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Martins Krieger
Planejamento orientado
ao setor público
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Jeane Passos de Souza – CRB 8a/6189)
Bibliografia.
e-ISBN 978-85-396-3087-5 (ePub/2019)
e-ISBN 978-85-396-3088-2 (PDF/2019)
Capítulo 1 Capítulo 4
Introdução ao planejamento, 9 Ferramentas para construção do
1 Planejamento como instrumento de planejamento – parte 2, 93
gestão, 10 1 Método Altadir de planejamento
2 Abordagens, 16 popular (Mapp), 94
3 Processos, 19 2 Método Zopp, 100
4 Etapas, 21 3 Visão, missão e valores, 111
Considerações finais, 25 Considerações finais, 117
Referências, 25 Referências, 118
Capítulo 2 Capítulo 5
Planejamento orientado a Balanced scorecard como
resultados, 29 ferramenta de planejamento, 121
1 A importância do planejamento, 30 1 Conhecendo o balanced
2 Diferentes níveis: estratégico, tático scorecard, 122
e operacional, 39 2 Elaborando um balanced
3 Mapeamento e alinhamento dos scorecard, 134
objetivos da organização, 45 Considerações finais, 147
Considerações finais, 54 Referências, 148
Referências, 55
Capítulo 6
Capítulo 3 Planejamento estratégico
Ferramentas para construção do situacional (PES) como
planejamento – parte 1, 59 ferramenta de planejamento, 151
1 Administração por objetivos 1 As diferentes concepções do
(APO), 61 planejamento, 152
2 Ciclo PDCA, 64 2 O PES e seus elementos, 157
3 Análise SWOT (ou Fofa), 68 Considerações finais, 167
4 Árvore de problemas, 71 Referências, 168
5 Quadro lógico, 77
Capítulo 7
Considerações finais, 88
Ferramentas de monitoramento
Referências, 89
e avaliação, 171
1 Gestão por resultados, 172
2 PDCA e melhoria contínua, 178
3 Gestão de mudança, 181
4 Tipos de avaliação, 186
Considerações finais, 192
Referências, 193
Capítulo 8 Capítulo 12
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O planejamento governamental Outros instrumentos de
no Brasil, estrutura e planejamento, 277
instrumentos, 197 1 Estatuto da Cidade, 278
1 A história do planejamento público 2 Plano Diretor, 286
no Brasil, 198 3 Planos de desenvolvimento e
2 Os instrumentos legais planos setoriais, 288
de planejamento, 207 4 Transversalidade no poder
Considerações finais, 214 público, 290
Referências, 215 Considerações finais, 293
Referências, 293
Capítulo 9
Planejamento a partir do Capítulo 13
orçamento-programa, 219 Análise, monitoramento e
1 Plano Plurianual, 220 avaliação do planejamento
2 LDO, 228 brasileiro, 297
3 LOA, 231 1 Perspectivas financeira e física do
Considerações finais, 234 monitoramento e da avaliação, 298
Referências, 235 2 Avanços, aspectos a melhorar
e limites dos processos de
Capítulo 10 monitoramento e avaliação no setor
público brasileiro, 310
O Plano Plurianual, 237
Considerações finais, 314
1 Processo de planejamento, 238
Referências, 315
2 Diretrizes estratégicas e de
governo, 242 Capítulo 14
3 Construção de cenários, 247 Planejamento e participação
4 Programas e projetos, ações e social – parte 1, 319
atividades, 249
1 Mecanismos de participação, 320
Considerações finais, 251
2 A participação nos planos
Referências, 252 federais, 325
Capítulo 11 3 Orçamento participativo, 330
A Lei de Diretrizes Considerações finais, 335
Orçamentárias e a Lei Referências, 336
Orçamentária Anual, 255 Capítulo 15
1 Estrutura e características gerais Planejamento e participação
da LDO, 256
social – parte 2, 341
2 Estrutura e características gerais
da LOA, 261 1 Estudo de caso sobre planejamento
participativo em nível estadual, 342
3 Orçamento-programa e orçamento
por desempenho (GPRA e Part), 265 2 Estudo de caso sobre planejamento
participativo em nível municipal, 344
4 Relatórios de execução
(RREO e RGF), 270 Considerações finais, 351
Considerações finais, 273 Referências, 352
Referências, 274
6
7
planejamento governamental
Capítulo 1
Introdução ao
planejamento
9
Esse planejamento, no entanto, não representa um mero desejo do
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que o eleito almeja alcançar no futuro. Inicialmente, o planejamento pú-
blico precisa estar pautado no arcabouço legal que delimita o que é,
como deve ser feito e quais são os instrumentos necessários para o
plano. Além disso, é necessário levar em consideração os aspectos or-
çamentários, de recursos humanos e de capacidade de implementação,
os aspectos políticos e a participação popular.
Introdução ao planejamento 11
(chamados “burocratas de nível de rua”) podem afetar os resultados a
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serem alcançados por aquela política.
Introdução ao planejamento 13
1.4 Planejamento e gestão
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O uso do planejamento como ferramenta de gestão está relacionado
com a evolução da própria concepção da administração pública e de
como o Estado deve agir. Bresser-Pereira (2001) aponta que a gestão da
máquina pública no Brasil apresentou três formas principais: uma ges-
tão patrimonialista até 1930; uma gestão burocrática entre 1930 e 1995;
e uma gestão gerencial a partir de 1995. Todavia, apesar da condução
de reformas para que a gestão pública se tornasse predominantemente
gerencial, características das formas anteriores (patrimonialista e buro-
crática) permanecem arraigadas na condução da administração pública.
IMPORTANTE
Programas
temáticos Programas
Dimensão
de gestão,
tática
manutenção
Objetivos e serviços
do Estado
operacional
Dimensão
Introdução ao planejamento 15
2 Abordagens
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Diferentes abordagens de planejamento estratégico orientado ao se-
tor público foram desenvolvidas nos últimos anos: planejamento tradi-
cional, planejamento estratégico situacional (PES), prospectiva estraté-
gica foresight, metodologia da Global Business Network e planejamento
não euclidiano (SILVEIRA; HELLER; REZENDE, 2013). Aqui, vamos focar
a contraposição de duas abordagens principais: o planejamento tradi-
cional e o PES.
Introdução ao planejamento 17
O planejamento refere-se a oportunidades e problemas reais, consi-
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derando a realidade em sua complexidade, o que faz com que aspectos
políticos e de poder sejam levados em consideração. Por isso, desen-
volver um planejamento de longo prazo demanda uma análise situacio-
nal que envolve aspectos políticos, econômicos e sociais. Recursos são
aspectos relevantes para o planejamento e sua execução, mas eles não
são restritos aos de tipo econômico: poder político, recursos cognitivos
e recursos organizacionais são também considerados fatores-chave
para determinar a viabilidade estratégica do plano. O PES também pre-
vê que esses recursos são dinâmicos, isto é, podem ser reforçados ou
diminuídos ao longo do tempo (MISOCZKY; GUEDES, 2012).
Relação com outras O outro não é considerado, a O outro participa, há sempre uma relação
pessoas não ser como mero executor. entre sujeitos.
É determinista: a realidade
Previsibilidade pode ser transformada por Assume a incerteza, a imprevisibilidade.
meio das predições únicas.
Controle e
Segue uma teoria de controle. Segue uma teoria de jogo social.
dinamicidade
3 Processos
O planejamento estratégico é um processo por meio do qual uma
organização formula e implementa sua estratégia de ação. O plano
Introdução ao planejamento 19
estratégico é o documento resultante do processo de elaboração do
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planejamento estratégico (ESTOLANO, 2002), mas isso não quer dizer
que o planejamento se encerra em sua elaboração.
6. Avaliação 1. Diagnóstico
5. Execução, 2. Definição da
monitoramento visão de futuro
e controle
4. Desdobra- 3. Definição
mento do plano das estratégias
IMPORTANTE
4 Etapas
Conforme vimos, o processo de desenvolvimento do planejamen-
to estratégico pode ser dividido em diversas etapas. Cada uma delas
tem ferramentas específicas que auxiliam na sua realização, e vamos
abordá-las nos próximos capítulos. Nesta seção, de forma introdutória,
vamos descrever brevemente os principais objetivos e a composição de
cada uma dessas etapas.
Introdução ao planejamento 21
4.1 Diagnóstico
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O diagnóstico diz respeito à compreensão da realidade no momento
atual, principalmente dos problemas que buscam ser transformados no
futuro. O diagnóstico deve, prioritariamente, proporcionar a compreen-
são de causas de problemas centrais e o arcabouço das regras e ca-
pacidades (sociais, culturais, institucionais e legais) com as quais se
está atuando. A partir desse diagnóstico, podem também ser extraídas
premissas que balizarão a definição da visão de futuro.
Introdução ao planejamento 23
4.5 Execução, monitoramento e controle
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Durante sua execução, o planejamento precisa ser monitorado e
controlado: é necessário acompanhar se as diferentes equipes respon-
sáveis pela concretização do plano estão realizando suas atividades e
se isso está levando ao alcance dos objetivos e das metas definidos
como visão de futuro. Esse monitoramento ao longo do tempo permite
saber o grau de efetividade das ações realizadas e propor alterações
nas estratégias para que a visão de futuro se concretize.
4.6 Avaliação
PARA PENSAR
Referências
BLOOM, Craig. Strategic planning in the public sector. Journal of Planning
Literature, v. 1, n. 2, p. 253-259, 1986.
Introdução ao planejamento 25
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Orientação
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para elaboração do Plano Plurianual 2016-2019. Brasília: Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão, 2015.
NASCIMENTO, Edson Ronaldo. Gestão pública. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
Introdução ao planejamento 27
TURNBULL, Nick. Harold lasswell’s “problem orientation” for the policy sciences.
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
Critical Policy Studies, v. 2, n. 1, p. 72-91, mar. 2008. Disponível em: http://www.
tandfonline.com/doi/abs/10.1080/19460171.2008.9518532. Acesso em: 12
fev. 2019.
Capítulo 2
Planejamento
orientado a
resultados
29
mensurados ao longo do tempo e quais serão as estratégias e ações
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conduzidas para atingir essa visão de futuro. Então o que significa dizer
que o planejamento está orientado a resultados? Este capítulo tem o
intuito de responder a essa pergunta, além de demonstrar como um
planejamento orientado a resultados pode ser desenvolvido.
1 A importância do planejamento
“Gatinho de Cheshire”, começou, muito timida-
mente, por não saber se ele gostaria desse tra-
tamento: ele, porém, apenas alargou um pouco
mais o sorriso.
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liação” (KANUFRE; REZENDE, 2012, p. 641). Uma definição mais comple-
ta, que integra os diferentes conceitos e enfatiza a relação entre planeja-
mento e gestão, é trazida pelo manual desenvolvido por uma agência da
Organização das Nações Unidas:
Pla
n
eja
Estabelecimento
o
açã
me
da visão
nto
Avali
Planejamento
Implementação para
e monitoramento
monitoramento e avaliação
Mo
n i t o r a m e nto
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(outcomes) e de produtos (outputs). Produtos indicam que existe uma
entrega, algo que está sendo feito, uma saída direta constatável de for-
ma objetiva, mas não significam resultados, conforme explicitado por
Gomes (2009, p. 67-68):
Objetivo 1: Superar a extrema pobreza na cidade de São Paulo, elevando a renda, promovendo a inclusão
produtiva e o acesso a serviços públicos para todos
Unidade Tipo Referência Resultado
Indicadores
de medida Data Fonte Índice 2016
Quantidade de famílias em situação de IBGE – Censo
extrema pobreza não cadastradas no unidade IR; R 31/12/2012 2010; Projeção 228.000 0
Cadastro Único (até ¼ do salário mínimo) SMADS
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adoção de metas finalísticas, focadas nos impactos desejados
com as políticas públicas sob a ótica do cidadão. São metas
transformadoras. Dessa maneira, o planejamento e o monitora-
mento das ações da Administração Pública estarão focalizados,
prioritariamente, nos aspectos que traduzem a melhoria da quali-
dade de vida da população, como, por exemplo, diminuir a taxa de
mortalidade infantil ou aumentar a nota do IDEB. Para o alcance
dessas metas, são necessários os projetos estratégicos, que con-
gregam ações que serão realizadas pela Administração para que
o resultado global seja atingido e que se tenha impacto positivo
direto sobre a vida da população. Há projetos com tamanha im-
portância e relevância que contribuem para o alcance de mais de
uma meta. (SÃO PAULO, 2017, p. 3).
2
Eixo: Desenvolvimento Social
Reduzir em 5% (7 óbitos prematuros em 100.000 residentes) a taxa da mortalidade
precoce por doenças crônicas não transmissíveis selecionadas, contribuindo para o
Meta aumento da expectativa de vida saudável
VALOR-BASE ANO-BASE VARIAÇÃO 2013-2016
PONTO DE
PARTIDA 139,8 em 100.000 2015 -6,4 em 100.000 (-4%)
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corresponde à fonte de obtenção desse indicador. Muitos indicadores
são produzidos e disponibilizados por institutos de pesquisa no Brasil. O
mais conhecido é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
que coleta e publica dados como o Censo Demográfico, a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), a Pesquisa de Informações
Básicas Municipais (Munic), entre outros.
NA PRÁTICA
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Plano Estratégico
Atividades
Para que o nível tático seja levado a efeito, viabilizando sua implemen-
tação, ocorre o desdobramento no planejamento operacional. É no nível
operacional que as tarefas são executadas e, por isso, é primordial que
haja uma configuração de planejamento especificando o que fazer, como
fazer e quais os responsáveis (CATAPAN; BERNARDONI; CRUZ, 2013).
NA PRÁTICA
1 No Plano Plurianual, o programa temático retrata “a agenda de governo organizada pelos temas das
políticas públicas e orienta a ação governamental. Sua abrangência deve ser a necessária para representar
os desafios e organizar a gestão, o monitoramento, a avaliação, as transversalidades, as multissetorialidades
e a territorialidade. O programa temático se desdobra em objetivos e iniciativas” (BRASIL, 2011, p. 11).
2 São instrumentos que classificam “um conjunto de ações destinadas ao apoio, à gestão e à manutenção
da atuação governamental, bem como as ações não tratadas nos programas temáticos por meio de suas
iniciativas” (BRASIL, 2011, p. 11).
