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MBA EM GESTÃO DE
COOPERATIVAS
DISCIPLINA:
Gestão de Estratégia em
Cooperativas
DIRETOR PÓS-GRADUAÇÃO
RAFAEL DE ARRUDA
direcaopos.ead@unigran.br
COORDENAÇÃO PLATAFORMA
ADRIANO CÂMARA
camara@unigran.br
DIAGRAMAÇÃO
WELINGTON SMAYLLY
diagramacao2.pos@unigran.br
LOGÍSTICA
FRANSERGIO SAMPATTI
logistica.ead@unigran.br
SECRETÁRIA ACADÊMICA
MARINES VIEL
secretaria.ead@unigran.br
FINANCEIRO
ANDRÉIA FELIX / SAMARA VILHAR
financeiro.ead@unigran.br
samara@unigran.br
DEPARTAMENTO DE PROVAS
DOLORES BORTOLANZA
dolores@unigran.br
50p.: 23 cm.
1. Cooperativismo.
2. Estratégia Organizacional.
plataformaeadpos.unigran.br/
APRESENTAÇÃO
DO(A) DOCENTE
ALEXSANDER
FUZA ROZENO
A
dministrador registrado no CRA-
-MS. Mestrando em Produção
e Gestão Agroindustrial na UNI-
DERP/ ANHANGUERA, Especia-
lista em MBA Executivo em Administra-
ção com Ênfase em Recursos Humanos e
graduado em Administração de Empre-
sas. Possui Formação Pedagógica para
SEJA
Portadores de Ensino Superior – Pedago-
gia. Experiência na área de Administração,
BEM
atuando como Auxiliar Administrativo na
empresa UNIMES. Atuou como docente
VINDO
no programa SED 2015/ 2016. É coordena-
dor dos cursos de Tecnologia em Gestão da
Qualidade EAD, Tecnólogo em Marketing
Conversa Inicial...................................................................................................................... 5
AULA 1
Cooperativismo...................................................................................................................... 7
AULA 2
Estratégia Organizacional........................................................................................... 15
AULA 3
Processos de Qualidade nas Cooperativas ...................................................... 31
AULA 4
O Atual Modelo de Gestão de Cooperativas.................................................... 43
REFERÊNCIAS......................................................................................................................49
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CONVERSA
INICIAL
O
mos das Estratégias Organizacionais, ire-
objetivo da disciplina é mos ampliar o nosso conhecimento sobre
aprimorar seus conheci- a modelagem de processos, verificaremos
mentos sobre a Gestão a importância da modelagem de proces-
Estratégica em Cooperati- sos, e vamos aprender a identificar e evitar
vas, contribuindo para uma formação ple- problemas com a modelagem de proces-
na, que permita maior acesso ao merca- sos e essa importância nos processos nas
do de trabalho, competência profissional organizações. Na aula 03, será abordada o
adequada às por meio de condições de Processo de Qualidade nas Cooperativas,
mercado. Nosso desejo é poder propiciar compreender a fase final da modelagem
condições de estudo, de reflexão, de leitu- de novos processos e entender para supe-
ra, análise e produção, através de conheci- rar as dificuldades que podem ser encon-
mentos prático-teóricos que darão emba- tradas em cada fase da qualidade da Ges-
samento eficiente aos acadêmicos. tão Estratégica nas Cooperativas e na aula
Neste sentido, sintam-se convidados 04, estudaremos sobre O Atual Modelo
a participar da disciplina de “Gestão Estra- de Gestão de Cooperativas, saber definir
tégia de Cooperativas”, que tem a finalida- quais são os processos de gestão estraté-
de de mostrar como uma ferramenta con- gica de uma cooperativa, principalmente
sidera básica e de muita importância para saber identificar a sua missão, ao seu ne-
a gestão estratégica, deve andar alinhada gócio, aos seus objetivos e metas.
com as organizações. Essa metodologia é Por fim, nosso desejo é que o resulta-
formada em todas as atividades da qual do do cumprimento dessa disciplina ofe-
as organizações se adaptam no ambien- reça diferencial de conhecimento capaz
te empresarial, tanto no processo rentável de permitir a distinção de um profissional
quanto na capacidade de criar, inovar, li- bem formado, com informações básicas
derar e a importância de buscar estraté- que atendam às necessidades do merca-
gias para melhoria organizacional. do.
