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Economia sustentável
em design de interiores
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Simone M. P. Vieira - CRB 8ª/4771)
Garcia, Sueli
Economia sustentável em design de interiores / Sueli Garcia. – São
Paulo: Editora Senac São Paulo, 2023. (Série Universitária)
Bibliografia.
e-ISBN 978-85-396-3996-0 (ePub/2023)
e-ISBN 978-85-396-3997-7 (PDF/2023)
23-1834g CDD–747
CDD–338
BISAC DES010000
BUS072000
Sueli Garcia
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Administração Regional do Senac no Estado de São Paulo
Presidente do Conselho Regional
Abram Szajman
Capítulo 1 Capítulo 4
Impactos da construção civil Tipos de economia aplicados
no meio ambiente, 7 e seus impactos, 39
1 Conceituação de aspectos 1 Economia linear, 40
ambientais, 8 2 Economia reciclável, 42
2 Conceituação dos impactos 3 Economia circular, 44
ambientais, 11
Considerações finais, 46
3 Degradação ambiental, 14
Referências, 46
Considerações finais, 16
Referências, 16 Capítulo 5
Projetos de interiores – saúde
Capítulo 2 e sustentabilidade, 47
Panorama da sustentabilidade 1 A Síndrome do Edifício Doente e as
na atualidade, 19 interferências governamentais, 48
1 Esforços governamentais 2 Interferência profissional de
(legislações ambientais), 20 design de interiores em espaços
2 Utilização inteligente dos recursos insalubres, 50
naturais, 22 3 Estudos científicos sobre o
3 Conscientização dos controle da salubridade no espaço
consumidores, 24 construído, 52
Considerações finais, 26 Considerações finais, 53
Referências, 27 Referências, 54
Capítulo 3 Capítulo 6
Economia sustentável aplicada Design de interiores e a
ao design de interiores, 29 economia circular, 55
1 Materiais ecológicos e 1 Responsabilidade social e o
certificações, 30 conceito de economia circular, 56
2 Processos de fabricação, 32 2 O design de interiores no ciclo da
3 Soluções tecnológicas, 35 economia circular: upcycle, recycle
e ecofriendly, 57
Considerações finais, 37
3 Estratégia de negócios
Referências, 37 sustentáveis, 61
Considerações finais, 62
Referências, 62
Capítulo 7 Capítulo 8
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Biofilia no design de Conceitos e estilos de vida
interiores, 65 sustentáveis em design de
1 O que é biofilia?, 66 interiores, 75
2 Sustentabilidade, saúde e bem-estar 1 Conceito de biomimetismo e
biofílicos, 67 sustentabilidade, 76
3 Interiores biofílicos: habitat, 2 A natureza como inspiração para
ecossistema e ecologia, 70 solucionar problemas, 77
Considerações finais, 72 3 Biomimetismo aplicado no design
Referências, 73 de interiores, 80
Considerações finais, 83
Referências, 84
Sobre a autora, 87
Impactos da
construção civil no
meio ambiente
7
É necessário entendermos, inicialmente, a crise ambiental e a impor-
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tância da sustentabilidade, além das esferas no ambiente às quais ela se
relaciona. Para Monica Serrão, a crise ambiental é complexa e “envolve
condições sociais, econômicas, culturais e políticas [...], mas é imprescin-
dível considerar dois aspectos, o espaço e o tempo” (SERRÃO, 2020, p. 9).
IMPORTANTE
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impactos ambientais, optando por projetos e ações mais sustentáveis.
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portante refletir sobre questões como: onde está localizada a unidade de
habitação? Quais os elementos ambientais que interferem na saúde do
espaço? Sob esses aspectos, existem Estudos de Impactos Ambientais
(EIA) que averiguam, antes do início do processo – no levantamento
–, as fragilidades e as potencialidades do lugar, no intuito de projetar e
prever possíveis impactos.
Extração de
matéria-prima da
natureza
Produção de
materiais de
construção
Impactos
ambientais
Construção de
edifícios
Resíduos
sólidos de
Deposição
edificações
(entulhos)
Demolição
Reforma
NA PRÁTICA
1. Averiguar o lugar
e o entorno
2. Observar a incidência
solar e a circulação de ar
5. Analisar a infraestrutura
e a fadiga dos materiais.