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orientado a resultados e o monitoramento: é preciso monitorar as ações
e, periodicamente, buscar por comprovações de que elas serão efetivas
na busca dos resultados. A figura 5 mostra essa relação.
Visão de futuro,
objetivos e
Estratégico resultados
esperados
Planos e programas,
Tático planos temáticos e
produtos
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na área entre esses termos. Autores e pessoas do campo podem usar
conceitos diferentes. Pfeiffer (2000) mostra que a Agência dos Estados
Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) divide a linearida-
de do processo em cinco níveis e utiliza os termos conforme exposto
na figura 7.
da organização
Até este momento, já descrevemos a relevância do processo de pla-
nejamento, compreendendo o conceito de planejamento orientado por
resultados, e ingressamos na discussão sobre o que são resultados no
setor público. Mas como esses resultados são definidos? Como é pos-
sível traçar uma visão de futuro de transformação social? Para respon-
der a essas perguntas, esta seção será dividida em três tópicos princi-
pais: o desenvolvimento do diagnóstico, a definição da visão de futuro e
a definição das estratégias.
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los estatísticos podem ser adotados para identificar, entre outras pos-
sibilidades, relações de causa e efeito entre os indicadores ou verificar
maiores índices de incidência por territorialidade ou aspectos sociode-
mográficos. Quando um relatório demonstra uma disparidade grande
entre os índices de extrema pobreza na cidade, por exemplo, ele também
permite visualizar em quais regiões do município poderiam ser criados
programas para reduzir esses índices (conectando o diagnóstico com o
estabelecimento de visão de futuro e estratégias).
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Um bom diagnóstico para programas públicos deve contem-
plar, de acordo com cada contexto, elementos como:
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• B = severidade do problema;
• C = eficácia da solução;
IMPORTANTE
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de a cada ano medir se estamos conseguindo obter êxito ou
não. Ela nos possibilita enxergar com clareza os avanços e
desafios, e a traçar os próximos passos. (ACTIONAID BRA-
SIL, 2014, p. 5).
Objetivo
0750 – Ampliar e diversificar a produção de biomassa agropecuária, com ênfase em cultivos
agroenergéticos e florestas plantadas
Cumulativa? Sim
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tregas do programa;
Considerações finais
Iniciamos este capítulo pensando nos resultados que seriam espe-
rados de uma empresa privada: o retorno sobre investimento. Com o
decorrer da situação, percebe-se que os resultados esperados do setor
público poderiam também ser considerados em uma perspectiva de re-
torno sobre investimento. Mas o que significa “resultado” para o setor
público é consideravelmente diferente do resultado para o setor privado:
do Estado, espera-se a transformação social, a busca por melhoria nas
condições de vida da população.
Referências
ACTIONAID BRASIL. Linha de base: campanha cidades seguras para mulheres.
[S. l.: s. n.], 2014.
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Plurianuais: estratégicos, territoriais e participativos. Brasília: Ministério do
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, 2014.
CARROLL, Lewis. Alice no país das maravilhas. 2. ed. São Paulo: Objetivo, 2000.
DESLANDES, Suely Ferreira; MENDES, Corina Helena Figueira; LUZ, Eliane Santos
da. Análise de desempenho de sistema de indicadores para o enfrentamento da
violência intrafamiliar e exploração sexual de crianças e adolescentes. Ciência
& Saúde Coletiva, v. 19. n. 3, 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232014000300865. Acesso em: 30 set.
2019.
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
pid=S1413-81232017021203945&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 11 set. 2019.
Capítulo 3
Ferramentas para
construção do
planejamento –
parte 1
59
pública tradicional, enfatizamos que a eficiência precisa ser orientada à
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busca de resultados de transformação social (ALVES, 2013).
1.1 O que é?
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gestão foi o principal instrumento para pactuar resultados entre as
partes interessadas: “Trata-se, via de regra, de um compromisso, ne-
gociado entre as partes, que regula as relações entre o núcleo estraté-
gico (formulador de políticas) e as entidades descentralizadas (execu-
toras)” (LEMOS, 2009, p. 2).
1 “Representa a combinação de medidas orientadas para o ajuste estrutural das contas públicas com
iniciativas voltadas para a geração de um novo padrão de desenvolvimento tendo a inovação na gestão
como elemento de sustentabilidade. É a estratégia de reforma da administração pública do Estado de Minas
Gerais” (LEMOS, 2009, p. 2).
Estratégia governamental:
Plano Mineiro de Visão: tornar MG o melhor estado para se viver
Desenvolvimento
Integrado (PMDI) e Resultados para a sociedade
Plano Plurianual de Ação
Governamental (PPAG) ÁREAS DE RESULTADO
Projetos estruturadores
Gestão de
pessoas: Prêmio Prêmio Prêmio Prêmio Prêmio
avaliação de
desempenho individual
(ADI) e prêmio ADI ADI ADI ADI ADI
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processo que contribuiu para a implementação desse modelo em Minas
Gerais, fazendo com que a busca dos resultados fosse o foco de atua-
ção das instituições que integram o governo e seus respectivos servido-
res públicos. Esse instrumento também contribui para outros objetivos,
como melhorar a entrega de serviços para a sociedade; alinhar as ações
de cada órgão com o planejamento estratégico; dar transparência às
ações das instituições públicas; facilitar o controle social e propor uma
cultura orientada à busca dos resultados (FUNDAÇÃO HOSPITALAR DO
ESTADO DE MINAS GERAIS, 2007).
2 Ciclo PDCA
2.1 O que é
O ciclo PDCA, acrônimo das palavras em inglês plan, do, check, ac-
tion, é uma ferramenta utilizada para implementar programas de gestão
de qualidade, com o objetivo de tornar os processos mais ágeis e em
melhoria contínua (ZANDAVALLI et al., 2013). O ciclo é dividido em qua-
tro partes: planejamento, execução, verificação e ação corretiva, con-
forme especificado na figura 2. Esse ciclo também é nomeado de ciclo
de Shewhart ou de Deming, nome dos desenvolvedores da ferramenta.
A P
redefinir a estratégia qualidade e participação
Acompanhar as ações do
C D Implementar as ações
programa e verificar seus do programa
resultados
Planejamento estratégico
Padronizar SAD SEPLAN (PPA, LDO e LOA)
SAD Definir recursos e meios
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ciclo PDCA quinze anos após a sua implementação pelo Governo do
Estado do Mato Grosso e relatam alguns problemas encontrados no
processo: apesar de a alta gerência ter utilizado e desenvolvido estraté-
gias de aplicação do ciclo PDCA, estas não necessariamente alcança-
ram todos os servidores, o que dificultou a prática do PDCA; na época foi
difícil implementar um sistema de informação que correspondesse às
necessidades desse modelo de gestão. Mesmo assim, as autoras con-
seguem identificar aspectos de melhorias que permanecem até os dias
atuais, como a estrutura de atendimento do governo, o plano de carreira
dos gestores governamentais, a utilização de metas e a transparência
da aplicação de recursos públicos (LUCIARDO et al., 2014).
projetos;
◦ verificação parcial:
◦ verificação anual:
• Agir corretivamente:
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3.1 O que é?
Futuro
Negativo Positivo
Presente
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‑Geral do Distrito Federal
Ajuda Dificulta
Lealdade institucional dos servidores Baixa efetividade da comunicação interna nos níveis
com o órgão estratégico, tático e operacional
4 Árvore de problemas
4.1 O que é?
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como problema central a evasão escolar, localizado no tronco da árvore.
Nas raízes da árvore constam as causas que levam a esse problema e
na copa constam os efeitos causados por ele.
problemas
de saúde
viver em favela
falta de dinheiro e mendigar mais alimentos
para a família
falta de trabalho migração para no curto prazo
fora da família a cidade
maior
falta de produtividade
qualificação
ajudar a família
reprovação no campo
evasão escolar
Exemplo de causas-raiz na
árvore do problema doença falta de qualificações
o governo
não é cobrado
problemas
boa saúde
de saúde
viver com as
dinheiro suficiente viver em favela
falta de dinheiro necessidades
e atendidas
mendigar mais alimentos
para a família
conseguir
falta de emprego
trabalho migração no curto prazo
fora resistirpara
à pressão
foradadafamília
família para migrar
a cidade
maior
qualificação
falta de produtividade
profissional
qualificação
ajudar a família
aprovação
reprovação no campo
evasão escolar
frequentar a escola
Exemplo das soluções-raiz
na árvore da solução saúde dinheiro
doença falta suficiente
de dinheiro
o dinheiro é gasto
águainsalubre
água limpa com onecessidades
pai gasta
água da família
faltalimpa
de acesso água sem
e acessível
à água potável água tratada cerveja
necessidades da
tratamento
família atendidas
o governo não
poço instalado
instalou com
um poço baixa autoestima
recursos do governo falta de autoestima elevada
ensinados sobre
oogoverno não oconhecimento
tratamento falta de emprego
governo liberou emprego adequado
iberou
os recursos
recursos
falta de
qualificação
o governo qualificações
o governo
não é cobrado profissional
é cobrado
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distinção entre as causas e as consequências de um problema. Essa
delimitação deve orientar a realização de ações efetivas que tenham
impacto nas causas‑raiz do problema. Por isso, em uma árvore de obje-
tivos, nas raízes passam a constar as possíveis ações para atingir aque-
le objetivo central. Consequentemente, as árvores de problemas e de
objetivos são de grande valia para a determinação da lógica causal do
planejamento estratégico.
Efeitos
Problema
Disparidades significativas entre as regiões do país, em suas múltiplas escalas, nos níveis de
atividade econômica e rendimento, no acesso a bens e serviços e na qualidade de vida
Causas
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Regional precisavam ser alteradas para atacar as principais causas que
irrompem nas desigualdades nacionais.
5 Quadro lógico
5.1 O que é?
MATRIZ LÓGICA
Objetivo Metas de
geral impacto
Objetivo Metas de
específico efetividade
Resultados Metas de
imediatos desempenho
Metas
Atividades
operacionais
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compõem a lógica causal podem ser nomeados de maneira diferente
de acordo com o autor (esse aspecto foi previamente discutido no ca-
pítulo 2).
Descrição
do projeto Indicadores Fonte de verificação Pressupostos
Descrição
do projeto Indicadores Fonte de verificação Pressupostos
Impacto
Atividades
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MEIOS DE
RESUMO NARRATIVO INDICADORES SUPOSTOS
VERIFICAÇÃO
• Permanência das famílias ×
repasse das unidades.
• Fortalecimento do núcleo familiar:
autonomia e independência
financeira, acesso ao mercado de
trabalho formal, uso racional da
renda.
• No de moradores por domicílio.
• Pertencimento e participação
social: manutenção do núcleo
2. Sustentabilidade familiar, grupos sociais,
social, ambiental vizinhança e organização local. Deve haver
e econômica do integração e
• Articulação e confiança nas
empreendimento coordenação
instituições públicas.
eficiente entre as
• Correta apropriação, uso diversas políticas,
• Questionário com
IMPACTO
e a sociedade
em geral devem
6. Produtividade/ cumprir com suas
Relação entre os dispêndios
eficiência Relatórios. responsabilidades
realizados e os retornos obtidos.
conquistada de manutenção do
empreendimento.
(cont.)
MEIOS DE
RESUMO NARRATIVO INDICADORES SUPOSTOS
VERIFICAÇÃO
Porcentagem (%) das famílias:
• orientadas sobre educação
patrimonial;
• orientadas sobre organização
5. Trabalho • Questionários com
comunitária;
social – etapa os beneficiários.
• orientadas sobre a educação
pós-contratual • Relatórios do
ambiental;
realizada Trabalho Social.
• orientadas sobre planejamento e
gestão do orçamento familiar;
• capacitadas para o trabalho
e renda.
• Indicador de focalização
1. Clientela
(comparar grupo de beneficiários Fichas de inscrição.
focalizada
com grupo de não beneficiários).
(cont.)
MEIOS DE
RESUMO NARRATIVO INDICADORES SUPOSTOS
VERIFICAÇÃO
• Vistoria e
observação de
• Oferta de transporte público ao campo.
empreendimento. • Consulta junto
• Quais e quantos equipamentos aos responsáveis
4. Entorno
públicos disponíveis conforme a pelos serviços.
implementado
demanda do empreendimento. • Relatório de
• Infraestrutura implantada/total diagnóstico da
demandada. demanda por
equipamentos e
serviços públicos.
• Porcentagem do
empreendimento servido de
abastecimento de água, rede de
esgoto, coleta de lixo, iluminação
pública e rede de eletricidade, Deve haver, por
• Verificação no
drenagem pluvial e fluvial, vias parte dos agentes,
projeto.
veiculares, vias de pedestres em o cumprimento de
relação à meta (100%). • Vistoria e contratos, projetos,
3. Empreendimento observação de especificações,
• Empreendimento de acordo com
construído campo. prazos, cronogramas
o previsto no projeto relativo à
área de preservação ambiental, • Legislação e legislação. Pode
PRODUTOS
(cont.)
(cont.)
MEIOS DE
RESUMO NARRATIVO INDICADORES SUPOSTOS
VERIFICAÇÃO
13. Garantir a
• Vistoria e
celeridade dos
observação de
processos de
Cumprimento do prazo de início campo.
licenciamento
das obras. • Relatório de
ambiental e das
andamento das
concessionárias de
obras.
serviços públicos
10. Selecionar
(CEF) com, no mínimo, 6 meses Verificação na CEF. decisões entre as
beneficiários
de antecedência da previsão de lideranças.
entrega do empreendimento. • Os agentes devem
• Fichas de ter informações
inscrição. corretas de todo o
9. Promover a processo.
No de inscrições/demanda • Plano Local de
divulgação do
habitacional. Habitação de • Precisa haver
programa
Interesse Social participação
(PLHIS). popular.
(cont.)
decisões entre as
4. Incentivar
• Verificação no lideranças.
a alocação do
projeto.
PMCMV nas Zeis Localização do PMCMV. • Os agentes devem
• Publicação no ter informações
e/ou proposta
DOM. corretas de todo o
legislativa
processo.
3. Firmar parceria
• Precisa haver
entre União e Adesão ao programa. • Termo de adesão.
participação
município
popular.