A disciplina foi organizada em qua- Sucesso é o que desejamos que você
tro Aulas, com temas e subtemas subdi- obtenha com seus estudos. Conte com
vididos em seções (tópicos), para que seu nosso apoio para seu aperfeiçoamento
estudo se torne vantajoso e prazeroso. As- profissional sempre que se fizer necessá-
sim, ao estudar a Aula 01, vamos tratar do rio.
Cooperativismo, compreender de onde se Boas aulas!
originou, como foi implantado no Brasil e
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AULA 1
COOPERATIVISMO
Caros alunos,
P
rezados (as) alunos (as), ao
darmos continuidade à nossa
disciplina, nesta aula, iremos
iniciar falando sobre o que é
cooperativismo. Em seguida, nossa meta
é a de compreender de onde se originou
o cooperativismo, como foi implantado
no Brasil e seu funcionamento.
Boa aula!
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perativa de crédito no Rio Grande do Sul. cujos interesses imediatos podem ser di-
Estas tiveram influência de imigrantes ferentes. Por esse motivo, eles tendem a
europeus que trouxeram as experiências se antagonizar cada vez mais, à medida
de sucesso vividas em seus países. Assim, que, o modelo de desenvolvimento ado-
as cooperativas se expandiram num mo- tado nas organizações tende a beneficiar
delo autônomo, voltado para suprir às ne- uma fração já privilegiada. Nesse sentido,
cessidades dos próprios membros e livres observa-se que as contradições subjacen-
da dependência dos especuladores. tes nas cooperativas nada mais são do
Apesar do seu pioneirismo no meio que reflexos do sistema no qual elas estão
urbano, foi no setor rural, através das co- inseridas.
operativas agropecuárias, onde o movi- Sobre esse aspecto, vale a pena men-
mento cooperativista mais se difundiu, cionar que as desigualdades regionais no
atingindo na década de 1980 aproxima- Brasil estão reproduzidas no cooperativis-
damente 75% do número total de coope- mo que, como consequência, apresenta-
rativas no Brasil, seguida das cooperativas -se de forma bastante distinta em todo
habitacionais vinculadas ao extinto Banco o território nacional. O cooperativismo
Nacional da Habitação (BNH), com cerca reproduz as especificidades geradas pe-
de 15% do total, e das cooperativas de cré- las estruturas de cada região e por seu
dito, registradas no Banco Central, repre- padrão socioeconômico e de desenvolvi-
sentando o restante. mento.
Ainda hoje, os dados mostram uma
Cooperativismo no Brasil forte desigualdade no que se refere à dis-
tribuição regional do cooperativismo no
De uma maneira geral, o cooperati- Brasil, como se pode observar na Tabela
vismo apresenta-se com duas caracterís- abaixo (Tabela 1):
ticas básicas e, de certa maneira, contradi-
tórias. A primeira engloba o desempenho Tabela 1: Número de cooperativas
econômico e relaciona- se aos aspectos por região
organizacionais e empresariais das uni-
dades cooperativas. A segunda diz res- Nº DE
peito à função de legitimação e a formas REGIÃO COOPERATIVAS VARIAÇÃO
específicas, por meio das quais se busca 2011 2010
salvaguardar uma unidade de interesses
Sudeste 2.349 2.285 3%
e representações de seus associados. Tan-
to uma quanto a outra estão relacionadas Nordeste 1.738 1.718 1%
aos elementos que caracterizam os movi- Sul 1.050 1.227 -14%
mentos sociais: a organização e a ideolo- Norte 789 772 2%
gia.
