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Fundamentos de Enfermagem

AJUDA E ADAPTAÇÃO NOS AUTOCUIDADOS DA


PESSOA: RESPIRAÇÃO/VENTILAÇÃO

TIAGO ALVES
1º Ano – 2023/2024
SUMÁRIO

Revisão da anatomia e fisiologia pulmonar 3h


Padrão respiratório e alterações no funcionamento respiratório
Cuidados de enfermagem à pessoa com alterações da respiração/ventilação: 5h
✓ Posicionamento
✓ Técnicas de tosse eficaz
✓ Técnica de aspiração de secreções (orofaringe e nasofaringe)
✓ Inaloterapia
✓ Oxigenoterpia
Revisão da anatomia e fisiologia pulmonar
Estrutura e Função

• Função de limpeza, filtragem e humidificação do ar

• Respiração
Estrutura e Função
PLEURA

• Parietal (em contacto com a caixa torácica);


• Visceral (em contacto com os pulmões);
• Cavidade pleural (espaço virtual entre membranas);
• Líquido Pleural (segregado pela parietal):
✓ Lubrificante
✓ Permite o deslizamento–evita atrito
✓ Mantém as membranas juntas – pressão
intrapelural – evita o colapso pulmonar
Estrutura e Função
• Ventilação: Entrada e saída do ar – processo através do
qual os pulmões fornecem ar fresco aos alvéolos

• Respiração: Trocas gasosas


Estrutura e Função
Ventilação
Para a ventilação é necessário:
• Funcionamento dos músculos da respiração
• Diferença de pressão entre o ar ambiente
(pressão atmosférica) e o ar alveolar
(pressão intrapulmonar)
• O musculo importante na ventilação é o
diafragma
Estrutura e Função
Músculos da Ventilação
Inspiração:
• Diafragma
• Intercostais externos
• Músculos acessórios – inspiração forçada ou esforço
ventilatório - Esternocleidomastóideo, os Escalenos
(Anterior, Médio e Posterior), o Peitoral Menor e o
Serrátil Anterior – elevam a grade costal, aumentando o
volume do ápice do pulmão
Expiração – passiva
• Expiração forçada – intercostais internos e músculos
abdominais
Estrutura e Função
Músculos da Ventilação

• A ventilação é regulada pelo sistema nervoso central


• Os músculos da ventilação são inervados por fibras nervosas das medulas cervical e
torácica
• O diafragma (principal músculo da respiração) é inervado pelo nervo frénico
Estrutura e Função
Diferenças de Pressão

• Para acontecer a ventilação é essencial que haja diferença de pressão entre a parte
externa (ar ambiente) e interna (alvéolos pulmonares) - a pressão atmosférica e a
pressão alveolar (ou intrapulmonar).
• O movimento dos gases ocorre sempre de um meio de maior pressão para outro de
menor pressão.
Estrutura e Função
Diferenças de Pressão

Inspiração:
• Os músculos inspiratórios aumentam o volume da caixa
torácica, os pulmões expandem-se e a pressão no seu
interior diminui, ficando menor do que a pressão
atmosférica e o ar entra nos pulmões.
• Os pulmões apresentam pressão negativa (menor do
que a pressão atmosférica) e o ar ambiente apresenta
pressão positiva (maior do que a
pressão intrapulmonar) e por este motivo o ar
consegue entrar nos pulmões
Estrutura e Função
Diferenças de Pressão

Expiração:
• A retração do tecido pulmonar diminui o volume
da caixa torácica, os pulmões retraem e a pressão
em seu interior aumenta, ficando maior do que a
pressão atmosférica e o ar sai dos pulmões.
• O pulmões apresentam pressão positiva (maior do que
a pressão atmosférica) e o ar ambiente apresenta
pressão negativa (menor do que a pressão
intrapulmonar) e por este motivo o ar consegue sair
dos pulmões.
Estrutura e Função
Estrutura alveolar
Estrutura e Função
Membrana Respiratória
Estrutura e Função
Difusão Pulmonar