2. Mapear regiões
• Precisa haver
prioritárias para A existência de Zeis servidas respaldo legal e
implantação
com infraestrutura e serviços • Plano Diretor e/ou administrativo.
dos projetos de
urbanos ou com viabilidade da sua estudos afins.
habitação de
implantação.
interesse social
– Zeis
1. Levantar e
avaliar a demanda Tamanho e perfil da demanda • PLHIS e/ou
habitacional do estabelecidos. estudos afins.
município
do programa.
◦ coleta de documentação;
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◦ explicação do problema e das referências básicas (objetivo,
público-alvo e beneficiários);
◦ análise de vulnerabilidade.
Considerações finais
Neste capítulo, foram apresentadas ferramentas que podem ser uti-
lizadas de duas formas. As duas primeiras – a administração por obje-
tivos e o ciclo PDCA – são estruturas mais robustas, que demandam a
Referências
ALVES, Daniel Palácio. A aplicação de ferramentas de gestão de pessoas
para a melhoria de performance de equipes no contexto da UEPP. 2013. 23 f.
Dissertação (Mestrado) – FGV/Eaesp, São Paulo, 2013. Disponível em: https://
bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/11133. Acesso em: 1 out. 2019.
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
para formular programas e organizar avaliação. Brasília: [s. n.], 2010.
Capítulo 4
Ferramentas para
construção do
planejamento –
parte 2
93
Espera-se, ao fim do capítulo, que você seja capaz de saber qual fer-
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
ramenta utilizar conforme as necessidades encontradas e os objetivos
almejados, que consiga aplicar as ferramentas e que também possa
refletir sobre como adaptá-las de acordo com as necessidades do pro-
cesso conduzido e das pessoas envolvidas.
1.1 O que é?
IMPORTANTE
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no médico em detrimento das equipes de saúde da família; a existência
de um espaço de discussão entre trabalhadores e comunidade sobre
questões relacionadas ao atendimento.
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mento da percepção de que os atores que atuam no nível local conse-
guem reorganizar o sistema de saúde para que esteja alinhado com as
necessidades da comunidade. Essas mudanças ocorreram na atuação
cotidiana daqueles que participaram do processo, em um aprendizado
organizacional coletivo. Elas consideram que o desenvolvimento da
missão da UBS pode ser considerado como uma mudança na perspec-
tiva de atendimento à saúde: “Somos uma equipe, trabalhamos para a
comunidade. Nossa missão é a prevenção das doenças e a promoção
da saúde por meio do respeito ao próximo, atuando com dignidade e
satisfação” (BOTTI; SCOCHI, 2006, p. 113).
explicitados na figura 1.
PASSOS DESCRIÇÃO
2 Descrição do problema
è O problema selecionado é descrito quanto aos seus
indicadores
3
Explicação do problema
(árvore explicativa) è O problema selecionado é explicado quanto a suas causas e
consequências
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2.1 O que é
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mais de uma vez ao longo do ciclo de implementação de uma determi-
nada política, o método Zopp também permite a realização do monito-
ramento e a avaliação da intervenção de forma participativa.
2. Análise de problemas.
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para competir em nível de qualidade total; infraestrutura básica defi-
ciente (ZEURI, 2002, p. 81).
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Categorias
GRUPOS OU ATORES
Funções Interesses Potenciais Limitações Temores
ONGs
Empresas privadas
Beneficiários
Outros
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
guir os passos propostos por Minguilo (2003):
INDICADORES
ESTRATÉGIA INDICADORES PREMISSAS
DAS PREMISSAS
Objetivo de
desenvolvimento: a Como identificar
situação de transformação se o objetivo de
determinada pelos grupos desenvolvimento foi
enfocados pela intervenção atingido.
(público-alvo).
Aspectos fora do
Propósito do projeto: escopo do projeto
Como reconhecer se o Como reconhecer que
mudanças nas ações dos que devem acontecer
propósito do projeto foi as premissas estão se
usuários/beneficiários dos para que o projeto
alcançado. concretizando.
serviços do projeto. alcance o objetivo de
desenvolvimento.
(cont.)
RESPONSÁVEIS
CRONOGRAMA
INDICADORES
RESULTADOS
ATIVIDADES
PREMISSAS
AÇÕES
1 2 3 4
Resultado 1
Atividade 1.1
Atividade 1.1.1
Atividade 1.1.2
Atividade 1.2
Atividade 1.2.1
Atividade 1.2.2
Atividade 1.2.3
Atividade 1.3
Atividade 1.3.1
Atividade 1.3.2
Atividade 1.3.3
Atividade 1.3.4
(cont.)
RESPONSÁVEIS
CRONOGRAMA
INDICADORES
RESULTADOS
ATIVIDADES
PREMISSAS
AÇÕES
Resultado 2
Atividade 2.1
Atividade 2.2
Atividade 2.3
Atividade 2.4
Resultado 3
Atividade 3.1
Atividade 3.2
Atividade 3.3
3.1 O que é?
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essa organização almeja alcançar. Essa diferença é bem interpretada
por Amorim (2018, p. 119), ao abrir estas duas possibilidades: “Como a
organização se vê no futuro?” e “Qual o futuro que a organização vê?”.
Nos exemplos dispostos no subitem 3.3, muitas das visões expressam
como a organização se vê no futuro, principalmente ancorando-se na
perspectiva de tornarem-se referência em seu campo de atuação. As
visões do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) e da Prefeitura de Várzea Grande, por outro lado, es-
tão mais alinhadas com o futuro para o qual as organizações almejam
contribuir. De uma forma geral, uma boa declaração de visão deve ser
fácil de compreender e de lembrar; positiva; motivacional e inspiradora;
desafiadora e orientada ao futuro (PAPULOVA, 2014).
Compromisso com
Prestar assistência a educação; ética
técnica e financeira e transparência;
Fundo Nacional de Ser referência na
e executar ações que excelência na gestão;
Desenvolvimento implementação de políticas
contribuam para uma acessibilidade e inclusão
da Educação públicas.
educação de qualidade social; responsabilidade
a todos. ambiental; inovação e
empreendedorismo.
(cont.)
Construir uma
Várzea Grande forte
economicamente e justa Tornar Várzea Grande
socialmente, através de um dos melhores
políticas de crescimento e lugares para se viver,
Justiça social;
desenvolvimento econômico proporcionando
Prefeitura responsabilidade;
que revigorem sua vocação contínua melhoria da
Municipal de transparência;
industrial, transformando qualidade de vida e
Várzea Grande honestidade; participação.
o município numa terra de assegurando os direitos
empreendedores, gerando políticos, sociais e
mais empregos, distribuindo ambientais aos seus
mais renda e melhorando cidadãos.
a qualidade de vida das
pessoas.
Proteger o meio
Ética; excelência
Ser referência na ambiente e assegurar a
técnica; compromisso
construção de um modelo sustentabilidade no uso
socioambiental;
Ibama de desenvolvimento dos recursos naturais,
transparência; efetividade;
fundamentado na visando promover a
respeito à vida; autonomia;
sustentabilidade ambiental. qualidade ambiental
respeito à diversidade.
propícia à vida.
[...] foi feita uma pesquisa com a proposta de missão, visão e va-
lores, também por meio de formulários eletrônicos disponibiliza-
dos na intranet do Instituto. A pesquisa foi elaborada de forma que
possibilitasse alterações de termos e sugestão de novos termos
a serem contemplados. Essa consulta contou com a participação
de unidades do IBAMA em todos os estados da Federação, num
total de 767 respostas, ou seja, quase 20% do total de servidores.
(IBAMA, 2011, p. 10).
Definição da visão:
Definição da missão:
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é, o principal benefício que ela proporciona ao público-alvo.
Definição de valores:
NA PRÁTICA
Considerações finais
Neste capítulo, foram abordadas três ferramentas que podem apoiar
o processo de planejamento estratégico: o Mapp, o Zopp e o estabeleci-
mento da tríade visão, missão e valores.
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
AGUIAR, Gabriel Nobre de et al. Planejamento participativo realizado em área de
abrangência do Programa Saúde da Família. Revista APS, v. 9, n. 1, p. 45-49, 2006.
NASCIMENTO, Murilo César; SILVA, Simone Albino da; GOYATÁ, Sueli Leiko
Takamatsu. Aplicação didática do método Altadir de planejamento popular
para estudantes de enfermagem. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste
Mineiro, v. 3, p. 891-898, 2013.
PAPULOVA, Zuzana. The significance of vision and mission development for en-
terprises in Slovak Republic. Journal of Economics, Business and Management,
v. 2, n. 1, 2014.
TONI, Jáckson de; SALERNO, Guilene; BERTINI, Lúcia. Uma abordagem estra-
tégica no planejamento de grupos: o método Altadir de planejamento popular
– Mapp. In: JACQUES, Maria da Graça Correa et al. (org.). Relações sociais e
ética. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2008.
Capítulo 5
Balanced scorecard
como ferramenta de
planejamento
121
como tenha conhecimento sobre os passos necessários para pôr em
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prática o BSC e criar mapas estratégicos para uma organização. O BSC
foi criado inicialmente para implementação no setor privado e, por isso,
este capítulo também incentiva a reflexão sobre como estratégias se
alteram no setor público.
1 Ativos tangíveis são as propriedades de uma organização que podem ser contabilizadas, como
maquinários, investimentos financeiros, imóveis, produtos, etc. Os ativos intangíveis, por sua vez, são
abstratos. Por exemplo, o conhecimento dos colaboradores da organização, a estratégia com bom
funcionamento, sua marca e reputação, etc.
IMPORTANTE
1.2 Objetivos
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FELIX; TIMÓTEO, 2011).
Ferramenta de
comunicação
Sistema de
mensuração
Sistema de
gerenciamento
estratégico
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Por exemplo, os indicadores para mensurar redução da mortalidade in-
fantil em um determinado período não são indicativos de que a morta-
lidade infantil não aumentará no futuro. O trecho a seguir, extraído de
uma matéria de jornal, discute indicadores dessa problemática:
Mapa estratégico
Descreve a estratégia da empresa através de
objetivos relacionados entre si e distribuídos
nas quatro dimensões Objetivo estratégico Indicador Meta Plano de ação
O que deve ser Como será O nível de Programas de
Mapa estratégico alcançado e o medido e desempenho ação-chave
que é crítico acompanhado ou a taxa de necessários
Financeiro para o sucesso o sucesso do melhoria para se alcançar
Rentabilidade
da organização alcance do necessários os objetivos
Menos aviões Mais clientes objetivo
Mercado
Voo Preços Objetivos Indicadores Meta Iniciativa
pontual mais baixos
Rápida Tempo de pouso 30 minutos Programa de
Processos preparação Partida pontual 90% otimização da
internos Rápida preparação em solo duração do ciclo
em solo
Aprendizado
e inovação Alinhamento do
pessoal de terra
1.4 Perspectivas
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traduzir sua estratégia (FELIX; FELIX; TIMÓTEO, 2011; NIVEN, 2008).
(cont.)
(cont.)
setor público
Finanças Sociedade/cidadão
Clientes
Mercado/cliente
Processos internos
Processos internos
Modernização
Pessoas
administrativa
Aprendizagem
e crescimento Finanças/orçamento
1.5 Etapas
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passos que precisam ser colocados em prática para a elaboração e im-
plementação da ferramenta.
gum momento);
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atendimento das necessidades dos acionistas (no caso de em-
presas), o que exclui outros atores que são também relevantes
para a continuidade da organização, como governos, sociedade
civil e até fornecedores. Na perspectiva da administração pública,
ao focar no bom atendimento do cidadão que é cliente direto de
um serviço, pode-se considerar que não se está olhando para ou-
tros interesses da sociedade ou de atores específicos (como os
próprios fornecedores de serviços ou produtos para o governo);
Desenvolver
métricas e metas
Balanced scorecard
Acompanhar e Traduzir a
monitorar estratégia em
resultados objetivos
Financeiro Clientes/ Processos Aprendizado e
mercado internos crescimento
Alocar Alinhar e
recursos desenvolver
(orçamento) iniciativas
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Conforme mencionado, dentro das etapas ou fases necessárias para
a implementação da ferramenta BSC, são conduzidos diversos passos
menores para que aquela fase se concretize. Independentemente des-
ses passos, segundo Kaplan e Norton (2001), existem 5 princípios que
orientam o processo, possibilitando que a organização esteja centrada
em sua estratégia. Esses princípios acompanham o desenvolvimento
do BSC e precisam ser acordados e valorizados pela alta gerência da
organização:
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A gerência deve ter claros os motivos de “por que fazer o BSC e por que fazer
agora?”.
O BSC pode abarcar a organização como um todo e partir do nível mais alto
gerencial. Outra opção é ele ser implementado inicialmente em um departamento
da organização para servir como piloto para uma implementação posterior total.
Decidir o nível
2 A decisão de implementar o BSC em um departamento ou uma unidade
organizacional
da organização pode acontecer, entre outros motivos, pelo tamanho da
organização; por diferenças estratégicas entre os diversos departamentos; ou por
diferenças organizacionais existentes (como a facilidade de gerar dados, ou de
comprometimento da própria equipe).
Os autores sugerem que uma pessoa se torne o “grande apoiador” e que fique
responsável pelo BSC. Esse apoiador recebe o nome de champion na literatura
internacional.
Para cada uma das afirmações, você deve escolher uma nota que representa o seu nível de concordância com
a afirmação. A nota 1 significa que você não concorda com a afirmação, enquanto a nota 5 representa que
você concorda plenamente com a afirmação.
Pontuação Afirmação
Nós criamos grande valor a partir de ativos intangíveis, como o conhecimento dos
1 2 3 4 5 colaboradores e a inovação; relação com clientes, beneficiários ou cidadãos; e cultura
organizacional forte.
1 2 3 4 5 Nós temos uma estratégia (ou tivemos no passado), mas tivemos dificuldade em implementá-la.
Nós raramente revisamos nossas medidas de desempenho e fazemos sugestões para novos
1 2 3 4 5
indicadores e formas de mensuração.
A alta gerência passa bastante tempo verificando aquilo que não foi cumprido do planejamento
1 2 3 4 5
e outros assuntos operacionais.
A criação do orçamento na nossa organização é definida somente por viés político e baseada
1 2 3 4 5
geralmente em tendências históricas.