Centro-Oeste 660 650 2%
Essas duas características podem
TOTAL 6.586 6.652 -1%
estar intimamente relacionadas, seja no
sentido de uma transformação da estru- Fonte: SESCOOP, 2012.
tura socioeconômica, seja no sentido da
reprodução e até mesmo da consolidação Atualmente, pelas leis brasileiras as
de contradições existentes, especialmen- cooperativas são divididas em treze tipos:
te nas situações de conflito de interesses. agropecuária, consumo, crédito, educa-
As situações de conflito existentes na cional, especial, habitacional, infraestru-
esfera do cooperativismo emergem do tura, mineral, produção, saúde, trabalho,
fato de que as cooperativas congregam transporte, turismo e lazer. A distribuição
em seu quadro de associados indivíduos recente dos diferentes setores do coo-
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GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS
gestão do cooperativismo.
Em 1995, o cooperativismo brasileiro
ganhou o reconhecimento internacional.
Roberto Rodrigues, ex-presidente da Or-
ganização das Cooperativas Brasileiras, foi
eleito o primeiro não europeu para a presi- AMATO NETO, J. Complexos cooperativos
dência da Aliança Cooperativista Interna- e desenvolvimento local: um estudo de
cional (ACI). Esse fato contribuiu também casos brasileiros. Revista Eletrônica Siste-
para o desenvolvimento das cooperativas mas & Gestão 1 (3) 210-228. 2006.
brasileiras. No ano de 1998 nascia o Ser-
viço Nacional de Aprendizagem do Coo- GIMENES, R.M.T. & GIMENES, F.M.P Coo-
perativismo (Sescoop). A mais nova insti- perativismo Agropecuário- Os desafios do
tuição do Sistema “S” veio somar à OCB financiamento das necessidades líquidas
com o viés da educação cooperativista. É de capital de giro. R. Econ. contemp., Rio
de Janeiro, 10(2): 389-410, mai./ago. 2006.
responsável pelo ensino, formação profis-
sional, organização e promoção social dos LAUSCHNER, R. Agroindústria cooperati-
trabalhadores, associados e funcionários va. In: D. B. Pinho (org.), Tipologia coopera-
das cooperativas brasileiras. tiva - Manual de cooperativismo. São Pau-
O cooperativismo brasileiro entrou lo: CNPq, v. 4, p. 76-84. 1984.
no século 21 enfrentando o desafio da co-
municação. Atuante, estruturado e fun-
damental para a economia do País tem
por objetivo ser cada vez mais conhecido
e compreendido como um sistema inte-
grado e forte.
www.ocb.org.br
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AULA 2
ESTRATÉGIA
ORGANIZACIONAL
Caros alunos,
N
esta aula, vamos ampliar o
nosso conhecimento sobre
a modelagem de processos,
verificaremos a importân-
cia da modelagem de processos, e vamos
aprender a identificar e evitar problemas
com a modelagem de processos.
Bons estudos!
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GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS
`SEÇÃO 1 neira completa e precisa sobre seu fun-
cionamento”. Por esse motivo, o nível de
CONCEITO E detalhamento e o tipo específico de mo-
delo têm como base o que é esperado da
IMPORTÂNCIA DA iniciativa de modelagem. Um diagrama
MODELAGEM DE simples pode ser suficiente em alguns
PROCESSOS casos, enquanto um modelo completo e
detalhado pode ser necessário em outros.
A modelagem de processos de ne- A modelagem de processos provê
gócio é o primeiro passo do processo de para as organizações a capacidade de en-
BPM, a qual é responsável pela reenge- tender seus procedimentos internos de
nharia de processos, que, por sua vez, tem negócio de forma gráfica, possibilitando
como objetivo entender e explicitar como assim a comunicação dos procedimentos
funcionam os processos de uma organi- de forma padrão. Esta representação grá-
zação, bem como controlá-los e monito- fica deve ser de fácil entendimento e de
rá-los, auxiliando também na análise de fácil transferência para o conhecimento
alguns aspectos e tomada de decisões explícito para quem estiver visualizando
através da simulação do comportamento o modelo (TESSARI, 2008). Desta forma,
de algumas partes (ENOKI, 2006). é capaz de fornecer também uma visão
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GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS
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gando mais informação e utilidade para A Figura abaixo traz uma ilustração
entendimento, análise e desenho de pro- de como se apresenta visualmente cada
cessos. um deles.
