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04/03/2024

ESTRUTURA ATÔMICA E LIGAÇÃO


INTERATÔMICA

CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATERIAIS

Prof. Dr. Warlen Alves Monfardini


http://lattes.cnpq.br/1002125131789350
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OBJETIVOS GERAIS
 Revisar os conceitos fundamentais a respeito dos
principais modelos atômicos e da organização da tabela
periódica;

 Descrever de forma sucinta as principais ligações


presentes nos principais materiais sólidos;

 Identificar e correlacionar algumas propriedades de


acordo com o tipo de ligação presente em cada classe de
material;

2 CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATERIAIS – Estrutura Atômica e Ligação Interatômica


Engenharia Mecânica

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3 CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATERIAIS – Estrutura Atômica e Ligação Interatômica


Engenharia Mecânica

PRINCIPAIS CONTIRBUIÇÕES
1 - Demócrito (c. 460–370 a.C.): Desenvolveu a Equação de Schrödinger, que descreve o comportamento
Propôs a ideia de que a matéria é composta por partículas indivisíveis chamadas ondulatório dos elétrons e deu origem à teoria quântica.
"átomos".
9 - James Chadwick (1891–1974):
2 - John Dalton (1766–1844): Descobriu o nêutron, uma partícula neutra no núcleo atômico.
Desenvolveu a Teoria Atômica de Dalton, postulando que os átomos são esferas
indivisíveis e que os átomos de diferentes elementos têm massas diferentes. 10 - Wolfgang Pauli (1900–1958):
Propôs o Princípio de Exclusão de Pauli, que afirma que dois elétrons em um átomo
3 - J.J. Thomson (1856–1940): não podem ter os mesmos quatro números quânticos, sendo fundamental para
Descobriu o elétron e propôs o Modelo do Pudim de Passas, sugerindo que os entender a estrutura eletrônica
elétrons estavam distribuídos uniformemente em uma "massa positiva" como passas
em um pudim. 11 - Linus Pauling (1901–1994):
Contribuiu para a teoria da ligação química e a compreensão das estruturas
4 - Ernest Rutherford (1871–1937): moleculares usando princípios quânticos.
Realizou o Experimento de Espalhamento Alfa, concluindo que a maior parte da
massa do átomo está concentrada em um núcleo pequeno e denso. Propôs o 12 - Paul Dirac (1902–1984):
Modelo Planetário. Desenvolveu a teoria relativística do elétron, combinando a mecânica quântica com
a teoria da relatividade de Einstein.
5 - Niels Bohr (1885–1962):
Desenvolveu o Modelo de Bohr, onde os elétrons orbitam em órbitas quantizadas 13 - Murray Gell-Mann (1929–2019) e George Zweig (1937–2019):
ao redor do núcleo e emitem ou absorvem energia quando saltam entre essas Propuseram a existência de quarks, partículas subatômicas que compõem prótons e
órbitas. nêutrons.

6 - Louis de Broglie (1892–1987): 14 - Peter Higgs (nascido em 1929) e François Englert (nascido em 1932):
Introduziu a ideia de que partículas, como elétrons, também têm propriedades de Propuseram o mecanismo de Higgs, que explica a origem da massa de partículas
onda. subatômicas

7 - Werner Heisenberg (1901–1976):


Formulou o Princípio da Incerteza, que afirma que é impossível conhecer
simultaneamente com precisão a posição e o momento de uma partícula.

8 - Erwin Schrödinger (1887–1961):

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ESTRUTURA ATÔMICA E LIGAÇÃO


INTERATÔMICA

POR QUE ESTUDAR AS LIGAÇÕES


ENTRE OS ÁTOMOS E/OU
MOLÉCULAS?

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ESTRUTURA ATÔMICA E LIGAÇÃO


INTERATÔMICA

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INTRODUÇÃO
 Grande parte das propriedades dos materiais depende
fortemente de suas ligações internas (sua intensidade e
direcionalidade) e de sua estrutura organizacional interna
(i.e., módulo de elasticidade, densidade, condutividade
elétrica, ponto de fusão ...)

 O exemplo mais clássico pode ser dado através da


comparação das propriedades entre a grafita e o
diamante. Ambos são compostos basicamente pelos
mesmos elementos, entretanto diferem significativamente
quando comparamos suas estruturas internas;

7 CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATERIAIS – Estrutura Atômica e Ligação Interatômica


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INTRODUÇÃO

grafite diamante

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CONCEITOS FUNDAMENTAIS
 De que é composta a matéria?

