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Manuseio de Produtos Perigosos – Explosivos - Fábrica

PNR-000022, Rev.: 00-08/01/2021


Diretoria Emitente: Diretoria de Gestão de Ativos
Área: Gerencia Executiva de Infraestruturas e Superestruturas
Responsável Técnico: Milena Ribas Matrícula: 81013422
Aprovado por: Gerente Executivo Tito Lívio Cardoso Matrícula: 01703082
Público Alvo: 1ª Linha de Defesa
Necessita de Treinamento: (x) SIM () NÃO

SUMÁRIO

1 OBJETIVO ....................................................................................................... 2
2 APLICAÇÕES ................................................................................................. 3
2.1 Aplicabilidade ............................................................................................................. 3
2.2 Exclusões .................................................................................................................... 3
2.3 Disclaimer.................................................................................................................... 4
3 DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA ................................................................ 4
3.1 Referências Internas .................................................................................................. 4
3.2 Normas ........................................................................................................................ 5
3.3 Referências Complementares ................................................................................... 6
4 DEFINIÇÕES ................................................................................................... 6
4.1 Termos ......................................................................................................................... 6
4.2 Siglas e Abreviações .................................................................................................. 7
5 BOWTIE SÍNTESE .......................................................................................... 7
6 REQUISITOS ................................................................................................... 7
6.1 Requisitos Gerais ....................................................................................................... 7
6.1.1 Geral......................................................................................................................... 7
6.1.2 Classe do Ativo ...................................................................................................... 20
6.1.3 Gestão da Documentação ...................................................................................... 20
6.1.4 Análise de Riscos ................................................................................................... 20
6.1.5 Análise de Incidentes ............................................................................................. 22
6.1.6 Gestão de Mudanças ............................................................................................. 22
6.2 Requisitos de Projeto ............................................................................................... 22
6.3 Requisitos de Construção, Montagem e Comissionamento ................................. 23
6.3.1 Construção e Montagem ........................................................................................ 24
6.3.2 Comissionamento ................................................................................................... 24
6.4 Requisitos de Operação e Manutenção .................................................................. 26
6.4.1 Operação................................................................................................................ 28
6.4.2 Manutenção............................................................................................................ 34
6.5 Requisitos de Descomissionamento ...................................................................... 37

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6.6 Revisão Independente .............................................................................................. 38
6.7 Suprimentos e Serviços ........................................................................................... 39
7 CONTROLE CRÍTICO ...................................................................................39
8 INDICADORES ..............................................................................................40
9 CAPACITAÇÃO TÉCNICA ...........................................................................40
10 CHECK – LISTA DE VERIFICAÇÃO............................................................40
11 EQUIPE TÉCNICA – ELABORAÇÃO DO PADRÃO ...................................40
12 APÊNDICES ..................................................................................................41
13 HISTÓRICO DE REVISÃO............................................................................41

Resultados Esperados:

✓ Melhoria contínua da Segurança e Integridade dos Ativos da Vale em todo seu Ciclo
de Vida;

✓ Minimizar a probabilidade de ocorrências e de impactos pessoais, ambientais e


materiais.

1 OBJETIVO
Estabelecer requisitos mínimos necessários para garantir a segurança das plantas de
fabricação de emulsão e ANFO na Vale, resguardando colaboradores, comunidades, meio
ambiente e a integridade dos ativos da empresa, prevenindo e / ou mitigando MUE’s (Material
Unwanted Events), conforme apresentados na Tabela 1. As principais consequências destas
MUEs são: incêndio e / ou explosão atingindo instalações e pessoas, mistura de incompatíveis
no sistema de drenagem (potencial incêndio / explosão), vazamento de produtos com potencial
de ignição e incêndio, contaminação ambiental, efeito dominó gerando explosão da fábrica e
emulsão / ANFO fora de especificação gerando detonação ausente / parcial no desmonte de
rochas ou emissão de gases tóxicos (gases nitrosos).

Tabela 1 - Evento Material Indesejado (MUE)

Item Eventos Materiais Indesejados (MUE)

MUE01 Ignição em sistema de armazenamento / transferência de Nitrato de Amônio ou


áreas de descarte

MUE02 Ignição em sistema de transferência / armazenamento de ANFO

MUE03 Terrorismo / Sabotagem / Roubos

MUE04 Explosão em sistemas de armazenamento / transferência de ANSOL ou Emulsão

MUE05 Explosivo produzido fora de especificação

MUE06 Vazamento de produtos químicos líquidos (Óleos, Emulsão, ANSOL)

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2 APLICAÇÕES
2.1 Aplicabilidade

Este padrão aplica-se às plantas de fabricação de emulsão e ANFO dentro do perímetro da


Vale, durante o ciclo de vida destes ativos, com etapas de projeto, construção,
comissionamento, operação, manutenção e descomissionamento.

O escopo está limitado ao perímetro da fábrica e tudo o que integra o funcionamento dela, como
apresentado na Figura 1, desde o recebimento e armazenamento de insumos para produção
passando pelos sistemas de transferência / bombeamento, processamento chegando até o
armazenamento dos produtos e carregamento dos caminhões para o uso final. Todos os
sistemas auxiliares à produção como controle de acesso, suporte administrativo, oficina de
manutenção, laboratório de qualidade, área de lavagem de caminhão e área de material de
descarte fazem parte do complexo da fábrica. Estes elementos estão interligados com requisitos
quanto a distribuição espacial, controle de qualidade, sistema de drenagem, sistema de
proteção e combate a incêndio (SPCI) e sistema de proteção a descargas atmosféricas (SPDA).

Figura 1 - Diagrama descritivo do escopo

2.2 Exclusões

Esse padrão não se aplica a fábricas de emulsão e ANFO externas ao perímetro da Vale, a
depósitos de armazenamento de Nitrato de Amônio (NA), que é assunto do PNR Manuseio de
Produtos Perigosos – Explosivos - Paiol, à produção dos produtos em campo por MMUs e
UMBs, que é assunto específico do PNR 000060 – Manuseio de Produtos Perigosos –
Explosivos – Aplicação e remoção de cargas.

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2.3 Disclaimer

Os requisitos identificados pelo prefixo [PR] são aplicáveis exclusivamente a novos Projetos,
Greenfields e Brownfields, bem como na Aquisição de Componentes de Reposição.

O presente Padrão Normativo contém as orientações e requisitos mínimos de segurança e


integridade que devem ser aplicados no desempenho das atividades na [Vale S.A. e/ou
controladas], pertinentes ao tema tratado pela presente norma, tomando por base as
melhores práticas e técnicas da indústria. Além das orientações contidas no presente
documento, deve ser atendida a legislação do local no qual está sendo desempenhada a
função, além de eventuais regulamentações específicas sobre o tema tratado no presente
instrumento, devendo prevalecer e ser adotada sempre a conduta mais rigorosa.

A aplicação deste padrão não elimina a necessidade de análise e avaliação de engenharia


por profissionais habilitados que devem estabelecer requisitos adicionais sempre que
necessário para assegurar a integridade e segurança das pessoas, propriedades e meio
ambiente.

Em caso de dúvidas na execução da presente norma, o executor deve contatar a 2ª Linha


de Defesa Especialista. Conforme Norma de Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
(“NFN-0001”) da Vale, a revisão ou revogação deste Padrão Normativo é exclusivamente
aprovada pela 2ª Linha de Defesa Especialista, sendo vedada qualquer alteração em seu
conteúdo pelas demais áreas da Vale.

3 DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para
referências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas,
aplicam-se as edições mais recentes do referido documento (incluindo emendas).

3.1 Referências Internas

Vale
- NFN-00001 - Norma de Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
- POL 00009 - Política de Gestão de Riscos
- PNR-000003 - Diretrizes Básicas de Operação e Manutenção
- PNR-000006 – Método de Verificação das Diretrizes Básicas de Operação e de
Manutenção
- PNR-000012 - Manual de Indicadores Vale
- PNR-000015 – Sistemas de Proteção e Combate a Incêndio (SPCI) - Geral
- PNR-000016 – Sistemas de Proteção e Combate a Incêndio (SPCI) - Tanques - Líquidos
Inflamáveis / Combustíveis
- PNR-000023 - Sistemas de Gestão – Revisão Independente
- PNR-000027– Layout de Instalações - Classificação de Áreas – Atmosferas Explosivas
- PNR-000031 – Diretrizes para Permissão de Trabalho Seguro
- PNR-000033 - Identificação de Perigos e Análise de Riscos para Eventos Materiais
Indesejados (MUE)
- PNR-000039 - Processos e Padronização Vale
- PNR-000041 – Sistemas de Detecção e Alarme – Incêndio e Gás
- PNR-000044 - Classificação de Ativos e Diretrizes para a Estratégia de Manutenção

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- PNR-000051 – Sistemas Elétricos - Geral - Energia Incidente
- PNR 000052 – Sistemas Elétricos – Geral – Aterramento/SPDA
- PNR-000060 – Manuseio de Produtos Perigosos – Explosivos – Aplicação e Remoção de
Cargas
- PNR-000061 – Manuseio de Produtos Perigosos – Combustíveis Líquidos – Tancagem
- PNR-000066 – Gerenciamento de Resposta à Emergência
- PNR-000069 – Requisitos de Atividades Críticas – RAC
- PNR Diretrizes Básicas de Ativos (DBA)
- PNR Gestão de Mudanças.

Nota: Para uma visão geral do escopo da Gestão de Ativos e demais PNRs da área, acessar o
Portal da Gestão de Ativos, no Menu PNRs > estruturação dos PNRs da Gestão de Ativos. O
Portal da Gestão de Gestão de Ativos é acessado pela Intranet Vale.

3.2 Normas

Australian Explosives Industry Safety Group (AEISG)


- AEISG Australian Explosives Industry and Safety Group Inc. Code of Practice for Storage
and Handling of UN 3375:07/2018.

Canada - Explosives Regulations


- Canadian Explosives Regulatory Division Guidelines for Bulk Explosives Facilities:07/2018
- Guideline for pumping water-base explosives:11/1998

European Fertilizer Manufacture Association (EFMA)


- Guidance for the Storage, Handling and Transportation of solid Fertilizer:04/2007
- Guidance for the Storage of Hot Ammonium Nitrate Solutions:2005

Institute of Makers of Explosives (IME)


- Guidelines for the Pumping of Bulk, Water-Based Explosives:05/2010
- SLP-27 Security in Manufacturing, Transportation, Storage and Use of Commercial
Explosives:03/2019

International Organization for Standardization (ISO)


- ISO 22301:2019 Business Continuity Management Systems
- ISO 45001:2018 Occupational Health and Safety Management Systems
- ISO 9001:2015 Quality Management Systems

National Fire Protection Association (NFPA)


- NFPA 30®:2018 - Flammable and Combustible Liquids Code®.
- NFPA 101®:2018 - Life Safety Code®
- NFPA 400®:2019 - Hazardous Materials Code®
- NFPA 495®:2018 - Explosive Material Code®

Occupational Health and Safety Assessment Series (OHSAS)


- OHSAS 18001:2018 Occupational Health and Safety Management Systems

Occupational Safety and Health Administration (OSHA)


- OSHA Process Safety Management:2016

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SAFEX
- Good Practices for Controlling Foreign Bodies in Explosives:2008
- Good Practice Guide for Storage of Solid Technical Grade Ammonium Nitrate:03/2014
- Hazards in Emulsion Explosives Manufacture and Handling:08/2008

U.S. Department of Energy


- DOE Standard Explosive Safety DOE-STD-1212:2012

USA – Department of Defense


- USA DoD Manual 4145.26 Department of Defense Contractor’s Safety Manual For
Ammunition and Explosives:08/2018

USA – Department of Defense


- USA DoD Manual 4145.26 Department of Defense Contractor’s Safety Manual For
Ammunition and Explosives:08/2018

3.3 Referências Complementares

Não aplicável.