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GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS
gem e realizar a melhor escolha traz van- tros elementos de processo. Por meio de
tagens como facilidade no entendimento, símbolos gráficos, representa a sequência
consistência na forma e no significado do dos passos de um trabalho de forma a fa-
modelo e padronização dos modelos de cilitar sua análise (BERGMANN; SCHEU-
processos. NEMANN; POLACINSKI, 2012). Se utiliza de
Esta seção apresenta a descrição de símbolos previamente convencionados,
algumas das notações de modelagem permitindo a descrição clara e precisa do
comumente encontradas. fluxo ou sequência de um processo.
A notação para o mapeamento de
3.3.1 - Fluxograma fluxo mais comum foi aprovada como um
padrão ANSI em 1970 para representar
Fluxogramas são usados para des- fluxos de sistemas. A Figura a seguir ilus-
crever o fluxo de materiais, papéis e tra- tra alguns dos símbolos utilizados nos flu-
balho, através de um conjunto simples de xogramas de acordo com o padrão ANSI
símbolos para operações, decisões e ou- (1970).
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3.3.2 - Raias de piscina (Swim lanes) tam uma área funcional, papel ou, em
alguns casos, organização externa. Tem
As raias de piscina são auxílios para o nome de raias de piscina já que, essas
a construção de outras notações, ou seja, linhas lembram as faixas de marcação em
são os caminhos iniciais. Desta forma, são piscinas de natação.
muitas vezes incorporadas no BPMN, ou Ao organizar o fluxo de atividades e
fluxogramas como meio para definir o tarefas entre essas linhas é mais fácil visu-
executor responsável pela realização de alizar as entregas intermediárias ao longo
uma ou mais atividades. do trabalho, permitindo um melhor ge-
Podem ser realizadas através da uti- renciamento e controle destas entregas.
lização de linhas dispostas horizontal ou A Figura a seguir ilustra como é um mo-
verticalmente (raias), as quais represen- delo de raias de piscina.
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GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS
Suas principais características são re- Process Management Initiative (BPMI), in-
presentar os executores e suas ligações; corporado ao Object Management Group
indicar papéis, organizações, sistemas ou (OMG), grupo que estabelece padrões
qualquer outro executor e as entregas es- para sistemas de informação. A simbolo-
peradas por eles. Deve ser usado quando gia da BMPN permite criar modelos de
deseja-se distinguir claramente em que processos de negócio – Business Process
ponto a responsabilidade pela execução Diagrams (BPD) para finalidades de do-
é transferida e para aumentar o enten- cumentação e comunicação (ABPMP,
dimento entre as partes interessadas no 2013).
processo. Essa notação apresenta um conjun-
Suas vantagens são auxiliar os execu- to robusto de símbolos para modelagem
tores do processo para que sejam capazes de diferentes aspectos de processos de
de distinguir seus papéis em relação aos negócio. Como na maioria das notações,
demais; definir claramente os pontos de os símbolos descrevem relacionamentos
entregas intermediárias em um proces- claramente definidos, tais como fluxo de
so; ser capaz de descrever fluxos de pre- atividades e ordem de precedência. De
cedência operacional, material e mensa- acordo com Tessari (2008), um dos desa-
gens. Porém, uma de suas desvantagens fios da BPMN é criar mecanismos simples
é tornar-se complexo quando há áreas para a construção de modelos de proces-
em que a responsabilidade pelo desem- sos de negócio, mas que tenha a capaci-
penho é compartilhada. dade de lidar com a complexidade exis-
tente nos processos de negócio.