 A matéria é constituída por variados átomos (parte


indivisível da matéria) de diversos elementos químicos,
que no casos dos materiais sólidos estão, na maioria das
vezes,“bem organizados”;

 Cada átomo é constituído por prótons e nêutrons (no


interior de um núcleo) e são envolvidos por diversos
elétrons em movimento orbital constante;

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CONCEITOS FUNDAMENTAIS

EXEMPLOS:

Representação esquemática do átomo de


Bohr(1913).

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CONCEITOS FUNDAMENTAIS
 Em termos de carga elétrica:

 Os prótons e os elétrons possuem carga elétrica positiva


e negativa, respectivamente (aproximadamente + e -1,6 x
10-19C). Os nêutrons não possuem carga elétrica;

 Em termos de massa:

 Os prótons e os nêutrons possuem massas equivalentes


(aproximadamente 1,67x10-27 Kg). Já os elétrons possuem
massa desprezível ( cerca de 9,11x10-31 Kg);
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CONCEITOS FUNDAMENTAIS
 MASSA ATÔMICA OU PESO ATÔMICO (A):
 A massa, ou peso atômico corresponde à média
ponderada das massas atômicas dos isótopos do átomo
que ocorrem naturalmente;

 Em outras palavras a massa atômica é aproximadamente a


soma do número de prótons e nêutrons do átomo;

𝐴 ≅𝑍+𝑁
 A unidade da massa atômica é a (uma). Para os
compostos ou moléculas, pode-se definir uma por mol ou
uma por átomo;
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CONCEITOS FUNDAMENTAIS
 NÚMERO ATÔMICO(Z):
 O número atômico corresponde a quantidade de prótons
que o átomo possui. Nos casos de átomos eletricamente
neutro ou completos, o número de prótons é igual ao
número de elétrons;

 O número atômico pode variar de 1 a 92, para o


hidrogênio e uranio, respectivamente;

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CONCEITOS FUNDAMENTAIS
 Para um entendimento mais detalhado da configuração
eletrônica dos átomos, é necessário um estudo mais
aprofundado de um modelo mecânico-ondulatório, onde
são introduzidos 4 números quânticos:

1- número de camada (K, L, M, N, O, P e Q);


2- número da subcamada (s, p, d e f);
3- número de estado energético para subcamada(ml);
4- momento de Spin (ms);

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CONCEITOS FUNDAMENTAIS
 As subcamadas podem ser interpretadas como volume no
espaço com alta probabilidade de se encontrar um
elétron;

 Orbital s - forma esférica;


 Orbital p – haltere;
 Orbital d - duplo haltere;
 Orbital f – formas complexas;

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CONCEITOS FUNDAMENTAIS

 Hibridização:

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CONCEITOS FUNDAMENTAIS
 Ainda sobre a configuração eletrônica dos átomos,
devemos destacar os chamados elétrons de valência;

 São chamados assim os elétrons situados da última


camada eletrônica (camada de valência) de cada átomo;

 O número de valência ou elétrons de valência é


extremamente importante para definir o tipo de ligação
que poderá ocorrer, influenciando consequentemente nas
propriedades do material;

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CONCEITOS FUNDAMENTAIS
 Princípio da exclusão de
Pauli. Este princípio estipula
que cada estado ou orbital
eletrônico pode comportar
um máximo de dois elétrons,
que devem possuir valores
de spin opostos;

 Onde camadas, s, p, d e f,
podem comportar 2, 6, 10 e
14 elétrons, respectivamente.

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CONCEITOS FUNDAMENTAIS
 Outro conceito fundamental a respeito da configuração
eletrônica dos elementos, corresponde a facilidade de um
elemento doar ou receber elétrons para outro elemento;

 Em termos práticos um material eletronegativo é um


material capaz de receber elétrons, ficando carregados
negativamente;

 Já os elementos eletropositivos são os elementos capazes


de doar seus elétrons de valência (metais), ficando
carregados positivamente;

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CONCEITOS FUNDAMENTAIS
 A eletronegativadade e a eletropositividade do elemento
depende basicamente do:
 Raio atômico;
 Afinidade eletrônica;
 Potencial de ionização:

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A TABELA PERIÓDICA
 Os elementos da tabela periódica são organizados
conforme suas características eletrônicas (nº de camadas
x elétrons de valência);

 Há basicamente 5 grupos de elementos químicos:


 * Hidrogênio (H);
 Metais ( Fe, Cu, Au, Ag, W, Pb ...);
 Semi-metais (intermediários)(B, Si, Ge...);
 Não metais(ametais) (C, N, O F, Cl...);
 Gases nobres(He, Xe, Ar);

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A TABELA PERIÓDICA
Elétrons de valência