4 DEFINIÇÕES
4.1 Termos

Descontaminação: Uma descontaminação significa remover, limpar ou purgar completamente


uma substância explosiva de um edifício, sala, área, veículo, equipamento ou recipiente.
Designação EE: Uma unidade com alimentação elétrica que tem seus motores elétricos e
todos os demais componentes elétricos completamente enclausurados.
Heel: Um Heel se refere à quantidade de produto explosivo ou matéria-prima deixada na
unidade móvel de processo que não pode ser removida por bombeamento ou trado (observe
que o funcionamento da bomba a seco deve ser evitado).
Limpo: O termo “limpo” significa livre de excesso de graxa, óleo ou pó de carvão na parte
externa do veículo ou no compartimento do motor, ou derramamentos de explosivos ou poeira
AN na parte externa, de modo que qualquer risco de incêndio seja reduzido. Não significa
poeira, lama ou sujeira. No entanto, as placas de sinalização de segurança de produtos
perigosos devem ser visíveis.
MMU: Mobile Manufacturing Unit. Caminhão desenvolvido para realizar múltiplas misturas para
produzir ANFO e ANFO Pesado (Heavy ANFO) e bombear ou despejar esses produtos por meio
de rosca transportadora diretamente nos furos, em operações de desmonte de rocha.
NA Prill: Agregado poroso de nitrato de amônio
Trabalho a quente: Trabalho de manutenção realizado em equipamentos ou instalações dentro
da planta ou na área externa com potencial para gerar calor suficiente para iniciar um incêndio
ou explosão de qualquer material inflamável, combustível ou explosivo que esteja presente no
local.
UMB: Unidade Móvel de Bombeamento. Caminhão desenvolvido para o transporte e aplicação
de emulsão oxidante e aditivo de gaseificação.

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Nota: Para outros termos observar demais referências internas no capítulo 3.1 Referências
Internas.

4.2 Siglas e Abreviações

ANFO – Ammonium Nitrate Fuel Oil – Nitrato de Amônio e Óleo Diesel.


ANSOL – Ammonium Nitrate Solution – Solução de Nitrato de Amônio
HAZOP – Hazards and Operability Studies
ITM – Inspeção, Teste e Manutenção
NA – Nitrato de Amônio
NOx – Gases nitrosos.
PAE – Plano de Atendimento a Emergência
P&ID – Piping & Instrumentation Diagram - Diagrama de tubulações e instrumentação

5 BOWTIE SÍNTESE
Os requisitos presentes neste padrão endereçam as barreiras/controles preventivos e
mitigatórios para os modos de falha e MUEs apresentados no APÊNDICE II – Bowtie Síntese.

6 REQUISITOS
6.1 Requisitos Gerais

Os requisitos descritos neste item aplicam-se a todo o ciclo de vida do ativo. Requisitos
referentes a etapas específicas do ciclo estarão descritos mais adiante, em seus respectivos
itens.

6.1.1 Geral

i. A fabricação de qualquer material explosivo é proibida, a menos que tal fabricação seja
autorizada por licença do órgão competente da legislação local.

ii. A fabricação de materiais explosivos é proibida onde apresentar um risco indevido à vida
ou à propriedade. Uma análise de risco deve ser conduzida segundo os requisitos
listados em 6.1.4.

iii. Após a obtenção da licença de fabricação a empresa deve manter registro de todas as
transações ou operações envolvendo materiais explosivos, esse registro deve ser
mantido conforme período determinado em legislação local, não podendo ser inferior a 5
anos.

iv. Antes da fabricação ou teste de explosivos e agentes explosivos, a autoridade com


jurisdição deve receber as seguintes informações, conforme legislação local em vigor:

a. A localização exata do local de fabricação ou teste;


b. O tipo e o peso líquido do explosivo ou agentes de detonação a serem fabricados
ou testados e a classificação em processo dos materiais a serem usados;

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c. Uma planta baixa das instalações operacionais com os edifícios operacionais,
indicando os que terão mais de 0,45 kg de explosivos a ser fabricado, usado,
testado ou armazenado;
d. Uma planta baixa dimensionada de modo a retratar com precisão o tamanho de
cada edifício operacional e sua localização em relação a barricadas, depósitos,
delimitação de propriedades, edifícios habitados e rotas de transporte público;
e. Informações de avaliações de risco.
v. A revisão de segurança pré-partida (PSSR – Pre Startup Safety Review) deve ser
realizada para instalações novas, instalações que tenham sido modificadas e instalações
nas quais tenha ocorrido uma parada de emergência com intervenção. A revisão pré-
partida deve:

a. Ser realizada antes da liberação das instalações para operação e definir


recomendações que deverão ser atendidas para que a instalação seja liberada;
b. Ser realizada por uma equipe multidisciplinar que esteja familiarizada com as
necessidades operacionais, mecânicas, técnicas, de projeto e de segurança da
instalação;
c. Incluir uma avaliação específica dos aspectos do gerenciamento de segurança do
processo, que sejam relevantes para a operação e manutenção, e uma inspeção
física da instalação;
d. Ser precedida de “check-lists” específico (APÊNDICE V – Checklist Pré-Partida)
e deve documentar suas recomendações, definindo itens que deverão ser
completados antes da colocação da instalação em operação e itens que deverão
ser completados após a partida, bem como os responsáveis pelo atendimento das
recomendações.

6.1.1.1 Segurança patrimonial

i. Deve ser implementado um Plano de Segurança Empresarial local, considerando uma


avaliação de riscos da área da fábrica.

ii. As avaliações de risco de Segurança Empresarial devem ser realizadas por pessoas com
experiência e conhecimento relevantes do local, analisando o histórico de incidentes de
segurança ocorridos nos ativos da Vale, as lições aprendidas, o ambiente local e as
regulamentações aplicáveis.

iii. As ameaças à Segurança Empresarial e as medidas de controle identificadas devem ser


revisadas periodicamente e sempre que novas ameaças potenciais ou mudanças
significativas nos riscos forem detectadas.

iv. Onde explosivos são fabricados em locais permanentes, as instalações devem ser
fechadas por cercas com portões que possam ser trancados. O número de portões de
acesso deve ser o mínimo necessário para as operações.

v. Todo o perímetro deve ser iluminado durante o período noturno. O uso de tecnologia
deve complementar e tornar a segurança altamente eficaz pelo uso de televisão em
circuito fechado (CFTV) e câmeras de vigilância por vídeo instaladas em posições

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estratégicas. A quantidade de câmeras deve ser compatível com as necessidades e o
tamanho da planta. O uso de drones deve ser considerado.

vi. É indispensável a boa comunicação via rádio e telefone.

vii. Armas de fogo ou outras armas potenciais não são permitidas nas instalações.

viii. Deve ser fixado na entrada da planta o número máximo de pessoas permitidas a estar
presentes dentro do perímetro.

ix. A entrada na instalação deve ser restrita e controlada apenas por aqueles autorizados a
ter acesso, não ultrapassando o limite máximo permitido.

x. Deve ser controlado o acesso de pessoas e veículos no portão de entrada do perímetro,


disponíveis 24 horas.

xi. As entradas devem ter um portão ou outra barreira que exija a parada do veículo.

xii. O terreno dentro de 3,05 m de qualquer cerca ou portão deve ser mantido desobstruído
para aumentar o campo de visão

xiii. No caso de interrupção do fornecimento de energia um gerador auxiliar deve ser utilizado
para manter operativos todos os sistemas indispensáveis à vigilância da planta.

6.1.1.2 Plano de Atendimento à Emergência e Plano de Gerenciamento de Crise

i. O Plano de Atendimento à Emergência (PAE) deve ser desenvolvido em conformidade


ao PNR-000066 – Gerenciamento de Resposta à Emergência.

ii. Todo princípio de incêndio nas proximidades de NA, ANFO ou emulsão devem ser
comunicados e combatidos imediatamente com todos os meios disponíveis para evitar
que atinjam os produtos perigosos da planta (NA, ANFO ou emulsão), por exemplo: fogo
em veículos, motores elétricos, recipientes de lixo. Porém, se o incêndio estiver fora de
controle atingir e envolver os produtos, ou se o incêndio for tão grande que não possa
ser extinto com o equipamento disponível no local, o pessoal envolvido deve evacuar a
área para o ponto de encontro. Não se combate fogo que tenha atingido Nitrato de
Amônio, ANFO ou Emulsão.

iii. Os cenários de incêndios abrangidos pelo PAE devem incluir, mas não se limitar a:

a. Incêndios elétricos na planta de processo;


b. Em equipamentos de processo;
c. Caminhões de suprimento de matérias primas;
d. Nas áreas de armazenamento;
e. Em veículos nas proximidades ou sob os tanques de armazenagem de emulsão;
f. Fogo não controlado em MMU/UMB;
g. Na vegetação, ao redor do limite da cerca da fábrica.

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iv. As autoridades locais (por exemplo: Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Polícia Militar)
devem ser comunicadas sobre a iminência de um acidente envolvendo explosivos que
pode afetar a comunidade vizinha e requeira sua evacuação.

v. Deverá ser desenvolvido e implementado o Plano de Gerenciamento de Crise (PGC),


com o objetivo de conjugar ações internas, de maneira sistematizada, que evitem,
previnam e / ou minimizem os efeitos e repercussões à imagem e reputação da Vale
derivada de uma crise.

vi. Deverá ser desenvolvido e implementado um Plano de Continuidade de Negócios - PCN,


para garantir que os serviços essenciais à operação da mina sejam devidamente
identificados e preservados após a ocorrência de um desastre, e até o retorno à situação
normal de funcionamento dentro do contexto do negócio da Vale.

vii. O Plano de Gerenciamento de Crise e Plano de Continuidade do Negócio devem


considerar os cenários com severidade moderada, grave, crítico e muito crítico
determinados pelas análises de risco da planta, incluindo:

a. Incêndio e explosão em fábricas de ANFO e Emulsão, com múltiplas fatalidades


e feridos, para empregados da Vale, contratados e membros da comunidade
vizinha;
b. Vazamento de produtos químicos causando dano ambiental dentro e fora dos
limites das instalações da Vale;
c. Roubo de explosivos;
d. Emissão de gases tóxicos afetando a comunidade vizinha.
viii. Para os cenários com severidade crítica e muito crítica, deverão ser estabelecidos
protocolos de gestão de crise.

ix. O PGC para gestão de crise deve incluir:

a. Os objetivos e a prioridade da resposta;


b. A abrangência do PGC (se está no nível local ou corporativo);
c. Os cenários de riscos com severidade moderada, grave, crítica e muito crítica
aplicáveis ao escopo do PGC;
d. A estrutura organizacional do comitê de crise, incluindo as funções e
responsabilidades de cada membro;
e. Procedimento para notificação e acionamento do comitê;
f. Aspectos norteadores para avaliação e classificação do nível de crise,
complementar a tabela de severidade dos eventos presentes da NFN-00001 –
Norma de Planejamento, Desenvolvimento e Gestão;
g. Processo de planejamento e gestão da crise;
h. Protocolos de comunicação e monitoramento;
i. Documentos e formulários de apoio;
j. Recursos e instalações;

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k. Protocolos para cenários críticos e muito críticos, contendo as principais diretrizes
e ações para cada membro do comitê;
l. Critérios para desmobilização do comitê;
m. Diretrizes para treinamento de pessoal e exercícios de resposta;
n. Apêndices contendo minimamente:
• Lista de contatos;
• Protocolo geral de gerenciamento de crise, incluindo Checklist de
atribuições gerais para cada membro do Comitê;
• Protocolos específicos para eventos Moderados, Graves, Críticos e Muito
Críticos;
• Plano de Comunicação (conforme Manual de Comunicação em Crise
Corporativo);
• Programa Anual de Treinamentos e Simulados.
x. Quando o incêndio envolve o tanque de armazenagem de emulsão, são geradas grandes
quantidades de fumaça e gases tóxicos e, portanto, a área deve ser evacuada. No caso
de um incêndio não controlado (com uma quantidade substancial de combustível no
tanque de diesel do MMU/UMB) capaz de atingir a emulsão, deve-se assumir que a
emulsão pode explodir.

xi. Quando a emergência envolve incêndio em MMU/UMB, os procedimentos de


emergência existentes na mina devem ser ajustados e considerar a evacuação além do
raio de explosão potencial, ver requisitos do item 6.4 do PNR-000060 – Manuseio de
Produtos Perigosos – Explosivos – Aplicação e Remoção de Cargas.

xii. O PAE deve contemplar ações e recursos necessários para mitigar as consequências de
uma emissão acidental de gases nitrosos para a atmosfera, resultante de incêndio ou
explosão nos locais da planta onde estão armazenados NA, ANFO ou emulsão. O PAE
deve:

a. Considerar a direção predominante dos ventos na região; Mangas de vento


(biruta) devem ser instaladas em pontos chave para que possa ser identificada a
direção do vento;
b. Determinar antecipadamente quais instalações da mina e da comunidade vizinha
podem ser atingidas por nuvens de gases tóxicos (NOx).
xiii. A fábrica deve dispor de meios de comunicação necessários para a comunicação rápida
e eficaz com a segurança da mina em caso de emergência.

xiv. A brigada de emergência deve estar capacitada e treinada para desenvolver as ações
determinadas pelo PAE. Deve-se ter brigadistas em todas as instalações, em todos os
turnos de operação.

xv. Os Pontos de Encontro deverão ser localizados a uma distância segura, definida pelo
PAE com base na tabela de Quantidades e Distâncias, ter como referência a distância
para edificações habitadas, segundo o item 6.1 PNR Layout de Instalações - Critérios
Seguros de Layout.

