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0.

Introdução 2

1.0.Conceito Sílaba 3

1.1.Estrutura Interna da Sílaba 4


2.0. O Impacto do Estudo da Sílaba na Construção do Conhecimento Fonológico 5

3.0.Conclusão 6

4.0. Referências Bibliográficas 7


0.Introdução

O presente trabalho é elaborado no encadeamento de análise do Conceito Sílaba, definindo – o


segundo vários autores, bem como propondo o modelo de sua estrutura interna. Sucessivamente,
abordará igualmente sobre elementos da sílaba, bem como a importância do seu ensino ou estudo na
constituição do conhecimento prosódico e fonológico de uma língua.
Embora existam várias tentativas e definições do termo sílaba, enquadra -se ao nosso estudo aquela
que apresenta; o Ataque, a Rima, o Núcleo e a Coda, tal como sugerem Selkirk (1984), e Freitas &
Santos (2001).
Para além dos elementos introdutórios, este trabalho também apresentará a demonstração (prática)
dos elementos da sílaba através de diagramas diversos.
O mesmo, tem como objectivo geral:

 Compreender o Conceito Sílaba.

No entanto, especificamente almeja:

 Identificar os elementos da Estrutura Interna da Sílaba;


 Demonstrar, por meio de situações concretas, a ocorrência dos elementos da sílaba;
 Descrever o Impacto do Estudo da Sílaba na Construção do Conhecimento Fonológico na
Língua Portuguesa.

A produção deste trabalho, intitulado Sílaba e seus elementos, revela-se pertinente pois enquadra-se
na necessidade de os estudantes/ professores do curso de ensino de Língua portuguesa terem o
dever de consolidar o conhecimento teórico através da prática, rumo à uma execução adequada do
processo de ensino-aprendizagem no concernente a transmissão de conhecimento sobre a língua,
com principal foco para a Língua Portuguesa.
No que se refere à metodologia procederemos com a pesquisa bibliográfica. Que, segundo
BOCCATO (2006), busca o levantamento e análise crítica dos documentos publicados sobre o tema
a ser pesquisado com o intuito de actualizar, desenvolver o conhecimento e contribuir com a
realização da pesquisa.
1.0.Conceito Sílaba.
O termo sílaba, conheceu desde sempre, tentativas de definição, tendo sido inicialmente,
concebida em consideração a existência de uma vogal que estabelecesse os limites destas
unidades. Segundo (Cunha & Cintra 1984) e (Freitas & Santos 2001), assumindo-se a
existência de uma vogal, pode-se indefinidamente detectar uma sílaba no português, sendo
os remanescentes componentes (consoantes e semivogais) organizados no encadeamento
desta.
Entretanto, Viana (1982) e Cunha & Cintra (1984, deliberam que a descrição do termo
sílaba, é o resultado de um único movimento expiratório e de uma única emissão de voz.
Contudo, Mateus, Frota & Vigário (2003) anunciam a definição de sílaba como uma
construção perceptual, isto é, criada no espírito do ouvinte, com propriedades específicas
que não decorrem da simples segmentação fonética das sequências de segmentos. Na
verdade, na visão dos autores, a sílaba tem uma estrutura interna organizada
hierarquicamente.
Deste modo, constata-se que a definição do conceito de sílaba, sugere ser relativamente
delicado de determinar em virtude do proposto pelos autores previamente citados. Porém,
podemos aferir aspectos convergentes entre os autores consultados, designadamente em
analogia ao facto de que, para se obter uma sílaba, há que existir uma vogal.

1.1.Estrutura interna da sílaba


Tal como acima descrito, a estrutura silábica veio desde sempre sendo discutida e a ser
descrita em várias línguas no mundo, com base em vários modelos fonológicos, tendo a
destacar o estudo de Chomsky e Halle (1986) designado “ The sound pattern of English”, ou
seja, o modelo SPE que por muitos foi adoptado durante algum tempo. Entretanto, volvidas
várias tentativas e, em função da evolução dos estudos fonológicos, o que foi adoptado para
a explicação da sílaba no português foi o modelo de figuração da estrutura silábica proposto
por Selkirk (1984), ou simplesmente, o modelo de ‘Ataque - Rima’ também proposto por
(Freitas & Santos 2001). Segundo Selkirk e demais autores propostos, a sílaba pode deter
principalmente, os elementos acima mencionados, a saber, ataque e rima, porém, a rima, por
sua vez, se divide em núcleo e coda, conforme explana-se e ilustra sequencialmente abaixo:
1.1.1. O Ataque é o constituinte silábico que corresponde à(s) consoante(s) que se encontram à
esquerda da vogal. Todas as consoantes do português podem ocorrer em Ataque de
sílaba não inicial de palavra; em Ataque de sílaba inicial só não podem ocorrer as
consoantes [ɲ], [ʎ] e [ɾ] Mateus & d’Andrade (2000) et al. O Ataque pode ser: vazio,
quando não está associado a material segmental); não ramificado, quando está associado
apenas a um segmento ou ramificado, quando este constituinte é preenchido por dois
segmentos
1.1.2. Rima é segundo, Freitas & Santos (2001) o constituinte silábico que abrange o
Núcleo e a Coda. A presença deste constituinte que se defronta no mesmo nível do
Ataque explica-se pelo facto de, em vários idiomas do mundo, haver uma conexão
fonológica muito mais forte entre os elementos que integram a Coda e o Núcleo do
que os segmentos que integram o Ataque e o Núcleo
1.1.3. Núcleo é, na óptica de Mateus & d’Andrade (2000), o constituinte silábico de
preenchimento obrigatório em português. Contém a vogal da sílaba, podendo esta
eventualmente encontrar-se associada a uma semivogal (formando um ditongo
crescente se a semivogal (G) preceder a vogal (V), correspondendo ao formato GV,
ou formando um ditongo decrescente se a semivogal surgir depois da vogal,
correspondendo ao formato VG (Freitas & Santos 2001). O Núcleo pode ser: não
ramificado, quando apresenta apenas uma vogal ou ramificado, quando apresenta
uma semivogal associada a uma vogal.
1.1.4. A Coda é o constituinte silábico que engloba a(s) consoante(s) à direita da vogal. As
únicas consoantes que podem ocorrer nesta posição são: a vibrante alveolar /ɾ/, a
lateral alveolar /l/, com o formato fonético velarizado /ɫ/, e a fricativa /S/, com os
formatos fonéticos palatais /ʃ/ e /ʒ/.
A Coda pode ser ramificada ou não ramificada em várias línguas do mundo, embora
o português só apresente Codas não ramificadas (com a excepção de algumas
palavras muito raras na língua que apresentam dois segmentos nesta posição. Este
constituinte pode também encontrar-se vazio. Em português, a Coda é
maioritariamente não ramificada, correspondendo apenas um segmento a este
constituinte silábico.