Os colaboradores ou servidores não sabem como suas ações no dia a dia contribuem para o
1 2 3 4 5
sucesso da organização.
Existe pouca responsabilização na organização pelas coisas combinadas pelo grupo (por
1 2 3 4 5
exemplo, atividades conjuntas, envolvendo diferentes equipes ou unidades).
O ambiente ou cenário em que a organização atua está mudando, e por isso a organização
1 2 3 4 5
deveria mudar também.
1 2 3 4 5 Nós enfrentamos uma pressão crescente das partes interessadas para demonstrar resultados.
(cont.)
Às vezes tomamos decisões que são benéficas no curto prazo, mas podem prejudicar a criação
1 2 3 4 5
de valor a longo prazo.
Chave de pontuação:
De 20 a 30: Potencialmente a organização tem uma forte disciplina de mensuração de desempenho como um
processo-chave de gestão. É possível que esse programa tenha sido desdobrado com sucesso para os diferentes
níveis organizacionais, garantindo que todos os colaboradores estejam contribuindo para a estratégia.
De 31 a 60: Talvez a organização tenha sistemas de mensuração de desempenho, mas não consegue alcançar
os benefícios esperados desse sistema. A utilização de BSC poderia ser benéfica para a organização.
De 61 a 100: Este nível de pontuação demonstra uma grande dificuldade em identificar e executar a estratégia,
deixando clientes, beneficiários, partes interessadas e cidadãos geralmente insatisfeitos. A utilização do BSC
é altamente recomendada para ajudar a focar a implementação da estratégia e o alinhamento de todos os
níveis da organização com seus objetivos gerais.
(cont.)
(cont.)
Desenvolver Considerando que cada objetivo traçado será traduzido em pelo menos um
5 métricas de indicador, espera-se que o mapa estratégico contenha no mínimo 10 indicadores.
performance Mas os autores não colocam limite nesse quesito. A sugestão é que os indicadores
devem ser suficientes e necessários para acompanhar os objetivos e a estratégia.
Recomenda-se validar as métricas com os integrantes da organização. Depois de
finalizado, a equipe do BSC deve desenvolver um dicionário das métricas, contendo
explicações e descrições para cada um dos indicadores (qual perspectiva engloba;
corresponde a qual objetivo; responsável; frequência de coleta; fonte de verificação;
fórmula; unidade de medida; polaridade, entre outros).
Compreen- O mapa estratégico de alto nível, que contém a estratégia geral, deve ser bem
2 são do BSC compreendido pelos integrantes da organização. Para isso, sugere-se enviar informação
de alto nível relevante, produzir materiais explicativos e conduzir oficinas sobre o mapa e a estratégia.
A partir dos mapas estratégicos desenhados pelos departamentos, contendo uma visão
Conectar geral das iniciativas a serem formuladas, desenvolve-se o orçamento da organização
orçamento que esteja conectado com o BSC. Importante considerar que a soma dos orçamentos
5 geral com de cada mapa estratégico de departamento possivelmente resultará em um valor muito
os mapas maior do que o efetivamente disponível. Por isso, um processo de alinhamento do
estratégicos orçamento com o BSC geral deverá ser conduzido em conjunto pelos departamentos,
pela equipe do BSC, pela alta gerência e pelo departamento financeiro.
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Como vimos, o mapa estratégico é a ferramenta que reúne a lógica
causal dos objetivos traçados e que traduzem a estratégia organiza-
cional. Esses objetivos fazem parte das diferentes perspectivas e para
cada objetivo são traçados indicadores e metas. A figura 5 demonstra
um modelo vazio de um mapa tradicional desenvolvido para uma orga-
nização que tem como finalidade principal a perspectiva financeira.
Missão
Contribuir para promoção e educação da saúde, prevenção e tratamento da doença, na área dos cuidados
de saúde primários, privilegiando a população mais desfavorecida e carenciada da cidade de Lisboa
Valores Visão
Qualidade, sensibilidade, humanização e Construir uma referência na prestação de
personalização dos cuidados prestados; facilidade de cuidados de saúde primários, designadamente,
acesso; articulação com a comunidade e outras em apoio domiciliário, nas zonas de maior
entidades; aprendizagem e valorização dos pobreza, exclusão social e envelhecimento, com
profissionais; espírito de equipe e compromisso cuidados personalizados e de excelência
Perspectiva do cliente
Aumentar a satisfação e qualidade de vida de clientes, famílias e comunidade;
reconhecimento como serviço de excelência nos cuidados de saúde aos mais
desfavorecidos e carenciados; melhorar a imagem para clientes, comunidade e
entidades de saúde
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alocação dos indicadores. O mapa disposto na figura 7, por fim, de-
monstra novamente os objetivos, os fatores críticos de sucesso para o
alcance dos objetivos e os indicadores que serão utilizados. Importante
notar que este mapa não traz as metas para cada indicador ou as ini-
ciativas que deverão ser priorizadas para alcançar as metas (por isso,
pode-se dizer que o mapa ainda não está completo).
Missão
Visão Objetivos Fatores críticos Indicadores
estratégicos de sucesso estratégicos
Valores
Aumentar a satisfação
e qualidade de vida No de reclamações e
dos clientes no de sugestões
Sustentar e melhorar o
processo de tomada de decisão
Dinamizar os recursos
para apoio domiciliário
Perspectiva
dos processos Elevar a qualidade Ligação e No médio de consultas
dos cuidados e a integração dos por cliente e no de
internos excelência operacional processos atendimentos
Alinhar capacidades,
qualificações e recursos
Perspectiva da com objetivos estratégicos
aprendizagem e do
desenvolvimento Desenvolver sistema Boa gestão No de horas de formação,
de informação sobre de recursos índice de satisfação e
organizacional fatores-chave humanos índice de evolução
PARA PENSAR
Considerações finais
O foco central deste capítulo foi apresentar o BSC como uma ferra-
menta que pode ser utilizada para planejamento estratégico e geren-
ciamento de organizações que integram a administração pública. Ao
descrever os passos necessários para a implementação do BSC, em
consonante com os princípios estipulados por Kaplan e Norton (2001),
percebe-se que não é um processo fácil de ser colocado em prática. É
fundamental que exista o suporte da alta gerência e que ela visualize a
transformação da estratégia em aspectos práticos que guiarão o coti-
diano da organização.
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cem o processo. O BSC, no entanto, apresenta um mapa que facilita
a visualização, que engloba diferentes perspectivas (inclusive internas
à organização, diferentemente do quadro lógico, por exemplo) e apre-
senta os objetivos, os indicadores, as metas e as iniciativas dentro de
uma mesma ferramenta.
Referências
AWADALLAH, Emad A.; ALLAM, Amir. A critique of the balanced scorecard as a
performance measurement tool. International Journal of Business and Social
Science, v. 6, n. 7, p. 91-99, 2015.
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pep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/165.pdf. Acesso em: 28 mar. 2019.
KAPLAN, Robert S.; NORTON, David P. Linking the balanced scorecard to stra-
tegy. California Management Review, v. 39, n. 1, p. 53-79, 1996. Disponível em:
http://www.jstor.org/stable/info/10.2307/41165876. Acesso em: 28 mar. 2019.
KAPLAN, Robert S.; NORTON, David P. Using the balanced scorecard as a stra-
tegic management system. Harvard Business Review, v. 88, n. 2, p. 534, 2007.
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Capítulo 6
Planejamento
estratégico
situacional (PES)
como ferramenta de
planejamento
151
PES. Por fim, será abordado um caso de implementação dessa ferra-
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menta, apresentando os passos realizados bem como os resultados e
as dificuldades encontradas no processo.
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absoluta, produzida pelo ator que planeja. O diagnóstico é estrutu-
rado com base na percepção única do Estado, sendo construído a
partir de uma visão unilateral e que “cabe” no planejamento. Isto
é, o diagnóstico não necessariamente corresponde à realidade,
mas àquilo que o Estado e seus atores querem inserir no plano,
uma “realidade amputada”.
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dos para o PES (COSTA-FILHO, 2010; DAGNINO; CAVALCANTI; COSTA,
2016; MORATO; SILVA, 2016):
IMPORTANTE
Importante salientar que, a partir desses seis postulados, o PES vai além
de uma metodologia de planejamento. Na verdade, ela pode ser caracte-
rizada como uma ferramenta de governo, visto que ela “utiliza o planeja-
mento para dar ao Estado meios eficazes para enfrentar os complexos
problemas sociais e econômicos”(GENTILINI, 2014, p. 585). Multidisci-
plinar, o PES propõe uma avançada análise dos problemas da realidade
social. Mas as ações do plano não almejam unicamente a resolução dos
problemas, elas também visam ao aumento da consciência dos próprios
atores envolvidos, contribuindo para a legitimidade da democracia.
2.1 Conceito
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
2016). É visto como um cálculo que antecede a ação e que, para fazer
sentido em longo prazo, precisa acompanhar permanentemente a reali-
dade (GUARDINI; NUNES; PEREIRA, 1998). O PES trabalha a partir do en-
foque nos problemas, é visto como uma forma de governo que abarca
a alta complexidade existente no “jogo social”, e que envolve diferentes
momentos para seu desenvolvimento.
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Para o PES, a identificação de problemas e as políticas que serão
conduzidas para reduzi-los são especificadas em três elementos: 1) no
projeto de governo; 2) na governabilidade; e 3) na capacidade de gover-
no. Esses três itens são chamados de “triângulo de governo” (figura 1)
e são considerados como variáveis interdependentes e fundamentais,
pois viabilizam a concretização dos projetos e do próprio planejamento
(GUARDINI; NUNES; PEREIRA, 1998; PEDROSA, 2017).
Projeto de governo
Propostas de ação
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A escassez desses recursos pode comprometer a viabilidade de colocar
em prática uma determinada estratégia para resolução de um problema.
INGREDIENTES DE
O QUE SÃO COMO LIDAR COM ELES
INCERTEZA
(cont.)
2.5 Momentos
Em vez de etapas cronologicamente estabelecidas, o processo de
desenvolvimento do PES divide-se em quatro momentos principais. Em
virtude da instabilidade do jogo social, esses momentos formam uma
sequência lógica, mas são flexíveis de forma que possam ser estrutu-
rados de acordo com as necessidades situacionais (MORATO; SILVA,
2016): “Cada momento representa uma visão dinâmica do processo
de planejamento e se caracteriza pela permanente e constante inte-
ração e retomada de suas fases durante o processo de planejamento”
(GUARDINI; NUNES; PEREIRA, 1998, p. 77).
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sibilita a participação de uma vasta gama de atores, tanto no
processo de compreensão situacional de cada problema quanto
para apoiar a identificação e um possível e contingente domínio
do jogo social, no intuito de diminuir suas incertezas.
Considerações finais
O objetivo deste capítulo foi apresentar o PES como ferramenta de
planejamento para o poder público. Conforme mencionado, o PES foi es-
truturado para abarcar as complexidades da política dentro de um plano.
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gico” e de que as capacidades governamentais vão além dos processos
internos ou questões orçamentárias, mas que devem incluir também as
perspectivas de governabilidade e de incertezas do ambiente externo.
Referências
CARDOSO JÚNIOR, José Celso. Planejamento governamental e gestão pública
no Brasil: elementos para ressignificar o debate e capacitar o Estado. Texto
para Discussão (Ipea), v. 1584, p. 1-62, 2011. Disponível em: http://repositorio.
ipea.gov.br/handle/11058/1446. Acesso em: 3 out. 2010.
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
1993.
Capítulo 7
Ferramentas de
monitoramento e
avaliação
171
buscava a implantação de um sistema de avaliação de desempenho no
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serviço público. No entanto, a noção de avaliação foi institucionalizada
no Brasil e na América Latina entre o final da década de 1980 e o início
dos anos 1990, levando a debates sobre o papel da avaliação em si e
também sobre o papel do Estado para alcançar transformações sociais.
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A gestão orientada a resultados foi responsável por introduzir no
discurso e na prática da administração pública a avaliação por desem-
penho, sendo que a melhoria do desempenho é o principal objetivo
declarado de utilização de gestão orientada a resultados. No entanto,
importante levar em consideração que existem diversos debates sobre
o significado de desempenho na administração pública. Entre essas di-
versas perspectivas, ressalta-se (MARIN, 2016, p. 46):
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serão encontrados nas esferas organizacionais, técnicas e políticas.
Segundo as autoras, são necessários dez passos para que o sistema
de monitoramento e avaliação baseado em resultados seja implemen-
tado, sendo eles:
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O ciclo PDCA (planejar/plan; implementar/do; verificar/check; e agir/
act) e o processo de melhoria contínua enfatizam o papel do monitora-
mento, da avaliação e do controle dentro do ciclo de planejamento. Os
termos “verificar” e “agir” referem-se ao acompanhamento do desenvolvi-
mento dos planos, fazendo a comparação do que foi realizado com o que
foi planejado; à aferição do cumprimento das metas estabelecidas no
plano; e à introdução de ações corretivas e realinhamentos ao longo do
tempo para que o plano seja alcançado no longo prazo (BRASIL, 1997).
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de indicadores voltados ao monitoramento e à avaliação de políti-
cas, programas e projetos com finalidade pública.
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mudanças, redefinem a própria atuação da organização, muitas vezes
alterando a estratégia, a estrutura, os processos de uma forma geral
e os próprios valores que concebem a organização (CAPELLA, 2009;
SANTOS, 2014).
INCREMENTAIS ESTRATÉGICOS
de mudanças
Juntar
Formulação do informações Análise das Sugestões para
problema sobre o informações ações futuras
problema
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etapas do processo de planejamento e implementação, é necessário
que um conjunto de informações esteja compilado e disponível para os
gestores. A partir delas, é possível estabelecer o fluxo do controle para
identificação de necessidade de ação corretiva (figura 2).
