Você está na página 1de 12

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTANCIA

FACULDADE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS


LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS

Fonética e fonologia do Português

Marilia De Sousa Martins - 71231635

Quelimane, Abril de 2024


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTANCIA
FACULDADE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS

Fonética e fonologia do Português

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura
Ensino de Português na cadeira de
Fonética e fonologia do Português na
UnISCED

Marilia De Sousa Martins - 71231635

Quelimane, Abril de 2024


Indice
Introdução..................................................................................................................... 4

Objectivos ..................................................................................................................... 4

Objectivo Geral............................................................................................................. 4

Objectivo Especifico ..................................................................................................... 4

A Sílaba ........................................................................................................................ 5

A Estrutura Da Sílaba ................................................................................................... 6

Ataque .......................................................................................................................... 8

Rima ............................................................................................................................. 8

Representação em Arvore ............................................................................................. 9

Núcleo .......................................................................................................................... 9

Representação em Arvore ............................................................................................. 9

Coda ........................................................................................................................... 10

Representação em árvore ............................................................................................ 10

Conclusão ................................................................................................................... 11

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 12


Introdução

Há muitas discussões teóricas sobre as características do acento na língua portuguesa,


com destaque para a diversidade de vertentes e hipóteses para a atribuição do acento,
incluindo a de que existe relação entre os constituintes silábicos e acentuação. Dessa
forma, têm-se o acento das palavras como temática de notório interesse acadêmico, sendo
muito estudado por pesquisadores brasileiros, tais como Câmara Jr (1970), Callou e Leite
(1990), Bisol (1992), Lee (1995), Araújo (2007), dentre outros.

Objectivos

Objectivo Geral
 Descrever revisão da literatura sobre a estrutura da sílaba

Objectivo Especifico

 Identificar os constituintes da sílaba (Ataque, Rima, Núcleo e Coda).


A Sílaba

A sílaba, como unidade fonotática, é constituída por um ou mais segmentos,


compreendendo um núcleo obrigatório de natureza vocálica e margens opcionais
consonânticas, isto é, ataque e coda.

A contagem do número de sílabas em qualquer língua não se revela uma tarefa complexa,
visto que cada vogal coincide com uma sílaba. O problema maior reside em determinar
as fronteiras silábicas, por dois motivos. Em primeiro lugar, o número de segmentos
admissíveis nas margens, esquerda (ataque) ou direita (coda), varia de língua para língua;
além disso, ainda que duas línguas admitam o mesmo número de segmentos nas margens,
a natureza e a seqüenciação de tais segmentos podem divergir

Definir sílaba é uma das tarefas mais complexas do ponto de vista fonético e não há
acordo entre os foneticistas quanto à sua conceituação. É certo, porém, que a sílaba é uma
unidade temporal de produção de fala, sujeita à influência do ritmo e da velocidade de
enunciação que podem interferir na duração dos segmentos que a compõem, bem como
propiciar a ocorrência de processos de redução que podem cancelar elementos.

A sílaba, enquanto constituinte prosódico, está intimamente relacionada com o rítmo do


discurso falado, desempenhando também um papel relevante na interpretação do seu
significado (Mateus, et al., 2003: p.1037).

Contudo, esta concepção da sílaba enquanto entidade fonológica, com um sistema de


regras próprio, apenas surgiu com a teoria fonológica generativa multilinear. É a partir
daqui que se passa a considerar a sílaba como uma unidade linguística regida por uma
estrutura interna organizada hierarquicamente, onde o Ataque e a Rima compõem os
braços deste esquema em árvore (Mateus, 2003: p.38).

Numa perspectiva tradicional, as sílabas são entendidas como unidades que reúnem sons
em grupos prosódicos internos à palavra, os quais se caracterizam:

 Por exibirem sempre uma vogal;


 Por serem produzidos num só movimento expiratório.