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xvi. Deve ser instalado sistemas de iluminação de emergência, bem como saídas de
emergência e rotas de fuga dimensionadas e sinalizadas conforme norma de jurisdição
local ou, na sua ausência, conforme o capítulo 42 da NFPA 101.

xvii. O PAE deve orientar os seguintes métodos de limpeza para fuga de ANSOL:

a. Lavar pequenos derramamentos com grandes quantidades de água;


b. Conter grandes derramamentos com areia ou terra, conforme necessário;
c. Deixar o material solidificar e raspar;
d. Recolher e colocar o material em recipientes adequados para reciclagem ou
descarte.

6.1.1.3 Sistema de Proteção e Combate a Incêndios

i. Os sistemas de proteção e combate a incêndio devem estar de acordo com o PNR


000015 – Sistemas de Proteção e Combate a Incêndio (SPCI) – Geral.

ii. No mínimo, os seguintes sistemas de proteção, prevenção e combate a incêndios


deverão ser instalados nas áreas da fábrica:

a. Sistema de hidrantes (linhas manuais) – protegendo áreas internas e externas;


b. Sistemas portáteis de proteção contra incêndio (extintores) – protegendo áreas
internas e externas;
c. Sistemas de detecção e alarme de incêndio e gás (SDAIG), conforme PNR-
000041 - Sistemas de Detecção e Alarme – Incêndio e Gás, com a seguinte
abrangência:
i. sistema de alarme de incêndio acionadores e avisadores audio-visuais –
cobrindo áreas internas e externas;
ii. Sistema de detecção de fumaça e / ou temperatura – cobrindo áreas
internas.
iii. No mínimo, os seguintes sistemas de proteção e combate a incêndio deverão ser
instalados nas edificações com fins de armazenagem de NA e ANFO:

a. Sistema de sprinklers;
b. Sistema de proteção a partir de hidrantes dimensionados para atender tanto os
depósitos de NA e ANFO como suas vizinhanças (fogo em vegetação por
exemplo);
c. Canhões-monitores auto-oscilatórios com possibilidade de acionamento remoto
(válvulas on-off) para atender as vizinhanças dos depósitos de NA e ANFO (fogo
em vegetação por exemplo);
d. Sistema de supressão por água para silos verticais de NA e ANFO com atuação
automática por detecção de temperatura ou atuação por acionamento remoto pela
sala de controle, conforme NFPA-15.
iv. Os sistemas de sprinklers devem ser projetados e instalados de acordo com a NFPA 13,
e o seguinte:

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a. Nitrato de amônio em recipientes não combustíveis ou combustíveis (sacos de
papel ou recipientes não combustíveis com revestimentos combustíveis
removíveis) deve ser classificado como uma mercadoria Classe I;
b. Quando contido em recipientes de plástico, o nitrato de amônio será classificado
como uma mercadoria da Classe II;
c. Quando contido em embalagens de fibra ou recipientes não combustíveis em
embalagens combustíveis, o nitrato de amônio deve ser classificado como uma
mercadoria da Classe III.
v. Os sistemas de detecção e alarme de incêndio e gás (SDAIG) instalados em áreas de
armazenagem de NA e ANFO devem estar de acordo com o PNR-000041 - Sistemas de
Detecção e Alarme – Incêndio e Gás. Em casos nos quais a detecção de incêndio em
depósitos / áreas de processo com aberturas laterais não seja efetiva, devem ser
utilizados sistemas de detecção de fumaça por imagem, ou detecção por câmera
termográfica, ou por amostragem de ar.

vi. Extintores das classes A, B e C devem estar disponíveis na área da planta para combater
princípio de incêndio em veículos, equipamentos, circuitos elétricos, dentre outros, em
conformidade com os requisitos do PNR-000015 – Sistemas de Proteção e Combate a
Incêndio (SPCI) – Geral.

vii. Somente extintores classe A com água pressurizada devem ser utilizados para combate
à princípios de incêndio envolvendo nitrato de amônia, sendo que os extintores de
demais tipos devem conter sinalização proibindo o uso em nitrato de amônia.

viii. Os sistemas de proteção e combate a incêndio em tanques de combustíveis que


alimentam as plantas de ANFO e Emulsão devem obedecer aos requisitos do PNR
000016 - Sistemas de Proteção e Combate a Incêndio (SPCI) – Tanques – Líquidos
Inflamáveis / Combustíveis.

ix. Uma área livre de vegetação de pelo menos 15 m de largura deve ser mantida ao redor
do perímetro da fábrica. No caso em que a vegetação estiver em distância menor e sua
remoção não for permitida por questões ambientais, medidas mitigatórias deverão ser
implementadas conforme avaliação de risco de incêndio, como por exemplo, muros
corta-fogo (não limitado a).

x. Os sistemas de contenção e drenagem devem ser dimensionados considerando as


vazões e volumes de águas residuais geradas em caso de combate a incêndio.

6.1.1.4 Meio ambiente

i. Deve ser implementado um sistema de Gestão de Resíduos Sólidos Perigosos para que
sejam identificados os pontos de geração. O armazenamento de resíduos deve ser
minimizado, com revisão regular e gerenciamento do inventário de resíduos.

ii. A queima de resíduos de explosivos à base de nitrato de amônio deve ser realizada
apenas com as aprovações adequadas de autoridade ambiental, das autoridades
fiscalizadoras e por empresas devidamente licenciadas e aprovadas pelos órgãos de
controle ambiental. Os resíduos devem ser eliminados de acordo com o sistema de
gestão de segurança e proteção da empresa e outros requisitos ambientais e legislativos
aplicáveis e / ou diretrizes.

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6.1.1.5 Layout

i. Os edifícios ou outras instalações utilizadas para a mistura de agentes de detonação


devem estar localizados, entre si e em relação a edifícios habitados, ferrovias de
passageiros e rodovias públicas, de acordo com o item 6.1.6.1 do PNR Layout de
Instalações - Critérios Seguros de Layout.

ii. Critérios de layout para posicionamento de caldeiras, geradores, outras utilidades e


instalações em relação à planta de emulsão / ANFO, à armazenagem de NA, emulsão /
ANFO e armazenamento de combustíveis devem obedecer aos requisitos definidos no
item 6.1.6.1 do PNR Layout de Instalações - Critérios Seguros de Layout.

iii. Barreiras de proteção (como sacos de areia, exemplo, barricada), devem ser
consideradas quando necessário, para atender aos requisitos do item 6.1.6.1 do PNR
Layout de Instalações - Critérios Seguros de Layout.

iv. Postes de proteção ou outros meios aprovados (p.ex. sistema de defensas metálicas –
guard rail, postes de iluminação, balizas, portões de correr) devem ser fornecidos para
proteger áreas e equipamentos de armazenamento, transferência, manuseio e descarte
de produtos perigosos (ex. sistemas com óleo diesel, ANSOL, emulsão, ANFO, etc.) que
estiverem sujeitos a danos por veículos (ex. empilhadeiras) conforme itens 6.2.3.4.i e ii
do PNR-000036 – Manuseio de Produtos Perigosos - Geral.

v. [PR] O local de armazenamento de combustíveis em tanques aéreos deve estar


posicionado em uma altitude mais baixa e distante da armazenagem de nitrato de amônio
e da planta de emulsão, conforme PNR Layout de Instalações - Critérios Seguros de
Layout.

vi. NA denso utilizado na produção de ANSOL e NA poroso utilizado para blendar emulsão
não podem ser armazenados na mesma área. Devem ser estabelecidas áreas distintas,
segregadas e sinalizadas, para evitar troca acidental de um produto pelo outro.

vii. Deve ser proibida a presença de materiais orgânicos na área de armazenagem e


manuseio de NA, como por exemplo: paletes de madeira, óleo, lubrificante, graxa, panos
de limpeza contaminados com óleo, serragem e palha de arroz.

viii. Caso Ácido Acético, Ácido Sulfâmico e outros sejam utilizados na planta, como
componente do processo, então deve-se assegurar a segregação entre o ácido e Nitrato
de Amônio, ANSOL e Emulsão, determinando um local específico, com contenção
secundária e drenagem segregada para o Ácido Acético.

ix. Nitrito de Sódio sólido deve ser armazenado isoladamente segregado de NA e emulsão.
Os seguintes requisitos adicionais também devem ser cumpridos:

a. O depósito de Nitrito de Sódio deve ser identificado e sinalizado para evitar ser
confundido com nitrato de sódio.
b. A segregação também deverá ser realizada entre resíduos de nitrito de sódio e
nitrato de amônio na área de descarte.
c. O sistema de contenção e drenagem de áreas de manuseio de nitrito de sódio
deve ser isolado da contenção e drenagem das áreas de nitrato de amônio.

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d. A abertura de alimentação da solução gaseificante (Nitrito de Sódio) de
MMUs/UMBs devem ter bloqueio físico (adaptador específico) para não permitir
mistura acidental dos materiais durante as operações de carregamento dos
MMUs/UMBs na planta.

6.1.1.6 Instrumentação de Controle e Segurança

i. Para a implantação das camadas instrumentadas de segurança objetivando a redução


do risco de processo, deverá ser atendido os requisitos do PNR – Instrumentação e
Controle – Geral, o qual aborda dentre outras informações:

a. PNR - Instrumentação e Controle - Supervisão e Controle - Sistema de Controle


Básico de Processo (BPCS);
b. PNR - Instrumentação e Controle - Supervisão e Controle - Sistema Instrumentado
de Segurança (SIS);
c. PNR – Instrumentação e Controle – Supervisão e Controle – Gerenciamento de
Alarmes.
Nota: Para se definir o fator de redução de risco necessário através da adoção de camadas
instrumentadas de segurança, deve-se seguir o PNR de Diretrizes Gerais de Análise de Riscos
de Processo.

ii. Sensores de temperatura devem ser instalados no tanque de armazenamento ANSOL,


de preferência em diferentes alturas e ao redor da circunferência do tanque. Estes
sensores devem cumprir os seguintes requisitos:

a. A faixa indicativa para configurações de alarmes e intertravamentos deve ser de


5 a 20°C acima da temperatura normal de operação;
b. Os intertravamentos devem ser independentes do alarme e dos sistemas de
controle;
c. Os alarmes devem ser audíveis para os operadores, mesmo com o nível de ruído
da planta.
iii. O sistema de aquecimento dos tanques e das linhas de transferência de ANSOL devem
possuir sensor e alarme de temperatura baixa.

iv. O ajuste de temperatura (set point) no painel de controle da planta, deve ter acesso
restrito e ser protegido por controle de acesso.

v. O misturador (Blender) deve ter sensor de vibração com intertravamento de parada


instalado.

vi. Os tanques e linhas com drenagem controlada e assistida pelo operador devem ter
válvulas do tipo de retorno por mola (Dead Man) instaladas.

vii. Tanques de armazenamento de emulsão devem ter sensor de nível alto instalado.

viii. Deve ser instalado um sensor de nível alto e intertravamentos para evitar o
transbordamento do funil e o bombeamento em vazio devido à falta de produto.

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ix. Tanques e silos de armazenagem de emulsão ou ANFO, sob os quais os MMUs/UMBs
são carregados, devem ter redundância das válvulas de fundo com possibilidade de
acionamento remoto para prevenir que um caso de mau funcionamento resulte no
vazamento de grandes quantidades de produto. Deve ser colocado um CAP (selo tipo
tampão) no mangote quando o sistema não estiver carregando caminhões.

x. [PR] Deve ser instalado sistema automático de carregamento de MMUs/UMBs, com


abertura e fechamento das válvulas de fundo dos tanques / silos para prevenir
transbordamento do caminhão. Deve ser instalado sensor de nível no caminhão,
interligado com o fechamento da válvula do tanque que abastece o veículo com emulsão
ou ANFO.

xi. Os ajustes e configurações das Interfaces Homem-Máquina (IHM) somente devem ser
realizados por pessoas designadas pela gerência da planta, de acordo com o PNR de
Gestão de Mudanças. A IHM deve estar protegida por controle de acesso para prevenir
acesso indevido, por pessoas não autorizadas. Para plantas controladas por sistema
supervisório, os ajustes de setup devem ser automaticamente registrados e o log
preservado por, no mínimo 3 meses.

