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FARMACOGNOSIA E FITOQUÍMICA

GRADUAÇÃO BACHARELADO EM FARMÁCIA

Profª. Drª Lígia Moura Burci


ligia.burci@up.edu.br

Graduação: Farmácia Bioquímica - Universidade Federal do Paraná (2006)


Mestrado: Farmacologia - Universidade Federal do Paraná (2011)
Especialização: Gestão Hospitalar – Uninter (2008); Farmácia Estética (2020)
Doutora: Ciências Farmacêuticas - Universidade Federal do Paraná (2018)
Experiência: Professora na área de saúde em cursos de formação, graduação e pós-graduação. Tem
experiência na área de Farmácia, com ênfase em assistência farmacêutica. Atua principalmente nos
seguintes temas: Produtos Naturais, Análises clínicas e Estética.
Docente: Lígia Moura Burci

Farmacêutica, Drª em Ciências Farmacêuticas,


Professora, mãe, esposa, filha, irmã e amiga

@draligia.burci
Ementa
• Estudo da farmacognosia e a relação
fitoquímica de plantas medicinais aplicadas à
terapêutica.
Composição das notas
• A2 – Prova escrita (21/09) – 3,0 pontos
• Apresentação de seminário baseado em artigo
científico (14/09) – 1,0 ponto
• Relatório de aulas práticas (04 relatórios) –
(16/11) – 0,25 cada relatório totalizando 1,0
ponto
Composição das notas
• A1 – Prova escrita (23/11) – 3,5 pontos
• Pesquisa de plantas medicinais relacionadas
às práticas realizadas durante o semestre –
(16/11) – 1,5 pontos
Cronograma
Datas Atividade prevista
03/08 Plano de ensino e acordo pedagógico Introdução àFarmacognosia e fitoquímica. Política
Nacional de Fitoterapia e plantas medicinais – legislação e diretrizes.
10/08 Medicamentos fitoterápicos: processos extrativos e desenvolvimento de fitoterápicos.
Artigos científicos (encaminhamento de atividade avaliativa: seminários em plantas
medicinais RENAME e RENISUS).
17/08 Organização morfoanatômica e metabolismo vegetal: Princípios ativos e marcadores
vegetais. Identificação botânica de plantas medicinais. Ensaios
farmacognósticos.Teórico-prático (laminário - microscopia bloco azul).
24/08 Prática: ensaios de identificação farmacognóstica (microscopia vegetal de plantas
medicinais e amidos).
31/08 Introdução à Fitoquímica. Metabolismo vegetal primário e secundário: rotas de síntese
de bioativos. Ácidos orgânicos e lipideos (óleos fixos). Óleos voláteis. Polissacarídeos.
07/09 Feriado
14/09 Estudo de classes de metabólitos secundários e composição fitoquímica. Atividade:
Apresentação de seminários em plantas medicinais RENAME E RENISUS– artigos
científicos (A2 – 1,0)
21/09 Avaliação Parcial (3,0- A2)
Cronograma
28/09 Devolutivas parciais. Estudo de classes de metabólitos secundários e composição
fitoquímica.Polifenólicos: flavonoides, antocianinas e taninos.
05/10 Prática: processos extrativos (expositivo: hidrodestilação de óleos voláteis, maceração e partição
com solventes orgânicos) – preparo de extratos para ensaios fitoquímicos. Identificação de
flavonoides, taninos e saponinas
12/10 Feriado
19/10 Estudo de classes de metabólitos secundários e composição fitoquímica.Polifenólicos: saponinas,
cumarinas e antraquinonas.
26/10 Prática: processos extrativos (maceração e partição com solventes orgânicos) – preparo de
extratos para ensaios fitoquímicos. Identificação de antraquinonas, alcaloides e cumarinas.
02/11 Feriado
09/11 Estudo de classes de metabólitos secundários e composição fitoquímica.Polifenólicos: alcalóides
16/11 Estudo de classes de metabólitos secundários e composição fitoquímica.Polifenólicos: alcaloides e
heterosídeos cardioativos. Atividade avaliativa. Entrega – relatório de práticas (A2- 1,0) e pesquisa
de plantas medicinais relacionadas à práticas realizadas no semestre (A1 – 1,5)
23/11 Avaliação Semestral (A1 - 3,5)
30/11 Devolutivas do semestre
07/12 Avaliação Substitutiva
14/12 Fechamento da disciplina
CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO

