguidos pelos
que não apresentam nenhum nível escolar (11 entrevistados). Isto faz com
que os mesmo não melhorem as técnicas de produção, contribuindo de
igual modo para uma baixa produção.

Tabela 10:Relação entre a Escolaridade e a Procura de apoio de um órgão


Procura ou tem ajuda de um órgão
Nível Escolar Total
Sim Não
Primário 0 30 30
Secundário/Técnico 1 9 10
Nenhum 0 11 11
Total 1 50 51
Fonte: Trabalho de Campo

Na relação entre a experiência do produtor e a procura de apoio, observa-se


que dos que não procuram apoio, em maioria apresentam uma experiência
que varia de 10 a 20 anos (23 entrevistados). O que faz com que não haja
melhorias nas técnicas de produção, contribuindo para um baixo
rendimento das culturas.

46
Tabela 11:Relação entre Experiência do produtor e a Procura de apoio de
um órgão
Experiência do Procura ou tem ajuda de um órgão
Total
produtor Sim Não
De 0 a 10 anos 1 5 6
De 10 a 20 anos 0 23 23
De 20 a 30 anos 0 14 14
De 30 a 40 anos 0 6 6
De 40 a 50 anos 0 2 2
Total 1 50 51
Fonte: Elabarado pelo autor

Relação entre aspectos Individuais e Organizacionais

Quanto a Actividade predominante, que refere-se a produção comercial ou


para autoconsumo, observa-se que maior parte dos entrevistados fazem a
combinação destas duas (30 entrevistados), com maior incidência nos
indivíduos com uma faixa etária de 40 a 60 anos. Pois são individuos com
baixa renda e a prática agrícola é mas para subsistência das suas familias.

Tabela 12:Relação entre Idade do Produtor e a Actividade produtiva


predominante
Actividade produtiva predominante
Faixa Etária Autoconsumo/ Total
Comércio
Comércio
De 20 a 30 anos 2 0 2
De 30 a 40 anos 0 2 2
De 40 a 50 anos 6 10 16
De 50 a 60 anos 7 13 20
Acima de 60
6 5 11
anos
Total 21 30 51
Fonte: Trabalho de Campo

47
No que tange ao Controlo Contábil, maior parte dos entrevistados não
efectua o mesmo. Dos poucos que o fazem, maior parte tem o nível
primário e esse controlo é feito mentalmente e sem nenhum registo. O que
faz com que eles não saibam fazer um plano de produção e
consequentemente não saibam que culturas produzir de acrodo com a
demanda do mercado.

Tabela 13:Relação entre a Escolaridade e o Controlo Contábil

Efectua controlo contábil


Nível Escolar Total
Sim Não
Primário 4 26 30
Secundário/
2 8 10
Técnico
Nenhum 0 11 11
Total 6 45 51
Fonte: Elabarado pelo autor

Segundo a tabela 14 percebe-se que na zona de estudo quanto mais


experiência os produtores tinham menos contabilidade faziam, onde foi
possível observar que o maior percentual esta entre os agricultores com
uma experiência que varia de 10 a 20 anos, este aspecto pode estar
relacionado com as escolaridade dos agricultores.

Tabela 14:Relação entre Experiência do produtor e o Controlo Contábil


Experiência do Efetua controlo contábil
Total
produtor Sim Não
De 0 a 10 anos 2 4 6
De 10 a 20 anos 2 21 23
De 20 a 30 anos 2 12 14
De 30 a 40 anos 0 6 6
De 40 a 50 anos 0 2 2
Total 6 45 51
Fonte: Elabarado pelo autor

48
Relação entre aspectos Individuais e Socioculturais

A busca de informações sobre a agricultura abrange vários ângulos,


entretanto, no presente trabalho irá apenas se focar nos desafios
apresentados acima.

No caso específico, a busca de informações e a sua influência na produção


de hortícolas abrange informações da situação do mercado (para saber
como, quando e quanto produzir), novos métodos produtivos e melhorados
que podem facilitar a impulsionar a produção.

A tabela 15 mostra a relação entre a idade do produtor e a busca por


informação. É possível perceber que quanto mais experiência o produtor
tiver, maior é a procura de informação, apesar de essa ser feita
ocasionalmente, ou seja, dependendo da situação e das oportunidades de
busca.

Tabela 15:Relação entre a Idade do Produtor e a Importância da


Informação
Lê/escuta noticia relacionado com agricultura
Faixa Etária Total
Ocasionalmente Raramente
De 20 a 30 anos 1 1 2
De 30 a 40 anos 2 0 2
De 40 a 50 anos 12 4 16
De 50 a 60 anos 17 3 20
Acima de 60
4 7 11
anos
Total 36 15 51
Fonte: Elabarado pelo autor
Quanto a relação entre a idade e a participação em seminários ou
formações relacionadas a agricultura, observa-se também uma inclinação

49
de pessoas mais maduras a aderirem a estas, sendo que a maior distribuição
dos produtores encontra-se na faixa etária de 40 a 60 anos de idade.
Tabela 16:Relação entre Idade do Produtor e a Participação em Formações
relacionadas a agricultura
Faixa Participa de seminários/cursos relacionados a agricultura
Total
Etária Frequentemente Ocasionalmente Raramente Nunca
De 20 a
0 2 0 0 2
30 anos
De 30 a
0 1 1 0 2
40 anos
De 40 a
5 11 0 0 16
50 anos
De 50 a
1 13 6 0 20
60 anos
Acima
de 60 0 1 5 5 11
anos
Total 6 28 12 5 51
Fonte: Elabarado pelo autor

Em termos de Valorização cultural, pretende-se avaliar apenas as


actividades herdadas, isto é, focar apenas em termos de herança agrícola
por parte dos produtores.

Tendo em conta a valorização cultural, em termos de actividades herdadas,


observa-se que maior parte não tem actividades herdadas (47 entrevistados)
e apenas 4 dos entrevistados tem suas terras herdadas.

Tabela 17:Relação entre Idade do Produtor e a Valorização Cultural


Actividades herdadas
Faixa Etária Total
A principal Nenhuma
De 20 a 30 anos 0 2 2
De 30 a 40 anos 0 2 2
De 40 a 50 anos 2 14 16
De 50 a 60 anos 2 18 20
Acima de 60 0 11 11

50
anos
Total 4 47 51
Fonte: Elabarado pelo autor

Outra relação a ser observada é entre Escolaridade e a Importância da


informação. É possível observar na tabela 18 que maior parte dos
entrevistados procura informações de forma ocasional e estes apresentam
apenas o nível escolar primário, o que quer dizer que quem da mais
importância a busca de informações são os que possuem nível primário.
Referido por um dos membros que a razão é a falta de conhecimentos
científicos por parte deles que os impulsiona a buscar informações.

