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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Disciplina: Introdução a Gestão

Tema I: Introdução à Gestão das


Organizações
1º capítulo:
Conceito de Gestão, Gestores e
Organização
Objectivos da aula

 Introduzir o conceito de Gestão;

 Analisar as funções da Gestão;

 Identificar os níveis de Gestão;

 Apresentar as tarefas do gestor;


Objectivos da aula

 Arrolar as aptidões/habilidades do gestor;

 Enumerar os papéis desempenhados pelos

gestores;

 Visualizar a empresa e a organização.


Gestão: conceito,
funções, níveis e
importância
Conceito de Gestão

Processo de coordenação e integração de


recursos, tendente à consecução dos objectivos
estabelecidos, através do desempenho das
actividades de:

planeamento, organização, direcção e controlo.


Processo de trabalho com e através dos
outros, a fim de se atingir eficazmente
objectivos organizacionais traçados,
utilizando-se eficientemente os recursos
escassos, num contexto em constante
mutação.
Processo levado a cabo por uma ou mais
pessoas, de coordenação das actividades de
transformação de inputs em outputs, com o
objectivo de atingir determinados resultados,
não obteníveis por uma pessoa agindo
sozinha.
Processo de coordenação e integração de
actividades, através do planeamento,
organização, direcção e controlo, tendente a
assegurar a consecução dos objectivos
definidos, através de pessoas, de forma eficaz
e eficiente.
Eficácia & Eficiência

Eficácia refere-se ao grau de cumprimento dos


objectivos fixados.

Eficiência refere-se a relação entre os recursos


usados na produção e os resultados gerados,
buscando a redução do custo unitário.
Medidas de desempenho Genéricas

EFICÁCIA (FINS)
Medida de grau de consecução dos objectivos

DESEMPENHO

EFICIÊNCIA (MEIOS)
Medida do nível de utilização dos recursos
Assim:
O desempenho global da Org. pode ser
determinado com recurso a estas duas
medidas genéricas, mas sempre tendo
em conta os objectivos pretendidos.
Funções da Gestão

Os elementos constituinte do processo de


gestão também designados funções da gestão,
articulam-se com vista a assegurar a
consecução da missão da organização.
PLANEAMENTO ORGANIZAÇÃO

MISSÃO DA
ORGANIZAÇÃO

CONTROLO DIRECÇÃO
Planeamento:

Processo de determinar com


antecedência o que deve ser feito
e como fazê-lo.
Organização:

Estabelecer relações formais entre as


pessoas, e entre estas e os recursos,
para atingir os objectivos propostos.
Direcção:

Processo de determinar, afectar ou


influenciar o comportamento dos
outros (motivação, liderança e
comunicação).
Controlo:

Processo de comparação do actual


desempenho da organização com
standards estabelecidos, apontando
as eventuais acções correctivas.
Níveis da Gestão

 Institucional

 Intermédio

 Operacional
Nível institucional:

 Componente estratégica (selecção


dos recursos para o rumo a seguir);
 Formulação de políticas gerais.
Nível intermediário:

 Componente táctica (uso de recursos

CP e elaboração de planos/programas
específicos por área/função);
Nível intermediário:

 Responsabilidade dos directores de


divisão/área/função/departamento
/etc.
Nível operacional:

 Componente técnica (execução de


rotinas e procedimentos);
 Executado pelos supervisores,
chefes de serviço/secção, etc.
Níveis hierárquicos: Santos (2008)

Gestores
Trabalhadores em geral - de Topo
restantes integrantes da
Gestores
empresa que concorrem Intermédios
para a sua sobrevivência.
Gestores de 1ª
linha
Pessoal não administrativo Trabalhadores em
(Pereira, 2004). geral
Importância da Gestão

 Garante que as pessoas enquanto


funcionárias de uma organização executem
as suas funções com o maior zelo possível e
respeito pelos consumidores.
 Assegura que os produtos e serviços criados

pelas organizações satisfaçam as necessidades e


os interesses dos consumidores.

