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MANUAL UFCD

Curso: 10065 – Ética e Deontologia nos Cuidados do Cabelo

Duração: 25H

Formador(a): VANESSA FERNANDES


Índice
1. Evolução histórica da profissão de cabeleireiro e dos cuidados com o corpo e o
cabelo ........................................................................................................................... 3

1.1 - Egípcios 1300 A.C. ........................................................................................... 6

1.2 Gregos 500 A.C. ................................................................................................. 6

1.3 Romanos 300 A.C. .............................................................................................. 6

1.4 Gauleses............................................................................................................ 7

1.5 Idade Média - Séc. V ao Séc. XV ........................................................................ 8

1.6 Renascimento – Séc. XIV até ao Séc. XVI .......................................................... 9

1.7 Época napoleónica 1799-1815 .......................................................................... 10

1.8 Belle Époque no fim do século XIX ................................................................... 10

1.9 Tempos atuais .................................................................................................. 12

2. Perfil de competências ........................................................................................ 14

2.1 - O que são Competências? .............................................................................. 14

2.2 Diferença entre competências e funções .......................................................... 15

2.3 Funções e características dos profissionais dos cuidados do cabelo ................ 16

1 - Competências técnicas ....................................................................................... 17

2 – Competências profissionais ................................................................................ 17

3 - Competências pessoais ...................................................................................... 18

4 – Competências sociais ........................................................................................ 19

2.4 Perfil funcional – Mapeamento de competências .............................................. 21

3. Conceitos de ética, moral e deontologia ................................................................. 22

3.1 - Ética................................................................................................................ 22

3.2- Moral................................................................................................................ 23

3.3 – Diferença entre Ética e moral ......................................................................... 24

3.4 Deontologia ....................................................................................................... 27

3.4.1 - Princípios deontológicos .......................................................................... 28

3.4.2 Código de ética do profissional de beleza .................................................. 31

3.5 Resolver dilemas éticos e morais ...................................................................... 32

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4 - Importância da ética e deontologia profissional nos cuidados do cabelo............ 34

4.1 - Ética e responsabilidade social e ambiental .................................................... 36

4.1.2 Questões ambientais nos salões de beleza................................................ 36

4.2 Ética na profissão de cabeleireiro: com os colegas de trabalho, o público externo


e a organização ...................................................................................................... 40

- A nível técnico .................................................................................................. 40

- A nível comercial............................................................................................... 41

- A nível da formação .......................................................................................... 42

5. Webgrafia ............................................................................................................... 43

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1. Evolução histórica da profissão de cabeleireiro e dos
cuidados com o corpo e o cabelo

10,000 A.C. – Os homens das cavernas usavam rochas afiadas ou conchas para rapar
o cabelo e pelos da sua face e cabeça.
1500 A.C. – A moda no Egipto é rapar a cabeça e usar peruca. Esta tendência verifica-
se tanto nos homens como nas mulheres.
1300 A.C. – Os antigos Egípcios começam a utilizar hena para colorir os seus cabelos.
Esta técnica ainda hoje é utilizada.
500 A.C. – O Hair Styling torna-se uma forma de arte altamente desenvolvida na Grécia
antiga. A palavra “Cosmetologia” deriva da palavra grega “kosmetikos” que significa
“hábil em adornar”
400 A.C. – Os Gregos Antigos começam a encaracolar os seus cabelos com varas de
bronze.
300 A.C. – Em Roma o hair styling torna-se popular e a cor de cabelo determina a classe
social. As mulheres de classes sociais mais elevadas pintavam o cabelo de vermelho,
as mulheres de classe social média pintavam o cabelo de loiro e as mulheres de classe
social baixa pintam o cabelo de negro.
1092 D.C. – A procura de serviços de cabeleireiro e barbeiro aumentam depois de o
papa decretar que todos os clérigos deveriam remover todo o pelo facial.
A Partir do Século XV:
1400’s – As classes sociais mais elevadas da época Renascentista, arrancam toda a
frente de sua linha do cabelo para ficarem com uma testa maior.
1450 – Antes de 1450, os barbeiros também faziam cirurgia. Isso era permitido devido
a uma lei aprovada pelo papa Alexandre III que proibia os clérigos de derramar sangue.
Os barbeiros realizavam regularmente sangrias e pequenas cirurgias, administravam
ervas e também arrancavam dentes. Em 1450, é aprovada uma lei que separa barbearia
e cirurgia. Depois disso, apenas cirurgiões poderiam realizar cirurgias e barbeiros
poderiam cortar cabelos.
1600’s – Dá-se na Europa a primeira aparição da palavra "cabeleireiro". O cabeleireiro
passa a ser considerado uma profissão.
1600’s – Um dos cabeleireiros mais famosos do mundo, Champagne, muda-se para
Paris, abre um salão de cabeleireiro e cuida os cabelos de mulheres parisienses ricas,
até sua morte. Em 1658 sendo um verdadeiro artista, Champagne é conhecido por
deixar o trabalho a meio e insultar as nobres durante o serviço.

