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Gestão de marcas

Marcelo Vieira Graglia

e serviços
Patricia Huelsen
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Simone M. P. Vieira – CBR 8ª/4771)

Huelsen, Patricia
  Gestão de marcas e serviços / Patricia Huelsen, Marcelo Vieira
Graglia. – São Paulo : Editora Senac São Paulo, 2023. (Série Universitária)

  Bibliografia.
  e-ISBN 978-85-396-4144-4 (ePub/2023)
  e-ISBN 978-85-396-4145-1 (PDF/2023)

  1. Gestão de marcas 2. Branding 3. Identidade da marca 4.


Elementos de marca 5. Comportamento do consumidor 6. Pesquisa
de mercado 7. Marcas : Marketing I. Título. II. Série.

23-1901g CDD – 658.827


BISAC BUS043000
DES007020

Índice para catálogo sistemático


1. Marcas : Marketing 658.827
GESTÃO DE MARCAS
E SERVIÇOS

Marcelo Vieira Graglia


Patricia Huelsen
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Sumário
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Capítulo 1 Capítulo 3
Marcas e gestão de marcas, 7 Posicionamento e valores de
1 O que são marcas, 8 marcas, 43
2 Por que as marcas são 1 Estabelecimento do posicionamento
importantes?, 10 de marca, 44
3 Importância de marcas para 2 Natureza da concorrência e
consumidores e empresas, 13 conjunto de diferenciação, 50
4 Bens físicos, 15 3 Diretrizes de posicionamento, 51
5 Serviços, 16 4 Pontos de paridade e pontos de
6 Varejistas e distribuidores, 18 diferença, 55
7 Produtos e serviços na internet, 19 5 Definição e determinação de valores
de marca, 56
8 Ideias e causas, 21
6 Valores centrais e alma da
Considerações finais, 22 marca, 57
Referências, 22 Considerações finais, 59
Capítulo 2 Referências, 60
Branding e brand equity, 25 Capítulo 4
1 Desafios e oportunidades do Elementos de marca e
branding, 26
arquiteturas de marcas, 61
2 Conceito de brand equity, 27
1 Critérios para escolher elementos
3 Fatores formadores do brand de marca, 62
equity: lembrança e identidade de
2 Estratégias para escolher elementos
marca, 30
de marca, 63
4 Pilares para a construção de brand
3 Integração de elementos de
equity: proeminência, desempenho,
marca, 69
imagem, julgamentos e sentimentos
de marca, 31 4 A matriz marca/produto, 70
5 Implicações para a construção de 5 Arquitetura e hierarquia de
marcas, 39 marca, 72
Considerações finais, 40 6 Elaboração de estratégia de
arquitetura de marcas, 76
Referências, 41
Considerações finais, 78
Referências, 78
Capítulo 5 Capítulo 7

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Introdução a marketing de Gerenciamento da interface com
serviços, 79 o cliente, 123
1 Por que estudar serviços?, 81 1 Projetando e gerenciando processos
2 O que são serviços?, 82 de serviços, 124
3 O composto de marketing aplicado 2 Equilibrando demanda e
a serviços, 84 capacidade, 129
4 Comportamento dos consumidores 3 Planejamento do ambiente de
em contexto de serviços, 91 serviços, 136
5 Posicionamento de serviços em 4 Gerenciamento de pessoas para
ambientes competitivos, 95 obter vantagens em serviços, 138
Considerações finais, 98 Considerações finais, 141
Referências, 98 Referências, 141

Capítulo 6 Capítulo 8
Aplicação do composto Implementação de estratégias
mercadológico em serviços, 101 de serviços, 143
1 Desenvolvimento de serviços, 102 1 Gerenciamento de relacionamentos
e desenvolvimento de
2 Distribuição de serviços por meio de fidelidade, 144
canais físicos e eletrônicos, 106
2 Administração de reclamações e
3 Determinação de preços e recuperação do serviço, 149
implementação de gestão de
receita, 109 3 Melhorando a qualidade e a
produtividade do serviço, 153
4 Promoção de serviços e educação
de clientes, 113 4 Buscando a liderança em
serviços, 158
Considerações finais, 121
Considerações finais, 160
Referências, 122
Referências, 160

Sobre os autores, 163
Capítulo 1
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Marcas e gestão
de marcas

As marcas surgem com o comércio nas prósperas cidades do Oriente


Médio e do litoral Mediterrâneo, onde foi iniciada a prática de identificar
produtos comercializados por meio de selos e registros. No feudalismo,
mesmo com a concentração da produção em feudos, os próprios feu-
dos criaram suas marcas e moedas, utilizando, por exemplo, brasões
das famílias com o intuito de categorizar e garantir a origem de seus
produtos (PEREZ, 2004).