• Processo pelo qual os gases são permutados através da membrana respiratória do


alvéolo para o sangue
• A quantidade de gás em cada permuta depende da pressão parcial de cada gás
• Gradiente de pressão - sempre movendo de uma área de maior pressão para uma
área de menor pressão
Estrutura e Função
Difusão Pulmonar

• A saturação de hemoglobina diminui quando a PO2 ou o pH diminui, ou se a


temperatura aumenta.
• Estes fatores aumentam a necessidade de entrega de oxigênio para os tecidos.
• A Hemoglobina é usualmente 98% saturada com oxigênio
Estrutura e Função
Volumes Pulmonares
• Volume Corrente (VC)
✓ Volume de ar inspirado (500ml);

• Reserva Inspiratória (VRI)


✓ Volume máximo de ar inspirado após uma inspiração normal;

• Reserva Expiratória (VRE)


✓ Volume máximo de ar expirado após uma expiração normal;

• Capacidade Vital
✓ VC + VRI + VRE
Estrutura e Função
Volumes Pulmonares
• Volume Residual
✓ Volume de ar que se encontra nos pulmões após uma expiração forçada;
• Volume de Espaço Morto
✓ Ar que se encontra nas vias respiratórias mas não participa nas trocas gasosas;
• Capacidade Pulmonar Total
✓ Capacidade Vital + Volume Residual
Padrão respiratório e alterações no funcionamento
respiratório
Padrão respiratório normal
• Eupneia (NORMAL) – avaliação em repouso
• 16 a 20 ciclos/minuto
• Respiração rítmica, mista, superficial, sem esforço
Alterações no funcionamento respiratório
FUNÇÃO RESPIRATÓRIA ALTERADA:
• Hiperventilação
• Hipoventilação
• Hipóxia
Alterações no funcionamento respiratório
Hiperventilação
• Aumento da frequência respiratória, que resulta na libertação excessiva de CO2
• Causas possíveis: infeções, ansiedade, alguns fármacos, desequilíbrio ácido-base, etc
✓ A febre causa hiperventilação – por cada 1ºC de aumento da temperatura, a taxa
metabólica aumenta 7%, levando a maior excreção de CO2, o que clinicamente se
traduz num aumento da frequência e da profundidade da respiração
Alterações no funcionamento respiratório
Hiperventilação

• Sinais e sintomas: taquicardia, dispneia, dor torácica, tonturas, desmaio,


concentração diminuída, parestesias, perda de sensação nas extremidade, zumbido, visão
enevoada, desorientação, …

• https://www.youtube.com/watch?v=b6rU1yBXHv8
Alterações no funcionamento respiratório
Hipoventilação
• Ocorre quando a ventilação não é adequada para satisfazer as necessidades orgânicas de
O2 ou para eliminar o CO2
• Diminui a ventilação e aumenta a PaCO2 (Pressão arterial de CO2)
• Nas pessoas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) – que apresentam níveis
de PaCO2 cronicamente elevados – deve ter-se em atenção à administração em excesso
de O2, pois pode causar hipoventilação
Alterações no funcionamento respiratório
Hipoventilação

• Sinais e sintomas: tonturas, cefaleias, letargia, desorientação, disritmias


cardíacas, paragem cardíaca,…
Alterações no funcionamento respiratório
Hipóxia

• Oxigenação inadequada dos tecidos a nível celular


• Resulta de uma deficiência de aporte de O2 ou de utilização de O2 a nível celular
Tipos de respiração patológicos
Tipos de respiração patológicos

• Cheyne-Stokes – lesões severas dos centros respiratórios


Respiração Cheyne- Stokes (youtube.com)

• Kussmaul – respiração anormalmente profunda (acidose metabólica)


Respiração de Kussmaul - YouTube

• Biot–respiração intermitente, hipertensão cerebral


https://www.youtube.com/watch?v=3iITIcZTPks

• Agónica – antes da morte, lesões dos centros respiratórios, anterior a PCR


https://www.youtube.com/watch?v=T85vd3CBs04
Sons Respiratórios
Sons respiratórios alterados:

• Roncos - são ruídos em ruflar (referidos como gargarejos), graves, intensos, e contínuos, audíveis na
inspiração e na expiração. São produzidos, normalmente, pelo estreitamento da via aérea por
secreções.
• Sibilos – são sons de característica musical (assobio) contínuos, que podem ocorrer tanto na
inspiração quanto na expiração. São mais comuns na fase expiratória. Resultam da obstrução
acentuada ao fluxo aéreo (vias estreitadas ou parcialmente obstruídas)
Sons Respiratórios
Sons respiratórios alterados:

• Estridor - ruídos discretos que resultam da abertura retardada das vias aéreas desinsufladas. São sons
descontínuos e gerados, durante a inspiração, pela abertura súbita de pequenas vias aéreas até então
fechadas e, na expiração, pelo fechamento das mesmas. Eles têm som similar ao atrito de fios cabelo
próximo ao ouvido e podem desaparecer com a tosse, quando não estão associados a doença pulmonar
significativa.
• Crepitantes – sons em rangido, ouvidos mais na inspiração do que na expiração. Resulta da fricção das
pleuras visceral e parietal entre si e podem ser ouvidos em casos de derrame pleural, pneumotórax ou
pleurisia

• https://www.youtube.com/watch?v=IEmtZkh9wjk
Outras alterações na ventilação - respiração

• Tosse (Produtiva/Irritativa)
• Expetoração
✓ Serosa
✓ Purulenta
✓ Hemoptoica
✓ Mucosa
Outras alterações na ventilação - respiração

Doenças Pulmonares Restritivas (limitação à expansão total dos pulmões)


• As que se caracterizam por uma diminuição da expansão dos pulmões com diminuição da capacidade
pulmonar com perda da área de trocas gasosas
• Ex.: Pneumonia, …

Doenças Pulmonares Obstrutiva


• Limitação ao fluxo aéreo expiratório (obstrução à passagem do ar)
• Ex.: enfisema, bronquite, asma,…
Cuidados de enfermagem à pessoa com alterações
da respiração/ventilação

• Existem um conjunto de intervenções de enfermagem que promovem uma melhor ventilação


e podem ser facilitadoras de uma melhor respiração
• A via área está mais permeável quando as vias aéreas estão desobstruídas.
• 3 tipos de intervenção de enfermagem:
✓ Técnica de tosse
✓ Aspiração de secreções
✓ Inserção de via aérea artificial
Posicionamento promotor da ventilação
Posicionamento em Fowler (90º) e semi-Fowler (45º)

• Permite uma otimização da expansão da caixa torácica e,


consequentemente, uma melhor ventilação
• Comprovado por vários estudos como o posicionamento
mais eficaz em doentes com comprometimento das vias
aéreas
• Para a execução das restantes técnicas de enfermagem
promotoras da ventilação é conveniente que o paciente
esteja posicionado em Fowler, se não for possível, em
semi-fowler
Posicionamento promotor da ventilação
Posição de Fowler (90º)

• Colocar o utente em Decúbito Dorsal (vão aprender nas


aulas sobre posicionamentos)
• Elevar a cabeceira do leito a 90º
• Indicações: doentes com dispneia, alimentação, após
algumas cirurgias
Posicionamento promotor da ventilação
Posição de Semi - Fowler (45º)

• Colocar o utente em Decúbito Dorsal (vão aprender nos


posicionamentos)
• Elevar a cabeceira do leito a 45º-60º
• Indicações: doentes com dispneia, doentes com risco de
aspiração,…
Técnicas de tosse eficaz
• Tosse = mantém a permeabilidade da via aérea pela remoção das secreções das vias aéreas
superiores e inferiores
• Como avaliar a eficácia da tosse:
o Pela expetoração eliminada
o Pela afirmação do doente da expetoração deglutida
o Pela eliminação dos ruídos pulmonares
• Os utentes com doenças pulmonares devem ser incentivados a tossir de forma eficaz, pelo
menos, de 2 em 2 horas
Técnicas de tosse eficaz
TOSSE EM CASCATA OU CONTROLADA