Tabela 18:Relação entre a Escolaridade e a Importância da Informação


Lê/escuta noticia relacionado com
Nível Escolar agricultura Total
Ocasionalmente Raramente
Primário 26 4 30
Secundário/
6 4 10
Técnico
Nenhum 4 7 11
Total 36 15 51
Fonte: Elabarado pelo autor

Olhando para a Experiência do produtor em relação a participação em


seminários ou formações relacionadas a agricultura, é possível perceber
que pessoas com menos experiência (de 10 a 30 anos) são as que mais
aderem a seminários e formações sobre a agricultura.

Tabela 19:Relação entre Experiência do produtor e Participação em


Formações relacionadas a agricultura

51
Participa de seminários/cursos relacionados a
Experiência agricultura
Total
do produtor Frequentemen Ocasionalmen Rarament
Nunca
te te e
De 0 a 10
2 4 0 0 6
anos
De 10 a 20
2 15 5 1 23
anos
De 20 a 30
2 7 5 0 14
anos
De 30 a 40
0 2 2 2 6
anos
De 40 a 50
0 0 0 2 2
anos
Total 6 28 12 5 51
Fonte: Elabarado pelo autor

Quanto a Importância da informação, olhando para a experiência do


produtor, é possível observa-se que maior parte dos entrevistados (36),
busca informações ocasionalmente, principalmente os produtores com uma
experiência que varia de 10 a 20 anos.

Tabela 20:Relação entre Experiência do produtor e a Importância da


Informação
Experiência do Lê/escuta noticia relacionado com agricultura
Total
produtor Ocasionalmente Raramente
De 0 a 10 anos 5 1 6
De 10 a 20
20 3 23
anos
De 20 a 30
8 6 14
anos
De 30 a 40
2 4 6
anos
De 40 a 50
1 1 2
anos
Total 36 15 51
Fonte: Elabarado pelo autor

52
53
4.3.2. Análise das contingências dos desafios enfrentados pelos
produtores de hortícolas na Associação Janete Mondlane

Com base nos desafios enfretados pelos produtores de hortícolas da


associação Janete Mondlane, foi elaborado um teste de Qui-quadrado para
apurar a influência dos desafios na produção de hortícolas.
a) Idade do produtor
 Participa de seminários/cursos relacionados a agricultura
Com base no teste Qui-quadrado, com uma probabilidade de 0.000 que
apresenta-se menor que o nível de significância de 5% há evidências que
mostram que a idade do produtor, em relação a participação em
seminários/cursos relacionados a agricultura influência na produção de
hortícolas, estatisticamente.
Tabela 21: Influência da idade em relação a participação em cursos
agrícolas como desafio na produção de horticolas
Participa de seminários/cursos
Idade
relacionados a agricultura
Qui-quadrado 39,207a 16,086
Grau de liberdade 12 1
Nível de Significância 0,000 0,000
Fonte: Elaborada pelo autor
 Lê/escuta noticia relacionado com agricultura
Com base no teste Qui-quadrado, com uma probabilidade de 0,048 que
apresenta-se menor que o nível de significância de 5% há evidências que
mostram que a idade do produtor, em relação a busca de informações
relacionadas a agricultura influência na produção de hortícolas,
estatisticamente.
Tabela 22: Influência da idade em relação a busca de informações sobre
agricultura como desafio na produção de horticolas
Lê/escuta noticia relacionado com
Idade
agricultura
Qui-quadrado 9,599a 1,892
Grau de liberdade 4 1
Nível de Significância 0,048 0,046
Fonte: Elaborada pelo autor

54
 Actividades herdadas
Com base no teste Qui-quadrado, com uma probabilidade de 0,663 que
apresenta-se maior que o nível de significância de 5% há evidências que
mostram que a idade do produtor, em relação a actividades herdadas, não
influência na produção de hortícolas, estatisticamente.
Tabela 23: Influência da idade em relação a actividade herdadas como
desafio na produção de horticolas
Actividades herdadas Idade
Qui-quadrado 1,885a 0,189
Grau de liberdade 4 1
Nível de Significância 0,757 0,663
Fonte: Elaborada pelo autor
 Actividade produtiva
Com base no teste Qui-quadrado, com uma probabilidade de 0,959 que
apresenta-se maior que o nível de significância de 5% há evidências que
mostram que a idade do produtor, em relação a actividades produtivas, não
influência na produção de hortícolas, estatisticamente.
Tabela 24: Influência da idade em relação a actividades produtivas como
desafio na produção de horticolas
Actividade produtiva Idade
Qui-quadrado 5,473a ,003
Grau de liberdade 4 1
Nível de Significância ,242 ,959
Fonte: Elaborada pelo autor

55
b) Escolaridade do produtor
 Lê/escuta noticia relacionado com agricultura
Com base no teste Qui-quadrado, com uma probabilidade de 0,001 que
apresenta-se menor que o nível de significância de 5% há evidências que
mostram que a escolaridade do produtor, em relação a actividades
herdadas, influência na produção de hortícolas, estatisticamente.
Tabela 25: Influência da escolaridade em relação a busca de informações
agrícolas como desafio na produção de horticolas
Lê/escuta noticia relacionado com
Escolaridade
agricultura
Qui-quadrado 10,482a 10,268
Grau de liberdade 2 1
Nível de Significância ,005 ,001
Fonte: Elaborada pelo autor
 Procura ou tem ajuda de um órgão
Com base no teste Qui-quadrado, com uma probabilidade de 0,648 que
apresenta-se maior que o nível de significância de 5% há evidências que
mostram que a escolaridade do produtor, em relação a procura de apoio,
não influência na produção de hortícolas, estatisticamente.
Tabela 26: Influência da escolaridade em relação a busca de apoio como
desafio na produção de horticolas
Procura ou tem ajuda de um órgão Escolaridade
Qui-quadrado 4,182a ,209
Grau de liberdade 2 1
Nível de Significância ,124 ,648
Fonte: Elaborada pelo autor

56
 Efectua controlo contábil
Com base no teste Qui-quadrado, com uma probabilidade de 0,352 que
apresenta-se maior que o nível de significância de 5% há evidências que
mostram que a escolaridade do produtor, em relação a elaboração do
controlo contábil dos ganhos da produção, não influência na produção de
hortícolas, estatisticamente.
Tabela 27: Influência da escolaridade em relação a elaboração do controlo
contábil como desafio na produção de horticolas
Efetua controlo contábil Escolaridade
Qui-quadrado 2,191a ,867
Grau de liberdade 2 1
Nível de Significância ,334 ,352
Fonte: Elaborada pelo autor
c) Experiência
 Participa de seminários/cursos relacionados a agricultura
Com base no teste Qui-quadrado, com uma probabilidade de 0.000 que
apresenta-se menor que o nível de significância de 5% há evidências que
mostram que a experiência do produtor, em relação a participação em
seminários/cursos relacionados a agricultura influência na produção de
hortícolas, estatisticamente.
Tabela 28: Influência da experiência em relação a participação em cursos
agrícolas como desafio na produção de horticolas
Participa de seminários/cursos
Experiência
relacionados a agricultura
Qui-quadrado 31,524a 13,512
Grau de liberdade 12 1
Nível de Significância ,002 ,000
Fonte: Elaborada pelo autor

 Lê/escuta noticia relacionado com agricultura


Com base no teste Qui-quadrado, com uma probabilidade de 0,060 que
apresenta-se maior que o nível de significância de 5% há evidências que
mostram que a experiência do produtor, em relação a busca de
informações, não influência na produção de hortícolas, estatisticamente.