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1602– A rainha Elizabeth encomenda perucas que respeitam a cor natural de seu
cabelo: vermelho. Verificou-se então uma moda de tintura vermelha em toda a
Inglaterra. Os cabelos loiros descoloridos também se tornaram populares nessa época.
1660– Carlos II da Inglaterra introduz perucas masculinas para cobrir os seus próprios
cabelos ralos. O estilo torna-se tão popular que dura mais de 100 anos.

A partir do século XVIII:


1700’s – O penteado em “torre” torna-se popular entre as mulheres inglesas e
americanas ricas, promovido por Marie Antoinette.
1762 – A palavra shampoo, proveniente da palavra hindi "champna", começa a ser
usada. Os cabeleireiros ingleses fazem shampoo com sabão fervente na água, com
fragrâncias e ervas.
1765 – Legros de Rumigny é declarado o primeiro cabeleireiro oficial da corte francesa.
Ele publica um livro best-seller, Art de la Coiffure des Dames, que discute o cabeleireiro
e inclui fotos de estilos criados por ele.
1769 – Legros de Rumigny abre a “Academie de Coiffure”, uma escola onde ele ensina
homens e mulheres a cortar cabelos e recriar seus famosos penteados.
1789– Durante a revolução francesa, o cabelo curto se torna extremamente popular
para homens e mulheres.
1790– O conceito de aerossol é introduzido na França, na mesma época em que as
bebidas carbonatadas auto-pressurizadas foram introduzidas.

A Partir do século XIX:


1845 – Os pentes de metal quente são inventados na França para alisar
temporariamente os cabelos crespos.
1875 – O primeiro ferro de frisar é inventado na França por Marcel Grateau.
1890 – A primeira academia de cabeleireiro foi aberta em Chicago por Brisbois e
Federmeyer.
1890 – Alexandre Godefoy inventa o primeiro secador de cabelo elétrico.
1900’s – O penteado fica prontamente disponível para todas as classes sociais.
1905 – O cabeleireiro alemão Charles Nessler inventa a onda permanente, usando
pasta de bórax e rolinhos aquecidos eletricamente.
1907 – O primeiro corante capilar sintético é inventado pelo químico francês Eugene
Schueller (fundador da L'Oreal) e é chamado de "Aureole".
1920 - O bob curto é o corte de cabelo mais popular.

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1928 - É produzido o primeiro produto capilar masculino chamado "Brylcreem", feito de
óleo mineral, cera de abelha e água.

MODERN HAIRSTYLING:
1943 - O governo dos EUA cria o primeiro spray de aerossol durante a Segunda Guerra
Mundial. Além disso, a lata de aerossol foi inventada na tentativa de pulverizar as tropas
com repelente de insetos para prevenir a malária.
1950 - O cabelo loiro platinado torna-se muito estiloso graças a Marilyn Monroe.
1952 - O primeiro champô líquido, chamado “Dop”, chega às prateleiras.

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1.1 - Egípcios 1300 A.C.
Os penteados egípcios dependiam muito da riqueza, idade e grupo social em que o
indivíduo circulava. Tanto homens como mulheres teriam cabelos na altura dos ombros
ou cabelos cortados até a nuca ou até cabeças barbeadas! No entanto, os jovens
adultos antes de atingirem a maioridade usavam a cabeça rapada com um pequeno
cacho no lado da cabeça, chamado "Madeixa da Juventude", para simbolizar sua idade.
As meninas usavam tranças ou, às vezes, rabos-de-cavalo. Os homens e mulheres mais
velhos usavam perucas para esconder a falta de cabelos ou os cabelos brancos. Devido
à exposição ao sol, a peruca ajudaria a proteger os cabelos do egípcio dos danos
causados pelo sol.
As mulheres do Reino Egípcio Antigo teriam penteados mais curtos, enquanto as
mulheres do Novo Reino tinham cabelos mais longos. As mulheres usavam os cabelos
cacheados de aparência natural (quando os cabelos eram longos) ou trançados. Ambos
os tipos de mulheres decoravam seus cabelos com flores como a flor de lótus e fitas de
linho. Os egípcios também usavam diademas (semelhantes às tiaras) feitos de ouro ou
granada, mas os pobres decoravam seus cabelos com bagas e pétalas. Usavam
também faixas que circundavam toda a cabeça e serviam para prender o cabelo no
lugar, além de ganchos e contas de marfim e metal para manter as extensões no lugar.
Em cada cacho de cabelo (trança), enfiavam tubos de ouro para mostrar a sua riqueza
e tingiam seus cabelos naturais com hena.
O uso de véu era rejeitado pelas mulheres privilegiadas, mas as mulheres pobres
adotavam o véu. Os homens mantinham o cabelo curto ou barbeado e os homens mais
ricos usavam perucas elaboradas.

1.2 Gregos 500 A.C.


Os penteados clássicos da Grécia eram apanhados estilo chignon e usavam-se os
cabelos muito compridos.
Muitos estilos envolviam entrançar o cabelo, fixá-lo na cabeça e decorar com flores,
tiaras, fitas e pedaços de metal. As loiras eram muito raras e portanto muitas mulheres
tentavam pintar os cabelos de loiro e também ruivo.
Os penteados da Grécia antiga também envolviam aspergir pó de ouro no cabelo. Os
homens tinham cabelos curtos ou rapados e usavam barbas, exceto fossem soldados.

