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Edson Ricardo Barbero
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Estratégia e Análise
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Competitiva no Varejo
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Piracicaba | Pecege
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2019
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© 2019 PECEGE
Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução desde que citada a
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fonte.
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são dos autores.
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Organizadores M
Daniela Flôres
Joze Aparecida Mariano Correa
Marcos Roberto Luppe
Maria Cecília Perantoni Fuchs Ferraz
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Revisão
Fernanda Latanze Mendes Rodrigues
Layane Rodrigues Vieira
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B234e
Barbero, Edson Ricardo
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Série didática
ISBN 978-85-92582-07-4
1. Adminstração de empresas
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CDD: 658
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Prefácio
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Prezado(a) aluno(a),
Al
cursos.
Bons estudos!!
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Equipe Pecege
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sobre o autor
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Edson Ricardo Barbero
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Possui Graduação em Engenharia de Produção (1999), Mestrado (2003) e Doutorado (2008) em
Administração pela Universidade de São Paulo, tendo se graduado, em tais níveis, sempre entre os melhores
alunos de sua turma. Obteve diversos certificados de universidades estrangeiras. Possui publicações nacionais
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Hospital Israelita Albert Einstein, Função Dom Cabral, Ibmec e da Saint Paul Escola de Negócios. No campo
das ações executivas foi Gerente Executivo Sênior da Marco Consultants, empresa atuante em 10 países entre
América e Ásia (atuou como consultor em empresas como LG, Google, Intel, Samsung, JLR, Cherry, Dell
eA
...). Foi sócio da Praxian Business and Marketing Specialists (atuando especialmente com médias empresas).
Atuou como colaborador na SAP e Siemens. Atualmente, trabalha como consultor sênior da Rede Evolue,
iniciativa da FIA para médias empresas. Membro do Conselho de Curadores da FECAP, tendo sido eleito
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por unanimidade pelo Conselho Universitário e é o segundo professor da história da FECAP a ocupar este
posto, ao lado de três ex-ministros de estado e outras pessoas de destaque na sociedade. É coordenador do
Projeto “Fecap Futuro”, que produzirá o Planejamento Estratégico da fundação para o período de 2020-2030.
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Sumário
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formulação de Estratégias 19
em um ambiente disruptivo 40
5. Referências 42
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Pode me dizer, por favor, qual
caminho devo seguir daqui?
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- Claro - disse o gato - mas
isso depende bastante de onde
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a senhora quer chegar.
- Não sei claramente onde
quero chegar - disse Alice.
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- Nesse caso, pouco importa o
caminho! - replicou o gato.
o
Lewis Carrol, Alice no País das Maravilhas
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1. O que é Estratégia, afinal?
M
T odos nós – organizações, países, pessoas - precisamos de estratégias. Seja para
uma empresa estabelecida, um empreendedor individual ou uma organização
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tema e possa desenvolver suas próprias análises. Notadamente, nosso anseio é que
você compreenda o fenômeno da Estratégia e da Rentabilidade a longo prazo, de
empresas em geral e daquelas atuantes no Varejo, em particular. Em posse desses
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Muito antes de se abrir um negócio de varejo, os dirigentes precisam tomar
algumas decisões estratégicas fundamentais sobre como, essencialmente, sua loja
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se posicionará no mercado competitivo. Em outras palavras, precisam decidir
o que tentam alcançar com sua empresa, quais seus objetivos de longo prazo.
Ainda, devem começar perguntando a si mesmos as seguintes interrogações
5.0
críticas: "Por que um cliente deveria fazer compras em nossa loja e não naquelas
da concorrência? Por que um colaborador talentoso preferiria atuar em nossa
10
empresa ao invés de na concorrência? Por que acionistas prefeririam investir em
nossa empresa?” Apesar de importantes, essas perguntas, centrais na formulação
da estratégia do negócio, são tão enganosamente simples que muitos deixam de
o
fazê-las. Como veremos, as respostas a tais indagações serão melhor respondidas
ed
quando estudarmos as maneiras por meio das quais os profissionais, através da
organização, estão “agregando valor”, no varejo, aos produtos que os fabricantes
criam. Este debate sobre “Agregação de Valor” será central neste contexto.
ac
Antes de aprofundarmos nesse assunto, porém, é importante que iniciemos
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com uma compreensão conceitual. O que é Estratégia, afinal? Em muitas reuniões
de trabalho, em que o objetivo é declarado como “definir a estratégia de nosso
ra
negócio” (ou algo parecido), nota-se que cada pessoa possui uma ideia particular
do que será debatido na reunião. Alguns pensam em desenvolver as projeções de
vendas, ou em elaborar o orçamento anual; Alguns, ainda, imaginam preparar uma
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lista dos valores corporativos mais “qualitativos”; Outros olham o curto prazo e
os problemas imediatos, ou lançam reflexões sobre um futuro mais distante. Não
se pode dizer que estivessem completamente errados, por certo, possuem visões
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você possa entender qual sua ideia central e conceber sua própria visão pessoal
sobre o tema. Henry Mintzberg, importante autor sobre Estratégia, também adota
tal prática, ao buscar respostas em vários autores, sem conceituar o termo sob uma
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Você ganhará muito ao compreender as diversas perspectivas sobre Estratégia, ao
invés de ter uma resposta única. Os melhores executivos não ficam “fechados” em uma
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só visão de mundo, eles conseguem refletir com múltiplos enfoques e ter flexibilidade
mental para adequar suas visões aos diversos contextos. Os piores profissionais, por
outro lado, são aqueles com visão estreita a uma dada interpretação dos fatos.
5.0
A primeira palavra que nos ocorre quando pensamos em Estratégia empresarial
normalmente é “planejamento”, não é mesmo? Muitas empresas implementam
10
periodicamente reuniões para definir suas metas e planos de ação. Há correlação,
evidentemente, entre o ato de elaborar um plano e o conceito de Estratégia. É
o
muito importante que os gestores de uma empresa se reúnam periodicamente para
revisar seus planos. Todavia não é apenas isso. Chamamos de “planejamento” a ação
ed
de pensar - de modo tipicamente metódico e com antecipação – as ações futuras
de uma empresa, pessoa, país etc. É no chamado “Planejamento Estratégico”
ac
que, frequentemente, se determinam, em muitas empresas, os objetivos de longo
prazo, que se desenvolvem análises a respeito dos mercados e concorrentes,
M
e que se definem os projetos estratégicos que a organização implementará. Mas
todas as estratégias são construídas desse modo? Em um planejamento estratégico
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elaboram-se, efetivamente, estratégias? Ou apenas se fazem análises pouco
criativas e perspicazes? Adiante, discutirei um pouco mais sobre este problema de
eventualmente uma empresa ter “planejamento”, mas não ter “Estratégia”.
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Assim, apesar de sua importância, é equivocado dizer que seria apenas por meio
de ações sistemáticas de avaliação do ambiente e determinação de metas que se
lca
soube responder com exatidão. Mintzberg escreveu certa vez um artigo intitulado
"A queda e ascensão do planejamento estratégico", no qual argumenta que o
planejamento estratégico não é a panaceia da elaboração de estratégias, mas estaria até
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Veja o quadro “Planos ou Sonhos?” Para uma reflexão sobre este assunto.