• Promove a limpeza das vias aéreas - Desobstrução das


vias aéreas
• Técnica:
1. Posicionar/Solicitar posição em Fowler
2. Inspiração longa e profunda - 2 segundos - Com
contração dos músculos expiratórios
3. Abrir a boca - Tossir repetidamente ao longo da
expiração
• Ensinar/Instruir/Treinar
Técnicas de tosse eficaz

• Existem outras técnicas de tosse eficaz, como a assistida, que não abordaremos
Técnica de aspiração de secreções oro e nasofaríngea

• Perante a incapacidade de limpar/eliminar eficazmente as secreções das vias aéreas


superiores através da tosse, inicia-se a aspiração de secreções:
✓ Aspiração orofaríngea e nasofaríngea (norma limpa)
✓ Aspiração oro traqueal e naso traqueal (norma assética)
✓ Aspiração traqueal (traqueostomias) (norma assética)
• A aspiração de secreções é decidida pela avaliação clínica do enfermeiro. Não existe
evidência que a aspiração de secreções por rotina (1h/1h, 2h/2h) produza benefícios
para o utente
Técnica de aspiração de secreções oro e nasofaríngea
Técnica de aspiração de secreções oro e nasofaríngea
Técnica de aspiração de secreções oro e nasofaríngea
Técnica de aspiração de secreções oro e nasofaríngea
Outras orientações para a execução (Paulino, Tareco e Rojão, 2007):
• Uma pressão de aspiração excessiva pode dar origem a hipóxia ou a traumatismo das
mucosas
• Pressão de aspiração ótima:
✓ Crianças com menos de 1 ano–60-80mmHg
✓ Crianças de 1 a 8 anos–80-120 mmHg
✓ Adultos–120-150 mmHg
✓ Idosos com mais de 75 anos–80-120º mmHg
Técnica de aspiração de secreções oro e nasofaríngea
Técnica de aspiração de secreções oro e nasofaríngea

• Sonda de aspiração com recetáculo para colheita de secreções respiratórias


Técnica de aspiração de secreções oro e nasofaríngea
Técnica de aspiração de secreções oro e nasofaríngea
Técnica de aspiração de secreções oro e nasofaríngea
Técnica de aspiração de secreções oro e nasofaríngea
Técnica de aspiração de secreções oro e nasofaríngea
Técnica de aspiração de secreções oro e nasofaríngea

Limpeza das vias aéreas


comprometida (ineficaz)
Técnica de aspiração de secreções oro e nasofaríngea

Vídeos explicativos

• Aspiração de vias aéreas superiores (youtube.com)

• Domicilio - Aspiração de vias aéreas superiores (youtube.com)


Inaloterapia
CONCEITOS IMPORTANTES

• Hidratação: uma hidratação adequada facilita a limpeza mucociliar, o mecanismo natural do


corpo para remover muco e detritos celulares do trato respiratório.
✓ Quando a hidratação é adequada, as secreções são finas, brancas, aquosas
e facilmente removíveis.
✓ Humidificação das vias aéreas é importante para uma melhor ventilação
Inaloterapia
Nebulização

• Utiliza o princípio de aerossol para suspender o maior número de gotas ou partículas de


água do tamanho desejado no ar inspirado.
✓ A humidade acrescentada no sistema respiratório por nebulização melhora a limpeza, e
é frequentemente utilizada na administração de broncodilatadores (promovem a
dilatação brônquica) e mucolíticos (auxiliam a eliminação do muco).

