Você está na página 1de 26

DIREITOS HUMANOS E VITIMOLOGIA

1
Sumário

Direitos Humanos e Vitimologia....................................................................... 3

Vitimologia ................................................................................................... 4
Contribuições da vitimologia ............................................................................ 6

Objeto da vitimologia ....................................................................................... 8

O Programa Nacional de Direitos Humanos ................................................ 9


O Programa Nacional de Proteção à Vítima .............................................. 13
O código penal brasileiro e a vitimologia ................................................... 18
Considerações Finais ................................................................................ 20
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 22

1
NOSSA HISTÓRIA

A NOSSA HISTÓRIA, inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a INSTITUIÇÃO, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A INSTITUIÇÃO tem por objetivo formar diplomados nas diferentes


áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para
a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos
culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e
comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de
comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de


forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir
uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma
das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela
inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

2
Direitos Humanos e Vitimologia

Dentre as ciências que orbitam o Direito Penal e, por conseguinte auxiliam sua
prática e desenvolvimento, a Vitimologia dedica-se a estudar os diversos aspectos
envolvendo os crimes e suas causas e consequências em planos diversos. Esse ramo
do conhecimento se apresentou a partir do ano de 1.947 como ciência autônoma, cujo
escopo é a busca pela compreensão do comportamento da vítima, a relação existente
entre esta e o criminoso bem como o impacto do crime em sua vida, tudo isso sob um
prisma biopsicossocial, ou seja, busca compreender a vítima nos planos biológico,
psicológico e social.

A Vitimologia, que nos primórdios


foi considerada parte intrínseca da
Criminologia, foi concebida e encontra-se
em constante aperfeiçoamento para
buscar antes e, sobretudo dar suporte às
vítimas de todos os gêneros e entendêlas.
Além disso, visa proclamar-se como uma
ciência para liberdade e a liberação moral
e material de todos os tipos de vítimas, sejam aquelas que sofrem diretamente as
consequências do crime, sejam aquelas a quem o Estado relegou ao segundo plano
de suas prioridades, tornando-as algozes e vitimizadoras.

No que se refere aos Direitos Humanos e sua defesa, a Vitimologia apresenta-


se como importante instrumento, de emprego voltado tanto para o delinquente, que
em sua grande maioria se apresentam como vítimas da própria sociedade, quanto
para as vítimas propriamente ditas, ou seja, as pessoas que experimentam os
prejuízos advindos das condutas criminosas contra elas praticadas.

3
Vitimologia

Vitimologia pode ser definida como


o estudo científico da extensão, natureza
e causas da vitimização criminal, suas
consequências para as pessoas
envolvidas e as reações àquela pela
sociedade, em particular pela polícia e
pelo sistema de justiça criminal, assim como pelos trabalhadores voluntários e
colaboradores profissionais. A definição abrange tanto a vitimologia penal quanto a
geral ou vitimologia orientada para a assistência.

Lúcia Zedner aponta que o termo “vitimologia” foi utilizado primeiro pelo
psiquiatra americano Frederick Wertham, mas ganhou notoriedade com o trabalho de
Hans von Hentig “The Criminal an his Victim”, de 1948. Hentig propôs uma abordagem
dinâmica, interacionista, desafiando a concepção de vítima como ator passivo.
Salientou que poderia haver algumas características das vítimas que poderiam
precipitar os fatos ou condutas delituosas. Sobretudo, realçou a necessidade de
analisar as relações existentes entre vítima e agressor.

A vitimologia é hoje um campo de estudo orientado para a ação ou formulação


de políticas públicas. R. Elias e outros cientistas políticos sustentam que a vitimologia
não deve ser definida em termos de direito penal, mas de direitos humanos. Assim, a
vitimologia deveria ser o estudo das consequências dos abusos contra os direitos
humanos, cometidos por cidadãos ou agentes do governo.

As violações a direitos humanos são hoje consideradas questão central na


vitimologia. A expressão “vítimas” significa pessoas que, individual ou coletivamente,
sofreram dano, incluindo lesão física ou mental, sofrimento emocional, perda
econômica ou restrição substancial dos seus direitos fundamentais, através de atos
ou omissões que consistem em violação a normas penais, incluindo aquelas que
proscrevem abuso de poder.

As vítimas de atos ilícitos, especialmente de delitos, passaram por fases que,


no dizer de Garcia-Pablos de Molina, correspondem a um protagonismo,

4
neutralização, e redescobrimento. O protagonismo correspondeu ao período da
vingança privada, em que os danos produzidos sobre uma pessoa ou seus bens eram
reparados ou punidos pela própria pessoa.

As chamadas ciências criminais - Ciência do Direito Penal, Criminologia e


Política Criminal, “abandonaram” a vítima, quando sua atenção volta-se para o
infrator. A resposta ao delito assume critérios vingativos e punitivos, quase nunca
reparatórios. A ideia de neutralização da vítima entende que a resposta ao crime deve
ser imparcial, desapaixonada, despersonalizando a rivalidade. O problema daí
decorrente é que a linguagem simbólica do direito e formalismo transformaram vítimas
concretas em abstrações. Observe-se, ainda, que a punição serviria como prevenção
geral. Pouca preocupação havia com a reparação.

