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Exigência de credenciamento
das licitantes pelos fabricantes
de produtos de tecnologia
da informação, nos certames
para aquisição de bens
e serviços da área
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bilitação, tem sido igualmente reprovada, a exemplo à execução do objeto licitado. O gestor deve sempre
dos Acórdãos nos 1.670/2003, 1.676/2005, 223/2006, se guiar pela busca da proposta mais vantajosa, para
2.056/2008, do Plenário, e 2.294/2007-1ª Câmara, atender a necessidade da contratação, preservado o
por restringir indevidamente a competitividade dos interesse público, conforme o caput do art. 3º da Lei
certames. nº 8.666/1993. É também necessário que se busquem
Em relação às certificações profissionais, muito mecanismos para assegurar a regular execução do objeto
comuns na área de TI (e.g., Microsoft Certified Professio- contratado. Tais medidas devem ocorrer tanto na fase
nal – MCP, Sun Certified Java Programmer – SCJP, Cisco de seleção do fornecedor como na etapa de execução
Certified Network Associate – CCNA), avalia-se direta- do objeto, a partir de uma efetiva gestão contratual. A
mente, mediante exame, com conteúdo específico e exigência em tela insere-se no primeiro grupo, dando-se
pré-definido, a capacidade técnica do indivíduo (e não ainda na fase licitatória.
da empresa), o que as torna intrinsecamente diferentes Inicialmente, cumpre notar que o ente contratado
do credenciamento. é quem deverá executar o objeto. Esse ônus não ficará
Por fim, vale destacar, também, a diferença entre a cargo do fabricante, mas sim do licitante fornecedor,
o credenciamento em comento e a obtenção de certifi- vencedor do certame. Destarte, as exigências editalí-
cação por empresas. A certificação é mecanismo tam- cias e contratuais devem ser concentradas sobre a pes-
bém muito comum no mercado de TI, contudo, além soa jurídica do futuro contratado. Excetua-se apenas o
de possuir vigência temporal previamente definida, é caso em que o próprio fabricante participa diretamente
fornecida por um terceiro, fora da relação comercial de da licitação, na qual acumulará o papel de fornecedor
compra e venda, isto é, uma entidade certificadora (fora e fabricante.
da relação fornecedor-fabricante), acreditada por insti- Características da solução, etapas de entrega e
tuição oficial, como por exemplo, a ISO (International condições de penalidades devem ser bem elaboradas
Organization for Standardization). para se aumentar a chance de atendimento da necessi-
Merece destaque ainda que esta análise es- dade que gerou a contratação. Assim, ao participar de
teja centrada nos casos em que o credenciamento é uma licitação, cada empresa saberá de antemão a capa-
usado como requisito obrigatório e não como crité- cidade técnico-operacional que deverá possuir para ser
rio pontuável, já que o próprio TCU firmou entendi- capaz de executar o objeto licitado.
mento de que, por via de regra, os bens e serviços de Pode ser que para fazer frente à demanda exigida
tecnologia da informação devem ser considerados pelo objeto daquele certame, algumas empresas utili-
comuns para fins de utilização da modalidade Pre- zem contratos com o fabricante, mas outras prescindam
gão, conforme disposto no item 9.2.2 do Acórdão deste vínculo, ou recorram a outros meios. Contudo,
nº 2.471/2008-TCU-Plenário, modalidade que não não deve o contratante imiscuir-se no relacionamento
permite elencar critérios pontuáveis. entre licitante e fabricante, estabelecer regras para esse
vínculo, ou mesmo prever tais regras nos editais, inclu-
3. Da (des)necessidade sive por ausência de previsão legal para tal ingerência.
do credenciamento à Deve apenas certificar-se de estabelecer seus requisitos
execução do objeto de qualidade, prazo e outros a serem atendidos pela
pessoa do contratado.