A origem da palavra “marca”, em inglês, brand, traduz uma das for-


mas de como surgiram os símbolos. Brand deriva do nórdico antigo
brandr, que significa queimar, e recebe essa associação pois, original-
mente, os produtores queimavam seu gado com símbolos, identifican-
do seus rebanhos dos de outros criadores.

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As marcas modernas, na forma como as conhecemos, foram ori-

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ginadas depois da Revolução Industrial e da produção em massa.
Ganharam notoriedade especialmente a partir da segunda metade do
século XX, com a propagação da publicidade pelos meios de comunica-
ção em massa (TV, rádio, jornal). Elas chegam ao século XXI um pouco
diferentes, atreladas a valores como personalização e modernidade, e
muito ligadas aos meios digitais. As conhecidas tecnologias da infor-
mação e comunicação (TICs) proporcionam, por meio de redes sociais,
blogs, sites, chatbots e mensagens curtas, mais imagens e vídeos, uma
nova forma de comunicação, um terreno fértil, efêmero e com regras
mais flexíveis para as marcas.

1 O que são marcas


As marcas são símbolos, signos, ícones ou nomes que servem para
diferenciar e atribuir identidade, transmitir valores e representações
subjetivas aos produtos e serviços, e às organizações que podem repre-
sentar. Assim como as marcas representam produtos e serviços, elas
também podem simbolizar as próprias empresas e organizações, e até
mesmo pessoas quando se trata de celebridades com marcas próprias
que assinam objetos de design, por exemplo.

A definição de um símbolo como marca confere a ideia de unicidade,


identidade, autoria e propriedade a um indivíduo, empresa, organização,
instituição, grupo ou mesmo governo ou órgão de Estado. Além de dis-
tinguirem e caracterizarem os objetos que representam, esses símbolos
trazem outras significações que podem ser desconhecidas, estar pre-
sentes no imaginário comum, mas também carregar aspectos oníricos
e agir no inconsciente dos consumidores – por isso sua importância e
subjetividade.

Algumas marcas se referem a seu lugar de origem, localidades, fa-


mílias e pessoas, normalmente produtoras de determinados bens que

8 Gestão de marcas e serviços


passam a retratar isso em seus símbolos. Foi assim com a marca Ford,
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cujo proprietário era Henry Ford, ou com o vinho do Porto, produzido na


cidade portuguesa do Porto, casos em que a região de origem ou pro-
dução vira marca e distingue o produto. As marcas podem trazer outras
associações, apropriando-se dos significados de símbolos já presentes
na cultura popular, como animais, objetos e fenômenos naturais. Ainda,
podem substantivar adjetivos, associando marcas a eles, ou mesmo
derivar de palavras ou nomes criados. Veja alguns exemplos de marcas
disponíveis no mercado brasileiro:

• Pessoas e nomes próprios: Café Pelé, cerveja Schincariol.

• Locais: água São Lourenço, requeijão Poços de Caldas.

• Animais: Feijão Pantera, tubos e conexões Tigre.

• Coisas, objetos, frutas, etc.: Apple (maçã), Shell (concha do mar).

• Sugerem algum benefício (adjetivos): Duracell, Limpol, Fofo,


Brilhol.

• Nomes inventados: Zara, Google, Spotify.

Em suma, os símbolos e as denominações que as marcas recebem


dizem respeito àquilo que os proprietários das marcas, criadores de
produtos e publicitários pretendem que elas estejam associadas, sejam
lembradas e que as faça permanecer no imaginário de consumidores,
usuários e público. Assim, dada a infinidade de marcas disponíveis no
mercado, recomenda-se que, ao criar uma marca, ela tenha como ca-
racterísticas básicas: ser fácil de lembrar e de pronunciar, ser original
e que descreva direta ou indiretamente aquilo a que se refere de forma
criativa.

Como vimos, marcas podem fazer associações simples, mas tam-


bém representar aspectos subjetivos de uma cultura. Por isso seu es-
tudo é abraçado por diferentes áreas do conhecimento: administração,

Marcas e gestão de marcas 9


publicidade, marketing e, inclusive, pela semiótica, ramo da ciência que

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estuda o significado dos símbolos e ícones em uma cultura.

