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CURSO:

MBA EM GESTÃO DE
COOPERATIVAS

DISCIPLINA:

Gestão de Estratégia em
Cooperativas

Rua Balbina de Matos, 2121


CEP 79.824-900
Jd. Universitário • Dourados / MS
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS (67) 3411-4291 / 3411-4195 / 3411-4247
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FINANCEIRO
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DEPARTAMENTO DE PROVAS
DOLORES BORTOLANZA
dolores@unigran.br

ROZENO, Alexsander Fuza. Gestão de Estratégia


em Cooperativas. Alexsander Fuza Rozeno. Doura-
dos: UNIGRAN, 2023.

50p.: 23 cm.

1. Cooperativismo.
2. Estratégia Organizacional.
plataformaeadpos.unigran.br/
APRESENTAÇÃO
DO(A) DOCENTE

ALEXSANDER
FUZA ROZENO

A
dministrador registrado no CRA-
-MS. Mestrando em Produção
e Gestão Agroindustrial na UNI-
DERP/ ANHANGUERA, Especia-
lista em MBA Executivo em Administra-
ção com Ênfase em Recursos Humanos e
graduado em Administração de Empre-
sas. Possui Formação Pedagógica para

SEJA
Portadores de Ensino Superior – Pedago-
gia. Experiência na área de Administração,

BEM
atuando como Auxiliar Administrativo na
empresa UNIMES. Atuou como docente

VINDO
no programa SED 2015/ 2016. É coordena-
dor dos cursos de Tecnologia em Gestão da
Qualidade EAD, Tecnólogo em Marketing

PÓS EAD, Tecnologia em Produção Publicitária


EAD e Tecnólogo em Negócios Imobiliários

GRADU EAD pela UNIGRAN. Foi docente na mo-


dalidade semipresencial dos cursos de Ad-

ANDO ministração, Tecnologia em Logística, Tec-


nólogo em Gestão de Recursos Humanos,
Tecnólogo em Agronegócios. Docente nos
cursos de Tecnólogo em Marketing, Tecnó-
logo em Gestão de Cooperativas, Tecnólogo
em Processos Gerenciais, Tecnólogo Gestão
Comercial, Tecnologia em Gestão da Quali-
dade, Tecnólogo em Comércio no Exterior e
Engenharia de Produção.
SUMÁRIO

Conversa Inicial...................................................................................................................... 5

AULA 1
Cooperativismo...................................................................................................................... 7

AULA 2
Estratégia Organizacional........................................................................................... 15

AULA 3
Processos de Qualidade nas Cooperativas ...................................................... 31

AULA 4
O Atual Modelo de Gestão de Cooperativas.................................................... 43

REFERÊNCIAS......................................................................................................................49
MBA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS | UNIGRAN • 2023

CONVERSA
INICIAL

Prezados estudantes: seu funcionamento. Na aula 02, tratare-

O
mos das Estratégias Organizacionais, ire-
objetivo da disciplina é mos ampliar o nosso conhecimento sobre
aprimorar seus conheci- a modelagem de processos, verificaremos
mentos sobre a Gestão a importância da modelagem de proces-
Estratégica em Cooperati- sos, e vamos aprender a identificar e evitar
vas, contribuindo para uma formação ple- problemas com a modelagem de proces-
na, que permita maior acesso ao merca- sos e essa importância nos processos nas
do de trabalho, competência profissional organizações. Na aula 03, será abordada o
adequada às por meio de condições de Processo de Qualidade nas Cooperativas,
mercado. Nosso desejo é poder propiciar compreender a fase final da modelagem
condições de estudo, de reflexão, de leitu- de novos processos e entender para supe-
ra, análise e produção, através de conheci- rar as dificuldades que podem ser encon-
mentos prático-teóricos que darão emba- tradas em cada fase da qualidade da Ges-
samento eficiente aos acadêmicos. tão Estratégica nas Cooperativas e na aula
Neste sentido, sintam-se convidados 04, estudaremos sobre O Atual Modelo
a participar da disciplina de “Gestão Estra- de Gestão de Cooperativas, saber definir
tégia de Cooperativas”, que tem a finalida- quais são os processos de gestão estraté-
de de mostrar como uma ferramenta con- gica de uma cooperativa, principalmente
sidera básica e de muita importância para saber identificar a sua missão, ao seu ne-
a gestão estratégica, deve andar alinhada gócio, aos seus objetivos e metas.
com as organizações. Essa metodologia é Por fim, nosso desejo é que o resulta-
formada em todas as atividades da qual do do cumprimento dessa disciplina ofe-
as organizações se adaptam no ambien- reça diferencial de conhecimento capaz
te empresarial, tanto no processo rentável de permitir a distinção de um profissional
quanto na capacidade de criar, inovar, li- bem formado, com informações básicas
derar e a importância de buscar estraté- que atendam às necessidades do merca-
gias para melhoria organizacional. do.
A disciplina foi organizada em qua- Sucesso é o que desejamos que você
tro Aulas, com temas e subtemas subdi- obtenha com seus estudos. Conte com
vididos em seções (tópicos), para que seu nosso apoio para seu aperfeiçoamento
estudo se torne vantajoso e prazeroso. As- profissional sempre que se fizer necessá-
sim, ao estudar a Aula 01, vamos tratar do rio.
Cooperativismo, compreender de onde se Boas aulas!
originou, como foi implantado no Brasil e

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AULA 1
COOPERATIVISMO

Caros alunos,

P
rezados (as) alunos (as), ao
darmos continuidade à nossa
disciplina, nesta aula, iremos
iniciar falando sobre o que é
cooperativismo. Em seguida, nossa meta
é a de compreender de onde se originou
o cooperativismo, como foi implantado
no Brasil e seu funcionamento.
Boa aula!

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GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS

A realidade do trabalho e seus vín-


Objetivos de aprendizagem culos com os aspectos sociais, políticos,
econômicos e educativos apresentam
Ao término desta aula, vocês serão ca- incertezas e desafios que só podem ser
pazes de: superados mediante a participação efe-
• definir o que é cooperativismo tiva das pessoas na busca de alternativas
• saber de sua origem economicamente viáveis, tecnicamente
• como funciona o cooperativismo exequíveis e socialmente desejáveis.
no Brasil A cooperativa é uma das alternativas
de organização da sociedade de forma
Seções de estudo mais avançada. Decorridos 165 anos desde
a criação da primeira cooperativa, já exis-
Seção 1 - Cooperativismo tem mais de 700 mil em todo o mundo
e representam a possibilidade de superar
dificuldades em torno de necessidades e
objetivos comuns à classe trabalhadora,

`SEÇÃO 1 de diferentes categorias profissionais.

COOPERATIVISMO Origem do Cooperativismo

O estabelecimento da vida em regi-


me coletivo tratou de fortalecer o enten-
dimento de cooperação e solidariedade,
tornando tais sentimentos perseguidos
pela humanidade. Esse processo é tão an-
tigo como o da luta pela vida e teve início
nas sociedades mais primitivas.
Dessa forma, pode-se imaginar que
a origem da cooperação está relacionada
http://sistemasdeproducao.embrapa.br/FontesHTML/Feijao/Fei- à origem da humanidade, quando o ho-
jaoIrrigadoNoroes- teMG/doencas.htm
http://www.viarural.com.ar/viarural.com.ar/agricultura/aa-enferme-
mem iniciou a vida em grupos. Assim, em
dades/cercos- pora-kikuchii.htm todas as épocas da humanidade encon-
tram-se exemplos de trabalho e economia
Apresentação coletiva que se aproximam às atuais coo-
perativas. Através da história dos povos, os
O cooperativismo pode ser entendi- homens, que são seres eminentemente
do como uma filosofia que prega o de- gregários, sentiram a necessidade da co-
senvolvimento econômico e bem-estar operação para melhor poder assegurar a
social pautados pela participação demo- sua sobrevivência, prover a sua prosperi-
crática, solidariedade, independência e dade e conquistar os seus objetivos.
autonomia. Toma por base a reunião de
pessoas e não de capital, com objetivo de
atender às necessidades coletivas de um
grupo de pessoas, promovendo equilíbrio
e justiça entre os participantes.
As grandes tendências mundiais que
permeiam o processo de globalização da
economia exigem alternativas de organi-
zação da sociedade civil.

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do suas poucas economias, montaram


um armazém – a cooperativa de consu-
mo – que viria a crescer espantosamente
no curto período de um ano. Um suces-
so que foi orientado pelos princípios de
igualdade, liberdade, ética e justiça e que
se tornou a alternativa viável ao novo mo-
delo econômico que nascia no século XIX:
o capitalismo.
As ideias cooperativistas foram en-
tão orientadas sob inspiração da corrente
liberal dos chamados socialistas utópicos
Fonte: OCB-RJ-SESCOOP-RJ, 2008.
franceses e ingleses do século XIX, como
também, a partir das experiências asso-
A origem histórica do cooperativis- ciativas que marcaram toda a primeira
mo moderno tem referência nos séculos metade deste século. Desde então se veri-
XVIII e XIX, especialmente na Inglaterra e fica um crescimento significativo das coo-
na França, que viviam o impacto da Revo- perativas em todo o mundo. Atualmente,
lução Industrial. Nessa ocasião, a introdu- existem diversas formas de cooperativas
ção das máquinas no processo produtivo espalhadas pelo mundo e todas são con-
modificou as relações de produção e de sideradas de grande importância, pois
necessidade de trabalho. A economia que permitem que comunidades com neces-
era praticada em atividades praticamen- sidades psicossociológicas e econômicas,
te domésticas, na qual o artesão tinha organizadas e uma atmosfera de entrea-
papel fundamental, perdeu espaço para juda, se estabeleçam como sociedades.
o sistema capitalista de produção. Assim, Para tanto, utilizam-se os princípios a res-
houve grande empobrecimento dos arte- peito da estrutura e do funcionamento
sãos, provocado pelo aumento da utiliza- das cooperativas de consumo, inicialmen-
ção de máquinas e da organização fabril te contidos nos estatutos da Sociedade
no processo produtivo, o que estimulou a dos Probos Pioneiros de Rochdale. Tais
ação de pensadores a discutir e defender princípios e valores passaram a se consti-
a associação de pessoas como solução tuir, posteriormente, nos fundamentos da
para os problemas sociais. Robert Owen doutrina cooperativista em todo o mun-
(1771-1858) – considerado o pai da coope- do, e diziam respeito à forma de governo
rativa moderna – e Charles Fourier (1771- da sociedade cooperativista mediante os
1837) – teórico das grandes comunidades tradicionais princípios do cooperativismo
às quais denominou falanstérios – foram que sofreram uma reformulação a partir
alguns dos primeiros e mais importantes do Congresso Internacional da Aliança
pensadores a teorizar sobre associação Cooperativa Internacional (ACI), em Viena
e cooperação. Influenciados pelo pensa- (1966), onde foram estabelecidos alguns
mento utópico de sua época, 28 tecelões princípios: adesão voluntária, um homem
de Rochdale (hoje um bairro de Manches- um voto, interesse limitado ao capital, re-
ter), Inglaterra, criaram a primeira coope- partir os excedentes segundo a atividade
rativa formalmente constituída de que se cooperativizada, promoção da educação
tem conhecimento no mundo, em 21 de entre os sócios e cooperação entre as coo-
dezembro de 1844: a Sociedade dos Pro- perativas. Já mais recentemente (1995) em
bos Pioneiros de Rochdale. Manchester, Reino Unido, foram propos-
Com o objetivo simples de sobrevi- tas algumas modificações que podem ser
ver, eles entraram para a história. Reunin- resumidas em sete princípios: adesão vo-