• Aerossol é a designação dada a pequenas partículas de um líquido ou sólido que estão em


suspensão no ar na forma de um gás
Inaloterapia
Inaloterapia
Inaloterapia
Inaloterapia
Inaloterapia
Inaloterapia
Fármacos mais utilizados para inaloterapia - EXEMPLOS

• Soro Fisiológico - humidificação


• BROMETO DE IPRATRÓPIO - Atrovent® - broncodilatador
• SALBUTAMOL - Ventilan® - broncodilatador
• BUDESONIDA - Pulmicort® - corticosteroide
• AMBROXOL - Fluibron® - mucolítico
Inaloterapia
Como preparar a inaloterapia

• Copo graduado
o Colocar a medicação e acrescentar SF até ao máximo do recipiente.
o Colocar apenas SF até ao máximo do recipiente.
o Não acrescentar SF no recipiente para repor níveis–substituir
Inaloterapia
Inaloterapia
Inaloterapia
Inaloterapia
Inaloterapia

Vídeo demonstrativo:
• https://www.youtube.com/watch?v=ulyqk7P874o
Oxigenoterapia

• A oxigenoterapia é um método através do qual se enriquece em O2 o ar inspirado.


• O objetivo da oxigenoterapia é evitar ou aliviar a hipóxia.
Controlo da respiração- Centro respiratório
Controlo da respiração
Controlo da respiração
Processo de enfermagem

PH 7.35 – 7.45
PaCo2 38 – 42 mmHg
PaO2 80 –100 mmHg
HCO3 24 – 30 mEq/l
SatO2 96% ou acima
Oxigenoterapia
A necessidade de O2 é baseada em três aspetos:

• Monitorização de sinais e sintomas de hipoxémia (ex. confusão ou alteração


da consciência, cianose, taquipneia, taquicardia e diaforese, …)

• Valores de saturação de O2 (se inferior a 95% estão alterados)–valores periféricos

• Valores de gasimetria arterial (PO2 = 80 A 100 mmHg) valores sistémicos (Intervenção


interdependente ou médica)
Oxigenoterapia

Kit de gasimetria
Oxímetro
Oxigenoterapia

Indicações para a administração de oxigenoterapia:

• O2 reduzido no sangue arterial


• Obstrução da via aérea
• Edema pulmonar
• Falência respiratória aguda
• Insuficiência respiratória aguda
• Distúrbios cardíacos
• Distúrbios metabólicos
• Crises convulsivas
• Choque
Oxigenoterapia

MANIFESTAÇÕES CLINICAS DA INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA:

• Alterações do estado de consciência (desde a agitação à sonolência)


• Aumento do trabalho respiratório
✓ adejo nasal
✓ taquipneia
✓ uso dos músculos acessórios
✓ respiração paradoxal
✓ tiragem
Oxigenoterapia

MANIFESTAÇÕES CLINICAS DA INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA:

• Cianose dos lábios e das extremidades


• Sudorese
• Taquicardia
• Hipertensão
Oxigenoterapia

AVALIAÇÃO INICIAL

• A avaliação respiratória constitui parte vital dos cuidados de saúde;


• Uma avaliação completa do estado respiratório do paciente deve ser realizada no
momento de admissão no hospital;
• As principais componentes da avaliação respiratória são:
✓ História clínica;
✓ Exame físico;
✓ Resultados dos exames
✓ laboratoriais e de diagnóstico
Oxigenoterapia

HISTÓRIA CLÍNICA

• Dispneia
• Tosse e expetoração
• Hemoptise
• Dor
• Fatores de alívio e agravamento
• História pregressa
• Fatores ambientais
Oxigenoterapia
EXAME FÍSICO
• AVALIAÇÃO DOS SINAIS DE INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA:
• Cor da pele e mucosas
• Frequência respiratória
• Movimentos torácicos
• Configuração da parede torácica

Presença de sinais de hipoxémia Presença dos sinais de hipercapnia


• taquicardia • hipertensão
• taquipneia • cefaleias
• cianose • agitação
• agitação • convulsões
• confusão • coma
Oxigenoterapia

RESULTADOS LABORATORIAIS E DE DIAGNÓSTICO

• Exame da expectoração
• Exame cultural do exame faríngeo
• Hemograma
• Gasimetria arterial
• Oximetria periférica
• Rx toráx
• Broncoscopia
• Torococentese
Oxigenoterapia