57
Tabela 29: Influência da experiência em relação a busca de informações
agrícolas como desafio na produção de horticolas

Lê/escuta noticia relacionado com


Experiência
agricultura
Qui-quadrado 9,076a 6,759
Grau de liberdade 4 1
Nível de Significância ,059 ,060
Fonte: Elaborada pelo autor
 Procura ou tem ajuda de um órgão
Com base no teste Qui-quadrado, com uma probabilidade de 0,123 que
apresenta-se maior que o nível de significância de 5% há evidências que
mostram que a experiência do produtor, em relação a procura de apoio, não
influência na produção de hortícolas, estatisticamente.
Tabela 30: Influência da experiência em relação a procura de apoio como
desafio na produção de horticolas

Procura ou tem ajuda de um órgão Experiência


Qui-quadrado 7,650a 2,385
Grau de liberdade 4 1
Nível de Significância ,105 ,123
Fonte: Elaborada pelo autor
 Efetua controlo contábil
Com base no teste Qui-quadrado, com uma probabilidade de 0,178 que
apresenta-se maior que o nível de significância de 5% há evidências que
mostram que a experiência do produtor, em relação a elaboração do
controlo contábil dos ganhos da produção, não influência na produção de
hortícolas, estatisticamente.
Tabela 31: Influência da experiência em relação a elaboração do controlo
contábil como desafio na produção de horticolas
Efetua controlo contábil Experiência
Qui-quadrado 4,050a 1,813
Grau de liberdade 4 1
Nível de Significância ,399 ,178
Fonte: Elaborada pelo autor

58
4.3.3. Síntese (variáveis que influenciam nos desafios dos pequenos
produtores)

Nesta fase está apresentada em gráficos a síntese relacional das variáveis


em estudo, entretanto apenas que apresentam uma influência directa ou
indirecta aos desafios dos pequenos agricultores na produção de hortícolas
na Associação Janete Mondlane.

Figura 4: Síntese da relação das variáveis que influenciam nos desafios


dos pequenos produtores

Gráfico 1 Gráfico 2
120% 120%
100%
100%
80% As Gráfico 4
60% 80%
120%
40% 60%
20% 100%
40%
0% 80%
De 20 a 30 De 30 a 40 De 40 a 50 De 50 a 60 Acima de
anos anos anos anos 60 anos 20%
60%
Lê/escuta noticia relacionado com agricultura Raramente
Ocasionalmente
(%) (%) 0%
40% De 20 a 30 De 30 a 40 De 40 a 50 De 50 a 60 Acima de 60
figuras acima mostram o nível anos anos anos anos anos
20%
percentual de cada relação, que pode Participa de seminários/cursos relacionados a agricultura Nunca
(%)
Frequentemente
Ocasionalmente
Raramente
(%) (%)
0%
De 0 a 10 De 10 a 20 De 20 a 30 De 30 a 40 De 40 a 50
anos anos anos anos anos

Gráfico 3 Participa de seminários/cursos relacionados a agricultura Nunca


(%)
Frequentemente
Ocasionalmente
Raramente
(%) (%)

100%
90% ser traduzido no nível de influência das
80%
70% variáveis relacionadas nos desafios dos
60%
50% pequenos produtores de hortícolas da
40%
30%
associação Janete Mondlane.
20%
10%
0%
Primário Secundário/Técnico Nenhum
No primeiro gráfico tem a relação
Lê/escuta noticia relacionado com agricultura Ocasionalmente (%) percentual entre a idade dos produtores
Lê/escuta noticia relacionado com agricultura Raramente (%)
e a importância que estes dão as
59
informações relacionadas a agricultura. Como já foi referido na secção
anterior, a procura é feita maioritariamente de forma ocasional, ou seja,
dependendo da oportunidade e esta procura está mas ligada a pessoas mais
experientes e que possuem maioritariamente o nível primário (gráfico 3).
Foi ainda referido acima que quanto a busca de informações acerca da
agricultura, o foco seria um olhar sobre a situação do mercado, a busca de
novos métodos produtivos e melhorados que podem impulsionar a
produção, sendo estes aspectos relacionados a desafios apontados pelos
produtores, como a situação do mercado de comercialização de hortícolas.

No segundo gráfico temos a relação entre a idade dos produtores e a


participação em seminários ou cursos de agricultura. Nesta relação, foi
afirmado que maior parte dos produtores participa oportunamente, e na
maioria, são pessoas de idade avançada e com uma experiência que varia
de 10 a 30 anos. Neste aspecto de participação em seminários ou cursos
relacionados com agricultura continua a focar na busca de informações
sobre agricultura, para melhoria das oportunidades e meios produtivos,
interligando a temática imposta no primeiro gráfico.

Portanto, observando os gráficos acima é possível perceber que os desafios


em causa influenciam na produção de hortícolas, visto que maior parte dos
produtores procuram saber a situação do mercado antes de produzir, com
intenção de saber até que ponto devem produzir.

60
CAPÍTULO V.CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1. Conclusões

A presente pesquisa foi realizada com o intuito de avaliar os desafios dos


pequenos produtores de hortícolas na Associação Janete Mondlane, com o
objectivo de avaliar a influência destes desafios na produção de hortícolas,
fazendo uma análise das variáveis contingentes para o surgimento de tais
desafios.

Assim sendo, chegou-se as seguintes conclusões:

Os desafios a nível externo como a mão-de-obra, faixa etária do produtor,


nível escolar do produtor, tamanho da propriedade em canteiros,
experiência do produtor, influenciam directamente na produção de
hortícolas, o que confirma a necessidade de trabalhar junto aos pequenos
agricultores para melhorar seu acesso aos mercados, tanto de insumos
como de produtos, e ao crédito, a fim de aumentar sua produtividade e
rendimentos. Sendo assim, todas as hipóteses são válidas para este estudo,
pois tem uma influência directa na fraca produção de hortícolas por parte
dos produtores.