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GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS

luntária e aberta; gestão democrática por eletrodomésticos;


parte dos sócios; participação econômica, • Na Itália, as cooperativas operá-
autonomia e independência; educação, rias de diversos setores são reco-
formação e informação; cooperação entre nhecidas como o setor de ação
cooperativas; interesse pela comunidade. mais eficaz, na luta contra o de-
A declaração de Manchester faz referên- semprego;
cia a valores da cooperação como: as co- • No Canadá, um habitante em três
operativas estão baseadas nos valores de é membro de uma cooperativa
autoajuda, responsabilidade, democracia, de crédito, e mais de 75% da pro-
igualdade, equidade e solidariedade. Tais dução de trigo e outros cereais do
valores estão em total harmonia com os país passam pelas mãos de coo-
estabelecidos pelos fundadores do coo- perativas de comercialização;
perativismo que se fundamentam na éti- • Nos mercados de distribuição de
ca, na honestidade, na transparência, na produtos alimentares da Europa,
responsabilidade e na vocação social. A as cooperativas de consumo es-
explicitação dos valores éticos constitui- tão na frente em vários países e:
se em um fato relevante na declaração Finlândia e Suíça ocupam os pri-
de Manchester, uma vez que se mostra meiros lugares;
oportuna a referência a valores tais como • Entre os cinquenta maiores siste-
a transparência, de vital importância nas mas bancários do mundo, cinco
relações entre os sócios e a responsabili- são cooperativos. Destacam-se
dade social, vinculada ao novo princípio França, Alemanha, Holanda, Esta-
cooperativo de interesse pela comunida- dos Unidos e Japão;
de. • Nos países escandinavos, as co-
Espalhada pelo mundo, a coopera- operativas agrícolas têm de lon-
ção é na verdade, um conceito universal ge a maior parte do mercado da
e as cooperativas se apresentam nas mais maioria dos produtos, às vezes
diversas realizações, conforme exemplos mais de 90%;
citados a seguir: • Na França, Polônia e Filipinas fun-
• No Japão, as cooperativas ocu- cionam, com muito sucesso, as
pam um lugar relevante no de- cooperativas escolares.
senvolvimento das regiões rurais;
• Nos Estados Unidos foram as co- O movimento cooperativista interna-
operativas que levaram a energia cional conta com mais de 760 milhões de
elétrica ao mundo rural no decor- pessoas: por isso, é um importante movi-
rer da última geração; mento socioeconômico mundial.
• Na Romênia, as cooperativas de No Brasil, o cooperativismo data da
turismo e viagem são as primei- época da colonização portuguesa, emer-
ras do país, pela importância de gindo no Movimento Cooperativista Bra-
sua rede e pelo número de esta- sileiro surgido no final do século XIX. A
ções de férias; primeira cooperativa que se tem notícia
• Na Índia, cerca de metade da pro- foi a Sociedade Cooperativa Econômica
dução açucareira vem de coope- dos Funcionários Públicos de Ouro Preto
rativas; (MG), criada no ano de 1889. O movimento
• Na região baixa da Espanha, as se expandiu em seguida para Pernambu-
cooperativas de Mondragon fa- co, Rio de Janeiro, São Paulo e em outras
zem parte, em escala nacional, cidades de Minas Gerais. No começo do
dos maiores fabricantes de refri- século XX tiveram início as primeiras co-
geradores e de equipamentos operativas no meio rural e a primeira coo-

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MBA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS | UNIGRAN • 2023

perativa de crédito no Rio Grande do Sul. cujos interesses imediatos podem ser di-
Estas tiveram influência de imigrantes ferentes. Por esse motivo, eles tendem a
europeus que trouxeram as experiências se antagonizar cada vez mais, à medida
de sucesso vividas em seus países. Assim, que, o modelo de desenvolvimento ado-
as cooperativas se expandiram num mo- tado nas organizações tende a beneficiar
delo autônomo, voltado para suprir às ne- uma fração já privilegiada. Nesse sentido,
cessidades dos próprios membros e livres observa-se que as contradições subjacen-
da dependência dos especuladores. tes nas cooperativas nada mais são do
Apesar do seu pioneirismo no meio que reflexos do sistema no qual elas estão
urbano, foi no setor rural, através das co- inseridas.
operativas agropecuárias, onde o movi- Sobre esse aspecto, vale a pena men-
mento cooperativista mais se difundiu, cionar que as desigualdades regionais no
atingindo na década de 1980 aproxima- Brasil estão reproduzidas no cooperativis-
damente 75% do número total de coope- mo que, como consequência, apresenta-
rativas no Brasil, seguida das cooperativas -se de forma bastante distinta em todo
habitacionais vinculadas ao extinto Banco o território nacional. O cooperativismo
Nacional da Habitação (BNH), com cerca reproduz as especificidades geradas pe-
de 15% do total, e das cooperativas de cré- las estruturas de cada região e por seu
dito, registradas no Banco Central, repre- padrão socioeconômico e de desenvolvi-
sentando o restante. mento.
Ainda hoje, os dados mostram uma
Cooperativismo no Brasil forte desigualdade no que se refere à dis-
tribuição regional do cooperativismo no
De uma maneira geral, o cooperati- Brasil, como se pode observar na Tabela
vismo apresenta-se com duas caracterís- abaixo (Tabela 1):
ticas básicas e, de certa maneira, contradi-
tórias. A primeira engloba o desempenho Tabela 1: Número de cooperativas
econômico e relaciona- se aos aspectos por região
organizacionais e empresariais das uni-
dades cooperativas. A segunda diz res- Nº DE
peito à função de legitimação e a formas REGIÃO COOPERATIVAS VARIAÇÃO
específicas, por meio das quais se busca 2011 2010
salvaguardar uma unidade de interesses
Sudeste 2.349 2.285 3%
e representações de seus associados. Tan-
to uma quanto a outra estão relacionadas Nordeste 1.738 1.718 1%
aos elementos que caracterizam os movi- Sul 1.050 1.227 -14%
mentos sociais: a organização e a ideolo- Norte 789 772 2%
gia.
Centro-Oeste 660 650 2%
Essas duas características podem
TOTAL 6.586 6.652 -1%
estar intimamente relacionadas, seja no
sentido de uma transformação da estru- Fonte: SESCOOP, 2012.
tura socioeconômica, seja no sentido da
reprodução e até mesmo da consolidação Atualmente, pelas leis brasileiras as
de contradições existentes, especialmen- cooperativas são divididas em treze tipos:
te nas situações de conflito de interesses. agropecuária, consumo, crédito, educa-
As situações de conflito existentes na cional, especial, habitacional, infraestru-
esfera do cooperativismo emergem do tura, mineral, produção, saúde, trabalho,
fato de que as cooperativas congregam transporte, turismo e lazer. A distribuição
em seu quadro de associados indivíduos recente dos diferentes setores do coo-

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GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS

perativismo no Brasil e a importância do Universitário da Grande Doura-


cooperativismo de trabalho e do coope- dos;
rativismo agrícola podem ser mais bem
visualizadas na Tabela 2, a seguir: Crédito: formado por cooperativas
Tabela 2: Número de cooperativas de crédito rural e mútua (urbano):
por ramo • Rural: podem participar todos os
produtores do setor agropecuá-
Nº DE rio;
RAMOS COOPERATIVAS VARIAÇÃO • Mútuo: podem participar todas as
2011 2010 pessoas ligadas a uma entidade.
Agropecuário 1.523 1.548 -2%
Ex: mútua – Caixa de Assistência
dos profissionais do CREA;
Transporte 1.088 1.015 7%
Crédito 1.047 1.064 -2% Educacional: constituída por coope-
Trabalho 966 1.024 -6% rativas de alunos ou de pais de alunos.
Saúde 846 852 -1% • Alunos: geralmente nos colégios
agrícolas, onde os alunos consti-
Educacional 294 302 -3%
tuem a cooperativa para comer-
Produção 243 235 3%
cializar os produtos hortigranjei-
Habitacional 226 242 -7% ros produzidos;
Infraestrutura 128 141 -9% • Pais: quando os próprios pais pas-
Consumo 120 123 -2% sam a administrar o colégio, são
donos do estabelecimento de en-
Mineral 69 63 10%
sino.
Turismo e Lazer 27 31 -13%
Especial: constituídas por coopera-
Especial 9 12 -25%
tivas não plenamente autogestionadas,
TOTAL 6.586 6.652 -1% formadas por pessoas de menor idade ou
Fonte: SESCOOP, 2012. relativamente incapazes, necessitando de
um tutor para o seu funcionamento. En-
Os tipos de cooperativismo pratica- tre eles, índios e crianças.
dos no Brasil têm sua definição descrita a Habitacional: formado por coopera-
seguir: tivas de construção, manutenção e admi-
Agropecuário: constituído por coo- nistração de conjuntos habitacionais.
perativas de qualquer atividade agrope- Infraestrutura: constituída por coo-
cuária, que tem por objeto a comercia- perativas que têm como objetivo primor-
lização e industrialização dos produtos dial prestar serviços coletivos, um serviço
agropecuários; de que o quadro social necessita, portan-
Consumo: constituída por coopera- to, prestar serviço aos próprios associados.
tivas de abastecimento, podendo ser de Ex: eletrificação, telefonia e limpeza públi-
duas formas: ca.
• Aberta: para todos os que quei- Mineral: formada por cooperativa de
ram participar do empreendi- mineradores que tem a finalidade da ex-
mento. Ex: cooperativa de consu- ploração de minérios.
mo de produtos farmacêuticos. Produção: constituída por coopera-
• Fechada: quando está ligada a tivas nas quais os meios de produção, ex-
um setor ou segmento da socie- plorados pelo quadro social, pertencem
dade. Ex: cooperativa de consu- à cooperativa, e os cooperados formam
mo dos funcionários do Centro seus quadros diretivos, técnicos e funcio-

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MBA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS | UNIGRAN • 2023

nais. Ex: cooperativa de reciclagem de lixo. o maior problema. Inicialmente, a capita-


Saúde: constituída por profissionais lização se dá via admissão de associados,
da área de saúde, visam a prestar serviços pela subscrição de quotas- partes de ca-
a terceiros. Ex: cooperativa de médicos, pital, geralmente proporcional à renda de
odontólogos, psicólogos e usuários de cada cooperado, integralizado no mesmo
serviços médicos e afins, etc. ano ou ao longo de determinado período.
Trabalho: constituída por cooperati- Uma outra forma utilizada pela em-
vas de profissionais que prestam serviços presa cooperativa é a captação de recur-
a terceiros. Ex. Cooperativa dos profissio- sos próprios pela apropriação das sobras
nais da área de informática, de assistência líquidas auferidas no exercício que não
técnica e extensão rural, etc.; foram distribuídas aos associados por de-
Transporte: constituída por coope- cisão da Assembleia Geral (LAUSCHNER,
rativas de profissionais que prestam ser- 1984).
viços a terceiros na área de transporte de Gava (1972), analisando a estrutura
cargas e de passageiros. Ex. Cooperativa patrimonial de cooperativas agropecuá-
dos taxistas, de caminhoneiros, etc. rias, concluiu que a formação de capital
Turismo e Lazer: constituída por co- próprio (autofinanciamento) é o principal
operativas de pessoas físicas interessadas entrave ao desenvolvimento econômico e
em usufruir de serviços na área de turis- social das cooperativas. Dessa forma, a de-
mo e lazer e/ou prestadores de serviços pendência de recursos externos é uma re-
nesta área. levante fonte de financiamento para seu
Voltadas para a agricultura moder- crescimento.
na, as cooperativas agropecuárias lida- Para bancar seu crescimento, as coo-
vam fundamentalmente com as políticas perativas agropecuárias podem financiar
oficiais, com os mercados dos produtos e suas atividades com dois tipos de fontes
com comercialização da produção. Elas se de recursos: capitais próprios e capitais
tornaram lócus privilegiado de acesso às de terceiros. Por essa razão, é necessário
novas tecnologias e ao crédito oficial sub- um equilíbrio entre essas fontes, de modo
sidiado. que a empresa possa desenvolver suas
No Brasil, especialmente nas regiões atividades sem colocar em risco a sua
Sul e Sudeste, o cooperativismo agrícola, autonomia financeira (GIMENES E GIME-
como forma de organização dos produto- NES, 2006).
res rurais, foi um forte indutor do desen- Em 2 de dezembro de 1969 foi criada
volvimento rural e de uma melhor inser- a Organização das Cooperativas Brasilei-
ção do país no mercado internacional, a ras (OCB) e no ano seguinte, a entidade
partir da década de 1960. foi registrada em cartório. Nascia formal-
O cooperativismo possui grande mente aquela que é a única representan-
relevância para a economia brasileira, à te e defensora dos interesses do coope-
medida que atua apoiando o desenvol- rativismo nacional. Sociedade civil e sem
vimento econômico e social, principal- fins lucrativos, com neutralidade política
mente das pequenas propriedades rurais. e religiosa.
As cooperativas agropecuárias atuam no A Lei 5.5764/71 disciplinou a criação
fomento e na comercialização dos produ- de cooperativas, porém restringiu a au-
tos agrícolas, inclusive implantando novos tonomia dos associados, interferindo na
cultivos e agregando valor aos produtos, criação, funcionamento e fiscalização do
por meio de complexos agroindustriais. empreendimento cooperativo. A limi-
De acordo com Gimenes e Gimenes tação foi superada pela Constituição de
(2006), especificamente no caso das coo- 1988, que proibiu a interferência do Esta-
perativas agropecuárias, o fator capital é do nas associações, dando início à auto-

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GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS

gestão do cooperativismo.
Em 1995, o cooperativismo brasileiro
ganhou o reconhecimento internacional.
Roberto Rodrigues, ex-presidente da Or-
ganização das Cooperativas Brasileiras, foi
eleito o primeiro não europeu para a presi- AMATO NETO, J. Complexos cooperativos
dência da Aliança Cooperativista Interna- e desenvolvimento local: um estudo de
cional (ACI). Esse fato contribuiu também casos brasileiros. Revista Eletrônica Siste-
para o desenvolvimento das cooperativas mas & Gestão 1 (3) 210-228. 2006.
brasileiras. No ano de 1998 nascia o Ser-
viço Nacional de Aprendizagem do Coo- GIMENES, R.M.T. & GIMENES, F.M.P Coo-
perativismo (Sescoop). A mais nova insti- perativismo Agropecuário- Os desafios do
tuição do Sistema “S” veio somar à OCB financiamento das necessidades líquidas
com o viés da educação cooperativista. É de capital de giro. R. Econ. contemp., Rio
de Janeiro, 10(2): 389-410, mai./ago. 2006.
responsável pelo ensino, formação profis-
sional, organização e promoção social dos LAUSCHNER, R. Agroindústria cooperati-
trabalhadores, associados e funcionários va. In: D. B. Pinho (org.), Tipologia coopera-
das cooperativas brasileiras. tiva - Manual de cooperativismo. São Pau-
O cooperativismo brasileiro entrou lo: CNPq, v. 4, p. 76-84. 1984.
no século 21 enfrentando o desafio da co-
municação. Atuante, estruturado e fun-
damental para a economia do País tem
por objetivo ser cada vez mais conhecido
e compreendido como um sistema inte-
grado e forte.
www.ocb.org.br