• Nos doentes com DPOC, a oxigenoterapia pode levar a depressão do centro respiratório,
causada por uma subida brusca da PaO2, uma vez que necessitam do estímulo da
hipoxémia a nível cerebral para manter a função respiratória - nestes utentes a
oxigenoterapia deve ser de baixo fluxo
Oxigenoterapia

A oxigenoterapia pode ser efetuada através de :


• Baixo fluxo
✓ Máscara facial (permite maior
concentração de O2)
✓ Cateter nasal/óculos nasais (permite
menor concentração de O2)
• Alto fluxo
✓ Máscara de venturi
✓ Máscara de alto débito (de Hudson)
Oxigenoterapia

• O calibre do cateter nasal e o tamanho da máscara devem ser selecionados


de acordo as características da narina do utente e a idade, para ficarem bem
adaptados ás vias aéreas superiores.
Oxigenoterapia

Máscara facial

• Acompanha a cavidade oral e nasal e cria uma via


aérea suplementar de acumulação de O2;
• Os orifícios nos lados da máscara permitem a entrada de
ambiente;
• Fluxo de O2 de 1 a 12 l/m;
• O FiO2 é variável (40 a 65%), depende do fluxo, da
frequência respiratória ou do padrão respiratório
• Pode causar sensação de claustrofobia
Oxigenoterapia

Cateter nasal

• FiO2 de 25 a 45%
• Fluxo de 1 até 4L/min
• Sem reinalação
• Vantagens: fácil colocação, permite que o doente
converse e se alimente
• Problemas: fluxo inexato, irritação cutânea, fugas de O2
• Contra-indicada em indivíduos que tenham respiração
predominantemente oral
Oxigenoterapia

Máscara de Venturi

• Indicação maior quando é necessário controlar de


forma fina a FIO2–DPOC.
• Oferece fiO2 de 24, 28, 31, 35, 40 e 50% de
acordo com a válvula
• Fluxo de O 2: 4 a 15L/min
• Desvantagem: não pode ser usada para
prescrição domiciliar devido ao alto fluxo
utilizado (no mínimo 4 l/min), dificulta a
comunicação e a alimentação
Oxigenoterapia

Máscara de alto débito

• Acompanha a cavidade oral e nasal com um


reservatório que se destina a manter uma elevada
concentração de O2
• Fluxo de O2 de 6 a 15l/min
• A % de O2 é variável (60 a 90%) consoante a frequência
respiratória, padrão respiratório e do fluxo necessário
para manter o reservatório insuflado
Oxigenoterapia
Máscara de Venturi

Litros/Min FiO2 (%)


2 24
4 28
6 31
8 35
10 40
15 60
Oxigenoterapia

RESULTADOS LABORATORIAIS E DE DIAGNÓSTICO

• A toxicidade do O2 é induzida, potencialmente letal e


depende da duração da administração e dosagem
• O O2 e outros gases comprimidos são secos, pelo que
devem ser humidificados, de forma a prevenir a secura
da mucosa oral e retenção de secreções
• Todo o sistema de oxigenoterapia deve ser substituído de
doente para doente e diariamente, para prevenir infeção
Oxigenoterapia

• O O2 é uma droga.
• É caro e pode ter efeitos secundários perigosos.
• A administração contínua de O2 deve ser monitorizada e confirmada

• Precauções de segurança:
✓ Gás altamente combustível –evitar contacto com fontes
facilmente inflamáveis (ex. tabaco, algum material elétrico
Oxigenoterapia

RESULTADOS LABORATORIAIS E DE DIAGNÓSTICO

Fornecimento de O2:
• Fornecido à cabeceira do utente por balas de O2 ou por um
sistema de canalização permanente.
• Os reguladores são utilizados para controlar o volume de O2
fornecido ao utente
✓ Manómetro com válvula
✓ Indicador cilíndrico
Quiz
Qual é a opção mais adequada de material para administrar oxigenoterapia a um doente que
requer uma alta concentração de oxigênio?