4. Considerar a poluição
visual e sonora
3. Averiguar o estado da
arquitetura e sua tipologia
em construções prontas
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1. reformulações projetuais
com resultados com o
4. considerar o estado atual dos menor impacto possível
acabamentos para decidir se serão
trocados, e se forem, qual a melhor
opção que reduza tempo,
mão de obra e custo
2. procedimentos e
uso de materiais com
manejo controlado
3. selecionar
materiais certificados
3 Degradação ambiental
Após abordarmos os conceitos de aspecto ambiental e impac-
to ambiental é importante que saibamos um pouco mais sobre as
consequências desse longo processo de negligência, a degradação
ambiental.
PARA PENSAR
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É primordial que tenhamos profissionais com habilidades adequa-
das para criar espaços interiores de edifícios com alto desempenho
ambiental. Como abordado, é necessário ter conhecimento sobre o que
vem a ser a multidimensional pauta da sustentabilidade e ampliar a per-
cepção sobre conceitos e práticas de atuação profissional, buscando
um equilíbrio entre ambiente construído e ambiente natural.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR ISO
14001:2004. Disponível em: http://www.madeira.ufpr.br/disciplinasghislaine/iso-
14001-2004.pdf. Acesso em: 9 ago. 2022.
ELKINGTON, J. Triple Bottom Line: does it all add up. London: Routledge, 2004.
Panorama da
sustentabilidade
na atualidade
19
1 Esforços governamentais (legislações
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ambientais)
O grande desafio no panorama da sustentabilidade atual é a divisão
de opiniões quando se trata de conciliar os objetivos econômicos aos de
preservação ambiental. Há muitos campos envolvidos que necessitam
de decisões urgentes no campo da sustentabilidade, como: ações polí-
ticas, medidas que foquem nas necessidades da população e agentes
decorrentes do impacto ambiental. Esses desafios não comprometem
apenas o meio ambiente, mas também a saúde, a sobrevivência, o bem-
-estar dos cidadãos e nossa cultura. Para a Organização das Nações
Unidas (ONU), esse é um momento urgente e de enormes desafios para
o desenvolvimento sustentável:
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são as mais completas e avançadas mundialmente nesse sentido. No
entanto, essas leis não são estáveis, dadas suas dimensões; portan-
to, estão sempre em mutação, exigindo acompanhamento constante.
Nosso histórico de lutas de preservação ficou conhecido no mundo
todo e ainda temos conflitos de interesses entre os que lutam para pre-
servar e os que, muitas vezes de forma ilegal, buscam explorar as reser-
vas naturais (SERRÃO, 2020).
IMPORTANTE
IMPORTANTE
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mas decisões podem fazer a diferença. Por exemplo:
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progressivamente as fontes naturais de abastecimento, ao mesmo tem-
po algumas matérias-primas já alcançaram um alto valor pela extração
de materiais escassos. Consumidores precisam incorporar a responsa-
bilidade ambiental em suas filosofias de vida, exigindo que os produtos
sejam sustentáveis e possuam selos ou estejam protegidos por leis am-
bientais. Intensificar ações que visam diminuir o impacto ambiental pode
levar autoridades a aprovar leis cada vez mais ativas para a preservação
do meio ambiente (SOUZA, 2019).
PARA PENSAR
Considerações finais
Esse capítulo teve como objetivo traçar um panorama dos esforços
e resultados no que diz respeito a sustentabilidade. Também vimos que,
dentro desse cenário, faz parte da atribuição do designer de interiores
trazer opções sustentáveis que favoreçam os interiores e tenham um im-
pacto benéfico no usuário. Por outro lado, ter comprometimento com a
sustentabilidade também implica questionar hábitos de consumo. Nesse
contexto, o encontro entre cliente-fornecedor-profissional e projeto torna
um espaço construído.
Referências
IBM. Balancing sustainability and profitability. IBM Institute For Business Value,
2022. Disponível em: https://www.ibm.com/downloads/cas/5NGR8ZW2.
Acesso em: 24 ago. 2022.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito ambiental brasileiro. 28. ed. São
Paulo: Juspodivm, 2022.