Parece que estamos indo bem. En-


tão, para encerrar essa aula, vamos recor- _______________________________________________________
dar: _______________________________________________________
_______________________________________________________
Seção 1 - Cooperativismo _______________________________________________________
Nessa aula vimos que cooperativis-
_______________________________________________________
mo pode ser entendido como uma filo-
_______________________________________________________
sofia que prega o desenvolvimento eco-
nômico e bem estar social pautados pela _______________________________________________________

participação democrática, solidariedade, _______________________________________________________


independência e autonomia. Falamos _______________________________________________________
também sobre a origem do cooperativis- _______________________________________________________
mo no mundo e sua expansão ao passar _______________________________________________________
dos séculos. Partilhamos informações so-
_______________________________________________________
bre o início de sua implantação no Brasil e
_______________________________________________________
seu avanço no século XXI, demonstrando
os tipos de cooperativismo realizado no _______________________________________________________
Brasil e quais se destacam nesse âmbito. _______________________________________________________

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MBA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS | UNIGRAN • 2023

AULA 2
ESTRATÉGIA
ORGANIZACIONAL

Caros alunos,

N
esta aula, vamos ampliar o
nosso conhecimento sobre
a modelagem de processos,
verificaremos a importân-
cia da modelagem de processos, e vamos
aprender a identificar e evitar problemas
com a modelagem de processos.
Bons estudos!

15
GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS

Savén (2002) define a técnica de


Objetivos de aprendizagem modelagem como “um conjunto de for-
malismos para representar as frações de
Ao término desta aula vocês serão ca- conhecimento que devem ser transmiti-
pazes de: das, e ainda, como um método específico
• entender o que é a modelagem para construir o modelo”.
de processos; conhecer a impor- Já de acordo com a ABPMP (2013),
tância da modelagem de proces- a modelagem de processos de negócio
sos; utilizar as notações da mode- pode ser definida como “o conjunto de
lagem de processos; atividades envolvidas na criação de repre-
• entender as abordagens que en- sentações de processos de negócio exis-
volvem a modelagem de proces- tentes ou propostos, podendo prover uma
sos; identificar e evitar problemas perspectiva ponta a ponta ou uma porção
com a modelagem de processos. dos processos primários, de suporte ou de
gerenciamento”.
Basicamente, mapear processos é
Seções de estudo
listar os fluxos de informações, materiais e
trabalho ao longo das atividades executa-
Seção 1 – Conceito e Importância da Mo-
das em um processo produtivo, e registrá-
delagem de Processos
-los de forma que possam ser entendidos
Seção 2 – A Modelagem de Processos na
por outras pessoas interessadas em seu
Visão do BPM CBOK
conhecimento. Explicitando informações
Seção 3 – Notações de Modelagem de
como as entradas, saídas e tarefas que
Processos
estão relacionadas, e todos os passos dos
Seção 4 – Problemas com Modelagem de
processos (COSTA; POLITANO, 2008).
Processos
Ainda segundo Costa e Politano
(2008) “o propósito da modelagem é criar
uma representação do processo de ma-


`SEÇÃO 1 neira completa e precisa sobre seu fun-
cionamento”. Por esse motivo, o nível de
CONCEITO E detalhamento e o tipo específico de mo-
delo têm como base o que é esperado da
IMPORTÂNCIA DA iniciativa de modelagem. Um diagrama
MODELAGEM DE simples pode ser suficiente em alguns
PROCESSOS casos, enquanto um modelo completo e
detalhado pode ser necessário em outros.
A modelagem de processos de ne- A modelagem de processos provê
gócio é o primeiro passo do processo de para as organizações a capacidade de en-
BPM, a qual é responsável pela reenge- tender seus procedimentos internos de
nharia de processos, que, por sua vez, tem negócio de forma gráfica, possibilitando
como objetivo entender e explicitar como assim a comunicação dos procedimentos
funcionam os processos de uma organi- de forma padrão. Esta representação grá-
zação, bem como controlá-los e monito- fica deve ser de fácil entendimento e de
rá-los, auxiliando também na análise de fácil transferência para o conhecimento
alguns aspectos e tomada de decisões explícito para quem estiver visualizando
através da simulação do comportamento o modelo (TESSARI, 2008). Desta forma,
de algumas partes (ENOKI, 2006). é capaz de fornecer também uma visão

16
MBA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS | UNIGRAN • 2023

que permite identificar e desenvolver me- nizacional e informacional) e dinâmicos


lhorias. (comportamental, avaliação e controle)
Enoki (2006) expõe que a modela- de um dado processo de negócio.
gem e o desenho do processo passam a Faz-se o uso de ferramentas gráficas
ser o pilar básico dos processos de uma or- para representar os processos por propor-
ganização, reforçando a importância em cionarem fácil visualização tanto da sequ-
manter a qualidade. Neste sentido, po- ência de atividades, como da forma como
de-se listar algumas características para as atividades se encaixam.
a modelagem que auxiliam a manter a
qualidade, como: expressar-se com voca-
bulário claro, fácil e suficiente; demonstrar
os múltiplos níveis de processo; trabalhar
`SEÇÃO 2
sempre com as mesmas unidades de re-
presentação. A MODELAGEM DE
Neste sentido, Aalst et al. (2000) pro- PROCESSOS NA VISÃO DO
põem diretrizes que podem ser usadas BPM CBOK
para comprovar a qualidade da modela-
gem: A modelagem de processos alia o
1. Aderência – a gramática utilizada foco do BPM em desenvolvimento e exe-
é completa; cução com o monitoramento e execução
2. Relevância – selecionou um ob- da estratégia, através de um equilíbrio
jeto relevante e utilizou uma téc- integrado, que irá conectar melhor a es-
nica de modelagem que contém tratégia à execução em tempo real para
apenas as informações necessá- melhorar a capacidade de resposta. Des-
rias; sa forma, necessita de um conjunto de
3. Clareza – a terminologia, denomi- habilidades e técnicas para permitir com-
nações e visualização são claras e preender, comunicar e gerenciar compo-
legíveis para os usuários; nentes de processos de negócio.
4. Comparabilidade – utiliza uma Segundo a ABPMP (2013) a modela-
linguagem padronizada; gem de processos é uma atividade funda-
5. Estruturação Sistemática – de- mental para o gerenciamento da organi-
monstra adequadamente a inte- zação.
gração entre os modelos de pro-
cessos e modelos de informações 2.1 - Participantes da modelagem
e a realidade.
Desenvolver modelos de processos
Segundo Enoki (2006) todas as fer- envolve vários papéis devido à ampla va-
ramentas de modelagem são capazes de riedade de usos desses modelos, poden-
promover a visualização dos processos e do envolver muitas pessoas em diversos
como eles interagem através da repre- papeis dentro da empresa. Os modelos
sentação de toda a sua complexidade fa- podem ser criados por indivíduos ou por
zendo uso da tecnologia da informação grupos, que descrevem o escopo e a pro-
da melhor forma possível. Ainda assim, fundidade do negócio que estão tratan-
nenhuma ferramenta, isoladamente, é do. Normalmente, haverá um facilitador,
capaz de evidenciar todas as característi- um modelador e vários especialistas en-
cas de um modelo de negócios real, que volvidos para auxiliar neste detalhamento
deve conter os aspectos estáticos (orga- das atividades, podendo ser a liderança

17
GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS

executiva, a gerência intermediária ou os As abordagens de baixo para cima


executores que realmente realizam o tra- são centradas em fluxos de trabalho e
balho sendo modelado (ABPMP, 2013). tarefas, portanto, apresentam melhor
resultado quando se busca modelar o
2.2 - Níveis de processos funcionamento de áreas funcionais. Já a
abordagem de cima para baixo é mais in-
As informações sobre os processos dicada para processos que seus esforços
variam em vários níveis de detalhe, sen- de transformação começam com o de-
do o mais alto deles o processo, que re- senvolvimento de um modelo de estado
presenta uma visão lógica das atividades, futuro e, em seguida, determinam o que
onde o trabalho e o fluxo de trabalho ocor- precisa ser feito para implementar esse
rem. Porém, podem serem atribuídas in- modelo.
formações específicas aos níveis adequa-
dos no modelo de processos, que, por sua 2.4 - Ferramentas de modelagem
vez, fornecerão detalhes adicionais para
o nível imediatamente superior (ABPMP, Existem várias ferramentas de mo-
2013). Por exemplo, no nível de passos da delagem disponíveis que vão desde o uso
tarefa, há detalhes suficientes para conec- de simples quadros brancos, flip-chart ou
tar regras a ações específicas de atores notas autoadesivas, até ferramentas so-
de processo. O número de níveis e seus fisticadas e especializadas de BPM que
nomes poderão variar de acordo com os incluem modelagem e armazenamentos
métodos e convenções de nomenclatu- de dados para modelos de processos.
ras utilizados na organização. Contudo, o A modelagem de processos pode ser
processo deve ser decomposto em um ní- feita de maneira eficaz e eficiente usando
vel suficientemente baixo para entender qualquer tipo de ferramenta, já que o foco
as tarefas que ocorrem e como se encai- é o processo e não a ferramenta. Porém, é
xam para produzir os resultados das áreas importante que se faça a escolha da ferra-
funcionais. menta de modelagem com base no con-
A ABPMP (2013) salienta que os pro- texto mais amplo de aplicação de BPM
cessos podem ser modelados a partir de na organização permitindo evolução dos
várias perspectivas ou pontos de vista, se- modelos de processos em um futuro.
gundo as necessidades da organização,
mas o BPM cria a necessidade de desen-
volver modelos que integrem essas dife-
rentes perspectivas.
`SEÇÃO 3
NOTAÇÕES DE
2.3 - Abordagens de modelagem MODELAGEM DE
PROCESSOS
As abordagens de modelagem de
processos podem ser de cima para baixo 3.1 - Diagrama, mapa ou modelo de
(top-down), do meio para fora (middle- processos
out) ou de baixo para cima (bottom-up),
variando de acordo com o propósito e es- Apesar de rotineiramente serem uti-
copo do esforço, os quais devem ser de- lizados como sinônimos, diagrama, mapa
terminados para que se aplique a melhor e modelo são, na prática, diferentes está-
abordagem. gios de desenvolvimento, cada qual agre-

18
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gando mais informação e utilidade para A Figura abaixo traz uma ilustração
entendimento, análise e desenho de pro- de como se apresenta visualmente cada
cessos. um deles.

Figura – representação visual de um diagrama, mapa e modelo

Fonte: ABPMP (2013).

Um diagrama retrata os principais organizações; Regras de saída; Dados/


elementos de um fluxo de processo, mas informação; Regras de decisão; Probabili-
omite detalhes menores de entendimen- dades; Regras de junção; Enfileiramento;
to dos fluxos de trabalho. Já um mapa Tempo de trabalho/manuseio; Tempo de
fornece uma visão abrangente dos princi- transmissão; Agrupamento; Tempo de es-
pais componentes do processo e apresen- pera; Número de pessoas disponíveis para
ta maior precisão do que um diagrama. desempenhar tarefas (ABPMP, 2013).
E, por fim, um modelo representa com Algumas ferramentas de modela-
maior precisão o funcionamento daquilo gem podem ser utilizadas para capturar
que está sendo modelado, requerendo e catalogar componentes de processo e
assim mais dados acerca do processo e informações associadas para organizar,
dos fatores que afetam seu comporta- analisar e gerenciar o portfólio de proces-
mento (ABPMP, 2013). sos da organização. As ferramentas de
modelagem variam em número e tipos
3.2 - Componentes de processos e de componentes e informações que po-
ferramentas dem capturar, o que afeta os tipos e níveis
de análise de desempenho de processos
Componentes de processo especifi- que modeladores podem realizar.
cam propriedades, comportamento, pro-
pósito e outros elementos do processo. 3.3 - Notações de modelagem de
Alguns dos componentes de processo e processos
informações que modelos de processos
podem capturar são: Entradas/saídas; Pa- Notação é um conjunto padroniza-
drões de chegada/distribuições; Eventos/ do de símbolos e regras que determinam
resultados; Custos (diretos e indiretos) Va- o significado desses símbolos. Existem
lor agregado; Regras de entrada; Papéis/ diversos padrões de notação de modela-

19
GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS

gem e realizar a melhor escolha traz van- tros elementos de processo. Por meio de
tagens como facilidade no entendimento, símbolos gráficos, representa a sequência
consistência na forma e no significado do dos passos de um trabalho de forma a fa-
modelo e padronização dos modelos de cilitar sua análise (BERGMANN; SCHEU-
processos. NEMANN; POLACINSKI, 2012). Se utiliza de
Esta seção apresenta a descrição de símbolos previamente convencionados,
algumas das notações de modelagem permitindo a descrição clara e precisa do
comumente encontradas. fluxo ou sequência de um processo.
A notação para o mapeamento de
3.3.1 - Fluxograma fluxo mais comum foi aprovada como um
padrão ANSI em 1970 para representar
Fluxogramas são usados para des- fluxos de sistemas. A Figura a seguir ilus-
crever o fluxo de materiais, papéis e tra- tra alguns dos símbolos utilizados nos flu-
balho, através de um conjunto simples de xogramas de acordo com o padrão ANSI
símbolos para operações, decisões e ou- (1970).