6.1.1.6.1 Sistemas de proteção das bombas de emulsão / ANSOL e misturadores


(blenders)

i. O sistema de proteção das bombas de emulsão / ANSOL e misturadores (blenders)


devem ser capazes de detectar condições anormais e garantir que operação sem fluxo
de produto não resulte em explosão.

ii. A Tabela 2 apresenta os dispositivos de proteção mínimos para bombas de emulsão e a


respectiva proteção e perigo associado.

iii. Para bombas de ANSOL aplicam-se os itens:

a. Selos de água para bombas com transmissor de fluxo e pressão com alarme e
intertravamento para fluxo baixo e pressão baixa de água de selagem;
b. Sensor de temperatura alta; e
c. O sensor de fluxo.
Tabela 2 - Dispositivos de proteção mínimo para as bombas de emulsão, falha e perigo
associado

Proteção Falha Perigo potencial de


explosão por
Medidor de fluxo Falta de fluxo Bombeamento em vazio
Intertravamento de pressão baixa com
alarme ou Medidor de pressão diferencial Falta de fluxo Bombeamento em vazio
com intertravamento
Intertravamento de pressão alta com
Saída bloqueada ou
alarme ou Medidor de pressão diferencial Pressão excessiva
aumento de temperatura
com intertravamento
Disco de ruptura Pressão excessiva Saída bloqueada
Temporizador ou contador regressivo Processo sem supervisão Aumento de temperatura
Intertravamento de alta temperatura e
Sem fluxo ou saída bloqueada Aumento de temperatura
alarme

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Proteção Falha Perigo potencial de


explosão por
Fusível térmico Sem fluxo ou saída bloqueada Aumento de temperatura
Transmissor de nível no tanque ou funil
de alimentação com alarme e
intertravamento para nível baixo e muito
baixo, com desligamento da bomba e Falta de fluxo Bombeamento em vazio
misturadores;

Fonte: Canadian - Guideline for the pumping of water-base explosives, 11/1998.

Nota: A seleção de intertravamentos será influenciada pelo tipo de aplicação específica da


bomba / misturador (Blender).

iv. Adicionalmente, as bombas de emulsão e ANSOL devem atender aos requisitos listados
na Tabela 3.

Tabela 3 - Requisitos para os sistemas de bombeamento de emulsão e ANSOL

Sistemas de
Requisitos
bombeamento
Não devem utilizar gaxetas

Devem seguir critérios de seleção de bombas e posicionamento dos sistemas


de instrumentação de segurança definidos no Guidelines for the pumping of
Emulsão
water based explosives - Explosives Regulatory Division, Canada

Caso sejam bombas de cavidade progressiva, devem ter selos mecânicos ou


"lip seal"

Devem possuir filtros de linhas com indicador e transmissor de pressão


diferencial;
ANSOL
Devem ter materiais compatíveis com ANSOL e testados;

Não devem utilizar selos rígidos e gaxetas.


Fonte: Guidelines for the pumping of water-based explosives - Explosives Regulatory Division, Canada

6.1.1.7 Equipamentos

i. Os tanques de armazenagem de combustíveis e emulsão devem possuir sistemas de


alívio de emergência dimensionados conforme item 6.2.9.2 do PNR-000061 – Manuseio
de Produtos Perigosos – Combustíveis Líquidos – Tancagem.

ii. Os equipamentos e estruturas metálicas em áreas de explosivos devem ser aterrados a


malha geral de aterramento em conformidade com o PNR 000052 - Sistemas Elétricos -
Geral- Aterramento / SPDA e Capitulo 7 NFPA 495, além disso deve ser adotado a
configuração do circuito de alimentação do tipo TN-S conforme requisito 6.2.2 xv do PNR
000052 - Sistemas Elétrico - Geral – Aterramento / SPDA.

iii. Em locais com a presença de NA não devem ser utilizados materiais de cobre nos
elementos e componentes de aterramento e SPDA.

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iv. [PR] O tanque ANSOL deve ser construído com material compatível, como aço
inoxidável austenítico 304L, e ser resistente à corrosão por nitrato de amônio
concentrado a quente. Deve-se tomar cuidado para evitar espaços confinados ou
semiconfinados dentro do tanque e equipamentos associados que podem provocar o
confinamento de ANSOL, por exemplo, evite defletores de pele dupla dentro do tanque.

v. O projeto do tanque ANSOL deve atender a EFMA - European Fertilizer Manufactures


Association: Guidance for the storage of hot ammonium nitrate solution.

vi. O número de flanges no tanque de armazenamento ANSOL deve ser reduzido ao mínimo
praticável e devem estar instaladas fora do isolamento térmico do tanque.

vii. Os estudos de engenharia de um tanque particular devem determinar a o tipo e a


capacidade do dispositivo de alívio normal apropriada para o tanque de acordo com o
item 6.2.9.1 do PNR-000061 – Manuseio de Produtos Perigosos – Combustíveis Líquidos
– Tancagem. Os seguintes itens são considerados para o dimensionamento do alívio
normal de um tanque:

a. Inspiração resultante da máxima saída de líquido do tanque;


b. Inspiração resultante da contração ou condensação de vapores causada pela
máxima redução na temperatura do espaço de vapor, sobre a superfície liquida;
c. Expiração resultante da entrada máxima de líquido no tanque e vaporização
máxima causada por essa entrada;
d. Expiração resultante da expansão e vaporização resultante do aumento na
temperatura do espaço de vapor;
e. Expiração resultante da exposição ao fogo;
f. O projeto dos tanques deve dimensionar as pressões positivas e negativas a que
o tanque será submetido e determinar a necessidade de dispositivos de proteção.
viii. A caldeira deve seguir os critérios determinados no PNR - Sistemas Hidrometalúrgicos –
Caldeira.

ix. O equipamento utilizado para transferir NA/ANFO (como as roscas helicoidais,


elevadores de caneca, sopradores pneumáticos) podem ser acionados por energia
elétrica ou hidráulica, mas não por motor a combustão (exemplo: gasolina, álcool ou
diesel).

x. O motor de acionamento da rosca helicoidal do ANFO deve possuir limitador de torque


e intertravamento para desligar caso encontre resistência ao movimento normal.

xi. As roscas helicoidais de transporte de ANFO devem seguir os seguintes parâmetros:

a. Ter rolamentos externos com espaçamento de 25 mm entre a extremidade da


rosca e o rolamento;
b. O espaçamento de 25 mm deve ser uma folga, entre os parafusos que fixam o
rolamento à extremidade da rosca. Esse espaço vazio deve permitir a inspeção
visual da integridade da vedação na extremidade da rosca e também permite que
NA prill não fique confinado ou forçado contra o rolamento e a lubrificação do
rolamento;

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c. Para roscas verticais, deve ser instalado um disco flexível entre a rosca e o
rolamento para garantir que, se a vedação falhar, o NA não caia por gravidade
diretamente sobre o rolamento;
d. As roscas também devem ter pás reversas na extremidade, para evitar que o NA
penetre nas vedações da rosca;
e. As roscas devem ter superfícies de contato de aço inoxidável, eixos vedados para
evitar o acúmulo de explosivos no interior e proteção(ões) contra entrada de
produto nas extremidades livres dos rolamentos;
f. Roscas de aço carbono não são permitidas se alumínio estiver presente.
xii. [PR] Silos de armazenamento de nitrato de amônio devem ser de aço inoxidável ou outro
material resistente à corrosão.

xiii. Os silos de armazenamento de NA, fabricados em aço carbono, devem possuir


revestimento interno anticorrosivo.

xiv. A especificação dos sistemas elétricos para as Fábrica de ANFO e Emulsão devem ser
avaliadas quanto aos critérios da norma NFPA 495, item 5.4.5.

xv. Os equipamentos de motor a combustão que transitam no perímetro da fábrica devem


ter abafador de faíscas no escapamento.

6.1.1.7.1 Controle de corpos estranhos

i. Os equipamentos devem ser projetados de maneira a evitar que objetos ou materiais


estranhos entrem no processo de outra forma que não seja controlada.

ii. Devem ser colocadas telas de proteção para a retenção de corpos estranhos:

a. Na alimentação e descarga do transportador de canecas;


b. Nas bocas de carregamento dos MMUs/UMBs.
iii. A rosca transportadora de ANFO deve estar protegida contra a entrada de qualquer
corpo estranho.

iv. Devem ser instaladas telas de retenção nos funis de alimentação de matérias primas.

6.1.1.8 Armazenagem de Combustíveis

i. Todos os tanques de armazenamento de combustíveis devem ser projetados e


construídos de acordo com o PNR-000061 – Manuseio de Produtos Perigosos –
Combustíveis Líquidos – Tancagem e PNR-000016 - Sistemas de Proteção e Combate
a Incêndio (SPCI) - Tanques - Líquidos Inflamáveis / Combustíveis.

ii. As válvulas de corte devem ser do tipo falha-fecha, em caso de perda de suprimentos de
utilidades por exemplo.

iii. O suprimento de combustível deve ser realizado por meio de bomba com duas válvulas
de corte automáticas (shut-off valves) independentes entre o tanque de armazenamento
e o ponto de entrega na planta.

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6.1.1.9 Contenção Secundária e Sistema de Drenagem

i. O sistema de drenagem da área de armazenagem do NA deve ser aberta, de modo a


evitar que o NA se acumule em partes baixas ou fique confinado, em câmaras ou caixas
de passagem de efluentes.

ii. O sistema de contenção e drenagem deve manter a segregação entre produtos


incompatíveis conforme item 6.2.4.ii do PNR-000036 – Manuseio de Produtos Perigosos
- Geral.

iii. Deve haver sistema separador de água e óleo e sistema de tratamento de


contaminantes, dissolvidos ou em suspensão.

iv. No projeto das linhas de drenagem deve ser considerada a necessidade de contenção
de água de incêndio - contaminada - e prevenir que seja lançada fora dos limites da
fábrica. As linhas de drenagem devem obedecer a segregação dos efluentes para evitar
contaminação cruzada e reações indesejadas.

v. Vazamentos de produtos químicos, combustíveis, ANSOL e outros devem ser limitados


aos seus diques de contenção para evitar que cheguem a cursos d'água e causem danos
ambientais. As contenções secundárias devem ser do tipo dique seco para evitar fuga
acidental de produto e prevenir contaminação ambiental.

vi. Os efluentes líquidos gerados na área de processo, armazenagem de matérias primas e


na estação de lavagem de caminhões, devem ser coletados e conduzidos a uma estação
de tratamento antes de serem lançados nos cursos d'água.

vii. As áreas de movimentação de big bags devem adequadas (piso nivelado e livre de
detritos) para que seja possível recolher qualquer vazamento de NA. Piso com cascalho,
areia ou terra não são adequados.

viii. O lançamento de efluentes para fora da área da fábrica deve atender plenamente aos
padrões de emissão estabelecidos pelo órgão ambiental local e de acordo com o PNR
de Sistemas de Controle e Tratamento – Efluentes.

6.1.2 Classe do Ativo

Não aplicável.

6.1.3 Gestão da Documentação

i. Durante todo o ciclo de vida do ativo deve ser realizada a gestão efetiva de documentos
através de um sistema informatizado, de forma a manter o conteúdo atualizado e
disponível para todos os empregados conforme PNR-000039 - Processos e
Padronização Vale.