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Sonhos ou Planos? Prefira (e equilibre) ambos
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Falar sobre estratégia é também discorrer sobre elaboração de planos.
Não que toda política de negócios, necessariamente, seja oriunda de planos
formais e detalhadamente estruturados. Em nosso mundo de varejo, por
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exemplo, percebemos que muitas vezes o mercado é tão instável que a
formulação de planos minuciosos é pouco efetiva. Tudo muda! Apesar
o1
disso, desconheço empresas bem-sucedidas que não possuam bons planos
e visão de futuro. Agora, o que faz um plano ser de boa qualidade?
ed
Você elabora muitos planos pessoais e profissionais. Sua empresa articula
programas de desenvolvimento de produtos, de operações, financeiro etc.
ac
Grande parte da teoria sobre gestão delineia a configuração de planos: são
muitas técnicas, ferramentas e modelos. Indico neste espaço algumas das
M
características de bons planos estratégicos. Para tanto, comparo planos
com sonhos. Não, não farei discurso estilo autoajuda! Nem caracterizarei
os sonhos como totalmente ruins (irreais, improdutivos). Ao tecer
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preciso identificar quais são seus públicos e escrevê-los de modo que todos
os compreendam e internalizem. Um plano que não for bem comunicado –
mesmo com ideias excelentes – não será “comprado” pela empresa.
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têm visões de futuro energizantes e fazem a diferença no mundo. Tamara
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Erickson, docente da Harvard Business School, disse que o “significado” é
nossa nova moeda. Segundo ela, devemos reverter a maré - radicalizada nas
5.0
últimas décadas - de somente se trabalhar por dinheiro. No Brasil ainda há a
fantasia de sermos “ricos inúteis” ao ganhar na Megasena. Devemos bradar:
queremos ser ricos, sim, mas desejamos ser úteis à sociedade! Os planos,
10
portanto, não podem ser apenas rituais burocráticos, devem alimentar-se de
grandes sonhos.
o
Uma das características mais negativas dos sonhos é que são
despreocupados com a realidade e seus limites. Quando, no universo
ed
corporativo, ouvimos “você é um sonhador” normalmente nosso interlocutor
está fazendo uma crítica a nosso irrealismo. De fato, não é eficiente
ac
desenvolver planos natimortos. Certa vez, em um projeto de consultoria,
ouvi que a empresa desejaria ser líder de seu mercado em dois anos. Naquele
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momento, mesmo sem planos audaciosos e inovadores, detinha 4% do
mercado e não previa fortes investimentos. Para quê? Frustrar as equipes?
Um bom plano não se refere somente a estabelecer metas ousadas. É preciso
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Como veremos neste texto, Estratégia é muito mais que determinar metas
(embora isso também seja importante). Estratégia significa a forma por meio
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da qual acreditamos que seremos vencedores no jogo dos negócios. Como
superamos nossos rivais? Em que somos diferentes? Qual a essência de nossa
5.0
agregação de valor? Você está preparado para ser um estrategista? Muitas vezes,
escutamos: o importante é trabalharmos o dia a dia! Não dá para prever o futuro
10
em nosso ramo de varejo! Será que esta é a melhor forma de gerenciarmos uma
companhia? Você tem certeza de que sua empresa possui uma Estratégia?
o
Veja algumas passagens comuns: “Nossa estratégia é ser o concorrente de menor
ed
custo” ou “Prestaremos um serviço inigualável ao cliente”. Essas declarações não
são estratégias, mas apenas alguns de seus elementos. Como a palavra “estratégia”
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é abstrata, normalmente não se tem clareza de qual seria seu resultado final. Fica a
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indagação: Apenas a afirmação de que uma empresa, por exemplo, está buscando
uma "estratégia de menor custo" ajudaria os gestores a estabelecer prioridades?
Estratégia é o modo como uma empresa pretende atingir seus objetivos de longo
ra
prazo. Sem uma estratégia, os recursos de uma empresa são mal aproveitados,
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porque os gerentes de nível médio tenderão a preencher o vazio com suas próprias
diretrizes - muitas vezes restritas e “interesseiras” - sobre o negócio. O resultado
será um apanhado desorganizado de iniciativas. Como, então, definir uma estratégia
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que gere direcionamento à empresa? Ela deve responder, ao menos, três perguntas:
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Escopo de atuação
Em qual espaço competiremos? Uma das escolhas centrais refere-se ao espaço
em que se competirá. Isto remonta à famosa instigação de Peter Drucker: "Qual é
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nosso negócio?" A resposta, contudo, não deve ser somente um rol de generalidades
como "Vamos atuar em venda de eletroeletrônicos." Ao determinar o escopo de
negócios, é importante ser o mais específico possível. O estrategista deve indicar
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o quanto dará ênfase a cada produto e mercado. Alguns segmentos podem ser
centrais, outros podem ser necessários apenas para fins defensivos à concorrência.
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Valor percebido pelo cliente: Como agregaremos valor?
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Uma estratégia empresarial deve conter, com precisão, quais diferenciais os
produtos e serviços de uma empresa terão. Uma das questões chave da estratégia é,
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portanto, não apenas onde a empresa atuará, mas também a forma como vai vencer
no mercado e se diferenciar. O professor Michel Porter, da Harvard Business School,
10
dizia que Strategy is about being Different. Isso exige que os executivos façam escolhas
conscientes sobre quais armas serão utilizadas. Se a alta administração não criar uma
distinção única, a empresa acabará por tentar, erroneamente, a busca simultânea de
o
um conjunto de diferenciais demasiadamente amplo e desfocado. Em essência, a
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raridade daquilo que você vende – e de como você o faz – é essencial para o sucesso.
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Lógica econômica
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Como geraremos retornos sustentáveis? Uma Estratégia deve conter uma
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imagem clara de como os lucros serão gerados - não apenas os lucros contábeis, mas
também aqueles acima do custo de capital. Não é suficiente, portanto, vagamente
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Apple não se distingue apenas por possuir produtos com diferenciação aos olhos
de seu segmento-alvo. Ela também atrai clientes que passam a transacionar em
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um ecossistema (Itunes, Apple Store, Apple TV, etc.) em que há constante fluxo
de receitas e, sobretudo, no qual o consumidor tem menor poder de barganha.
Isto é, se deseja utilizar seus equipamentos em alto nível, terá também de adquirir
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Estas reflexões – escopo de atuação, agregação de valor e lógica econômica
– são centrais para a Estratégia. Apesar disso, infelizmente, em boa parte dos
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espera dos executivos é que sejam “estratégicos” o tempo inteiro, não apenas uma
vez ao ano! Estratégias atualmente podem ser definidas por meio de mecanismos
mais adaptativos e emergentes diante da dinâmica dos mercados. Estratégia não se
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refere apenas a planejar, mas também a adaptar. Veja o quadro sobre Adaptação e
pense a respeito: Como o varejo atualmente tem de ser adaptável?
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Adapte-se ou morra!