Fonte: adaptado de Bergmann; Scheunemann; Polacinski (2012).

20
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Como resultado final do fluxograma, de sistemas.


tem-se um mapa contendo os fluxos de Algumas de suas vantagens incluem
informação que permite o perfeito en- ser bem entendido por engenheiros e
tendimento a respeito dos caminhos se- operários; auxilia a criar consenso em
guidos pelos dados e informações, suas uma organização; proporciona o aprendi-
origens e destinos e a qualidade de seu zado rápido sobre o processo; é suportado
conteúdo. por ferramentas de baixo custo. Porém,
Suas principais características são: por outro lado, apresentam algumas des-
poder ser utilizado para diferentes situa- vantagens como as variações dos símbo-
ções; apresentar um conjunto simples de los que os compõem, apesar da influência
símbolos; é um método antigo e pode ser dos padrões ANSI; ser impreciso quando
considerado precursor de notações mo- usado para descrever processos comple-
dernas. xos de negócio; modelos construídos são
Deve ser utilizado quando se de- “planos”, exigindo o uso de símbolos de
seja capturar rapidamente um fluxo de conexão para mostrar onde segmentos
processos para compartilhar quando os de processo continuam.
detalhes não exigem documentação; Ao A Figura a seguir traz exemplos visu-
iniciar um projeto de modelagem sem fi- ais de cronogramas contendo seus sím-
nanciamentos disponíveis para contratar bolos mais usados, apesar da aparência
ferramentas com recursos mais comple- poder variar de uma organização para ou-
tos; para desenvolver diagramas detalha- tra.
dos para uso em codificação tradicional

Figura – Exemplo de fluxogramas e seus fluxos básicos.

Fonte: ABPMP (2013).

3.3.2 - Raias de piscina (Swim lanes) tam uma área funcional, papel ou, em
alguns casos, organização externa. Tem
As raias de piscina são auxílios para o nome de raias de piscina já que, essas
a construção de outras notações, ou seja, linhas lembram as faixas de marcação em
são os caminhos iniciais. Desta forma, são piscinas de natação.
muitas vezes incorporadas no BPMN, ou Ao organizar o fluxo de atividades e
fluxogramas como meio para definir o tarefas entre essas linhas é mais fácil visu-
executor responsável pela realização de alizar as entregas intermediárias ao longo
uma ou mais atividades. do trabalho, permitindo um melhor ge-
Podem ser realizadas através da uti- renciamento e controle destas entregas.
lização de linhas dispostas horizontal ou A Figura a seguir ilustra como é um mo-
verticalmente (raias), as quais represen- delo de raias de piscina.

21
GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS

Figura – fluxo descrito através de raias.

Fonte: ABPMP (2013).

Suas principais características são re- Process Management Initiative (BPMI), in-
presentar os executores e suas ligações; corporado ao Object Management Group
indicar papéis, organizações, sistemas ou (OMG), grupo que estabelece padrões
qualquer outro executor e as entregas es- para sistemas de informação. A simbolo-
peradas por eles. Deve ser usado quando gia da BMPN permite criar modelos de
deseja-se distinguir claramente em que processos de negócio – Business Process
ponto a responsabilidade pela execução Diagrams (BPD) para finalidades de do-
é transferida e para aumentar o enten- cumentação e comunicação (ABPMP,
dimento entre as partes interessadas no 2013).
processo. Essa notação apresenta um conjun-
Suas vantagens são auxiliar os execu- to robusto de símbolos para modelagem
tores do processo para que sejam capazes de diferentes aspectos de processos de
de distinguir seus papéis em relação aos negócio. Como na maioria das notações,
demais; definir claramente os pontos de os símbolos descrevem relacionamentos
entregas intermediárias em um proces- claramente definidos, tais como fluxo de
so; ser capaz de descrever fluxos de pre- atividades e ordem de precedência. De
cedência operacional, material e mensa- acordo com Tessari (2008), um dos desa-
gens. Porém, uma de suas desvantagens fios da BPMN é criar mecanismos simples
é tornar-se complexo quando há áreas para a construção de modelos de proces-
em que a responsabilidade pelo desem- sos de negócio, mas que tenha a capaci-
penho é compartilhada. dade de lidar com a complexidade exis-
tente nos processos de negócio.
3.3.3 - Business Process Model and Em BPMN, raias dividem um mode-
Notation (BPMN) lo em várias linhas paralelas. Cada uma
dessas raias é definida como um papel
Business Process Model and Nota- desempenhado por um ator na realização
tion é um padrão criado pela Business do trabalho. O trabalho se move de ativi-

22
MBA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS | UNIGRAN • 2023

dade para atividade seguindo o caminho ger quando e como as raias são definidas
do fluxo de papel a papel. A forma como (papel), como as atividades são decom-
os modelos em BPMN são elaborados postas, que dados são coletados na mo-
deve ser guiada por padrões corporativos, delagem, entre outros (COSTA, 2009).
caso a visão de longo prazo seja a constru- A Figura a seguir ilustra um processo
ção de um modelo integrado de negócio desenhado a partir do método BPMN.
da organização. Esses padrões devem re-

Figura – Processo a partir do BPMN.

Fonte: ABPMP (2013).

Suas principais características são cesso de negócio com um motor de pro-


apresentar ícones organizados em con- cesso; gerar aplicações em BPMN a partir
juntos descritivos e analíticos para atender de modelos de processos.
a diferentes necessidades de utilização; Algumas de suas vantagens são a
permitir a indicação de eventos de início, sua versatilidade para modelar as diversas
intermediário e fim; fluxo de atividades e situações de um processo e ser suportado
mensagens, comunicação intranegócio e por ferramentas BPMN. Quanto às suas
colaboração internegócio. desvantagens tem-se a necessidade de
Deve ser utilizado quando deseja-se treinamento e experiência para uso cor-
apresentar um modelo de processos para reto do conjunto completo de símbolos;
públicos-alvo diferentes; simular um pro- difícil visualização do relacionamento en-

23
GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS

tre vários níveis de um processo; possível A seguir são apresentadas duas


necessidade de diferentes ferramentas abordagens usadas em iniciativas de mo-
para apoiar diferentes subconjuntos da delagem ou de melhoria de processos, as
notação. quais são consideradas abordagens es-
pecializadas, cada uma proporciona uma
3.4 - Principais abordagens espe- análise de perspectiva organizacional.
cializadas para modelagem de proces-
sos A Figura a seguir traz cada notação e
sua descrição.

3.4.1 - Cadeia de valor para visualizar a agregação de valor ou


passos necessários para se atingir um ob-
A cadeia de valor deve ser utilizada jetivo. Diversas abordagens para cadeia
para demonstrar um fluxo simples con- de valor empregam seu próprio conjunto
tínuo da esquerda para direita dos pro- de símbolos, mas, em geral, são facilmen-
cessos que diretamente contribuem para te interpretados e frequentemente em-
produzir valor para os clientes, por isso é pregam uma seta ou um traço horizontal
aplicado à modelagem corporativa em ní- para expressar cada passo na cadeia. Gru-
vel de planejamento (COSTA, 2009). pos de passos podem ser sumarizados
De acordo com a ABPMP (2013) as sob um objeto de “processo superior”.
notações de cadeia de valor compreen- A Figura a seguir ilustra um exemplo
dem um conjunto de símbolos usados de fluxo de cadeia de valor.

24
MBA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS | UNIGRAN • 2023

FONTE: adaptado de ABPMP (2013).

Suas principais características variam e diminuir a utilidade com aumento de


conforme ferramenta que está sendo complexidade requerendo uso de nota-
usada. Em geral, deve ser utilizado quan- ções mais detalhadas para decomposição
do deseja-se criar uma decomposição de adicional (ABPMP, 2013).
processos que se relacionam diretamente
com a agregação de valor para o cliente 3.4.2 - SIPOC
e, também, para visualizar níveis de pro-
cessos. Suas vantagens são: ter fácil in- SIPOC é sigla para Supplier, Input,
terpretação e leitura; baixa ambiguidade, Process, Output, and Customer (Fornece-
por representar processos simples; pode dor, Entrada, Processo, Saída e Cliente). É
também ser incrementado com entradas um estilo de documentação de processos
adicionais e identificação de saída, ou ou- utilizado em Lean Six Sigma. Não há pa-
tras sobreposições, tais como financeiras drão ou conjunto de notação preferida e
ou de envolvimento organizacional. Por essa técnica pode ser aplicada por meio
outro lado, possui desvantagens como: do preenchimento de uma tabela com os
apresentar pontos de decisão não claros elementos que compõem a sigla.

25
GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS

A Figura a seguir traz uma ilustração de uma tabela SIPOC.

Fonte: ABPMP (2013).

De acordo com a ABPMP (2013): suas desvantagens são apresen-


• O modelo SIPOC é aplicado com tar baixo potencial para aprofun-
mais frequência em situações dar captura desenho ou análise e
em que é necessário obter um poder ocasionar atraso na adoção
consenso sobre quais aspectos de um método mais poderoso.
de um processo devem ser estu-
dados. Suas principais caracterís-
ticas são ter um arranjo simplifi-
cado em uma tabela e textos ou
`SEÇÃO 4
elementos de notação bem en-
tendidos. PROBLEMAS COM
• Deve ser utilizado para iniciar me- MODELAGEM DE
lhorias de processos; para acele- PROCESSOS
rar a modelagem detalhada em
outra ferramenta; para obtenção O propósito da modelagem de pro-
de consenso inicial sobre o esco- cessos é tornar conhecimentos explícitos.
po do projeto de modelagem de A ABPMP (2013) aborda alguns proble-
processo; e quando for preciso mas comuns que ocorrem em iniciativas
analisar o volume de entradas no de modelagem de processos são:
processo e os produtos que ele • Modelar sem um objetivo claro,
entrega, permitindo identificar resultando em modelos sem co-
gargalos e valor agregado ao pró- nexão com prioridades ou neces-
ximo processo. sidades;
• Suas vantagens são rapidez; • Limitar-se a uma única notação,
simplicidade; necessidade de já que, um modelo de processos
somente um modelo em uma pode servir a objetivos e públicos
planilha ou um documento em diferentes e a aplicação de uma
um processador de texto. Porém, única notação de modelagem

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MBA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS | UNIGRAN • 2023

poderá não servir a todos os pro- gem de processos é uma atividade funda-
pósitos; mental para o gerenciamento da organi-
• Não determinar o objetivo espe- zação. Ela pode envolver muitas pessoas
rado da modelagem. É funda- em diversos papeis dentro da empresa,
mental entender e deixar claro o mas normalmente haverá um facilitador,
que se espera da modelagem; um modelador e vários especialistas en-
• Modelar sem um contexto de volvidos para auxiliar na neste detalha-
comunicação de processos bem mento das atividades.
definidos; As informações sobre os processos
• Não identificar e organizar as par- podem variar em vários níveis de detalhe,
tes antes de modelá-las. podendo ser atribuídas informações es-
• Não ter critério para definir o nível pecíficas aos níveis adequados no mode-
de detalhamento adequado ao lo de processos. As abordagens de mode-
objetivo da modelagem. lagem de processos podem ser de cima
para baixo (top-down), do meio para fora
(middle-out) ou de baixo para cima (bot-
tom-up), variando de acordo com o pro-
pósito e escopo do esforço.
Vimos que é importante que se faça
Parece que estamos indo bem. En- a escolha da ferramenta de modelagem
tão, para encerrar nossa aula, vamos re- com base no contexto mais amplo de
cordar: aplicação de BPM na organização permi-
tindo evolução dos modelos de processos
Seção 1 - Conceito e importância da em um futuro.
modelagem de processos
Inicialmente vimos que mapear pro- Seção 3 - Notações de modelagem
cessos é basicamente listar os fluxos de in- de processos
formações, materiais e trabalho ao longo Foi apresentado que apesar de roti-
das atividades executadas em um proces- neiramente serem utilizados como sinô-
so produtivo, e registrá-los de forma que nimos, diagrama, mapa e modelo são, na
possam ser entendidos por outras pes- prática, diferentes estágios de desenvol-
soas interessadas em seu conhecimento. vimento, cada qual agregando mais in-
Explicitando informações como as entra- formação e utilidade para entendimento,
das, saídas e tarefas que estão relaciona- análise e desenho de processos.
das, e todos os passos dos processos. Algumas ferramentas de modela-
Complementarmente, entendemos gem podem ser utilizadas para capturar
a importância da modelagem de pro- e catalogar componentes de processo e
cessos que é, em especial, prover para as informações associadas para organizar,
organizações a capacidade de entender analisar e gerenciar o portfólio de proces-
seus procedimentos internos de negócio sos da organização.
de forma gráfica, possibilitando assim a Notação é um conjunto padroniza-
comunicação dos procedimentos de for- do de símbolos e regras que determinam
ma padrão. o significado desses símbolos. Existem
diversos padrões de notação de modela-
Seção 2 - A Modelagem de Proces- gem. Alguns deles são:
sos na visão do BPM CBOK • Fluxogramas que podem ser uti-
Segundo a ABPMP (2013), a modela- lizados para diferentes situações