Economia
sustentável
aplicada ao design
de interiores
29
1 Materiais ecológicos e certificações
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O design de interiores sustentável tem como foco criar ambientes
internos usando princípios de design que visam proteger nosso planeta
do desgaste rápido. É importante estar atento ao meio ambiente redu-
zindo o consumo de energia, a poluição e o desperdício.
CERTIFICAÇÃO DESCRIÇÃO
Diz respeito ao selo desenvolvido pela Green Building Council. É um dos mais
Leadership in Energy and
relevantes de sua categoria, porque certifica edifícios que causaram o mínimo
Environmental Design
de impacto na construção e aqueles planejados para também ter baixo impacto
(LEED) ou Liderança em
no uso, definido como “construção verde”, pois considera todas as etapas
Energia e Design Ambiental
envolvidas e a reposição ambiental.
(cont.)
CERTIFICAÇÃO DESCRIÇÃO
Selo criado pela Caixa Econômica Federal para classificar obras sustentáveis.
A entidade desenvolveu a certificação para premiar os empresários que fazem
financiamentos na instituição para construir. A distribuição é feita com base
Casa Azul
na avaliação dos seguintes fatores: gestão da água; práticas sociais; qualidade
urbana; projeto e conforto; eficiência energética; conservação de recursos
minerais.
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Como consumidores ou como profissionais devemos sempre ter em
mente perguntas em relação ao nosso consumo e à sustentabilidade:
Por que comprar? O que comprar? Como comprar? De quem comprar?
Como usar? Como descartar?
2 Processos de fabricação
Vários fatores impulsionam, cada vez mais, soluções sustentáveis.
Entre várias responsabilidades nessa prática está a ambientação. O
meio ambiente tem sofrido muito com a limitação cada vez maior de
recursos naturais. Paralelo a isto, observamos em grandes centros uma
aceleração no crescimento populacional e a rápida construção de edifí-
cios em larga escala. Como profissionais de design de interiores, preci-
samos refletir e colocar em ação práticas que ajudem na conservação
de recursos ambientais.
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MATERIAIS
3 Soluções tecnológicas
As tecnologias sustentáveis são inovações com foco na performan-
ce e no impacto positivo ao meio ambiente. Elas possibilitam acompa-
nhar a produção e o desempenho dos produtos a longo prazo e, com
isso, buscam respostas mais eficientes a cada etapa, mantendo o com-
promisso constante com o meio ambiente.
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tudo sobre um objeto: seu descarte, sua 2ª vida ou quando ocorre o rea-
proveitamento de partes; com isso, é possível organizar a produção sem
excedentes. Uma casa sustentável precisa de um projeto que tenha essa
preocupação a partir da arquitetura, suas etapas devem ser planejadas
integralmente.
Considerações finais
Esse capítulo focou nas materialidades e como estão organizadas,
vimos também quais processos e materiais são reconhecidos por selos
verdes que garantem controle no processo, para não causar impactos
ambientais maiores dos que os já existentes.
Referências
NEOWATER. Selo ambiental: saiba por que sua empresa deveria ter uma
certificação. 26 de abril de 2021. Disponível: https://www.neowater.com.br/
post/selo-ambiental-iso-leed. Acesso em: 15 set. 2022.
Tipos de economia
aplicados e
seus impactos
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1 Economia linear
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Até a Revolução Industrial grande parte da produção ocidental, prin-
cipalmente europeia, era agrária e foi sendo substituída gradativamente
pela produção de mercados que ofereciam uma variedade de bens ma-
teriais e a força de trabalho humano, ambos convertidos em mercado-
rias ou capitais.
Além dos recursos naturais não renováveis que são explorados, essa
economia também tem um aspecto predatório: o da exploração humana,
alimentando uma performance contínua de produção, porque o ciclo não
pode parar. Ele depende de uma grande quantidade de mão de obra hu-
mana e excessivamente barata, configurando em muitos casos de explo-
ração predatória, tanto humana quanto ambiental. Como a necessidade
mundial e as economias estão baseadas nos recursos, entendemos que
não é mais possível explorar sem pensar em compensar o meio ambiente
e, muito menos, em extrair e descartar sem responsabilidade, o que nos
leva a concluir que a economia linear não é um modelo sustentável.
