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1 : 1 : 0 que era desde o principio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o

que contemplamos e as nossas mãos apalparam, a respeito do Verbo da vida


O autor sagrado nos faz remontar à eternidade passada Há uma alusão
óbvia aos trechos de Gên. 1:1 e João 1:1
Verbo já estava presente. Ele transcende a todas as considerações de tempo,
pois ele mesmo é eterno e divino.
Portanto, é impossível que ele seja somente
um dos muitos «aeons» ou supostas emanações angelicais de Deus,
conforme os gnósticos asseveravam.
«...as nossas mãos apalparam...» Jesus Cristo era «tangível». Não era
nenhum fantasma, conforme os gnósticos erroneamente imaginavam. Ele
tinha um real corpo humano; ele veio na carne. A mensagem gnóstica o
apresentava, algumas vezes, como «sólido», e às vezes como se ele «nem
estivesse ali», quando nele tocavam. Os docéticos imaginavam que a
humanidade de Cristo não era real. Apenas «pareceria» real.

1 : 2 : (pois a vida foi manifestada, e nós a temos visto, e dela testificamos, e vos
anunciamos a vida eterna, que estava com 0 Pai, e a nós foi manifestada);
este- segundo versículo repete os elementos essenciais do primeiro
versículo, embora de forma mais adornada, salientando o conceito da
«vida», que é introduzido no primeiro versículo.
O Verbo é uma revelação do intuito de Deus para com os homens. Esse
«intuito» é benigno e beneficente, pois envolve a transmissão de vida, a
saber, a própria vida divina, a vida eterna. No Verbo estava a vida «...e a
vida era a luz dos homens».

1:3: sim, o que vimos e ouvimos, isto vos anunciamos, pare que vós também tenhais
comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo.
As originais «testemunhas oculares» transmitiram sua mensagem à
«segunda geração» de crentes, bem como os benefícios derivados da
manifestação de Cristo. Essas coisas se tomam perfeitamente reais para
essa segunda geração, embora não sejam testemunhas oculares, a exemplo
dos apóstolos.

«...a nossa comunhão ê com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo...» Os
mestres gnósticos tinham um conceito «deísta» de Deus. Criam que o
elevado Deus (pois haveria muitos deuses inferiores) estava totalmente
divorciado de sua criação, sem manter qualquer contacto com a mesma.
Viam a matéria como o princípio mesmo do mal, e, naturalmente, Deus não
podia aproximar-se da matéria, sob pena de ficar contaminado.

Comunhão. Consideremos os seguintes pontos sobre essa questão central


da religião cristã;
1. Gozamos de comunhão tal como ela ocorre na família
divina.
2. Essa comunhão vem pela iluminação dada pelo Espírito.
3 Através da transmissão da vida divina aos homens, tornando-os seres que
possam ter comunhão com o Deus Altíssimo.
4. Essa comunhão vem através
do ministério da Palavra da Vida, em sua encarnação, expiação, obra
medianeira, vida ressurrecta e glorificação, que ele compartilha com outros
homens.
5. Esse vocábulo indica «tornar-se sócio», pelo que também o
termo «participante» indica alguém que se aproveita de um fundo de
benefícios comuns.

1 :4 : Estas coisas vss escrevemos, para que o nosso gozo seja completo.
«...Estas cousas...» Quais? A vida através do Verbo, o Pai como
benfeitor, a comunhão dentro da família divina.

1:5: E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e nele
não há treva nenhuma,
Isso pode ser comparado com João 1:4, onde se nota a transição da «vida»
para a «luz». Assim também agora o autor sagrado, tendo falado sobre a
Palavra e sua mensagem, passa a falar da iluminação que Cristo trouxe.
Deus é Luz. Sua presença é luminosa, tão brilhante que ninguém pode
aproximar-se dele

1 João 1:6 Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não
praticamos a verdade.

A Prova Da Filiação
1. Equiparemos a filiação à salvação. Por conseguinte, aquele que é um
eleito ou remido, deve agir como filho de Deus. Isso envolve cada aspecto de
sua vida diária.
2. A comunhão com Deus resulta na santificação, e a santificação é prova
; de filiação, pois não existem eleitos que não se estejam santificando, uma
vez que já tenham sido remidos (ver II Tes. 2:13 e I Ped. 1:2).

1 João 1:8 Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade
em nós.
Os gnósticos negavam a «pecaminosidade essencial», com base em
diversas considerações, alistadas abaixo:
Diziam eles que a alma humâna é pura, por ser emanação de Deus. ao
passo que o corpo físico é pecaminoso, por ser participante da matéria, a
qual é o princípio mesmo do pecado. Assim, tal como se pode mergulhar
ouro puro na lama, sem que o ouro se corrompa ou se modifique em sua
natureza, assim também a alma pode imergir na lama do corpo, sem sofrer
qualquer contaminação devido a esse contacto.

«Nossa natureza está envenenada, e a mácula está em nosso próprio


sangue. A graça é o remédio, mas a recuperação é um processo demorado.
Tem início no momento em que nos submetemos a Cristo, mas por toda a
vida terrena tem prosseguimento o tratamento...

1:9: Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar ospecados e nos
purificar de toda injustiça.

«...confessarmos...» «admitir a veracidade de uma acusação». Admitimos


a Deus nossa pecaminosidade e nossos pecados particulares, na tentativa de
nos libertarmos deles, confessando sua acusação contra nós de que somos
pecadores. Mas a confissão, desacompanhada da resolução de livrar-se do
pecado (que é a atitude chamada «arrependimento»), é um gesto inútil. Não
podemos continuar voltando a Deus e dizendo: «Senhor, aqui estou
novamente, com o mesmo pecado.Perdoa-me».Isso não seria
arrependimento; e o indivíduo nessa situação seria um «viciado»,

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