27
GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS

e apresentam um conjunto sim-


ples de símbolos;
• Raias de piscina que devem ser
usadas quando deseja- se distin-
guir claramente em que ponto a
responsabilidade pela execução ABPMP. Guide to the Business Process
é transferida e para aumentar o Management Common Body of Knowle-
entendimento entre as partes in- dge. 3ª ed. 2013.
teressadas no processo;
• Business Process Model and No- ESSARI, Rogério. GESTÃO DE PROCES-
tation que tem a vantagem de SOS DE NEGÓCIO: UM ESTUDO DE CASO
apresentar um modelo de pro- DA BPMN EM UMA EMPRESA DO SETOR
cessos para públicos-alvo diferen- MOVELEIRO. 2008. Dissertação (Mestra-
tes. do) - Curso de Administração, Ucs, Caxias
do Sul, 2008. Disponível em: <https://re-
Vimos que existem abordagens usa- positorio.ucs.br/xmlui/bitstream/ hand-
das em iniciativas de modelagem ou de le/11338/428/Dissertacao Rogerio Tessari.
melhoria de processos, e que cada uma pdf?sequence=1&isAllowed=y>.
proporciona uma análise de perspectiva
COSTA, Eugênio Pacceli; POLITANO,
organizacional. Foram citados dois exem-
Paulo Rogério. MODELAGEM E MAPE-
plos de abordagens especializadas para
AMENTO: TÉCNICAS IMPRESCINDÍVEIS
modelagem de processos que são:
NA GESTÃO DE PROCESSOS DE NEGÓ-
• Cadeia de valor, a que deve ser
CIOS. In: ENEGEP, 18., 2008, Rio de Janeiro,
utilizada para demonstrar um flu-
2008. Disponível em: <http:// www.abe-
xo simples contínuo da esquerda
pro.org.br/biblioteca/eneg ep2008_TN_
para direita dos processos que di-
STO_069_496_11484.pdf>.
retamente contribuem para pro-
duzir valor para os clientes; ENOKI, Cesar. GESTÃO DE PROCESSOS
• SIPOC (Supplier, Input, Process, DE NEGÓCIO: Uma Contribuição para a
Output, and Customer), que pode Avaliação de Soluções de Business Pro-
ser aplicada por meio do preen- cess Management (BPM) sob a ótica da
chimento de uma tabela com os Estratégia de Operações. 2006. 225 f. Dis-
elementos que compõem a sigla; sertação (Mestrado) - Curso de Engenha-
ria, Usp, Sao Paulo, 2006.
Seção 4 - Problemas com modela-
gem de processos BERGMANN, Natanael; SCHEUNEMANN,
Por fim, vimos que existem alguns Rafael; POLACINSKI, Édio. FERRAMENTAS
possíveis problemas na modelagem de DA QUALIDADE: DEFINIÇÃO DE FLUXO-
processos, os quais devem ser observa- GRAMAS PARAACONFECÇÃODEJALE-
dos ao longo da execução da modelagem COSINDUSTRIAIS.In: SEMANA INTERNA-
para que não ocorram. CIONAL DAS ENGENHARIAS DA FAHOR,
2., 2012, Horizontina, 2012. Disponível em:
<http://www.fahor.com.br/publicacoes/
sief/2012_2. FERRAMENTAS DA QUALI-
DADE - DEFINIÇÃO DE FLUXOGRAMAS
PARA A CONFECÇÃO DE JALECOS IN-
DUSTRIAIS.pdf>.

28
MBA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS | UNIGRAN • 2023

FERREIRA, Alexandra Vaz. MODELAGEM _______________________________________________________

DINÂMICA TEMPORAL PARA A AVALIA- _______________________________________________________


ÇÃO DA DISPONIBILIDADE HÍDRICA E _______________________________________________________
SEUS EFEITOS NA SUSTENTABILIDADE _______________________________________________________
DO SISTEMA DA SUB-BACIA DO CÓR- _______________________________________________________
REGO DO BOI BRANCO - SP. 2014. 111 f.
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Dissertação (Mestrado) - Curso de Agro-
_______________________________________________________
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baseado na abordagem de dinâmica de sis- _______________________________________________________
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GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS

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MBA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS | UNIGRAN • 2023

AULA 3
PROCESSOS DE QUALIDADE
NAS COOPERATIVAS

Caros alunos,

N
esta aula abordaremos o
Desenho de Processos. Va-
mos ampliar o conhecimen-
to sobre o assunto e apren-
der alguns passos para a realização do
desenho de processos. Lembre-se, você
é protagonista da sua aprendizagem, en-
tão, mãos à obra!
Bons estudos!

31
GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS

putacionais.
Objetivos de aprendizagem Já para a ABPMP (2013) “o desenho
de processos é a definição formal de ob-
Ao término desta aula, vocês serão ca- jetivos e entregáveis, e a organização das
pazes de: atividades e regras necessárias para pro-
• compreender a fase final da mo- duzir um resultado desejado”. Dessa for-
delagem de novos processos; en- ma, inclui o ordenamento das atividades
tender os passos para a realização em um fluxo com base nos relacionamen-
desta etapa; tos das atividades e a identificação e asso-
• realizar os passos desta etapa a ciação de competências, equipamento e
fim de produzir um novo proces- suporte necessários para executar as ati-
so; entender para superar as difi- vidades.
culdades que podem ser encon- Essa etapa é de fundamental impor-
tradas nesta fase; tância para uma organização já que é res-
• entender a importância da simu- ponsável por tratar a mudança de proces-
lação nos projetos de mudança so que irá impactar no alcance de metas
de processos. e estratégias organizacionais e satisfazer o
cliente.
Seções de estudo De forma geral, a etapa de desenho
do processo inicia com a compreensão
Seção 1 − Introdução dos processos atuais da empresa, para
Seção 2 − Fundamentos de Desenho de um posterior exame de como a opera-
Processos ção pode ser melhorada para atingir um
Seção 3 − Passos para Realização do De- resultado desejado. Para que possa ser
senho de Processos mensurado o resultado das modificações
Seção 4 − Dificuldades de Implementa- propostas é fundamental que o resultado
ção de Melhorias de Processos do desenho possa ser medido, determi-
Seção 5 − Simulação de Processo nando a qualidade e o sucesso da nova
configuração do processo.


`SEÇÃO 1
`SEÇÃO 2
INTRODUÇÃO
FUNDAMENTOS DE
A etapa de desenho de processos é DESENHO DE PROCESSOS
realizada tendo como base os resultados
encontrados na etapa de análise, vistos no Segundo a ABPMP (2013) os proces-
capítulo anterior desta disciplina. sos apresentam natureza interfuncional e,
De acordo com Prates (2017) “a eta- por isso, o desenho de um novo processo
pa de desenho de processos é responsá- deve considerar as atividades indepen-
vel pela criação de especificações para dentemente das áreas funcionais que re-
processos novos ou modificados dentro alizam o trabalho.
de uma organização, mantendo o foco Porém, deve ser observado os níveis
nos objetivos de negócio”. Utiliza, para em que o processo ocorre, para que seja
isso, a identificação e o ordenamento de realizado o detalhamento do mesmo até
funções e atividades na operação junta- os seus subprocessos, dessa forma, os flu-
mente com os mecanismos de suporte, xos de trabalho poderão ficar alinhados às
tecnologias de produção e sistemas com- áreas funcionais que os executa e pode-

32
MBA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS | UNIGRAN • 2023

rão ser levadas em consideração todas as derar os erros e acertos que estão aconte-
possíveis mudanças em todos estes níveis cendo ao longo do processo, já que novo
do processo. o desenho deve resolver problemas exis-
Conforme exposto pela ABPMP tentes ou aproveitar oportunidades.
(2013) o resultado final esperado por to- Além de que, toda organização con-
das as atividades de desenho é o mesmo, tém muitos recursos envolvidos, os quais
um desenho detalhado de uma nova ou devem ser entendidos, quanto suas fun-
aprimorada operação, que seja flexível e ções e atividades, como fornecedores, co-
possa adequar-se rapidamente a fim de laboradores, clientes, entre outros. Para a
acompanhar as necessidades de mudan- ABPMP (2013) “isso é crítico ao se dese-
ças futuras, e que estejam aliadas a ges- nhar uma mudança implementável ou
tão estratégica da empresa. Algumas das um roteiro de mudanças que guiará a
ações que podem ser realizadas ao rede- evolução da organização”.
senhar processos são: minimizar handof- Algumas das atividades que devem
fs, assegurar que cada ação agregue valor ocorrer nesta fase são: mapear o fluxo
ao processo e gerenciar entradas de da- de trabalho do processo atual, entender
dos próximo à fonte. as regras, políticas, sistemas, motivações
É fundamental que, antes de realizar existentes na empresa, e documentar
qualquer alteração nos processos, a equi- aspectos importantes de cultura, com-
pe deve revisar detalhadamente o pro- petências e sistemas de gerência. (CER-
cesso atual, para minimizar os riscos das QUEIRA, 2007).
alterações e assegurar que de fato serão Toda organização é composta por
propostas melhorias. Deve-se também pessoas, os quais são motivados e orien-
desenhar controles de processo e guias tados por uma cultura organizacional, o
para assegurar a execução da melhor prá- que influencia diretamente no desempe-
tica e reduzir ou eliminar erros, exceções e nho do processo e em como o processo é
variações. executado. Ao implementar-se novos pro-
Num primeiro momento, deve-se cessos, deve-se realizar o gerenciamen-
também determinar se as alterações se- to desta cultura, para que as mudanças
rão realizadas de ponta a ponta na organi- de atitudes esperadas ocorram a medi-
zação ou se serão esforços pontuais para da que a implementação das mudanças
solucionar um problema específico para ocorre.
que possa ser determinado o escopo e os
objetivos do projeto. 3.2 - Determinando a natureza da
mudança


`SEÇÃO 3 Para a ABPMP (2013), assim como
não se deve iniciar uma mudança sem
conhecer bem o estado atual da empre-
PASSOS PARA sa, também não se “pode produzir um
REALIZAÇÃO DO DESENHO modelo de estado futuro e esperar imple-
DE PROCESSOS mentá-lo sem construir uma capacidade
para movê-lo do presente para o futuro”.
3.1 - Entendimento do estado atual Dessa forma, assim como o estado
(AS-IS) atual da empresa (AS- IS) deve ser con-
siderado para o planejamento das mu-
O primeiro passo para realizar mu- danças, existem fatores que devem ser
danças em um processo é conhecer bem levados em consideração ao planejar-se
o processo atual. Não se pode desconsi- a execução do novo processo, são eles: as