3.3.3 - Business Process Model and Em BPMN, raias dividem um mode-
Notation (BPMN) lo em várias linhas paralelas. Cada uma
dessas raias é definida como um papel
Business Process Model and Nota- desempenhado por um ator na realização
tion é um padrão criado pela Business do trabalho. O trabalho se move de ativi-
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MBA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS | UNIGRAN • 2023
dade para atividade seguindo o caminho ger quando e como as raias são definidas
do fluxo de papel a papel. A forma como (papel), como as atividades são decom-
os modelos em BPMN são elaborados postas, que dados são coletados na mo-
deve ser guiada por padrões corporativos, delagem, entre outros (COSTA, 2009).
caso a visão de longo prazo seja a constru- A Figura a seguir ilustra um processo
ção de um modelo integrado de negócio desenhado a partir do método BPMN.
da organização. Esses padrões devem re-
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poderá não servir a todos os pro- gem de processos é uma atividade funda-
pósitos; mental para o gerenciamento da organi-
• Não determinar o objetivo espe- zação. Ela pode envolver muitas pessoas
rado da modelagem. É funda- em diversos papeis dentro da empresa,
mental entender e deixar claro o mas normalmente haverá um facilitador,
que se espera da modelagem; um modelador e vários especialistas en-
• Modelar sem um contexto de volvidos para auxiliar na neste detalha-
comunicação de processos bem mento das atividades.
definidos; As informações sobre os processos
• Não identificar e organizar as par- podem variar em vários níveis de detalhe,
tes antes de modelá-las. podendo ser atribuídas informações es-
• Não ter critério para definir o nível pecíficas aos níveis adequados no mode-
de detalhamento adequado ao lo de processos. As abordagens de mode-
objetivo da modelagem. lagem de processos podem ser de cima
para baixo (top-down), do meio para fora
(middle-out) ou de baixo para cima (bot-
tom-up), variando de acordo com o pro-
pósito e escopo do esforço.
Vimos que é importante que se faça
Parece que estamos indo bem. En- a escolha da ferramenta de modelagem
tão, para encerrar nossa aula, vamos re- com base no contexto mais amplo de
cordar: aplicação de BPM na organização permi-
tindo evolução dos modelos de processos
Seção 1 - Conceito e importância da em um futuro.
modelagem de processos
Inicialmente vimos que mapear pro- Seção 3 - Notações de modelagem
cessos é basicamente listar os fluxos de in- de processos
formações, materiais e trabalho ao longo Foi apresentado que apesar de roti-
das atividades executadas em um proces- neiramente serem utilizados como sinô-
so produtivo, e registrá-los de forma que nimos, diagrama, mapa e modelo são, na
possam ser entendidos por outras pes- prática, diferentes estágios de desenvol-
soas interessadas em seu conhecimento. vimento, cada qual agregando mais in-
Explicitando informações como as entra- formação e utilidade para entendimento,
das, saídas e tarefas que estão relaciona- análise e desenho de processos.
das, e todos os passos dos processos. Algumas ferramentas de modela-
Complementarmente, entendemos gem podem ser utilizadas para capturar
a importância da modelagem de pro- e catalogar componentes de processo e
cessos que é, em especial, prover para as informações associadas para organizar,
organizações a capacidade de entender analisar e gerenciar o portfólio de proces-
seus procedimentos internos de negócio sos da organização.
de forma gráfica, possibilitando assim a Notação é um conjunto padroniza-
comunicação dos procedimentos de for- do de símbolos e regras que determinam
ma padrão. o significado desses símbolos. Existem
diversos padrões de notação de modela-
Seção 2 - A Modelagem de Proces- gem. Alguns deles são:
sos na visão do BPM CBOK • Fluxogramas que podem ser uti-
Segundo a ABPMP (2013), a modela- lizados para diferentes situações
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AULA 3
PROCESSOS DE QUALIDADE
NAS COOPERATIVAS
Caros alunos,
N
esta aula abordaremos o
Desenho de Processos. Va-
mos ampliar o conhecimen-
to sobre o assunto e apren-
der alguns passos para a realização do
desenho de processos. Lembre-se, você
é protagonista da sua aprendizagem, en-
tão, mãos à obra!
Bons estudos!
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GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS
putacionais.