Para a descrição da estrutura interna da sílaba e para o estabelecimento da relação entre


posições silábicas dos segmentos e processos que o afectam em português europeu, tem
sido adoptado o modelo de “Ataque-Rima”, como se pode ver a seguir:
Pelo exposto acima, no modelo de “Ataque-Rima” que nos é proposto em Português, a
Sílaba é uma unidade prosódica hierarquicamente organizada em constituintes silábicos
dispostos do modo que a seguir se apresenta:

 no nível da Sílaba, o nó Sílaba (σ) domina os constituintes Ataque (A) e Rima

(R).
 no nível da Rima, o Ataque e a Rima são nós irmãos. A Rima é constituída por
Núcleo (Nu) e Coda (Cd).
 os constituintes terminais (Ataque, Núcleo e Coda) estão associados a posições
rítmicas, ou seja, a posições do esqueleto, no nível do esqueleto.
 os constituintes podem ramificar em duas posições; no caso de um constituinte
terminal, anão ramificação corresponde a uma posição no nível esqueleto e a
ramificação corresponde aduas posições no nível de esqueleto;
 cada posição rítmica ou de esqueleto pode ou não estar associada a um nó Raiz,
no nívelsegmental.

A Estrutura Da Sílaba

Partindo da idéia de que a sílaba é um constituinte prosódico, diferentes propostas


procuraram dar conta do modo como este constituinte se organiza.

Discorreremos, aqui, sobre a proposta autossegmental e a abordagem métrica. Apesar de


as propostas compartilharem o pressuposto de que a sílaba é uma unidade de análise
fonológica (pressuposto cuja justificativa será apresentada adiante), a análise
autossegmental e a abordagem métrica distinguem-se, basicamente, pelo fato de que a
primeira não admite que a sílaba tenha estrutura interna, enquanto a segunda prevê que a
sílaba seja dividida em unidades menores, embora, como veremos, não haja consenso
sobre tal estrutura interna.
De acordo com essa análise, formulada por Kahn (1976) e adotada, entre outros autores,
por Itô (1986) e Nespor e Vogel (1986), os segmentos encontram-se ligados diretamente
ao nó silábico. Na verdade, a estrutura silábica adotada por Itô (1986) prevê que entre o
nó silábico e os segmentos, que compõem a camada melódica, há a camada esqueletal,
responsável por distinções qualitativas no interior da sílaba, no sentido de que essa
camada é capaz de distinguir uma vogal longa de uma breve (a primeira apresentará dois
Vs na camada esqueletal e apenas um segmento na camada melódica) e uma consoante
geminada de uma consoante simples (a primeira apresentará dois Cs na camada esqueletal
e apenas um segmento na camada melódica). A camada esqueletal, entretanto, não
representa uma organização interna da sílaba. Trata-se de um nível quantitativo (porque
é capaz de fazer distinções entre vogais longas e breves, por um lado, e entre consoantes
geminadas e simples, por outro lado), em oposição a um nívelqualitativo, que é o da
camada melódica, onde se encontram os segmentos.

Segundo a abordagem métrica, entretanto, entre os segmentos e o nó silábico, há outros


constituintes, como ataque e rima. Para esta proposta, portanto, a sílaba apresenta uma
estrutura interna. Entre os autores que defendem essa análise, estão Selkirk (1982) e
Harris (1983).

O pressuposto de que a sílaba possui estrutura interna apóia-se no fato de que parece haver
uma relação mais estreita entre os segmentos que compõem a rima do que entre estes e
os segmentos que constituem o ataque. Selkirk (1982) e Harris (1983) analisam a estrutura
da rima de maneiras diferentes. Para Selkirk, a rima apresenta uma divisão entre núcleo
e coda, enquanto Harris afirma que não há evidências para esta divisão. Conforme a
proposta do autor, em uma rima com mais de dois segmentos, como na primeira sílaba de
perspectiva, a rima cria uma estrutura recursiva, pois, segundo Harris, os constituintes
silábicos são binários.