Ainda neste contexto, com base nos dizeres dos produtores foi nos possível
identificar alguns desafios internos ocorrentes devido as alterações
climáticas, assim sendo, concluiu-se que os que mais se evidenciam é a
irregularidade de chuvas que origina a seca, o que de certa forma faz com
que os produtores obtenham um baixo rendimento, isto é, perda
significativa da sua produção.

61
Salienta-se que não foi possível abordar acerca dos níveis de produção e
produtividade dos produtores da Associação Janete Mondlane, visto que
estes não souberam descrever taxativamente os seus excedentes.

De um modo geral, conclui-se que grande parte dos desafios ou todos os


desafios precisam ser superados, incluindo o elevado déficit tecnológico,
infraestruturas deficiente, capacidade técnica reduzida, sistemas de
comercialização e produção e serviços associados ineficazes.

62
5.2. Recomendações

Após a realização da pesquisa, foi possível encontrar vários aspectos que


podem ser melhorados para ajudar a amenizar ou ate mesmo eliminar os
desafios dos pequenos produtores de hortícolas.

Dentre as acções prioritárias e necessárias para garantir o desenvolvimento


agrícola e rural que vá de acordo com a redução e eliminação dos desafios
estão:

Ao Governo e outras Entidades Privadas

 Aumentar a capacidade de desenvolver e implementar melhores


tecnologias e políticas agrícolas;
 Facilitar o acesso dos agricultores à água e insumos modernos
(sementes de alta qualidade, fertilizantes, etc.);
 A construção de infraestruturas rurais (estradas, galpões de
armazenamento, etc.);
 Interligar pequenos produtores aos mercados e auxiliá-los na
adaptação às novas condições tornando-os mais produtivos,
reduzindo o risco e vulnerabilidade, especialmente no referente a
eventos climáticos extremos e oscilações de preços;
 Aumentar o acesso ao crédito, aos activos e as competências,
portanto, são necessários investimentos públicos e privados.
 Promover, melhorar ou mesmo criar instituições rurais para fornecer
uma ampla gama de serviços rurais.

63
Aos Agricultores

 Buscar mais conhecimentos sobre métodos de produção melhorados


e procurar produzir olhando o mercado;

 Procurar maior financiamento e parcerias com empresas


transportadoras e estabelecimentos comerciais para a venda dos seus
excedentes.

64
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ANEXOS

Inquérito

Universidade São Tomás de Moçambique

Faculdade de Agricultura

Curso: Desenvolvimento Rural

Avaliação dos desafios dos pequenos agricultores na cadeia de valor de


produção de hortícolas no Vale do Infulene

Questionário direcionado aos agricultores da Associação Janet Mondlane

Este questionário é dirigido aos agricultores da Associação Janet Mondlane, para se perceber os
desafios dos pequenos agricultores na produção de hortícolas. O questionário contém perguntas
fechadas. Para responder apenas é necessário marcar com uma bola ou um X. Pede-se a mera
colaboração do entrevistado. É de salientar que pretende-se que os dados dos entrevistados não sejam
anónimos, se assim o desejar, pois irão servir como pontos de referência para o relatório final, para tal
pede-se que não sejam omissos. Permite-me que grave a conversa?

IDENTIFICAÇÃO

1- Nome do Entrevistado: ______________________________

2- Localidade: __________________________________

3- Identificação do Núcleo Familiar (moradores):

Nome Ocupação Tempo Idade

70
Ocupação: 1. Agricultor; 2. Assalariado Rural Permanente; 3. Assalariado temporário; 4. Assalariado
Urbano; 5. Do Lar; 6.Comerciante; 7. Estudante; 8. Aposentado; 9. Pluriatividade; 10. Prestação de
serviço; 11. Outros.
Tempo Dedicado para a Agricultura: 1. Integral; 2. Metade do Tempo; 3. Eventual; 4. Nenhum
4- Qual a fonte de renda principal
( ) Agrícola ( ) Não Agrícola, qual?___________________

5- Escolaridade: ______________________

6- Idade do entrevistado: _____________________

7- Culturas Produzidas?

______________________________________________________________________
__________________________________________.

8- Tem atividades (culturas) herdadas da família

( ) A principal ( ) Duas ou mais ( ) Todas ( ) Nenhuma


Quais?____________________________

9-Que tipo de inovação (mudança) costuma fazer

( ) Mudança na atividade produtiva ( ) Na forma de produzir


( ) Em novas máquinas e equipamentos ( ) Outras________________

10- Em que grau você valoriza a herança (patrimônio) cultural nas suas decisões

( ) Muito baixo ( ) Baixo ( ) Médio ( ) Alto ( ) Muito alto

11- Tração utilizada

( ) Simples/braçal ( ) Animal ( ) Mecânica própria


( ) Mecânica aluguel ( ) Mista
Por quê?
( ) Pelas condições da terra ( ) Falta de recursos ( ) Tradição
( ) Pela exigência da atividade ( ) Outros _____________________

12- Lê ou escuta notícias relacionadas à agricultura

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Ocasionalmente ( ) Frequentemente

71
( ) Sempre

13- Participa de seminários, cursos e dias de campo relacionados à agricultura

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Ocasionalmente ( ) Frequentemente


( ) Sempre

14- Tamanho da propriedade em hectares: ___________________

15- Atividade produtiva predominante

( ) Comercial ( ) Autoconsumo

16- Mão-de-obra utilizada na propriedade

( ) Apenas familiar ( ) Apenas assalariada


( ) Familiar e assalariada: __________ % de participação da mão-de-obra assalariada

17- Rendimento das atividades agrícolas (renda bruta/valor da produção) (2016)

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
____________________

18- Efetua controle contábil da propriedade?

( ) Sim ( ) Não
Se sim, o que é controlado?
( ) Custos/despesas ( ) Vendas/compras
( ) Movimentação bancária ( ) Outros? __________________________
Onde é controlado?
( ) Computador ( ) Papel ( ) Cabeça
Recebe alguma assessoria na realização destes controles
( ) Sim ( ) Não
Se sim, de quem?_________________
Estes dados são usados para tomada de decisão
( ) Sim ( ) Não

19- Procura ou tem ajuda de órgão como Universidades/instituições de apoio para


as decisões?

72
( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Ocasionalmente ( ) Frequentemente
( )Sempre

20- Recebe assistência técnica?

