Você está na página 1de 9

1.

Introdução

Neste presente trabalho da cadeira de Sociologia Jurídica, iremos abordar o tema


‘’Positivação do Direito’’.

A positivação do Direito significa que as normas jurídicas são criadas de modo


específico em detrimentode outros.

De modo genérico podemos reconhecer 3 (três) modos pela qual a norma é a criada:
revelação, costume e positivação. O direito contemporâneo tornou-se positivo
recentemente. Um marco deste desta passagem é a revolução francesa, que traz a noção
de que o poder jurídico emana do povo, sendo exercido por representantes e pelo
Estado. O direito após a revolução francesa tornou-se um direito criado pela força de
decisões estatais (a lei e a sentença de modo direito; o contrato de modo indirecto).

1
2.Positivismo

O positivismo é uma corrente filosófica do século XIX, fundada pelo filósofo Auguste
Comteque aposta na ordem e na ciência para a obtenção de progresso social. O
positivismo é uma corrente teórica inspirada no ideal de progresso contínuo da
humanidade. O pensamento positivista postula a existência de uma marcha contínua e
progressiva e que a humanidade tende a progredir constantemente.

O estágio em que a humanidade encontrava-se era o de maior evolução, segundo a Lei


dos Três Estados, de Comte, que estabelece três classificações distintas: o estado
teológico (primeiro e menos desenvolvido), o estado metafísico (segundo e
intermediário) e o estado positivo (último e melhor). O estado positivo ocorreu, segundo
Comte, a partir do momento em que a humanidade passou a priorizar a ciência como
fonte do saber confiável

3. Características do positivismo

3.1 Doutrina filosófica baseada em teorias e leis

A aspiração mais remota do positivismo encontra-se no movimento iluminista,


fortemente admirado por Comte. Apoiador da Revolução Francesa, Auguste Comte era
favorável ao pensamento republicano, mas acreditava que o caos e a anarquia,
predominantes em alguns períodos da revolução e pós-revolução, eram empecilhos para
a marcha acelerada do progresso.

3.2 Doutrina sociológica

Antes de tudo, o positivismo era uma doutrina sociológica que se baseava na Lei dos
Três Estados. A Ciência Social estaria no último e mais avançado estágio de
desenvolvimento da humanidade, acompanhada da Biologia. Isso conferiu ao
positivismo o estatuto de doutrina fortemente ancorada no pensamento científico.

3.4 Doutrina política

A ordem, o rigor e o empenho pela organização são características fundamentais para a


doutrina positivista. Aposta nas ciências e na industrialização

2
O pensamento positivista garante que o progresso da humanidade, além de intimamente
ligado às ciências positivas, está também relacionado com o impulsionamento da
industrialização e da tecnologia.

3.5 Religião positiva

Com a superação do período teológico e das religiões baseadas nos mitos e na


existência de um mundo sobrenatural, Comte afirmou a necessidade de uma nova
espécie de religião, baseada não em algo acima da natureza, mas na própria natureza e
na capacidade humana de desvendar os mistérios dessa natureza por meio da ciência.
Grosso modo, podemos dizer que, na religião positiva, a figura de Deus é substituída
pela ciência.

4.Positivação do Direito

O direito contemporâneo, típico das sociedades capitalistas, transformou-se em uma


tecnologia de resolução de conflitos com um mínimo de perturbação social. Seu
elemento fundamental é a norma jurídica positiva, revestida da forma da lei, contrato e
sentença.

A ideia de direito positivo significa que as normas jurídicas são criadas de um modo
específico, em detrimentos e outros. De modo genérico, podemos reconhecer três modos
pelos quais uma norma é criada: revelação, costume ou positivação.

 As normas reveladas são aquelas cuja autoridade se atribui a um ser divino e, no


mais das vezes, transcendente, que escolheria algumas pessoas a quem transmiti-
las (revela-las).

 As normas costumeiras são criadas pela força de hábitos sociais reiterados, não
se podendo identificar uma vontade que as estabelecem.

 Por fim, as normas positivas são aquelas criadas por forca de uma decisão,
individual ou colectiva.

O direito contemporâneo tornou-se positivo recentemente. Um marco dessa passagem


é a revolução francesa, que traz a noção de que o poder político emana do povo. Sendo
exercido por representantes e pelo Estado. A manifestação máxima desse poder é a

3
norma jurídica, especialmente na forma da lei, mas também na forma de contratos e
sentenças.

O direito após revolução francesa, é um direito criado por força de decisões estatais (a
lei e a sentença, de modo directo; e o contrato de modo indirecto). Ele tornou-se
positivo, portanto, cumpre notar que cada nova decisão cria uma nova norma jurídica
(positiva), para ser aceite, deve derivar de outras decisões que criaram previamente
outras normas jurídicas, as quais conferem autoridade para tal criação.

Falar do Direito positivo significa falar de uma teia de decisões que são pressupostas
para a positivação de uma nova norma. Assim, para que o juiz possa criar uma sentença,
antes já foram tomadas decisões que criaram as leis que lhe deram competência e
fundamentos; tais leis, por outro lado, pressupõem outras decisões que criaram outras
normas que possibilitam sua existência.

O fenómeno jurídico transformou-se numa constante produção de decisões que criaram


normas. Podemos, inclusive, afirmar que esse direito transformou-se de uma praxis em
uma poiesis.

Aristóteles classificou a acção humana com os termos acima, adoptando o critério de


analisar o resultado ou o fim dessa acção.A praxis é aquela modalidade de acção cujo
resultado é um “bem” (no sentido valorativo do termo). A poieses é aquela modalidade
de acção cujo resultado é um produto, elaborado durante a acção.