PARA SABER MAIS

A ciência que estuda os símbolos e seus significados denomina-se se-


miótica ou semiologia e é derivada da linguística, cujo principal estu-
dioso foi Charles Sanders Pierce. No Brasil, uma das mais importantes
especialistas na área é a professora Lucia Santaella (2012).
Os signos abraçam todas os tipos de linguagem (verbais e não verbais)
e podem ser compostos por cores, desenhos, ruídos, palavras, etc.
Portanto, relaciona-se fortemente ao contexto sociocultural em que
está inserido.
A ciência que busca o significado dos signos pode ser mais bem apro-
veitada pelos administradores e pesquisadores de marketing, para me-
lhor compreensão das relações entre os símbolos e seus significados
sociais.

2 Por que as marcas são importantes?


As marcas têm fundamental importância social e econômica em
nossos tempos. São onipresentes no dia a dia de um cidadão comum:
estão presentes nos bens que consumimos, em placas, letreiros e fa-
chadas de lojas e comércios locais, na internet, TV, em supermercados,
shoppings centers, campanhas políticas, estabelecimentos públicos,
universidades e escolas, entre outros. Elas são ícones da sociedade de
consumo em que vivemos, sociedade esta fundamentada economica-
mente no consumo e na produção sem fim de mercadorias e que, em
parte, se baseiam na propositura de algum valor distinto e real ao produ-
to e, por outro lado, servem para alimentar frágeis e ilusórias sensações
de prazer ou felicidade a grupos de consumidores.

10 Gestão de marcas e serviços


As marcas são ícones e representações de uma sociedade em que,
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muitas vezes, valorizam-se objetos e a identidade com signos, para que


indivíduos ou grupos se sintam reconhecidos, valorizados, diferencia-
dos ou respeitados.

Alguns sociólogos colocam o consumo exacerbado como um mal


de nossos tempos, em que ter passa a representar mais que ser. Por
mais que os consumidores busquem nas marcas representações iden-
titárias, de pertencimento, poder, status e satisfação, eles percebem que
essas representações são frágeis e insuficientes, efêmeras, podendo
gerar insatisfação, uma sensação de vazio, até que se perceba que é
preciso mais para ser feliz.

De fato, as marcas têm fortes implicações sociais e, como vivemos


em sociedades e cidades cobertas por signos de toda natureza, é cada
vez mais importante para o marketing criar ícones capazes de simplifi-
car, consolidar ideias e facilitar a vida do consumidor. As marcas devem
cumprir a função de incorporar o conceito de produtos e serviços em
poucas letras e símbolos, agregar significado e facilitar seu reconheci-
mento e acesso pelo consumidor. Devem facilitar o acesso emocional e
relacional entre esses símbolos e seus consumidores ou admiradores.
Quanto mais presente, mais lembrada e, quanto mais forte for o elo en-
tre as marcas e seus consumidores, melhor a marca é.

Nas últimas décadas, vimos surgir marcas novas, sobretudo no meio


digital, cujo modelo de negócio inicialmente não era muito claro, como
foi o caso do Facebook ou mesmo do Uber. Foi difícil, no começo, com-
preender como essas empresas ganhariam dinheiro ou seriam moneti-
zadas, já que elas, estrategicamente, não ofereciam publicidade (caso
do Facebook) e ofertavam serviços com preços muito abaixo dos prati-
cados no mercado (caso do Uber). Porém essas marcas se consolida-
ram e criaram novos segmentos exatamente por adquirirem uma única
força – a onipresença e um vínculo prático ou emocional na vida de
milhões de consumidores. Depois dessa conquista, puderam avançar

Marcas e gestão de marcas 11


na captação de receitas e até mesmo lançar ações no mercado (ações

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estas supervalorizadas mediante a receita obtida), mas que traduzem a
forte relação entre essas marcas e seus consumidores.