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Muitos conceitos estão ligados ao sucesso de uma empresa. Quero
destacar um dos mais importantes. As companhias prosperaram conforme
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seu grau de adaptação ao ambiente exterior (mercado consumidor, tecnologias
preponderantes, valores humanos etc.). Embora isso pareça óbvio, a rotina
empresarial muitas vezes nos cega ao que se passa lá fora. A canadense
10
BlackBerry já foi dona, na América do Norte, de aproximadamente 50%
do mercado de smartphones, segundo pesquisa Gartner divulgada pelo
jornal Valor Econômico. Em 2007, quando a Apple lançou seu Iphone,
o
dizia-se que tais celulares seriam apenas para uso individual. Depois de
ed
reinar indiscutivelmente, hoje também a Apple é desafiada. No varejo, você,
por certo, pode listar um conjunto de empresas que pereceram por não se
ac
adaptar à nova realidade.
No varejo, como sabido, é muito mais fácil um novo rival ingressar via
e-commerce do que no varejo tradicional em que são necessários vultosos
investimentos em lojas físicas, mão de obra, estoques, etc.
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(3) As modificações tendem a percorrer uma curva “S”, mas há
atualmente muitas variações a este formato. O conceito mais típico em
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evolução ambiental é o conhecido “Ciclo de Vida do Produto”. Semelhante
a um “S”, as novas tecnologias passam tipicamente por uma fase introdutória
em que é necessário superar a inércia do consumidor, e outra de crescimento
05
tipo exponencial quando, além do aumento do mercado, há entrada de
muitos competidores. Contudo, este conceito muitas vezes é superado. Hoje,
as fases de introdução tendem a ser muito curtas e, muitas vezes, os produtos
o1
não atingem a maturidade, sendo, então, renovados com rapidez.
ed
setores. Transformações tecnológicas afetam a natureza central de um negócio.
As empresas de telefonia, por exemplo, tiveram de se adequar e ingressar no
ac
negócio de televisão a cabo devido à convergência de tais mercados. O ingresso
de produtos substitutos, tais como as tecnologias de segurança eletrônica,
ameaça a supremacia das empresas de alocação de mão de obra.
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O executivo, enfim, deve acompanhar a evolução de seu setor com
profundidade. Acostumar-se inflexivelmente com um modo de se fazer
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2. Análise
Competitiva e de Recursos
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para formulação de Estratégias
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A discussão anterior visou a conceituar a ideia de Estratégia. É claro que
este debate não para aqui, pois possui muitas complexidades. Meu objetivo
neste item 2 é conversar com você sobre como fazer uma análise estratégica que
10
efetivamente fundamente a formulação de ótimas estratégias para sua empresa de
varejo. Meu anseio, contudo, não é lhe transmitir aquelas matrizes, como SWOT.
Acho que tais ferramentas, mesmo que úteis, são de fácil entendimento e há uma
o
infinidade de sites que as explicam. A grande maioria dos executivos com quem
ed
trabalho não tem qualquer dúvida sobre os conceitos da matriz BCG ou SWOT.
Muitos, contudo, não conseguem compreender, afinal, como pensar a estratégia
ac
da empresa. Para ajudar em tal pensamento gostaria de ajudá-lo a compreender os
principais alicerces analíticos. M
Para tal, quero começar com uma pergunta: O que leva uma empresa a ser
bem-sucedida a longo prazo? Faço esta indagação porque ela é a mais central
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rentabilidade continuada e outras não? Estou certo de que todas desejam, mas
poucas conseguem. Qual a razão para tal?
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2.1 Análise do Ambiente Externo
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As empresas bem-sucedidas adaptam-se – e muito frequentemente dominam
– o ambiente externo. O ambiente externo pode se caracterizar por dois níveis
5.0
principais. Chamamos o primeiro nível de Macroambiente Externo. Trata-
se daquele mais distante das operações de uma empresa e que atua em diversas
empresas ao mesmo tempo. A cotação do dólar, por exemplo, não incide em uma
10
empresa somente, mas em todas as companhias expostas a ele. O Macroambiente
refere-se, portanto, às variáveis tais como Política Econômica, mudanças sociais ou
tecnológicas. Estas variáveis são aquelas estudadas por Economistas e Sociólogos,
o
por exemplo. Muitas vezes as organizações de mercado, ao desenvolverem estudos
ed
sobre o Macroambiente, organizam a chamada análise PEST (Política, Econômica,
Social e Tecnológica).
ac
Neste ambiente empresarial turbulento em que vivemos, oportunidades e
M
ameaças podem vir de todos os lados, mas são frequentemente não óbvias. Assim,
é preciso atenção não apenas às rotinas da empresa, mas notadamente àquilo que
acontece fora dos muros da empresa. Por exemplo, novas tecnologias podem estar
ra
nascendo nesse exato momento e o uso delas pode ajudar sua empresa de varejo
a atingir novos clientes (social commerce, market places etc.). Do mesmo modo, podem
nta
surgir novas formas de investimento que têm potencial de auxiliar em seu fluxo
de caixa e que podem oportunizar investimentos em melhores equipamentos, por
exemplo. Do mesmo modo, o ambiente exterior pode trazer ameaças. Turbulências
lca
para o caixa. Uma crise em outro país pode afetar diretamente o Brasil.
neste texto. Trata-se daquele mais próximo às operações da empresa, onde estão,
como o próprio nome já profere, nossos competidores, clientes, fornecedores e
outros parceiros de negócios. Um executivo experiente vive intensamente as relações
de seu setor ou ambiente competitivo.
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entre pobreza e riqueza de países e empresas refere-se ao fato de a geração
de riqueza alicerçar-se em “diferenças” empreendedoras. Esse economista
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descreveu o capitalismo como um sistema empresarial impulsionado pelo espírito
empreendedor inovador. Esse também é o âmago do pensamento estratégico: em
5.0
que sou diferente? Não cansarei de retornar a esta pergunta ao longo deste texto.
Uma das questões-chave é, portanto, não apenas onde a empresa atuará (seu escopo,
seu negócio), mas também a forma como vai vencer no mercado. Isso exige que os
10
executivos façam escolhas conscientes sobre quais estratégias serão utilizadas. Se
a alta administração não criar uma distinção única, a empresa acabará por tentar,
erroneamente, em seu dia a dia, a busca simultânea de um conjunto de diferenciais
o
descomedidamente aberto e impreciso. Em essência, a raridade daquilo que se faz é
ed
essencial para o sucesso. Sua empresa possui diferenciais?
ac
A análise das 5 forças de Porter será útil para que você compreenda as “regras
econômicas” de seu setor. Essa análise aferirá as oportunidades e ameaças que
M
advêm do ambiente competitivo em que a companhia está inserida. Ela considera
todo o desempenho médio de um determinado setor (de todas as empresas
atuantes nele). Há setores que são mais lucrativos do que outros (veja a indústria
ra
hoje) e há novos setores que surgem (aplicativos para celular, entre uma infinidade
de outros). Uma empresa, por exemplo, por meio da análise de setores utilizando
das 5 forças, poderá avaliar se irá diversificar-se para um novo ambiente de negócios
lca
Dito isto, como se faz tal estudo de um setor? Se você é responsável em uma equipe
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um setor de lucratividade elevada, assim como o setor farmacêutico, e outros mais.