Se um conjunto de alunos se reúne para reivindicar, por meio de um abaixo-assinado,


um direito da sala, essa acção não tem como resultado o documento em si, mas a busca
de um “bem” por meio desse instrumento. Trata-se de praxis.

Quando uma pessoa resolve fazer um bolo, o resultado da sua acção é o alimento
finalizado, trata-se, portanto, de poieses.

A classificação aristotélica da praxis também especifica um “bem” buscado pela acção.


Quando se um bem individual, ele chama a acção de ética; quando se busca um bem
colectivo, a acção é chamada de política. O direito corresponderia às normas derivadas
da acção política que especificam, limitam, o espaço ético de cada individuo, dentro da
cidade. Seria portanto, uma modalidade de praxis.

4
Com a positivação do direito, ele transformou-se-ia, hoje, em uma poieses. A acção
jurídica realizada pelo profissional do direito deixa de preocupar-se, fundamentalmente,
com o “bem”, e passa a centra-se no processo de produção das decisões que criam as
normas.

Pensando no exemplo do baixo assinado, imaginemos uma situação em que uma sala de
aula se especializasse na elaboração desses documentos. Toda a turma passaria a fazer,
imprimir e distribuir textos de baixo assinado para outras salas de aula. Para essa turma,
o documento em si transformar-se-ia no objectivo da sua acção; essa acção, portanto de
praxis tornar-se-ia poieses.Pois é exactamente isso que ocorreu com o direito. Os
profissionais especializaram-se de tal modo na elaboração das chamadas “peças
processuais, que sua actividade quotidiana pode ser reduzida à mecânica produção
desses documentos.

Se voltarmos a praxis da antiguidade, notaremos que havia uma condição absoluta para
que um ser humano a praticasse: ele deveria ser minimamente virtuoso.

A acção fundamental da praxis é a política, somente as pessoas mais virtuosas de uma


cidade podem participar dessa acção e, por consequência, criar o direito. Conforme o
regime de governo, modifica-se a abrangência de pessoas virtuosas:

 Democracia (com abrangência máxima, pois considerava-se que todos os


cidadãos, cerca de 10 a 20 o/o das pessoas de uma cidade, eram virtuosos o
suficiente para participarem da política);
 Aristocracia (somente alguns cidadãos são virtuosos o suficiente);
 Monarquia (apenas uma pessoa possui virtudes suficientes para criar as normas).

Na antiguidade grega, o cidadão que participava da criação do direito e das dicções


públicas que condenavam ou absolviam os acusados era necessariamente, uma pessoa
virtuosa, hoje não há essa necessidade.

O direito contemporâneo transformou-se na tecnologia que permite a produção das


decisões que criam as normas jurídicas (leis, contratos e sentenças, para falar de modo
geral). É incrível notar que os profissionais do direito preocupam-se apenas com o
domínio dessa tecnologia, pretendendo manusear os ingredientes e os procedimentos
que permitem a criação do direito, sem buscar os significados do “bem” jurídico.

5
A maioria dos escritórios de advocacia converte-se em uma fábrica de peças
processuais. Os advogados e seus estagiários passam os dias redigindo tais documentos
e os conduzidos até o processo. Este, por sua vez, transforma-se em uma linha de
montagem da qual participam outros profissionais e que termina na produção concreta
de uma sentença.

Em última instância os profissionais do direicalto (advogados, juízes e promotores)


convertem-se em técnicos que adaptam os modelos de petições, contestações recursos e
sentenças, aos casos concretos, numa actividade nem sempre é realizada com a devida
atenção, devido muitas vezes, ao desinteresse decorrente do seu carácter repetitivo e ao
volume excessivo de trabalho.

O direito convertido em tecnologia é estudado e manipulado por uma ciência diferente


daquela que lidava com direito em outras sociedades. Enquanto o direito na antiguidade,
podia ser considerado uma actividade que buscava a conversão do “bem” comum no
espaço ético da acção, seu estudo era uma investigação filosófica dessa noção de “bem”.

A identificação entre direito e poder está na raiz da positivação do direito e da


construção do Estado Moderno.

Thomas Hobbes representa a matriz de um pensamento que identifica direito e poder e


faz do direito um instrumento de gestão governamental, criado ou conhecido por uma
vontade estatal soberana, e não pela razão dos indivíduos ou pela prática da sociedade.

6
5.Conclusão

Neste trabalho compreendemos a varios aspectos relacionados com o positivismo.

A ideia de direito positivo significa que as normas jurídicas são criadas de um modo
específico, em detrimentos e outros

O positivismo surgiu com Auguste Comte, no século XIX,era uma teoria política, moral
e filosófica,baseava-se na ciência e na ordem social, a disciplina, rigor e ordem eram
necessários para o crescimento moral e social.

7
6. BIBLIOGRAFIA

FERRAZ JUNIOR, Tercio Sampai. Introdução ao estudo do Direito- Técnica, decisão


e dominação. 4a edição. São Paulo: Atlas, 2003.

FERRAZ, Adriano de Assis. Linha de montagem judicial.

GARCIA, Wande, FLUMINIAN, Renan. Super-revisão para cursos jurídicos: Doutrina


Completa. 4a ed. Indaiatuba: Editora.

8
Índice
1. Introdução ..................................................................................................................... 1

2.Positivismo .................................................................................................................... 2

3. Características do positivismo ...................................................................................... 2

3.1 Doutrina filosófica baseada em teorias e leis ............................................................. 2

3.2 Doutrina sociológica ................................................................................................... 2

3.4 Doutrina política ......................................................................................................... 2

3.5 Religião positiva ......................................................................................................... 3

4.Positivação do Direito ................................................................................................... 3

5.Conclusão ...................................................................................................................... 7

6. Bibliografia ................................................................................................................... 8

Você também pode gostar