1.3 Romanos 300 A.C.


Os penteados para as mulheres consistiam em usar os cabelos soltos e confinados ao
rosto usando uma faixa em volta da cabeça. As meninas usavam um coque simples na
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base do pescoço. No entanto, no reinado do imperador Augusto, os penteados
detalhados entraram em moda. Na Roma antiga, os penteados tornaram-se uma
expressão da identidade de uma pessoa tanto quanto hoje e o estilo determinava a
riqueza, status, gênero e idade da pessoa. Para as mulheres, os cabelos indicavam o
quão atraente e rica ela era.
Hoje, penteados elaborados como os de Lady Gaga são considerados controversos e
radicais, mas nos tempos romanos, quanto mais complexo e ultrajante o penteado, mais
atraente ela era porque passou horas aperfeiçoando seu estilo, o que indicava sua
riqueza. Eles usariam pedaços de cabelo falso, como fazemos hoje, para fazer com que
seus cabelos pareçam mais grossos e longos. As mulheres usavam os cabelos em
cachos ou em tranças e nós altamente sofisticados, decoravam seus cabelos
principalmente com pérolas e alfinetes com joias.
Para os homens, os estilos de cabelo variavam. No início dos tempos romanos, os
homens tinham cabelos compridos e barbas cheias, mas isso mudou quando passaram
a ser usados os cabelos curtos e rostos barbeados. Cerca de 1 aC, passaram a usar o
penteado curto, mas barbas crescidas. César usava uma coroa de louros para esconder
os seus cabelos ralos e o imperador Nero usava cabelos encaracolados que
emolduravam o seu rosto.
https://youtu.be/Q6up2QIGaF4

1.4 Gauleses
O termo “gauleses” designa um conjunto de populações celtas que habitava a Gália (em
latim: Gallia), isto é, o território que corresponde hoje, grosso modo, à França, à Bélgica
e à Itália. Os arqueólogos ligam as civilizações gaulesas à civilização celta.
Os germânicos fizeram novos costumes, que os separavam do Império Romano, e os
seus cabelos tinham um grande significado. Os líderes militares amarravam os cabelos
em cima da cabeça para parecerem mais intimidadores aos inimigos, pois simbolizavam
a autoridade; perder os cabelos traria vergonha ao indivíduo. A cor do cabelo de uma
pessoa, a maneira como foi cortada ou não, e a aparência foi extremamente importante
para os celtas.
A cabeça representava a essência da alma de alguém. É por isso que durante as
batalhas as cabeças do inimigo eram colecionadas e exibidas. O cabelo tinha um tipo
de simbolismo mágico, uma indicação das conexões sobrenaturais de alguém. Era
também considerado vergonhoso cortar o cabelo ou a barba de alguém quando se
queria humilhar uma pessoa, cortava-se o cabelo e a pessoa teria que se esconder até
o cabelo crescer antes de se mostrar em público novamente.

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Quanto melhor sua posição na sociedade, maior será a sua barba. Tanto homens como
mulheres usavam cabelos compridos e soltos. Para as cerimônias, os cabelos de
homens e mulheres estavam elaboradamente enrolados. Especula-se a existência de
algum tipo de ferro de frisar.
Por exemplo, o escritor romano Dio Cassius descreveu a rainha guerreira celta Boudica
como tendo cabelos que pendiam até às ancas. Os guerreiros celtas preferiam
penteados de aparência feroz. O escritor Diodorus Siculus afirmou que os homens
celtas usavam água de cal para lavar os cabelos, permitindo que os modelassem para
que parecessem com a crina de um cavalo.
https://youtu.be/Ym-a4CN9GlQ

1.5 Idade Média - Séc. V ao Séc. XV


Na história da Europa, a Idade Média (ou período medieval) durou do século V ao XV.
Tudo começou com a queda do Império Romano do Ocidente, fundiu-se com o
Renascimento e também a Era das Descobertas.
A maioria dos homens neste período usava o cabelo preso com risca ao meio e grandes
barbas grossas! Homens com status inferior ao rei usavam cabelos mais curtos. No
século VIII, os homens raparam as barbas e arranjavam vigorosamente os cabelos. Este
estilo manteve-se por algum tempo e até o Papa Gregório VII proibir barbas e bigodes
entre clérigos, em 1073. No século XI, muitos homens escolheram o estilo de 'pageboy'
como Carlos VIII, o cabelo curvado sobre as orelhas e redonda na parte de trás do
pescoço.
Os penteados das mulheres neste período eram muito simples, pois elas usavam o
cabelo longo, geralmente até os joelhos ou mais, com duas tranças escorrendo pelos
dois lados. Usavam também o cabelo em chignon, para os dias mais quentes! A igreja
católica queria que todas as mulheres usassem véus, pois o cabelo feminino era
considerado erótico e, portanto, propriedade de seus maridos. No século XIII - XIV, era
popular o uso de três tranças amarradas na parte de trás da cabeça e decoradas com
redes e ornamentos, assim como os acessórios caídos na testa.
As mulheres casadas deveriam cobrir os cabelos com barbetes, véus, redes e chapéus
para não mostrar o cabelo.
Os penteados das mulheres medievais mudaram de moda durante a Idade Média:
• O cabelo era primeiro longo e esvoaçante e claramente visível;
• As tranças longas entraram na moda;
• O cabelo foi então escondido da vista sob sob uma espécie de chapéu;

