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Manuel Bernardo

Análise da Estrutura Interna da Sílaba em Português

Licenciatura em Ensino de Português

Códiigo do Estudante: 41230465

Unisced

Maxixe

2024
Manuel Bernardo

Análise da Estrutura Interna da Sílaba em Português

Licenciatura em Ensino de Português

Trabalho de Campo de Fonética e


Fonologia do Português a ser entregue ao
Departamento de Ciências Sociais e
Linguagem, Curso de Português, 2º Ano,
para uma classificação.

Código do Estudante: 41230465

Unisced

Maxixe

2024
Índice
1.1. Objectivos......................................................................................................................... 3

1.1.1. Geral .............................................................................................................................. 3

1.1.2. Específicos ..................................................................................................................... 3

1.2. Metodologia do Trabalho ..................................................................................................... 3

2.1. Definição de Sílaba (PE) ...................................................................................................... 4

2.2. Estrutura Interna da Sílaba em Português ............................................................................ 4

2.2.1. O Ataque ........................................................................................................................... 5

2.2.2 A Rima ............................................................................................................................... 5

2.2.3. O Núcleo ........................................................................................................................ 6

2.4. A Coda.................................................................................................................................. 6

Conclusão........................................................................................................................................ 7

Bibliografia ..................................................................................................................................... 8
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1.0. Introdução

No âmbito da gramática tradicional, a sílaba é conceituada como uma unidade de organização do


ritmo da fala, envolvendo o agrupamento de sons em torno de uma vogal, emitido num único
movimento expiratório. A referência ao conceito de sílaba enquanto unidade linguística faz parte
da tradição gramatical portuguesa, mas a descrição das estruturas e das fronteiras silábicas
problemáticas tem carecido de um tratamento adequado.

Mais recentemente, é no quadro de modelos fonológicos que tem sido feita a descrição da
estrutura silábica de várias línguas do mundo.

O conhecimento fonológico inclui o tratamento de unidades gramaticais de natureza segmental –


os sons da fala ou segmentos – e de unidades gramaticais de natureza prosódica, tais como a
sílaba, o acento ou a entoação. Na arquitectura do conhecimento fonológico, as unidades
prosódicas estão acima das unidades segmentais.

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral
Descrever fonologicamente a sílaba em Português.

1.1.2. Específicos
Analisar a estrutura interna da sílaba em Português;
Exemplificar os constituintes da Sílaba em Português.

1.2. Metodologia do Trabalho


Para a materialização do presente trabalho optámos pelo método bibliográfico, o qual consiste na
revisão de livros ou documentos que versam sobre a sílaba, mas também socorremo-nos do
método analítico, o qual consiste na análise dos artigos ou livros que tratam um determinado
tema, no caso concreto, da sílaba, para posteriormente apresentarmos o nosso juízo.
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2.1. Definição de Sílaba (PE)

De acordo com MATEUS et al, sílaba é uma construção perceptual, isto é, criada no espírito do
ouvinte, com propriedades particulares que não decorrem da simples segmentação fonética das
sequências de segmentos.

Desta feita, do nosso entender, todas as palavras são constituídas por sílabas. Isto faz-nos pensar
que sílaba é um som ou associação de sons pronunciados na mesma emissão de voz. Como se
pode ver nas palavras “livraria e atitude”, quando estas forem pronunciadas vagarosamente,
teremos as sílabas “li-vra-ri-a e a-ti-tu-de”.

2.2. Estrutura Interna da Sílaba em Português

Em português, a sílaba (representada por ) pode ser entendida como sendo composta por
constituintes silábicos hierarquicamente organizados:

Núcleo: O único constituinte obrigatoriamente preenchido em qualquer sílaba de


qualquer língua, este diz respeito a uma vogal;
Ataque: O núcleo pode estar precedido por consoantes; esta posição que precede o
Núcleo é o Ataque (A);
Coda: O núcleo pode ainda estar seguido por consoante; esta posição que se segue o
núcleo é a coda (Cd);
Rima: Os segmentos que seguem a vogal (os que estão na coda) têm mostrado relações
de maior afinidade com esta do que os segmentos que a procedem – os que estão no
ataque –, diz-se que Núcleo e a Coda fazem parte de um mesmo constituinte
hierarquicamente superior, a Rima (R).
Passamos, desde já, a apresentar a estrutura interna da sílaba tendo em conta o exposto acima,
sob forma de um diagrama em árvore.

A R

Nu Cd

L a r
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De acordo com o que se verifica no diagrama acima, a seguir far-se-á a descrição dos tipos de
Ataque, de Rima, de Núcleo e de Coda que o Português apresenta. Em Português, as posições
Ataque e Coda são preenchidas por consoantes e a posição do núcleo é preenchida por uma vogal
ou por sequência que contenha uma vogal e uma semivogal um ditongo, DUARTE, 2000.