Nº de
camadas

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A TABELA PERIÓDICA
 Os elementos na extrema direita da tabela são chamados
de gases nobres. Esses elementos são estáveis (possuem a
camada de valência completa). Não reagem com outros
elementos;

 Os elementos da família VIIA e VIA, possuem


respectivamente uma deficiência de 1 e 2 elétrons em sua
camada de valência, ou seja, são eletronegativos;

 Os elementos da família IA e IIA possuem


respectivamente 1 e 2 elétrons em “excesso”, ou seja, são
eletropositivos;
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A TABELA PERIÓDICA
 Os elementos das famílias IIIB e IIB são chamados de
metais de transição;

 Algumas vezes os elementos da família VIIA são chamados


de halogênios;

 Os elementos das famílias IA e IIA são as vezes chamados


de alcalinos e alcalinos terrosos;

 Alguns elementos das famílias IIIA, IVA e VA possuem


comportamento intermediários entre os metais e os
ametais, em função de seus elétrons de valência;
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A TABELA PERIÓDICA
 Como já comentado, a eletonegatividade depende
fortemente dos elétrons de valência e do raio atômico
(número de camadas), desta forma podemos organizar
esta propriedade na tabela periódica da seguinte forma:

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LIGAÇÕES ATÔMICAS NOS SÓLIDOS


 Como já mencionado diversas vezes, boa parte das
propriedades dos materiais, estão relacionadas com o
tipo de ligação entre os átomos;

 As ligações dos átomos e moléculas podem se dividir em


dois grupos principais: as ligações químicas (primárias) e
físicas (secundárias);

 As ligações químicas são ligações mais fortes e comuns


que as físicas, e buscam estabilizar eletronicamente a
última camada dos átomos envolvidos na ligação;

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LIGAÇÕES ATÔMICAS NOS SÓLIDOS


 Existe basicamente 3 tipos de ligações químicas:
 Iônica;
 Covalente;
 Metálica;

 Já no caso das ligações físicas, as principais são:


 Ligações de dipolo induzido flutuante;
 Ligações entre moléculas polares e dipolos induzidos;
 Ligações de dipolos permanente;
 Ligação de hidrogênio;

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LIGAÇÕES ATÔMICAS NOS SÓLIDOS


 Antes de estudar os mecanismos de cada um tipo de
ligações química, é imprescindível conhecer as forças e
energias envolvidas nas ligações;

 Ao se aproximar dois átomos, surgem naturalmente entre


eles, duas forças devido a suas cargas elétricas: uma força
repulsiva (Rr) e uma atrativa (Ra);

 A força resultante ou total (Ft) entre estas duas forças é


determinada conforme a soma de ambas;

𝐹𝑇 = 𝐹𝑅 +𝐹𝐴
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LIGAÇÕES ATÔMICAS NOS SÓLIDOS


 Analogamente as forças, podemos também considerar a
existência de energias repulsivas (Er) e atrativas (Ea)
agindo a uma distância finita entre dois átomos;
𝑟
𝐸𝑇 = න 𝐹𝑇 𝑑𝑟

 Deste modo, tanto para força, quanto para a energia que
age entre os átomo, há uma distância de equilíbrio, onde a
força resultante é igual a zero e a energia é a mínima
possível;

 Para a maioria dos átomos, esta distância é de


aproximadamente 0,3 nm;
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LIGAÇÕES ATÔMICAS NOS SÓLIDOS

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LIGAÇÕES ATÔMICAS NOS SÓLIDOS

Exemplo:
Para o caso da típica ligação entre
o Na+ e o Cl-, a distância
interatômica (entre os centros dos
átomos) é de aproximadamente
0,28 nm.

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LIGAÇÕES ATÔMICAS NOS SÓLIDOS


 Na prática, como existem diversas ligações ocorrendo
simultaneamente e em todas as direções, há uma
complexidade maior em se “modelar” uma curva de
interação;

 A magnitude da energia de ligação, a forma da curva e o


tipo de ligação variam de material para material e são de
extrema importância para diversas propriedades como:
ponto de fusão, módulo de elasticidade, coeficiente de
expansão térmica ...