33
GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS

regras de negócio, requisitos de tempo, garem em suas situações específicas de


a necessidade de balancear a carga de negócio”.
trabalho entre as equipes, as realidades Porém, nenhuma metodologia é ca-
de políticas e padrões corporativos, entre paz de fornecer um procedimento com-
outros. Além de considerar como a nova pleto e exato para ser aplicado individual-
operação se amoldará ao negócio e como mente em cada empresa ou ainda para
será suportada por infraestrutura e tecno- dar suporte adequado para os profissio-
logia. nais ao longo de todas as etapas, servindo
Para que todos estes fatores sejam apenas como referenciais e guias, assim
devidamente analisados antes do plane- como o BPM CBOK citado ao longo des-
jamento, deve-se realizar o escopo do de- ta disciplina. Existem ainda metodologias
senho, no qual deverá conter a natureza que não são possíveis de serem utilizadas
da transformação, que pode se apresen- devido aos seus custos e nível de comple-
tar da seguinte forma: xidade.
• Mudança nos processos de ponta Embora possam ser usadas várias
a ponta, sendo mais estratégica abordagens de desenho de um novo
e demanda um compromisso de processo, há certas atividades-chave que
longo prazo, representando uma devem ser realizadas no desenho de pro-
intervenção invasiva e que rompe cessos. Algumas dessas atividades-chave
com o estado atual, ou mais comuns são listadas pela ABPMP
• Mudança relacionada à solução (2013) como sendo:
de um problema específico onde • Desenho do novo processo nos
o escopo é mais reduzido e com diversos níveis de detalhe apro-
foco maior apenas no fluxo de priados;
trabalho. • Definição de atividades internas
ao novo processo e identificação
3.3 - Gerenciando o desenho de do fluxo de trabalho e dependên-
processos cias;
• Definição de cenários de opera-
Por não existir um padrão para a re- ção de negócio e modularização
alização de desenhos de processos, cada em torno desses cenários;
projeto pode ser abordado e conduzido • Definição das necessidades de
de forma diferente. De forma que, cada dados;
abordagem possuirá pontos fortes e fra- • Definição de regras que contro-
cos. À medida que a organização amadu- lam atividades;
rece em projetos de desenho de proces- • Definição de handoffs de proces-
sos, o método utilizado pode vir tornar-se sos entre áreas funcionais;
padronizado para aquela organização a • Definição de valor para o cliente a
passar a ser utilizado em esforços conti- partir da mudança e vinculação à
nuados. medição do sucesso;
Existem na literatura da área, diver- • Definição de métricas desejadas
sas metodologias que auxiliam as empre- no novo processo;
sas na hora de realizar um projeto de de- • Definição e desenho de reportes
senho de processos. Segundo Martinho de desempenho;
(2011), “uma metodologia deve fornecer • Comparações com análises exis-
um meio de descrever o conhecimento tentes;
e a experiência e ainda oferecer determi- • Criação de requisitos e especifi-
nado nível de estrutura genérica de abor- cações de mudança de sistemas
dagem destinado a profissionais empre- técnicos e de negócio;

34
MBA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS | UNIGRAN • 2023

• Criação de desenho físico; ção de grupos formais de gerenciamento


• Análise e desenho de infraestru- da mudança e padrões para lidar com a
tura de tecnologia da informação; mudança.
• Simulação de modelo, teste e A equipe precisa absorver a ideia
aceitação; de que se está fazendo algo em conjun-
• Desenho e construção de inter- to com eles, ou seja, que eles fazem parte
faces para dados e sistemas lega- da mudança, e não que se esteja fazendo
dos; algo para simplesmente entregar para
• Geração ou construção de aplica- eles. As mudanças podem ser vistas como
tivos de suporte; invasivas quando não as pessoas se sen-
• Teste de atividades de negócio tem parte dela.
com suporte a aplicativos, interfa-
ces com o legado, e regras; e 3.4 - Desenhando o estado futuro
• Criação e execução de um plano do processo
de implementação.
Já com a análise do estado atual AS-
Embora estas atividades-chave apa- -IS tendo sido realizada, bem como ter
reçam em uma sequência lógica, não sido realizado a definição da natureza da
acontecem necessariamente nessa or- mudança e definição de limitações e re-
dem e muitas ocorrerão simultaneamen- quisitos, deve-se agora prever e buscar
te. Além disso, esta é uma lista parcial e construir o estado futuro do processo.
não tem a intenção de ser um método Ao visualizar o estado futuro TO-BE
formal ou conflitante com qualquer outro a equipe deve compreender que será es-
método, passos ou atividades organiza- tabelecido um tipo de modularização da
cionais. Tem o propósito de servir como operação, ou seja, cada atividade funcio-
uma lista de atividades que devem ser na de forma independente, porém com
consideradas no contexto do desenho, ligações a outras atividades por meio de
das metodologias da organização, das entradas e saídas, de forma que o todo
normas organizacionais e das necessida- pode ser visualizado como um único fluxo
des de controle e gerenciamento. de processos integrado. Segundo a
ABPMP (2013) “isso é importante,
3.3.1 - Gerenciando a mudança pois a modularidade permite que a equi-
pe identifique e trate, separadamente,
Como já foi dito anteriormente, toda as partes da operação que fornecerão os
organização é composta por pessoas, as maiores benefícios tanto imediatos quan-
quais adaptam-se e motivam-se com a to em longo prazo”.
cultura já estabelecida na organização. Na realização de um desenho de
Desta forma, os projetos devem dar a de- processos, as atividades devem ser exe-
vida atenção ao gerenciamento de mu- cutadas pela ordem de maior impacto na
dança e aceitação desta pelas partes inte- consecução dos objetivos do projeto. A
ressadas, ainda na fase de concepção. equipe pode se concentrar primeiramen-
As pessoas que precisam alterar o te nas melhorias mais significativas. As-
seu modo de executar suas tarefas terão sim, pode-se dizer que a mudança é iso-
resistência caso se sintam desconfortáveis lada em blocos de construção individuais
ou desamparadas ao longo do processo e todos os blocos de construção perma-
de mudança. Conforme a ABPMP (2013) necem ligados para produzir o resultado.
algumas organizações têm respondido a
essa necessidade de conquistar aceitação 3.4.1 - Criação do “TO-BE”
pelos colaboradores por meio da forma-

35
GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS

A criação do estado futuro TO-BE como cada uma das respostas pode ser
deve partir do princípio de que o novo pro- usada para transformar as operações de
cesso que está sendo desenhado deve ser negócio e o valor fornecido para os clien-
desafiado e que o processo atual precisa tes. As perguntas abaixo são alguns des-
ser melhorado. Com esse pensamento, ses questionamentos que poderiam ser
tudo deve ser analisado e revisado como realizados:
oportunidade. • Por que esse passo é necessário?
Nesse estágio define-se o conjunto • Qual é o seu propósito?
de melhorias que serão implementadas • Onde deve ser feito?
para atingir os objetivos da organização. • Quando deve ser feito?
Para a ABPMP (2013) “mudanças em ní- • Quem está mais bem qualificado
vel de processos devem ser consideradas para executá-lo?
como o primeiro passo na concepção da • Quais são seus principais proble-
mudança”. Entretanto, toda mudança mas?
será agora desenhada em nível de fluxo • Como os problemas podem ser
de trabalho da área funcional e por meio eliminados?
de cenários de tarefas em cada fluxo de
trabalho. É importante que todos os níveis 3.4.2 - Melhores práticas de obter
no modelo de processos sejam considera- novos desenhos de processos
dos no novo desenho.
“Existem algumas atividades que de- Apesar de não existirem modelos
vem ser executadas ao longo desta etapa, que apresentem receitas prontas para
são elas: decidir a direção do novo proces- a elaboração de desenhos, mudanças e
so; desenvolver ideias de novas funciona- criação de novos processos, existem me-
lidades para o novo processo, baseadas lhores práticas que foram consolidadas
nos objetivos da organização; mapear as através de casos de sucesso nesta área
ideias das novas funcionalidades espera- que são capazes de fornecer dicas para as
das; e selecionar novas funcionalidades demais organizações.
Dessa forma, como meio de lidar
chaves para o novo processo” (CERQUEI-
com o desafio de desenvolver processos
RA, 2007).
melhores, as empresas cada vez tendem
A partir do momento que se cria
a adotar estas melhores práticas em seu
um desenho, deve ser envolvida a maior
dia a dia. Martinho (2011) define melhores
quantidade possível de executores de
práticas como “um modo bem-sucedido
diferentes funções que interajam com o
de resolver um problema específico que
processo para, assim, aproveitar a expe-
pode necessitar ser ajustado às condições
riência e o conhecimento dos que estão
existentes”.
mais próximos do processo. Isso assegura
O quadro abaixo aborda as dez me-
que o processo reflita verdadeiramente
lhores práticas utilizadas por empresas
o que a organização pode realizar. Ajuda,
para obter novos desenhos de processos.
também, a afastar o medo e promover
aceitação da mudança.
A ABPMP (2013) diz que devem ser Melhores
Definição
práticas
feitas algumas perguntas para cada ati-
Eliminação da Eliminar tarefas desnecessá-
vidade no momento “AS-IS”, para dar su- tarefa rias de um processo.
porte ao desenho, que são: O QUE, ONDE,
Combinar pequenas tarefas
QUANDO, POR QUE, COMO e POR QUEM. Composição da para compor tarefas agrupa-
O requisito básico, entretanto, é visuali- tarefa das e dividir tarefas grandes
zar essas perguntas sob a perspectiva de em menores.

36
MBA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS | UNIGRAN • 2023

Tentar superar restrições fí-


Integração de sicas em um processo atra- 3.5 - Desenho do novo processo
tecnologia vés da aplicação de nova
tecnologia.
Conforme a ABPMP (2013) as orga-
Reduzir gestão intermediá-
ria e dar aos colaboradores nizações funcionam por meio de seus
Delegação
grandes partes da autorida- processos, os quais, por sua vez, funcio-
de. nam conforme direcionado pelas regras
Fazer colaboradores exe- de negócio, ou seja, uma organização ob-
Atribuição de cutarem tarefas únicas em
ordem tantas etapas quanto for tém sucesso em seu negócio na mesma
possível. proporção que possui regras e processos
Reordenação
Realocar tarefas de forma bem definidos.
mais apropriada. Porém, existe algo a mais que deve
Especialista ge-
Considerar fazer recursos ser acrescentado a esta receita de suces-
mais especializados ou mais so, que tem se tornado cada dia mais im-
neralista
generalistas.
portante devido ao aumento constante
Considerar a integração
Integração como um processo do clien- da competição, que é a capacidade de
te ou um fornecedor. ajustar-se à mudança rapidamente. Neste
Considerar se tarefas po- contexto, o desenho de novos processos
Paralelismo dem ser executadas em mostra-se de fundamental importância
paralelo. para garantir a sobrevivência e o sucesso
Envolvimento
Minimizar o número de áre- das organizações.
as, grupos e pessoas envol-
quantitativo
vidas em um processo. A Figura a seguir ilustra o fluxo reali-
zado para criar e consolidar um novo pro-
FONTE: Martinho (2011). cesso.

FONTE: ABPMP (2013).

37
GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS

Mudanças ocorrem constantemen- na, o que as pessoas que desempenham


te em organizações, em especial, quando as atividades realmente fazem e o que é
se fala em processos, os quais são rotinei- preciso para fazê-las.
ramente adaptados visando melhorias.
Existem várias maneiras de abordar o 3.5.2 - Desenho de tarefas
desenho do novo processo que vão des-
de desenhos manuais até sofisticadas Como visto anteriormente, uma das
ferramentas de software de modelagem melhores práticas para o desenho de no-
de processos. O importante é que ambas vos processos é a remoção de atividades
sejam suportadas por uma variedade de que não agregam valor ao processo. Com
atividades de coleta de informação que esse entendimento, muitos problemas
facilitam a assertividade da criação do existentes ao longo do processo podem
modelo de negócio. ser eliminados, de forma que, após o novo
As metodologias, técnicas e ferra- desenho, a empresa não apresentará mais
mentas corretas para definir o processo processos de trabalho desnecessário.
dependem do objetivo a ser alcançado, No entanto, somente o fato de ter
da cultura da organização, da necessida- sido feitas as mudanças necessárias não
de de gerar aplicações e da infraestrutura podem, por si só, tornar o desenho efi-
disponível. ciente. Para a eficiência, regras de negó-
cio precisam ser avaliadas e normalizadas,
3.5.1 - Definição de atividades no devendo ser revisadas e comprovadas
novo processo como necessárias e eficazes.
Conforme se avança no projeto, bus-
Com o novo processo desenhado, cando alcançar o modelo “TO-BE”, novas
deve-se ter um cuidado especial com a versões de desenho, com diferentes ativi-
definição das novas atividades que com- dades e tarefas, surgem e podem ser usa-
põem este processo, para que nenhum das como teste, os quais devem ser cuida-
dano na sequência do fluxo deste seja dosamente revisados e as propostas mais
causado. Para isso, deve-se utilizar para eficazes adicionadas ao modelo “TO- BE”.
prover suporte nesta etapa, a projeção Nesse ponto, as mudanças devem pro-
realizada anteriormente nos modelos de porcionar uma operação mais fluída do
processo “TO-BE” e seus níveis de detalhe negócio, sempre comparando o modelo
relacionados por meio de função, ativida- “AS-IS” com a versão “TO-BE” para com-
de e tarefas. parar resultados, o que tornará os bene-
Ao verificarmos a teoria exposta pela fícios tangíveis e permitirá observar em
ABPMP (2013) vimos que quando a análise qual atividade as ineficiências permane-
do modelo “AS-IS” é realizada de forma de- cerem. Esse é o ponto em que o controle
talhada também terá produzido um con- de gerenciamento é aperfeiçoado.
junto de informações quanto aos requi- Quando o novo desenho estiver nos
sitos funcionais do negócio, assim como últimos estágios de sua evolução em di-
uma lista de regras de negócio que pre- reção a uma solução operacional imple-
cisam ser consideradas. A equipe de de- mentável de negócio, será necessário de-
senho também terá uma lista de proble- senhar as atividades exatamente como
mas de negócio, restrições de mudança, elas devem ocorrer, através de formulá-
necessidades de desempenho, padrões rios e procedimentos padrão. Conforme
operacionais e demais itens resultantes explica a ABPMP, o desenho dos novos
da análise do “AS-IS”. Como resultado, a processos está finalizado quando:
equipe de desenho terá uma compreen- • O desenho estiver completo;
são de como o negócio realmente funcio- • O trabalho que não agrega valor