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• Os penteados foram trocados e passaram a usar-se uma espécie de rolos em
cada lado da cabeça;
• Cabelo liso, repartido no meio, estava em exibição na frente da cabeça, acima
da testa e o resto do cabelo escondido por uma espécie de gorro.
Donzelas medievais (Brave Heart ou qualquer filme de Camelot / Robin Hood) usavam
os cabelos longos e trançados, nas costas ou enrolados em rolos nas orelhas, no estilo
da princesa Leia.

1.6 Renascimento – Séc. XIV até ao Séc. XVI


Renascimento, Renascença ou Renascentismo são os termos usados para identificar o
período da história da Europa aproximadamente entre meados do século XIV e o fim do
século XVI.
No período renascentista, as mulheres arrancavam a linha da frente do cabelo para dar
a aparência de uma testa mais alta; os cabelos eram puxados para trás, para que um
“capacete” elaborado pudesse ser usado para mostrar a sua riqueza. O estilo também
envolvia muitas tranças entrelaçadas entre si, muitas das quais vemos nos casamentos
hoje.
O cabelo loiro era considerado um sinal de beleza e classe alta. Como resultado,
homens e mulheres tentaram deixar o cabelo loiro usando descolorante naturais tais
como açafrão ou casca de cebola, ou, no caso de mulheres italianas, sentando-se
durante horas com os cabelos ao sol.
1500s
A rainha Elizabeth de Inglaterra liderou seu país e desencadeou uma tendência nos
cabelos: as mulheres copiavam os seus cachos vermelhos e arrancavam os cabelos e
as sobrancelhas para se parecerem com a rainha. Coques elaborados - alguns
parecidos com laços - e perucas também entraram em moda. No século 16, depois de
Francisco I da França queimar acidentalmente seu cabelo com uma tocha, os homens
começaram a usar cabelos curtos e deixaram crescer as barbas e bigodes.
1700s
Marie Antoinette afirmou-se a nível social, elevando seus cabelos a novas alturas. As
suas perucas em pó foram adornadas com as mais diferentes bugigangas incluindo até
modelos de navios, penas, rendas a gaiolas de pássaros. A criação, o cuidado e a
manutenção das perucas levaram horas e deram origem a uma nova profissão: o
cabeleireiro, até então, as empregadas domésticas é que cuidavam dos cabelos das
mulheres. Os membros da realeza eram as celebridades da época e, como hoje, as
pessoas eram influenciadas pelo seu sentido de estilo.

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No século XVIII, os homens ricos da moda usavam perucas de pó branco amarradas
numa longa trança na parte de trás do pescoço, envoltas numa bolsa de seda preta, ou
amarradas com um laço preto.
https://www.youtube.com/watch?v=QPWGQGdWcIw
https://www.youtube.com/watch?v=uBsSioNmQRI

1.7 Época napoleónica 1799-1815


A Era Napoleônica compreendeu o período da chegada de Napoleão Bonaparte ao
poder em 1799 e terminou com sua derrota na Batalha de Waterloo e seu exílio na Ilha
de Santa Helena, em 1815.
Durante o primeiro período revolucionário (Revolução Francesa 1789-1799) teve lugar
uma mudança espetacular no que se refere à moda feminina. O estilo império é um
estilo arquitetónico, de decoração de interiores, mobiliário e moda em geral, que se
desenvolve em França no início do século XIX e se insere dentro do espírito neoclássico.
O estilo império atingirá o seu auge após o regresso das campanhas militares de
Napoleão na Itália e no Egito. Será então Napoleão, o imperador, a impor o seu gosto
pela grandiosidade e imponência, em comunhão com elementos decorativos de
inspiração no universo militar e motivos revivalistas da Antiguidade Clássica e Antigo
Egito. Extremamente ligada à figura do imperador e à glorificação do seu poder, a arte
traduz-se, de um modo geral, em formas massivas e monumentais que representam o
poder absoluto e da corte. O estilo era inspirado na Grécia antiga. Josefine era o ícone
da moda e as mulheres copiavam-na.
Os cabelos eram presos repartidos ao meio com cachos. As mulheres casadas e
mulheres elegantes deveriam sair á ruas usando “bonnets” com abas nas laterais
cobrindo as orelhas.
Penteados clássicos mais curtos, quando possível com cachos, eram menos
controversos e muito amplamente adotados e os cabelos agora eram descobertos
mesmo ao ar livre; exceto para o vestido de noite. Fitas ou filés finos de estilo grego
eram usados para amarrar ou decorar o cabelo.