2.2.1. O Ataque
Ataque refere-se às consoantes representadas de forma isolada ou sequenciada no início ou no
meio da palavra. Por exemplo pa-pa [p-p], branco [br]. Para elucidar ainda mais o conceito do
Ataque, MATEUS et al (2005:248) afirmam que “ o constituinte Ataque pode não estar
segmentalmente preenchido”. Existem dois tipos de Ataques: Ataque ramificado e Ataque não
ramificado, este último que se divide em simples e vazio, DUARTE (2000). Desta feita,
podemos concluir que o Ataque pode ser de três tipos fundamentais:

Ataque Vazio – não é segmetalmente preenchido: [„ a. bæ] <aba>;


Ataque Simples – é preenchido por uma consoante: [„ba.læ] <bala>;
Ataque complexo – é preenchido por mais do que uma consoante: [„kra.vu] <cravo>

2.2.2 A Rima

De acordo com MATEUS et al (2005:248):

A Rima é o único constituinte não terminal, dominador dos


constituintes terminais Núcleo e Coda. Deste modo, a Rima pode
apresentar uma estrutura não ramificada (Rima não ramificada)
com presença somente do Núcleo ou pode ramificar em Núcleo e
Coda (Rima ramificada).

Nesta senda, percebemos que a rima integra obrigatoriamente um núcleo e, opcionalmente, uma
coda. Neste caso, podemos discutir os tipos de rima da seguinte maneira:

Rima não ramificada: é constituída apenas pelo núcleo [pa.tæ] <pata>;


Rima ramificada: é constituída de um núcleo seguido de uma consoante em coda:
[„par.tu] <parto> e [paS.ta] <pasta>

Independentemente da natureza do Núcleo ou da Coda, uma Rima é ou não ramificada em


função da presença ou da ausência da Coda, respectivamente. Por outras palavras: (i) Rima não
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ramificada só apresenta um Núcleo; (ii) uma Rima ramificada apresenta em Núcleo e uma Coda,
primeiro e segundo exemplos respectivamente.

2.2.3. O Núcleo

Em português o Núcleo está sempre associado a segmentos [-consonânticos], ou seja um Núcleo


pode dominar uma vogal, uma sequência de vogal e semivogal. No primeiro caso trata- se de um
Núcleo não ramificado, o segundo caso corresponde a um Núcleo ramificado. A seguir
apresenta- se palavras onde existem Núcleos ramificado e não ramificado, DUARTE (2000).

Núcleo simples ou não ramificado – é preenchido por uma vogal: [pa.tæ] <pata>;
Núcleo complexo ou ramificado – é preenchido por uma vogal e uma semivogal:
[„paw.tæ] <pauta>.

Uma nota importante a se observar, é aquela que dá conta que todas as vogais orais e nasais
podem ser núcleo de sílaba em Português, como se pode ver nos exemplos a seguir: vi, lê, fim,
avó, irmã, fundo, etc.

2.4. A Coda

A coda domina as consoantes que ocorrem à direita do Núcleo. Há línguas, como as do grupo
Bantu, que não apresentam constituintes silábicos ramificados, logo, não apresentam consoantes
em Coda, ou seja, a Rima não ramifica. No português, como em muitas línguas, a Coda tem uma
estrutura simplificada e impõe fortes restrições ao inventário gramatical que lhe está associado,
DUARTE (2000).

Coda não ramificada: é preenchida por consoante: [„par.tu] <parto>;


Coda Ramificada: é preenchida por mais de duas consoantes: [pir.p3‟tivæ]
<perspectiva>

Deste modo, concluímos que a Coda é a consoante ou consoantes em posição pós-nuclear dentro
de uma sílaba, ou seja, após a vogal nuclear. Em Português, as consoantes em Coda são apenas
três, as fonológicas /l/, /r/ e /s/ com diferentes realizações fonéticas.

Exemplo:
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Mal/mal/ - [mál]
Mas/mas/ - [máS]
Parte/parte/ - [pár-ti]

Conclusão

Desta pesquisa notámos que, em linguagem simples, a sílaba é uma unidade de pronúncia maior
do que um som e menor do que uma palavra, isto é, a emissão única de um conjunto de sons. Na
perspectiva fonológica, a sílaba é entendida como uma construção criada no espírito do ouvinte,
com propriedades específicas que não decorrem da simples segmentação fonética das sequências
de segmentos.

Desta forma, em fonologia, as sílabas são constituídas por: Ataque, Rimas, Núcleos e Coda. A
rima integra obrigatoriamente um núcleo e, opcionalmente uma coda, isto significa que na rima
podemos encontrar um núcleo e existir excepção de uma coda.

Portanto, a estrutura da sílaba fonológica nem sempre é semelhante à estrutura da sílaba


ortográfica. Isso acontece nas palavras que possuem consoantes sem vogal e nos dígrafos
separáveis.
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Bibliografia

DUARTE, Inês. (2000). Língua Portuguesa: Instrumento de Análise. Lisboa: Porto.

MATEUS, Maria Helena Mira et al. (2003). Gramática da Língua Portuguesa. 7ª ed., Lisboa:
Caminho.

______________________________(2005). Fonética e Fonologia do Português. Lisboa.

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