Da consulta direta à legislação (Constituição Fe- Portanto, as exigências editalícias não devem se
deral, art. 37, inciso XXI in fine; Lei nº 8.666/1993, art. 3º, dar sobre o fabricante, tampouco acerca do relaciona-
§ 1º, inciso I, art. 6º, inciso IX, alíneas “c” e “d”, art. 44, mento deste com o licitante, mas sim sobre o objeto e
§ 1º; Lei nº 10.520/2002, art. 3º, inciso II) e à jurispru- a pessoa jurídica a ser contratada, na forma de requi-
dência do TCU (Acórdãos nos 2.437/2008 – Plenário, sitos técnicos obrigatórios e critérios de habilitação e
item 9.4.2; 3.541/2008 – 2ª Câmara, item 9.2 e Acórdão qualificação.
nº 2.717/2008 – Plenário, item 9.2.3 ), conclui-se que os Quanto aos fins visados pela exigência de cre-
requisitos da contratação de bens e serviços de tecno- denciamento, supõe-se que repousem na segurança de
logia da informação devem limitar-se àqueles indispen- alcançar os resultados esperados da contratação. O pro-
sáveis à execução do objeto pretendido. blema é que o gestor teme contratar empresa que não
Diante dessa premissa, deve-se analisar se o cre- consiga entregar os produtos, instalá-los, configurá-los
denciamento constitui-se em exigência indispensável e/ou prover suporte, de modo que não se alcance os re-
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sultados e não se atenda à necessidade da contratação. como sanções ajustadas a cada uma dessas obri-
Ele receia descobrir que a empresa é inapta somente du- gações, aliado a mecanismos de gestão contratual,
rante a execução do contrato, quando já se despendeu como, por exemplo, reunião de início de contrato
recursos financeiros, esforço e tempo e, para solucionar (prevista no art. 25, inciso I, alínea “b”, da IN SLTI
o problema, será necessário penalizar a empresa, efetuar nº 4/2010), reuniões e entrega de relatórios e outros.
o distrato, realizar nova contratação e gerir novo con-
trato, gerando custos e atrasos para a Administração. Assim, a priori, para cada um dos fins visados
De forma pontual, a intenção de contratar uma pela exigência do credenciamento, é possível que o ges-
empresa credenciada pode se traduzir em maior segu- tor utilize outros mecanismos legais, como os listados
rança ao gestor quanto aos seguintes aspectos, entre ou- anteriormente, para diminuir os riscos de inexecução
tros: (i) o fornecedor não é um “aventureiro” e possui contratual, com vistas a assegurar a regular execução
capacidade técnico-operacional para fornecer o bem ou do objeto contratado, sem restringir indevidamente a
prestar o serviço adequadamente; (ii) ele executará o ob- competitividade do certame, ou ainda ferir a isonomia
jeto no prazo e com a qualidade esperada e pactuada; entre os interessados.
(iii) o fornecedor seguirá os padrões estabelecidos pelo Além dos fatos até aqui discutidos acerca do foco
fabricante na instalação, configuração do equipamento e dos requisitos sobre a pessoa do licitante, do objeto, dos
suporte ao contratante, evitando a perda da garantia por objetivos pretendidos com a exigência e das alternativas
manuseio indevido; (iv) ele possui quadro técnico de pro- de que dispõe o gestor, cabe ressaltar que ser creden-
fissionais suficientemente competentes; (v) o fornecedor ciado junto ao fabricante não significa necessariamente
terá qualificação mínima para prestação do suporte; (vi) que o licitante possuirá capacidade técnica para forne-
o fornecedor tem garantia do fabricante de recebimento cer um equipamento ou prestar um serviço, inclusive
dos produtos para entregá-los ao órgão ou à entidade. superior aos não credenciados, pois, em muitos casos,
Assim, em geral, o gestor visa a assegurar, de an- não há critério técnico objetivo para o credenciamento.
temão, que o licitante possui capacidade técnica e de for- Citam-se como exemplo alguns programas em que são
necimento para executar o objeto, minimizando os riscos utilizados critérios econômicos, como o faturamento do
da contratação, inclusive com a utilização do Pregão. parceiro (e.g., um milhão de reais em vendas ao ano),
Contudo, diante dessas necessidades, a Adminis- geográficos, ou segmento de atuação no mercado (e.g.,
tração dispõe, sem lançar mão do credenciamento, de governo, indústria). Em outros casos, ainda, os critérios
algumas alternativas para assegurar a execução regular sequer são divulgados. Nesses casos, não há compro-
do objeto. Listam-se, como exemplo, as seguintes: vação de benefícios técnicos do credenciamento para a
Administração.