Por outro lado, há negócios que reconhecidamente são considerados com baixo
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potencial de ganho. Os ramos metalúrgico e de aviação civil, em média, apresentam
amplas dificuldades financeiras. O que explica isso? Por que, afinal, um setor é em
5.0
média mais rentável do que outro?
10
isto é, aquele cujos medicamentos exigem prescrição médica. Essa parte do
compreensivo ramo farmacêutico é diferente do chamado OTC (do inglês “Over the
Counter”). Neste último, os consumidores podem comprar remédios no varejo sem
o
prescrição médica e até mesmo adquiri-los nos autosserviços (gôndola) da farmácia.
ed
Para discutir a alta rentabilidade média de um ramo, falaremos, contudo, do setor
Rx. Esta caracterização elucida, por exemplo, a alta rentabilidade dos medicamentos
ac
Rx voltados à Oncologia.
M
Primeiramente, o setor Farmacêutico Rx é considerado um ramo cuja entrada
de novos rivais é bastante difícil, tendo diversos pré-requisitos para que uma
companhia inicie suas operações. É um setor em que raras empresas possuem
ra
Afora essa dificuldade para o ingresso de novos adversários, outras forças aclaram
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clientes e fornecedores) referem-se às chamadas relações “verticais” da empresa.
Neste nosso exemplo, percebe-se que tais relações são bastante favoráveis ao setor
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farmacêutico. Diremos que esse setor “captura” o valor da empresa.
Dois outros fatores fazem com que a indústria farmacêutica seja, em média,
5.0
muito rentável. Trata-se da menor rivalidade entre os concorrentes estabelecidos.
Por causa das patentes, tipicamente neste setor os adversários não possuem a
10
grande agressividade entre os “players”, peculiar de esferas cujos produtos são mais
simplesmente copiados. Em ramos cujos produtos são mais facilmente plagiados,
uma empresa emula as estratégias da outra, fato que faz com que os concorrentes se
o
tornem bastante agressivos entre si. No entanto, como vimos, no setor farmacêutico
ed
isto não acontece, em geral, quando se trata de produtos patenteados. Por fim,
percebe-se que o ramo aqui exemplificado é um setor cujas novas tecnologias “não
medicamentais” têm baixa influência. Denominamos, neste caso, de “produtos
ac
substitutos”. No caso da Oncologia, por exemplo, nota-se que os medicamentos
não podem ser substituídos por outras soluções, como a Homeopatia ou Fitoterapia.
M
Futuramente, pode ser que um processo cirúrgico venha a trocar determinado
medicamento, mas, no geral, o que ocorre é a combinação dos dois processos
ra
Business School.
Nosso objetivo, agora, é introduzir a análise das cinco forças de Porter em mais
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Vamos, agora, avaliar cada uma das forças. A pergunta que fica é: Se 5 forças
explicam a rentabilidade de um setor, o que, então, explica cada uma das 5 forças?
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uma forma ou de outra - ela superou seus rivais. Quem é mais lembrado pelos
consumidores? Qual empresa é mais eficiente e, assim, possui menores custos? Há
alguma empresa neste mercado que possua uma vantagem competitiva sólida que
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especial no varejo. Não é mesmo? Já desde a escrita de “A Arte da Guerra”, por Sun
Tsu, no século IV a.C, sabe-se que parte da essência da elaboração de estratégias
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Denominamos rivalidade interna, no modelo de Porter, o processo de maior
corrosão dos preços e de embate entre os competidores, representando o aumento
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de custos e a redução de lucratividade média de cada um deles. Setores diferentes
possuem diferentes graus de rivalidade. Há aqueles ramos em que os concorrentes
brigam acirradamente por cada percentual de participação. Existem outros ramos
5.0
em que os incumbentes ocupam espaços de modo menos agressivo. Pergunta-se:
Quando um setor se torna bastante agressivo e de alta rivalidade?
10
A elucidação para tal pergunta baseia-se em oito fatores principais: quantidade
de concorrentes no setor, equilíbrio de forças entre tais concorrentes, custos fixos
médios do ramo, diferenciação potencial dos produtos e serviços, crescimento
o
da demanda do setor, homogeneidade ou heterogeneidade de interesses entre as
ed
empresas integrantes do ramo, existência de lealdade de consumidores ou custos de
mudança e intensidade das barreiras de saída. Setores que possuem estas 8 forças
ac
contrárias, tendem a ter aberta rivalidade com a queda de preços extraordinária e
acréscimo de despesas e custos devido à necessidade de se investir na superação dos
M
rivais. É muito importante que o executivo compreenda estas variáveis para formular
estratégias. Vamos a algumas destas 8 forças, às mais presentes no mercado varejista.
ra
Quando há muitos adversários - indo ao extremo até a relação da chamada
“competição perfeita” - há fortes abaixamentos de preços e alta rivalidade, uma
nta
vez que cada um dos competidores faz grandes esforços para ter uma posição
competitiva e vender mais. Nesses casos, há uma alta perspectiva de que pelo menos
um deles esteja descontente com sua posição de mercado e queira, assim, reduzir
seus preços para melhorar seus resultados.
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por certo serão levadas a produzirem esse mesmo bem. Além disso, para muitos
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produtos existem tecnologias substitutivas e, assim sendo, se um produto se torna
abusivamente oneroso, o comprador pode escolher um substituto mais barato
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se a relação benefício-preço lhe for mais atraente – veja o caso dos GPS em
comparação ao Waze, ou muitos outros.
5.0
Em termos históricos, o economista Adam Smith foi um dos primeiros a
reconhecer que a concorrência entre os produtores seria determinante para a
compreensão da chamada “mão invisível” em mercados abertos. Os economistas
10
chamam essa hipótese de Smith de “Concorrência Perfeita”. Este modelo de
mercado é caracterizado por muitos compradores e vendedores com produtos que
são similares entre si. Tal concorrência perfeita implicaria que há poucas barreiras à
o
entrada no mercado e os preços seriam determinados exclusivamente pela relação
ed
entre oferta x demanda. Assim, produtores em um mercado “perfeitamente
competitivo” estariam sujeitos aos preços determinados pelo mercado e não
ac
teriam vantagens competitivas individuais e, de tal modo, não alcançariam
lucros superiores à média do setor. Neste caso, por exemplo, em um mercado
perfeitamente competitivo, caso uma única companhia delibere aumentar seu preço,
M
os consumidores simplesmente procurariam o concorrente mais próximo, fazendo
com que qualquer empresa que aumente suas tarifas perca participação de mercado.
ra
Como veremos mais adiante, contudo, esta não é a situação que encontramos
nta
quando duas companhias fazem tal ação e o oligopólio é quando duas ou mais
empresas rivalizam. Em essência, há duas características que compõem um mercado
oligopolista: a interdependência das decisões entre as empresas e o significativo
poder relativo de certas empresas (frequentemente líderes) - o que tipicamente
eD
conduz a ganhos procedentes de vantagens competitivas pelas empresas que têm tal
poder. No contexto do oligopólio, deste modo, cada uma das estratégias deve ser
pensada tendo em vista alguma compreensão dos movimentos dos concorrentes
rin
26
6-
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.00
podemos refletir que tal empresa brasileira concorra exclusivamente com rivais de
qualidade próxima, tais como a Riachuelo. Todavia, também precisamos ter em mente
85
que pequenos comerciantes igualmente oferecem rivalidade à Pernambucanas. Em
adição, será que a tradicional rede de lojas fundada em Recife em 1908 também
rivalizaria com varejistas em marketplaces, como o Mercado Livre? Concorreria com
5.0
empresas focadas inicialmente em eletroeletrônicos de consumo? A Amazon seria
uma concorrente? Tecnicamente, duas empresas são concorrentes entre si, se um
aumento nos preços, por uma gerar que muitos de seus clientes façam negócios com
10
a outra (Besanko et al., 2012).