6.1.4 Análise de Riscos

i. Avaliações de Risco são realizadas e atualizadas através de metodologia com nível de


detalhamento e frequência adequados ao grau de complexidade dos ativos, que
considera todo o seu ciclo de vida, levando em conta cada cenário de MUE de modo que
medidas são tomadas já na fase de projeto para refletir uma operação mais segura,

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conforme metodologia e procedimentos específicos definido no PNR-000033 -
Identificação de Perigos e Análise de Riscos para Eventos Materiais Indesejados (MUE)
e demais PNRs de Gestão de Riscos. Além do que consta nos referidos PNRs, os
seguintes requisitos devem ser aplicados:

a. Toda planta de fabricação deve ser submetida a estudos de perigos e análises de


risco em cada uma das etapas do ciclo de vida do ativo (projeto, construção,
comissionamento, operação, manutenção e descomissionamento)
b. Os estudos de perigo e avaliações de risco necessários devem ser realizados para
as modificações submetidas a gestão de mudanças (MOC), as considerações de
projeto apropriadas devem ser feitas e todas as alterações devidamente
implementadas e registradas.
c. A localização da planta de fabricação ANFO / Emulsão e armazenamento da NA
deve ser de acordo com o item 6.1.6.1 do PNR Layout de Instalações - Critérios
Seguros de Layout.
d. Devem ser conduzidas análise de risco (utilizando HazOp, por exemplo) para
cenários de risco relacionados aos equipamentos e / ou sistemas listados na
Tabela 4, segundo PNR de Diretrizes Gerais de Análise de Riscos de Processo.
Nesta tabela também são apresentados alguns dos riscos a serem avaliados (não
se restringindo a estes somente). As análises de riscos devem ser conduzidas
com base no P&ID da instalação.
Tabela 4 - Especificação mínima de análises de riscos a serem consideradas para
equipamentos e sistemas presentes na fábrica de Emulsão e / ou ANFO

Equipamento / sistemas Perigo considerado Requisito a ser atendido

Sistema de drenagem de efluentes


Contaminação cruzada de Segregação de efluentes
gerados na planta e área de lavagem
efluentes incompatíveis incompatíveis (6.1.1.9 ii)
de veículos

Instrumentação de controle e Equipamento danificado ou perda Cumprimento de plano de


segurança de calibração calibração (6.4.2 v)

Misturador (Blender) impacto ou atrito causados por Limites de velocidade angular


quebra de componentes ou e energia cinética necessários
entrada de copos estranhos para proteção do
equipamento, em função da
sensibilidade da emulsão
produzida. (6.4 iii)

Inspeção diária na área de


Tanques e linhas com drenagem armazenagem e manutenção
Perda de contenção
controlada e assistida pelo operador das contenções secundárias
(6.4.1 iv)

Tanques de Armazenagem de Perda de contenção por Sensor de nível; controle de


Emulsão transbordo estoque (6.1.1.6 vii)

Sensor de nível alto (6.1.1.6


Funil de alimentação da bomba de Perda de contenção por
viii) e operação assistida
emulsão transbordo
(6.4.1.6.2 ii)

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Equipamento / sistemas Perigo considerado Requisito a ser atendido

Sistema de reprocessamento de Característica da formulação e Definir os critérios de


emulsão presença de corpos estranhos. reprocessamento (6.4.1.3 iv)

Evitar que um operador


adicione acidentalmente a
solução gaseificante (Nitrito de
Alimentação de MMUs/UMBs com Mistura indesejada de nitrito e Sódio) no tanque de emulsão,
aditivo gaseificante (nitrito de sódio) emulsão por erro operacional durante as operações de
carregamento dos
MMUs/UMBs sensibilizando a
emulsão (6.1.1.5 ix)

Rede de drenagem e sistema


Contaminação Água de incêndio contaminada de coleta e tratamento de
efluentes (6.1.1.9 iv)
Fonte: AEISG - Code of Practice Storage and Handling Emulsion UN 3375. Edition 5 July 2018 (drenagem)
(adaptado); US Department of Defense - DoD Manual 4145.26, August 31, 2018 (adaptado); Good Practices of
Explosives Manufacturers (RAGAGEP) Inspeção diária na área de armazenagem é uma prática comum para
verificar se há algum problema na área de armazenagem. Esta é uma prática comum nas grandes empresas.
(adaptado); ISO 9001 – Controle dos Equipamentos e Monitoramento e Medição. (Calibração) (adaptado) e
Sensor de Nível: é uma boa prática de engenharia instalar um sensor de nível alto para evitar transbordamento
do tanque de armazenagem. Vemos isso em todos os estudos de risco. É uma barreira de proteção (adaptado).

6.1.5 Análise de Incidentes

i. A análise de incidentes é essencial para identificar as causas raízes e estabelecer ações


para eliminar a recorrência de tais eventos. Devendo ser adotados procedimentos
específicos que garantam a análise adequada dos incidentes e a implementação de
medidas para eliminar a recorrência destes eventos, devendo ser seguidos os requisitos
definidos nos PNRs de Análise de Incidentes.

6.1.6 Gestão de Mudanças

i. Modificações podem introduzir novos modos de falha no processo que podem levar a
MUEs. Para cada modificação, é necessário adotar procedimentos específicos que
garantam a identificação dos riscos e a implementação das medidas de prevenção e
mitigação adequadas segundo o PNR - Gestão da Mudança.

6.2 Requisitos de Projeto

Os requisitos de Projeto definem medidas para a integridade do ativo nas fases subsequentes
do seu ciclo de vida. Para tanto, são estabelecidos critérios e premissas que visam garantir um
projeto inerentemente seguro e com qualidade.

i. Na fase de projeto, a análise de risco deve incluir, mas não se limitar a:

a. Análise de risco preliminar do projeto (ex. Hazid, What-If, dentre outras)


considerando o tipo de produto a ser fabricado, características e compatibilidade
dos insumos, layout da planta, vias de acesso e circulação, utilidades, volume de
produção, volume de resíduos, tratamento de efluentes, aspectos de saúde
ocupacional, entre outros;

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b. HazOp da planta quando os P&Ids, PFDs e Arranjos estiverem definidos (Projeto
Básico);
c. Revisão do HazOp no Projeto Detalhado;
d. Considerar no mínimo os equipamentos e sistemas listados na Tabela 4;
e. Requisitos de Segurança, Saúde Ocupacional e Meio Ambiente.
ii. O layout da planta deve incluir, conforme item 6.1 do PNR - Layout de Instalações -
Critérios Seguros de Layout:

a. Distâncias entre as operações, incluindo instalações de lavagem / manutenção,


armazenamento de NA e emulsão, armazenamento de combustível, áreas de
estacionamento de veículos, cercas / barreiras e depósitos;
b. Distâncias a escritórios e áreas sociais ou administrativas;
c. Distâncias a estradas e vias públicas; e
d. Distâncias a residências e outros pontos de concentração, bem como áreas da
operacionais da mina e instalações semelhantes.
iii. No planejamento de novas fábrica o layout deve prever a instalação de vestiário na área
externa, imediatamente próximo ao portão de entrada. Desta maneira as pessoas podem
acessar a empresa com seus uniformes de trabalho sem a necessidade de entrar com
mochilas ou outros objetos pessoais.

iv. O piso da área de armazenagem de NA deve ser construído de material não combustível,
por exemplo: concreto, base compactada ou asfalto com baixo teor de betume (menos
de 9%).

v. Os projetos dos agitadores devem obedecer aos requisitos listados na Tabela 5.

Tabela 5 - Requisitos de segurança para o projeto do agitador

Projeto de
Requisitos de segurança
agitador
Eixo do agitador De material rígido, sem vazio interno
Devem ser soldadas ao eixo, formando uma peça única.
Pás do agitador
Não podem ser fixadas por parafusos.
Deve-se manter distância interna entre as pás e os
Distância interna vasos para evitar atrito ou danos em caso de queda de
corpo estranho
Fonte: (Eixo do Agitador) AEISG - Code of Practice STORAGE AND
HANDLING OF UN3375 Edition 5 July 2018 (adaptado) e (Pás e distância
interna) RAGAEP dos fabricantes de explosivos (adaptado).

6.3 Requisitos de Construção, Montagem e Comissionamento

O processo de Construção, Montagem e Comissionamento estabelece requisitos para o


controle de qualidade conforme especificado na fase de projeto, garantindo sua correta
implantação.

i. A metodologia de análise de perigos e avaliação de riscos a ser aplicada durante a etapa


de construção e comissionamento da planta deve ser realizada segundo PNR de
Diretrizes Gerais de Análise de Riscos de Processo.

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ii. Deve ser designada uma pessoa própria como responsável pela implementação do
projeto desde o início até a conclusão do comissionamento e entrega para operação.
Esta pessoa designada (líder de implantação) será responsável por gerenciar as
empresas responsáveis pela construção e pelo comissionamento.

6.3.1 Construção e Montagem

i. O responsável pela construção não deve ser responsável pelo comissionamento, mas é
responsável por garantir que a planta seja construída conforme definido nas
especificações e desenhos e por garantir que sejam realizados testes para comprovação
de funcionamento e operabilidade.

ii. O responsável pela construção deverá realizar inspeções da planta e registrar os itens
que não estão em conformidade com a especificação de projeto para que sejam
comunicados aos contratados envolvidos na construção para resolução dos problemas.

iii. Ao término da construção e montagem mecânica, elétrica e de instrumentação o


responsável pela construção deverá acompanhar a equipe de comissionamento em uma
inspeção formal do projeto, sua construção e a operacionalidade de cada sistema.

6.3.2 Comissionamento

i. O fabricante deve fazer análises de qualidade da emulsão / ANFO emitindo certificado


de análise com especificação das propriedades dos explosivos.

ii. O pré-comissionamento deve verificar se o trabalho de construção atende às


especificações de projeto, deve verificar a instalação da planta e as respectivas
correções quando necessárias. Também deve ser considerado como levar a planta ao
ponto em que as atividades de teste devem começar. Atividades típicas de pré-
comissionamento incluem lista de itens e suas pendências, lavagem de equipamentos e
linhas, testes hidrostáticos e teste de circuito de instrumentos.

iii. Quando o pré-comissionamento for concluído, o sistema deverá estar pronto para o
comissionamento (RFC - Ready For Commissioning). O comissionamento deve testar se
a planta funciona conforme o previsto no projeto. Atividades típicas de comissionamento
devem incluir teste de desempenho dos equipamentos, simulação de partida, calibrações
de instrumentos e teste em regime de operação.

iv. No início de cada uma dessas etapas, deverá haver a formalização da transferência de
responsabilidade da planta de uma fase para a fase seguinte, por exemplo, da
construção à equipe de comissionamento (RFC) e do comissionamento à equipe de
operações (RFO).

v. A Figura 2 abaixo representa as várias fases, desde a construção até o comissionamento


e operação e mostra o tempo de transferência, bem como a responsabilidade em cada
fase.

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Figura 2 - Etapas de comissionamento de planta de emulsão / ANFO

Fonte: Typical Commissioning and Startup Process Flow - Shell Project and Operations (Petroleum
Development Oman) (adaptado).

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6.4 Requisitos de Operação e Manutenção

A etapa de Operação e Manutenção estabelece os requisitos para controle dos riscos críticos
intrínsecos a estas etapas.

i. Não deve ser ultrapassada a quantidade de materiais explosivos estocados além da


quantidade licenciada.

ii. A gerência da planta deve implementar a sistemática para controle e registro do


inventário de insumos recebidos, consumidos e os produtos fabricados. O controle do
inventário deve prezar pela exatidão das informações e deve ser diariamente atualizado.
Todo desvio de produto deve ser imediatamente comunicado à gerência da planta para
que tome as providências de:

a. Registrar data / hora, tipo e quantidade produto;


b. Comunicar à Gerência da mina e à segurança empresarial;
c. Comunicar as autoridades conforme especificado pelas exigências legais do local
onde a planta se encontra instalada;
d. Proceder à investigação da ocorrência e adote medidas preventivas e corretivas
para evitar repetição.
iii. Os seguintes fundamentos de segurança no manuseio de explosivos devem ser
aplicados / mantidos:

a. O menor inventário possível nos tanques e áreas de armazenamento e de


alimentação dos equipamentos de processo;
b. O menor número de pessoas expostas aos riscos;
c. Menor intensidade de temperatura, pressão e velocidade para fabricação dos
produtos;
d. Menor número de operações;
e. A melhor capacitação e treinamento;
f. Procedimentos claros, simples e de fácil compreensão por todos os operadores.
iv. Deve haver o mínimo possível de pessoas expostas aos processos de fabricação. Para
a determinação do limite de pessoas a gerência da planta deve separar os trabalhos não
relacionados ao processo (pessoal de apoio, pessoal administrativo, entre outros) e
controlar o acesso das pessoas envolvidas em uma atividade perigosa especifica. Os
limites de pessoas devem incluir um número máximo de operadores e um número
máximo de transientes, incluindo supervisores, trabalhadores e visitantes.

v. Limites de pessoas e explosivos devem ser sinalizados na entrada de cada prédio de


fabricação. Os limites indicados devem ser vistos e cumpridos por todos aqueles que
acessam o local: operadores, equipe de manutenção, contratados e visitantes.

vi. A integridade das cercas e portões deve ser verificada diariamente.

vii. Nenhuma pessoa sob a influência de medicamentos, bebidas intoxicantes, narcóticos ou


outras drogas perigosas deve ter permissão para manusear materiais explosivos.

