Esse milagre é um belo retrato da salvação por meio da fé na Palavra do Senhor. Todos os pecadores perdidos podem se ver em Naamã e também podem ver o poder da fé salvadora. A. Ele é condenado Ele era leproso. Seu bonito uniforme e suas importantes vitórias não podiam encobrir o fato de que Naamã era um homem condenado à morte, pois tinha uma doença que o homem não podia curar. Leia as notas de Levítico 13 e veja como a lepra simboliza o pecado. B. Ele é um inimigo Ele tinha uma serva judia em sua casa, uma menina que fora raptada durante um ataque. Naamã, como gentio, estava excluído da bênção de Israel; veja Efésios 2:11 -22. Deus deu-nos seu Filho enquanto ainda éramos inimigos (Rm 5:6-10). C. Ele ouve um testemunho A pequena serva judia amava seu amo. Embora estivesse longe de casa, ela não esquecera de seu Deus e logo testemunhou o grande poder dele. Se ela não fosse uma trabalhadora fiel, não seria uma testemunha eficaz, mas seu testemunho foi recompensado por causa de sua lealdade. Como Cristo precisa de testemunhas hoje! D. Ele tenta salvar a si mesmo Naamã cometeu todos os erros possíveis na tentativa de curar-se da lepra. Primeiro, foi ao rei da Síria, o qual obviamente não podia fazer nada. Depois, foi ao rei de Israel, que também não podia fazer nada. Muitos pecadores perdidos correm de um lugar a outro em busca de salvação, quando Cristo está o tempo todo esperando para suprir a necessidade deles. Observe que Naamã também não sabe nada a respeito da graça, pois leva consigo uma boa quantidade de bens (v. 5). O pecador perdido tenta comprar ou ganhar a salvação, mas isso é impossível. E. Ele é chamado por Deus Eliseu soube da situação de Naamã e chamou-o. Nenhum pecador merece ser salvo. E apenas por meio do chamado de graça do Espírito que qualquer pessoa vai a Cristo; veja João 6:37. Em Lucas 4:27, Jesus comenta que Naamã era um entre os muitos leprosos que havia na época, mas o Senhor escolheu-o e curou-o. Isso é graça. F. Ele resiste ao caminho simples da salvação de Deus Eliseu não saí para ver Naamã, o general. Por estar leproso, contaminaria o profeta. Eliseu queria que ele soubesse que era um homem rejeitado, condenado. Ele trata o orgulhoso general como pecador, e Naamã enfurece-se com esse tratamento. Ele pergunta: "Ele não sabe quem eu sou?", como também muitos pecadores hoje perguntam. Naamã pensou que o profeta faria algum ritual (v. 11) para curá-lo. Ele não podia humilhar-se e entrar no rio Jordão, o rio da morte. Ele achava que os rios próximos de sua casa eram muito superiores ao Jordão. C. Ele cura-se por causa de sua fé obediente No versículo 13, o servo humilde demonstra ter mais bom senso que o general. Como é irracional opor-se à forma simples do Senhor para a salvação. Quando Naamã obedece pela fé, ele "nasce de novo" e sai das águas com a pele pura como a de uma criancinha. Os sete mergulhos no Jordão não tipificam o batismo, pois ninguém é salvo ao ser batizado mesmo uma vez, quanto mais sete vezes. Naamã provou sua fé por seu trabalho; ele creu na Palavra e agiu de acordo com ela. H. Ele teve confiança Ele dissera: "Pensava eu" (v. 11), mas agora ele diz: "Eis que, agora, reconheço" (v. 15). Ele deu testemunho público do poder do Senhor ede que o único Deus verdadeiro é Jeová. Ele estava tão agradecido que ofereceu bens a Eliseu, mas este, obviamente, recusou-se a aceitar o presente. Se Eliseu aceitasse o presente, acabaria com a lição a respeito da salvação pela fé e tiraria toda a glória do Senhor. /. Ele vai para casa em paz (v. 19) Naamã sabia que enfrentaria problemas quando voltasse para casa, já que seu rei era adorador de ídolos, mas Naamã procurou obedecer ao Senhor e dar-lhe glória total. Todos os crentes têm "paz com Deus" (Rm 5:1). II. A cobiça de Geazi (5:20-27) Geazi