Objetivos de aprendizagem Já para a ABPMP (2013) “o desenho
de processos é a definição formal de ob-
Ao término desta aula, vocês serão ca- jetivos e entregáveis, e a organização das
pazes de: atividades e regras necessárias para pro-
• compreender a fase final da mo- duzir um resultado desejado”. Dessa for-
delagem de novos processos; en- ma, inclui o ordenamento das atividades
tender os passos para a realização em um fluxo com base nos relacionamen-
desta etapa; tos das atividades e a identificação e asso-
• realizar os passos desta etapa a ciação de competências, equipamento e
fim de produzir um novo proces- suporte necessários para executar as ati-
so; entender para superar as difi- vidades.
culdades que podem ser encon- Essa etapa é de fundamental impor-
tradas nesta fase; tância para uma organização já que é res-
• entender a importância da simu- ponsável por tratar a mudança de proces-
lação nos projetos de mudança so que irá impactar no alcance de metas
de processos. e estratégias organizacionais e satisfazer o
cliente.
Seções de estudo De forma geral, a etapa de desenho
do processo inicia com a compreensão
Seção 1 − Introdução dos processos atuais da empresa, para
Seção 2 − Fundamentos de Desenho de um posterior exame de como a opera-
Processos ção pode ser melhorada para atingir um
Seção 3 − Passos para Realização do De- resultado desejado. Para que possa ser
senho de Processos mensurado o resultado das modificações
Seção 4 − Dificuldades de Implementa- propostas é fundamental que o resultado
ção de Melhorias de Processos do desenho possa ser medido, determi-
Seção 5 − Simulação de Processo nando a qualidade e o sucesso da nova
configuração do processo.
`SEÇÃO 1
`SEÇÃO 2
INTRODUÇÃO
FUNDAMENTOS DE
A etapa de desenho de processos é DESENHO DE PROCESSOS
realizada tendo como base os resultados
encontrados na etapa de análise, vistos no Segundo a ABPMP (2013) os proces-
capítulo anterior desta disciplina. sos apresentam natureza interfuncional e,
De acordo com Prates (2017) “a eta- por isso, o desenho de um novo processo
pa de desenho de processos é responsá- deve considerar as atividades indepen-
vel pela criação de especificações para dentemente das áreas funcionais que re-
processos novos ou modificados dentro alizam o trabalho.
de uma organização, mantendo o foco Porém, deve ser observado os níveis
nos objetivos de negócio”. Utiliza, para em que o processo ocorre, para que seja
isso, a identificação e o ordenamento de realizado o detalhamento do mesmo até
funções e atividades na operação junta- os seus subprocessos, dessa forma, os flu-
mente com os mecanismos de suporte, xos de trabalho poderão ficar alinhados às
tecnologias de produção e sistemas com- áreas funcionais que os executa e pode-
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MBA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS | UNIGRAN • 2023
rão ser levadas em consideração todas as derar os erros e acertos que estão aconte-
possíveis mudanças em todos estes níveis cendo ao longo do processo, já que novo
do processo. o desenho deve resolver problemas exis-
Conforme exposto pela ABPMP tentes ou aproveitar oportunidades.
(2013) o resultado final esperado por to- Além de que, toda organização con-
das as atividades de desenho é o mesmo, tém muitos recursos envolvidos, os quais
um desenho detalhado de uma nova ou devem ser entendidos, quanto suas fun-
aprimorada operação, que seja flexível e ções e atividades, como fornecedores, co-
possa adequar-se rapidamente a fim de laboradores, clientes, entre outros. Para a
acompanhar as necessidades de mudan- ABPMP (2013) “isso é crítico ao se dese-
ças futuras, e que estejam aliadas a ges- nhar uma mudança implementável ou
tão estratégica da empresa. Algumas das um roteiro de mudanças que guiará a
ações que podem ser realizadas ao rede- evolução da organização”.
senhar processos são: minimizar handof- Algumas das atividades que devem
fs, assegurar que cada ação agregue valor ocorrer nesta fase são: mapear o fluxo
ao processo e gerenciar entradas de da- de trabalho do processo atual, entender
dos próximo à fonte. as regras, políticas, sistemas, motivações
É fundamental que, antes de realizar existentes na empresa, e documentar
qualquer alteração nos processos, a equi- aspectos importantes de cultura, com-
pe deve revisar detalhadamente o pro- petências e sistemas de gerência. (CER-
cesso atual, para minimizar os riscos das QUEIRA, 2007).