O trabalho Não há
continua necessidade de
ação corretiva
O desempenho
equivale aos padrões
O controle começa Compara as
Medição do
desempenho medidas com
os padrões Desempenho
significativamente
Toma atitude diferente dos padrões
Começa nova corretiva: muda
situação de planos, organização
trabalho e/ou influencia
métodos
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Implementação e
sustentabilidade Passo 8 – Tornar a mudança duradoura
da mudança Passo 7 – Consolidar ganhos e produzir mais mudança
Envolvimento e
Passo 6 – Disseminar vitórias de curto prazo
comprometimento
com a organização Passo 5 – Capacitar para a mudança
(mudança) Passo 4 – Comunicar a visão da mudança
4 Tipos de avaliação
Segundo Worthen, Sanders e Fitzpatrick (2004, p. 104-105), des-
de 1965 diferentes abordagens de avaliação foram desenvolvidas e
impactam a prática avaliativa até os dias atuais. O parágrafo a seguir
demonstra a grande amplitude de abordagens existentes nesse cam-
po de conhecimento:
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meio de coleta e análise de dados que tenham resultados verificáveis.
Espera-se que esses resultados possam ser generalizáveis a uma deter-
minada realidade. Ainda, visto que o conhecimento é produzido por meio
de técnicas científicas consideradas objetivas, a figura do avaliador não
tem interferência, pois ele exerce um papel neutro que poderia ser repli-
cado por qualquer outra pessoa capaz de utilizar as mesmas técnicas.
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senhos alternativos” (GERTLER et al., 2018, p. 15).
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avaliação em relação aos critérios de eficiência, eficácia e efetividade,
em uma clara relação com o quadro lógico (PFEIFFER, 2000).
Considerações finais
Este capítulo teve como objetivo apresentar e discutir os conceitos,
as ferramentas e as técnicas de monitoramento e avaliação no setor
público. Percebe-se que esse conteúdo tem grande interface com os
temas que foram anteriormente tratados, como gestão por resultados,
o ciclo PDCA, o planejamento estratégico situacional, o quadro lógico e
o próprio balanced scorecard. Isso acontece pois o monitoramento e a
avaliação são partes constitutivas de todos os modelos de planejamen-
to adotados (seja pelo poder público, seja por outras instituições).
Referências
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Melo (org.). Avaliação de políticas sociais: uma questão em debate. São Paulo:
Cortez, 1998. p. 29-39.
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MORRA-IMAS, Linda G.; RIST, Ray. The road to results: designing and conducting
effective development evaluations. Washington: The International Bank for
Reconstruction and Development/The World Bank, 2009. Disponível em: ht-
tps://openknowledge.worldbank.org/bitstream/handle/10986/2699/52678.
pdf. Acesso em: 21 maio 2019.
Capítulo 8
O planejamento
governamental no
Brasil, estrutura e
instrumentos
197
Por fim, são apresentados os instrumentos que consolidam o pro-
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cesso de planejamento orientado ao setor público no Brasil atual, sendo
eles o PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a Lei Orçamentária
Anual (LOA), o Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal (Spof)
e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
1889-1930 Ausência de
Dominância Economia cafeeira Montagem do planejamento:
Primeira
Patrimonia-
República – liberal- voltada para o aparato estatal- • Convênio de
lista.
desenvolvimento -oligárquica. exterior. -burocrático. Taubaté;
para fora. • Crise de 1929.
(cont.)
Industrialização
Patrimonial-
1933-1955 substitutiva de
Planejamento não -burocrática –
Era Getúlio importações: bens
Dominância Montagem sistêmico: Departamento
Vargas – de consumo não
nacional- do sistema • primeiras Administrativo
nacional- duráveis.
-populista. corporativista. estatais; do Serviço
-desenvolvi- Dependência
• Plano Salte. Público –
mentismo. financeira e
Dasp (1938).
tecnológica.
Industrialização Planejamento
pesada I: discricionário:
1956-1964
• bens de • pensamento
Era Juscelino cepalino;
Dominância consumo
Kubitschek Acomodação e Patrimonial-
estatal- duráveis; • ideologia
– Internacio- crise do modelo. -burocrática.
-democrática. • montagem desenvolvi-
nalização
do tripé do mentista;
econômica.
desenvolvi- • Plano de Metas
mento. (1956-1961).
Planejamento
burocrático
‑autoritário:
• Escola Superior
Industrialização de Guerra (ESG):
pesada II: ideologia Brasil-
1964-1979
• milagre -Potência;
Regime militar Dominância Consolidação Patrimonial-
econômico • Programa de
– crescimento estatal- institucional- -burocrática –
(1968-1973); Ação Econômica
com piora -autoritária. -autoritária. Paeg (1967).
• endividamento do Governo
distributiva.
externo (1974- – Paeg (1964-
1989). 1967);
• II Plano Nacional
de Desenvolvi
mento – II PND
(1974-1979).
(cont.)
Planos de
estabilização:
Estagnação • Plano Cruzado
1980-1989 econômica: (1986);
Redemo- Patrimonial-
Redemocrati- Dominância
• inflação; cratização. • Plano Bresser -burocrática –
zação – crise liberal-
• endividamento Reconstitu- (1987); Constituição
do desenvolvi- -democrática.
externo (1974- cionalização. • Plano Verão Federal (1988).
mentismo.
1989). (1988);
• Plano Maílson
(1989).
Reformas
econômicas Planos de
liberais: Consolidação estabilização:
1990-2010
• estabilização democrática. • Plano Collor Patrimonial-
Consolidação Dominância -burocrática.
monetária; Reforma (1990);
democrática liberal-
• endividamento gerencialista. • Plano Real Gerencialista.
– reformas -democrática.
interno (1995 – Experimen- (1994); Societal.
estruturais.
2006); talismo societal. • PPAs
• reformas (2000-2011).
estruturais.
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Plano Salte, que se propunha a priorizar gastos em setores prioritá-
rios: saúde (s), alimentação (al), transporte (t) e energia (e). Por não
conseguir financiamento, em menos de um ano o plano foi interrom-
pido. O plano alcançou aspectos importantes como a Hidrelétrica de
Paulo Afonso no Rio São Francisco. Em 1952, já no governo de Getulio
Vargas, foi criado o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), a partir das recomendações da Comissão Mista Brasil
‑Estados Unidos (ALMEIDA, 2007), e em 1953 foi instituído um Grupo
Misto Cepal/BNDES, presidido por Celso Furtado, com o intuito de fazer
um diagnóstico sobre a economia brasileira e fazer projeções para os
próximos 7 anos: “essas projeções constituíram a primeira tentativa de
planejamento global para a economia brasileira e criaram as bases para
a elaboração do Plano de Metas” (MATOS, 2002, p. 31).
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ceu o planejamento enquanto sistema, correlacionando o plano com o
orçamento e determinando um plano geral de governo, programas seto-
riais e regionais de duração plurianual, orçamento anual e programação
financeira de desembolso.
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Ademais, no processo de redemocratização aconteceu um forte enfra-
quecimento do papel do Poder Executivo – corroborado pelo Consenso
de Washington –, o que levou a um desmonte das estruturas institucio-
nais existentes (PINTO; CARDOSO JUNIOR; LINHARES, 2010).
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finalidade de avaliar o cumprimento das metas previstas no PPA, a exe-
cução dos programas de governo e dos orçamentos da União” (GARCIA,
2000, p. 7).
(art. 165, § 2o) , o PPA contém “as diretrizes, objetivos e metas da ad-
ministração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada”
(BRASIL, 1988). Segundo esse mesmo parágrafo, as diretrizes, os obje-
tivos e as metas deverão ser territorializados. Essa é a primeira vez que,
em âmbito constitucional, estabelece-se a relação entre planejamento e
território (MISOCZKY; GUEDES, 2012), apesar de ela não ter se concreti-
zado da forma prevista (GARCIA; CARDOSO JUNIOR, 2015).
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ao antigo Orçamento Plurianual de Investimentos na tentativa de
instituir um instrumento que tenha natureza de Plano. Nesses ter-
mos, o PPA deve preservar as diferenças essenciais relativas ao
Orçamento, particularmente o período de tempo considerado, o en-
foque insumo-produto, os níveis de agregação e as relações com
unidades organizacionais. (BRASIL, 2011, p. 114).
Tendo como base o PPA, o Poder Executivo elabora a LDO, a qual, se-
gundo o art. 165, § 2o da Constituição Federal, “compreenderá as metas
e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas
de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elabora-
ção da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação
tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financei-
ras oficiais de fomento” (BRASIL, 1988). Assim, a LDO faz a conexão
entre as diretrizes estipuladas no PPA e o orçamento anual (LOA):
2.1.3 Controle
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O Spof foi formalmente instituído pela Lei no 10.180, de 2001,1 com
o objetivo de formular o planejamento estratégico nacional; os planos
nacionais, setoriais e regionais de desenvolvimento; o PPA, a LDO e as
LOAs; além de gerenciar o processo de planejamento e orçamento fede-
ral e de promover articulação entre as diferentes esferas da federação.
Considera-se que “o Spof é um conjunto de atividades, organizadas sis-
tematicamente” (ASSECOR, 1998, p. 69), e não um conjunto de institui-
ções. Conforme já mencionado, tal sistema não é uma inovação para o
Governo Brasileiro, tendo sido idealizado por Furtado enquanto Ministro
de Planejamento e colocado em prática em 1972.
1 Esta lei é derivada da Medida Provisória no 87, de 27 de dezembro de 2000, reeditada em janeiro de 2001
sob a forma da Medida Provisória no 2112-88.
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cípios do planejamento, transparência, controle e responsabilidade”
(ARAÚJO; SANTOS FILHO; GOMES, 2015, p. 743). O principal instrumen-
to para a busca do equilíbrio fiscal é “o controle do crescimento da des-
pesa de acordo com as receitas de cada ente federativo” (CATAPAN;
BERNARDONI; CRUZ, 2013, p. 49).
Considerações finais
Neste capítulo foram apresentados diferentes ciclos do processo de
planejamento na história governamental do Brasil, até chegar no ciclo
atual, com seus instrumentos estipulados pela Constituição Federal de
1988 no processo de redemocratização.
Referências
ABREU, Welles Matias de. Gestão do orçamento público. Brasília: Escola
Nacional de Administração Pública, 2014.
ARAÚJO, Anderson Henrique dos Santos; SANTOS FILHO, José Emilio dos;
GOMES, Fábio Guedes. Lei de Responsabilidade Fiscal: efeitos e consequências
sobre os municípios alagoanos no período 2000-10. Revista de Administração
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[s. n.], 2015.
BRASIL. PPA 2012-2015: Plano mais Brasil. Brasília: [s. n.], 2011. Disponível
em: http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/arquivo/spi-1/ppa-
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CARDOSO JUNIOR, José Celso; CUNHA, Alexandre dos Santos (org.). Planejamento
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Aplicada, 2015. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=-
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CUNHA, Alexandre dos Santos (org.). Planejamento e avaliação de políticas
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NEDUZIAK, Luiz Carlos Ribeiro et al. Alocação dos gastos públicos e crescimento
econômico: um estudo em painel para os estados brasileiros. Revista de
Administração Pública, v. 51, n. 4, p. 616-632, ago. 2017.
Capítulo 9
Planejamento
a partir do
orçamento-
-programa
219
Ao fim do capítulo, espera-se que seja possível identificar as principais
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
diferenças entre essas três ferramentas, bem como conhecer os elemen-
tos fundamentais do processo de planejamento público no Brasil.
1 Plano Plurianual
1.1 Definição
1.2 Finalidade
1.3 Estrutura
O PPA é instituído por uma Lei Federal na qual constam, de forma ge-
ral, as diretrizes e a estrutura que regem o plano. O plano, por sua vez, é
apresentado como um conjunto de documentos suplementares anexos
à legislação aprovada. No quadro 1 são apresentadas as legislações
iniciais que dispuseram ou instituíram o PPA dos diferentes mandatos
do Poder Executivo no período pós-redemocratização.
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LEI E DATA EMENTA
Lei no 8.173, de 30 de janeiro de 1991. Dispõe sobre o PPA para o quinquênio 1991/1995.
Lei no 9.989, de 21 de julho de 2000. Dispõe sobre o PPA para o período de 2000/2003.
Lei no 10.933, de 11 de agosto de 2004. Dispõe sobre o PPA para o período 2004/2007.
Lei no 11.653, de 7 abril de 2008. Dispõe sobre o PPA para o período 2008/2011.
Lei no 12.593, de 18 de janeiro de 2012. Institui o PPA da União para o período de 2012 a 2015.
Lei no 13.249, de 13 de janeiro de 2016. Institui o PPA da União para o período de 2016 a 2019.
Visão
Orientação
do longo prazo
estratégica
Dimensão de Governo
Objetivos
estratégica de Governo
Orientações
estratégicas Objetivos setoriais
dos Ministérios
Dimensão tática e
operacional Programas e ações
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PPA 2008-2011; o PPA em grandes números; metas governa-
mentais prioritárias para o período 2008-2011; os objetivos de
Governo. Ainda, possui os seguintes anexos: Anexo I – Programas
finalísticos; Anexo II – Programas de apoio às políticas públicas e
áreas especiais; Anexo III – Órgãos responsáveis por programas
de Governo.
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plurianual, considerada como categoria de natureza
gerencial, isto é, instrumento de acompanhamento e
avaliação da ação de governo;
IMPORTANTE
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Administração de Pessoas (Siape); Sistema Integrado de Administração
de Serviços Gerais (Siasg); Sistema de Informações Organizacionais
(Siorg); e o Sistema Integrado de Estruturas de Governo (Sieg).
2 LDO
2.1 Definição
2.3 Estrutura
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zação dos orçamentos; Das diretrizes para elaboração e execução dos
orçamentos da União; Das transferências; Da dívida pública federal; Das
despesas com pessoal, dos encargos sociais e dos benefícios aos ser-
vidores, empregados e seus dependentes; Da política de aplicação dos
recursos das agências financeiras oficiais de fomento; Da adequação
orçamentária das alterações na legislação; Disposições sobre a fisca-
lização pelo Poder Legislativo e sobre as obras e os serviços com indí-
cios de irregularidades graves; Da transparência.
3 LOA
3.1 Definição
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É na LOA que são apontadas as prioridades contidas no PPA, bem
como as metas a serem atingidas no próximo ano. Ainda, a LOA disci-
plina a atividade dos governos, visto que não pode haver despesa públi-
ca que não tenha sido prevista no orçamento, correspondendo ao nível
operacional do planejamento (CATAPAN; BERNARDONI; CRUZ, 2013).
3.3 Estrutura
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A gestão e o monitoramento da LOA são conduzidos de acordo com
o que foi apresentado em relação à LDO.