discordava da Palavra do Senhor. Assim, iniciaram-se seus problemas e pecados. Ele nunca ficaria leproso se tivesse se submetido à Palavra do Senhor e julgado a cobiça que tinha no coração. É importante que o povo de Deus julgue com honestidade os pecados que tem no coração. A atitude de Geazi era "a minha vontade", não "a sua vontade". Observe como as pessoas são rápidas e eficientes quando desobedecem à Palavra do Senhor. Em 4:29-31, Geazi não correu para ressuscitar o menino morto, mas aqui ele corre até Naamã para conseguir bens materiais. Como seria bom se os cristãos apenas se preocupassem tanto com as coisas espirituais quanto o fazem com as materiais. Agora temos duas mentiras: A. Ele mente para Naamã (w. 21-23) Ele disse a Naamã: "Meu senhor me mandou dizer: Eis que, agora mesmo, vieram a mim dois jovens, dentre os discípulos dos profetas da região montanhosa de Efraim; dá-lhes, pois, um talento de prata e duas vestes festivais". Geazi, como Judas, parecia preocupado com os pobres quando o tempo todo se preocupava consigo mesmo Oo 12:1-7). É claro que Geazi, ao pegar o dinheiro, roubava a glória do Senhor e contradizia a palavra do profeta, além de dar a impressão de que a salvação envolvia boas obras e dinheiro. Um ato egoísta dele arruinou o quadro todo. Geazi ganhou tantos bens que dois servos de Naamã tiveram de carregar as coisas para ele. B. Ele mente para Eliseu (vv. 25-27) Ele entra em casa e age como se nada tivesse acontecido. Contudo, o profeta sabe a verdade e pergunta- lhe onde esteve. "Teu servo não foi a parte alguma". Outra mentira. O versículo 26 sugere que Geazi planejava usar o dinheiro para estabelecer-se em uma pequena propriedade própria. É provável que a cobiça de Geazi estivesse em seu coração havia muito tempo, pois no capítulo 4 vimos a incapacidade do servo para ressuscitar o menino morto. Deus julgou Geazi, porque este não julgaria a si mesmo, e a lepra de Naamã transferiu-se para Geazi e seus descendentes. Em 8:1-6, encontramos Geazi de novo, mas, dessa vez, em presença do rei. Algumas pessoas sugerem que ele se arrependeu e se curou, porém não há evidência disso nas Escrituras. Além disso, a doença devia passar também para seus descendentes. A explicação é simples: os acontecimentos registrados em 2 Reis não estão necessariamente em sua verdadeira ordem cronológica. Provavelmente, a conversa entre Geazi e o rei aconteceu no portão da cidade quando o rei ouvia as queixas do povo. Como é triste ver um servo devotado do Senhor levado à vergonha e à rejeição por causa da cobiça. Isso não era blasfémia (como aconteceu com Pedro) nem mesmo adultério (como sucedeu com Davi), mas o pecado secreto da cobiça. É claro que a cobiça pode ser a causa de todos os tipos de pecados. Se a pessoa cobiça algo (ou alguém), não há pecado que não seja capaz de cometer para conseguir o que quer. Eliseu, o servo do Senhor, não vivia para ganhos materiais, mas totalmente para a glória de Deus. Geazi não podia servir a dois senhores — ao dinheiro e a Jeová. Colossenses 3:5 compara a cobiça à idolatria. Jesus associa a cobiça aos feios pecados da carne (Mc 7:22), e, em Romanos 1:29, Paulo enumera a cobiça entre os pecados dos gentios. Em Lucas 12:13ss, Jesus adverte claramente quanto aos perigos da avareza e, em Lucas 16:13ss, ele mostra que esse pecado levará as pessoas para o inferno. Veja também Efésios 5:3. É interessante contrastar a serva judia (vv. 2-3) com Geazi. Ela era cativa, contudo testemunhou com alegria do Senhor; ele era um homem livre que vivia na sua terra, contudo estava interessado apenas em si mesmo. Ela levou Naamã ao lugar de salvação; ele arruinou a mensagem de graça com seu pecado. Ela não obteve ganho material, mas recebeu a bênção do Senhor; ele foi para casa com riquezas, mas perdeu tudo.