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MIA LINE MIA RECICLÁ OMIA CIRCULA
ONO AR NO VE ON
EC CO L EC R
IMPORTANTE
2 Economia reciclável
A economia reciclável foi um passo à frente após a conscientização
de que a economia linear não era suficiente para planejar todo o percur-
so do processo produtivo e o seu uso até o descarte em grande escala.
Apesar da economia linear ainda prevalecer, muitos setores avançaram
uma etapa ao aderirem à reciclagem. Um passo importante para o que
viria a seguir: a economia circular.
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em um processo saudável para as empresas, o meio ambiente e o bem-
-estar dos seres vivos.
3 Economia circular
A economia circular tem sua teoria de origem na década de 1960 e
surge como uma alternativa frente ao método da economia linear que
se mostrava insustentável. A definição do nome e do conceito só foram
estabelecidos em 1989 pelos economistas e ambientalistas ingleses
David W. Pearce e R. Kerry Turner. No entanto, vários teóricos e econo-
mistas já se mostravam preocupados com o meio ambiente e previram
as consequências do consumo e da produção em massa. Com esse
cenário, os dois passaram a elaborar caminhos possíveis para melhorar
a produção e tornar o processo mais consciente, pois os resultados a
longo prazo demonstravam um risco à sobrevivência de muitas empre-
sas, um fato que foi se comprovando no novo milênio, assim como os
grandes impactos e desastres ambientais.
dos, de modo que quando o produto alcança sua escassez ele retorna
para o ciclo, sendo reaproveitado ao máximo. Para isso, é necessário
criar produtos fáceis de consertar, remanufaturar ou reciclar.
PARA PENSAR
Você já parou para pensar sobre seu consumo? Comece refletindo so-
bre seu cotidiano: que tipo de produtos você mais consome? Quantas
embalagens eles possuem? Qual é o material dessas embalagens? Qual
é o seu ritmo de descarte? Você costuma comprar coisas que realmente
precisa ou é influenciado pelo meio? Desde a hora em que acordamos
até a hora que vamos dormir estamos consumindo. Precisamos ter em
mente como vivemos nosso cotidiano e como o consumo orienta nos-
sas escolhas para a vida.
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Após a análise dos conceitos das economias vigentes, principalmen-
te desde a Revolução Industrial, é possível averiguarmos que elas surgi-
ram de forma sequencial, conforme o meio ambiente foi apresentando
sinais de escassez e esgotamento na exploração de materiais naturais
e finitos.
Referências
BRAUNGART, Michael. Cradle to cradle: criar e recriar ilimitadamente. São
Paulo: Gustavo Gili, 2019.
Projetos de
interiores – saúde e
sustentabilidade
47
1 A Síndrome do Edifício Doente e as
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interferências governamentais
A Síndrome do Edifício Doente – ou em inglês Sick Building Syndrome
(SBS) – é o termo usado quando muitas pessoas ocupam um espaço
construído (edifício), geralmente em condições de trabalho ou de mo-
radia, e ficam muitas horas nesse lugar, expostas à falta de qualidade
de ar, temperatura, iluminação e outros fatores que acabam por gerar
síndromes a longo prazo.
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interiores em espaços insalubres
Como profissionais do design de interiores podem auxiliar na salubri-
dade dos espaços construídos e de alguns espaços externos?
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Na prática, é importante observar todo o espaço construído antes de
qualquer interferência e fazer uma lista minuciosa do que deverá ser
checado: a qualidade e intensidade de luz natural, o cruzamento de ar e
a posição das janelas, ferrugem no encanamento, tipo de fiação elétrica,
paredes e teto mofados por vazamento, descolamento de camada de
acabamento/argamassa nas paredes, descolamento de piso cerâmico
e azulejos, piso de madeira solto, qualidade das instalações elétricas,
conexão hidráulica com vazamento, desníveis de piso – verificar se a
água corre em direção ao ralo – e a qualidade sonora do espaço. Para
verificar se tudo funciona corretamente, é interessante acompanhar a
obra sendo feita.