É mais fácil pensar na relação das marcas com os consumidores,


mas esta não é a única forma de relação comercial. As marcas estão
também presentes na relação empresa – empresa, o chamado B2B (bu-
siness-to-business), além do mercado B2C (business-to-consumer). As
marcas, em qualquer dessas relações, buscam notoriedade e formas de
se destacar, almejando o reconhecimento do seu público, de seus usu-
ários, clientes ou consumidores finais. Há casos de reconhecimento de
produtos que já foram vistos como commodities (produtos básicos de
baixo valor agregado e preços definidos em bolsas de valores, comer-
cializados em larga escala no mercado internacional) e que ganharam
selos e novos padrões de qualidade produtiva, como é o caso de ca-
fés especiais ou premium de algumas regiões de Minas Gerais, Espírito
Santo e São Paulo. Os produtores, nesses casos, se diferenciam, por
exemplo, pelo tipo de plantio, pela espécie cultivada ou forma de ma-
nejo, por plantações orgânicas e biodinâmicas, e ofertam produtos di-
ferenciados com alto valor agregado (em termos de qualidade e preço
cobrado). Há empresas que, mesmo agindo no mercado B2B, conse-
guem destacar sua marca até o consumidor final, como é o caso da
Intel, que anuncia sua marca em computadores de terceiros (Microsoft,
Apple, etc.). A Embraer, empresa brasileira fabricante de aviões e uma
das maiores de aeronáutica reconhecida no mundo todo, ganhou mer-
cado com aeronaves como o Bandeirante, o Tucano, o Brasília e outras
de uso militar para governos. Agora, acaba de lançar uma marca que
pode ser destinada ao mercado consumidor final: o eVTOL, novo carro
voador da empresa.

PARA PENSAR

Um dos cafés mais caros do mundo é o Café Jacu (2023). Ele é origi-
nário da Fazenda Camocim, localizada no interior do Espírito Santo, em

12 Gestão de marcas e serviços


Aracê, região de montanha e produtora de café. Os produtores viam
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nos jacus, aves grandes comuns da costa brasileira, uma ameaça aos
cafezais. Mas perceberam uma oportunidade, pois, ao comer, as aves
selecionam os melhores grãos e não os digerem, eliminando-os por
inteiro. Dessa forma, os grãos de café presentes nas fezes desses pás-
saros são mais doces, menos ácidos e mais agradáveis ao paladar. As
aves, antes tidas como pragas, passaram a fazer parte do processo
produtivo do café. Nesse caso, um produto de baixo valor, sujeito nor-
malmente às intempéries ambientais e mercadológicas, foi transfor-
mado em um produto de alto valor agregado, com marca e identidade
exóticas e bem posicionadas: o café da marca Jacu Bird Coffee, desti-
nada sobretudo ao mercado internacional e cujo preço chega a cerca
de R$ 1.000,00 o quilo.

3 Importância de marcas para consumidores


e empresas

3.1 Consumidor

As marcas podem representar aspectos objetivos e subjetivos de


produtos ou serviços aos quais estão vinculadas. Elas têm a função de
distinguir, diferenciar os produtos e oferecer uma rápida associação ao
significado da oferta, podendo trazer informações simples por meio de
um único ícone. No que tange aos aspectos objetivos, as marcas trans-
mitem os benefícios e as características de produtos, serviços, empre-
sas ou outras organizações, e dizem respeito a questões da cognição
do consumidor, ou seja, a aprendizados reconhecíveis e conscientes.
Se pensarmos, por exemplo, na marca Apple, saberemos que diz res-
peito a produtos eletrônicos – computador, celular ou afins – e que é
reconhecida como fabricante de produtos de qualidade. Essa é a as-
sociação de uma marca com as funções e características dos seus
produtos. Entretanto, sabemos que essa marca tem outros significados

Marcas e gestão de marcas 13


simbólicos fortes, podendo representar status, modernidade, estilo e

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muito mais. Esses são, portanto, aspectos subjetivos que dizem respei-
to a características emocionais e inconscientes do consumidor diante
de um símbolo.

As marcas são dispositivos simbólicos que podem até mesmo aju-


dar as pessoas na construção da sua identidade e em como buscam se
mostrar para o mundo. As escolhas de ícones que identificam os con-
sumidores dizem respeito a quem são esses consumidores. “Algumas
marcas ajudam as pessoas a definir quem são e a comunicar esta defi-
nição para o mundo” (KELLER; MACHADO, 2006, p. 7).