 Vale ressaltar que essas interações são válidas para as


ligações primárias;
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LIGAÇÃO IÔNICA
 As ligações iônicas ocorrem em compostos que contém
elementos metálicos e não metálicos. Ou seja, elementos
em ambos lados da tabela periódica;

 Neste tipo de ligação o elemento metálico “cede”


elétrons para o elemento não metálico que os “recebe”,
permitindo que tanto os átomos que recebem quanto os
que doam elétrons atinjam uma configuração eletrônica
estável (igual à dos gases nobres);

 Neste caso, em ligações iônicas, sempre encontraremos


os elementos em sua forma iônica;
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LIGAÇÃO IÔNICA
 O cloreto de sódio (NaCl) é um típico exemplo de onde
ocorrem ligações iônicas;

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LIGAÇÃO IÔNICA
 As forças envolvidas nas ligações iônicas, são as forças de
Coulomb (devido as cargas negativas e positivas);

 As energias de atração e repulsão na ligação química


podem ser determinadas conforme as equações abaixo;

 Onde,A, B e r(distância) depende de cada sistema;

 Em geral as energias envolvidas são altas (em torno de


600 a 1500 Kl/mol ou 3 a 8 eV/átomo);
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LIGAÇÃO IÔNICA
 Devido as altas energias presentes nas ligações iônicas,
geralmente os materiais ligados ionicamente possuem um
alto ponto de fusão e além disso, são rígidos, duros,
frágeis, isolantes térmicos e elétricos;

 Este tipo de ligação está presente principalmente nos


materiais cerâmicos;

 Vale ressaltar também que as ligações iônicas são não


direcionais, ou seja, tendem a ocorrer igualmente em
todas as direções;

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LIGAÇÃO IÔNICA

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LIGAÇÃO IÔNICA

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/ionic-bonding

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LIGAÇÃO COVALENTE
 A ligação covalente é muito comum em moléculas
elementares de ametais (H2, Cl2, F2 etc) e moléculas de
átomos distintos (CH4, H2O, HNO3 e etc.);

 No caso da ligação covalente não há transferência de


elétrons. Neste caso os elétrons são “compartilhados”
entre dois átomos;

 O número de ligações possíveis em um átomo em


particular, depende do número de elétrons de valência
dele (número de ligações possíveis= 8- nº de elétrons de
valência);
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LIGAÇÃO COVALENTE
 Dois casos típicos de ligações covalentes podem ser
exemplificados na molécula de água e no diamante;

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LIGAÇÃO COVALENTE
Estrutura molecular do diamante

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LIGAÇÃO COVALENTE
 Como pode ser notado, os elementos ligados
covalentemente são muito diversificados e possuem
propriedades variadas.

 Este tipo de ligação está presente principalmente nos


materiais poliméricos, que possuem baixo ponto de fusão
e rigidez;

 Um aspecto diferente das ligações iônicas é que, as


ligações covalentes são direcionais (ou seja, ocorrem
apenas na direção em que está o par de átomos que irá
compartilhar os elétrons);
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LIGAÇÃO COVALENTE
 Na prática, dificilmente uma ligação será completamente
covalente. Existem inúmeros casos onde há um conjunto
de ligações iônicas e covalentes na formação do material;

 Chama se de caráter iônico a porcentagem de ligações


iônicas presentes no material. Inversamente ao caráter
iônico nós temos o caráter covalente;

 O caráter iônico é diretamente proporcional a diferença


de eletronegatividade entre os elementos (Xa e Xb são
eletronegatividades);

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LIGAÇÃO METÁLICA
 A ligação metálica ocorre entre elementos metálicos,
onde os elementos possuem 1, 2 ou 3 elétrons de
valência;

 No caso das ligações metálicas, são formados “núcleos


iônicos” de carga positiva, que envolve o núcleo dos
átomo e os demais elétrons (elétrons que não são de
valência);

 Neste caso, todo os elétrons de valência de todos


núcleos iônicos formarão uma “nuvem de elétrons” ou
“mar de elétrons” de carga negativa, que pertence ao
material como um todo;
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LIGAÇÃO METÁLICA
 A tal nuvem de elétrons funciona como “cola” para os
núcleos iônicos e, são responsáveis por diversas
propriedades típicas dos metais, tais como: alta
condutividade térmica e elétrica, alta reatividade;

 As energias de ligação para as ligações metálicas variam


de 68 KJ/mol (0,7 e V/átomo) para o mercúrio até 850
KJ/mol (8,8 eV/átomo) para o tungstênio. Suas respectivas
temperaturas de fusão são -39 e 3410ºC;

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LIGAÇÃO METÁLICA

Núcleo iônico

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LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS
 As ligações secundárias, ou de Wan Der Waals ou físicas
são ligações extremamente fracas (na ordem de 10
KJ/mol ou 0,1 eV/átomo) comparadas como qualquer
ligação química;

 Apesar de fraca, estão presentes praticamente em todos


os materiais, em especial os com ligação covalente e os
gases nobres;