1.8 Belle Époque no fim do século XIX


A Belle Époque (expressão francesa que significa bela época) foi um período de cultura
cosmopolita na história da Europa que começou no fim do século XIX e durou até a
eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914. A expressão também designa o clima
intelectual e artístico do período em questão. Foi uma época marcada por profundas

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transformações culturais que se traduziram em novos modos de pensar e viver o
cotidiano.
Foi considerada uma era de ouro da beleza, inovação e paz entre os países europeus.
Novas invenções tornavam a vida mais fácil em todos os níveis sociais e a cena cultural
estava em efervescência: cabarés, o cancan, e o cinema haviam nascido e a arte
tomava novas formas com o Impressionismo e a Art Nouveau. A Belle Époque foi
representada por uma cultura urbana de divertimento, incentivada pelo desenvolvimento
dos meios de comunicação e transporte, os quais aproximaram ainda mais as principais
cidades do planeta.
Durante a Belle Epoque, o cabelo de uma mulher era sua "glória máxima”. Até o final de
1800, as mulheres europeias usavam cabelos compridos e quase sempre penteados.
O estilo de cabelo para as mulheres do século XIX era um assunto complicado e
demorado. Os padrões de higiene de 1900 estavam muito longe de hoje. Uma revista
da época aconselhou a lavagem uma vez por mês para garantir que o couro cabeludo
permanecesse limpo e o cabelo "puro". A secagem era prolongada, pois os secadores
de cabelo portáteis ainda não estavam disponíveis. Depois de 1890, alguns salões de
Paris ostentavam uma nova invenção - o secador de cabelo. No entanto, era um modelo
grande, com uma tampa de metal presa a um cano de chaminé de um forno a gás, que
soprava ar quente na cabeça e as mulheres corriam um grande risco de queimaduras.
Muitas mulheres, particularmente mulheres mais maduras, simplesmente separaram os
cabelos no centro e os puxaram para trás em um coque severo na nuca. Mulheres mais
estilosas preferiam os cabelos desviados dos ombros e dando um nó confortável perto
do topo da cabeça. As franjas estavam na moda, muitas vezes bem enroladas, assim
como mechas onduladas nos dois lados do rosto. O ferro Marcel, inventada por um
francês, era indispensável no final dos anos 1800 e era aquecido num pequeno fogão.
No final do século XIX, a aparência mais natural dos estilos de menina Pompadour ou
Gibson eram populares.
Os acessórios incluíam "ratos" de cabelos (postiços: bolas de malha que costumavam
ser usadas para dar altura a um penteado). As mulheres guardavam o próprio cabelo
que retiravam das escovas que aproveitavam para depois fazer o postiço. Acessórios
mais decorativos incluíam pentes de cabelo de concha de tartaruga, osso ou madeira;
fitas ou laços, perucas; tiaras ou joias nas classes mais altas.
Às vezes, mulheres e homens pintam os cabelos, mas os corantes não são confiáveis
e danificam os cabelos. Os produtos para o cabelo incluíam vários tônicos, glicerina,
pomadas ou óleos, para mulheres e homens.

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1.9 Tempos atuais
Anos 20
Durante a década de 1920, as tendências sociais reagiram contra os padrões puritanos
de beleza vitorianos. Os novos penteados mais usados são curtos "ondulados" e
simbolizavam a crescente liberdade das mulheres. O impacto do cinema foi sentido pela
primeira vez, à medida que as mulheres cada vez mais recebiam dicas de beleza de
estrelas de cinema como Louise Brooks e Clara Bow. O uso pesado de maquiagem
também voltou à moda nesta época. Geralmente, as mulheres brancas aplicavam
círculos pálidos em pó e creme vermelho nas bochechas, arranjavam as sobrancelhas
onde desenhavam arcos finos e pintavam os lábios muito vermelhos, enfatizando o arco
do cupido no lábio superior. Os homens preocupados com a moda usavam os cabelos
partidos no centro ou ao lado e penteados com brilho - uma substância oleosa e
perfumada que acrescentava brilho e mantinha os cabelos no lugar. Esse visual foi
popularizado por ídolos da tela como Rudolph Valentino.
Anos 40
Ao longo das décadas de 1930 e 1940, as estrelas de Hollywood continuaram a definir
as tendências da moda feminina. Penteados mais longos e femininos tornaram-se
populares novamente e as mulheres imediatamente copiaram os cachos de Bette Davis
e as ondas brilhantes de Rita Hayworth. Veronica Lake criou uma sensação ao usar
uma mecha de cabelo que cobria um olho. O penteado que mais simbolizava a época,
no entanto, foi de risca ao lado, com cachos macios caindo sobre o ombro. Além disso,
pela primeira vez, a pele bronzeada (tanto para homens quanto para mulheres)
começou a ser percebida como um símbolo de classe alta. Os homens continuavam a
usar os cabelos curtos e muitas vezes, penteados para trás com óleo, e os bigodes finos
e aparados eram popularizados por estrelas como Errol Flynn.
Anos 50
Nos tempos incertos após o final da Segunda Guerra Mundial, a tradição e os valores
conservadores fizeram um grande retorno. A mulher glamourosa em casa, capaz de
cuidar de todas as tarefas domésticas sem um cabelo fora do lugar, tornou-se uma
imagem popular. Como resultado, muitas mulheres passaram uma quantidade
excessiva de tempo cumprindo o ideal de beleza dos anos 50. O "olho de corça", criado
com sombra nas pálpebras, lápis de sobrancelha, rímel e delineador pesado; junto com
uma tez pálida e lábios intensamente coloridos, tornou-se moda. O cabelo das mulheres
sofreu uma transformação ainda maior. Era provocador, estilizado, esculpido e
pulverizado no salão, toda semana num género de um capacete de cachos. Os homens
usavam seus cabelos em D.A. (abreviação de Duck's Ass): cabelo penteado para trás