o
caracterizou a importância da análise de competidores situando, notadamente, a
ed
quantidade de rivais como central. Quando um setor possui maior (ou menor)
rivalidade interna além do número de competidores?
ac
Quando o setor cresce em taxas baixas (por exemplo, de 1, 2 % ao ano, ou
até mesmo quando cai em demanda), a rivalidade entre os competidores tende a
M
aumentar. Nestes casos, as empresas não podem expandir facilmente sua produção
ou receita sem “roubar” mercado dos concorrentes, isto, muito provavelmente,
ra
provocará uma resposta competitiva que tenderá a intensificar ainda mais a
concorrência. Uma empresa atuante em um mercado cuja demanda agregada cresce
muito tende, ao contrário, a não aceitar grandes descontos e a não depender de um
nta
aumentar suas vendas acenando para os fregueses de seus concorrentes por meio
de promoções, descontos agressivos ou outras estratégias. Nestes casos, claro, os
concorrentes então rebatem com suas próprias promoções, intensificando assim a
eA
rivais porque isso pode gerar um aumento em sua participação no mercado. Você
sabe, os setores chamados "commoditizados" são menos rentáveis, em média, do
Ia
que aqueles que possuem alto valor agregado e tecnologia avançada. Isto acontece
porque os clientes observam aquelas organizações como vendedoras de produtos
idênticos e, de tal modo, sem fidelização de marca, com a busca pelo preço mais
ata
baixo entre elas. Por outro lado, setores que têm grande capacidade de diferenciação
ab
27
-
06
Estratégia e análise competitiva no varejo
5.0
seus produtos em diferentes especificidades, fornecendo-os para necessidades
específicas com, de tal modo, alto grau de distinção. Em tais setores, a chamada
.08
“segmentação de mercado” torna-se percebível, ao passo que em setores cujo
produto são “commoditizados”, esse conceito raramente é plausível. A tendência
por parte dos consumidores a substituir um produto será tanto maior quanto mais
05
se pareçam os produtos que as empresas ofertam. Rivalidade intensa!
o1
A rivalidade em um setor também tende a crescer em razão das chamadas
“barreiras de saída” e altos custos fixos. Quando é difícil para que os incumbentes
presentes naquele ramo saiam do setor tende a existir maior rivalidade. Isto porque as
ed
empresas, ao serem impedidas de deixarem suas operações, tendem a ser mais hostis,
pois necessitam se conservar no mercado de modo a superar os seus custos fixos.
ac
As barreiras de saída podem ser elementos tais como exigências governamentais,
troca de maquinários específicos e operações do tipo “After Market”. No setor
M
automobilístico, por exemplo, mesmo que uma empresa deixe de atuar no mercado,
ela será obrigada a manter uma operação voltada para o pós-venda por obrigação
da legislação vigente.
ra
tão alto de produção e, assim sendo, seus custos serão mais elevados que as demais
empresas. As citadas economias de escala podem se dar nas operações dentro da
fábrica, mas, atualmente, no modelo econômico em que estamos, estas economias
ata
28
6-
E.R. barbero
.00
no varejo). Como ilustração, novas indústrias de bens de consumo não duráveis
tendem a enfrentar dificuldades de ingresso porque os rivais presentes – Unilever,
85
por exemplo - possuem volumes bem altos em compras de seus fornecedores
(com custos, portanto, muito inferiores).
5.0
Além das economias de escala, há as chamadas “economias de escopo.”
Trata-se da redução de custos e aumento de eficiência por meio da operação em
mais de um negócio com alta sinergia positiva entre si. Apreendamos melhor
10
este conceito por meio de um exemplo. Voltando à indústria de consumo, sabe-
se que as grandes empresas comercializam diversas categorias de produtos. A
Unilever, mais uma vez como exemplo, atua em muitos setores distintos, como
o
o de produtos de limpeza, higiene, alimentação, entre outros. Nestes casos, tais
ed
empresas possuem economia de escopo, pois muitos custos são compartilhados
entre os ramos de atuação. Como elas precisam contratar espaços de veículos de
ac
comunicação, por exemplo, o fazem de maneira menos custosa. Uma empresa
que atue em apenas uma categoria de produtos terá os preços de tais veículos de
M
comunicação muito mais altos.
aos clientes etc., porque estes itens foram aprimorados ao longo dos anos. São
setores em que, normalmente, há avançadas tecnologias na produção ou forte
expertise necessária. Veja, por exemplo, o caso das manufaturas de aeronaves
lca
como Airbus, Boeing e Embraer. Para ingressar neste ramo, uma empresa
precisa aprender a sofisticada tecnologia de desenvolvimento e manufatura. As
corporações já presentes no mercado têm vantagens, pois sabem operar com
eA
maior precisão. Isto também é uma barreira aos ingressantes. O varejo alimentício
é outro exemplo das barreiras de aprendizagem. Neste ramo, frequentemente as
empresas mais bem-sucedidas são aquelas cujos proprietários têm longa vivência.
eD
favorecer algumas empresas mais do que outras, por meio de subsídios, concessões
que venham a proibir a entrada de novos competidores, etc. Neste caso, estamos
falando de um monopólio com base em regulamentação estatal. As concessões de
ata
29
6-
Estratégia e análise competitiva no varejo
.00
As barreiras de entrada também podem fazer referência ao acesso dificultado
dos entrantes aos insumos chaves. Matérias primas, canais de distribuição e
85
localização podem ser exemplos. Como ingressar no setor de mineração após
outras companhias já dominarem a região mais propensa à extração? Os ingressos,
em tais casos, devem ocorrer por aquisições. A última barreira de entrada refere-
5.0
se aos chamados “custos de mudanças”. Se os clientes estabelecidos possuem
elevados custos para uma eventual modificação de fornecedor, eles pensarão
algumas vezes antes de realizar a compra de um entrante. Veja, por exemplo, o
10
setor dos softwares de gestão: se uma determinada empresa-cliente já possui um
software instalado por determinado fornecedor (SAP, por exemplo), ela teria de
incorrer em custos elevados para trocar todo o seu parque de banco de dados,
o
fazer treinamentos etc. Isto facilita a fidelidade da empresa ao seu fornecedor de
ed
software atual, criando uma barreira aos ingressantes.
ac
c) Poder de barganha dos compradores
Alguns tipos de negócios possuem compradores bastante agressivos em termos
M
de sua pressão por preços baixos. O professor Michael Porter chama isto de “Poder
de Barganha dos Compradores”. Compradores muito poderosos em geral apertam
as margens das empresas capturando para si o valor criado no ramo. O primeiro
ra
fator que gera grande poder de barganha aos compradores refere-se à consolidação
econômica deste setor comprador; assim, quando uma empresa vende para um setor
nta
em que poucas empresas compram, se diz que há concentração econômica. Vide, por
exemplo, as empresas da chamada linha branca, tais como Whirlpool e Electrolux.