• exigência de capital mínimo ou de patrimônio Somado a isso, tem-se o fato de que a entrada
líquido mínimo, na forma do art. 31, § 2º, da Lei de uma empresa no programa de credenciamento é
nº 8.666/1993; totalmente discricionária ao fabricante, pois ele não se
• exigência (na habilitação) de atestado, com ful- vincula a ter de conceder o credenciamento àquele ente
cro no art. 30, § 1º, da Lei nº 8.666/1993, de que que satisfaz seus critérios, de modo que a exigência do
a licitante já forneceu, anteriormente, os equi- credenciamento pode, ainda, atentar contra a isonomia.
pamentos que oferecerá ou prestou serviços Portanto, mesmo nos casos em que se considera o pro-
relacionados a determinado produto anterior- grama transparente, admitindo que há critérios técni-
mente, estabelecendo-se as condições da entrega cos objetivos pré-definidos para a entrada no programa
da solução provida e a explicitação de que os ser- de credenciamento, que eles são públicos e a empresa
viços foram prestados de acordo com os critérios satisfaz tais critérios, essa pode não receber a chance-
estabelecidos no contrato, inclusive qualitativos; la do fabricante, por motivos quaisquer, sem ter como
• retenção da garantia de execução contratual pre- recorrer desta decisão arbitrária, até mesmo porque ele
vista no art. 56 da Lei nº 8.666/1993, durante todo não é obrigado a credenciar novos parceiros.
o período de vigência da garantia e do suporte Como agravante, pela natureza do credencia-
técnico contratados; mento, não há como se exigir do contratado a sua manu-
• estabelecimento de todo o ritual de entrega da so- tenção durante a execução contratual, pois esse vínculo
lução, incluindo as obrigações de ambas as partes, está fora de seu controle, dependendo totalmente do
com respectivos prazos e níveis de serviço, bem arbítrio do fabricante.
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inexecução contratual, ou para garantir a capa- objetos. Frise-se, por oportuno, que em muitos deles
cidade técnica e de fornecimento das licitantes divulga-se a lista de parceiros nos sítios dos fabrican-
para executar o objeto, nem tampouco se pode tes na Internet para consulta, outros fabricantes sequer
afirmar que empresas não credenciadas sejam isso fazem.
inaptas para a execução contratual; Ademais, não há como se exigir que os fabri-
• conclui-se que nas licitações para contratação cantes sigam determinado modelo de programa, até
de bens e serviços de tecnologia da informação, mesmo porque esses credenciamentos são totalmente
por via de regra, não é requisito técnico indis- discricionários a eles, visto que decorrem da autono-
pensável à execução do objeto a exigência de mia empresarial. Assim, não há como impor que os
que as licitantes sejam credenciadas pelo fabri- programas sejam abertos, transparentes, definam as
cante (Constituição Federal, art. 37, inciso XXI vantagens técnicas percebidas pelos credenciados ou
in fine; Lei nº 8.666/1993, art. 30, inciso II, art. que contenham número mínimo de parceiros.