O redescobrimento da vítima é um fenômeno do pós 2ª Guerra Mundial. É uma


resposta ética e social ao fenômeno multitudinário da macrovitimização, que atingiu
especialmente judeus, ciganos, homossexuais, e outros grupos vulneráveis. Esse
redescobrimento não persegue nem retorno à vingança privada; nem quebra das
garantias para os delinquentes: a vítima quer justiça.

A vitimologia vem, efetivamente, conferir novo status à vítima, contribuindo para


redefinir suas relações com o delinquente; com o sistema jurídico; com autoridades,
etc. A propósito, o próprio conceito de vítima precisou ser revisto, posto que já não
corresponde apenas ao sujeito passivo (protagonista) do fato criminoso. Exemplo de
modo amplo de compreender vítima é trazido por Sue Moody, ao mencionar como o
principal documento definidor de política pública para vítimas de delitos, na Escócia,
trata a questão: Vítima é qualquer pessoa que tenha sido sujeita a qualquer tipo de
crime, como também sua família ou aqueles que gozam de uma posição equivalente
à de família. Ao lado do conceito mais amplo de vítima, surgiu também o de
vitimização, que examina tanto a propensão para ser vítima quanto os vários
mecanismos de produção de danos diretos e indiretos sobre a vítima.

Israel Charny entende que o processo de vitimização diz respeito a relações


humanas, que podem ser compreendidas como relações de poder. Fattah (1979)
identificava no crime como que uma transação em que agressor e vítima
desempenhavam papéis. Assim, a identificação de vulnerabilidade e de definibilidade
da vítima são essenciais no processo.

5
A vulnerabilidade da vítima decorre de diversos fatores (de ordem física,
psicológica, econômica e outras), o que faz com que o risco de vitimização seja
diferencial, para cada pessoa e delito. Nesse sentido, o exame dos recursos sociais
efetivos da vítima também deve ser levados em conta.

Contribuições da vitimologia

Os estudos de vitimologia têm dado imensa contribuição para a compreensão


do fenômeno da criminalidade, contribuindo para melhor enfrentamento, a partir da
introdução do enfoque sobre as vítimas atingidas e os danos produzidos.

O primeiro aspecto observado por Garcia-Pablos diz respeito à compreensão


da dinâmica criminal, e da interação delinquente-vítima. Em que medida a vítima
interfere para o desencadear da ação, ou sua precipitação. Em que medida suas
ações ou reações condicionam ou direcionam as ações dos agressores. E em que
delitos o papel da vítima é de menor importância. Análise sobre a vítima também se
faz relevante para a prevenção do delito.

A introdução da chamada “prevenção vitimaria”, que se contrapõe à prevenção


criminal, realça a importância de se evitar que delitos aconteçam, a partir da
reorientação às vítimas, e aos próprios órgãos do estado, para que adotem condutas
e perspectivas distintas, que reduzam ou eliminem as situações de risco.

A reflexão parte da constatação de que o crime é um fenômeno seletivo, e que


atinge os mais vulneráveis, no momento de maior vulnerabilidade. Assim, a prevenção
é dirigida aos grupos mais vulneráveis ou mais propensos à vitimização. Além disso,
essa prevenção vitimaria exige adoção de políticas públicas sociais, ensejando
intervenção não penal. Finalmente, co-responsabiliza todos. O que é muito próprio, já
que vivemos em uma sociedade de risco.

Outro aspecto absolutamente relevante é que a vítima é fonte de informações.


Com efeito, as pesquisas de vitimização fornecem imensos subsídios a respeito de
como os delitos ocorrem, em que circunstâncias de tempo e lugar, e por quais fatores
desencadeantes. A partir da vítima, que é conhecida, e acessível de pronto, é possível
identificar relações existentes ou não com a pessoa do agressor, e outros fatores
relevantes.

6
O medo do delito e o medo coletivo de ser a próxima vítima são também objeto
do estudo da vitimologia. O medo, percepção e sentimento individual, mas com forte
conteúdo de objetividade, ajuda a reconhecer a presença do risco, e orientar a
conduta para minimiza-lo ou mitigar seus efeitos. Mas também o medo aprisiona, e
termina sendo, ele mesmo, fator de vitimização. A sensação de insegurança coletiva,
que enseja a adoção de políticas criminais fortemente repressoras, plenas de abusos
de direitos, e destruição de prerrogativas dos cidadãos, encontra aí sua raiz. Também
o modo como a política criminal trata a vítima é tema de relevo.

O modo tradicional tenta, quando o faz, uma ressocialização do delinquente.


Mas raramente se percebe que também a vítima precisa se encontrar, e ser
reintroduzida ao convívio social. Não sendo percebida, torna-se esquecida em todas
as fases das políticas criminais. A chave para sua inclusão está no respeito a seus
direitos, para evitar vitimização secundária. Esta termina acontecendo quando se tem
a lesão e sua não reparação; o crime e sua impunidade; a vitimização e a ausência
de investigação, de processo e de condenação.

Uma tendência que tem sido observada é a introdução de programas de


assistência à vítima, que incluem assistência strictu sensu, reparação pelo infrator,
programas de compensação, e programas especiais de assistência, quando a vítima
for declarante. Talvez as maiores contribuições estejam sendo dadas a partir das
reflexões sobre as relações existentes entre a vítima e sistema legal, e a vítima e a
justiça penal.