• Introdução à Farmacognosia e Fitoquímica


• Plantas medicinais e fitoterapia
• Legislação aplicada
• Nomenclatura botânica
• Preparação e conservação da droga vegetal
FARMACOGNOSIA: Ciência multidisciplinar que contempla o estudo das
propriedades físicas, químicas, bioquímicas e biológicas dos fármacos de
origem natural (vegetal e animal), assim como busca novos fármacos a partir
de fontes naturais.
Em outras palavras, é a aplicação simultânea de várias disciplinas científicas
com o objetivo de conhecer fármacos naturais sob todos os aspectos.

Fitoquímica Farmacognosia

FITOQUÍMICA: A fitoquímica é uma área com foco no estudo dos princípios


ativos de drogas vegetais. Tem como como objetivo a extração, isolamento,
purificação e determinação da estrutura química dos constituintes presentes
em extratos de plantas com atividade biológica.
PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERAPIA
A Fitoterapia é definida como uma terapêutica caracterizada pelo uso de plantas
medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de
substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal.

USO DE PLANTAS MEDICINAIS:


espécie vegetal, cultivada ou não,
USO DE FITOTERÁPICOS: produto
utilizada com propósitos
obtido de planta medicinal, ou de
terapêuticos. Podem ser obtidas
seus derivados, exceto substâncias
FRESCAS (cultivo doméstico) OU
isoladas, com finalidade profilática,
SECAS (drogas vegetais
curativa ou paliativa.
comercializadas) E SEUS DERIVADOS
Ex: comprimidos, cápsulas, géis,
(tinturas, extratos, óleos)
xaropes.
ATENÇÃO AO PREPARO E
IDENTIFICAÇÃO!!!
A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), instituída
pela Portaria 971GM/MS de 3 de maio de 2006, trouxe diretrizes norteadoras para
Medicina Tradicional Chinesa/Acupuntura, Homeopatia, Plantas Medicinais e
Fitoterapia, Medicina Antroposófica, e Termalismo Social/Crenoterapia, no âmbito
do Sistema Único de Saúde.
Decreto 5.813, de 22 de junho de 2006, com instituição da Política
Nacional de Plantas Medicinais
Portaria no 971 de 2006 - Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares no SUS – Inclui a fitoterapia no programa de tratamento e
prevenção do SUS.

Inclusão de fitoterápicos na Relação nacional de medicamentos


essenciais (RENAME), atualmente 12 fitoterápicos.

RESOLUÇÃO - RDC Nº 18, DE 3 DE ABRIL DE 2013


Dispõe sobre as boas práticas de processamento e armazenamento
de plantas medicinais, preparação e dispensação de produtos
magistrais e oficinais de plantas medicinais e fitoterápicos em
FARMÁCIAS VIVAS no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
 RDC Anvisa nº 277, de 22 de setembro de 2005
Regulamento técnico da segurança e qualidade dos chás (alimentos):
O chá é definido como: “o produto constituído de uma ou mais partes de espécie(s)
vegetal(is) inteira(s), fragmentada(s) ou moída(s), com ou sem fermentação,
tostada(s) ou não, constantes de Regulamento Técnico de Espécies Vegetais para o
Preparo de Chás. O produto pode ser adicionado de aroma e ou especiaria para
conferir aroma e ou sabor”.
“O produto deve ser designado de "Chá", seguido do nome comum da espécie
vegetal utilizada, podendo ser acrescido do processo de obtenção e ou característica
específica. Podem ser utilizadas denominações consagradas pelo uso”

 Informe Técnico nº 45, de 28 de dezembro de 2010.


Assunto: Esclarecimentos sobre a regulamentação de chás
O chá e o chá solúvel estão enquadrados na categoria de CAFÉ,
CEVADA, CHÁ, ERVA-MATE E PRODUTOS SOLÚVEIS, portanto estão
dispensados da obrigatoriedade de registro na Anvisa.
Relação de plantas medicinais na Relação nacional de
medicamentos essenciais (RENAME 2014):
Alcachofra Cynara scolymus
Aroeira Schinus terebenthifolius
Babosa Aloe vera
Cascara Sagrada Rhamnus purshiana.