38
MBA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS | UNIGRAN • 2023

já tiver sido eliminado; • resistência das pes-


• Os problemas e oportunidades soas;
de melhoria de negócio tratados; • equipes ineficazes
da área de proces-
• As regras terão sido justificadas e sos nas empresas;
normalizadas; • relutância de co-
laboradores em
• Os “espaços em branco” terão cessar ou reduzir
sido eliminados; algumas de suas
Humanas responsabilidades
• Os cenários de negócio terão sido de decisão;
aperfeiçoados; • medo de perder
emprego e autori-
• As mudanças terão sido revisadas dade sobre os em-
quanto a impacto nos níveis do pregados;
• resistência dos
modelo de processos; usuários para mo-
dificações devido a
• O uso de dados, transformações descrença sobre os
resultados do pro-
e fontes terão sido identificados e jeto.
as interfaces com sistemas lega- • tempo necessário
dos terão sido definidas; para implementa-
ção da metodolo-
• O fluxo terá sido simplificado; gia;
• As novas automações e substitui- Tempo e Recursos Fi- • disponibilidade de
nanceiros recursos financei-
ção de trabalho manual terá sido
ros;
definidas e desenhadas; • custos de aplica-
• O desenho terá sido comparado ção associados.
com o original “AS-IS” e avaliado • aspectos técnicos
quanto à melhoria; da mudança;
• A governança do novo desenho • problemas relacio-
de negócio terá sido concebida; e nados a TI;
• dificuldades em
• O gerenciamento de desempe- modelar aspectos
o rg a n i z a c i o n a i s
nho, alertas e outros dentro de uma
metodologia;
• dificuldades em
modelar fatores
humanos dentro


`SEÇÃO 4 Técnica, de Tecnologia •
de uma metodolo-
gia;
falta de habilidade
e Metodologia
DIFICULDADES DE das empresas para
avaliar os efeitos
IMPLEMENTAÇÃO das melhorias de
processos mape-
DE MELHORIAS DE ados antes de sua
implementação;
PROCESSOS • falta de conheci-
mento sobre bene-
fícios potenciais da
Algumas empresas encontram difi- metodologia;
• processos de de-
culdades em implantar novos processos, finidos de forma
inapropriada (mui-
a tabela a seguir resume algumas das di- to ampla ou muito
ficuldades que são encontradas normal- estreita).
mente.

Dificuldade Definição

39
GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS

• falta de apoio e do processo;


comprometimen- • Comparar o desempenho de di-
to da alta gestão;
ferentes desenhos de processos
• falta de gestão de
sob as mesmas circunstâncias.
projetos;
• falta de gestão na
implementação de As simulações podem ocorrer de for-
mudanças;
• falta de habilida- ma manual ou automatizada através de
de de generalizar softwares de simulação. Ambas as formas
questões transver-
sais a diversas situ-
têm a mesma função de ajudar na avalia-
Política e Gestão ações de negócio; ção mais rápida de correções necessárias,
• liderança indecisa; sendo mais adequado do que testar na
• ausência de objeti- prática as mudanças. A maior parte das
vos mensuráveis; empresas, em especial quando se tra-
• problemas de co- ta de grandes alterações em processos,
municação; consideram indispensável a validação das
• desconforto com
novo ambiente de mudanças através de softwares especiali-
trabalho;
• redundância de zados.
trabalho após a Para a ABPMP (2013) “o maior be-
mudança.
nefício da simulação por meio de uma
ferramenta de software é que ela calcula
automaticamente os benefícios da trans-


`SEÇÃO 5 formação do processo nas dimensões de
tempo, custo, capacidade e qualidade”.
Alguns dos softwares utilizados para
SIMULAÇÃO DE validação de melhorias em processos são
PROCESSO o Arena e o Simio, que serão abordados
detalhadamente na disciplina de Simula-
Após a realização do desenho do ção deste curso.
novo processo, existe uma técnica muito
utilizada para validar o resultado espera-
do, que é a simulação. Nela, são inseridos
dados em programas específicos para
que sejam calculados matematicamente
os possíveis resultados dos novos proces- Parece que estamos indo bem. En-
sos, diante de vários cenários e condições tão, para encerrar nossa aula, vamos re-
diferentes. cordar:
Segundo a ABPMP (2013) a simula-
ção pode ser utilizada nos seguintes ca- Seção 1 - Introdução
sos: A etapa de desenho de processos
• Validar um modelo de processo é responsável pela criação de especifi-
demonstrando que conjuntos cações para processos novos ou modifi-
de transações reais, produzem cados, a qual inclui o ordenamento das
as mesmas características de de- atividades em um fluxo com base nos
sempenho do processo atual; relacionamentos das atividades e a iden-
• Prever o desempenho do dese- tificação e associação de competências,
nho do processo sob cenários di- equipamento e suporte necessários para
ferentes; executar as atividades.
• Determinar quais variáveis têm a
maior influência no desempenho Seção 2 - Fundamentos de dese-

40
MBA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS | UNIGRAN • 2023

nho de processos deve partir do princípio de que o novo


processo que está sendo desenhado deve
O desenho de um novo processo ser desafiado e que o processo atual pre-
deve considerar as atividades indepen- cisa ser melhorado. Neste estágio define-
dentemente das áreas funcionais que re- -se o conjunto de melhorias que serão im-
alizam o trabalho. Porém, deve ser obser- plementadas para atingir os objetivos da
vado os níveis em que o processo ocorre. organização.
O resultado final esperado por todas Apesar de não existirem modelos
as atividades de desenho é o mesmo, um que apresentem receitas prontas para
desenho detalhado de uma nova ou apri- a elaboração de desenhos, mudanças e
morada operação, mas, é fundamental criação de novos processos, existem me-
que, antes de realizar qualquer alteração lhores práticas que foram consolidadas
nos processos, a equipe deve revisar deta- através de casos de sucesso nesta área
lhadamente o processo atual que são capazes de fornecer dicas para as
demais organizações.
Seção 3 - Passos para realização do As organizações funcionam por
desenho de processos meio de seus processos, os quais, por sua
O primeiro passo para realizar mu- vez, funcionam conforme direcionado pe-
danças em um processo é conhecer bem las regras de negócio, ou seja, uma orga-
o processo atual, já que toda organização nização obtém sucesso em seu negócio
contém muitos recursos envolvidos, os na mesma proporção que possui regras e
quais devem ser entendidos. processos bem definidos
O estado atual da empresa (AS-IS) As metodologias, técnicas e ferra-
deve ser considerado para o planejamen- mentas corretas para definir o processo
to das mudanças, assim, para que todos dependem do objetivo a ser alcançado,
estes fatores sejam devidamente analisa- da cultura da organização, da necessida-
dos antes do planejamento, deve-se reali- de de gerar aplicações e da infraestrutura
zar o escopo do desenho. disponível.
Por não existir um padrão para a re- Com o novo processo desenhado, de-
alização de desenhos de processos, cada ve-se ter um cuidado especial com a defi-
projeto pode ser abordado e conduzido nição das novas atividades que compõem
de forma diferente. Existem na literatura este processo, para que nenhum dano na
diversas metodologias que auxiliam as sequência do fluxo deste seja causado
empresas na hora de realizar um projeto Quando o novo desenho estiver nos
de desenho de processos, porém, nenhu- últimos estágios de sua evolução em di-
ma metodologia é capaz de fornecer um reção a uma solução operacional imple-
procedimento completo e exato para ser mentável de negócio, será necessário de-
aplicado individualmente em cada em- senhar as atividades exatamente como
presa. elas devem ocorrer, através de formulá-
As pessoas, que precisam alterar o rios e procedimentos padrão.
seu modo de executar suas tarefas terão
resistência caso se sintam desconfortá- Seção 4 - Dificuldades de imple-
veis ou desamparadas ao longo do pro- mentação de melhorias de processos
cesso de mudança. Algumas empresas encontram difi-
Na realização de um desenho de culdades em implantar novos processos.
processos as atividades devem ser exe-
cutadas pela ordem de maior impacto na Seção 5 - Simulação de processo
consecução dos objetivos do projeto. Após a realização do desenho do
A criação do estado futuro TO-BE novo processo, existe uma técnica muito

41
GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS

utilizada para validar o resultado espera- _______________________________________________________


do, que é a simulação, a qual pode ocorrer _______________________________________________________
de forma manual ou automatizada atra- _______________________________________________________
vés de softwares de simulação. _______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
ABPMP. Guide to the Business Process
_______________________________________________________
Management Common Body of Knowle-
dge. 3ª ed. 2013. _______________________________________________________
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CERQUEIRA, Ana Luiza Ávila. INTEGRA-
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ÇÃO DE ONTOLOGIA COM MODELAGEM
DE PROCESSO. 2007. 63 f. Dissertação _______________________________________________________

(Mestrado) - Curso de Informativa, PUC- _______________________________________________________


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<http:// www-di.inf.puc-rio.br/-julio/ana- _______________________________________________________
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MARTINHO, Gabriel Bassetti. MELHORIA _______________________________________________________
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CASOS. 2011. 132 f. Dissertação (Mestrado) -
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Curso de Engenharia, Poli-usp, Sao Paulo,
2011. _______________________________________________________
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PRATES, Wlademir Ribeiro. O que é dese-
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nho de processos?
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ADMIN CURSOS. Disponível em: <http://
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www. adminconcursos.com.br/2014/12/o-
_______________________________________________________
-que-e-desenho-de- processos.html>.
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_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
<https: //www.youtube.com/watch?- _______________________________________________________
v=N- ktqn6VXWY. _______________________________________________________
_______________________________________________________
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MBA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS | UNIGRAN • 2023

AULA 4
O ATUAL MODELO DE GESTÃO
DE COOPERATIVAS

Caros alunos,

E
stamos na reta final da nossa
disciplina. Depois de termos
estudado Associativismo, Co-
operativismo, seus conceitos,
princípios e fundamentos, suas diferen-
ças entre cooperativa e outras socieda-
des, sua forma constitutiva e sua estrutu-
ra organizacional e administração, vamos
agora aprender sobre o atual modelo de
gestão de cooperativas.
Bons estudos!

43
GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS

ministração da entidade. Na busca de um


Objetivos de aprendizagem novo modelo de gestão é necessária uma
reflexão inicial para que a cooperativa se
Ao término desta aula, vocês serão ca- posicione em relação à sua missão, ao seu
pazes de: negócio, aos seus objetivos e metas. E que
• saber definir quais são os proces- faça tal reflexão por meio da análise da ca-
sos de gestão de uma cooperati- deia de valor de seu processo produtivo,
va, principalmente saber identifi- detectando falhas e excelências, e ana-
car a sua missão, ao seu negócio, lisando as ameaças e oportunidades do
aos seus objetivos e metas. ambiente externo no qual se insere.

Seções de estudo

Seção 1 - Fatores de Sucesso


Seção 2 - Considerações Gerais

`SEÇÃO 1
FATORES DE SUCESSO
• Profissionalização
O amadorismo, a improvisação, o
paternalismo e interferências de ordem
política não têm mais espaço na admi-
nistração das cooperativas, que exigem o
direcionamento de esforços para a gestão
da qualidade e para a mudança do pa-
drão cultural que prejudica o desempe-
nho organizacional.
Para tanto, é importante trabalhar
Assim como as demais organiza- com orçamento e racionalização de cus-
ções, as associações e cooperativas pre- tos, aumento da produtividade, transpa-
cisam atualizar-se no que diz respeito às rência administrativa nas decisões e mu-
suas atividades, à tecnologia, à gestão, à dança de postura frente ao mercado, na
estrutura organizacional e aos relaciona- busca de vantagens competitivas para
mentos com pessoas e instituições, ado- garantir a sobrevivência futura da entida-
tando uma postura empreendedora para de, por meio de gestão estratégica.
ajustar-se às constantes mudanças e exi- O treinamento dos recursos huma-
gências econômicas e sociais. nos e o desenvolvimento de programas
Em relação à gestão, nas cooperati- de educação cooperativista junto a asso-
vas mais simples prevalece o princípio da ciados e colaboradores são fundamentais
autogestão, onde os próprios cooperados, ao processo de profissionalização e de
eleitos como dirigentes exercem a admi- mudanças culturais.
nistração. Porém, nas de maior comple-
xidade administrativa e que atuam em • Financiamento das Atividades
mercados e atividades mais dinâmicas, a As políticas financeiras das coopera-
gestão passou a exigir um maior grau de tivas são incipientes, enquanto a depen-
profissionalização e, portanto, de investi- dência de capital de agentes financeiros e
mento e qualificação de seus associados a inexpressiva contribuição financeira dos
e administradores, e a contratação de pro- associados conduzem essas organizações
fissionais no mercado de trabalho para a vincularem seu crescimento ao finan-
que ocupem posições estratégicas na ad- ciamento bancário, ao comprometimen-

