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Blended Learning – Moreira e Monteiro – Resumo

Na sociedade em rede, com as exigências do mercado global e a evolução constante da


tecnologia, produzindo mudanças constantes, a comunicação/informação em rede torna-
se cada vez mais uma realidade e uma necessidade. O papel das tecnologias é fulcral.
As escolas têm vindo a adaptar-se contemplando nos seus projetos o e-learning e o
blended learning.
A sociedade em rede também é designada como nova sociedade, sociedade de
informação, sociedade do conhecimento sociedade cognitiva, e globalização. Um fator
comum e estas designações é o reconhecimento do papel das tecnologias na alteração
dos processos de ensino aprendizagem.
No que diz respeito ao conceito de e-learning, Masie designa-o como o “uso da
tecnologia para gerir, desenhar, distribuir, selecionar, transacionar, acompanhar, apoiar
e expandir a aprendizagem.”; para Lima Capitão, é “ qualquer experiência de
aprendizagem distribuída via intranet, CD ou DVD ROM, pois o fundamental do e-
learning não é a tecnologia, mas sim a forma de ensinar” (p.85), combinando assim
tecnologia e pedagogia e dando maior importância à experiência vivida pelo estudante
no processo de ensino aprendizagem.
Se o processo de elearning foge enriquecido com momentos presenciais, passamos para
o domínio do b-learning.
Paiva, 2003 e Lima Capitão (2003) -b-learning é a combinação de momentos
presenciais e não presenciais. Ver p.87;
Khan (2003) e Oliver Trig - defendem a reformulação do conceito a partir das teorias de
aprendizagem. a ênfase passa do professor para o estudante, do conteúdo para a
experiência, e da tecnologia para a pedagogia.
Heinze e Procter (2005) - consideram que B-learning é um ensino através da
combinação de diferentes meios de comunicação, participação, de ensino e de
aprendizagem, e na comunicação entre os vários atores do processo educativo.
Para Moreira e Monteiro, b-learning é “ um processo de mediação de aprendizagens
através do recurso a diversos meios em momentos presenciais e não presenciais,
síncronos e assíncronos, via Internet; e que têm como pressuposto a comunicação, a
interatividade, a partilha e a construção do conhecimento” ( p.86), abrange ainda novas
abordagens pedagógicas, diversas ferramentas tecnológicas utilizadas no cotidiano pelos
estudantes, bem como diferentes espaços, formais e informais. É um processo de
comunicação complexo que inclui interações que incorporam recursos tecnológicos e
práticas pedagógicas diferenciadas.
Garrisson e Kanuka também defendem que o indicador real do b-learning, também é a
integração de momentos presenciais e não presenciais .

O Blended Learning no Processo de Ensino-Aprendizagem – p.87

Bomk e Graham (2006) - apontam 3 razões para o recurso ao b-learning :


1- aperfeiçoamento pedagógico;
2- aumento do acesso e flexibilidade;
3- relação custo/efetividade.
Os autores classificam os sistemas de b-learning em 3 categorias:
1- permissão inicial para um b-learning;
2- reforço da utilização do b-learning;
3- transformação da pedagogia através do b-learning.

Forças e fraquezas da sua utilização. – efolioB, pp87 et seq.

Modelos para uma didática renovada -p.88 - modelos construtivistas

Duart e Sangrà (1999) consideram os seguintes modelos de e learning:


1. modelo centrado no professor, enquanto transmissor de conteúdos através das
tic, sem a necessária adaptação ao meio tecnológico;
2. modelo centrado na tecnologia, em que o professor é transmissor de conteúdos e
o estudante o utilizador, sendo a tecnologia um meio transmissor de informação;
3. modelo centrado no estudante -tem como princípio as teorias construtivistas,
baseia-se na autonomia e atividade do estudante.
Ally(2004), considera que só nas teorias construtivistas é que é dada oportunidade ao
estudante de construir o seu próprio conhecimento a partir das interações informações
que lhe são propiciadas, com ambiente para ter acesso aos materiais; com os conteúdos
através dos materiais; com o contexto pessoal para construir os seus próprios
significados.
Para os autores essas interações podem não acontecer pela mera via dos meios
tecnológicos.
Heinze e Procter (2006) atribuem especial importância às comunidades práticas..
Modelo das Comunidades práticas: grupos que se reúnem para partilhar, discutir e
produzir conhecimento.
Wenger define-as como um grupo de pessoas com o mesmo interesse o problema que se
juntam para criar conhecimento prático em torno desse tema, Segundo Wenger 3
elementos na definição de comunidades de prática(CoP):
1. domínio, ou assunto;
2. a existência da comunidade em interação e empenhada na construção de relações
entre si em torno do assunto ;
3. a prática tem de existir, e não apenas o interesse. As pessoas aprendem juntas
através dos interesses que partilham.
Modelo do e-moderador – Salmon (2004) – nos ambientes de b-learning, é necessário
suporte tecnológico, mas a função do professor é essencial, na medida em que promove
o acesso, motiva, desenvolve a interação social, mediando o processo de partilha e
construção de conhecimentos, essencial para o desenvolvimento do estudante.
Modelo de Collis (1996) - professor e aluno tem um papel central no processo
educativo. este envolve a interação humana e competências que são desenvolvidas no
modelo de educação inserido no modelo de comunicação (p.89).

Qualquer um destes modelos foca a importância da participação ativa do estudante no


processo educativo; a importância do professor enquanto organizador do ambiente de
aprendizagem; e a importância deste como moderador; e ainda a importância do
trabalho autónomo desenvolvido pelo estudante.