alterações e assegurar que de fato serão Toda organização é composta por
propostas melhorias. Deve-se também pessoas, os quais são motivados e orien-
desenhar controles de processo e guias tados por uma cultura organizacional, o
para assegurar a execução da melhor prá- que influencia diretamente no desempe-
tica e reduzir ou eliminar erros, exceções e nho do processo e em como o processo é
variações. executado. Ao implementar-se novos pro-
Num primeiro momento, deve-se cessos, deve-se realizar o gerenciamen-
também determinar se as alterações se- to desta cultura, para que as mudanças
rão realizadas de ponta a ponta na organi- de atitudes esperadas ocorram a medi-
zação ou se serão esforços pontuais para da que a implementação das mudanças
solucionar um problema específico para ocorre.
que possa ser determinado o escopo e os
objetivos do projeto. 3.2 - Determinando a natureza da
mudança
`SEÇÃO 3 Para a ABPMP (2013), assim como
não se deve iniciar uma mudança sem
conhecer bem o estado atual da empre-
PASSOS PARA sa, também não se “pode produzir um
REALIZAÇÃO DO DESENHO modelo de estado futuro e esperar imple-
DE PROCESSOS mentá-lo sem construir uma capacidade
para movê-lo do presente para o futuro”.
3.1 - Entendimento do estado atual Dessa forma, assim como o estado
(AS-IS) atual da empresa (AS- IS) deve ser con-
siderado para o planejamento das mu-
O primeiro passo para realizar mu- danças, existem fatores que devem ser
danças em um processo é conhecer bem levados em consideração ao planejar-se
o processo atual. Não se pode desconsi- a execução do novo processo, são eles: as
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GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS
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MBA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS | UNIGRAN • 2023
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GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS
A criação do estado futuro TO-BE como cada uma das respostas pode ser
deve partir do princípio de que o novo pro- usada para transformar as operações de
cesso que está sendo desenhado deve ser negócio e o valor fornecido para os clien-
desafiado e que o processo atual precisa tes. As perguntas abaixo são alguns des-
ser melhorado. Com esse pensamento, ses questionamentos que poderiam ser
tudo deve ser analisado e revisado como realizados:
oportunidade. • Por que esse passo é necessário?
Nesse estágio define-se o conjunto • Qual é o seu propósito?
de melhorias que serão implementadas • Onde deve ser feito?
para atingir os objetivos da organização. • Quando deve ser feito?
Para a ABPMP (2013) “mudanças em ní- • Quem está mais bem qualificado
vel de processos devem ser consideradas para executá-lo?
como o primeiro passo na concepção da • Quais são seus principais proble-
mudança”. Entretanto, toda mudança mas?
será agora desenhada em nível de fluxo • Como os problemas podem ser
de trabalho da área funcional e por meio eliminados?
de cenários de tarefas em cada fluxo de
trabalho. É importante que todos os níveis 3.4.2 - Melhores práticas de obter
no modelo de processos sejam considera- novos desenhos de processos
dos no novo desenho.
“Existem algumas atividades que de- Apesar de não existirem modelos
vem ser executadas ao longo desta etapa, que apresentem receitas prontas para
são elas: decidir a direção do novo proces- a elaboração de desenhos, mudanças e
so; desenvolver ideias de novas funciona- criação de novos processos, existem me-
lidades para o novo processo, baseadas lhores práticas que foram consolidadas
nos objetivos da organização; mapear as através de casos de sucesso nesta área
ideias das novas funcionalidades espera- que são capazes de fornecer dicas para as
das; e selecionar novas funcionalidades demais organizações.
Dessa forma, como meio de lidar
chaves para o novo processo” (CERQUEI-
com o desafio de desenvolver processos
RA, 2007).
melhores, as empresas cada vez tendem
A partir do momento que se cria
a adotar estas melhores práticas em seu
um desenho, deve ser envolvida a maior
dia a dia. Martinho (2011) define melhores
quantidade possível de executores de
práticas como “um modo bem-sucedido
diferentes funções que interajam com o
de resolver um problema específico que
processo para, assim, aproveitar a expe-
pode necessitar ser ajustado às condições
riência e o conhecimento dos que estão
existentes”.
mais próximos do processo. Isso assegura
O quadro abaixo aborda as dez me-
que o processo reflita verdadeiramente
lhores práticas utilizadas por empresas
o que a organização pode realizar. Ajuda,
para obter novos desenhos de processos.
também, a afastar o medo e promover
aceitação da mudança.