Harris (1983) analisa vários processos fonológicos que, segundo o autor, poderiam ser
mais bem explicados se a noção de constituintes subsilábicos fosse introduzida na
formulação de suas regras. Um exemplo é o processo de velarização que ocorre no
espanhol: um segmento nasal realiza-se como velar quando em posição de rima (cantan
→ ca[ŋ]ta[ŋ] ‘cantam’). Harris (1983, p. 47)
Ataque

MATEUS, FALÉ E FREITAS (2005:248) afirmam que “ o constituinte Ataque pode não
estar segmentalmente preenchido”. Existem dois tipos de Ataques: Ataque ramificado e
Ataque não ramificado, este último que se divide em simples e vazio.

O Ataque pode dominar uma consoante, duas consoantes ou pode ainda não estar
segmentalmente preenchido.

Assim, o ataque pode ser de três tipos:

 Ataque vazio: não é segmentalmente preenchido


 Ataque simples: é preenchido por uma consoante,
 Ataque ramificado/complexo: épreenchido por mais do que uma consoante.

Os Ataques simples são preenchidos por qualquer consoante fonológica do português,


como mostram os trabalhos de Mateus (1997), Cagilari (1997), Duarte (2001), Mateus
(2001), e Vigário & Falé (1994).

Depois de tratarmos do ataque, o constituinte silábico que será mais abordado ao longo
deste trabalho em virtude da sua complexidade na separação dos seus componentes por
parte de falante do português em Moçambique.

Rima
A Rima é o único constituinte não terminal, que domina os constituintes terminais:
Núcleo e Coda.

A Rima pode ser de dois tipos:

i. Rima não ramificada: é constituída apenas pelo núcleo.

ii. Rima ramificada: é constituída por um núcleo seguida de uma consoante em Coda.
Representação em Arvore

Núcleo
A presença do Núcleo implica a presença da Rima, ou seja, a presença de um Núcleo é

responsável pela presença de uma sílaba. O Núcleo pode ser de dois tipos:

i. Núcleo não ramificado: é preenchido por uma vogal.

ii. Núcleo ramificado: é preenchido por uma vogal e por uma semivogal.

Representação em Arvore
O tratamento que este constituinte silábico recebe nos falante do PM é também deficitário
sobretudo quando se encontra ramificado, como acabámos de apontar. Nas redacções dos
nossos alunos, sempre que ocorrer a ramificação deste elemento da silábico, os mesmos
enfrentam dificuldade sobretudo no caso de alguns ditongos decrescentes, como veremos
na análise de dados a partir de alguns extractos de textos recolhidos.

Coda
Coda domina as consoantes que ocorrem à direita do núcleo. Ela pode ser de dois tipos:

(i) Coda não ramificada: é preenchida por uma consoante.


(ii) (ii) Coda ramificada: é preenchida por mais do que uma consoante.

Representação em árvore
Conclusão

Em termos globais, e tendo em conta o registado na literatura para o desenvolvimento


fonológico e os resultados obtidos neste trabalho, parece ser possível falar de uma
interacção entre desenvolvimento fonológico e consciência fonológica, no que diz
respeito ao processamento do constituinte Ataque em início de palavra, dado ter-se
verificado que o sucesso na prova de segmentação está relacionado com a complexidade
silábica do constituinte Ataque: palavras com Ataque não ramificado em posição inicial
de palavra são segmentadas mais facilmente e obtêm valores mais baixos de tempo de
reacção do que palavras com Ataque ramificado em posição inicial.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Cole, D. (1955). An Introductin to Tswa Grammar. Longman. London.

Crystal, D. 1990. Dictionary of Linguistics and Phonetics. Oxford: Basil Blackwell.

Dicionário Universal Mais Gramática (2002). Maputo: Moçambique Editora, Lda

Da Silva, I.(2005). Contributos para o ensino da escrita: A materilidade da escrita em


textos de alunos do 3.º ciclo do Ensino Básico. 1ª edição. ASA, Editores.

Da Silava, L. (2008). Alguns Aspectos Correntes da Educação Bilingue. In Folha de

Linguística da UEM. Maputo.

Você também pode gostar