Considerações finais
Após décadas de edifícios doentes, à medida em que as cidades
crescem a preocupação com a qualidade dos edifícios torna-se uma
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manifestou em edifícios residenciais e até mesmo em casas. A infraes-
trutura tornou-se um foco para construtoras buscarem caminhos mais
sustentáveis e minimizarem o impacto já existente, observando todo o
espectro que envolve as novas construções.
Referências
BOSLAUGH, Sarah E. Sick building syndrome: medical disorder. Encyclopedia
Britannica. Britannica, 2022. Disponível em: https://www.britannica.com/
science/sick-building-syndrome. Acesso em: 28 nov. 2022.
SOUSA, Marcia. NASA elege as 17 melhores plantas para limpar o ar. Ciclo
Vivo, 17 nov. 2021. Disponível em: https://ciclovivo.com.br/vida-sustentavel/
bem-estar/nasa-elege-as-17-melhores-plantas-para-limpar-o-ar/. Acesso em:
28 nov. 2022.
STELING, Theodor D.; COLLET, Chris ; RUMEL, Davi. A epidemiologia dos “edifícios
doentes”. Rev. Saúde públ., v. 25, n. 1, p. 56-63, 1991. Disponível em: https://
www.scielo.br/j/rsp/a/PDgKBSPHnXNrh4mTCM6nDCr/?lang=pt&format=pdf.
Acesso em: 28 nov. 2022.
Design de interiores
e a economia
circular
55
1 Responsabilidade social e o conceito de
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economia circular
As circunstâncias mudaram, assim como as economias e as prá-
ticas de produção que até então faziam parte da economia linear, que
está diminuindo rapidamente, e dando lugar a uma economia circular
na qual é possível reutilizarmos, refabricarmos e reciclarmos produtos.
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da vida nos ambientes. Para entender melhor algumas práticas, é ne-
cessário averiguar as características dos conceitos upcycle, recycle e
ecofriendly.
2.1 Upcycle
O termo significa “para cima” e seu conceito pode ser traduzido pela
ideia de “reutilização”. Traz a bagagem de redesign, ou seja, restabele-
cer uma peça que perdeu parte de sua estrutura e juntá-la com outras,
criando uma terceira opção para esse redesenho. Nessa nova versão, é
possível acrescentar qualidade às peças, com novas funções, ressigni-
ficando seu uso e papel simbólico.
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to ao material e, portanto, não têm como garantir um volume ou mesmo
a qualidade correta para cada aplicação do produto.
2.3 Ecofriendly
IMPORTANTE
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gração, de modo que todos os envolvidos estejam conectados. Muitos
desses modelos que vendem o serviço fornecido por um produto, pos-
sibilitando manutenção e troca, já estão em curso. Num futuro próximo,
muitos dos equipamentos utilizados nos interiores serão serviços pres-
tados por meio de produtos que, quando alcançarem desgaste, entrarão
em um ciclo de recomposição e se integrarão ao mercado novamente.
Esse processo terá o designer de interiores como um profissional com-
prometido que intermediará as escolhas do cliente mediante as opções
que o mercado oferecerá e, com isso, fortificará a responsabilidade so-
cial da melhor opção, visando qualidade, conforto e sustentabilidade.
Considerações finais
Apesar dos desafios do mercado de design de interiores, o profis-
sional deve optar por soluções cada vez mais sustentáveis, ainda que
os produtos sejam de alto custo, pois o custo-benefício tende a ser um
norte no projeto.
Referências
SIMPÓSIO BRASILEIRO DE DESIGN SUSTENTÁVEL (SBDS); INTERNATIONAL
SYMPOSIUM ON SUSTAINABLE DESIGN (ISSD), 4., 2013, Porto Alegre. Anais
[...]. Porto Alegre, RS: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Centro
Biofilia no design
de interiores
65
1 O que é biofilia?
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O termo biofilia surgiu na década de 1940, cunhado pelo naturalista
americano Edward O. Wilson para descrever o que ele acreditava ser uma
atração do ser humano pela natureza. Em seu livro Biophilia, de 1984,
Wilson acentuou que há uma conexão emocional entre o ser humano, a
natureza e outras formas de vida, fato que tem base genética, porque o ser
humano faz parte da bio (WILSON, 2009).