O sistema legal costuma realizar perseguição aos delitos noticiados. Estudos


revelam que há subnotificação. Ou seja, os delitos praticados são em número superior
às ocorrências registradas. Por que se subnotifica? Quem melhor pode responder é
a vítima, e o sistema não pode ser indiferente às suas percepções. Ora, a alienação
em relação ao sistema diz tanto quanto a afirmação de notificar. O certo é que a
vivência da vítima, e suas características e atitudes são elementos e fatores
relevantes para o adequado funcionamento do sistema penal.

Figueiredo Dias e Costa Andrade refletem acerca da relação existente entre


crimes conhecidos ou esclarecidos pela Polícia, ou processados, e o papel
desempenhado pela vítima. Identificam que os crimes conhecidos ordinariamente
resultam de uma proatividade da polícia, ou de uma reatividade. Na pro-atividade, a

7
polícia seleciona suspeitos pelos estereótipos. Isso pode implicar em procedimentos
discriminatórios por parte da polícia, desde que há grupos antecipadamente
considerados como mais propensos à prática de delitos, e outros grupos imunes à
suspeita, ou investigação.

Na reatividade, a denúncia da vítima desempenha papel vital. Mas eles


advertem: nem toda vítima faz desencadear investigações. Só as capazes de se
justificarem como tais. Ou seja, não é toda vítima que consegue fazer com que a
polícia inicie uma investigação. E é a polícia que define quem e o que investigar. As
conclusões a que chegaram esses pesquisadores apontam no sentido de que a
polícia não investiga quando a vítima se opõe fortemente, nem quando o investigado
é muito poderoso.

Por outro lado, o ministério público também constrói seu perfil de vítima ideal.
Esta deve ser aquela que pode ser uma boa testemunha. Finalmente, os estudos de
vitimologia ajudam a melhor compreender a interação existente entre a vítima e justiça
penal. O modelo clássico, com efeito, tem a vítima como objeto, ou pretexto, para a
investigação. Mas ordinariamente não leva em conta seus interesses legítimos. Isso
fez com que fossem identificados fatores que pudessem contribuir para mensurar a
qualidade de uma justiça criminal.

Entre esses, são examinados como se concebe o fato delitivo e o papel dos
protagonistas; como ou se se satisfaz a expectativa dos protagonistas; qual o custo
social; qual a atitude dos usuários da justiça.

Objeto da vitimologia

Os estudos dos fenômenos vitimológicos


enfocam: as pessoas ou grupos sociais ofendidos
por ações delituosas de natureza criminal; as
vítimas de ilícitos civis e as vítimas de outros
fenômenos sofrimentos geradores do sofrimento
humano.

Separovic aborda o objeto da vitimologia, ao afirmar que: A vitimologia deve ter


como meta a orientação para a maior proteção dos indivíduos. O seu propósito

8
deveria ser contribuir, tanto quanto possível, para tornar a vida humana segura,
principalmente a salvo de ataque violento por outro ser humano:

1- Explorando meios para descobrir vítimas latentes ou em potencial e


situações perigosas que levam à morte, lesões e danos à propriedade.

2- Provendo direitos humanos para os que sofrem em resultado de ato


ilegal ou de acidente.

3- Incentivando as pessoas e as autoridades nos seus esforços para


reduzir os perigos e estimulando novos programas para prover condições seguras de
vida.

4- Provendo meios para pesquisa na área de segurança humana, incluindo


fatores criminológicos, psicológicos e outros, e desenvolvendo métodos e enfoques
inovadores para tratar de segurança humana.

5- Promovendo um programa efetivo não só para proteger a sociedade de


atos ofensivos, através de condenação, castigo e correção, mas também proteger as
vítimas reais e em potencial de tais atos. 6-Facilitando a denúncia de atos
vitimizadores, o que contribuirá para atingir o objetivo de prevenção de danos futuros.

O Programa Nacional de Direitos Humanos

Antes de adentrar-se na temática específica acerca da forma como as vítimas


recebem a proteção jurídica pelo Estado brasileiro, necessária se faz a análise do
modo pelo qual o ordenamento jurídico pátrio dedica-se à proteção dos Direitos
Humanos como alicerce sobre o qual se erige o Estado Democrático de Direito.

Com a publicação o Decreto nº 7.037 de 21 de Dezembro de 2.009, que aprova


o Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH-3, o Brasil dá importante passo
na atualização de suas políticas públicas voltadas à concretização da proteção estatal
aos Direitos Humanos, assim como dedica Diretriz específica no referido diploma
voltada para o trato para com as vítimas e a proteção de pessoas ameaçadas.

9
Destaca-se o seguinte trecho da apresentação do Programa Nacional de
Direitos Humanos:

Resta evidente que a melhoria em setores como o da Segurança Pública em


muito contribuem para a diminuição do número de pessoas vitimizadas, assim como
reflete na melhor qualidade dos serviços prestados às vítimas minorando o sentimento
de nova violação de sua dignidade, agora realizada por parte do Estado, o que os
estudiosos denominam vitimização secundária.

Embora os debates sobre o implemento dos Direitos Humanos a partir de uma


ótica voltada também para a Segurança Pública e suas implicações estivesse um
tanto quanto acomodado, não é possível buscar-se ampla visão do assunto sem que
se toque em tal ponto. De forma que as vítimas somente podem ver seus direitos
resguardados quando a atuação estatal é ampla, mas sem perder de vista a
profundidade e a peculiaridade dos assuntos que lhes são inerentes.