56, arts. 86 a 88 e Acórdão nº 1.281/2009-TCU- Mesmo considerando o conjunto daqueles for-
Plenário, item 9.3). necedores que divulgam as informações do programa,
observa-se que alguns não possuem grande número
4. Da competitividade do de parceiros, outros sim. Há casos também em que
certame e da isonomia o programa é tão segregado, que se fala em conjunto
entre os interessados de programas. Nesses, há um parceiro específico para
cada combinação de diversos fatores, como: linha de
Primeiramente, ressalte-se que o credenciamen- produto, família de equipamento e segmento de mer-
to aqui abordado não é aquele específico para cada cado, sem mencionar a localização geográfica.
certame (como a carta de solidariedade), também co- Por exemplo, a combinação dos seguintes fato-
nhecido como credenciamento ad-hoc, e sim um cre- res: parceiros do fabricante “XYZ” de impressoras, do
denciamento feito pelo fabricante levando em conta tipo laser, família de produtos “XPTO” e que forneçam
apenas o atendimento pelo fornecedor de critérios para o segmento governo, pode resultar em um número
pré-estabelecidos, sem considerar algum certame es- muito reduzido de parceiros. Nesses casos, consideran-
pecífico em vista. Considera-se que o credenciamento do uma licitação em que se exija o credenciamento e
ad-hoc não deve ser permitido sob nenhuma hipótese, que o objeto seja impressora laser com as característi-
pois resulta em perniciosa prática por parte dos fabri- cas dos equipamentos da família “XPTO”, o número
cantes, que se tornam capazes de escolher, para cada de licitantes que são parceiros do fabricante “XYZ”
certame, seu único representante, podendo frustrar a naquele segmento de mercado é ainda mais reduzido.
competitividade das contratações públicas. No caso de certame em que se exija (e seja necessá-
Em segundo, o requisito de credenciamento das rio) o fornecimento de equipamentos de uma marca
licitantes pelo fabricante (ainda que não ad-hoc), em específica, ou modelo, o problema é ainda mais grave.
geral, restringe o caráter competitivo dos certames, Assim, não é razoável que o gestor exija em uma
previsto, entre outros diplomas, no art. 3º, § 1º, inciso licitação o credenciamento do licitante pelo fabricante,
I, da Lei nº 8.666/1993, porquanto afasta empresas que, quando resta claro que esses credenciamentos se dão,
por um motivo ou outro, não são credenciadas, mas em alguns casos, de forma obscura, e, em todos, ao
que podem ter plenas condições de fornecer os bens e arbítrio do fabricante.
serviços requeridos. Ademais, deve-se pressupor que Consignar de outra forma poderia fazer que os
essas empresas não credenciadas, ao participar de li- fabricantes passassem a indicar seu único “represen-
citações, estudam o mercado e se preparam para cum- tante” para licitações de determinada linha de produ-
prir suas obrigações, assumindo os riscos de eventuais tos, em dada região, a partir do credenciamento prévio
penalidades por descumprimento contratual. de apenas uma empresa no segmento governo, para o
Ao analisar os programas de credenciamento produto objeto daquela licitação. Isso aumentaria defi-
que os fabricantes estabelecem, constata-se que em nitivamente o risco de prejuízo da competitividade nos
alguns deles são publicados, de maneira transparente, certames públicos, a exemplo do que fora apresentado
os critérios de admissão dos parceiros, enquanto ou- pela Secretaria de Direito Econômico do Ministério da
tros não os disponibilizam ou mesmo declaram não Justiça, em Representação envolvendo empresas de TI,
estarem abertos a novos parceiros para determinados e que gerou o Acórdão nº 1.521/2003-TCU-Plenário.
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44, § 1º; Lei nº 10.520/2002, art. 3º, inciso II e Acórdão Em complementação, os arts. 27 a 31 da Lei de
nº 1.281/2009 – TCU – Plenário, item 9.3) e atenta con- Licitações e Contratos apontam os documentos aptos
tra a isonomia entre os interessados (Constituição Fe- a serem exigidos para demonstrar a regularidade em
deral, arts. 5º, caput, 37, inciso XXI e Lei nº 8.666/1993, relação a essas situações. Então, a interpretação sis-
art. 3º, caput). temática dos dispositivos ora em comento impõe a
conclusão de que aqueles são os únicos documentos
5. Dos casos excepcionais passíveis de serem solicitados para a habilitação em
certame licitatório.