1.2.Representação prática da Estrutura interna da sílaba


A sílaba em Português, é essencialmente representada pela estrutura abaixo exposta:

Porém, é evidente que não são todas as sílabas do Português que perfazem todas as posições
acima propostos. Há aquelas do tipo CV (consoante – vogal), como em ‘lá’, em que somente o
ataque e o núcleo são preenchidos, a exemplo do que apresenta o diagrama 2:
ó

Ataque Rima
Núcleo Coda

L á
Há, no entanto, outras sílabas em que apenas o núcleo é preenchido, a exemplo de ‘é’, tal como
instrui o diagrama 3.
ó

Ataque Rima

Núcleo Coda

É
E há até outras em que unicamente o núcleo e a coda são satisfeitos, como em
‘ar’, no diagrama (4):
ó

Ataque Rima

Núcleo coda

a r
Vulgar a todas sílabas é o caso de o núcleo ser sempre completado por uma vogal, como já foi
aludido previamente.
Fora disso, o Português oferece similarmente possibilidades de o ataque e a coda serem
complexos, o que significa serem ramificados, como em ‘tra’, em que o ataque é constituído pelas
consoantes ‘t’e‘r’, como na sílaba “tra”no diagrama (5):

Ataque Rima

Núcleo Coda

t r a
E, há ainda, a coda complexa, como na sílaba ‘mons’ da palavra ‘mons. tro’,em que ‘n’ e ‘s’
desempenham a mesma função:

Ataque Rima
Núcleo Coda

m o n s

2.0. O Impacto do Estudo da Sílaba na Construção do Conhecimento Fonológico

Freitas & Santos (2001), destacam que o conhecimento fonológico da língua abrange unidades
gramaticais de natureza segmental, como os sons da elocução ou segmentos, que se encontram na
base da hierarquia que caracteriza a organização das unidades fonológicas e de unidades de
natureza prosódica, que são unidades de níveis superiores na hierarquia como a sílaba, o acento ou a
entoação.
É importante salientar o que afirma Roach (2001), a propósito daquilo que para o autor é relevante
quando se tenta definir o conceito de sílaba e aclarar a utilidade desta unidade prosódica.
Desse modo, a sílaba e o seu estudo, ajudam a compreender a organização fonológica de uma
língua (Spencer 1996), daí que o seu ensino em alunos, ajudaria – nos a melhor compreender os
elementos linguísticos e prosódicos, que ajudariam a conhecer o padrão de acento e intonação da
fala cada vez mais próxima a forma padrão, visto que Moçambique ainda não assumiu uma versão
nacional da língua portuguesa. Adicionalmente, o conhecimento prosódico, ajudaria também a
combater aspectos estigmatórios decorrentes das várias origens étnicas nacionais que, associadas às
marcas das línguas nativas, geram contrariedades em sociedades menos esclarecidas. Este
conhecimento pode permitir, também aos alunos, identificar morfemas e palavras de uma língua
específica. Sem contar também que o estudo da sílaba é fundamental pelo facto de esta unidade
linguística também desempenhar um papel muito importante nos processos fonológicos de uma
língua (Bisol 1999), e o conhecimento de uma língua representa também, um grande factor para a
sua manutenção e auto - afirmação no espaço geográfico cada vez mais globalizado.

3.0.Conclusão
Para finalizar, ficou evidente que, retorquidas várias tentativas de definição da sílaba, o que foi
eleito para a elucidação da sílaba no português, é o modelo de representação da estrutura silábica
sugerido por Selkirk (1984), ou simplesmente, o modelo de ‘Ataque - Rima’ também proposto por
(Freitas & Santos 2001). Nesses moldes,

4.0. Referências Bibliográficas


.
Roach, P. 2001. English Phonetics and Phonology. Cambridge: Cambridge University Press.
Selkirk, E. 1984. On the Major Class Features and Syllable Theory. In: Aronoff, M.; Oehrle, R. T.
Vigário, M.; Falé, I. 1993. A sílaba do Português Fundamental: uma descrição e algumas
considerações de ordem teórica. Actas do IX Encontro Nacional da Associação Portuguesa de
Linguística. Lisboa: APL/Colibri.

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