Espinheira Santa Maytenus ilicifolia

Garra do Diabo Harpagaphytum procumbens

Guaco Mikania glomerata


Hortelã Mentha piperita

Isoflavona Glycine max

Plantago Plantago ovata Forssk

Salgueiro Salix alba


Unha de Gato Uncaria tomentosa
LEGISLAÇÃO APLICADA À FITOTERAPIA
Relação de plantas medicinais de interesse no SUS - RENISUS
LEGISLAÇÃO APLICADA À FITOTERAPIA
Relação de plantas medicinais de interesse no SUS - RENISUS

https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/sectics/daf/pnpmf/ppnpmf/renisus
RELAÇÃO DE APRESENTAÇÕES COMERCIAIS DE
FITOTERÁPICOS NO BRASIL
NOME POPULAR NOME CIENTIFICO Nº REGISTROS
Ginkgo biloba Ginkgo biloba 33

Castanha da índia Aesculus hippocastanum 29

Alcachofra Cynara scolymus 21

Hipérico Hypericum perforatum 20

Soja Glycine max 20


Valeriana Valeriana officinalis 20
Ginseng Panax ginseng 17
Sene Senna alexandrina 14
Cimicífuga Cimicífuga racemosa 14

Guaco Mikania glomerata 14


Espinheira Santa Maytenus ilicifolia 13
Boldo Pneumus boldus 13
Guaraná Paullinia cupana 12
FONTE: CARVALHO et al., 2008, apud SOUZA E SIEBEN, 2015.
LEGISLAÇÃO APLICADA À FITOTERAPIA

 FITOTERAPIA NA PRÁTICA DO FARMACÊUTICO:


RESOLUÇÃO nº 14, de 31 de março de 2010, que dispõe sobre o Registro
de Medicamentos Fitoterápicos, substituída por = RESOLUÇÃO RDC Nº
26, DE 13 DE MAIO DE 2014

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 5, de 11 de dezembro de 2008, que


determina a lista de Medicamentos para Registro Simplificado, substituída
por = INSTRUÇÃO NORMATIVA N° 02 DE 13 DE MAIO DE 2014 Publica
a “Lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado” e
a “Lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro
simplificado”

 MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS (MF)

 PRODUTOS TRADICIONAIS
FITOTERÁPICOS (PTF)
 MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS (MF)
Obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais cuja
segurança e eficácia sejam baseadas em evidências clínicas e que sejam
caracterizados pela constância de sua qualidade.
Existe uma padronização da qualidade e da quantidade de uso, e sua segurança
e eficácia deve ser comprovada por meio de um estudo clínico.
 PRODUTOS TRADICIONAIS FITOTERÁPICOS (PTF)

Obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais cuja


segurança e efetividade sejam baseadas em dados de uso seguro e efetivo
publicados na literatura técnico-científica e que sejam concebidos para serem
utilizados sem a vigilância de um médico para fins de diagnóstico, de
prescrição ou de monitorização.

Os produtos tradicionais fitoterápicos não podem se referir a doenças, distúrbios,


condições ou ações consideradas graves, não podem conter matérias-primas
em concentração de risco tóxico conhecido e não devem ser administrados
pelas vias injetável e oftálmica.

Sua eficácia e segurança é garantida por estudos do seu uso tradicional.

Nessa categoria se enquadram produtos que tratam doenças leves que não
demandam acompanhamento médico como guaco, espinheira santa e guaraná.
FITOTERAPIA - FITOTERÁPICOS

• Fitoterapia ou terapia das plantas - conhecida e praticada pelas antigas civilizações


• Utilizada em todos os países - desenvolvidos e em desenvolvimento - plantas
medicinais são utilizadas: matérias-primas para a produção industrial de derivados
químicos puros ou fazem parte de extratos ou compostos fitoterápicos, EXCETO
BIOATIVO ISOLADO
• Utilizados no tratamento das mais diversas enfermidades
• Trabalhos científicos sobre as plantas: composição, ação terapêutica e melhor forma
farmacêutica de apresentação e utilização