É por meio desse significado abstrato que as marcas entram no ima-


ginário dos consumidores e, com isso, são alcançados o envolvimento
emocional, a transmissão de certos valores e o estabelecimento de vín-
culos. Podem-se observar marcas que se tornaram ícones sociais, re-
presentando gerações e ditando comportamentos, como ocorreu com
a Coca-Cola e com outras cujos significados transcendem o que elas
são. É o caso da marca Chanel, que não representa um produto especí-
fico, mas um estilo com diversos significados: luxo, glamour, etc. Assim,
pode-se destacar que as marcas têm como funções:

• apoiar a identificação da origem do produto;

• destacar características do produto e atribuir significados e valores;

• dar credibilidade (reduzir riscos do desconhecido);

• simplificar a busca no ponto de venda (PDV) físico ou digital;

• representar vínculo com o fabricante;

• indicar qualidade e outros atributos de valor;

• remeter a significados;

• criar vínculos emocionais.

14 Gestão de marcas e serviços


3.2 Empresas
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As marcas ganharam força nas empresas com o crescimento do


marketing como prática. Para obter a boa visibilidade de uma marca,
é preciso investir em estratégias e ações de marketing, e oferecer um
mix adequado que envolve quatro elementos: produto (suas caracterís-
ticas, qualidade e diferenciação), preço, ponto de venda (acesso, canais
de venda, disponibilidade em lojas, sites, etc.) e promoção (campanhas,
propaganda e divulgação). É isso que as empresas fazem no gerencia-
mento de marketing em busca de diferenciação e notoriedade. Quanto
maior e melhor for esse processo, maior é o valor que as marcas de-
sempenham em uma organização.

As marcas não servem somente para designar bens da organização


em um processo produtivo, elas são verdadeiros ativos das empresas,
ou seja, carregam um valor intrínseco e dizem respeito a uma proprie-
dade intelectual da empresa. Assim como os produtos são registrados
e protegidos por patentes, o nome da marca pode ser registrado como
marca comercial, e os rótulos e embalagens podem ser protegidos por
direitos autorais.

O valor de uma marca é tão poderoso que ela pode chegar a se des-
vincular dos demais bens da empresa e ser vendida separadamente.
Nos processos de fusão e aquisições das empresas, chega-se a pagar
muito caro pelas marcas. A exemplo da empresa Philip Morris, que
comprou a Kraft Foods – ambas originadas nos Estados Unidos – por
um montante equivalente a quatro vezes o valor contábil da empresa,
graças à boa reputação que a marca Kraft Foods tinha no mercado.

4 Bens físicos
Se tomarmos como exemplo que um indivíduo tem em seu nome e
em suas características físicas uma marca (isso acontece fortemente

Marcas e gestão de marcas 15


nos dias de hoje com artistas, youtubers, etc.), é bastante difícil dis-

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tinguir o nome e a aparência de indivíduo com outros atributos, como
profissão, valores e comportamentos. Isso acontece também entre as
marcas e os produtos que elas representam. Mas, do ponto de vista do
marketing, essa distinção é necessária. Os produtos dizem respeito aos
bens físicos, normalmente divididos entre bens duráveis – como gela-
deiras, carros e eletrônicos – e não duráveis – como produtos alimentí-
cios, bebidas, itens de higiene e beleza. As marcas, apesar de distintas
dos produtos ou dos bens físicos, são frequentemente associadas a es-
tes, pois, muitas vezes, o consumidor associa um bem a uma marca em
vez de ao seu nome técnico, como é o caso da gilete (na verdade, lâmina
de barbear registrada pela empresa Gillette) ou do cotonete (marca de
hastes flexíveis registrada pela empresa Johnson & Johnson). Parece
mais fácil relacionar a marca ao produto nesses casos.

Há marcas cuja força em seu segmento é tão grande que estas são
facilmente dissociadas da categoria de bens a que pertencem. Comprar
uma Coca-Cola nos parece muito diferente de comprar um refrigerante
de cola, assim como comprar Sucrillhos Kellogg’s é diferente de com-
prar qualquer cereal matinal.

Outra situação aconteceu com a criação de produtos genéricos pe-


los laboratórios farmacêuticos. Antes, as medicações indicadas pelos
médicos ou vendidos livremente apresentavam marcas específicas. O
composto à base de paracetamol (fármaco usado contra dor) recebia
o nome comercial de Tylenol. Quebradas as patentes dessas marcas e
com a introdução de medicamentos genéricos no mercado, muitos dos
produtos começaram a ser conhecidos pelos seus princípios ativos.