A ABPMP (2013) diz que devem ser Melhores
Definição
práticas
feitas algumas perguntas para cada ati-
Eliminação da Eliminar tarefas desnecessá-
vidade no momento “AS-IS”, para dar su- tarefa rias de um processo.
porte ao desenho, que são: O QUE, ONDE,
Combinar pequenas tarefas
QUANDO, POR QUE, COMO e POR QUEM. Composição da para compor tarefas agrupa-
O requisito básico, entretanto, é visuali- tarefa das e dividir tarefas grandes
zar essas perguntas sob a perspectiva de em menores.
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GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS
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`SEÇÃO 4 Técnica, de Tecnologia •
de uma metodolo-
gia;
falta de habilidade
e Metodologia
DIFICULDADES DE das empresas para
avaliar os efeitos
IMPLEMENTAÇÃO das melhorias de
processos mape-
DE MELHORIAS DE ados antes de sua
implementação;
PROCESSOS • falta de conheci-
mento sobre bene-
fícios potenciais da
Algumas empresas encontram difi- metodologia;
• processos de de-
culdades em implantar novos processos, finidos de forma
inapropriada (mui-
a tabela a seguir resume algumas das di- to ampla ou muito
ficuldades que são encontradas normal- estreita).
mente.
Dificuldade Definição
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GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS
`SEÇÃO 5 formação do processo nas dimensões de
tempo, custo, capacidade e qualidade”.
Alguns dos softwares utilizados para
SIMULAÇÃO DE validação de melhorias em processos são
PROCESSO o Arena e o Simio, que serão abordados
detalhadamente na disciplina de Simula-
Após a realização do desenho do ção deste curso.
novo processo, existe uma técnica muito
utilizada para validar o resultado espera-
do, que é a simulação. Nela, são inseridos
dados em programas específicos para
que sejam calculados matematicamente
os possíveis resultados dos novos proces- Parece que estamos indo bem. En-
sos, diante de vários cenários e condições tão, para encerrar nossa aula, vamos re-
diferentes. cordar:
Segundo a ABPMP (2013) a simula-
ção pode ser utilizada nos seguintes ca- Seção 1 - Introdução
sos: A etapa de desenho de processos
• Validar um modelo de processo é responsável pela criação de especifi-
demonstrando que conjuntos cações para processos novos ou modifi-
de transações reais, produzem cados, a qual inclui o ordenamento das
as mesmas características de de- atividades em um fluxo com base nos
sempenho do processo atual; relacionamentos das atividades e a iden-
• Prever o desempenho do dese- tificação e associação de competências,
nho do processo sob cenários di- equipamento e suporte necessários para
ferentes; executar as atividades.
• Determinar quais variáveis têm a
maior influência no desempenho Seção 2 - Fundamentos de dese-
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AULA 4
O ATUAL MODELO DE GESTÃO
DE COOPERATIVAS
Caros alunos,
E
stamos na reta final da nossa
disciplina. Depois de termos
estudado Associativismo, Co-
operativismo, seus conceitos,
princípios e fundamentos, suas diferen-
ças entre cooperativa e outras socieda-
des, sua forma constitutiva e sua estrutu-
ra organizacional e administração, vamos
agora aprender sobre o atual modelo de
gestão de cooperativas.
Bons estudos!
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Seções de estudo
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`SEÇÃO 2 em potencial e seus produtos
alternativos.
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REFERÊNCIAS
Cavalcanti, Marly. Gestão social, estra- Pezzatto, Alan, T. et al. Sistema de con-
tégias e parcerias. Disponível em: Mi- trole da qualidade. Disponível em: Mi-
nha Biblioteca, Editora Saraiva, 2008. nha Biblioteca, Grupo A.
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