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Werneck, da Gerdau, alerta sobre risco de novas demissões na siderurgia — Foto: Divulgação
A queda de braço entre as siderúrgicas instaladas no Brasil e os setores
consumidores de aço, que alcançou proporções pessoais entre o fim de 2023 e o
início deste ano, voltou ao campo setorial, mas não menos feroz. De um lado, as
usinas insistem na elevação da alíquota de importação para 25% e se movimentam
para pedir a investigação da China por “dumping” na exportação de aço ao país. De
outro, indústrias lideradas pela de máquinas e equipamentos acusam as
siderúrgicas de distorcer números para compor um cenário pior do que o real e
pedem que o debate continue sendo “técnico”.
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A avaliação dos dois lados é de que a iniciativa não atendeu ao pleito das
siderúrgicas. “Foi insuficiente”, disseram líderes da Gerdau e da Usiminas, no
momento em que o setor eleva o tom em busca de medidas mais contundentes.
“Recebemos com naturalidade, porque o governo tem acesso aos números das
consultorias e tem como avaliar o que de fato está acontecendo”, diz o presidente da
Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José
Velloso.
De acordo com o FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), que calcula o Índice
Nacional do Custo da Construção (INCC), o preço do vergalhão aumentou 61% desde
o início de 2019 - houve queda de 14% nos últimos dois anos. “O consumidor de aço
está sendo favorecido por essa queda que devolve parte dos aumentos dos preços,
enquanto as siderúrgicas estão sofrendo com preços domésticos em queda, em
função do crescimento da importação”, afirma Ana Maria Castelo, coordenadora dos
projetos de construção do FGV Ibre. Ela lembra que o setor da construção tem
“trauma” pelos aumentos repentinos da pandemia. O valor do vergalhão chegou a
dobrar entre o fim de 2018 e meados de 2022.
“Quando teve problema de falta de aço e a subida gigante [nos preços], essa conta
foi toda paga pelo setor de construção e de máquinas e equipamentos”, diz Estefan.
“Vimos descapitalização das construtoras e balanço positivo das siderúrgicas”. Para
ele, “não parece adequado” pedir medidas protecionistas quando há maior oferta
internacional de aço. Segundo as entidades, aumentos no preço do aço teriam que
ser repassados aos contratantes das obras.
Em nota, o Instituto Aço Brasil afirma que tem participado de reuniões técnicas com
o governo, mostrando a realidade crítica do setor. “Foi demonstrado por que é
necessário que se eleve, em caráter emergencial e temporário, a tarifa de
importação de aço de 18 NCMs, de 273 existentes, para 25%, ante os 10,8%
praticados atualmente. Qualquer patamar inferior é insuficiente para fazer frente ao
ataque do aço estrangeiro, uma vez que grandes mercados, como Estados Unidos,
27 países da União Europeia, Reino Unido e México, já impuseram barreiras de 25%”,
diz.
GERDAU USIMINAS
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