Considerações finais
Este capítulo abordou aspectos práticos sobre o PPA, a LDO e a LOA,
elaborando sobre definição, finalidade, estrutura, processo de elabora-
ção, gestão e monitoramento de cada um desses instrumentos.
Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado
Federal, 1988.
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Westarb. Planejamento e orçamento na administração pública. 2. ed. Curitiba:
Intersaberes, 2013.
Capítulo 10
O Plano Plurianual
237
Ao fim do capítulo, espera-se que o leitor tenha uma compreensão dos
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principais conceitos referentes aos PPAs, bem como adquira uma com-
preensão de como esses termos foram ou são utilizados.
1 Processo de planejamento
1.1 Elaboração do plano
Conforme abordado no capítulo anterior, a elaboração do PPA pas-
sou por diversas alterações nos últimos anos, dependendo das estru-
turas e perspectivas de cada governo. Após a Constituição de 1988,
o PPA tornou-se a ferramenta mais relevante do processo de planeja-
mento a partir do segundo mandato do Presidente Fernando Henrique
Cardoso (MISOCZKY; GUEDES, 2012). À época, foi instituído um Grupo
de Trabalho Interministerial com a missão de elaborar o projeto de lei do
PPA 2000-2003. Esse PPA já foi desenvolvido tendo em vista o Decreto
no 2.829, de 1998, que instituía que as atividades finalísticas do governo
deveriam ser estruturadas em programas.
Igualdade de oportunidades
Sustentabilidade Produtividade
Social
Ambiental
Econômico
Infraes-
Institucional
trutura
Competitividade Governança
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condução do processo de planejamento é atribuída ao Ministério da
Economia, por meio da Secretaria de Avaliação de Políticas Públicas,
Planejamento, Energia e Loteria (Secap):
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ciado pelo Congresso Nacional.
10.A parte não vetada é publicada no Diário Oficial da União como lei.
NA PRÁTICA
5 agendas.
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2.1.1 PPA 2000-2003: Avança Brasil
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pobreza extrema: superar a pobreza extrema e prosseguir redu-
zindo as desigualdades sociais; 3) ciência, tecnologia e inovação:
consolidar a ciência, tecnologia e inovação como eixo estruturan-
te do desenvolvimento econômico brasileiro; 4) conhecimento,
educação e cultura: propiciar o acesso da população brasileira
à educação, ao conhecimento, à cultura e ao esporte com equi-
dade, qualidade e valorização da diversidade; 5) saúde, previdên-
cia e assistência social: promover o acesso universal à saúde, à
previdência e à assistência social, assegurando equidade e qua-
lidade de vida; 6) cidadania: fortalecer a cidadania, promovendo
igualdade de gênero e étnico-racial, respeitando a diversidade das
relações humanas e promovendo a universalização do acesso e
elevação da qualidade dos serviços públicos; 7) infraestrutura:
expandir a infraestrutura produtiva, urbana e social de qualidade,
garantindo a integração do Território Nacional e do país com a
América do Sul; 8) democracia e participação social: fortalecer a
democracia e estimular a participação da sociedade, ampliando
a transparência da ação pública; 9) integridade e soberania nacio-
nal: preservar os poderes constitucionais, a integridade territorial
e a soberania nacional, participando ativamente da promoção e
defesa dos direitos humanos, da paz e do desenvolvimento no
mundo; 10) segurança pública: promover a segurança e integrida-
de dos cidadãos, por meio do combate à violência e do desenvol-
vimento de uma cultura de paz; 11) gestão pública: aperfeiçoar os
instrumentos de gestão do Estado, valorizando a ética no serviço
público e a qualidade dos serviços prestados ao cidadão.
3 Construção de cenários
Os PPAs mais recentes contêm o desenho de cenários futuros em
diferentes áreas. O que são esses cenários? São prospectos do que se
espera da realidade para os próximos anos (BRASIL, 2011). A prospec-
ção desses cenários serve como base para delimitação dos objetivos e
das metas para o PPA, bem como indicam os potenciais programas a
serem criados ou continuados, com a finalidade de que a prospecção
se torne realidade.
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tendências econômicas, como crescimento, estabilidade ou instabilida-
de, inflação, desemprego, entre outros (AMADO; MOLLO, 2003).
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precisam estar definidos no PPA, para cada um dos programas:
TÍTULO DO PROGRAMA Uma palavra ou frase-síntese que remeta aos objetivos do programa.
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institucional e de coordenação geral das ações de planejamento;
Referências
AMADO, Adriana Moreira; MOLLO, Maria de Lourdes Rollemberg. Noções de
macroeconomia: razões teóricas para as divergências entre os economistas.
Barueri: Manole, 2003.
Capítulo 11
A Lei de Diretrizes
Orçamentárias e a
Lei Orçamentária
Anual
Com esse conteúdo, espera-se que o aluno desenvolva uma visão ge-
ral sobre as leis orçamentárias que compõem, em conjunto com o Plano
Plurianual (PPA), a tríade do planejamento governamental brasileiro.
255
1 Estrutura e características gerais da LDO
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Conforme mencionado previamente, a LDO é o instrumento que es-
tabelece a relação entre o PPA e a lei orçamentária, contendo as metas
e prioridades para o próximo ano. Ela é uma Lei Ordinária, aprovada por
maioria simples dos membros do Poder Legislativo, que estabelece as
metas e a prioridade para o próximo exercício; orienta a elaboração da
LOA; e dispõe sobre alterações tributárias e sobre a atuação das agên-
cias de fomento oficiais. Ainda, segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal
(LRF), que trouxe mais funções e maiores especificidades, a LDO deve
fazer valer o princípio de equilíbrio entre as receitas e as despesas; de-
terminar os critérios e as formas de limitação de empenho; estipular as
normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos
programas financiados com recursos do orçamento, bem como a exi-
gência para transferências de recursos e entidades públicas e privadas.
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resultado primário (para auxiliar a apuração do resultado primário, indi-
cando se a despesa é financeira ou primária); a modalidade de aplica-
ção (se o recurso é aplicado direta ou indiretamente); o identificador de
uso (indicar se os recursos compõem contrapartida nacional de em-
préstimos ou de doações, ou se são destinados a outras aplicações) e
a fonte de recursos.
Diversas despesas não podem ser financiadas por meio de recursos pú-
blicos. Entre elas estão as ações de caráter sigiloso e as ações que não
sejam de competência da União, dos Estados ou dos Municípios, nos
termos da Constituição. Para conhecer todos os casos, confira o artigo
17 na seção 1 do capítulo IV.
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da cesta básica. Regras de procedimentos e de transparência também
são dirigidas às agências, estabelecendo, entre outros, que até o mês de
abril de 2019 estas devem publicar relatório anual de suas operações.
Foi com a LRF que a LDO passou a ter funções específicas, além
do que estava descrito na Constituição Federal. A obrigatoriedade dos
anexos também foi trazida pela LRF. Os quatro parágrafos do artigo 4o
regem esses anexos, os quais devem conter:
Em seu último capítulo, a LDO versa que a execução das leis orça-
mentárias obedecerá aos princípios constitucionais, estabelecidos no
§ 8o do art. 165 da Constituição Federal. Ainda, deve obedecer aos prin-
cípios estabelecidos na Lei no 4.320, de 1964 (CATAPAN; BERNARDONI;
CRUZ, 2013). Os princípios mais relevantes que regem a elaboração do
orçamento são apresentados e explicados no quadro 1.
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PRINCÍPIO DESCRIÇÃO
Anualidade/ O orçamento tem vigência limitada a um período anual. A Lei no 4.320/1964 estabelece que
anuidade o ano de exercício financeiro coincide com o ano civil.
de 1988, não estava sendo observado. Havia nesse período um convívio de três orçamentos
Unidade/
distintos que não eram consolidados: o orçamento fiscal, o monetário e o das estatais.
totalidade
Assim, surgiu o princípio da totalidade, segundo o qual é possível que existam diversos
orçamentos que devem ser consolidados. A Constituição Federal de 1988 versa que o
orçamento anual é integrado pelas seguintes partes: a) orçamento fiscal; b) orçamento da
seguridade social e c) orçamento de investimentos das estatais. Esse modelo, em linhas
gerais, segue o princípio da totalidade.
A lei orçamentária não pode conter matéria estranha à previsão da receita e à fixação da
Exclusividade
despesa.
Orçamento Todas as receitas e as despesas devem aparecer na peça orçamentária em seu valor bruto,
bruto impedindo a inclusão de valores líquidos.
As receitas de impostos devem ser recolhidas ao Caixa Único do Tesouro, sem qualquer
vinculação em termos de destinação dos recursos, oferecendo flexibilidade na gestão do
Não afetação
caixa do setor público.
de receitas
As ressalvas a esses princípios são estabelecidas pela própria Constituição Federal, como
são os casos dos artigos 37 (XXII), 158, 159, 165 (§ 4 o e § 8o), 198 (§ 2o) e 212.
Discriminação,
As receitas e as despesas precisam ser classificadas em categorias econômicas e por
especialização
grupo de despesas, com discriminação clara e precisa dos dados, demonstrando a origem
ou
e a aplicação dos recursos.
especificação
Reserva legal
A iniciativa frente às leis orçamentárias é de competência exclusiva do Poder Executivo.
(competência)
Fonte: adaptado de Catapan, Bernardoni e Cruz (2013) e Câmara dos Deputados (2004).
Quadro 2 – Receitas e despesas para os três orçamentos que compõem a LOA 2019
RECEITAS DESPESAS
(cont.)
R$ 1.056.238.798.947,00
R$ 758.672.993.326,00
REFINANCIA- R$ 758.672.993.326,00 (setecentos e cinquenta e oito (setecentos e cinquenta e oito
MENTO bilhões, seiscentos e setenta e dois milhões, novecentos bilhões, seiscentos e setenta
DA DÍVIDA
e noventa e três mil, trezentos e vinte e seis reais), e dois milhões, novecentos e
PÚBLICA
FEDERAL constantes do orçamento fiscal. noventa e três mil, trezentos e
vinte e seis reais).
120.014.717.996,00 (cento
ORÇAMENTO 120.014.717.996,00 (cento e vinte bilhões, quatorze e vinte bilhões, quatorze
DE INVESTI- milhões, setecentos e dezessete mil, novecentos e milhões, setecentos e
MENTO noventa e seis reais). dezessete mil, novecentos e
noventa e seis reais).
vas a despesas com pessoal e encargos sociais; vi) relação dos subtítu-
los relativos a obras e serviços com indícios de irregularidades graves,
informada pelo Tribunal de Contas da União; vii) quadros orçamentários
consolidados; viii) discriminação das receitas dos orçamentos fiscal
e da seguridade social; ix) discriminação da legislação da receita e da
despesa dos orçamentos fiscal e da seguridade social; x) programa de
trabalho das unidades orçamentárias e detalhamento dos créditos orça-
mentários dos orçamentos fiscal e da seguridade social; e xi) programa
de trabalho das unidades orçamentárias e detalhamento dos créditos
orçamentários do orçamento de investimento.
PARA PENSAR
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orçamentos anteriores, tecendo mudanças incrementais, e sem refletir
objetivos econômicos ou sociais daquela determinada peça orçamentá-
ria. No entanto, outras funções foram apropriadas ao orçamento ao lon-
go do tempo, adaptando esse instrumento a novas formas de relação
entre Estado e sociedade e adotando princípios da nova gestão pública.
3.1 Orçamento-programa
NA PRÁTICA
• 04 – função administração;
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tada a resultados e trazendo três objetivos: melhorar as decisões do
poder legislativo; aprimorar a gestão dos programas governamentais;
elevar accountability. No entanto, essa ferramenta não foi utilizada em
totalidade, visto que informações referentes ao desempenho continua-
vam mal definidas. Por isso, em 2001, foi criado o Part, um modelo de
avaliação que visa à integração das informações de desempenho com
o processo orçamentário:
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Para além do orçamento-programa ou do orçamento por desempenho,
outras formas ou orientações do orçamento têm sido construídas ao
longo do tempo. Por exemplo, a Nova Zelândia deu início ao orçamen-
to baseado em bem-estar da população (GRAHAM-MCLAY, 2019). Isso
quer dizer que as medidas e metas orçamentárias vão distanciar-se das
perspectivas econômicas e produtivistas e aproximar-se de métricas re-
lacionadas à conexão cultural, à comunidade e à igualdade de bem-es-
tar entre as diferentes gerações. Segundo esse orçamento, cada despe-
sa deve contribuir para pelo menos uma das cinco prioridades traçadas:
melhoria da saúde mental; redução de pobreza na infância; diminuição
das desigualdades enfrentadas pelos povos tradicionais; alcance de
prosperidade em uma era digital; e transição para uma economia sus-
tentável e de baixo carbono.
Outros países, como Austrália, Dinamarca e Islândia, passaram a adotar
orçamentos baseados em gênero, no intuito de utilizar o poder fiscal
para diminuir a desigualdade de gênero nesses países. O argumento por
trás da iniciativa é o de que as políticas públicas podem tanto influen-
ciar na diminuição quanto podem contribuir para o recrudescimento das
diferenças existentes entre gêneros. Assim, para cada despesa apresen-
tada no orçamento, é analisado o impacto que ela terá em questões de
gênero; a partir dessa análise são reformuladas as políticas orçamentá-
rias e de distribuição dos recursos; e, por fim, a perspectiva de gênero
é inserida em cada um dos processos do orçamento (GUÐMUNDSDÓT-
TIR, 2014).
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dos servidores públicos; a variação patrimonial, evidenciando a aliena-
ção de bens e a aplicação dos recursos provenientes.
O RGF é um instrumento instituído pela LRF, em seu art. 54, que deve
ser publicado ao fim de cada quadrimestre, sendo emitido pelos titula-
res dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 da mesma lei. O RGF tem
função diferenciada do RREO, visto que, em vez de apresentar demons-
trativos de receitas e despesas, esse relatório traz informações sobre a
adequação das finanças às regras estabelecidas pela própria LRF.
Considerações finais
Este capítulo teve o intuito de apresentar em pormenores a estru-
turação da LDO e da LOA no ciclo orçamentário brasileiro. Foram trazi-
dos como exemplos duas leis desenvolvidas para o exercício de 2019.
Apesar dos exemplos citados serem do Governo Federal, é importante
lembrar que o Distrito Federal, os estados e os municípios seguem o
mesmo formato.