Em que pese todo o arrazoado aqui contido, devi- Corrobora esse entendimento a Decisão
do à enorme diversidade tecnológica dos bens e serviços nº 523/1997-TCU-Plenário, que determinou a obri-
de TI e à rápida inovação desse mercado, a depender das gatoriedade de a Administração Pública, para fins de
características específicas do caso concreto, excepcio- habilitação, ater-se ao rol dos documentos dos arts.
nalmente, esta exigência poderá se configurar essencial 27 a 31 da Lei nº 8.666/1993, não sendo lícito exigir
e, portanto, válida. nenhum outro documento que não esteja ali elencado.
Nesses casos, deve restar cristalino o seguinte: Considerando que a comprovação de creden-
ciamento (parceria ou instrumentos congêneres) não
• a demonstração objetiva do vínculo de absolu- integra a redação dos referidos dispositivos, não se
ta indispensabilidade entre a necessidade que vislumbra a possibilidade de sua exigência para fins
motivou a contratação e as vantagens técnicas de habilitação.
oferecidas pelo credenciamento; e Dessa forma, nas licitações para contratação de
• a impossibilidade de se obter essas mesmas van- bens e serviços de tecnologia da informação, a decisão
tagens por outros meios legais. pela exigência, em casos excepcionais, de credencia-
mento das licitantes pelo fabricante deve ser cabalmen-
Assim sendo, tendo em vista que o edital exi- te justificada no processo licitatório, respeitando-se as
gindo o credenciamento representa ato administrativo particularidades do mercado (Lei nº 9.784/1999, art.
que afeta direitos e interesses, faz-se mister que, com 50, inciso I). Nessas situações, e considerando ainda a
fulcro no inciso I do art. 50 da Lei nº 9.784/1999, essa adoção da modalidade pregão, o credenciamento deve
indispensabilidade seja descrita e cabalmente justificada ser incluído como requisito técnico obrigatório, não
nos autos do processo licitatório, respeitando-se tam- como critério para habilitação (Constituição Federal,
bém as particularidades do mercado, com vistas a não art. 37, inciso XXI in fine; Lei nº 8.666/1993, arts. 27 a
restringir indevidamente a competitividade ou atentar 31 e Decisão TCU nº 523/1997).
contra a isonomia.
Todavia, mesmo nesses casos, se o credenciamento 6. Considerações finais
configurar-se essencial, este deverá se dar como requisito
técnico obrigatório, não devendo ser incluído, mesmo que Ante todo o exposto, conclui-se que nas licita-
apenas formalmente, na lista de critérios de habilitação ções para contratação de bens e serviços de tecnologia
dos licitantes, pelos motivos a seguir relatados. da informação, por via de regra, não é requisito técnico
Conforme consta do relatório condutor do Acór- indispensável à execução do objeto à exigência de que
dão nº 1.670/2003-TCU-Plenário, a parte final do inciso as licitantes sejam credenciadas pelo fabricante.
XXI do art. 37 da Constituição da República dispõe que Além disso, tal exigência implica, em regra, res-
o processo de licitação pública “somente permitirá as trição indevida da competitividade do certame e atenta
exigências de qualificação técnica e econômica indis- contra a isonomia entre os interessados.
pensáveis à garantia do cumprimento das obrigações”. Todavia, em casos excepcionais, a necessidade
Em decorrência disso, o art. 27 da Lei nº 8.666/1993 da exigência de credenciamento das licitantes pelo fa-
preceitua que, para fins de habilitação, exigir-se-á dos bricante deve ser cabalmente justificada no processo
interessados, exclusivamente, documentação relativa à licitatório, respeitando-se as particularidades do mer-
habilitação jurídica, à qualificação técnica, à qualificação cado e, nessas situações, especificamente para a mo-
econômico-financeira, à regularidade fiscal e à prova de dalidade pregão, o credenciamento deve ser incluído
cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da como requisito técnico obrigatório, não como critério
Constituição Federal. para habilitação.
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