( ) Sim ( ) Não
Qual a importância/relação com esta
( ) Muito baixa ( ) Baixa ( ) Média ( ) Alta ( ) Muito alta
Frequência desta assistência
( ) Muito baixa ( ) Baixa ( ) Média ( ) Alta ( ) Muito alta

21-Tipo de assistência recebida:

( ) Produção ( ) Investimentos ( ) Comercialização


( ) Organização da propriedade ( ) Organização da categoria
( ) Outra______________________

22- De que tipo de entidade recebe assistência técnica?

( ) Universidade ( ) Governo ( ) Cooperativa ( ) Empresa privada


( ) Outra____________________

23- Quais as entidades com quem faz a comercialização dos produtos?

( ) Cooperativa ( ) Agroindústria/Governo ( ) Comercialização direta


( ) Empresas privadas ( ) Outras___________________
Qual a importância/influência destas entidades para as decisões de comercialização
( ) Muito baixa ( ) Baixa ( ) Média ( ) Alta ( ) Muito alta

24- Em quais as entidades você realiza a compra de insumos para a propriedade?

( ) Cooperativas ( ) Empresas privadas ( )


Outras______________________
Qual a importância/influência destas entidades para as decisões de compra de insumos
( ) Muito baixa ( ) Baixa ( ) Média ( ) Alta ( ) Muito alta
25- Tipo de Fertilizantes que usa?

73
( ) Orgânico_______ ( ) Inorgânico________
26- Quais as dificuldades que tem enfrentado na Produção?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_______________________.

Tabelas

Dados demográficos e Organizacionais - SPSS

Género do produtor
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid Masculino 3 5,9 5,9 5,9
Feminino 48 94,1 94,1 100,0
Total 51 100,0 100,0

Idade do produtor

Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent


Valid De 20 a 30 anos 2 3,9 3,9 3,9
De 30 a 40 anos 2 3,9 3,9 7,8
De 40 a 50 anos 16 31,4 31,4 39,2
De 50 a 60 anos 20 39,2 39,2 78,4
acima de 60 anos 11 21,6 21,6 100,0
Total 51 100,0 100,0

Escolaridade do produtor

Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent


Valid Primário 30 58,8 58,8 58,8
Secundário/Técnico 10 19,6 19,6 78,4
Nenhum 11 21,6 21,6 100,0
Total 51 100,0 100,0

Agregado familiar

Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent


Valid De 1 a 3 Membros 9 17,6 17,6 17,6
De 3 a 6 Membros 25 49,0 49,0 66,7
Acima de 6 17 33,3 33,3 100,0
Total 51 100,0 100,0

74
Rendimento por canteiro

Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent


Valid De 100 a 150 Mt 15 29,4 29,4 29,4
De 150 a 200 Mt 36 70,6 70,6 100,0
Total 51 100,0 100,0

Mão-de-obra

Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent


Valid Familiar 37 72,5 72,5 72,5
Familiar e assalariada 14 27,5 27,5 100,0
Total 51 100,0 100,0

Tamanho da propriedade em canteiros

Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent


Valid De 10 a 20 5 9,8 9,8 9,8
De 20 a 30 43 84,3 84,3 94,1
De 30 a 40 1 2,0 2,0 96,1
Acima de 40 2 3,9 3,9 100,0
Total 51 100,0 100,0

Experiência do produtor
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid De 0 a 10 anos 6 11,8 11,8 11,8
De 10 a 20 anos 23 45,1 45,1 56,9
De 20 a 30 anos 14 27,5 27,5 84,3
De 30 a 40 anos 6 11,8 11,8 96,1
De 40 a 50 anos 2 3,9 3,9 100,0
Total 51 100,0 100,0

Culturas produzidas
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid Alface 42 82,4 82,4 82,4
Couve 9 17,6 17,6 100,0
Total 51 100,0 100,0

75
Dados Estatísticos – SPSS Qui Quadrado

Idade do produtor * Lê/escuta noticia relacionado com agricultura Crosstabulation


Lê/escuta noticia relacionado com
agricultura
Ocasionalmente Raramente Total
Idade do De 20 a 30 Count 1 1 2
produtor anos % within Idade do produtor 50,0% 50,0% 100,0%
% within Lê/escuta noticia relacionado com agricultura 2,8% 6,7% 3,9%
% of Total 2,0% 2,0% 3,9%
De 30 a 40 Count 2 0 2
anos % within Idade do produtor 100,0% 0,0% 100,0%
% within Lê/escuta noticia relacionado com agricultura 5,6% 0,0% 3,9%
% of Total 3,9% 0,0% 3,9%
De 40 a 50 Count 12 4 16
anos % within Idade do produtor 75,0% 25,0% 100,0%
% within Lê/escuta noticia relacionado com agricultura 33,3% 26,7% 31,4%
% of Total 23,5% 7,8% 31,4%
De 50 a 60 Count 17 3 20
anos % within Idade do produtor 85,0% 15,0% 100,0%
% within Lê/escuta noticia relacionado com agricultura 47,2% 20,0% 39,2%
% of Total 33,3% 5,9% 39,2%
acima de 60 Count 4 7 11
anos % within Idade do produtor 36,4% 63,6% 100,0%
% within Lê/escuta noticia relacionado com agricultura 11,1% 46,7% 21,6%
% of Total 7,8% 13,7% 21,6%
Total Count 36 15 51
% within Idade do produtor 70,6% 29,4% 100,0%
% within Lê/escuta noticia relacionado com agricultura 100,0% 100,0% 100,0%
% of Total 70,6% 29,4% 100,0%

Chi-Square Tests

Value Df Asymp. Sig. (2-sided)

Pearson Chi-Square 9,599a 4 ,048

Likelihood Ratio 9,695 4 ,046

Linear-by-Linear Association 1,892 1 ,169

N of Valid Cases 51

a. 6 cells (60,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count
is ,59.
Symmetric Measures

Value Approx. Sig.

Phi ,434 ,048


Nominal by Nominal
Cramer's V ,434 ,048

76
N of Valid Cases 51

a. Not assuming the null hypothesis.

b. Using the asymptotic standard error assuming the null hypothesis.