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na lateral da cabeça seguro no lugar com graxa. Este penteado foi criado pelo barbeiro
Joe Cirella da Filadélfia em 1940 e era usado por estrelas de televisão, cinema e música
como James Dean e Elvis Presley. O D.A. geralmente era acompanhado de petilhas
longas e grossas.
Anos 60
Na década de 1960, as mulheres estavam mais uma vez saindo da esfera doméstica e
entrando no mercadol de trabalho. Como resultado, no início e meados da década de
1960, as mulheres reagiram contra os penteados complexos e demorados dos anos 50
e optaram por estilos curtos mais práticos (geralmente variações dos penteados da
década de 1920), ou cabelos longos e lisos. A cultura popular, especialmente o rock 'n'
roll, ascendeu e influenciou esta geração em todos os padrões de moda e beleza.
Quando os Beatles apareceram no “Ed Sullivan Show” em 1964, os seus penteados
criaram uma revolução, tornando os cabelos compridos na moda, pela primeira vez
desde o século XVIII. Movimentos sociais como Black Power e a campanha antiguerra
do Vietname também ajudaram a moldar a conceção de beleza nos anos 60. Muitos
afro-americanos rejeitaram estilos de influência branca, como o conk, e adotaram o afro
como um sinal de orgulho negro. A influência das drogas psicadélicas e o movimento
hippie defendiam um visual natural e selvagem para homens e mulheres e uma
completa rejeição dos cosméticos.
Anos 70
A revolução social gerada na década de 1960 enraizou-se nos anos 70 e os padrões de
beleza refletiam essa convulsão. O cabelo tornou-se o símbolo da época de várias
maneiras, evoluindo para o meio mais poderoso de projetar uma imagem ou fazer uma
declaração. Na maior parte da década, homens e mulheres de todas as etnias usavam
cabelos compridos, naturais e acima de tudo livres. Os homens adaptaram o estilo
"wingback". O penteado afro permaneceu popular e também foi adotado por muitos
homens e mulheres brancos, embora uma versão mais recortada, como a usada por
Muhammad Ali. No final da década, o movimento punk surgiu opondo-se aos valores
impostos pelos hippies da época. Os punks criaram então um visual deliberadamente
chocante e provocador, que incluía penteados espetados, tingidos de cores
fluorescentes vivas, couro cabeludo raspado e tatuado, piercings faciais e maquiagem
espetacular.
Anos 80
Nos anos 80, a "era do excesso" era facilmente traduzida em penteados, em geral -
quanto maior, melhor. Estrelas pop como Madonna e Cyndi Lauper popularizaram um
estilo que incluía maquiagem pesada com cores vibrantes de neon e cabelos
desarrumados e descoloridos intencionalmente. Michael Jackson ostentava o "jheri
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curl", uma versão brilhante e processada do Afro. Os jovens da classe média, adaptaram
o penteado cravado do punk, que às vezes incluía uma pequena trança na parte de trás
do pescoço (a "cauda do rato"). A androginia também causou um impacto
impressionante nos anos 80, desde a cabeça rapada de Sinead O'Connor a cabelos
mega volumosas e "faixas de cabelo" no heavy metal com sua maquiagem e explosão
de cabelos longos e tingidos. Em oposição a essas tendências, também surgiu um visual
"formal" neoconservador, popularizando os penteados curtos tradicionais para homens
e mulheres.
Anos 90
Nos anos 90, os padrões de beleza eram incrivelmente diversos e mudavam
constantemente. A modelo Kate Moss criou um padrão perturbador de magreza
extrema, às vezes chamado de "heroína chique" devido à aparência emaciada e
estridente do rosto e do corpo. O movimento "grunge" no rock popularizou um estilo
natural e desleixado, em oposição aos looks fortemente artificiais dos anos 80. Cabelos
longos, emaranhados e sem estilo caracterizavam o visual grunge. Os piercings de
língua, sobrancelha e nariz (tanto para homens quanto para mulheres) também
entraram em voga nos anos 90 e até cruzaram o "mainstream" da cultura jovem. Michael
Jordan fez do corte da cabeça um "penteado" popular para homens de todas as raças.
Jennifer Aniston, da sitcom Friends, criou uma breve moda de penteado com sua versão
moderna do shag dos anos 60. O corte "Rachel" era mais elegante, com camadas mais
longas e destaques no rosto.
https://youtu.be/8GhuzyTBxfI

2. Perfil de competências

Os perfis de competências são uma ferramenta essencial para uma gestão estratégica
e integrada de Recursos Humanos, no recrutamento e seleção, na gestão do
desempenho, na avaliação de potencial, na formação e desenvolvimento e no
planeamento de sucessões.