Estas empresas vendem para um setor que está cada vez mais “consolidado” em
lca
empresas tais como a Via Varejo (aglutinando Casas Bahia e Ponto Frio), Ricardo
Eletro, que se uniu com a Insinuante e os grandes varejistas tais como Wall Mart e
Carrefour. Quando a Whirlpool está em negociação com a Via Varejo, por exemplo,
eA
tal empresa sabe que a fabricante de bens de consumo duráveis terá poucos clientes
dpara comercializar seus produtos em grandes volumes.
eD
O segundo fator que pode elevar o poder de barganha dos compradores refere-
se à capacidade que estes eventualmente têm de se integrar para trás, isto é, de passar
a operar economicamente no ramo em que seu fornecedor outrora operava. Assim,
por exemplo, um grande varejista pode se “integrar para trás” e comercializar
rin
setor de TI, passou a vender para o consumidor final por meio da Internet. Por
ab
30
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.00
fim, há a força “substitutos”. Quando há presença de tecnologias novas e mais
avançadas, toda indústria corrente sofre. Esta pressão será tanto maior quanto
85
melhor for a relação benefício-preço do substituto. Há casos de grande impacto,
por exemplo, quanto há redução de rentabilidade no setor farmacêutico, quando
este é pressionado pelos genéricos.
5.0
Estas são as chamadas 5 forças competitivas de Porter. É muito importante que
o executivo as conheça porque elas estão presentes na maior parte dos processos
10
de planejamento estratégico. Está presente também no linguajar dos principais
executivos e também em boa parte das consultorias importantes. Compreender
as 5 forças de Porter significa contribuir melhor para a formação da estratégia
o
de sua empresa. Uma análise das 5 forças identifica as ameaças ao lucro de todas
ed
as empresas participantes de um determinado setor. As empresas podem adotar,
contudo, várias e diferentes estratégias para competir com estas ameaças. Em
ac
primeiro lugar, podem se posicionar de modo a superar o desempenho de suas rivais,
desenvolvendo vantagens competitivas de custos, ou de diferenciação. Em segundo
lugar, podem identificar um determinado segmento no setor - ou um “nicho” - no
M
qual as 5 forças sejam menos severas. O setor de cerveja, por exemplo, é muito
difícil de se competir, em razão das escalas produtivas, entre outros fatores. As novas
ra
empresas deste ramo têm ingressado em espaço de competição menor, tais como
os nichos das cervejas especiais ou gourmets. Em terceiro lugar, uma empresa pode
tentar transformar as 5 forças, apesar de ser muito difícil e ser uma estratégia que
nta
tipicamente só é adotada por grandes companhias. Nestes casos, estas podem tentar
reduzir a rivalidade externa estabelecendo práticas, por exemplo, que sejam capazes
de aumentar os custos de uma troca de fornecedor. A Apple fez isso ao trazer os
lca
internos da empresa, seus recursos. O que faz uma empresa, a longo prazo, ser
mais rentável que outra? A resposta a esta pergunta é complexa. Mas, será que
conseguimos identificar alguns elementos que, de fato, separam os vencedores dos
ata
31
6-
Estratégia e análise competitiva no varejo
.00
Existem, como articulamos anteriormente, duas variantes de respostas à
interrogação acima. Uma companhia pode ser mais rentável em razão de sua posição
ante um conjunto de forças competitivas (uma explicação de “fora para dentro”
85
como indicado no item anterior). Esta empresa faz isso ao perceber espaços no
mercado em que haja menor competição e obter grande lucratividade ao absorver
5.0
maior valor em virtude deste “poder de mercado”. Alternativamente, podemos
entender que uma empresa é rentável em virtude de suas competências interiores
(uma explicação de “dentro para fora”, âmbito do presente tópico). Segundo tal
10
perspectiva, uma empresa procura desenvolver times inovadores, tecnologias
avançadas, marcas, etc. Ambas visões são úteis e devemos compreendê-las de modo
interligado.
o
Filosoficamente, a frase de Sócrates - Conheça-te a ti mesmo - induz ao
ed
raciocínio de que precisamos compreender nossos pontos fortes e fracos para, de tal
modo, melhor nos posicionar perante o mundo. A ilustração abaixo indica as etapas
ac
práticas do pensamento estratégico de acordo com a visão interna dos recursos,
conhecida como Resource Based View (RBV). Em seguida, explica-se cada uma das
fases dando ênfase às duas primeiras.
M
ra
nta
lca
eA
eD
rin
Ia
clientes serviremos”? Aqui reside uma contenda interessante para empresas ligadas
ab
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.00
a ambientes muito dinâmicos: os clientes, a sociedade e a tecnologia mudam com
muita velocidade. Assim, precisamos definir o negócio em termos abrangentes.
85
Assim, não entenda seu negócio, por exemplo, como “vender trens”, é preferível
compreendê-lo como “transportes”. Tal abrangência de escopo, apesar disso, precisa
ser acompanhada pela disposição da empresa, ao longo do tempo, de desenvolver os
5.0
recursos necessários para acompanhar a evolução do mercado. A competência da 3M
em desenvolver novas tecnologias para adesivos e aplicá-las a uma grande variedade
de aplicações têm levado tal empresa a crescer lucrativamente. No item anterior,
10
avaliamos que, se a empresa está situada em um setor de baixa rentabilidade, será
provavelmente menos rentável do que aquelas presentes em outros ramos. Trata-se
de uma explicação “de fora para dentro”. O processo de concepção da Estratégia,
o
neste modelo, começa por olhar para a posição relativa de uma empresa em um
ed
setor específico. Isto é, começamos por considerar o ambiente da empresa e, em
seguida, tentar avaliar qual estratégia pode maximizar o desempenho da mesma.
ac
Contudo, é sabido que há empresas que mesmo atuantes em setores de menor
M
rentabilidade conseguem obter bons lucros. Trata-se de uma visão, neste caso, “de
dentro para fora”. A Apple, por exemplo, é uma empresa bastante rentável atuante
no setor de computadores pessoais. Este setor, contudo, tem sido problemático.
ra
Empresas como IBM, HP entre outras se tornaram menos rentáveis com o passar
do tempo. A HP e a Compaq precisaram se fundir. A IBM deixou de operar no
nta
setor de computadores pessoais. O que faz uma empresa como a Apple possuir
grande vantagem competitiva e lucros significativos, estando em um setor que hoje
é considerável complicado?
lca
teóricos, tais como Jay Barney e outros, passaram a observar que a explicação para
a rentabilidade de uma empresa é devida também aos recursos que possui, não
somente à posição estabelecida no mercado. A RBV, assim, pode ser vista como
uma abordagem "inside-out" no processo de formulação da Estratégia. Segundo tal
eD
visto no tópico anterior, isto é dado pela determinação dos limites da empresa
dentro de uma indústria – Em qual setor atuamos? Quando avaliamos os recursos
de uma empresa, não obstante, utilizamos o estoque de recursos e capacidades que
ata
33
6-
Estratégia e análise competitiva no varejo
.00
O que faz, contudo, um recurso ser capaz de explicar a maior rentabilidade
de uma empresa? E, mais do que isto, o que faz com que uma empresa consiga
85
sustentar esta vantagem competitiva ao longo do tempo? Veremos que isto se
referirá a posse de recursos que possuem algumas propriedades específicas. Quais
seriam elas? Antes de responder a estas indagações, o que chamamos de recursos?