Da análise da Diretriz nº 15, Objetivo Estratégico II, pertencente ao Eixo IV do


Programa Nacional de Direitos Humanos percebe-se que há a preocupação do Poder
Público no sentido de garantir-se à vítima e à testemunha ameaçadas de morte o
amplo suporte para que as mesmas vejam seus Direitos Humanos respeitados, com
o resguardo de sua dignidade enquanto seres humanos.

10
Tal iniciativa se coloca em consonância com a tendência internacional, acima
mencionada, de dedicar-se maior atenção às vicissitudes vivenciadas pelas vítimas
de delitos e de abuso de poder. Em tal sentido são as letras “a” e “b” da Ação
Programática do referido Objetivo Estratégico II da Diretriz nº 15 do Decreto nº
7.037/2.009 (PNDH-3, 2.010, p.131/132):

a) Propor projeto de lei para aperfeiçoar o marco legal do Programa


Federal de Assistência a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas, ampliando a proteção
de escolta policial para as equipes técnicas do programa, e criar sistema de apoio à
reinserção social dos usuários do programa.

b) Regulamentar procedimentos e competências para a execução do


Programa Federal de Assistência a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas (PROVITA),
em especial para a realização de escolta de seus usuários.

No que concerne à prevenção de abusos de autoridade, fato comum nas


estatísticas de violações de Direitos Humanos, também há preocupação com a sua
ocorrência e a tentativa de minoração do número de casos ocorridos no Brasil.

Conforme o estabelecido nas Ações Programáticas letras “a”, “e” e “i” do


Objetivo Estratégico I da Diretriz nº 14 do Decreto nº 7.037/2.009, há que se salientar
que busca o Estado brasileiro coibir as más condutas ao mesmo tempo em que visa
a modernizar as forças policiais, com a padronização de procedimentos, criação de
Ouvidorias para o exercício de controle externo das atividades policiais, assim como
o aumento do material humano à disposição das polícias.

11
Tais reformas tem por objetivo principalmente a melhoria nas condições de
trabalho do corpo profissional que opera nas forças policiais, bem como preparar
melhor os referidos policiais para que o número de violações dos Direitos Humanos
advindos da má conduta das forças de segurança pública seja reduzido. Aliadas às
Ações Programáticas acima descritas, o PNDH-3 prevê ainda a proteção aos
defensores dos Direitos Humanos no exercício de suas atividades, a erradicação da
tortura e de outros tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes, o enfrentamento
ao tráfico de pessoas, além da redução da violência motivada por diferenças de
gênero, raça ou etnia, idade, orientação sexual e situação de vulnerabilidade.

Ressalte-se que todas as situações descritas no parágrafo acima são


ensejadoras de vitimização e, conforme o mencionado no texto do Decreto ora sob
análise merecedoras de especial atenção do Estado na busca pela efetivação do
resguardo dos Direitos Humanos, de forma a concretizar a proteção já consagrada
em textos normativos internacionais e na Constituição Federal de 1.988.

12
Os instrumentos jurídicos delineados pelo PNDH-3 em muito contribuem para
melhores resultados na área da Vitimologia, assim como de forma bastante clara
servem-se dos resultados obtidos através das pesquisas vitimológicas, fato este que
reafirma a interligação existente entre os estudos acerca dos Direitos Humanos e a
pesquisa sobre o comportamento da vítima e os impactos nela causados pela
ocorrência das situações violadoras de sua dignidade e de seus direitos. Acerca da
proteção dedicada especificamente à vítima de delitos e abuso de poder pelo texto do
Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH-3, destaca-se o Programa de
Proteção à Vítima e à Testemunha – PROVITA.

O Programa Nacional de Proteção à Vítima

Após a afirmação no sentido de que a Vitimologia constitui-se em um campo


multidisciplinar, voltado à análise da vítima no seu aspecto biopsicossocial, é possível
perceber que sua atuação está calcada no estudo, pesquisa e nas alterações da Lei,
com o fito de fornecer assistência e proteção à vítima. A Vitimologia mostra-se como
caminho para a mudança na forma de se desenvolver o processo penal, bem como
na abordagem do problema da criminalidade Estado.

É fato que as conclusões atingidas pelos estudos vitimológicos tem sido


utilizados como base para a criação de programas especiais de proteção e amparo
às vítimas, sendo que o objetivo último de tais ações governamentais é o resguardo
dos Direitos Humanos dos sujeitos vitimizados.

13
Importante ainda ressalvar que a melhor compreensão da vítima, além de
ampliar o foco das atenções no decorrer do processo penal, já engessado e
préconcebido para a perseguição ao criminoso, auxilia na consolidação e na
consagração dos Direitos Humanos que devem ser exercidos também e
principalmente pela pessoa que vê sua dignidade violada pela conduta do autor do
crime.

“Enquanto vítimas de crime frequentemente têm preocupação referente à sua


participação no processo, na lei, nas consequências e efetividade, vítimas de
opressão e abuso de poder, necessitam e querem proteção e assistência antes de
mais nada. A parceria entre Vitimologia, Movimentos de Assistência às Vítimas e
Direitos Humanos ensejam mais perspectivas e fortalece ambas as partes.”
(KOSOVSKI, 2.011, p.1).

Busca-se então, incluir nas preocupações do Estado o amparo à vítima, sem


olvidar-se da aplicação da devida reprimenda ao delinquente.