O Blended Learning na Configuração de comunidades de Aprendizagem– p.90

Segundo Garrisson e Anderson,2003, a comunidade é fundamental no desenvolvimento


e promoção da crítica pessoal na construção de conhecimento. em colaboração com o
grupo, o indivíduo ganha responsabilidade no processo da experiência educativa.
Dias (2008) - a comunidade resulta da interação entre pessoas e da partilha de valores,
experiências e normas entre os membros. a facilidade de acesso ao software social veio
fomentar a partilha de conhecimento informação, bem como da vinculação do indivíduo
à comunidade através da publicação (web blog, wickie, plataformas colaborativas). Para
além de promover a e-inclusão na comunidade, a partilha e a participação desenvolvem
a confiança e o sentimento de reciprocidade nos membros da comunidade.
Afonso (2002) - comunidades de aprendizagem são grupos de pessoas envolvidas num
processo de interação intelectual com o objetivo de aprender. (p.90). Constituem um
ambiente intelectual cultural, psicológico e social, que promove, sustenta e facilita a
aprendizagem por maio da interação e colaboração entre os seus membros, criando um
sentimento de pertença entre os mesmos.
Miller (2000) - a aprendizagem é inerente ao ser humano e há várias maneiras de se
aprender. Algumas derivam do afastamento geográfico ou apenas da necessidade de
ampliação da superfície de encontro entre os estudantes e o docente, adquirindo as
plataformas de LMS e as ferramentas da web 2 um papel importante enquanto suporte
tecnológico a este processo.
Para os autores, as comunidades de aprendizagem estão a modificar as estruturas
organizacionais e tradicionais de criação e partilha de conhecimento.
A colaboração é o elemento fulcral das comunidades de aprendizagem, já que
promovem a construção do conhecimento através da interação
Siemens (2003) - a comunidade é um agrupamento de áreas de interesse que permite o
diálogo, a partilha e a interação, desenvolvendo a capacidade de pensar em conjunto.
para Siemens, as comunidades físicas e as virtuais têm os seguintes aspetos em comum:
1. são espaço de reunião;
2. são espaço de promoção e desenvolvimento de
aprendizagem;
3. então um espaço em crescimento que permite aos
membros tentar novas ideias e conceitos num ambiente
seguro;
4. então espaço integrado
5. são um espaço de conexão de pessoas, recursos ideias;
6. são espaço de simbiose, já que a conexão é benéfica para
todos os membros da comunidade e absolutamente
necessária para que a comunidade sobreviva.
Modelos de aprendizagem relacionados com as comunidades de
aprendizagem:
Modelo de Community of Inquiry (2000)
Modelo de Brown (2001)
Modelo de Faerber(2002) De interação em ambientes virtuais
Modelo de Henri e Basques (2003) colaboração em ambientes virtuais
Segundo Garrisson e Anderson(2000), A presença cognitiva é uma condição para o
desenvolvimento da aprendizagem e do pensamento complexos e deriva do pensamento
reflexivo de Dewey. A presença social é a capacidade dos membros da comunidade Se
relacionarem social e emocionalmente através do meio de comunicação que eu utilizam.
A presença de ensino é a direção da presença cognitiva e da presença social e o seu
resultado na aprendizagem. A conjugação destas 3 presenças permite a sensação de
pertença numa comunidade construtivista, mais que numa comunidade e aprendizagem
mais formal.
Garrison distingue comunidade de aprendizagem de community of inquiry, já que esta
pode desenvolver-se em contexto formal ou informal, e a community of inquiry
restringe-se ao meio académico e respectivo contexto teórico.
O modelo de Brown (2001) tem 3 etapas: consciencialização, consolidação e
camaradagem - pretende-se que o estudante progrida no sentido de ganhar maior
autonomia e protagonismo na comunidade, tornando-se o professor, gradualmente, um
mediador no processo partilhado de ensino aprendizagem.
O modelo de Faerber (2002), modelo de interação em ambientes virtuais, baseia-se no
princípio de que as relações sociais na comunidade educativa são factor de sucesso no
processo educativo. Ao modelo pedagógico tradicional (professor, estudante, conteúdo)
é acrescentado o elemento grupo, emergindo 3 dimensões nas interações entre os
membros da comunidade: participar, facilitar e partilhar. (p.91).
O modelo de Henri e Basque (2003), modelo de colaboração em ambientes virtuais,
assenta em 3 aspetos essenciais: empenhamentos, comunicação e coordenação.

Notas Finais
Para Moreira e Monteiro, o sucesso do b-learning na educação, depende não apenas dos
meios tecnológicos e sociais, mas essencialmente d da pedagogia utilizada com esses
meios.
A nível tecnológico - disponibilização e manutenção dos meios; acesso e utilização
desses meios; capacidade de adequação das ferramentas às necessidades pessoais;
conhecimentos e capacidades dos utilizadores.
A nível social, - possibilitação e integração de condições para o desenvolvimento de
competências;
A nível pedagógico - transformação e inovação constante da pedagogia acompanhando
a inovação da tecnologia. Assim, podemos considerar o b-learning como um dispositivo
pedagógico.
Estando estas condições reunidas, os autores recomendam a utilização de b-learning
como estratégia e dispositivo pedagógico didático, através de plataformas de LMS,
ferramentas sociais ou aplicações web 2. Esta renovação constante obriga a repensar o
papel dos professores e dos estudantes, bem como a relação entre eles, e ainda no plano
a planificação de currículos, sistemas de avaliação, estas a atingir formas de ensinar.
Ambos, professor e aluno, são parte importante nesta forma de comunicar através da
organização inicial, feita pelo professor, do ambiente de aprendizagem, mobilizando os
recursos tecnológicos necessários e disponíveis (mails, páginas web, plataformas de
LMS, etc.). A aprendizagem ativa centrada no estudante só será possível por via de uma
pedagogia constantemente inovada e centrada no estudante.

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