5 Serviços
A oferta de serviços corresponde a cerca de 70% do produto interno
bruto (PIB) do país. São serviços bancários, financeiros, de transporte,
segurança e tecnologia, para mencionar alguns grandes setores, mas,

16 Gestão de marcas e serviços


sobretudo, serviços que estão presentes em nosso dia a dia: os presta-
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dos por clínicas médicas ou hospitais, academias de ginástica, salões


de beleza e estética, oficinas de consertos, escolas e universidades, e
serviços digitais prestados por empresas de Telecom, entre outros.

Assim como as marcas são importantes para a denominação e re-


presentação dos produtos, elas também assumem real importância na
distinção de serviços e contribuem para tangibilização do valor dos ser-
viços aos clientes. Isso é algo crítico, pois a característica intrínseca
de intangibilidade pode dificultar a percepção de valor dos serviços ou
mesmo gerar diferentes percepções por parte dos usuários. A marca,
pelo seu reconhecimento ou prestígio, pode conferir uma percepção de
tangibilidade. Ou seja, o valor é percebido não pela qualidade ou dife-
renciação do serviço em si, mas pela marca à qual ele está atrelado. A
marca tangibiliza, traz forma ao que é de natureza abstrata e, com isso,
pode gerar mais confiança no serviço e a possibilidade de praticar um
preço mais alto. Tomemos como exemplo os serviços de entrega rápi-
da, um dos tipos que mais cresceu nos últimos anos no Brasil e no mun-
do. O que se espera da entrega de um produto delicado? Que chegue no
prazo e em excelentes condições de integridade. O que antes era feito
com alguma exclusividade pelos Correios, especialmente na entrega ao
público em geral, agora é realizado por diversas empresas de entrega
expressa, como a Loggi e a Lalamove, que se destacam pela rapidez e
eficiência, operando por meio de plataformas on-line, com processos
padronizados e agilidade na execução dos pedidos.

Algumas marcas podem perder seu prestígio e ter reputação contro-


versa, como é o caso da Uber. As empresas de entrega on-line baseiam
seus modelos de negócio em plataformas digitais, em que a coordena-
ção dos serviços prestados aos consumidores e o próprio relaciona-
mento com os entregadores acontecem somente por meio de aplica-
tivos digitais, não havendo contato humano em quase todos os casos.
Os entregadores se cadastram, concordam com os termos da empresa

Marcas e gestão de marcas 17


e são facilmente admitidos para fazer as entregas, como ocorre nos

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aplicativos da Uber, da Rappi e do iFood.

Essas marcas formam o perfil das marcas on-line inovadoras e assu-


miram protagonismo nas ruas das grandes cidades do país pela conve-
niência e pelo crescimento das vendas em comércio eletrônico, sobretu-
do em 2020, 2021 e 2022, com a pandemia do coronavírus. O Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estimou que mais de 1,5 milhão de
brasileiros trabalham para esses aplicativos (1,5 MILHÃO..., 2022).

Apesar de as marcas se mostrarem fortes mundialmente e oferece-


rem trabalho e possibilidade de renda à população local, elas carregam
uma imagem controversa por não oferecerem minimamente condições
dignas de trabalho aos colaboradores. Elas não reconhecem vínculos
trabalhistas e denominam os trabalhadores e trabalhadoras como “mo-
toristas parceiros”, “motoristas circunstanciais” e outros eufemismos,
tentando evitar certas obrigações trabalhistas, como fornecer benefí-
cios e pagar ao menos um salário-mínimo fixo a motoristas, motoci-
clistas e ciclistas que rodam pelas cidades. Não oferecem seguros ou
direito à previdência e criam o que alguns estudiosos chamam de “pre-
cariado digital”, uma alusão ao proletariado das fábricas (ANTUNES,
2021).

Recentemente, a Uber foi denunciada pelo jornal inglês The Guardian,


que disponibilizou documentos que comprovam que a empresa utiliza-
ria práticas ilegais e eticamente questionáveis, como o uso de lobby po-
lítico para garantir seus interesses em alguns países. As denúncias su-
gerem que os empresários sabiam que estavam se valendo de práticas
ilegais de concorrência e burlando a legislação trabalhista, mas não se
importavam com isso (DAVIES, 2022). Situações como essa colocam
em risco a credibilidade de algumas empresas e expõem suas marcas
de forma negativa.