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viii. Cada tarefa crítica deverá ter uma Verificação do Ciclo da Tarefa (VCT) de forma escrita.
Esta VCT deve ser submetida a revisão pelo menos uma vez ao ano, quando houver
mudança significativa no processo ou quando for necessário. A VCT deve ser auditada
em conjunto com a atividade descrita, no mínimo a cada 12 meses.

ix. Cada planta deve estabelecer procedimentos específicos para identificação, verificação
e registro de pessoas que podem ter acesso à planta, incluindo: empregados,
contratados, provedores de equipamentos e produtos, visitantes, clientes e autoridades.
Os procedimentos devem conter as seguintes informações e instruções:

a. Uma lista atualizada de empregados e contratados, com endereço, telefone e


contato em caso de emergência;
b. Uma lista contendo a relação e placa dos veículos da planta;
c. O uso de crachá de identificação é obrigatório para entrar na área da fábrica;
d. Os locais de estacionamento de veículos da planta e dos visitantes devem estar
sinalizados.
Os visitantes devem:

e. Portar o crachá e permanecerem acompanhados pelo pessoal de contato o tempo


todo que estiverem na área da fábrica;
f. Assinar o livro de Registro de Visitantes, na portaria, ao entrar e sair da fábrica;
g. Receber uma breve integração para que conheçam as principais regras de
segurança, restrições de fumo, uso de equipamentos de proteção pessoal e
conduta em caso de emergência.
x. As saídas em todos os edifícios operacionais devem ser destrancadas e verificadas
como operacionais antes do início de cada turno de operação.

xi. Procedimentos e práticas de segregação de produtos incompatíveis devem ser


desenvolvidos e implementados para prevenir contaminação e reações indesejadas nas
áreas de processo e armazenagem de matérias primas, conforme PNR-000036-
Manuseio de Produtos Perigosos-Geral.

xii. Temperaturas de processo e superfície de equipamentos que possuem contato com


materiais ou misturas explosivas em processo devem ser mantidas menores do que a
temperatura de decomposição destes materiais.

xiii. Veículos que transportam emulsão ou NA e não estão sob cuidados dos operadores,
devem ter locais de estacionamento definidos, atendendo a distância mínima segura
estabelecida nas Tabelas 11 e 12 do subcapítulo 6.1.1.6.1 do PNR Layout de Instalações
- Critérios Seguros de Layout, longe o suficiente da armazenagem de emulsão ou NA
para garantir que os produtos armazenados não sofram influência de incêndio nesses
veículos e que uma eventual explosão do veículo não cause explosão por simpatia, efeito
dominó, dos tanques de armazenagem.

xiv. A entrada de corpos estranhos deve ser prevenida para evitar riscos à segurança do
processo, evitando que cheguem até as bombas e misturadores de emulsão e roscas de
transporte de ANFO. O ingresso de corpos estranhos e os riscos associados ao atrito e
impacto devem ser prevenidos com os seguintes cuidados:

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a. Manter as tampas nos funis de alimentação das bombas e reatores;
b. Manter fechadas as janelas e tampas de visita dos tanques e dos MMUs;
c. Amarrar (fixando com cola ou usando porcas auto-travantes) parafusos e porcas
que podem cair dentro dos equipamentos de processo;
d. Amarrar ferramentas que podem cair dentro de tanques e equipamentos (por
exemplo, facas para abrir embalagens).

6.4.1 Operação

i. Quando as operações de processamento remoto são conduzidas, os operadores e


controles devem estar localizados atrás de barricadas ou a distâncias de separação que
forneçam proteção ao operador enquanto o maquinário estiver operando.

ii. O fabricante deve fazer análises de qualidade da emulsão / ANFO emitindo certificado
de análise com especificação das propriedades dos explosivos.

iii. Os locais de descarga de insumos e carregamento dos MMUs/UMBs devem ter o piso
nivelado para evitar movimentação do caminhão durante a operação. Mesmo nessa
condição, o motorista / operador deve estar presente no local, acompanhando a
operação até o final.

iv. A inspeção de campo, realizada na área de tanques de armazenagem de produtos, deve


fazer parte da rotina diária dos operadores da planta. Situações de vazamento em
tanques, bombas, flanges, válvulas e tubulações devem ser contidas e limpas
imediatamente. A manutenção deve ser acionada quando a análise da situação
determinar a necessidade.

v. Antes de iniciar o turno de produção, os operadores devem realizar uma verificação geral
na planta para assegurar que os equipamentos e sistemas de proteção estão operativos.
Os sistemas de comunicação (rádio e telefone) devem ser testados diariamente e as
rotas de fuga devem estar desimpedidas.

vi. Os veículos MMUs/UMBs devem ser carregados apenas quando for necessária
expedição de material. Não deve permanecer carregado em área de estacionamento, a
quantidade máxima de carga deve se limitar ao heel.

6.4.1.1 Housekeeping

i. Todas as áreas da planta devem ser mantidas com elevados padrões de housekeeping.
A planta dever estar sempre limpa, organizada e isenta de resíduos e materiais
inservíveis.

ii. A área deve determinar a frequência de limpeza de pós explosivos, que devem ser
removidos do sistema de coleta regularmente para evitar sobrecarga e acúmulo dentro
do sistema, que elimine concentrações perigosas de poeiras explosivas acumuladas em
canos, tubos ou dutos.

iii. Devem ser mantidos elevados padrões de ordem e limpeza na planta para fins de
prevenir a contaminação de NA, do ANFO e da emulsão. Todo vazamento de produto

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deve ser prontamente recolhido e limpo. A área de armazenagem de NA deve ser isenta
de lixeiras.

iv. Materiais orgânicos (serragem, por exemplo), não devem ser utilizados para absorção e
limpeza do piso. Em caso de vazamento, o NA deve ser prontamente recolhido para
evitar contaminação do produto, contaminação ambiental e prevenir incêndio. Se não for
possível limpar o vazamento imediatamente, então a área deve ser coberta com material
impermeável para evitar contato com água e contaminação ambiental. Todo NA
derramado no piso deve ser prontamente recolhido, embalado, identificado e enviado
para a área de armazenagem de resíduos contaminados para que seja descartado na
mina.

v. Deve ser mantido um aceiro através de um plano de limpeza periódica de pelo menos
15 metros, livre de vegetação e materiais combustíveis, ao redor do perímetro da fábrica
de explosivos e área de armazenagem. A manutenção do aceiro deve estar incluída nas
atividades de ITM.

vi. As canaletas de drenagem devem ser mantidas sempre limpas para que fiquem
desimpedidas e livre de detritos ou outros materiais visto que em caso de vazamento ou
incêndio (o NA funde) o produto deve escoar livremente pela canaleta de drenagem, sem
ficar confinado, sob calor, devido a risco de decomposição e explosão.

6.4.1.2 Descontaminação de equipamentos

i. Antes de se iniciar uma intervenção para manutenção nos equipamentos da planta


expostos a contaminação por emulsão e nitrato de amônio tais como, bombas, silos,
alimentadores, linhas de transferência de produtos, roscas helicoidais (não limitado a),
os seguintes sistemas e procedimentos de gestão de segurança devem ser aplicados:

a. Análise de Risco da Tarefa;


b. Permissão de Trabalho;
c. Descontaminação de planta, tubulações e equipamentos de processo;
d. Quando a intervenção ainda requerer Trabalho a Quente, além dos três itens
acima também deverá ser emitido um certificado de autorização de Trabalho a
Quente.
ii. O equipamento deve ser completamente descontaminado antes de ser enviado para
manutenção externa.

6.4.1.3 Coleta, Armazenagem e Descarte de Resíduos

i. Os procedimentos e práticas de segregação de resíduos perigosos devem determinar


que:

a. Todos os resíduos devem ser mantidos em recipientes separados, etiquetados e


protegidos. Esses resíduos devem estar devidamente segregados com base na
matriz de compatibilidade;
b. O local de disposição final deve ser sinalizado e organizado para evitar
contaminação cruzada caso ocorrer um derramamento;

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c. Os resíduos de NA e de Emulsão devem ser armazenados em áreas seguras com
acesso limitado ao pessoal autorizado ou devidamente supervisionado;
d. Resíduos de Emulsão nunca devem ser armazenados juntamente com Nitrito de
Sódio;
e. O armazenamento de resíduos deve ser minimizado, com revisão e
gerenciamento regulares do inventário de resíduos.
ii. As lixeiras existentes no perímetro da planta devem:

a. Ser identificadas;
b. Obedecer a critérios de segregação de resíduos (não misturar NA com resíduos
orgânicos, panos limpeza, outros resíduos químicos);
c. Permanecer na área externa da planta Todo NA que cai no piso e tem contato
com sujeira deve ser considerado NA contaminado e deve ser descartado.
iii. Todos os recipientes de coleta e locais de armazenagem e destinação de resíduos
perigosos devem estar identificados e sinalizados, com inscrições e pictogramas.

iv. Emulsão não sensibilizada poderá ser reprocessada na planta a partir de um sistema
auxiliar. O sistema de reprocessamento, composto basicamente de tanque, bomba (e
seus dispositivos de proteção), linhas de transferência e instrumentação de controle de
processo; deve ter seu projeto submetido a um estudo de análise de riscos - HazOp. Os
critérios de reprocessamento devem ser estabelecidos pelo fabricante da emulsão.

v. Resíduos gerados no processo de fabricação de ANFO e Emulsão e que não podem ser
reprocessados, devem ser descartados durante as operações de desmonte de rocha,
seguir as diretrizes do PNR 000060 – Manuseio de Produtos Perigosos – Explosivos –
Aplicação e Remoção de Cargas.

6.4.1.4 Controle de Insumos

6.4.1.4.1 Recebimento de insumos (Qualidade, Especificações, Descarga de Caminhões)

i. Deve ser desenvolvido e implementado um sistema de gestão da qualidade que


estabeleça a sistemática de recebimento de matérias primas. O controle de qualidade
deve assegurar que os insumos recebidos estão de acordo com as especificações
definidas pela área de processos.

ii. A verificação do estado das embalagens deve fazer parte do procedimento de


recebimento de matérias primas. Neste aspecto estão incluídos os big bags NA, sacos
de nitrito de sódio e todos os demais produtos químicos recebidos na planta. As
ocorrências envolvendo embalagens degradadas devem ser registradas e formalmente
comunicadas aos fornecedores de produtos para a correção dos problemas. Os
procedimentos de Gestão da Qualidade devem definir os critérios de aceitação de
embalagens danificadas.

6.4.1.4.2 Movimentação de insumos

i. Empilhadeiras elétricas devem estar em conformidade com a classificação EE quando


em um edifício de processo. A classificação EE significa que qualquer componente
elétrico que cria uma faísca é fechado, como os motores e contatores.
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ii. Empilhadeiras movidas a gasolina não devem ser permitidas nas áreas de insumos,
processo, estocagem e carga / descarga.

6.4.1.4.3 Segregação de materiais / incompatibilidade

i. A classificação de produtos incompatíveis deve seguir PNR-000036 – Manuseio de


Produtos Perigosos – Geral.

ii. A classificação - compatível ou incompatível - deve abranger os insumos, produtos


intermediários e produtos acabados, como emulsão e ANFO, conforme PNR-000036 –
Manuseio de Produtos Perigosos – Geral.

iii. Uma matriz de compatibilidade, incluindo matérias primas, produtos intermediários,


produtos em processo e acabados, deve estar disponível na planta para consulta e
treinamento dos operadores conforme item 6.4.1.2.i do PNR-000036 – Manuseio de
Produtos Perigosos – Geral.

iv. Os locais de armazenagem e manuseio de produtos perigosos devem estar identificados


e sinalizados, com inscrições e pictogramas, representando os riscos associados.

v. Para prevenir contaminação, nenhum outro produto de ser mantido no local onde o NA
estiver armazenado.