Opções de Resposta:
A) Cateter nasal
B) Máscara de reservatório de oxigênio (máscara de não-reinalação)
C) Máscara de oxigênio simples
D) Nenhuma das anteriores
Quiz
Um doente tem que ser transferido da emergência para a unidade de cuidados intensivos. O
tempo de transporte demora 8-10 minutos. O doente vai transferido com máscara de Hudson,
com fluxo de oxigénio a 15l/min. Considerando que a bala de oxigénio é de 3L e a pressão no
manómetro aberto é de 100 BAR, será que o oxigénio da bala é suficiente para o transporte?

Opções de Resposta:
A) SIM
B) Não
Oxigenoterapia
Oxigenoterapia
Oxigenoterapia
Oxigenoterapia
Oxigenoterapia
Oxigenoterapia
Oxigenoterapia
• CATETER NASAL OU MÁSCARA SIMPLES OU VENTURI–procedimento
Oxigenoterapia
• CATETER NASAL OU MÁSCARA SIMPLES OU VENTURI–procedimento
Oxigenoterapia
Oxigenoterapia
• CATETER NASAL OU MÁSCARA SIMPLES OU VENTURI–procedimento
Oxigenoterapia

Vídeos explicativos:
• Cânula nasal -
o https://www.youtube.com/watch?v=uYD3drWdvBo&t=16s
• Máscara de venturi -
o https://www.youtube.com/watch?v=gYKTJu3BOoA
Casos Práticos - 1

• O Senhor Manuel tem 57 anos, está consciente e orientado e é autónomo nas atividades
básicas e instrumentais de vida diária. É fumador desde a adolescência, fuma cerca de
40 cigarros/dia. Está internado com o diagnóstico de infeção respiratória.
• Ao exame físico apresenta: FR=24 ciclos/minuto, arrítmica, mista, superficial e sem esforço;
tosse muito produtiva (expetoração espessa e esverdeada), dores de garganta e no corpo,
fadiga e febre. Tem dificuldade em mobilizar as secreções e promover a limpeza das vias
aéreas
1. Investigação/Avaliação Inicial (que dados são importantes?)
2. Diagnóstico (de enfermagem)
3. Planeamento (intervenções e atividades de enfermagem)
4. Implementação
5. Avaliação
Casos Práticos - 2

• A Dª Maria tem 86 anos, está consciente e desorientada e é totalmente dependente nas


atividades básicas e instrumentais de vida diária. Está acamada há cerca de 2 anos.
Está internada com o diagnóstico de pneumonia adquirida na comunidade.
• Ao exame físico apresenta: FR=14 ciclos/minuto, arrítmica, abdominal, profunda e com
esforço; à auscultação apresenta roncos bilaterais. Apresenta expetoração purulenta, mas
não consegue mobilizá-la.

1. Investigação/Avaliação Inicial (que dados são importantes?)


2. Diagnóstico (de enfermagem)
3. Planeamento (intervenções e atividades de enfermagem)
4. Implementação
5. Avaliação
Casos Práticos - 3

• O João tem 18 anos, é fumador e não tem mais antecedentes de saúde relevantes. Está
internado com diagnóstico de pneumotórax espontâneo.
• Ao exame físico apresenta: dispneia; dor torácica e SO2=89%

1. Investigação/Avaliação Inicial (que dados são importantes?)


2. Diagnóstico (de enfermagem)
3. Planeamento (intervenções e atividades de enfermagem)
4. Implementação
5. Avaliação
Bibliografia

• Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). (2011). Manual de normas de Enfermagem.


• Potter, P. & Perry, A. G. (2006). Fundamentos de Enfermagem: Conceitos e Procedimentos. (5ª ed.).
Loures: Lusociência.
• Paulino, C; Tareco, I. e Rojão, M. (2007). Técnicas e Procedimentos em Enfermagem. (3ª ed.). Coimbra:
Formasau
OBRIGADO

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