2.1 - O que são Competências?

“.... As competências são o repertório de capacidades, atividades, processos e


características disponíveis que permitem que algumas pessoas respondam mais
eficazmente às exigências profissionais do que outras...” (Bartram e Kruz)

14
As competências são definidas como o conjunto de comportamentos essenciais para
atingir os resultados desejados. Podem ser consideradas como critérios para a gestão
integrada das pessoas nas Organizações.

Os Perfis de Competências permitem:


• Refletir a cultura e a linguagem organizacional
• Impulsionar iniciativas de mudança que requerem a alteração do comportamento
das pessoas
• Transportar a visão organizacional para o comportamento diário das pessoas
• Avaliar e Gerir o desempenho com base nos comportamentos críticos para o
sucesso
• Identificar pontos fortes e necessidades de desenvolvimento de forma prática e
Assegurar que a formação e o desenvolvimento pessoal estão enquadrados nos
objetivos organizacionais
• Tomar decisões relativas a promoções, com base no que vai ser exigido na nova
função
• Gerir a carreira e efetuar o planeamento de sucessões com base nas
competências exigidas nos diferentes níveis.

2.2 Diferença entre competências e funções

A análise e descrição de funções é considerada por muitos autores como o aspeto


essencial na gestão de recursos humanos, com contributos essenciais para:
recrutamento de seleção, avaliação de desempenho, formação, planeamento de
carreiras, compensações.
Trata-se de um processo estruturado e sistemático de recolha de informação sobre as
tarefas e operações que a pessoa ou grupo deve realizar no âmbito do seu trabalho.

As funções são o conjunto de tarefas que identificam o posto de trabalho.

As competências são o conjunto de capacidades, comportamentos, atividades,


processos e características disponíveis para atingir os resultados pretendidos.

As competências definem os requisitos para o sucesso no trabalho em termos mais


amplos do que as habilidades.
15
Competências são um conjunto de habilidades e conhecimentos relacionados que
permitem que uma pessoa atue efetivamente em um trabalho ou situação.
Uma competência é mais do que apenas conhecimento e habilidades. Envolve a
capacidade de atender demandas complexas, recorrendo e mobilizando recursos, em
contexto particular. As competências, portanto, podem incorporar uma habilidade, mas
são mais do que isso apenas.
As descrições de funções verificam na prática em que consiste o posto de trabalho, já o
perfil de competências é no fundo o perfil ideal dos comportamentos, conhecimentos,
processos envolvidos para o sucesso da função.
Ambos os conceitos são ambos essenciais – é importante que a empresa e o
trabalhador conheçam bem as tarefas que compõem determinado posto de trabalho,
mas também que conheçam aprofundadamente as capacidades necessárias para
conseguir cumprir (ou exceder) os objetivos do mesmo.
Uma maneira simples de se entender a diferença entre funções e competências é
relacionando esses termos com as perguntas “O quê?” e “Como?”.
Por exemplo: Varrer o chão, é considerada uma função. Numa empresa, se a função
de varrer o chão for atribuída a dois colaboradores, um pode ser mais competência
para o fazer do que outro.

Varrer o chão = Função / Varrer o chão bem = Competência

Tanto as competências quanto as habilidades são importantes para se trabalhar de


modo eficiente. Entretanto, alguém mais competente pode ser melhor para uma
empresa, ou em determinadas situações, do que alguém muito habilidoso.

2.3 Funções e características dos profissionais dos cuidados do cabelo

A maioria das profissões possui habilidades específicas e características que são


absolutamente necessárias para garantir o sucesso. Designamos por competências
estas características e habilidades específicas.
Há alguns anos, o mercado laboral valorizava quase exclusivamente as competências
técnicas dos profissionais, as chamadas hard skills. Os conhecimentos adquiridos ao
longo do curso e o diploma eram suficientes para chamar a atenção dos recrutadores e
garantir um emprego.

16
Mas os tempos mudaram. Atualmente, as empresas procuram cada vez mais
colaboradores versáteis, que para além dos conhecimentos técnicos tenham também
competências sociais e comportamentais, conhecidas como soft skills.
As hard skills até te podem ajudar a conseguir uma entrevista de trabalho, mas são as
soft skills que vão fazer toda a diferença no momento da decisão, sobretudo se tiver em
causa candidatos com capacidades técnicas idênticas.
As principais competências de sucesso necessárias são:

Hard Skills
- Competências técnicas
- Competências profissionais
Soft Sklils
- Competências pessoais
- Competências sociais

1 - Competências técnicas SABER-FAZER

Competências técnicas são todos os conhecimentos e habilidades adquiridos por uma


pessoa através da educação formal e não formal, como treinamentos, cursos
profissionalizantes, experiências, oficinas, palestras etc.
As competências técnicas são pré-requisitos em todos os cargos, pois são as
atribuições básicas para o bom desempenho em determinada função. Quando uma
empresa está em busca de um profissional, ela deve decidir quais serão os requisitos
básicos de avaliação dos candidatos, pontuando os currículos em cinco grupos de
competências técnicas, que podem ser:
• Formação acadêmica: nível de escolaridade.
• Cursos: conhecimentos técnicos que foram obtidos através de cursos
profissionalizantes.
• Idiomas: idiomas que o candidato tem domínio.
• Habilidades em programas de computadores: conhecimentos sobre os softwares
usados pela empresa.
• Conhecimento geral: de quais palestras, workshops e treinamentos que o
candidato já participou.