 O princípio das ligações secundárias dá se pela presença


de dipolos atômicos ou moleculares;

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Engenharia Mecânica

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LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS
 No caso dos materiais de engenharia, as forças de Wan
Der Waals assumem grande importância nos materiais
poliméricos;

 As ligações secundárias podem ser produzidas por


dipolos permanentes ou induzidos e podem ser dividida
em 3 grupos básicos:
 Ligação de dipolo induzido flutuante;
 Ligação entre moléculas polares e dipolos induzidos;
 Ligação de dipolos permanentes;
 * Ligação de hidrogênio;

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LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS

 Água → exemplo de ligação


covalente entre os elementos
H-O-H, e ligação de dipolos
permanentes entre as
moléculas H2O;
Ligações covalentes

Dipolos permanentes

49 CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATERIAIS – Estrutura Atômica e Ligação Interatômica


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MOLÉCULAS
 Uma molécula pode ser definida como um grupo de
átomos que estão ligados entre si por meio de fortes
ligações primárias;

 A totalidade das amostras sólidas unidas por meio de


ligações iônicas e metálicas pode ser considerada como
sendo uma única molécula;

 No caso de materiais com ligações prevalentemente


covalente, podem ter moléculas grandes ou pequenas, em
ambos os casos ligadas covalentemente;

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MOLÉCULAS
 A maioria das moléculas diatômicas (H2O, CO2, C6H6
etc), e das moléculas elementares (F2, O2, H2 etc) estão
em formas gasosas, baixo ponto de fusão;

 Já nos casos dos polímeros as moléculas são


extremamente grande, por consequência um ponto de
fusão um pouco maior;

51 CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATERIAIS – Estrutura Atômica e Ligação Interatômica


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EXEMPLOS DE PROPRIEDADES

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EXEMPLOS DE PROPRIEDADES

53 CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATERIAIS – Estrutura Atômica e Ligação Interatômica


Engenharia Mecânica

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EXEMPLOS DE PROPRIEDADES
Tipo de Ligações Propriedades Elementos da
ORGANIZAÇÃO
Material Químicas (características) ligação

•média - alta resistência


mecânica
•alta ductilidade Agregados iônicos +
•bom condutor térmico e nuvem eletrônica
METÁLICO Metálicas Elementos metálicos
elétrico (ESTRUTURA
•baixa - alta temperatura de CRISTALINA)
fusão
•baixa - alta dureza
•bom isolante térmico e elétrico Cadeias moleculares
•alta ductilidade orgânicas ligadas
•baixa resistência mecânica Elementos com covalentemente,
Covalente + *van
POLIMÉRICO •baixa dureza eletronegatividade podendo ter ligações
der Waals
semelhante de van der Waals
•baixa estabilidade térmica entre as cadeias.

•alta resistência mecânica


•alta fragilidade Estrutura organizada
dos ânions e dos
CERÂMICO Iônica + *covalente •bom isolante térmico e elétrico Metal + ametal
cátions
•alta temperatura de fusão individualmente
•alta dureza

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CONCEITO FUNDAMENTAL

AFINAL, POR QUE ÁTOMOS SE


LIGAM?

Átomos ligados são termodinamicamente mais


estáveis → diminuição de energia potencial.

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Engenharia Mecânica

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CURIOSIDADES !
 EXISTE ALGUM MATERIAL MAIS
DURO QUE O DIAMANTE??

 SIM!!

Buckminsterfullerene

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Engenharia Mecânica

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CURIOSIDADES

http://www.compoundchem
.com/2016/05/02/buckyballs
/

57 CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATERIAIS – Estrutura Atômica e Ligação Interatômica


Engenharia Mecânica

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CURIOSIDADES !
 Grafeno !
* Barato, fino, resistente,
flexível, transparente,
quimicamente inerte,
supercondutor ...

https://engenheironaweb.com/2017/01/21/
grafeno-o-material-magico-de-1001-
utilidades/
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Engenharia Mecânica

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CURIOSIDADES !
 Comportamento anômalo da água !
Você sabia que a água sofre uma expansão de volume quando é
resfriado de 4 a 0 ºC?
Gelo → estrutura
menos compacta

Água (4ºC) →
estrutura mais
compacta

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CURIOSIDADES !

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EXERCÍCIOS
 1)

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BIBLIOGRAFIA
 William Callister Jr. Ciência e Engenharia De Materiais: Uma
Introdução, Ed. LTC Quinta edição;

 James F. Shackelford. Ciência dos materiais. 6ª Edição. Prentice


Hall 2008;

 Atkins Peter, Shriver I. Química inorgânica. 4ª edição. Artmed

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