EMPREGO DE PLANTAS MEDICINAIS


 Realizado desde as antigas civilizações, de maneira empírica.
 Hipócrates (460 – 361 a.C.) – pai da medicina, médico grego. Indicava diversas plantas
medicinais para alívio de sintomas. Tais como: laxativo – erva doce, rícino; diuréticos -
salsa, funcho. Investigou cerca de 400 plantas medicinais, influenciando a botânica e a
medicina.
 Conhecimentos passados através das gerações, por descrição oral ou escrita, resultando
para a sociedade atual na FITOTERAPIA.
A história do uso do salgueiro nos remete
a um povo muito antigo, os sumérios que,
de acordo com tabletes escritos há 4 mil
anos, já prescreviam o uso dessa planta
para aliviar as dores, assim como os
assírios, cujos registros encontrados por
arqueólogos datam de 3,5 mil/2 mil anos.

Os egípcios citaram o salgueiro no Papiro


de Ebers (tratado médico de,
aproximadamente, 1550 a.C.) como
portador de efeitos analgésicos.

Também os chineses e os gregos usavam


a planta para fins medicinais
Registros na História conferem a Hipócrates, por volta de 400 a.C, a prescrição
de folhas de salgueiro para aliviar dores. Alguns de seus manuscritos revelam:
“pó ácido da casca do salgueiro ou chorão (que contém salicilatos) alivia dores
e diminui a febre”.
Além do filósofo grego, outros nomes importantes na história médica da Grécia
também indicaram o uso do salgueiro, como o cirurgião grego do exército
romano, Dioscorídes, e um dos nomes mais respeitados na história da
Medicina, Galeno de Pérgamo.
Consumo verde, ético ou
sustentável
Consumo verde é aquele em que o consumidor, além de buscar melhor
qualidade e preço, inclui a variável ambiental, dando preferência a produtos
e serviços que não agridam o meio ambiente, tanto na produção, quanto na
distribuição, no consumo e no descarte final.
CARACTERÍSTICAS DO CONSUMIDOR
CONSCIENTE (“VERDE”)

 VALORIZA A RESPONSABILIDADE SOCIO-AMBIENTAL

FONTE: Cartilha de certificação ambiental. SEBRAE (2015)


PLANTA MEDICINAL – espécie vegetal utilizada com propósitos terapêuticos.

DROGA VEGETAL – planta medicinal ou partes que contenham substâncias ou classes


destas que causam a ação terapêutica, após processos de coleta, estabilização
(quando aplicável) e secagem. Pode se apresentar na forma íntegra, rasurada,
triturada ou pulverizada.

Preparação da droga vegetal: Identificação botânica (controle de qualidade):


Coleta Morfologia externa
Estabilização macroscopia (tamanho e forma)
Secagem Morfologia interna
microscopia (anatomia e estrutura)

Uso de farmacopéias – monografias oficiais botânicas


Nutracêutico
• O termo nutracêutico
define uma ampla
variedade de alimentos e
componentes alimentícios
com apelos médico ou de
saúde. Sua ação varia do
suprimento de minerais e
vitaminas essenciais até a
proteção contra várias
doenças infecciosas
(HUNGENHOLTZ & SMID, 2002).
• O termo, criado em 1989 pela Foundation for Innovation in Medicine dos
Estados Unidos, é definido como “uma substância que pode ser um
alimento ou parte de um alimento que proporciona benefícios medicinais,
incluindo prevenção ou tratamento de doenças”.
• A legislação brasileira não apresenta nenhuma nomenclatura oficial para o
termo nutracêuticos, entretanto, pode ser chamado como substância
bioativa, que seria a definição oficial mais compatível. De acordo com a
resolução RDC nº 2 de 2002 da ANVISA, a substância bioativa é definida
como nutrientes ou não nutrientes que possuem ação metabólica ou
fisiológica específica.
EXEMPLOS DE PRINCÍPIOS ATIVOS ISOLADOS PARA USO
TERAPÊUTICO:

Identificação botânica:
Substância ativa – nome popular – binômio científico

Atropina – Beladona (Atropa belladona)


Cafeína – Café (Coffea spp.)
Digoxina – Dedaleira (Digitalis púrpura)
Morfina – Papoula (Papaver spp.)
Penicilina – (Penicillium spp.)
Salicina – Salgueiro (Salix alba)
Theophrastus - pai da botânica
EXEMPLO DE CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA – CATEGORIAS TAXONÔMICAS E
HIERARQUIA – IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES
Engler (1924) apud
CRONQUIST (1981) APGIII
LAWRENCE (1951)

Divisão Magnoliophyta Spermatophyta -

Classe Magnoliopsida Angiospermae Equisetopsida C. Agardh

Magnoliidae Novák ex
Subclasse Magnoliidae Dicotyledoneae
Takht

Laurales Juss. ex Bercht.