No que diz respeito à efetiva proteção estatal à vítima e à testemunha, no Brasil


foi criado em meados da década de 1.990, através da Subsecretaria de
Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, o Programa de Proteção à Vítima e à
Testemunha - PROVITA, que posteriormente foi positivado no ordenamento pátrio por
intermédio da edição da Lei nº 9.807/99.

14
Como principal objeto, o mencionado diploma legal visa estabelecer definições
e regras procedimentais acerca da proteção, assistência e reinserção social de
vítimas e testemunhas que se encontrem ameaçadas e estão a auxiliar o Estado
durante a investigação ou o processo criminal:

Importante destacar que o mencionado Programa de Proteção à Vítima e à


Testemunha atingiu resultados satisfatórios segundo os patamares da Secretaria de
Direitos Humanos que o instituiu e atualmente tal programa compõe a lista de políticas
públicas do Governo Federal, inclusive alastrando-se para mais de dez Estados da
Federação.

Dado o sucesso atingido pelo Programa, foi criado pela União o Sistema
Nacional de Assistência a Vítimas e a Testemunhas, sendo que sua regulamentação
deu-se através do Decreto nº 3.518/00.

O Sistema Nacional de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas é


composto pelo Programa Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas
Ameaçadas, regulamentado pelo Decreto nº 3.518/00 e gerenciado pela Secretaria
de Estado dos Direitos Humanos, e pelos programas estaduais de proteção.
Atualmente já são 10 (dez) os Estados que integram o Sistema: Bahia, Espírito Santo,
Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio
Grande do Sul e São Paulo. Esses programas, implementados por meio de convênio
celebrado entre a respectiva Secretaria de Justiça e/ou Segurança Pública e a

15
Secretaria de Estado dos Direitos Humanos, possuem capacidade média de
atendimento de 30 (trinta) beneficiários, entre testemunhas, vítimas e seus familiares
ou dependentes. As situações de proteção registradas em Estados que ainda não se
incorporaram ao Sistema são atendidas pelo Programa Federal. (MINISTÉRIO DA
JUSTIÇA, 2.011).

Para que a vítima ou testemunha que se encontra sob grave ameaça seja
incluída no programa é necessário o preenchimento de requisitos estabelecidos pela
Lei nº 9.807/99, entre eles a compatibilidade com as regras do programa de proteção,
uma vez que diversas são as privações as quais a vítima é submetida, tudo
objetivando a preservação de sua integridade física e moral, bem como de seus
familiares.

Da análise do texto legal, vislumbram-se cinco requisitos e circunstâncias a


serem observadas quando da deliberação acerca da inclusão da vítima no sistema
nacional de proteção.

a) Situação de risco. A pessoa deve estar “coagida ou exposta a grave


ameaça” (art. 1º, caput). Obviamente não é necessário que a coação ou ameaça
tenha já se tenham consumado, sendo bastante a existência de elementos que
demonstrem a probabilidade de que tal possa vir a ocorrer. A situação de risco,
entretanto, deve ser atual.

b) Relação de causalidade. A situação de risco em que se encontra a


pessoa deve decorrer da colaboração por ela prestada a procedimento criminal em
que figura como vítima ou testemunha (art. 1º, caput). Assim, pessoas sob ameaça
ou coação motivadas por quaisquer outros fatores não comportam ingresso nos
programas.

c) Personalidade e conduta compatíveis. As pessoas a serem incluídas


nos programas devem ter personalidade e conduta compatíveis com as restrições de
comportamento a eles inerentes (art. 2º, § 2º), sob pena de por em risco as demais
pessoas protegidas, as equipes técnicas e a rede de proteção como um todo. Daí
porque a decisão de ingresso só é tomada após a realização de uma entrevista
conduzida por uma equipe multidisciplinar, incluindo um psicólogo, e os protegidos
podem ser excluídos quando revelarem conduta incompatível (art. 10, II, “b”).

16
d) Inexistência de limitações à liberdade. É necessário que a pessoa esteja
no gozo de sua liberdade, razão pela qual estão excluídos os “condenados que
estejam cumprindo pena e os indiciados ou acusados sob prisão cautelar em qualquer
de suas modalidades” (art. 2º, § 2º), cidadãos que já se encontram sob custódia do
Estado.

e) Anuência do protegido. O ingresso no programas, as restrições de


segurança e demais medidas por eles adotadas terão sempre a ciência e
concordância da pessoa a ser protegida, ou de seu representante legal (art. 2º, § 3º),
que serão expressas em Termo de Compromisso assinado no momento da inclusão.

Há que se lembrar, contudo, que o caminho rumo ao melhor atendimento às


vítimas não se atém somente è edição de textos legais voltados ao tema, mas
depende amplamente de modificações orçamentárias estatais para que o contido na
lei possa vir a realizar-se concretamente.

Além disso, o mencionado caminho atravessa também uma transformação na


mentalidade daqueles que operacionalizam o Direito, desviando-a, ainda que de
forma modesta, para a figura da vítima.

A título de ilustração e a fim de reforçar o argumento de que a preocupação


com os direitos das vítimas é tendência que gradativamente ganha força, inclusive no
exterior, destaca-se o programa norte-americano de proteção às vítimas e
testemunhas.