Idade do produtor * Participa de seminários/cursos relacionados a agricultura Crosstabulation

Participa de seminários/cursos relacionados a agricultura


Frequentemente Ocasionalmente Raramente Nunca Total
Idade do De 20 a 30 Count 0 2 0 0 2
produtor anos
% within Idade do produtor 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 100,0%
% within Participa de 0,0% 7,1% 0,0% 0,0% 3,9%
seminários/cursos relacionados a
agricultura
% of Total 0,0% 3,9% 0,0% 0,0% 3,9%
De 30 a 40 Count 0 1 1 0 2
anos
% within Idade do produtor 0,0% 50,0% 50,0% 0,0% 100,0%
% within Participa de 0,0% 3,6% 8,3% 0,0% 3,9%
seminários/cursos relacionados a
agricultura
% of Total 0,0% 2,0% 2,0% 0,0% 3,9%
De 40 a 50 Count 5 11 0 0 16
anos
% within Idade do produtor 31,3% 68,8% 0,0% 0,0% 100,0%
% within Participa de 83,3% 39,3% 0,0% 0,0% 31,4%
seminários/cursos relacionados a
agricultura
% of Total 9,8% 21,6% 0,0% 0,0% 31,4%
De 50 a 60 Count 1 13 6 0 20
anos
% within Idade do produtor 5,0% 65,0% 30,0% 0,0% 100,0%
% within Participa de 16,7% 46,4% 50,0% 0,0% 39,2%
seminários/cursos relacionados a
agricultura
% of Total 2,0% 25,5% 11,8% 0,0% 39,2%
acima de 60 Count 0 1 5 5 11
anos
% within Idade do produtor 0,0% 9,1% 45,5% 45,5% 100,0%
% within Participa de 0,0% 3,6% 41,7% 100,0% 21,6%
seminários/cursos relacionados a
agricultura
% of Total 0,0% 2,0% 9,8% 9,8% 21,6%
Total Count 6 28 12 5 51
% within Idade do produtor 11,8% 54,9% 23,5% 9,8% 100,0%
% within Participa de 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
seminários/cursos relacionados a
agricultura
% of Total 11,8% 54,9% 23,5% 9,8% 100,0%

Chi-Square Tests

Value df Asymp. Sig. (2-sided)

Pearson Chi-Square 39,207a 12 ,000


Likelihood Ratio 42,358 12 ,000
Linear-by-Linear Association 16,086 1 ,000

77
N of Valid Cases 51

a. 17 cells (85,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,20.

Symmetric Measures

Value Approx. Sig.

Phi ,877 ,000


Nominal by Nominal
Cramer's V ,506 ,000
N of Valid Cases 51

a. Not assuming the null hypothesis.


b. Using the asymptotic standard error assuming the null hypothesis.

Escolaridade do produtor * Lê/escuta noticia relacionado com agricultura Crosstabulation


Lê/escuta noticia relacionado com
agricultura
Ocasionalmente Raramente Total
Escolaridad Primário Count 26 4 30
e do
% within Escolaridade do produtor 86,7% 13,3% 100,0%
produtor
% within Lê/escuta noticia relacionado com 72,2% 26,7% 58,8%
agricultura
% of Total 51,0% 7,8% 58,8%
Secundário/Técnico Count 6 4 10
% within Escolaridade do produtor 60,0% 40,0% 100,0%
% within Lê/escuta noticia relacionado com 16,7% 26,7% 19,6%
agricultura
% of Total 11,8% 7,8% 19,6%
Nenhum Count 4 7 11
% within Escolaridade do produtor 36,4% 63,6% 100,0%
% within Lê/escuta noticia relacionado com 11,1% 46,7% 21,6%
agricultura
% of Total 7,8% 13,7% 21,6%
Total Count 36 15 51
% within Escolaridade do produtor 70,6% 29,4% 100,0%
% within Lê/escuta noticia relacionado com 100,0% 100,0% 100,0%
agricultura
% of Total 70,6% 29,4% 100,0%

Chi-Square Tests

Value df Asymp. Sig. (2-sided)

Pearson Chi-Square 10,482a 2 ,005


Likelihood Ratio 10,350 2 ,006
Linear-by-Linear Association 10,268 1 ,001
N of Valid Cases 51

a. 2 cells (33,3%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 2,94.

78
Symmetric Measures

Value Approx. Sig.

Phi ,453 ,005


Nominal by Nominal
Cramer's V ,453 ,005
N of Valid Cases 51

a. Not assuming the null hypothesis.


b. Using the asymptotic standard error assuming the null hypothesis.

Experiência do produtor * Participa de seminários/cursos relacionados a agricultura Crosstabulation

Participa de seminários/cursos relacionados a agricultura


Ocasionalment
Frequentemente e Raramente Nunca Total
Experiência De 0 a Count 2 4 0 0 6
do produtor 10 % within Experiência do produtor 33,3% 66,7% 0,0% 0,0% 100,0%
anos
% within Participa de seminários/cursos 33,3% 14,3% 0,0% 0,0% 11,8%
relacionados a agricultura
% of Total 3,9% 7,8% 0,0% 0,0% 11,8%
De 10 Count 2 15 5 1 23
a 20
% within Experiência do produtor 8,7% 65,2% 21,7% 4,3% 100,0%
anos
% within Participa de seminários/cursos 33,3% 53,6% 41,7% 20,0% 45,1%
relacionados a agricultura
% of Total 3,9% 29,4% 9,8% 2,0% 45,1%
De 20 Count 2 7 5 0 14
a 30
% within Experiência do produtor 14,3% 50,0% 35,7% 0,0% 100,0%
anos
% within Participa de seminários/cursos 33,3% 25,0% 41,7% 0,0% 27,5%
relacionados a agricultura
% of Total 3,9% 13,7% 9,8% 0,0% 27,5%
De 30 Count 0 2 2 2 6
a 40
% within Experiência do produtor 0,0% 33,3% 33,3% 33,3% 100,0%
anos
% within Participa de seminários/cursos 0,0% 7,1% 16,7% 40,0% 11,8%
relacionados a agricultura
% of Total 0,0% 3,9% 3,9% 3,9% 11,8%
De 40 Count 0 0 0 2 2
a 50
% within Experiência do produtor 0,0% 0,0% 0,0% 100,0% 100,0%
anos
% within Participa de seminários/cursos 0,0% 0,0% 0,0% 40,0% 3,9%
relacionados a agricultura
% of Total 0,0% 0,0% 0,0% 3,9% 3,9%
Total Count 6 28 12 5 51
% within Experiência do produtor 11,8% 54,9% 23,5% 9,8% 100,0%
% within Participa de seminários/cursos 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
relacionados a agricultura
% of Total 11,8% 54,9% 23,5% 9,8% 100,0%

79
Chi-Square Tests

Value df Asymp. Sig. (2-sided)

Pearson Chi-Square 31,524a 12 ,002


Likelihood Ratio 24,480 12 ,017
Linear-by-Linear Association 13,512 1 ,000
N of Valid Cases 51

a. 17 cells (85,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,20.

Symmetric Measures

Value Approx. Sig.

Phi ,786 ,002


Nominal by Nominal
Cramer's V ,454 ,002
N of Valid Cases 51

a. Not assuming the null hypothesis.


b. Using the asymptotic standard error assuming the null hypothesis.

