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Leia os trechos abaixo para auxiliar nos estudos

Sobre a visão pedagógica da arte e sua orientação ético/política.

“A concepção pedagógica encontra sua primeira formulação em Platão e


Aristóteles. Na República, expondo a pedagogia para a criação da cidade
perfeita, Platão exclui poetas, pintores e escultores, porque imitam as coisas
sensíveis e oferecem uma imagem desrespeitosa dos deuses, tomados pelas
paixões humanas; porém, coloca a dança e a música como disciplinas
fundamentais na formação do corpo e da alma, isto é, do caráter das crianças e
dos adolescentes. Como, para Platão, gramática, estratégia, aritmética, geometria
e astronomia são artes, seu ensino é considerado indispensável na formação dos
guerreiros e, acrescentadas da arte dialética, na formação dos filósofos.

Aristóteles, na Arte poética, desenvolve longamente o papel pedagógico das


artes, particularmente a tragédia, que, segundo o filósofo, tem a função de
produzir a catarse, isto é, a purificação espiritual dos espectadores, comovidos e
apavorados com a fúria, o horror e as conseqüências das paixões que movem as
personagens trágicas. Essa função catártica é atribuída sobretudo à música.”
(Chauí, Marilena. Convite à filosofia.)

Sobre a visão filosófica da arte como cultura. Perceba que a arte é vista
aqui numa perspectiva histórica. Além disso, note que no primeiro trecho
há uma contraposição à visão estética da arte:

“A arte é para Hegel não apenas um mero jogo da imaginação com o


entendimento nem o campo do que é somente ilusório, mas a expressão sensível
da idéia (tomada como ideal), e implica um momento fundamental de
reconciliação do espírito com a sua efetividade e história” (Marco Aurélio
Werle. In: Revista Kriterion).

“A arte cultiva o humano no homem, desperta sentimentos adormecidos,


pôe-nos em presenças dos verdadeiros interesses do espírito (histórico).
A necessidade geral da arte é a necessidade racional que leva o homem a tomar
consciência do mundo interior e exterior e a fazer um objeto no qual se
reconheça a si próprio”. (Hegel. In: Lições de estética).

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