 Permite as pessoas integrar e coordenar o


trabalho de outras na execução das funções de
gestão.
 Há quem defenda que a gestão constitui a

chave para a resolução dos maiores


problemas que ainda afligem a sociedade:
pobreza, fome, doença e a guerra.
 Peter Drucker defende não haver países

desenvolvidos e subdesenvolvidos, apenas


países que sabem gerir a tecnologia existente
e os seus recursos disponíveis e potenciais; e
países que não o sabem fazer.
Por outras palavras, Peter Drucker
defende que existem países bem
geridos (os países desenvolvidos) e
países sub-geridos (os países
subdesenvolvidos)
Gestor:conceito,
papéis e
habilidades
O Gestor
 É o membro da organização que integra e

coordena o trabalho de outros membros e que


desempenha, com maior ou menor grau de
autonomia, um conjunto de actividades de
planeamento, organização, direcção e controlo.
É todo o indivíduo que conduz um
grupo de pessoas na realização de
tarefas capazes de contribuir para o
alcance dos objectivos da organização…
…independentemente do nível
hierárquico em que esteja situado, do
tipo de formação profissional ou do tipo
de organização em que esteja actuando,
empresarial ou não.
Funções do Gestor por níveis

Fonte: Teixeira (2013)


Papéis do Gestor

Henry Mintzberg (1960) desenvolveu um estudo


relativo ao quotidiano dos gestores, na esperança
de concluir que estes processavam a informação
sistemática e cuidadosamente antes de tomar as
decisões.
Contudo, concluiu que:

 maior parte dos gestores decidia por instinto;

 eram constantemente interrompidos, o que

prejudicava a cuidada ponderação, análise e


processamento da informação;
 desenvolviam uma grande variedade de
tarefas, pouco padronizadas e de curta
duração;

 metade das tarefas, quando individualizadas,

não duravam mais de nove minutos;


 os gestores assumiam 10 papéis diferentes,
mas muito inter-relacionados;

 a partir das afinidades entre os papéis,


agrupo-os em três categorias de
comportamentos de gestão.
PAPÉIS PAPÉIS PAPÉIS
INTERPESSOAIS INFORMACIONAIS DECISÓRIOS

 Símbolo/Repr  Monitor  Empreendedor

esentante  Disseminador  Solucionador


de problemas
 Líder  Porta-voz
 Alocador de
 Elemento de
recursos
ligação
 Negociador
Habilidades do Gestor

Robert L. Katz (1955), defende que para ser


eficiente e eficaz, o gestor deve possuir e
desenvolver continuamente várias aptidões,
essencialmente três, nomeadamente:
Habilidades Conceptuais:

 capacidade de pensar e conceptualizar situações

abstractas;

 ver a organização como um todo (um sistema);

 visualizar e antecipar alterações do meio


envolvente.
Habilidades Técnicas:

 dominar conhecimentos especializados técnicos

relativos a área funcional;

 estas perdem relevância a medida que os gestores


vão subindo na hierarquia organizacional, dando
espaço as habilidades conceptuais.
Habilidades humanas:

 competências para se relacionar e trabalhar bem

com as pessoas, individualmente ou em grupo;

 são fundamentais a nível da gestão do topo como


da 1ª linha;

 permitem gerar confiança necessária aos subrd.


Aptidões do Gestor por níveis

Fonte: Teixeira (2013)


Empresa &
Organização
Partindo do pressuposto de que o ser humano é
um animal social, a Empresa, é com certeza, uma
das invenções mais importantes do homem e, ao
mesmo tempo, uma das funções mais
fundamentais da sociedade.
As empresas respondem a necessidade de
interacção do homem com outros seres humanos e
empresas.
 Assim, a empresa pode ser vista como um
organismo ou organização social ou como um
sistema aberto.
Empresa como
Organização Social
Organização:

É uma entidade social formada por duas ou mais


pessoas que trabalham de forma coordenada em
determinado ambiente externo visando um objectivo
colectivo - envolve a divisão de tarefas e atribuição de
responsabilidades.
 São unidades ou agrupamentos
humanos intencionalmente construídas
e reconstruídas, a fim de atingirem
objectivos específicos.
 É o meio mais eficiente de

satisfazer um grande nº de
necessidades humanas.
Constitui um organismo social
vivo e sujeito a mudanças e
nunca uma unidade pronta e
acabada.
Razões que explicam a existência das Organização:

Razões sociais: as pessoas são seres


gregários e organizam-se pela necessidade de
relacionamento com outras pessoas.
Razões materiais: o desenvolvimento de uma
actividade conduz ao aumento da habilidade na
execução de tarefas, redução do tempo necessário
para alcançar um objectivo, acumulação do
conhecimento, armazenamento e passagem para os
vindouros.
Efeito de sinergia: efeito multiplicador
da actividade dos seus membros –
actuando conjuntamente ao invés de
isoladamente.
De realçar que:
As empresas distinguem-se das
demais organizações sociais pelas
seguintes características:
 são geralmente orientadas para o
lucro;
 assumem riscos;
 são geridas segundo uma filosofia de
negócios;
 são avaliadas sob ponto de vista
contabilístico;

 devem ser reconhecidas como negócios


pelas demais organizações;

 constituem propriedade privada.


Tal não significa que as empresas não possam
prosseguir outros objectivos, como a
satisfação das necessidades de outros
stakeholders (empregados e comunidade) em
que se encontra inserida.
Empresa como
Sistema Aberto
Um Sistema pode definir-se como:

Um conjunto de elementos ou


partes – subsistemas;
 Dinamicamente inter-relacionados,
formando uma rede de comunicação e
relações, em função da dependência
recíproca entre eles;
 Desenvolvendo uma actividade ou
função que é a operação, actividade ou
processo do sistema;
 Para atingir um ou mais
objectivos/propósitos que constituem a
própria finalidade para o qual o sistema
foi criado.
 Quando se fala em natureza sistémica,
refere-se ao funcionamento global, total e
integrado no qual o todo é maior (ou
diferente) que a soma das partes.
Os sistemas podem ser abertos ou fechados:

 Sistema aberto: apresenta muitas entradas


e saídas em relação ao ambiente (afecta e é
afectada por factores externos ao sistema).
 Sistema fechado: tem pouquíssimas
entradas e saídas em relação ao
ambiente (não afecta e nem é afectada
por factores externos ao sistema).
As funções da empresa

 função Produção

 função Financeira

 função Mercadológica

 função de Recursos Humanos


Recursos das empresa

Para seu funcionamento, a empresa dispõe


de recursos (escassos), que devem ser
distribuídos e utilizados com eficiência
pelos gestores.
 recursos físicos ou materiais;

 recursos financeiros;

 recursos humanos;

 recursos mercadológicos;

 recursos administrativos.
Objectivos das empresa

São situações futuras que a empresa deseja


alcançar.

São influenciados pelo ambiente, mas também


constituem uma força que causa impacto no
ambiente.
Deve se ter em conta que:
 Mudanças ambientais podem provocar mudanças

de objectivos.

 É a partir da determinação dos objectivos que as


organizações estabelecem sua missão (razão de
existência).
 sem um objectivo claramente definido, a
organização pode se assemelhar a uma bússola
defeituosa na qual o norte não é apontado.

 os autores divergem em relação ao lucro como


sendo ou não o objectivo final de uma empresa.
Papel dos objectivos:
 apresentam uma situação futura;

 constituem uma fonte de legitimidade;

 servem de padrões de avaliação do rendimento e


eficiência da empresa;

 servem de unidade de medida (produtividade).


Referência Bibliográfica

 CHIAVENATO, I. (2007). Administração – Teoria, Processo e Prática. 4ª Edição.

Editora Elsevier: São Paulo.

 PEREIRA, Ana Maris (2004). Introdução à Administração. 3ª Edição. Editora

Pearson: São Paulo.

 SANTOS, António J. R. (2008). Gestão Estratégica – Conceitos, modelos e

instrumentos. Editora Escolar: Portugal.

 TEIXEIRA, Sebastião (2013). Gestão das Organizações. 3ª Edição. Lisboa: Editora

Escolar.

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