IMPORTANTE
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biofilia e metodologias aplicáveis em espaços construídos: 14 Patterns
of Biophilic Design, dos autores William Browning, Catherine Ryan e
Joseph Clancy, incentivado e editado pela Terrapin Bright Green (2014);
The Practice of Biophilic Design (2015), escrito por Stephen R. Kellert e
Elizabeth F. Calabrese; Biophilia & Healthy Environments (2015) de Nikos
Salingaros.
A natureza em
Natureza no espaço Análogos naturais
um espaço
• criação de lugares que
• conexão direta com a • formas e modelos misturam espaços
natureza, através da luz, biomórficos, fazendo uso construídos com a
fluxo de ar, estímulos de materiais que tenham natureza, de modo que
sensoriais não rítmicos e ligação direta ou indireta promova perspectiva,
assim por diante com a natureza sensação de abrigo,
mistério ou o inesperado
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meramente racional, é necessário conhecer o contexto, o usuário, o es-
paço, os problemas e procurar fazer a adaptação necessária a cada va-
riação, o que torna único cada projeto.
NA PRÁTICA
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palavras oikos, que significa casa, e logos, que significa estudo. É um im-
portante campo da biologia, com foco nos estudos científicos do meio
ambiente e os seres vivos que habitam nele. A pesquisa observa como
acontecem as interações entre os seres vivos e como essa relação de-
termina a distribuição de seus meios de subsistência. A ecologia urbana
caracteriza-se como uma nova área de estudos voltados ao meio am-
biente, cujo objetivo é o entendimento dos sistemas naturais existentes
dentro das áreas urbanas.
PARA PENSAR
Considerações finais
A biofilia é um campo vasto que no permite encontrar diversas solu-
ções para os espaços construídos, de acordo com o escopo do proble-
ma. Não há resposta pronta, mas uma metodologia e vários elementos
possíveis de serem aplicados em cada projeto. Trabalhar com a abor-
dagem biofílica é agregar saúde ao ambiente e aos indivíduos que nele
habitarão, é reconectar o indivíduo ao seu lugar de origem: a natureza.
Conceitos e estilos
de vida sustentáveis
em design
de interiores
75
que podem auxiliar o profissional de design de interiores a encontrar
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soluções para ambientes construídos.
1 Conceito de biomimetismo e
sustentabilidade
A biomimética é considerada uma mistura de ciência, arte e inova-
ção inspirada na natureza. Com filosofias de design que se baseiam em
modelos naturais na forma, estrutura, organismo e comportamento.
Além disso, é um campo vasto para inspirar, experimentar e redesenhar,
oferecendo estratégias baseadas em plantas, animais e ecossistemas,
tudo com o objetivo de buscar soluções que possam ser aplicadas na
prática.
IMPORTANTE
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forme expresso pela figura 1.
3. 3 A natureza como
orientadora e mentora
no aprendizado sobre
sua potencialidade:
aprender com ela,
não controlá-la.
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design de interiores
A biomimética, como área da ciência, tem sido estudada desde a
metade do século XX, mas a incorporação da natureza em edifícios co-
meçou muito antes. O movimento Art Nouveau entrelaçou a botânica
na forma, mas já observando outras possibilidades possíveis para re-
solver problemas. Aplicada na arquitetura urbana, a biomimética fincou
raízes principalmente nos edifícios do engenheiro-arquiteto americano
Frank Lloyd Wright, no início do século XX, em projetos de edifícios ou
sistemas que estimulavam os ciclos que ocorrem na natureza e ainda
consideravam a topografia do lugar.
Casa de Wright em Oak Park (Illinois, EUA). Fonte: Domínio Público, See page for author, Public domain, via Wikimedia Commons.
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metismo também defende a saúde do indivíduo e o torna um grande
aliado na projeção de espaços sustentáveis. Algumas das possibilida-
des e vantagens de sua aplicação são:
Considerações finais
Incluir conhecimentos sobre a natureza em práticas humanas tor-
nou-se vital para assegurar a sobrevivência das espécies e as futuras
gerações. Nesse escopo, o biomimetismo é uma resposta importante
para as áreas relacionadas ao design e à arquitetura.
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com a preservação dos biomas.
Referências
BENYUS, Janine. Biomimética: inovação inspirada pela Natureza. São Paulo:
Cultrix, 1997.
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