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MBA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS | UNIGRAN • 2023

to do capital de giro e ao não desenvol- Também é importante estreitar os


vimento de estratégias de investimentos vínculos entre os associados e a coopera-
autofinanciados pelos associados. A ges- tiva, por meio de compromissos contratu-
tão financeira e de custos normalmente ais do associado para com a entidade, en-
é precária e não possibilita a utilização de fatizando a necessidade de capitalização
dados e informações financeiras atualiza- permanente, visando ao maior compro-
das para a gestão dos negócios. metimento entre as partes.
O grande desafio das empresas co- Essas ações poderão gerar uma atu-
operativas é encontrar respostas para ação mais agressiva em mercados finais,
equacionar a distribuição de lucros e be- de forma globalizada, com uma postura
nefícios ao cooperado e capitalizar a em- ofensiva inerente aos novos modelos de
presa. Para tanto, é necessária a criação e cooperativismo, em detrimento das pos-
a disseminação de mecanismos de pre- turas defensivas características dos mo-
ços que valorizem a escala de produção, delos de estruturas tradicionais.
a qualidade dos produtos e serviços e a Associados mais comprometidos
regularidade de oferta. É necessário, tam- com as atividades e decisões da entidade
bém, conscientizar o cooperado de que é tendem a investir mais no negócio.
fundamental investir para a cooperativa
crescer. • Enfoque no Cliente
As cooperativas necessitam voltar-se
• Tecnologia e Produtividade
para o mercado, pois é nele que se encon-
A modernização e o progresso tecno-
tram as forças e as demandas que irão
lógico das cooperativas, principalmente
influenciar e interferir na sua manuten-
das cooperativas agropecuárias, baseia-se
ção, sobrevivência e desenvolvimento. As
na informação, no conhecimento, na im-
expectativas e exigências do consumidor
portância da qualidade e na diferenciação
em relação aos produtos e serviços são
de produtos no mercado concorrencial.
muitas e tudo indica que serão cada vez
O aumento da produtividade pode
maiores e mais acuradas.
ser obtido de várias formas: por meio de
assistência técnica, missões, capacitação Assim, o marketing, utilizando a pes-
e treinamento, visitas técnicas, realização quisa de mercado, publicidade e outras
de convênios e parcerias com entidades ferramentas, é fundamental para a em-
tecnológicas e de apoio. presa moderna. Cabe à cooperativa cons-
Fornecer assistência aos cooperados cientizar o associado de tal exigência.
para melhor executarem seu trabalho é Convém ressaltar que também nas
um dos objetivos sociais das cooperativas, associações, especialmente aquelas de
e o desafio imediato dessas organizações interesse econômico – onde grupos de
é lutar contra a falta de informação, bus- pessoas ou empresas se unem para, em
cando vantagens competitivas. conjunto, obterem condições de negó-
cios que não atingiriam individualmente
• Organização Empresarial –, os fatores considerados acima são fun-
É preciso analisar constantemente damentais. Isso vale tanto para os empre-
as mudanças do ambiente de negócios endedores, na condução do seu próprio
e as possibilidades existentes para as em- negócio, quanto para a gestão da entida-
presas, visando a adotar novas formas de de, para que cumpra sua finalidade.
organização mais adaptadas às novas exi-
gências e necessidades do novo modelo
de ação cooperativa de mercado – a ação
integrada.

45
GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS


`SEÇÃO 2 em potencial e seus produtos
alternativos.

CONSIDERAÇÕES GERAIS Tal modelo tem como foco funda-


mental cinco forças:
É imprescindível que se tenha, antes • entrada de novos investidores;
de qualquer coisa, uma visão estratégi- • poder de barganha dos clientes;
ca para enfrentar a competitividade em • tendência de substituição de pro-
todas as áreas. Isso não pode ser visto de dutos e serviços;
maneira diferente nas cooperativas, é pre- • poder de barganha dos fornece-
ciso se preocupar com a atualização con- dores;
tínua para que se possam acompanhar as • rivalidade e manobras entre con-
mudanças em um mundo globalizado, correntes.
onde a velocidade das alterações tecnoló-
gicas e de mercado imprimem um cará- As organizações tornam-se mais ou
ter extremamente dinâmico no processo menos atrativas no decorrer do tempo, e
administrativo. a posição competitiva reflete uma batalha
As cooperativas, da mesma forma interminável entre concorrentes. Tanto a
que outras empresas não cooperativistas, atratividade da organização quanto a po-
funcionam dentro de regras de mercado, sição competitiva podem ser modeladas
competindo e buscando seu crescimen- por uma empresa, e é isso o que torna a
to, participação de mercado de maneira escolha da estratégia competitiva desa-
sustentável, ao longo do tempo. fiante e excitante.
Dessa forma, deve-se definir uma De qualquer maneira, é fundamen-
estratégia competitiva, que é a busca de tal atentar para o fato de que o coopera-
uma posição competitiva favorável, lucra- do pode apresentar uma ação de oportu-
tiva e sustentável contra as forças que de- nismo contratual pelo fato de ser agente
terminam a concorrência na organização. principal da mesma relação contratual e,
Para tanto, é preciso analisar as dife- frequentemente, pode objetivar seu pró-
rentes dimensões econômicas envolvidas prio bem-estar em detrimento da eficiên-
na discussão quando se trata de estraté- cia da cooperativa.
gia empresarial no cooperativismo. O cen- As cooperativas deveriam usar as
tro da análise deve considerar o ambiente mesmas estratégias de posicionamento
institucional que cerca o empreendimen- competitivo das empresas, pois atuam
to cooperativo, o que o leva a estabelecer em um mesmo mercado. Atividades de
estratégia muitas vezes alinhada com o proteção da gestão eficiente das coope-
restante do mercado, mas que podem rativas devem atentar para diferenciação
constituir formas de lidar também com dos produtos, agregação de valor, preços,
um particular momento institucional. que são estratégias aplicáveis a qualquer
Porter (1995), citado por Amato Neto mercado. Isso sem perder de vista que
em 2006, relatou o seguinte enunciado o objeto da cooperativa é a elevação do
em seu trabalho: bem-estar do sócio.
Em um sistema de mercado livre
A essência da formulação estra- e competitivo, as novas empresas que
tégica consiste em conseguir
lidar com a concorrência, na entram trazem como alternativa, novas
qual a luta para participar do capacidades, além do desejo de ganhar
mercado não é representada
pela ação de outros concorren- alguma fatia do mercado que pretende
tes, mas está fundamentada em disputar. Isso pode implicar na redução
sua base econômica e nas forças
competitivas formadas por clien-
dos preços ou até mesmo dos custos dos
tes, fornecedores, concorrentes participantes que podem ser inflaciona-

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MBA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS | UNIGRAN • 2023

dos, diminuindo a rentabilidade. Assim, trega na cooperativa agroprocessadora.


com a competição, os concorrentes sen- Ressaltamos ainda que as NGCs são
tem necessidades de melhorar sua po- empreendimentos bem focados em áre-
sição frente aos demais, gerando a riva- as definidas de negócios. Sendo assim,
lidade no mercado. A rivalidade entre os tanto o crescimento quanto a diversifica-
concorrentes existentes assume a forma ção acontecem por meio do surgimento
corriqueira de disputa por posição – com de novas organizações, por meio do esta-
o uso de táticas como concorrência de belecimento de “networks” entre coope-
preços, batalhas de publicidade, introdu- rativas, sendo essas networks uma nova
ção de produtos e aumento dos serviços forma de coordenação entre cooperati-
ou das garantias ao cliente. A rivalidade vas. Dessa forma, têm-se aliadas eficiên-
ocorre porque um ou mais concorrentes cias econômicas e eficácia de coordena-
sentem- se pressionados ou percebem a ção, minimizando custos de transação. As
oportunidade de melhorar sua posição. cooperativas formam então uma organi-
Afirma BIALOSKORSKI NETO (2000): zação capaz de competir em mercados
Harris, Stefanson e Fulton (1996) de- altamente exigentes.
finiram a Nova Geração de Cooperativas O novo modelo de gestão das coo-
como uma forma organizacional que perativas exige que a administração da
mantém os princípios doutrinários do co-
entidade esteja atenta às mudanças do
operativismo, como a cada associado um
mercado, cada vez mais globalizado e
único voto – igualitarismo – e participação
concorrido, mantendo bom posiciona-
nos resultados, de acordo com as ativida-
mento entre seus concorrentes, utilizan-
des de cada um na sua empresa – pro-
do estratégias competitivas de mercado.
rata, mas que edifica uma nova arquitetu-
Dessa forma, será possível manter resulta-
ra organizacional.
dos positivos e a própria sobrevivência no
Na maior parte, essas organizações
mercado.
são formadas por agricultores seleciona-
Como o Conselho Administrativo ou
dos, com um mesmo objetivo, estabele-
cer uma planta de processamento para a a Diretoria tem por objetivo atender às ne-
agregação de valores. Nesse conceito, fica cessidades dos associados, tendo em vis-
claro que a visão e o objetivo são de mer- ta que esse associado é o principal foco da
cado e não do produtor, como é comum direção, pois é altamente comprometido
no processo de formação de cooperativas. com a cooperativa, toda a atenção deve
De acordo com a constituição da ser dada para que o cooperado tenha o
NGC – Nova Geração de Cooperativas máximo retorno às suas necessidades.
existe a obrigatória capitalização de novo Nesse caminho, o modelo de ges-
empreendimento pelo próprio coopera- tão adotado deve estar de acordo com
do, havendo a possibilidade de financia- os propósitos da entidade, em conexão
mento por parte de agentes financeiros com as deliberações das Assembleias Ge-
diretamente aos produtores interessados. rais, comprometido com o profissionalis-
Para os cooperados, os direitos de uso da mo que visa ao desenvolvimento da co-
planta processadora cooperativa são pas- operativa como um todo. Deve levar em
síveis de transferência e alienação, sendo consideração as forças que agem sobre a
assim, há a garantia de que os investi- concorrência da empresa, identificando
mentos efetuados sejam uma reserva de pontos fortes e fracos, ameaças e oportu-
valores para os produtores rurais, isto é, nidades. Dessa forma, se realiza o planeja-
será possível transacionar “em balcão” os mento das estratégias adequadas embu-
direitos – ou parte desses direitos – de en- tidas de um bom plano de ação.

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GESTÃO DE ESTRATÉGIA EM COOPERATIVAS

Revista de Economia e Sociologia Rural,


v. 38, n.4, p.109- 127, 2000. HARRIS, A.; STE-
FANSON, B.; FULTON, M. New
Generation Cooperatives and Cooperative
Theory. Journal of Cooperatives. 1996, v.11,
Parece que estamos indo bem. En- p. 15-29.
tão, para encerrar a aula, vamos recordar:
SABOURIN, E. Associativismo, Cooperati-
Seção 1 - Fatores de Sucesso vismo e Economia Solidária no meio rural.
Nessa seção vimos o quanto é im- Avançados Multidisciplinares, Núcleo de
portante trabalhar com orçamento e Estudos Avançados. v. 6. n. 23,2006. 280 p.
racionalização de custos, aumento da Disponível em: <http://vsites.unb.br/ceam/
produtividade, transparência administra- neagri/ PDF/Caderno%20CEAM/Cader-
tiva nas decisões e mudança de postura no%2023.pdf>
frente ao mercado, na busca de vanta-
gens competitivas para garantir a sobre-
vivência futura da entidade, por meio da
gestão estratégica. O treinamento dos
recursos humanos e o desenvolvimento _______________________________________________________
de programas de educação cooperativis- _______________________________________________________
ta junto a associados e colaboradores são _______________________________________________________
fundamentais ao processo de profissiona-
_______________________________________________________
lização e de mudanças cultuais da entida-
de, observando os avanços tecnológicos _______________________________________________________

de produção, tendo uma boa organização _______________________________________________________


empresarial e o principal focar na necessi- _______________________________________________________
dade do cliente. _______________________________________________________
_______________________________________________________
Seção 2 - Considerações Gerais
Nessa seção observamos que é im- _______________________________________________________

prescindível ter uma todas as áreas, essa _______________________________________________________


visão não pode ser vista de maneira dife- _______________________________________________________
rente nas cooperativas, pois é preciso se _______________________________________________________
preocupar com a atualização contínua
_______________________________________________________
para que se possam acompanhar as mu-
danças nesse mundo globalizado, onde _______________________________________________________

a velocidade das alterações tecnológicas _______________________________________________________


e de mercado imprimem um caráter ex- _______________________________________________________
tremamente dinâmico no processo admi- _______________________________________________________
nistrativo das entidades.
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
BIALOSKORSKI NETO, S. Contractual and
efficiency: the case of the new generation _______________________________________________________
cooperatives. _______________________________________________________

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MBA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS | UNIGRAN • 2023

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Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo
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Saraiva, 2010. ponível em: Minha Biblioteca, (2nd edi-
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do Veroneze. Gestão de Projetos: Pre- Pereira, Giancarlo da Silva R. Gestão es-
ditiva, Ágil e Estratégica. Disponível tratégica: revelando alta performance
em: Minha Biblioteca, (6th edição). Gru- às empresas. Disponível em: Minha Bi-
po GEN, 2022. blioteca, Editora Saraiva, 2005.

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