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cado nas receitas e despesas, o outro aponta o alcance (ou não) dos
limites estabelecidos pela LRF.
Referências
ABREU, Welles Matias de. Gestão do orçamento público. Brasília: Escola
Nacional de Administração Pública, 2014.
desempenho--uma-analise-qualitativa-comparada-dos-modelos-de-avaliacao-
dos-programas-governamentais-no-brasil-e-nos-estados-unidos. Acesso em: 18
jun. 2019.
Capítulo 12
Outros instrumentos
de planejamento
277
Ao fim do capítulo, espera-se que o leitor tenha desenvolvido uma
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ideia abrangente desses outros instrumentos, planos e conceitos que
precisam ser levados em consideração para a boa elaboração e imple-
mentação do planejamento no setor público.
1 Estatuto da Cidade
O Estatuto da Cidade, nome concedido à Lei no 10.257, de julho de
2001, regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição Federal. Esses
artigos conformam o capítulo referente à política urbana (OLIVEIRA,
2001). A existência desses artigos na Constituição Federal é fruto da atu-
ação do Movimento Nacional pela Reforma Urbana durante a Assembleia
Constituinte. Na década de 1990, essas organizações se reagruparam no
Fórum Nacional pela Reforma Urbana, levando à aprovação do Estatuto
da Cidade pelo Congresso Nacional (FERNANDES, 2007).
Imposto sobre O imposto predial é previsto pelo Código Tributário Nacional (Lei no 5.172/1966) e pelo
a propriedade art. 156, inciso I, da Constituição Federal. Além da cobrança de imposto pelo uso da
predial e propriedade, o IPTU pode ser utilizado como instrumento dentro da política urbana.
territorial Mais especificamente, o município tem a prerrogativa de aplicar um IPTU progressivo
urbana (IPTU), no tempo até que o imóvel seja considerado utilizado: “A ideia central desse instituto
incluindo é punir com um tributo de valor crescente, ano a ano, os proprietários de terrenos cuja
o IPTU ociosidade ou mal aproveitamento acarrete prejuízo à população” (OLIVEIRA, 2001,
progressivo no p. 27). Segundo a lei, não é permitido conceder isenção ou anistia a essa tributação
tempo progressiva.
(cont.)
Tributo previsto pelo Código Tributário Nacional (Lei no 5.172/1966) e pelo art. 145,
inciso III, da Constituição Federal, tendo como finalidade custear obra pública. O
Contribuição fato gerador desse tributo é o acréscimo do valor do imóvel localizado nas áreas
de melhoria beneficiadas direta ou indiretamente por obras públicas, como abertura de vias
públicas; construção de pontes e túneis; entre outros. O critério utilizado para calcular
o valor do tributo é o benefício resultante da obra para a propriedade individual.
Incentivos e
Proporciona ao município a possibilidade de conceder benefícios e incentivos fiscais e
benefícios
financeiros com o intuito de favorecer o respeito às regras estabelecidas (CARVALHO;
fiscais e
LEUZINGER, 2009).
financeiros
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ce que lei municipal deve determinar o parcelamento, a edificação
ou a utilização compulsória de solo urbano não edificado, subuti-
lizado ou não utilizado. Essa mesma lei deve fixar as condições e
os prazos para que os proprietários dos imóveis implementem a
obrigação de utilização.
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popular e plebiscito no âmbito da política urbana.
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aprovado mediante lei estadual.
Ao prever e regularizar a criação de estruturas interfederativas, essa le-
gislação altera o Estatuto da Cidade. Para conhecer mais, recomenda-se
a leitura do artigo “Estatuto da Metrópole: a governança interfederativa”,
desenvolvido por Sá e coautores (SÁ et al., 2017).
2 Plano Diretor
O Plano Diretor é previsto na Constituição Federal como instrumento
básico da política de desenvolvimento e expansão urbana. Seu desen-
volvimento é obrigatório para municípios com mais de 20 mil habitantes
e é por meio dele que se define se a propriedade urbana está cumprindo
sua função social.
NA PRÁTICA
Por fim, a legislação prevê que o Plano Diretor deve conter, no míni-
mo, os seguintes aspectos: i) a delimitação das áreas onde o parcela-
mento, a edificação ou a utilização compulsórios poderão ser aplica-
dos; ii) as áreas onde incide o direito de preempção; iii) as áreas nas
quais o direito de construir poderá ser exercido acima do coeficiente de
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para alteração de uso de solo, também mediante contrapartida do bene-
ficiário; v) área de aplicação das operações consorciadas; vi) áreas em
que o proprietário está autorizado a transferir o direito de construir; e,
por fim, vii) um sistema de acompanhamento e controle.
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dade pode ser considerada uma opção do governo, o que não restringe
a utilização do termo para outras esferas. Em uma perspectiva mais
abrangente, pode-se afirmar que:
Considerações finais
Este capítulo apresentou outros instrumentos, planos e conceitos
que devem ser levados em consideração no processo de elaboração de
planejamentos municipais, intermunicipais, estaduais e federais. Alguns
conceitos específicos, como o de política urbana democrática, função
social da propriedade e da cidade, e transversalidade vão além de as-
pectos formais do planejamento e o atingem de forma substantiva: qual
a finalidade do planejamento público?
Referências
AVELINO, Daniel Pitangueira de; SANTOS, José Carlos dos. O Fórum
Interconselhos e a consolidação de agendas transversais de planejamento.
Revista Brasileira de Planejamento e Orçamento, v. 4, n. 2, p. 164-182, 2015.
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os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da po-
lítica urbana e dá outras providências. Diário Oficial da União: Brasília, 17 jul.
2001.
CARDOSO JUNIOR, José Celso. Sumário analítico – parte IV. In: CARDOSO
JUNIOR, José Celso (org.). Brasil em desenvolvimento: Estado, planejamento e
políticas públicas. Brasília: Ipea, 2009. v. 3. p. 521-536.
FERNANDES, Edésio. Constructing the “right to the city” in Brazil. Social & Legal
Studies, v. 16, n. 2, p. 201-219, 17 jun. 2007. Disponível em: http://journals.sage-
pub.com/doi/10.1177/0964663907076529. Acesso em: 28 out. 2019.
OLIVEIRA, Isabel Cristina Eiras de. Estatuto da Cidade: para compreender. Rio
de Janeiro: Ibam/Duma, 2001. Disponível em: https://polis.org.br/wp-content/
uploads/estatuto_cidade_compreender.pdf. Acesso em: 28 out. 2019.
Capítulo 13
Análise,
monitoramento
e avaliação do
planejamento
brasileiro
297
periódico mas não contínuo (CARDOSO JUNIOR, 2011). E, por fim, no
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conceito proveniente da administração, o controle acontece por meio das
estruturas que permitem tomada de decisão a partir das informações ge-
radas pelos processos de monitoramento e avaliação. No entanto, con-
troles no arcabouço jurídico também indicam a atuação dos órgãos e dos
diferentes Poderes que contrabalanceiam o limite de sua atuação.
IMPORTANTE
Análise, monitoramento e avaliação do planejamento brasileiro 299
Nos próximos itens serão abordados três aspectos relevantes para
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
o monitoramento físico e financeiro do planejamento no Brasil: a rela-
ção do planejamento com responsabilidade fiscal, englobando a própria
LRF; o papel dos controles interno e externo nesse processo; e o siste-
ma de monitoramento e avaliação.
PODER LEGISLATIVO
PODER MINISTÉRIO PODER
TOTAL (INCLUINDO TRIBUNAL
JUDICIÁRIO PÚBLICO EXECUTIVO
DE CONTAS)
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ado – isto é, despesa corrente que fixe para o ente a obrigação de
execução de pagamento por um período superior a dois exercí-
cios – deverão conter estimativa prevista para os exercícios, bem
como demonstrar a origem dos recursos para seu custeio. Esse
aumento de despesa também não pode afetar as metas de resul-
tados fiscais, e os efeitos financeiros devem ser compensados
pelo aumento de receita ou redução de outra despesa.
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Os Tribunais de Contas dos estados e dos municípios têm funções
semelhantes às do Tribunal de Contas da União, pois são incumbidos
de assessorar as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais.
Enquanto todos os estados possuem um Tribunal de Contas do Estado,
nem todos os municípios possuem Tribunal de Contas do Município.
Atenção: os Tribunais de Contas dos Municípios são órgãos estaduais,
que assessoram todos os municípios do Estado.
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em âmbito federal os seguintes órgãos: a Controladoria-Geral da União
(CGU) como órgão central (prevista pelo Decreto no 4.304, de 2002,
em substituição à Corregedoria-Geral da União, e instaurada pela Lei
no 10.683, de 2003), com o suporte da Secretaria Federal de Controle
Interno; as Secretarias de Controle Interno da Casa Civil, da Advocacia
‑Geral da União e dos Ministérios das Relações Exteriores e da Defesa;
as unidades de controle interno dos comandos militares. Ainda, existem
unidades regionais da CGU, presentes nos Estados, que fazem ações de
controle in loco em todo o território nacional (BRASIL, [2015?]).
NA PRÁTICA
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do índice alcançado ao término do exercício anterior e comparando-o
com o índice final previsto; e d) avaliação de cada programa, analisando
a possibilidade de alcance do índice final previsto para cada indicador e
cumprimento das metas físicas, apontando medidas corretivas neces-
sárias (BRASIL, 2000c).
AVALIAÇÃO DO AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO DO PLANO
PROGRAMA SETORIAL
Cada um dos PPAs estabelece, desde então, regras para o seu pró-
prio monitoramento e avaliação. A partir desse momento, também co-
meçaram a ser lançados manuais técnicos com instruções para reali-
zação de monitoramento e avaliação com o objetivo de consolidar os
instrumentais e os conhecimentos necessários para que a avaliação
fosse desenvolvida por cada um dos responsáveis: gerente, órgão seto-
rial e ministério de planejamento.
1 Conforme visto no capítulo 9, em 2009 o Sigplan foi substituído pelo Sistema Integrado de Planejamento
e Orçamento (Siop), peça-chave do processo de acompanhamento do planejamento.
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Atores externos têm desenvolvido papel relevante no monitoramento e
na avaliação de programas governamentais e políticas públicas, como a
academia e as instituições de pesquisa privadas (geralmente sem fins lu-
crativos). Essas pesquisas consistem tanto em avaliações mais amplas,
que abarcam um programa em sua integralidade, quanto avaliações foca-
lizadas em casos específicos. Um caso conhecido é o do Fórum Brasileiro
de Segurança Pública, que em parceria com o Ipea lança anualmente o
Atlas da Violência no Brasil (IPEA; FBSP, 2019).
No entanto, diversos outros programas têm passado pelo escrutínio da
academia (tanto no processo de monitoramento quanto no de avaliação
e decorrentes análises), como: o Projeto Um Milhão de Cisternas (MOR-
TARA, 2017; LUNA, 2011); o Programa Minha Casa Minha Vida (CARVA-
LHO; STEPHAN, 2016; MARTINS, 2016); o Programa de Urbanização de
Favelas (CARDOSO; DENALDI, 2001; SILVA, 2019), entre vários outros.
2.1 Avanços
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countability ao processo de planejamento no Brasil, pelo menos
no nível Federal. Bem como todas as legislações que dispõem
sobre PPA, LDO e LOA estão disponibilizadas ao público, também
o estão os relatórios de monitoramento e avaliação anual produ-
zidos pelo Poder Executivo. A Lei de Acesso à Informação veio
consolidar a preocupação e relevância da transparência no setor
público. Em virtude dessa lei, qualquer pessoa pode buscar dados
referentes aos Planos Governamentais por meio dos portais de
serviços de informação ao cidadão.
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São dois os principais limites exercidos no processo de monitora-
mento e avaliação no Brasil:
Considerações finais
Este capítulo teve o intuito de trazer aspectos relevantes para a
compreensão das perspectivas de monitoramento e avaliação do pla-
nejamento pelas diferentes esferas e órgãos governamentais no Brasil.
Referências
BASTOS, Glória Maria Merola da Costa; SERPA, Selma Maria Hayakawa Cunha.
Uma investigação dos sistemas de avaliação de programas da administração
federal direta no Brasil. Revista do TCU, n. 128, 2013.
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
no#wrapper. Acesso em: 19 jun. 2019.
CARDOSO JUNIOR, José Celso; SANTOS, José Carlos dos; PIRES, Roberto
Rocha. PPA 2012-2015: a experiência subnacional de planejamento no Brasil.
Brasília: Ipea, 2015. v. 3.
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Martino. Desenvolvendo capacidade para monitorar e avaliar: o caso do Sagi/
MDS. In: MADEIRA, Ligia Mori (org.). Avaliação de políticas públicas. Porto
Alegre: UFRGS/Cegov, 2014. p. 83-102.
Capítulo 14
Planejamento e
participação social
– parte 1
319
plano tenha possibilidade de sucesso. Ainda, o PES bem como o mé-
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todo Altadir de planejamento participativo (Mapp) e o planejamento de
projetos orientado por objetivos (Zopp) salientam que um planejamento
deve estar baseado no entendimento dos principais problemas a serem
atacados, o que somente acontece com ampla participação, incluindo
diversos pontos de vista.
1 Mecanismos de participação
Apesar da existência de alguns mecanismos prévios (como alguns
conselhos e conferências temáticas), a participação começou a se for-
talecer no Brasil a partir da Constituinte, a qual aceitou emendas popu-
lares. Assim, a população participou ativamente do processo de elabo-
ração da atual Constituição. No art. 14, a Constituição Federal prevê os
mecanismos de democracia direta que poderão ser utilizados no Brasil.
No entanto, por meio de pelo menos 30 artigos, incentiva experiências
de gestão pública participativa e institui diversos mecanismos de parti-
cipação (TEIXEIRA, 2016).
100
89,8 92,1
90 84 86,2 83,8
81 82,5 84,6
80
70
60
60,4 65,4 79,1 76,7 88,4 81,4 90,7 89,3
50
40
30
20
10
0
2002 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
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belecidas entre os programas públicos e a sociedade civil (PIRES; VAZ,
2012), para além da participação na elaboração do PPA:
50 Conselhos Nacionais
Federal
(Brasil, 2014).