18 Gestão de marcas e serviços


6 Varejistas e distribuidores
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Os varejistas e os distribuidores são o elo entre fabricantes e produ-


tores e os consumidores de seus produtos. Eles são responsáveis pela
capilaridade de vendas e pelo acesso dos produtores aos mercados e
diferentes tipos de consumidores. Dessa forma, são fundamentais para
a exposição e percepção das marcas. Tamanho é seu poder na cadeia
de valor que muitos desses varejistas, além de ofertarem crédito aos
consumidores por meio de cartões com suas marcas (assumindo uma
função típica de bancos e outros agentes financeiros), oferecem pro-
dutos com suas próprias marcas, às vezes concorrendo com seus pró-
prios clientes (fabricantes e produtores).

Essa prática é usual em países da Europa, havendo, inclusive, redes


de supermercados que vendem somente produtos com marcas pró-
prias. Eles compram diretamente de fornecedores, com qualidade e pre-
ços bem mais baratos, e se encarregam de adicionar seu selo próprio.
São exemplos o Marks & Spencer, na Inglaterra, e o Lidl, alemão (mas
já presente em toda a Europa). No Brasil, essa prática está se consoli-
dando entre empresas varejistas, como o Grupo Pão de Açúcar, com a
marca Taeq, e as redes Dia, Carrefour e Bompreço, que utilizam marcas
próprias em muitos produtos.

7 Produtos e serviços na internet


A difusão da internet não só propiciou que as marcas das empresas
e seus produtos ganhassem mais um canal de comunicação e relacio-
namento com seus consumidores, como mudou a rede de distribuição
e a maneira de comercialização das mercadorias. A internet encurtou
distâncias, reduziu intermediários e proporcionou, ao ponto de venda,
uma prateleira com infinitas possibilidades, pois nela é possível exibir
tudo o que está no estoque ou até mesmo o que ainda não foi produzi-
do. Dessa forma, marcas antes desconhecidas e que não conseguiam

Marcas e gestão de marcas 19


pagar por anúncios na mídia tradicional ganharam notoriedade com os

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mecanismos de busca, a compra de links patrocinados e anúncios “dis-
farçados” de conteúdo em redes sociais, como ocorre no Facebook e
no Instagram.

Além da possibilidade de expansão das marcas existentes, o ambiente


on-line foi o berço de marcas puramente digitais. Claro que as empresas
cujos produtos são virtuais têm a internet como plataforma para atuar e
expandir suas marcas e seus serviços, como é o caso do Google, com ser-
viços de busca; do Facebook, com redes de relacionamento; e da Netflix ou
do Spotify, com disponibilização de vídeos e músicas. A inovação das mar-
cas, seu posicionamento e suas formas de comunicar se mostram distin-
tos. As marcas digitais normalmente são menos formais que marcas que
atuam fora da rede. O Google, por exemplo, muda seu slogan de acordo
com o dia, homenageando personagens históricos ou datas importantes.
No Brasil, não é raro ver empresas e marcas surgirem exclusivamente
para a web, como o caso da Netshoes (calçados), da Dafiti (vestuário) e
do e-commerce MadeiraMadeira, um varejista de móveis e objetos para
casa que fez tanto sucesso on-line que criou pontos de vendas físicos.

O Google é um caso típico de marca puramente on-line. Foi funda-


do em 1998 por estudantes da Universidade de Stanford que criaram o
nome do buscador com referência à palavra “googol” – número repre-
sentado pelo algoritmo 1 seguido de 100 zeros –, associando a em-
presa à imensa quantidade de dados da internet trazida pelo algoritmo
de busca desenvolvido pelos estudantes. Eles inovaram, pois, diferen-
temente de outros portais que mostravam muitos anúncios e mensa-
gens que geravam poluição visual, associaram sua imagem a uma tela
branca com poucas letras. Conseguiram passar a mensagem de que
o usuário é quem daria o comando. O “em branco” poderia significar
muitas coisas, infinitas possibilidades, e seus criadores transmitiram e
consolidaram a imagem de uma marca simples e fácil.

20 Gestão de marcas e serviços


A marca se tornou conhecida e, na atualidade, é a segunda mais
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valiosa do mundo, perdendo somente para a Apple (BRANDIRECTORY,


2022). É uma marca tão presente na vida dos internautas que se permi-
te mudar seu logo sem alterar sua identidade ou mensagem, de acordo
com algum contexto específico, data comemorativa etc. – uma inova-
ção em termos de identidade de marca. A onipresença se dá ainda pela
quantidade de serviços on-line que a empresa oferece: mapas, vídeos,
arquivos, imagens, só para citar alguns. Além de serviços, o Google de-
senvolve carros pilotados por inteligência artificial (IA), produz óculos
para realidade virtual (RV) e é proprietário, entre outras, de empresas de
armazenagem de dados. A empresa conseguiu preservar a identidade
de sua imagem, mantendo as cores vivas de seu logo nos demais logo-
tipos de seus serviços.