17
O Programa de Assistência ATF „s Victim (Vítima) / Witness (Testemunha) foi
implementado em 1999. Atualmente existem 23 Victim (Vítima) / Witness
(Testemunha) coordenações localizadas em cada uma das divisões do nosso campo
em todo o país. Como uma agência de aplicação da lei federal ATF, está preocupada
com os problemas frequentemente experimentados por vítimas e testemunhas de
crimes federais. Como a vítima ou a testemunha poderá passar por períodos de raiva,
confusão, frustração ou medo. ATF está empenhada em garantir que as vítimas e
testemunhas recebam os direitos a que têm direito e assistência para ajudá-los a lidar
com o impacto do crime. Tratamento das vítimas e testemunhas com respeito e
fornecendo-lhes referências e benefícios de assistência prática (ATF, 2010, p.1).

Ressalte-se que embora haja registros de resultados positivos no


desenvolvimento dos programas especiais federais de proteção à vítima e às
testemunhas no Brasil, ainda há muito que ser feito em termos de melhor aplicação
da lei penal e maior assistência às vítimas, principalmente aquelas que não
preenchem as exigências legais para serem inseridas nos programas especializados,
que constituem a grande maioria de vítimas de delitos verificada no país.

O código penal brasileiro e a vitimologia

O Código Penal Brasileiro, promulgado


pelo Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940, manifesta uma proteção instituída pelo
legislador às vítimas, por meio de vários artigos
que contemplam a proteção da vítima ou levam
em conta o seu comportamento para a
ocorrência do crime, conforme se verifica
adiante:

a) o art. 16 do Código Penal trata do arrependimento posterior, no qual o


legislador teve sua preocupação direcionada para a vítima, incentivando o autor da
infração penal à reparação do dano, sendo tal conduta uma providência da Política
Criminal, que foi instituída e direcionada em menor grau para o autor da infração penal
e em maior grau para a vítima, conforme pode ser delineado no conteúdo do item 15
da Exposição de Motivos na nova Parte Geral do Código Penal;

18
b) para o enquadramento do fato concreto ao descrito no art. 25 do Código
Penal, deve ser procedida uma análise do comportamento da vítima, posto que se a
conduta da vítima foi a que deu causa ao fato sob análise, não será possível o
enquadramento na excludente da ilicitude. Mas, de forma diversa, se tal não ocorreu,
haverá a legítima defesa, estando o juiz atento para análise dos fatos;

c) constata-se que, após a reforma procedida no Código Penal em 1984, o


legislador tornou relevante o comportamento da vítima para aplicação da pena,
passando a ser considerado o binômio criminoso e vítima. Tal preocupação é patente,
estando delineada na Exposição de Motivos da Nova Parte Geral do Código Penal,
no item 50: 50.

As diretrizes para fixação da pena estão relacionadas no art. 59, segundo o


critério da legislação em vigor, tecnicamente aprimorado e necessariamente adaptado
ao novo elenco de penas. Preferiu o Projeto a expressão “culpabilidade” em lugar de
“intensidade do dolo ou grau de culpa”, visto que graduável é a censura, cujo índice,
maior ou menor, incide na quantidade da pena. Fez-se referência expressa ao
comportamento da vítima, erigido, muitas vezes, em fator criminógeno, por constituir-
se em provocação ou estímulo à conduta criminosa, como, entre outras modalidades,
o pouco recato da vítima nos crimes contra os costumes [...].

d) na parte geral do Código Penal, no artigo 65, III, se verifica que ocorrerão
atenuantes no momento da aplicação da pena, por parte do juiz, em face de ação da
vítima. Na Parte Especial o legislador agiu da mesma forma, conforme se verifica no
artigo 121, §1º do Código Penal um exemplo de que a ação procedida pelo autor do
crime teve como lastro o comportamento desenvolvido pela vítima, desencadeando a
agressão.

De idêntica forma o contido no artigo 129, §4º, do mesmo dispositivo legal,


assim como a ação descrita no artigo 140 §1º, inciso I. Verificando-se assim, que a
ação da vítima, por vezes, enseja a ação criminosa tutelada pelo Estado, implicando
na atenuação da pena a ser imposta;

e) verifica-se no artigo 137 do Código uma mistura de comportamentos


entre as vítimas e os criminosos, pois ambos são autores e vítimas, levando o
legislador a punir a participação na rixa;

19
f) no tipo descrito no artigo 171 do Código Penal constata-se que a ânsia
em levar vantagem em face de alguém, aparentemente um “tolo”, leva com que a
vítima seja enganada pelo suposto “tolo”. Constatando-se que a vítima interfere para
o desenvolvimento da ação criminosa, quando seu comportamento leva a uma ação
do estelionatário e ele é o causador da perda de seu patrimônio. Tem-se o
entendimento da interação da vítima com o criminoso (vitimizador), fundindo-se aos
propósitos deste;

g) os tipos descritos nos artigos 317 e 333 do Código Penal, corrupção


passiva e ativa não ocorrem obrigatoriamente ao mesmo tempo ou em sequência.
Contudo, quando ocorrerem, as vítimas são tão culpadas quanto os agentes
criminosos, pois seu grau de envolvimento para a ocorrência do crime é determinante
para sua capitulação.