80
Idade do produtor * Actividades herdadas Crosstabulation
Actividades herdadas
A principal Nenhuma Total
Idade do produtor De 20 a 30 anos Count 0 2 2
% within Idade do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within Actividades herdadas 0,0% 4,3% 3,9%
% of Total 0,0% 3,9% 3,9%
De 30 a 40 anos Count 0 2 2
% within Idade do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within Actividades herdadas 0,0% 4,3% 3,9%
% of Total 0,0% 3,9% 3,9%
De 40 a 50 anos Count 2 14 16
% within Idade do produtor 12,5% 87,5% 100,0%
% within Actividades herdadas 50,0% 29,8% 31,4%
% of Total 3,9% 27,5% 31,4%
De 50 a 60 anos Count 2 18 20
% within Idade do produtor 10,0% 90,0% 100,0%
% within Actividades herdadas 50,0% 38,3% 39,2%
% of Total 3,9% 35,3% 39,2%
acima de 60 Count 0 11 11
anos % within Idade do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within Actividades herdadas 0,0% 23,4% 21,6%
% of Total 0,0% 21,6% 21,6%
Total Count 4 47 51
% within Idade do produtor 7,8% 92,2% 100,0%
% within Actividades herdadas 100,0% 100,0% 100,0%
% of Total 7,8% 92,2% 100,0%

Chi-Square Tests

Value df Asymp. Sig. (2-sided)


a
Pearson Chi-Square 1,885 4 ,757
Likelihood Ratio 2,982 4 ,561
Linear-by-Linear Association ,189 1 ,663
N of Valid Cases 51

a. 7 cells (70,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,16.

Symmetric Measures

Value Approx. Sig.

Phi ,192 ,757


Nominal by Nominal
Cramer's V ,192 ,757
N of Valid Cases 51

a. Not assuming the null hypothesis.

81
b. Using the asymptotic standard error assuming the null hypothesis.

Idade do produtor * Actividade produtiva predominante Crosstabulation


Actividade produtiva predominante
Comércio Autoconsumo/Comércio Total
Idade do De 20 a 30 anos Count 2 0 2
produtor % within Idade do produtor 100,0% 0,0% 100,0%
% within Actividade produtiva predominante 9,5% 0,0% 3,9%
% of Total 3,9% 0,0% 3,9%
De 30 a 40 anos Count 0 2 2
% within Idade do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within Actividade produtiva predominante 0,0% 6,7% 3,9%
% of Total 0,0% 3,9% 3,9%
De 40 a 50 anos Count 6 10 16
% within Idade do produtor 37,5% 62,5% 100,0%
% within Actividade produtiva predominante 28,6% 33,3% 31,4%
% of Total 11,8% 19,6% 31,4%
De 50 a 60 anos Count 7 13 20
% within Idade do produtor 35,0% 65,0% 100,0%
% within Actividade produtiva predominante 33,3% 43,3% 39,2%
% of Total 13,7% 25,5% 39,2%
acima de 60 Count 6 5 11
anos % within Idade do produtor 54,5% 45,5% 100,0%
% within Actividade produtiva predominante 28,6% 16,7% 21,6%
% of Total 11,8% 9,8% 21,6%
Total Count 21 30 51
% within Idade do produtor 41,2% 58,8% 100,0%
% within Actividade produtiva predominante 100,0% 100,0% 100,0%
% of Total 41,2% 58,8% 100,0%

Chi-Square Tests

Value df Asymp. Sig. (2-sided)


a
Pearson Chi-Square 5,473 4 ,242
Likelihood Ratio 6,878 4 ,142
Linear-by-Linear Association ,003 1 ,959
N of Valid Cases 51

a. 5 cells (50,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,82.

Symmetric Measures

Value Approx. Sig.

Phi ,328 ,242


Nominal by Nominal
Cramer's V ,328 ,242

82
N of Valid Cases 51

a. Not assuming the null hypothesis.

b. Using the asymptotic standard error assuming the null hypothesis.

Escolaridade do produtor * Efetua controlo contábil Crosstabulation

Efetua controlo contábil


Sim Não Total
Escolaridade do Primário Count 4 26 30
produtor
% within Escolaridade do produtor 13,3% 86,7% 100,0%
% within Efetua controlo contábil 66,7% 57,8% 58,8%
% of Total 7,8% 51,0% 58,8%
Secundário/Técnico Count 2 8 10
% within Escolaridade do produtor 20,0% 80,0% 100,0%
% within Efetua controlo contábil 33,3% 17,8% 19,6%
% of Total 3,9% 15,7% 19,6%
Nenhum Count 0 11 11
% within Escolaridade do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within Efetua controlo contábil 0,0% 24,4% 21,6%
% of Total 0,0% 21,6% 21,6%
Total Count 6 45 51
% within Escolaridade do produtor 11,8% 88,2% 100,0%
% within Efetua controlo contábil 100,0% 100,0% 100,0%
% of Total 11,8% 88,2% 100,0%

Chi-Square Tests

Value df Asymp. Sig. (2-sided)

Pearson Chi-Square 2,191a 2 ,334


Likelihood Ratio 3,377 2 ,185
Linear-by-Linear Association ,867 1 ,352
N of Valid Cases 51

a. 3 cells (50,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is 1,18.

Symmetric Measures

Value Approx. Sig.

Phi ,207 ,334


Nominal by Nominal
Cramer's V ,207 ,334
N of Valid Cases 51

a. Not assuming the null hypothesis.


b. Using the asymptotic standard error assuming the null hypothesis.

83
Experiência do produtor * Lê/escuta noticia relacionado com agricultura Crosstabulation
Lê/escuta noticia relacionado com
agricultura
Ocasionalment
e Raramente Total
Experiência De 0 a 10 anos Count 5 1 6
do produtor % within Experiência do produtor 83,3% 16,7% 100,0%
% within Lê/escuta noticia relacionado com agricultura 13,9% 6,7% 11,8%
% of Total 9,8% 2,0% 11,8%
De 10 a 20 Count 20 3 23
anos
% within Experiência do produtor 87,0% 13,0% 100,0%
% within Lê/escuta noticia relacionado com agricultura 55,6% 20,0% 45,1%
% of Total 39,2% 5,9% 45,1%
De 20 a 30 Count 8 6 14
anos % within Experiência do produtor 57,1% 42,9% 100,0%
% within Lê/escuta noticia relacionado com agricultura 22,2% 40,0% 27,5%
% of Total 15,7% 11,8% 27,5%
De 30 a 40 Count 2 4 6
anos % within Experiência do produtor 33,3% 66,7% 100,0%
% within Lê/escuta noticia relacionado com agricultura 5,6% 26,7% 11,8%
% of Total 3,9% 7,8% 11,8%
De 40 a 50 Count 1 1 2
anos % within Experiência do produtor 50,0% 50,0% 100,0%
% within Lê/escuta noticia relacionado com agricultura 2,8% 6,7% 3,9%
% of Total 2,0% 2,0% 3,9%
Total Count 36 15 51
% within Experiência do produtor 70,6% 29,4% 100,0%
% within Lê/escuta noticia relacionado com agricultura 100,0% 100,0% 100,0%
% of Total 70,6% 29,4% 100,0%

Chi-Square Tests

Value df Asymp. Sig. (2-sided)

Pearson Chi-Square 9,076a 4 ,059


Likelihood Ratio 9,041 4 ,060
Linear-by-Linear Association 6,759 1 ,009
N of Valid Cases 51

a. 7 cells (70,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,59.

