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CENA 01
Os Rostos
(Paisagem fotográfica e sonora: as falas devem ser rápidas, intercalando emoções e
intensidades diferentes - alta, baixa, sussurro; os Rostos vocalizam diferentes sons; os
movimentos intercalam rapidez e lentidão, com aleatoriedade e repetição).
CENA O2
Alter Ego
Mamba (vaidosa; está com o rosto enfaixado)- Espelho, espelho meu, existe um
rosto mais belo do que esse?
Espelho (com arrogância) - O seu rosto está mais para um ovo podre!
Mamba - Um ovo podre?
Espelho (num crescente) - Cubra esse rosto, cubra esse rosto, cubra esse rosto…
enterre-o!
Bruxa (misteriosa) - Um grilo esfrega as suas asas.
Espelho - Você é feia!
Mamba (tensa) - Que coisa desagradável! (sino)
Bruxa (profética) - A batida lenta do sino da morte, ela prevê estratégias
importantes.
Mamba - Que coisa desagradável.
Espelho - Você usa máscaras!
Mamba - Eu era loira?
Espelho - Não há nada oculto que não será revelado.
Mamba - Uma pausa, nessa cena, talvez seja necessária.
Bruxa - Ah, o curso da água no calor do meu sangue!
Mamba (para a Bruxa; rápida, tensa e exigente) - Faça-me ver com maior nitidez
nesse escuro! (blackout)
Bruxa - Um grilo esfrega suas asas… pode ser a mudança de estação, ou as
inúmeras mudanças que passam despercebidas… Um grilo esfrega suas asas
dianteiras.
Mamba (misteriosa) - Existe um desagradável mistério que me incomoda, e parece
que nunca conseguirei fechá-lo com as batidas lentas do meu coração. Hoje, é a
batida do relógio que escuta atentamente a nossa presença aqui…
Bruxa (para Mamba, provocando) - Como uma bruxa, eu voarei, voarei sobre os
ares de córregos sangrentos, sobre os lamaçais, as montanhas, sob o céu, sobre
mares e terras, vestindo gritos…
Espelho - Chega!
Bruxa - A verdade sobre a mariposa dos nossos rostos está nas cicatrizes do espelho,
(pausa, todos olham para a coxia do lado direito; efeito sonoro de batidas na porta)
A Hora do chá