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DESEMPENHO ENERGÉTICO OPERACIONAL (DEO)

Visando a melhoria da eficiência energética de edificações em operação, o Comitê


Temático de Energia (CT-Energia) do CBCS tem atuado, desde 2013, com o
objetivo de desenvolver indicadores relacionados ao consumo de energia.
Atualmente, as certificações indicam a eficiência do projeto,
mas essa economia pode não se comprovar na prática
Edward Borgstein

Para tanto, criou o projeto Desempenho Energético Operacional (DEO), composto


por diferentes fases, sendo que a primeira delas é o desenvolvimento
de benchmarks– linha de base que representa determinado nível de
desempenho, podendo representar um valor típico ou uma meta, dependendo do
contexto. “Nessa etapa, estudamos e desenvolvemos uma metodologia brasileira
baseada nas principais diretrizes internacionais, porém adequada à nossa
realidade”, afirma o engenheiro.
Com o uso dos benchmarks é possível medir, por exemplo, o consumo de um
edifício de escritórios analisando as contas de energia dos últimos 12 meses e
levando em consideração dados como área útil, número de funcionários e cidade
em que se localiza a edificação. “Com um levantamento de menos de meia hora,
pode-se identificar quais as taxas de eficiência de um edifício”, fala Borgstein.
A fase seguinte do trabalho é a avaliação por auditoria energética. Essas
auditorias têm início quando se identifica que o edifício não está operando de
forma adequada e apresenta potencial para melhoria. Esse processo conta com a
participação de auditores qualificados e treinados para levantar, nessas
construções, os pontos passíveis de alterações. Podem ser realizadas melhorias
de custo zero, como alterações operacionais; de custo médio, que exigem troca de
equipamentos; e medidas de maior custo, que incluem, por exemplo, a troca de
todas as lâmpadas.
Já a terceira fase do projeto visa a avaliação de conforto e satisfação dos
usuários. “Não adianta um edifício ser altamente eficiente se a temperatura
interna é de 30 °C”, observa Borgstein. Por fim, a quarta etapa é de apoio às
políticas públicas nos níveis municipal, estadual e federal, até porque muitas
delas podem ter grande impacto no desempenho energético do edifício.
Com um levantamento de menos de meia hora, pode-se
identificar quais as taxas de eficiência de um edifício
Edward Borgstein

Um bom exemplo é a cidade de Nova York, que desde 2012 exige que os prédios
com mais 5000 m2 publiquem no portal da prefeitura o seu desempenho
energético. “A medida induziu os edifícios a implantarem soluções para a melhoria
da sua eficiência energética. Essa é uma política pública de baixo custo, mas que
gera um impacto muito grande”, comenta.
ATUAÇÃO DO CT-ENERGIA
O CBCS começou a desenvolver benchmarks entre 2013 e 2014, e os primeiros
indicadores que resultaram dessa ação foram os de agências bancárias. “Agora,
em 2015, foi a vez dos edifícios corporativos ganharem seus benchmarks”, afirma
o engenheiro. O próximo passo do CT-Energia é estudar os dados que serão
usados para melhorar a eficiência energética em prédios públicos, trabalho que
conta com o apoio do Ministério do Meio Ambiente. “Também estamos tratando
com o Secovi [Sindicato da Habitação] para levarmos o trabalho para edificações
residenciais”, complementa.
APOIO BRITÂNICO

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