Symmetric Measures

84
Value Approx. Sig.

Phi ,422 ,059


Nominal by Nominal
Cramer's V ,422 ,059

N of Valid Cases 51

a. Not assuming the null hypothesis.

b. Using the asymptotic standard error assuming the null hypothesis.

Escolaridade do produtor * Procura ou tem ajuda de um órgão Crosstabulation

Procura ou tem ajuda de um órgão


Sim Não Total
Escolaridade do Primário Count 0 30 30
produtor % within Escolaridade do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within Procura ou tem ajuda de um órgão 0,0% 60,0% 58,8%
% of Total 0,0% 58,8% 58,8%
Secundário/Técnico Count 1 9 10
% within Escolaridade do produtor 10,0% 90,0% 100,0%
% within Procura ou tem ajuda de um órgão 100,0% 18,0% 19,6%
% of Total 2,0% 17,6% 19,6%
Nenhum Count 0 11 11
% within Escolaridade do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within Procura ou tem ajuda de um órgão 0,0% 22,0% 21,6%
% of Total 0,0% 21,6% 21,6%
Total Count 1 50 51
% within Escolaridade do produtor 2,0% 98,0% 100,0%
% within Procura ou tem ajuda de um órgão 100,0% 100,0% 100,0%
% of Total 2,0% 98,0% 100,0%

Chi-Square Tests

Value df Asymp. Sig. (2-sided)

Pearson Chi-Square 4,182a 2 ,124


Likelihood Ratio 3,342 2 ,188
Linear-by-Linear Association ,209 1 ,648
N of Valid Cases 51

a. 3 cells (50,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,20.

Symmetric Measures

Value Approx. Sig.

Phi ,286 ,124


Nominal by Nominal
Cramer's V ,286 ,124
N of Valid Cases 51

85
a. Not assuming the null hypothesis.
b. Using the asymptotic standard error assuming the null hypothesis.

86
Experiência do produtor * Procura ou tem ajuda de um órgão Crosstabulation

Procura ou tem ajuda de um órgão


Sim Não Total
Experiência do De 0 a 10 anos Count 1 5 6
produtor
% within Experiência do produtor 16,7% 83,3% 100,0%
% within Procura ou tem ajuda de um órgão 100,0% 10,0% 11,8%
% of Total 2,0% 9,8% 11,8%
De 10 a 20 anos Count 0 23 23
% within Experiência do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within Procura ou tem ajuda de um órgão 0,0% 46,0% 45,1%
% of Total 0,0% 45,1% 45,1%
De 20 a 30 anos Count 0 14 14
% within Experiência do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within Procura ou tem ajuda de um órgão 0,0% 28,0% 27,5%
% of Total 0,0% 27,5% 27,5%
De 30 a 40 anos Count 0 6 6
% within Experiência do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within Procura ou tem ajuda de um órgão 0,0% 12,0% 11,8%
% of Total 0,0% 11,8% 11,8%
De 40 a 50 anos Count 0 2 2
% within Experiência do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within Procura ou tem ajuda de um órgão 0,0% 4,0% 3,9%
% of Total 0,0% 3,9% 3,9%
Total Count 1 50 51
% within Experiência do produtor 2,0% 98,0% 100,0%
% within Procura ou tem ajuda de um órgão 100,0% 100,0% 100,0%
% of Total 2,0% 98,0% 100,0%

Chi-Square Tests

Value df Asymp. Sig. (2-sided)

Pearson Chi-Square 7,650a 4 ,105

Likelihood Ratio 4,437 4 ,350

Linear-by-Linear Association 2,385 1 ,123

N of Valid Cases 51

a. 6 cells (60,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count
is ,04.

Symmetric Measures

Value Approx. Sig.

Phi ,387 ,105


Nominal by Nominal
Cramer's V ,387 ,105

87
N of Valid Cases 51

a. Not assuming the null hypothesis.


b. Using the asymptotic standard error assuming the null hypothesis.

Experiência do produtor * Efetua controlo contábil Crosstabulation


Efetua controlo contábil
Sim Não Total
Experiência do produtor De 0 a 10 anos Count 2 4 6
% within Experiência do produtor 33,3% 66,7% 100,0%
% within Efetua controlo contábil 33,3% 8,9% 11,8%
% of Total 3,9% 7,8% 11,8%
De 10 a 20 anos Count 2 21 23
% within Experiência do produtor 8,7% 91,3% 100,0%
% within Efetua controlo contábil 33,3% 46,7% 45,1%
% of Total 3,9% 41,2% 45,1%
De 20 a 30 anos Count 2 12 14
% within Experiência do produtor 14,3% 85,7% 100,0%
% within Efetua controlo contábil 33,3% 26,7% 27,5%
% of Total 3,9% 23,5% 27,5%
De 30 a 40 anos Count 0 6 6
% within Experiência do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within Efetua controlo contábil 0,0% 13,3% 11,8%
% of Total 0,0% 11,8% 11,8%
De 40 a 50 anos Count 0 2 2
% within Experiência do produtor 0,0% 100,0% 100,0%
% within Efetua controlo contábil 0,0% 4,4% 3,9%
% of Total 0,0% 3,9% 3,9%
Total Count 6 45 51
% within Experiência do produtor 11,8% 88,2% 100,0%
% within Efetua controlo contábil 100,0% 100,0% 100,0%
% of Total 11,8% 88,2% 100,0%

Chi-Square Tests

Value df Asymp. Sig. (2-sided)

Pearson Chi-Square 4,050a 4 ,399


Likelihood Ratio 4,234 4 ,375
Linear-by-Linear Association 1,813 1 ,178
N of Valid Cases 51

a. 6 cells (60,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,24.

Symmetric Measures

Value Approx. Sig.

Phi ,282 ,399


Nominal by Nominal
Cramer's V ,282 ,399

88
N of Valid Cases 51

a. Not assuming the null hypothesis.

b. Using the asymptotic standard error assuming the null hypothesis.

89

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