5.0
Recursos são ativos que uma empresa possui - sejam tangíveis ou intangíveis – e que
podem ser utilizados com a finalidade da empresa agregar valor em sua operação.
Um ativo, por exemplo, pode ser a localização das lojas, a capacidade de inovação,
10
as marcas dos produtos ou serviços, a marca institucional, a competência de seus
recursos humanos ou até, a cultura de trabalho, os colaboradores. Vê-se, portanto,
que os recursos se referem a uma quantidade bastante abrangente de "coisas" que
o
a empresa possui.
ed
Neste contexto, a visão baseada em recursos parte de duas suposições
ac
fundamentais. Primeiro, que empresas diferentes podem ter um conjunto
diferente de recursos, mesmo que estejam competindo em um mesmo setor. Esta
M
é a suposição da “heterogeneidade de formação de recursos” de uma empresa. A
heterogeneidade significa que, para um determinado ramo, as empresas podem
ser mais competentes em realizar uma atividade do que outra empresa. Na
ra
manufatura, por exemplo, a Toyota é conhecida por ser mais competente que a
General Motors. Em design de produtos a Apple continua bastante competente
nta
fenômeno ocorre porque pode ser muito custoso para empresas desprovidas de
certos recursos desenvolver tais habilidades. Trata-se da suposição que, na teoria,
é conhecida como “imobilidade de recursos”. Nos mesmos exemplos, a Toyota
eD
continua com uma vantagem em manufatura desde, pelo menos, a década de 80. A
vantagem de design da Apple também se faz presente desde a década de 80 e ainda
não foi completamente emulada.
rin
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empresa é sua base de recursos. A empresa deve iniciar a análise com uma lista de
recursos. A dificuldade nesta fase é a empresa de fato compreender os recursos
85
intangíveis que possui. Os sistemas contábeis e de informação tipicamente não
caracterizam claramente ativos menos mensuráveis, tais como reputação de
mercado, comprometimento de equipes etc.
5.0
Após classificar os recursos, é necessário avaliar sua capacidade de originar
10
vantagem competitiva. Somente recursos com algumas características peculiares
terão a capacidade de tornar a empresa muito rentável. Para um recurso ter grande
potencial para lucratividade, ele deve possuir quatro atributos. Assim, os fatores que
o
fazem de um recurso mais capaz de gerar vantagem competitiva do que outros são:
ed
a questão do valor, da raridade, inimitabilidade e da organização. Analisamos cada
uma deles abaixo.
ac
Quando um recurso não possui valor, o chamamos de “fraqueza”. Se tem
valor, mas não é raro, o denominamos “paridade competitiva”. O grande objetivo,
M
contudo, é a posse das 4 características. Neste caso, o recurso é uma “competência
essencial” ou distintiva. Um recurso que tenha valor, seja raro, difícil de imitar e que
ra
seja muito bem utilizado pela organização é provavelmente um recurso que pode ser
utilizado como fonte de vantagem competitiva e que, portanto, deve ser nutrido em
nta
35
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.00
Há também a necessidade de se tomar cuidado com a excessiva dependência a
um determinado recurso. A dependência demasiada em certo recurso ou aptidão é
85
uma das razões pelas quais grandes companhias de hoje podem se tornar o fracasso
de amanhã. A general Motors, como já discutido, durante muitos anos baseou a sua
vantagem competitiva no fato de produzir carros bastante grandes e poderosos.
5.0
No entanto, uma mudança no ambiente competitivo fez com que este recurso se
tornasse também o elemento que diminuiu a competitividade da General Motors
10
perante rivais internacionais tais como Toyota e Honda. Estas passaram a fazer
carros menores e mais eficientes, inclusive ecologicamente mais amigáveis. O que
era diferencial, se tornou fraqueza.
o
ed
Outro exemplo de empresa que utiliza um recurso muito valioso é a 3M. Esta
utilizou seus recursos em revestimentos e adesivos juntamente com uma cultura
organizacional que recompensa a criatividade para explorar as oportunidades em
ac
produtos para uso em escritórios, como fitas adesivas, marcadores e outros. Os
recursos e capacidades da Sony e da 3M - incluindo competências tecnológicas
M
específicas e culturas organizacionais notáveis - permitiram que estas empresas
respondessem positivamente a novas oportunidades ou até mesmo criassem
ra
oportunidades no mercado.
nta
apenas uma empresa possua determinado recurso, mas que apenas poucas possuem.
mundo sabe fazer o que faço, não serei rico”. É claro que nem todos os recursos
de uma empresa são, ao mesmo tempo raros, valiosos e de difícil imitação. Na
verdade, a maioria das empresas possuem recursos bastante comuns, ou seja,
Ia
recursos muito parecidos com os demais competidores. Tais bases de recursos não
são fundamentos de vantagem competitivas, porém, ainda assim, são considerados
recursos essenciais para que a empresa tenha paridade competitiva e com isso possa
ata
se manter no mercado. Se uma empresa não encontrar recurso raro em sua base,
ab
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deve se preocupar em manter a posição de paridade e, ao longo do tempo, construir
novos recursos. A inovação, neste caso, é a função essencial. Em situações como
85
essas, de paridade competitiva, embora nenhuma das empresas seja detentora de
grande lucratividade e vantagem competitiva, as suas chances de sobrevivência no
mercado existem.
5.0
A questão da inimitabilidade refere-se a responder à seguinte pergunta: É
difícil ou caro imitar determinado recurso que a empresa possua? Assim, recursos
10
organizacionais raros e valiosos só podem gerar vantagens competitivas sustentáveis
se as empresas que os possuem sejam capazes de criar barreiras que inibam uma
o
possível imitação deste recurso. Nestes casos, as demais empresas enfrentam
grandes desvantagens para conseguir se igualar aos recursos dos seus competidores.
ed
Recursos deste tipo são conhecidos como “imperfeitamente imitáveis”.
ac
Imagine um setor onde existem 4 empresas idênticas, em que cada uma
fabrique produtos com as mesmas características, utilize os mesmos suprimentos
M
e vendam para um mesmo grupo de clientes através dos mesmos canais. Em um
ramo como este, não é difícil imaginar que as empresas apresentem desempenho
econômico baixo. No entanto, suponha que uma destas 4 companhias desenvolva
ra
ou descubra um recurso valioso. Desta forma, tal empresa será capaz de superar
os demais competidores. No entanto, se tal recurso for de fácil superação, ou seja,
nta
Uma empresa, para ter seus recursos inimitáveis, deve se atentar às seguintes
estratégias: (i) Desenvolver recursos intangíveis, pois estes são de mais difícil
imitação. Atributos tais como marca, know-how ou uma cultura organizacional
eD
direcionada a desempenho superior são mais difíceis para superação; (ii) construir
barreiras jurídicas de imitação, tais como patentes; (iii) desenvolver capacidades
dinâmicas - as quais, mesmo que imitadas em um dado momento, gerariam novas
rin
eles evoluam.