A doutrina considera que há aqui uma exceção pluralista à teoria monista, em


que cada agente responderá por um tipo, sendo o padrão no Código Penal descrito
no artigo 29, ou seja: “Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas
penas a este cominada, na medida de sua culpabilidade”

Considerações Finais

A Vitimologia tem por escopo lançar as bases, através dos resultados de suas
pesquisas, para que haja a maior proteção aos Direitos Humanos das vítimas de
delitos de todas as naturezas. Dessa forma, é nítida a relação complementar que se
estabelece entre ambas as áreas do conhecimento, sendo indissociável ao estudo da
Vitimologia a compreensão do que é considerado pelos estudiosos das ciências
jurídicas como Direitos Humanos, assim como de fundamental importância o
aprofundamento das questões apresentadas pela Vitimologia, a fim de que o
resguardo dos Direitos Humanos se faça de maneira cada vez mais ampla.

Não se pode olvidar do Sistema Nacional de Proteção à Vítima e Testemunha


- PROVITA que, embora apresente resultados ainda incipientes representa a
preocupação do Estado no que concerne à proteção de vítimas e testemunhas
dispostas a colaborar com as investigações criminais.

20
Em virtude de tais considerações, resta evidente a importância da
compreensão da vítima de modo mais amplo possível, pois a partir de tal
entendimento, é possível traçar políticas públicas voltadas para a seara criminal em
seus mais diversos aspectos, desde a efetiva prevenção à ocorrência dos crimes até
a forma como deve se portar o Estado, através de seus agentes, durante a
persecução penal, frente ao indivíduo vitimizado, a fim de que sua situação de vítima
não se agrave ainda mais. A ciência da Vitimologia apresenta-se como instrumento
indispensável ao Estado Democrático de Direito hoje em vigor, uma vez que auxilia
sobremaneira a realização dos direitos fundamentais, bem como reafirma os preceitos
de igualdade e dignidade insculpidos na Lei Maior de 05 de Outubro de 1988.

A atuação do Estado é primordial para inibir a ação criminosa, tanto com a


edição de ordenamentos jurídicos como com ações preventivas, promovendo a
divulgação de atos criminosos e seus modos de execução, visando a prevenir sua
ocorrência. O esclarecimento das vítimas em potencial e aqueles mais propensos à
vitimização possibilitam a redução ou a eliminação de situações de risco. O estudo da
vitimologia contribui para uma melhor análise e solução da relação traçada entre a
vítima e a justiça penal. Primariamente a vítima figurava como objeto dessa relação,
mas com a evolução da sociedade passou a ser considerada como participante dessa
interação, favorecendo por vezes a ocorrência do fato criminoso e até contribuindo de
forma decisiva para sua conclusão. Cabe ao Estado papel primordial para minimizar
a ação criminosa, mas também de cuidar para que a participação da vítima seja a
menor possível. Mas enquanto isto não acontece, deve ter por objetivo a proteção do
cidadão que está à mercê da ação criminosa, minimizando o risco por meio de ações
pertinentes à vitimologia.0

Assim, os estudos de vitimologia podem iluminar a compreensão do que se dá


com as violações aos direitos humanos. Tal é particularmente percebido nos campos
em que direitos civis e políticos são violados por condutas consideradas criminosas,
fazendo incidir as regras de um julgamento justo. Por isso o advogado se faz
essencial, para fazer ouvir os direitos e interesses da vítima, e contribuir para a
realização da justiça, também reparando o dano.

21
REFERÊNCIAS

ARENDT, Hannah. Origens do Totalitarismo – tradução de Roberto Raposo,


São Paulo: Companhia das Letras, 1989. ATF, Victim and Witness Protection.
Documento Eletrônico. {on line}.
BERISTAIN, Antonio. Nova Criminologia à Luz do Direito Penal e da
Vitimologia. Tradução de Cândido Furtado Maia Neto, Brasília: Editora Universidade
de Brasília, 2000.
BRASIL, Decreto nº 7.037 de 21 de Dezembro de 2009. Aprova o Programa
Nacional de Direitos Humanos - PNDH-3 e dá outras providências.
BREGA FILHO, Vladimir. Direitos Fundamentais na Constituição de 1988,
conteúdo jurídico das expressões, São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 2002.
CARVALHO, Sandro Lobato de; LOBATO, Joaquim Henrique de Carvalho.
Vitimização e Processo Penal. Documento eletrônico. {on line}.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, promulgada
pela Assembléia Nacional Constituinte em 05 de Outubro de 1988.
FERNANDES, Newton; Valter Fernandes. Criminologia integrada. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 1995.
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Direitos Humanos Fundamentais. São
Paulo: Saraiva, 2006.
GRECO, Alessandra Orcesi Pedro. A autocolocação da vítima em risco. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004.
KOSOVSKI, Ester. Fundamentos da Vitimologia. Documento eletrônico. {on
line}.
KOSOVSKI, Ester. Vitimologia e Direitos Humanos: Uma boa parceria.
Documento eletrônico. {on line}. Disponível em :< http:/
/www.sbvitimologia.org/artigos4.html>.
KOSOVSKI, Ester; Elida Séguin. Temas de Vitimologia. Rio de Janeiro:
Editora Lumen Juris, 2000.
LAFER, Celso. A reconstrução dos Direitos Humanos: um diálogo com o
pensamento de Hanah Arendt. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Programa de Proteção à Vítima e à Testemunha –
PROVITA. Documento eletrônico. {on line}.