Política urbana; bem-estar social; educação; saúde; meio
ambiente; esporte; moradia; cultura; transporte; segurança
pública; saneamento básico; segurança alimentar e nutrição;
650 Conselhos
direitos humanos; igualdade racial; direitos da criança e do
Estadual Estaduais (número
adolescente; direito das mulheres; direito dos idosos; direitos
estimado).
LGBT; direito dos jovens; direito das pessoas com necessidades
especiais; trabalho; turismo; orçamento; promoção do
62.562 Conselhos desenvolvimento social e econômico.
Municipal Municipais (Brasil,
2014).
Mais de 5.000 resoluções/deliberações durante a etapa nacional, maioria referente a temas de competência
do Governo Federal.
566 projetos de lei e 46 projetos de emenda à constituição apresentam ligação direta com as diretrizes das
conferências.
Mais de 40 temas de políticas públicas – exemplos: desenvolvimento, geração de emprego e renda, inclusão
social, saúde, educação, meio ambiente, direitos das mulheres, igualdade racial, reforma agrária, juventude,
direitos humanos, ciência e tecnologia, comunicação, diversidade sexual, democratização da cultura,
reforma urbana, segurança pública, entre muitos outros.
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blico, promovidos pelo governo em torno de diferentes temáticas.
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), no § 1o do art. 48, esta-
belece que a transparência fiscal será assegurada também pelo
incentivo à participação popular e realização de audiências públi-
cas, durante a elaboração e discussão de planos, lei de diretrizes
orçamentárias e orçamentos.
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zações da sociedade civil, oriundas de movimentos de trabalhadores ur-
banos e rurais, de empresários de diversos setores, de diferentes igrejas,
de entidades de gênero e raça”, além de organizações de “ambientalistas,
da juventude, científicas e acadêmicas, dentre outras” (OLIVEIRA, 2013,
p. 34).
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relatório, que foi utilizado como subsídio para validar ou aperfeiçoar as
propostas para o PPA 2012-2015: das mais de 600 propostas, 77,1%
foram incorporadas totalmente e 19,6% foram incorporadas de forma
parcial pelo Projeto de Lei do Plano Plurianual (PLPPA). Em outubro de
2011 foi realizada uma devolutiva do Fórum, na qual a sistematização
e a incorporação das propostas foram apresentadas aos integrantes.
IMPORTANTE
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Federal. No entanto, muitas delas foram difundidas para outras esferas
da federação, tanto em nível estadual quanto municipal. No Brasil, um
dos aparatos de participação mais conhecidos remonta à história dos
municípios, no período logo após a ditadura: o orçamento participativo.
3 Orçamento participativo
IMPORTANTE
3.2 Histórico
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como principal exemplo a cidade de Porto Alegre. Nesse ambiente, di-
versos elementos foram favoráveis ao surgimento da proposta do orça-
mento participativo, entre eles, a trajetória política no âmbito social, com
participação do Partido dos Trabalhadores e de outros partidos aliados,
e o ativismo social, a organização e a luta do movimento comunitário de
Porto Alegre (SÁNCHEZ, 2001).
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cos). Ele então é apresentado novamente à sociedade e também
dirigido ao Poder Legislativo para aprovação com os instrumen-
tos orçamentários.
Entre os motivos que podem ser adotados como causa para o de-
clínio, é importante ressaltar os seguintes desafios (LÜCHMANN, 2014;
PIRES; PIMENTEL, 2009; PIRES; MARTINS, 2011):
Considerações finais
Este capítulo trouxe aspectos relevantes para uma compreensão
geral dos aparatos de participação no planejamento público no Brasil
e em seus programas. O capítulo iniciou apresentando os diversos me-
canismos que são utilizados para promover interfaces entre sociedade
civil e governo nos programas do Governo Federal. Pires e Vaz (2012)
apontam que, nos últimos anos, os dispositivos foram cada vez mais
utilizados nos diferentes programas e órgãos do governo, no intuito de
alcançar maior transparência e legitimidade, bem como de obter infor-
mações para a melhoria dos programas.
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mente reconhecidos pela ONU como uma inovação relevante na área de
gestão pública, buscam garantir a transversalidade na elaboração e no
monitoramento dos PPAs federais.
Referências
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COLETTA, Ricardo Dela. STF impede Bolsonaro de fechar conselhos criados com
aval do Congresso. Folha de S. Paulo, São Paulo, jun. 2019. Disponível em: https://
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
conselhos-criados-com-aval-do-congresso.shtml. Acesso em: 14 ago. 2019.
CUNHA, Maria Alexandra Viegas Cortez da; COELHO, Taiane Ritta; POZZEBON,
Marlei. Internet e participação: o caso do orçamento participativo digital de
Belo Horizonte. Revista de Administração de Empresas, v. 54, n. 3, p. 296-308,
jun. 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext
&pid=S0034-75902014000300005&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 28 jun. 2019.
jeto Conexão Local: orçamento participativo. São Paulo: FGV, 2009. Disponível
em: https://pesquisa-eaesp.fgv.br/sites/gvpesquisa.fgv.br/files/conexao-local/
orcamento_participativo.pdf. Acesso em: 14 ago. 2019.
PIRES, Valdemir. Orçamento participativo: o que é, para que serve, como se faz.
Barueri: Manole, 2001.
Capítulo 15
Planejamento
e participação
social – parte 2
341
Espera-se, a partir desses exemplos, compreender o planejamento
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participativo como ferramenta de gestão pública. Além disso, almeja-se
conduzir uma análise das potencialidades e dos limites do planejamen-
to participativo por meio do estudo de casos concretos.
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forma ideal e sem conflitos no campo prático. Diversos autores apon-
tam críticas ao PPA-P do estado da Bahia, por exemplo, a dificuldade de
criar estruturas internas que correspondam à participação territoriali-
zada, a não regulamentação do plano participativo, gerando alterações
em cada período e risco de descontinuidade, entre outros (FERREIRA;
MATOS, 2012; IPEA, 2015).
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sileira, seja jornalística, seja literária, seja política. A Superintendência
do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), por exemplo, foi criada em
1958 em razão de um novo momento de seca, que aumentou o desem-
prego rural e o êxodo da população. Os projetos e as políticas imple-
mentados na região sempre tiveram um propósito: acabar com a seca
por meio de grandes obras.
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PPA 2004-2007
PPA 2008-2011
PPA 2012-2015
(cont.)
PPA 2016-2019
0614 – Contribuir para ampliar o acesso à água para consumo humano para a
Objetivo
população pobre no meio rural.
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Esse sistema é visto como um dos grandes diferenciais do programa,
por envolver diretamente as famílias beneficiárias em trabalho coletivo
(PASSADOR; PASSADOR, 2010).
NA PRÁTICA
Considerações finais
Este capítulo teve como foco apresentar brevemente dois casos de
participação social. Recomenda-se que, a partir da literatura referenciada,
mais buscas sejam conduzidas sobre essas experiências. São processos
que foram conduzidos com extrema riqueza – com avanços e retroces-
sos – e que não conseguem ser exauridos nas páginas deste capítulo.
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paço para as duas perspectivas. As decisões tomadas no poder público
serão mais legítimas quando embasadas nos anseios e nas deman-
das populacionais, tendo base em pesquisas e evidências. Por isso, o
Estado não deve ser somente poroso para que a população ativamente
decida participar. Ele também deve propor esses canais, esses instru-
mentos que facilitem uma relação maior com as demandas da socieda-
de. No entanto, cabem também à sociedade o pressuposto de auto-or-
ganização e a busca de soluções para suas demandas. Sociedade civil
pulsante e governo responsivo não são excludentes. Na verdade, eles se
fortalecem mutuamente.
Referências
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cial do PPA 2020-2023. 11 fev. 2019. Disponível em: http://www.seplan.
ba.gov.br/2019/02/717/governo-inicia-processo-de-escuta-social-do-p-
pa-2020-2023.html. Acesso em: 15 jul. 2019.
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-governo-ppa-2004-2007/view. Acesso em: 19 ago. 2019.
BRASIL. PPA 2012-2015: Anexo I – Programas Temáticos. Brasília: [s. n.], 2011.
CARDOSO JUNIOR, José Celso; SANTOS, José Carlos dos; PIRES, Roberto
Rocha. PPA 2012-2015: a experiência subnacional de planejamento no Brasil.
Brasília: Ipea, 2015. v. 3.
COELHO, Ingrid. Inventor diz ter criado nova técnica mais barata e mais segura.
O Povo Online, 21 jul. 2014. Disponível em: https://www20.opovo.com.br/app/
opovo/politica/2014/07/21/noticiasjornalpolitica,3285198/inventor-diz-ter-cria-
do-nova-tecnica-mais-barata-e-mais-segura.shtml. Acesso em: 15 jul. 2019.
COSTA, Adriano Borges; DIAS, Rafael de Brito. Estado e sociedade civil na im-
plantação de políticas de cisterna. In: COSTA, Adriano Borges (org.). Tecnologia
social e políticas públicas. São Paulo: Instituto Pólis; Fundação Banco do Brasil;
Gapi/Unicamp, 2013. p. 33-64.
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em: 19 ago. 2019.
Capítulo 16
Limites e
potencialidades
do planejamento
governamental no
Brasil
Chegamos ao capítulo final deste livro. Para concluir esta obra, res-
ta fazer uma leitura geral dos conteúdos abordados nos quinze capítu-
los anteriores, bem como refletir sobre os limites e as capacidades do
planejamento orientado ao setor público no Brasil.
Espera-se que o leitor tenha uma visão geral dos conceitos de pla-
nejamento, do percurso e do sistema de planejamento utilizado no
Brasil e que com esse conhecimento esteja apto a refletir sobre os
avanços que foram alcançados e os desafios a serem superados.
355
1 Revisando o conteúdo
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Os primeiros sete capítulos deste livro tiveram a função de apresentar
teorias sobre planejamento estratégico. Muitas dessas teorias são apli-
cadas no campo prático e também possuem conceitos mais gerais que
reverberam na prática do planejamento pelas organizações públicas.
O PES, por outro lado, lança as ideias de que os atores possuem ra-
cionalidade limitada e situada. Isto é, eles não têm a possibilidade de ter
uma compreensão completa da realidade. Por isso é importante condu-
zir o planejamento com diversos públicos, no intuito de facilitar a troca
de conhecimentos e compreender os problemas de forma situacional.
Ainda, esses atores estão imersos e fazem parte do jogo social – o jogo
do movimento da sociedade, em que as pessoas têm interesses e agên-
cias diferentes, as quais guiam suas escolhas e ações.
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planejamento no Brasil. O Brasil tem uma história importante no que se
refere aos processos de planejamento. Vale considerar que os momen-
tos em que houve tentativas de transformar a gestão pública patrimo-
nial em burocrática e gerencial – mesmo que essas configurações até
hoje se mesclem – sempre vieram acompanhados de novas tentativas
de planejamento.
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Visto que temos um pacto federativo que delega funções para os três
níveis de governo (federal, estadual e municipal), é imprescindível que
as capacidades sejam construídas também nessas três esferas.
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problemas gerenciais e financeiros, a fiscalização de serviços e obras
nem sempre acontece de forma efetiva. Longe de sugerir a substituição
de fiscais e auditores pela atuação dos cidadãos, é possível pensar que
estes podem atuar com controle social da máquina pública. Mas, para
isso, é necessário que o cidadão tenha conhecimento do que está sendo
previsto e que existam meios para que ele dialogue com o Governo.
NA PRÁTICA
A tecnologia não deve ser vista como a solução para todos os proble-
mas. No entanto, no processo de planejamento, tem papel essencial
enquanto canal de transparência de informações e para trocas entre
governo e sociedade.
É importante considerar o papel crescente de algumas iniciativas e re-
gulações. As ouvidorias no Poder Executivo Federal, por exemplo, que
atuam na mediação das relações entre sociedade e Estado e oferecem
subsídios ao aperfeiçoamento da administração pública, passaram de
um número de 40 em 2002 para 285 em 2014 (MENEZES, 2015).
A aprovação da Lei de Acesso à Informação (Lei no 12.527/2011) tam-
bém foi um passo extremamente importante para garantir a transparên-
cia das ações dos governos. Ela aponta como uma obrigação a trans-
parência ativa dos órgãos públicos, isto é, eles precisam disponibilizar
diversas informações, mesmo que os cidadãos não as estejam reque-
rendo. Foi essa legislação que criou a figura do Portal Transparência
(CAMPOS; PAIVA; GOMES, 2013).
Enquanto as tecnologias ou os canais que permitem transparência têm
aumentado nos últimos anos, ainda são restritos os canais que propor-
cionam e facilitam o monitoramento de políticas públicas e dos progra-
mas estabelecidos nos PPAs.
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tido de que, para que o planejamento atinja sua potencialidade, é neces-
sário estabelecer um conjunto de relacionamentos – técnicos e institu-
cionais – que tragam concretude rumo à melhoria das políticas públicas.
2.2 Avanços
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terno como a Controladoria-Geral da União e o Tribunal de Contas da
União também assumiram papel relevante na realização de auditorias e
avaliações das políticas públicas implementadas.
PARA PENSAR
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pria democracia. Por mais que em governos autoritários exista a fun-
ção de planejamento, é notória a relação destes governos com planos
tradicionais e normativos. Os problemas complexos e as desigualda-
des sociais demandam planos que dialoguem com as necessidades da
população; que interajam com o jogo social, compreendendo os pro-
blemas a partir das diferentes situações vividas; que sejam cada vez
mais transparentes e baseados em informações e dados para melhorar
o processo de planejamento. Isso somente é possível em uma nação
em que prevaleça a democracia.
Referências
CAMPOS, Rosana; PAIVA, Denise; GOMES, Suely. Gestão da informação pública:
um estudo sobre o Portal Transparência Goiás. Sociedade e Estado, v. 28, n.
2, p. 421-446, ago. 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?scrip-
t=sci_arttext&pid=S0102-69922013000200012&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 22
jul. 2019.
GARCIA, Ronaldo Coutinho. PPA: o que não é e o que pode ser. Políticas Sociais:
Acompanhamento e Análise, n. 20, p. 431-456, 2012. Disponível em: http://re-
positorio.ipea.gov.br/handle/11058/4281. Acesso em: 23 ago. 2019.
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Planejamento orientado ao setor público
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