ab
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.00
3. O desafio da execução da estratégia
85
Nos tópicos anteriores, objetivamos debater os elementos mais centrais da parte
analítica da estratégia. Apresentamos ferramentas para análise do ambiente externo,
5.0
sobretudo as forças competitivas de um setor (5 forças de Porter) e também, do
lado interno, introduzimos a discussão sobre os recursos que uma empresa possui
e sobre como estes geram vantagem competitiva. Agora, mesmo a estratégia que
10
foi muito bem idealizada - com base em competências essenciais e espaços mais
rentáveis no mercado - não será lucrativa se não for executada eficientemente. Em
o
certo sentido, nem se quer valerá os esforços empreendidos para formulá-la, pois os
ed
resultados só ocorrem na prática e não apenas nas análises.
ac
elaborar estratégias sofisticadas e bem fundamentadas não é o principal desafio, isto
porque os talentos humanos formados em escolas e em programas de pós-graduação
M
e extensão geram e treinam, em geral, pessoas analiticamente bem preparadas. Além
disto, há diversas consultorias que apoiam o desenvolvimento de reflexões e análises
ra
que levam à formação de estratégias bem estruturadas.
nta
Para prender uma roupa – necessariamente – uma pessoa precisa das duas partes do
pregador unidas. Você as pressiona e cada peça exerce um papel imprescindível para
o aperto da roupa. A mentalização do pregador é útil. Ilustra-nos que necessitamos
eD
Ambas as “partes” são bastante importantes e uma peça não funciona sem a outra,
tal como a metáfora do pregador.
Ia
No entanto, executar a estratégia, como dito acima, é bastante difícil. Você como
pessoa física já deve ter percebido esta dificuldade. Quantas vezes já planejou um
modelo de vida diferente (com esportes e alimentação mais saudável, por exemplo)
ata
e se predispôs a mudar seus hábitos com a famosa frase: este ano eu vou fazer isso
ab
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ou aquilo? No dia a dia, contudo, percebe-se a grande dificuldade de implementar
seus planos de maneira eficiente e sistemática. Uma empresa bem-sucedida não
85
pode se dar ao luxo de ter grandes planos e baixo índice de execução. Quais são as
dificuldades de se desenvolver uma execução em alto nível?
5.0
Muitos estudiosos indicam este ponto. Gostaria de destacar aqui alguns dos
principais elementos: há barreiras para execução que são de natureza humana e
10
também barreiras de natureza não humanas. As barreiras humanas referem-se
às dificuldades de adaptação às mudanças e também ao desafio de aceitar o novo
por parte das pessoas. Quando se desenvolve uma nova estratégia, frequentemente,
o
provocam-se novidades na organização em termos de ações para o mercado, novas
ed
maneiras de se trabalhar, produtos originais ou mercados ainda inexplorados. Nesses
casos, os colaboradores de uma organização precisam estar afeitos ao novo, mudar
rotinas, deixar de trabalhar de certo modo e passar a adotar modelos incomuns, isto,
ac
consequentemente, pode significar dificuldades das mais diversas.
M
A primeira dificuldade refere-se ao fato de que as mudanças, aparentemente,
demostram-se mais difíceis de se executar. Caso um indivíduo esteja habituado, por
ra
muito tempo, a trabalhar de certo modo, a mudança deste hábito pode significar
dificuldades. Em relação a isto, muitas vezes, nos deparamos com dificuldades
nta
39
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Estratégia e análise competitiva no varejo
.00
4. AlgumasConsiderações Finais:
Estratégia em um ambiente disruptivo
85
5.0
Com os conceitos da discussão anterior, procuramos trazer os fundamentos
da estratégia empresarial. Como percebeu, procuramos alicerçar principalmente
os conceitos da visão das forças econômicas e da visão dos recursos. Por fim,
10
discutimos os desafios da implementação de estratégia. Quero, ao final deste
material, provocar uma reflexão mais abrangente sobre o pensamento estratégico no
o
contexto em que vivemos. Quais as vantagens que este modelo de pensamento pode
ed
trazer à sua carreira? Certamente a resposta a tais indagações é bastante múltipla,
pois vivemos em um mundo acelerado, no qual, para se manterem atualizadas, as
ac
empresas precisam e devem encorajar todos os seus colaboradores a pensar de
forma estratégica. Não se pode mais considerar a estratégia como aqueles “planos
M
secretos” originados apenas pelos grandes executivos. A dinâmica dos setores gera
a urgência para que todos pensem estrategicamente.
ra
devido à escassez de gasolina, aos preços do petróleo (em virtude da crise de 1973)
e a mudança de hábitos dos consumidores. Como é sabido, os carros pequenos
se tornaram bastante populares. A Toyota e Honda, então, obtiveram grande
eA
novos produtos mais rápido que seus concorrentes. Enquanto isto, a GM continuou
a sua produção de automóveis grandes convicta de que o mercado iria voltar atrás
e que ela usufruiria de uma recuperação de mercado com uma posição competitiva
rin
40
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.00
Hoje em dia, as empresas enfrentam cada vez mais dificuldades para
superarem competidores e encaram circunstâncias, em média, expressivamente
85
mais complexas. Entre tais complicações, inclui-se: aumento da agressividade
dos rivais, a dinâmica da globalização que traz novos competidores, novas
5.0
exigências de clientes e sociedade em geral, e o rápido progresso tecnológico
com cores disruptivas. Vide, por exemplo, como o setor de hotelaria se viu em
uma circunstância muito mais intricada quando a empresa AirBnB trouxe uma
10
proposição de modelo de negócios radicalmente diferente. A elevação meteórica
desta empresa californiana até um sucesso estrondoso é um estudo de caso
o
primordial para quem deseja entender a exponencialidade disruptiva das novas
ed
tecnologias e sobre como a concorrência se alterou.
ac
Richard D'Aveni, professor de estratégia do Dartmouth College nos EUA,
acredita que convivamos em um mundo com tamanha turbulência que a ideia de
M
uma empresa possuir vantagem competitiva está cada vez mais difícil de se ver
concretizada na vida real. De acordo com citado docente, os negócios entraram em
uma nova era de “hipercompetição” que muda drasticamente de oligopólios estáveis
ra
5. Referências
Ia
Besanko, D.; Dranove, D.; Shanley, M.; Schaefer, S. 2012. Economia da Estratégia. 5ª Edição.
Editora Bookman, Porto Alegre, RS, Brasil.
D'Aveni, R.A.; Gunther, R.E. 1994. Hypercompetition: Managing the dynamics of strategic
ata
41
6-
Estratégia e análise competitiva no varejo
.00
Mintzberg, H. 1994. The fall and rise of strategic planning. Harvard Business Review p.
107-114.
85
Mintzberg, H.; Ahlstrand, B.; Lampel, J. 2010. Safari de Estratégia: Um Roteiro pela Selva do
Planejamento Estratégico, Editora Bookman, Porto Alegre, RS, Brasil.
5.0
o 10
ed
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M
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lca
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