22
OLIVEIRA, Edmundo. Vitimologia e direito penal: o crime precipitado ou
programado pela vítima. Rio de Janeiro: Companhia Editora Forense, 2003.
ONU, Organização das Nações Unidas. Declaração dos Princípios Básicos de
Justiça Relativos às Vítimas da Criminalidade e de Abuso de Poder (1985): adotada
em 29 de Novembro de 1985. Documento eletrônico. {on line
PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS (PNDH-3). Secretaria de
Direitos Humanos da Presidência da República – rev. e atual. Brasília: SDH/PR, 2010.
SALIBA, Marcelo Gonçalves. Justiça restaurativa e paradigma punitivo.
Curitiba: Juruá, 2.009. SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos Direitos Fundamentais.
Porto Alegre: Livraria do Advogado. 1998.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo:
Malheiros, 2.009. ZAFFARONI, Eugenio Raúl, O Inimigo no Direito Penal. Tradução
de Sérgio Lamarão – Rio de Janeiro: Revan, 2007, 2ª edição junho de 2007.
Dias, Jorge de Figueiredo e Manoel Costa Andrade. Criminologia. Coimbra:
Coimbra Editora. 1997. pág. 447.
Garcia-Pablos menciona biológicos, biográficos, sociais, dimensões da
personalidade, etc.
Zedner, Lucia. Victims. Capítulo 18 de The Oxford Handbook of Criminology.
Maguire, Mike; Rod Morgan e Robert Reiner. Oxford: OUP. 2nd . Ed. 1997 pág. 578.
Palestra proferida no painel Vitimologia e Direitos Humanos, na II Conferência
Internacional de Direitos Humanos, da Ordem dos Advogados do Brasil, em
Teresina PI, em 12.10.2003
APAV. Direitos Sociais das Vítimas de Crimes.
ARAGAO, Sandra. Direitos Humanos e Vitimologia: uma proposta educacional.
In: Vitimologia em Debete II. Coordenadores: PIEDADE JUNIOR, Heitor; MAYR,
Eduardo; KOSOVSKI, Ester. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 1997.
ARENDT, Hannah. Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do
mal. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
BAZELAIRE, Jean-Paul; CRETIN, Thierry. La justice pénale internationale, son
évolution, son avenir: de Nuremberg à La Haye. Paris: Presses Universitaires de
France, 2000.
CALHAU, Lélio Braga. Vítima e Direito Penal. 2 ed. Belo Horizonte:
Mandamentos, 2003.

23
_______. VÍTIMA, DIREITO PENAL E CIDADANIA. Disponível em:<
http://www.apriori.com.br/cgi/for/vitima-direito-penal-e-cidadanialelio-braga-
calhaut19.html>.
CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA. Decisão-quadro do Conselho da União
Europeia relativa ao Estatuto da Vítima em Processo Penal. D
DIREITOS HUMANOS. Disponível em: http://www.direitoshumanos.
usp.br/counter/Onu/Prisioneiros/texto/abusopoder1.htm>.
FIORELLI, José Osnir; MANGINI, Rosana Cathya Ragazzoni. Psicologia
Jurídica. São Paulo: Atlas, 2009.
JOSEF, Jorge. A Vitima na Historia: o Holocausto. In: Vitimologia em Debete II.
Coordenadores: PIEDADE JUNIOR, Heitor; MAYR, Eduardo; KOSOVSKI, Ester.
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 1997.
KOSOVSKI, Ester. Fundamentos da Vitimologia. In: Vitimologia em Debate.
Org.: Kosovski, Ester; PIEDADE JÚNIOR; MAYR, Eduardo. Rio de Janeiro:
Forense, 1990.
MAIA, Luciano Mariz. Vitimologia e Direitos Humanos. Disponível em: <
http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/lucianomaia/lmmaia_vitimologia_dh.pdf>.
MAYR, Eduardo. Atualidade Vitimológica. In: Vitimologia em Debate. Org.:
Kosovski, Ester; PIEDADE JÚNIOR, Heitor; MAYR, Eduardo. Rio de Janeiro:
Forense, 1990.
NOGUEIRA, Sandro D‟Amato. Vitimologia. Brasília: Brasília Jurídica, 2006.
PELLEGRINO, Laercio. Vitimologia (história, teoria, prática e jurisprudência). Rio de
Janeiro: Forense, 1987.
PIEDADE JÚNIOR, Heitor. Vitimologia, evolução no tempo e no espaço. Rio de
Janeiro: Freitas Bastos, 1997.

PITTIS, Natasha. Em Pernambuco, Centro atende crianças e adolescentes


vítimas de violência sexual. Disponível em: < http://www.adital.com.
br/site/noticia.asplang=PT&cod=41329 >.
RAMÍREZ GONZÁLEZ, Rodrigo. La Victimología. Bogotá: Temis, 1983.
SEPAROVIC, Zvonimir Paul. VITIMOLOGIA: uma abordagem nova nas
ciências sociais. In: Vitimologia em Debate. Org.: Kosovski, Ester; PIEDADE JÚNIOR,
Heitor; MAYR, Eduardo. Rio de Janeiro: Forense, 1990.

24
FERNADNES, Davi Augusto. Direitos humanos e vitimologia: uma nova
postura da vítima no direito penal. Rev. Fac. Direito UFMG, Belo Horizonte, n. 64, pp.
379 - 411, jan./jun. 2014.
SILVA, João Felipe da. Vitimologia e direitos humanos. Argumenta - UENP
Jacarezinho nº 18 p. 223 – 249, 2013.

25

Você também pode gostar