6.4.1.4.4 Armazenagem de insumos

i. Não é permitido o uso de aquecedores elétricos em locais de armazenagem de NA.

ii. Os veículos e equipamentos não devem permanecer estacionados na área de


armazenagem de NA.

iii. Para a armazenagem de big bags de NA deve ser assegurada a estanqueidade das
embalagens com o liner interno de polietileno para impedir contaminação do produto e
do meio ambiente.

iv. A armazenagem e alimentação de óleo combustível deve ser inspecionada pelos


operadores diariamente para verificar a estanqueidade do sistema. A presença de
qualquer vazamento no sistema que alimenta o processo, isto é, o tanque local, linha de
transferência, flanges, válvulas, bomba e dosador deve ser comunicada à manutenção
para sanar o problema imediatamente

v. Deve-se garantir que as áreas estejam sempre limpas e sem a presença de óleo pelo
chão.

6.4.1.5 Controle de Processo (Amostragem e Especificações)

i. Deve ser desenvolvida e implementada sistemática de controle de processo para


assegurar a conformidade durante todas as etapas do processo produtivo. Os seguintes
requisitos devem ser seguidos:

a. Deve ser designada uma pessoa como responsável pelo controle de processo;
b. O controle de processo deve ser realizado a partir de um cronograma da
amostragem dos produtos em processo;
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c. As amostras devem ser coletadas nos pontos definidos, analisadas no laboratório
da planta e o resultado comparado com as especificações;
d. Cada um dos produtos deverá ter uma etiqueta de rastreabilidade com indicações
de no mínimo: data / hora, status de aprovação (Aprovado ou Reprovado), número
de lote e nome do responsável pela análise;
e. Todas as informações de controle de processo deverão ser registradas em uma
planilha de controle que será mantida no arquivo do laboratório por no mínimo um
ano;
f. Periodicamente, o responsável de produção da planta deve acompanhar a
aplicação do produto na mina, durante as operações de desmonte de rocha, para
avaliar o desempenho do produto.

6.4.1.6 Fábrica de Emulsão Bombeada

6.4.1.6.1 Armazenagem de ANSOL

i. Condições do processo (como pH, temperatura e concentração) devem ser monitoradas


continuamente, particularmente quando a solução de NA for armazenada por um longo
período (por exemplo, durante parada da planta).

ii. O pH das soluções de nitrato de amônio deve ser monitorado regularmente e mantido
neutro ou alcalino. Esse monitoramento deve cumprir os seguintes requisitos:

a. Devem ser realizadas amostragens regulares ou medição contínua de pH;


b. A amostra deve ser representativa do conteúdo total do tanque, por ex. retirando
a amostra da linha de circulação;
c. Essa amostra deve ser colhida e analisada pelo menos uma vez por dia.
iii. A temperatura de armazenagem da solução de NA deve ser monitorada e controlada
para mantê-la abaixo de 150 ° C e com pelo menos 5 ° C acima da temperatura de
cristalização da solução de NA, conforme concentrações apresentadas na Tabela 6 a
seguir.

iv. Em caso de aumento de temperatura

a. Água deve ser adicionada ao processo, manualmente ou pelo sistema de controle


automático da planta;
b. A relação da quantidade de água adicionada de acordo com a temperatura
atingida deve estar especificada nos procedimentos operacionais da planta;
c. A adição manual de água deve ser realizada quando a temperatura ultrapassar
de 5 a 10°C a condição de alarme para temperatura alta, devendo ser observado
a temperatura máxima de 150°C.

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Tabela 6 - Temperatura de Cristalização e Pontos de Ebulição de Soluções de Nitrato de
Amônio a partir da concentração

Concentração de Temperatura de Ponto de Ebulição à


Nitrato de Amônio (%) Cristalização (oC) pressão atmosférica

80 57 128

82,5 65 132

85 75 136

87,5 85 140

90 96 146

92,5 108 155

95 122 168

98 146 203
Fonte: EFMA – European Fertilizer Manufacturing Association

6.4.1.6.2 Controle Operacional

i. Em caso de interrupção no suprimento de energia elétrica da planta, deve ser realizada


a drenagem e lavagem das linhas de transferência de ANSOL para evitar bloqueio das
linhas pela cristalização do ANSOL. Não se deve utilizar as bombas de ANSOL ou
Emulsão para desobstruir linhas de processo.

ii. Misturadores (blenders) e bombas de emulsão devem ser monitoradas durante o


processo produtivo. Em caso de ruídos e vibrações anormais, as ações mínimas que
devem ser registradas nos procedimentos operacionais são:

a. Parar o equipamento;
b. Comunicar imediatamente ao supervisor da planta;
c. Intervenção imediata da equipe da manutenção para investigar e solucionar o
problema.
iii. Todos os mangotes e os respectivos engates rápidos tipo "camlock", utilizados nas
operações de bombeamento de emulsão devem:

a. Ser regularmente inspecionados para verificar se estão aptos para uso, sem
apresentar sinais de desgaste excessivo nem pontos de vazamento;
b. Em caso de desgaste em decorrência do uso ou término da vida útil estipulado
pelo fabricante, ser retiradas da operação imediatamente e descartadas conforme
as diretrizes para destinação final de equipamentos contaminados;
c. Ter seus registros de inspeção arquivados pelo prazo mínimo de um ano;
d. Ser de material compatível com a emulsão e especificados de acordo com as
pressões e temperaturas de bombeamento;
e. Ter seus engates rápidos travados com presilhas ou com as alças amarradas para
evitar desconexão.
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6.4.1.7 Fábrica de ANFO

6.4.1.7.1 Controle Operacional

i. O funil de alimentação deve ser inspecionado quanto a presença de corpos estranhos e


a rosca transportadora de ANFO deve ser colocada em operação (ainda sem produto)
para verificar qualquer anormalidade que indique mau funcionamento.

ii. Os equipamentos usados para transferir NA não devem contaminar o NA, por exemplo,
equipamentos que possam vazar óleo ou que tenham sido usados para outras
finalidades e não descontaminados.

iii. Latão e cobre não podem ser utilizados em contato com NA prill ou solução e emulsão
(para prevenir a possível formação do composto explosivo nitrato de cobre (II) de tetra-
amina).

iv. A rosca helicoidal de transporte de ANFO deve ser monitorada durante o processo
produtivo. Em caso de ruídos e vibrações anormais, as seguintes ações mínimas devem
ser tomadas:

a. Parada do equipamento;
b. Comunicação imediata do fato ao supervisor da planta;
c. Intervenção da equipe de manutenção para investigar e solucionar o problema.

6.4.1.8 Carregamento de Caminhões MMUs/UMBs

i. Os veículos de serviço que atendem à planta e os MMUs/UMBs devem ser submetidos


a inspeção diária pelos motoristas para assegurar que estejam em boas condições de
manutenção e sem problemas mecânicos que possam resultar em acidentes para
pessoas e instalações.

ii. A operação de carregamento do MMU/UMB deve ser assistida pelo operador em toda
sua duração, para sistemas sem fechamento de válvula automático.

6.4.2 Manutenção

i. Procedimentos estabelecidos para manutenção, elétrica, mecânica e de instrumentação


devem constar no Plano de ITM.

ii. Atividades de ITM requerem a emissão de Permissão de Trabalho Seguro conforme


PNR-000031 - Diretrizes para Permissão de Trabalho Seguro, que inclui a realização de
Análise de Risco para a tarefa e aprovação por supervisão, sendo necessário cumprir os
seguintes requisitos mínimos:

a. As atividades devem ser realizadas por profissionais habilitados e com o uso de


listas de verificação contendo todos os itens a serem verificados;
b. Deve ser seguido o protocolo de Lockout / Tagout, para qualquer intervenção em
equipamentos com partes móveis rotativas ou com possibilidade de esmagamento
/ prensamento. Como por exemplo: Eixos rotativos de bombas e agitadores,
caixas de redução entre outros;

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c. Devem ser seguidos procedimentos de Lockout / Tagout, entrada em espaço
confinado; trabalho em altura e trabalho a quente. Quando a intervenção requerer
trabalho a quente, deverá ser emitido um certificado de autorização de Trabalho
a Quente;
d. Antes de se iniciar as atividades de ITM, deve ser realizada descontaminação
completa de equipamentos de processo; linhas de transferência de produtos;
reparos civis em locais de processamento, armazenagem e rede de drenagem de
NA, emulsão e ANFO; reparos em MMUs/UMBs e todo e qualquer disposto que
tenha sido exposto ao contato com produtos perigosos;
e. Os componentes degradados devem ser substituídos de acordo com as
especificações e não é permitido realizar modificações em equipamento e
sobressalentes sem que seja aplicado o procedimento de Gestão de Mudanças
conforme Padrão Normativo;
f. Ferramentas usadas para reparação, construção, limpeza e manutenção devem
ser as especificadas nos procedimentos de ITM;
g. Ao término das atividades de ITM:
i. Todas as partes móveis e componentes devem ser devidamente fixadas;
ii. Devem ser removidas todas as ferramentas e sobressalentes. Porcas e
parafusos soltos, que possam ser introduzidos no processo, devem estar
seguramente fixadas.;
iii. Deve ser realizada limpeza para assegurar que não há risco de
contaminação por lubrificantes ou graxa, em equipamentos de manuseio
de Nitrato de Amônio, incluindo roscas helicoidais e elevadores de caneca;
iv. Deve ser realizada inspeção e teste de funcionalidade acompanhadas pelo
supervisor da planta antes do encerramento da Permissão de Trabalho
Seguro conforme PNR-000031 – Diretrizes para Permissão de Trabalho
Seguro;
v. Deve ser realizada a limpeza completa do local e a remoção de resíduos e
panos contaminados.
iii. Todas as atividades envolvendo trabalho em altura, movimentação de cargas, espaço
confinado, proteção de máquinas, explosivos, trabalhos em eletricidade, entre outros,
devem ser feitas de acordo com o PNR-000069 – Requisitos de Atividades Críticas –
RAC.

iv. As bombas de emulsão, os misturadores (blenders) e as bombas de ANSOL


(concentração > 30%), devem ser considerados equipamentos críticos e submetidos a
tratamento especial dentro do Plano de Manutenção da Planta para garantir que sua
integridade seja mantida e os sistemas de proteção funcionem conforme planejado,
cumprindo no mínimo:

a. Os procedimentos de instalação, inspeção periódica, teste e manutenção dos


equipamentos críticos incluindo os sistemas de hardware e software fornecidos
para protegê-los, devem ser documentados;
b. Todos os registros de inspeções, testes e manutenções, incluindo relatórios,
inspeções em atraso e ações de acompanhamento devem ser mantidos durante
toda a vida do equipamento;
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c. Os sistemas de proteção das bombas de ANSOL / emulsão e misturadores
(blenders) devem ser regularmente inspecionados e testados ao menos
anualmente e no mínimo com as periodicidades estabelecidas pelos fabricantes
para garantir que falhas não reveladas sejam detectadas e corrigidas.
v. Todos os instrumentos e equipamentos projetados para controlar parâmetros críticos de
segurança, incluindo instrumentos de monitoramento e medição de temperatura,
pressão, vazão, nível, densidade, pH, viscosidade, velocidade, válvulas de segurança e
de alívio de pressão devem cumprir os seguintes requisitos:

a. Estar inclusos no Programa de ITM da planta;


b. Ter seus dispositivos inspecionados e calibrados em intervalos especificados
pelos fabricantes;
c. A calibração deverá ser realizada sempre que o instrumento sofrer algum dano,
acionamento ou em manutenção preventiva;
d. Devem ser protegidos contra danos e deterioração durante o manuseio,
manutenção e armazenamento;
e. Cada instrumento deve ter TAG individual e o status de calibração (data de
calibração e data de validade);
f. As atividades de inspeção e calibração devem ser registradas e os registros
devem ser mantidos.
vi. As atividades de ITM em sistemas de aquecimento do tanque e das linhas de
transferência de ANSOL devem:

a. Prevenir a cristalização do produto e consequente bloqueio de linhas;


b. Garantir verificação periódica do isolamento térmico do tanque e linhas de
transferência de ANSOL, principalmente em períodos de inverno e em locais onde
predominam as baixas temperaturas.
vii. O misturador (blender) deverá ser submetido a balanceamento sempre que for
submetido a manutenção, para prevenir o estresse mecânico, o nível de vibração e a
integridade do equipamento.