Ordem Laurales Ranales
& J. Presl

Subordem - Magnoliineae Magnolianae Takht.


Família Lauraceae A.L. Jussieu
Gênero Persea Miller
Espécie Persea major (Meisn.) L.E.Kopp
ENQUADRAMENTO TAXONÔMICO DE Persea major (MEISN.) L.E.KOPP
FONTE: MARANHO (1998); QUINET et al. (2011).
Etnobotânica: A aplicação do conhecimento tradicional, ou popular, acerca do uso
curativo de vegetais. A etnobotânica é o ponto inicial para o desenvolvimento de
fitoterápicos ou para pesquisa e isolamento de novos princípios ativos e produção de
novos medicamentos.

•Verificação de modo de plantio, coleta, preparo e uso de plantas medicinais.


•Bioprospecção é o método ou forma de localizar, avaliar e explorar sistemática e
legalmente a diversidade de vida existente em determinado local, sendo essas
pesquisas de recursos biológicos (compreendendo os genéticos) e/ou de produtos
derivados (aromas, por exemplo) com finalidades de exploração comercial para a
indústria química, farmacêutica, cosmética ou alimentar.

•Identificação de espécies vegetais, classificação taxonômica, pesquisa de


substâncias químicas ou marcadores (screening ou prospecção) e a relação entre
princípios ativos e classificação taxonômica.
•Famílias e presença de principais metabólitos secundários.
• A Farmacopeia Brasileira é o
Código Oficial Farmacêutico
seguido no Brasil. Tem como
função principal estabelecer
os requisitos mínimos de
qualidade de medicamentos
e outras formas
farmacêuticas para uso em
saúde.
IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA (FARMACOPÉIAS):

•Nome comum – definição farmacognóstica


Parte usada + binômio científico + autor + família
Evita a troca de nomes comuns
Ex: cidreira, carqueja = um nome e várias espécies!!!

•Identificação – macro e microscopicamente

•Análise química
Pesquisa de princípios ativos e marcadores
Doseamento

•Pesquisa de impurezas e falsificação obs: ver monografia espinheira


santa, FB 6ª ed, 2019.
•Coleta do material vegetal
•Presença da planta na região de coleta
(plantas em extinção, disponibilidade).

•Quantidade da espécie (em geral são


necessários 10 kg de planta fresca para 1 kg de
planta seca)

•Época do ano, período do dia

•Região, coordenadas

•Identificação botânica – herborização –


excicata – herbários.
•Observar presença de órgãos que facilitem a
identificação (flores, frutos).
•Preparação e conservação do material vegetal
Estabilização – alteração dos constituintes químicos por processos bioquímicos do
próprio vegetal.
Obtida por meio de imersão do material vegetal em etanol ou secagem em altas
temperaturas e curto tempo de exposição (60ºC – dependente da espécie vegetal).

Secagem – alteração dos constituintes químicos por decomposição microbiana e


hidrólise.
Remoção de água do material vegetal, em temperatura inferior a 60ºC e em torno
de 7 dias. O material deverá estar finamente dividido para dinamizar o processo.
Esse processo reduz volume e peso e facilita a moagem do material.

Moagem – objetivo de redução mecânica do material vegetal a pequenos


fragmentos. Aumenta a área de contato do material para posteriores processos de
extração. Metodologias de moagem: seccionamento, impacto e rasura;
dependentes da natureza do material vegetal (quanto maior a rigidez, maior será o
grau de divisão necessário).
Identificação de compostos fitoquímicos, identificação e isolamento
APÓS PREPARO DA DROGA VEGETAL:

•Controle de qualidade: •Extração


•Morfologia externa
•Screening fitoquímico ou
•Morfologia interna
dados químicos presentes
na bibliografia
•Produção de fitoterápicos
•Pesquisa com foco• em compostos de
•Apresentações: interesse - relacionados com certa
Droga vegetal (para preparo de atividade biológica
chás)
A granel (pó) •Isolamento
Extratos como matéria-prima
para produção de cápsulas, •Identificação química – princípio ativo
comprimidos, xaropes, etc.
•Produção de medicamentos
Cuidados com relação ao uso de plantas medicinais:

•Usar a planta fresca de fonte segura


•Usar plantas que conheça
•Evitar exageros e uso prolongado
•Cuidados com a coleta e manipulação
•Comprar em locais selecionados

Lembrar que o que é natural, pode fazer mal!!!