8 Ideias e causas
O marketing de causas e ideias é associado a temas sociais impor-
tantes e que precisam ser lembrados, que almejam mudar comporta-
mentos sociais, romper padrões, alertar sobre problemas sociais ou am-
bientais, mas que às vezes passam despercebidos pela vida cotidiana.

Diz respeito ao marketing verde, ao marketing de associações sem


fins lucrativos que apoiam pessoas em risco (crianças, jovens e idosos)
ou a catástrofes mundiais, como a questão dos refugiados de guerras,
e a catástrofes climáticas. No Brasil, há alguns anos, com o objetivo de
informar sobre algumas doenças, o Ministério da Saúde estabeleceu
campanhas de conscientização utilizando cores. Essas campanhas en-
volvem as secretarias de Saúde estaduais e municipais, informações
nas estradas e nas cidades. Assim, no mês de outubro, por exemplo,
criou-se a campanha Outubro Rosa, para divulgar a prevenção do cân-
cer de mama e de doenças do cólon do útero. No mês de novembro,
foi lançada a campanha Novembro Azul, para a prevenção do câncer
de próstata, entre outras. Esses exemplos ilustram como o aspecto

Marcas e gestão de marcas 21


simbólico chama atenção e distingue o problema, oferece forma, cor e

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visibilidade a complicações comuns de saúde que frequentemente são
tratadas como tabus ou sem a devida importância pela população em
geral. Para o Estado e para o cidadão, é muito melhor prevenir do que
remediar a incidência de doenças e os custos dos tratamentos, muitas
vezes onerosos e nem sempre totalmente eficazes para eliminar uma
doença, principalmente em seus estágios mais avançados.

Considerações finais
A onipresença das marcas em nossa vida faz com que não só os
profissionais de administração e marketing se interessem pelo tema.
Entender sobre marcas é também se educar sobre o consumo, é criar
um olhar atento aos objetos, aos ícones e às imagens que nos cercam,
que ganham nosso subconsciente, e torná-los conscientes.

Para as empresas, as marcas, quando bem representadas, traduzem


o que elas são, o que são seus produtos e serviços. Elas dão formas,
cores, destacam atributos ou valores e contribuem para os esforços na
consolidação dos seus produtos, serviços e negócios. O significado da
marca toca na identidade das organizações, remete às suas origens ou
aos seus fundadores, perpassam os valores que defendem e que que-
rem transmitir, conferindo sentido ao que foi criado. Muito além do valor
financeiro de um produto ou serviço e mesmo de uma empresa ou outro
tipo de organização, a marca agrega valor subjetivo, intangível, por isso
é tão importante na sociedade moderna.

Referências
1,5 MILHÃO de entregadores e motoristas estavam na Gig economy no final de
2021. Guia do Investidor, São Paulo, 25 maio 2022. Disponível em: https://bit.
ly/3AtIo7s. Acesso em: 3 jul. 2022.

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ANTUNES, Ricardo. Uberização, trabalho e indústria 4.0. São Paulo: Boitempo,
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2021.

BRANDIRECTORY. Global 500: Ranking, 2022. Brand Finance, London, 2022.


Disponível em: https://brandirectory.com/rankings/global/2022. Acesso em: 5
jul. 2022.

CAFÉ Jacu. Camocim Organic, Domingos Martins, 2023. Disponível em: https://
www.cafecamocim.com.br/cafe-jacu-100-g. Acesso em: 16 jul. 2022.

DAVIES, Rob. The Uber files: how the leak prompted outrage across the world.
The Guardian, London, 15 jul. 2022. Disponível em: https://www.theguardian.
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the-world. Acesso em: 16 jul. 2022.

KELLER, Kevin; MACHADO, Marcos. Gestão estratégica de marcas. São Paulo:


Pearson Prentice Hall, 2006.

PEREZ, Clotilde. Signos da marca. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.

SANTAELLA, Lucia. O que é semiótica. São Paulo: Brasiliense, 2012.

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