viii. O equipamento de transporte de ANFO deve ser submetido a inspeções, testes e


manutenções preventivas regulares de acordo as instruções do fabricante do
equipamento. Estas atividades devem garantir que:

a. Todos os componentes devem estar seguramente fixados para evitar que se


soltem e gerem atrito entre as partes móveis;
b. Os rolamentos estejam blindados para evitar ingresso de explosivo e
contaminação devido a vazamento de lubrificante;
c. Quando exposto às intempéries, o equipamento de transporte seja protegido
contra o ingresso de água de chuva.
ix. Todos os controles de processo devem ter manuais de operação e manutenção. Os
controles devem incluir o seguinte: toda a fiação deve ser rotulada e referenciada nos
diagramas elétricos; as caixas de passagem e as botoeiras não devem ser danificadas;
não devem ter nenhum parafuso faltando no fechamento da tampa e não deve haver

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entrada de água na caixa. Todos os circuitos elétricos devem ter disjuntores ou fusíveis
que somente possam ser religados manualmente. Todos os botões e interruptores
devem ser rotulados e todas as válvulas devem ser rotuladas e de fácil acesso.

x. Deve-se assegurar que as válvulas de fundo dos tanques / silos elevados de


armazenagem de emulsão e ANFO estejam incluídas no Programa de ITM de acordo
com as periodicidades estabelecidas pelo fabricante.

xi. Atividades de ITM nos circuitos elétricos das plantas de ANFO e Emulsão, incluindo
áreas de insumos e produtos acabados devem seguir os requisitos estabelecidos no
PNR-000051 – Sistemas Elétricos – Geral – Energia Incidente.

xii. Caminhões MMUs/UMBs que atendem as operações de desmonte de rocha a partir das
plantas de ANFO e Emulsão devem ser submetidos a atividades de ITM para assegurar
a integridade dos veículos e sua operação de acordo com os requisitos de projeto. Estas
atividades devem cumprir os seguintes requisitos:

a. Devem ser realizados na oficina de manutenção e nunca próximos da área de


produção ou sob os tanques de armazenagem de emulsão/ silos de ANFO e
equipamentos com nitrato de amônio;
b. Devem emitir Permissão de Trabalho conforme PNR-000031 - Diretrizes para
Permissão de Trabalho;
c. MMUs/UMBs contaminados por emulsão ou nitrato de amônia devem obedecer
aos seguintes procedimentos aplicáveis mínimos (quando aplicáveis):
i. Descontaminação;
ii. Lockout / Tagout;
iii. Entrada em Espaço Confinado;
iv. Trabalho à quente.
xiii. Não é permitida a manutenção de empilhadeiras ou outros equipamentos de içamento /
movimentação de carga dentro da área de manuseio de Nitrato de Amônio e ANFO.
Veículos que apresentarem problemas de funcionamento nestas áreas devem ser
imediatamente removidos para local seguro.

xiv. O plano de ITM deve incluir os revestimentos internos anticorrosivos de silos de


armazenamento de NA.

xv. Deve-se assegurar que atividades de manutenção não introduzam riscos de


contaminação de nitrato de amônio, principalmente a partir de lubrificantes.

6.5 Requisitos de Descomissionamento

A etapa de Descomissionamento envolve a desativação e a desmontagem de ativos


estabelecendo medidas para garantir segurança e a integridade destes.

i. Os perigos e riscos associados ao descomissionamento devem ser avaliados e medidas


de controle apropriadas devem ser desenvolvidas, implementadas e mantidas. As
medidas de controle devem considerar os Códigos de Prática aplicáveis e os requisitos
legislativos locais.

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ii. As seguintes avaliações devem ser planejadas pelo responsável e conduzidas por
pessoas devidamente qualificadas, conforme exigido pelo escopo e complexidade do
trabalho de descomissionamento, descontaminação, remoção e remediação, antes de
iniciar qualquer trabalho:

a. Avaliar a integridade estrutural da planta e compreender as principais


características de design da estrutura;
b. Avaliar a integridade estrutural do edifício durante a sua remoção em relação ao
método de trabalho proposto pelo empreiteiro;
c. Conhecer o sistema de fornecimento e distribuição de energia na área de trabalho,
a fim de avaliar os requisitos de isolamento e planejar a realocação ou proteção
do fornecimento para outros usuários;
d. Compreender as medidas de prevenção e controle de incêndio necessárias para
remoção da estrutura. Pode ser necessária proteção temporária;
e. Determinar as precauções de saúde ocupacional necessárias para realizar o
trabalho;
f. Estimar o tipo e a quantidade de entulhos, material de demolição, produtos
químicos e resíduos a fim de planejar e preparar procedimentos para seu
descarte;
g. Antecipar e planejar para minimizar qualquer impacto ambiental adverso e
considerar qualquer monitoramento que possa ser necessário;
h. Para garantir que os perigos sejam identificados, compreendidos, eliminados se
praticável ou controlados adequadamente para minimizar o risco residual, o
estudo deve abordar o impacto do trabalho nas instalações e atividades
adjacentes e se o equipamento removido deve ou não ser deixado no local.
iii. Para a execução dos trabalhos o responsável deve assegurar que:

a. O acesso à área de trabalho deve ser controlado (isso pode exigir uma cerca de
segurança);
b. O pessoal que realiza o trabalho deve ser treinado;
c. Equipamento de proteção individual adequado;
d. Resíduos gerados pelo descomissionamento devem ser gerenciados;
e. A documentação deve ser controlada e retida;
f. Planos de emergência devem ser preparados para cobrir qualquer operação
durante o comissionamento não conduzida rotineiramente no local;
g. Os controles sobre a reutilização ou sucateamento da planta devem estar em vigor
para garantir a conformidade com os requisitos legais;
h. Deve ser verificada eventuais contaminações de solo remanescentes e seu
correto tratamento.

6.6 Revisão Independente

As atividades detalhadas abaixo deverão ser submetidas a um processo de Revisão


Independente conforme PNR-000023 – Sistemas de Gestão – Revisão Independente.

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Tabela 7 - Aplicação da Revisão Independente

Análise Período de Necessidade


Eventos / Gatilho Escopo
Independente Execução de Supervisão
Projeto da planta
(Layout,
armazenamento de
Na concepção do
insumos / produto Nas fases de projeto,
projeto básico e Sim (supervisão
final, área de construção, Identificação de
executivo ou do trabalho por
processamento, comissionamento, perigos e análise de
mudanças um comitê
descarte de resíduos, descomissionamento, riscos do projeto
significativas no gestor)
despacho de produto, FEL 2 e FEL 3.
projeto.
tratamento de
efluentes e controle
ambiental)
Na conclusão do
projeto executivo
ou mudanças
Nas fases de Definição de
significativas no
Projeto dos conclusão do projeto equipamentos Sim (supervisão
projeto dos
Intertravamentos da executivo, FEL 3, listados na Tabela 2 do trabalho por
sistemas de
bomba / misturador de construção, e posição dos um comitê
bombeamento de
Emulsão / ANSOL comissionamento e mesmos conforme gestor)
emulsão e os
operação. Tabela 3
respectivos
dispositivos de
proteção.
Tubulação; sistemas
Na conclusão do
Nas fases de elétricos;
projeto executivo
conclusão do projeto equipamentos de Sim (supervisão
Projeto e instalação ou mudanças
executivo, FEL 3, processo e bombas; do trabalho por
dos equipamentos significativas no
construção, instrumentação de um comitê
críticos projeto, na fase de
comissionamento e proteção e controle e gestor)
construção e
operação. segurança de
comissionamento.
processo.

6.7 Suprimentos e Serviços

Os requisitos estabelecidos na fase de Suprimentos consistem na priorização da qualidade no


fornecimento de materiais e serviços de acordo com o Projeto e necessidades operacionais
futuras.

i. Os fornecedores de matérias primas devem emitir Certificados de Qualidade referentes


aos produtos fornecidos.

ii. A aderência ao Plano de Treinamento deve ser elemento de avaliação do desempenho


dos contratados.

Nota: Para requisitos gerais de Quality Assurance e Quality Control consultar os PNRs de
Sistemas de Gestão - QA/QC - Fornecimentos de Equipamentos e Materiais e/ou Fornecimento
de Serviços.

7 CONTROLE CRÍTICO
Os controles avaliados como críticos para este padrão estão detalhados no APÊNDICE III –
Controle Crítico.

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8 INDICADORES
Os indicadores que são essenciais para a avaliação de aderência aos processos de integridade
dos controles críticos e para a avaliação do resultado e efetividade destes estão listados no
PNR – Diretrizes Básicas de Ativos – DBA e fazem parte do PNR-000012 - Manual de
Indicadores Vale.

9 CAPACITAÇÃO TÉCNICA
Os requisitos estabelecidos neste padrão requerem competências técnicas mínimas para que
um colaborador esteja devidamente qualificado a realizar determinada tarefa crítica, visando a
segurança e integridade dos ativos. As certificações ou qualificações necessárias estão listadas
no APÊNDICE IV – Matriz de Competência Técnica.

10 CHECK – LISTA DE VERIFICAÇÃO


O APÊNDICE I – Check – Lista de Verificação disponibiliza um Checklist de Verificação para
auxiliar na verificação dos Padrões Normativos da Vale, contendo requisitos mínimos e
específicos a cada fase do ciclo de vida dos ativos.

Este checklist é destinado ao uso dos times de Projetos, Operação e Manutenção. Não se
destina a substituir ou interpretar todos os requisitos de padrões de engenharia e/ou manual
dos fabricantes, incluindo uma análise detalhada das leis e regulamentos aplicáveis.

Foi desenhado para auxiliar na autoavaliação dos Padrões Normativos da Vale e no seu uso
em referência aos padrões de engenharia e/ou manual dos fabricantes na aplicação dos
requisitos mínimos, e como um guia para o que é esperado na demonstração de controles para
a integridade dos ativos.

Este checklist está sujeito a revisões baseadas em mudanças nos acima mencionados Padrões
Normativos da Vale. Sugestões para revisões ou esclarecimentos a este checklist devem ser
direcionadas ao time de padrões normativos em Gestão de Ativos.

Deste modo, os times de Projetos, Operação e Manutenção devem observar que: a) alguns
aspectos deste checklist podem não ser aplicáveis (N/A), para os quais será necessário
apresentar justificativas técnicas que permitam identificar o atendimento aos requisitos mínimos
de integridade e segurança dos ativos, conforme previstos em cada Padrão Normativo; b) que
este checklist pode não delimitar todas os possíveis aspectos a serem revisados. O usuário do
checklist deve observar que o conteúdo e as informações contidas neste checklist não devem
ser, e não constituem, uma substituição ao julgamento profissional.

11 EQUIPE TÉCNICA – ELABORAÇÃO DO PADRÃO


Este padrão foi elaborado por um Comitê Técnico multidisciplinar com representantes de
diversas áreas da Vale e de empresas especialistas, sob a liderança do time da Diretoria de
Gestão de Ativos.

A empresa especializada SGS, contratada pela Vale, participou na elaboração deste Padrão
Técnico Normativo para segurança e integridade dos ativos, tendo a responsabilidade pela
execução de serviços técnicos especializados de diagnóstico, benchmarking e planejamento

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detalhado para elaboração e entrega do padrão, em conformidade com as especificações
técnicas do contrato, escopo e metodologia estabelecidos.

A listagem completa dos elaboradores está descrita no APÊNDICE VI – Lista de Elaboradores.

12 APÊNDICES
• APÊNDICE I – Check – Lista de Verificação

Apêndice I_Check
List.docx

• APÊNDICE II – Bowtie Síntese

Apêndice II – Bow
tie Síntese.pptx

• APÊNDICE III – Controle Crítico

Apêndice III –
Controle Crítico.xlsx

• APÊNDICE IV – Matriz de Competência Técnica

Apêndice IV -
Matriz de Competências Técnicas.xlsx

• APÊNDICE V – Checklist Pré-Partida

Apêndice V –
Checkist Pré partida.docx

• APÊNDICE VI – Lista de Elaboradores

Apêndice VI – Lista
de elaboradores.xlsx

13 HISTÓRICO DE REVISÃO
Número da
Data Revisado por Descrição
Revisão
Milena Ribas
00 08/01/2021 Engenheira Master Emissão Inicial
Mat:81013422

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