Plantas tóxicas, reações adversas, alergias.

Uso racional: Existe uso racional quando o paciente recebe a dose de


medicamento adequada à sua condição clínica, em doses necessárias ao
seu caso, em período de tempo adequado e ao menor custo possível.
 Relacione os termos às suas respectivas definições:

1. DROGA 3. ALIMENTO FUNCIONAL


2. NUTRACÊUTICO 4. DROGA VEGETAL

___Toda substância que ao ser administrada no organismo ocasiona alterações


bioquímicas e fisiológicas (benéficas ou maléficas).
___É a planta medicinal, ou suas partes, que contenham as substâncias, ou classes
de substâncias, que causam a ação terapêutica, após processos de coleta,
estabilização, quando aplicável, e secagem, podendo estar na forma íntegra,
rasurada, triturada ou pulverizada.
___Deve estar na forma de alimento comum, ser consumido como parte da dieta e
produzir benefícios específicos à saúde, tais como a redução do risco de diversas
doenças e a manutenção do bem-estar físico e mental.
___Trata-se de alimentos ou parte dos alimentos que apresentam benefícios à
saúde, incluindo a prevenção e/ou tratamento de doenças. Podem abranger desde
os nutrientes isolados, suplementos dietéticos até produtos projetados, produtos
fitoterápicos e alimentos processados, apresentados em formas farmacêuticas
(medicamentosas).
 Relacione os termos às suas respectivas definições:

1. FÁRMACO 3. MEDICAMENTO
2. PRINCÍPIO ATIVO 4. FITOFÁRMACO 5. PRODUTO NATURAL

___ Substância ou um conjunto de substâncias, quimicamente caracterizadas, cuja


ação farmacológica é conhecida e responsável, total ou parcialmente, pelos efeitos
terapêuticos do produto fitoterápico.
___Designa uma substância química conhecida e de estrutura química
definida dotada de propriedade farmacológica.
___Quando se isola princípio ativo de planta e dele se faz um medicamento, este
medicamento classifica-se como...
___É o produto farmacêutico, tecnicamente, obtido ou elaborado, que contém um
ou mais fármacos e outras substâncias, com finalidade profilática, curativa, paliativa
ou para fins de diagnóstico, em que está estabelecida a relação prescritor-
farmacêutico-usuário.
___É toda e qualquer substância produzida pelo vegetal durante o metabolismo
secundário.
QUESTÕES PARA FIXAÇÃO:

1. Quais os objetivos da Farmacognosia e Fitoquímica?


2. Diferencie planta medicinal, droga vegetal e fitoterápico
3. Defina bioprospecção e prospecção fitoquímica.
4. Existe relação entre princípios ativos e a classificação taxonômica de vegetais?
Comente.
5. Qual a importância da pesquisa etnobotânica antes da pesquisa de compostos
químicos com atividades farmacológicas em plantas medicinais?
6. Por que o uso de plantas medicinais e fitoterápicos tem crescido nos últimos
tempos?
7. Descreva as etapas de preparo de uma droga vegetal.
REFERÊNCIAS

ANVISA. Legislações aplicadas à fitoterapia.


COSTA, A.F. Farmacognosia. 4ª ed. Vol. I. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 1986.
CUNHA, A. P. da; SILVA, A.P. da; ROQUE, O.R. Plantas e produtos vegetais
em fitoterapia. Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian, 2003.
FILHO, V. C.; ZANCHETT, C C C. Fitoterapia avançada: uma abordagem
química, biológica e nutricional. 2020. E-book. ISBN 9786581335151.

MONTEIRO, Siomara C. Farmacobotânica. 2017. E-book. ISBN 9788582714416.

SIMÕES, C. M. O. et al. Farmacognosia: da Planta ao Medicamento. 2. ed.


Ed. Da UFSC, Porto Alegre, 2010.

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