2 – Competências profissionais SABER-SABER

Competências profissionais são muito mais do que conhecimento. O termo refere-se às


capacidades passíveis de aplicar esse mesmo conhecimento. Num mercado de trabalho
17
exigente e competitivo, em constante mudança e evolução, é necessário ter excelentes
competências profissionais para que seja possível destacar-se dos restantes
profissionais.
• Proatividade: Ser proactivo revela interesse e motivação. Alguém que é capaz
de resolver problemas, fazer escolhas consistentes e apropriadas, aquele que
se antecipa ao problema… faz sugestões de melhoria, toma iniciativa em prol da
melhoria do ambiente de trabalho e de bons resultados para a equipa, sai
sempre a ganhar.
• Manter-se atualizado: buscar constantemente por aperfeiçoamento,
conhecimento e inovação. É essencial buscar pela educação contínua e procurar
referências para aprender mais.
• Disponibilidade: Mostrar-se disponível, ser prestativo e ajudar sempre que
possível: não é preciso estar disponível 24 horas por dia 7 dia por semana. É
essencial estar disponível dentro do seu horário de trabalho e talvez em outros
momentos previamente combinados.
• Flexibilidade: Estar disponível as novas possibilidades e mudanças. A
flexibilidade é uma das competências sociais mais valorizada atualmente. Num
mundo em constante transformação, as empresas procuram profissionais que
sejam capazes de se adaptar a diferentes circunstâncias e que consigam aceitar
bem as mudanças.
• Gestão de projetos: Da pesquisa à avaliação de potenciais riscos, passando
pela gestão de orçamentos, prazos e equipas, de forma a gerar resultados.
• Visão global: Ser capaz de atuar em diferentes mercados – por exemplo,
através do domínio de outros idiomas.
• Vontade de aprender: Aprender constantemente sobre novos estilos e produtos
e como usar novos equipamentos.

3 - Competências pessoais SABER-SER

As competências pessoais estão intimamente ligadas aos traços de personalidade de


cada um. São desenvolvidas ao longo da sua vida e em contexto profissional. Estas
competências são particularmente importantes já que, são elas que permitem destacar
o seu valor e competências técnicas.
Pode até ser um ótimo cabeleireiro, mas se não mostrar confiança em si mesmo,
dificilmente será capaz de convencer a cliente da sua capacidade.

18
• Autoconhecimento: Ter consciência do valor pessoal, capacidades e
potencialidades. Cultivar a autoestima e acreditar em si próprio, respeitando
sempre os seus limites.
• Autoconfiança: Acreditar nas próprias capacidades, ser decisivo o suficiente
para tomar umas decisões rápidas e depois segui-las sem duvidar de si mesmo.
• Autocontrolo (gestão de stresse): Capacidade de lidar com altos níveis de
stress e de gerir as emoções de forma produtiva e adequada. É necessário saber
como lidar com altos níveis de estresse: pessoais, da equipa e dos clientes.
• Criatividade: Os cabeleireiros devem acompanhar as últimas tendências e estar
prontos para experimentar novos penteados para seus clientes. Um cabeleireiro
também pode precisar usar uma imagem como referência fornecida pelo cliente
e recriar a aparência deles. Muitos clientes pedem conselhos e ideias sobre
como cortar ou pentear seus cabelos. Ser criativo é divertido e também é uma
carreira no penteado.
• Energia: Capacidade de trabalhar longas horas e em pé por longos períodos de
tempo, além de executar tarefas repetitivas. Resistência Física.
• Liderança: Um líder é responsável por conduzir e motivar uma equipa. Para
isso, deve ser inspirador, bom comunicador, confiante, seguro, bem informado,
apaixonado pelo trabalho, sem perder a humildade e o respeito pelos outros. A
capacidade de liderança exige tempo, paixão e dedicação.
• Imagem: Aparência pessoal inteligente e boa higiene pessoal. Quem trabalha
com estética e beleza deve se interessar pelo segmento e cuidar da própria
aparência.
• Otimismo e atitude positiva: Profissionais com atitude positiva, capazes de
contagiar e motivar aqueles que estão ao seu redor, através da boa disposição
e energia, proporcionando um ambiente de trabalho saudável.
• Resiliência: Ter um pensamento positivo, não desistir perante as adversidades
e ver novas oportunidades em momentos de crise é também uma das mais
importantes competências profissionais que o ajudarão a marcar a diferença.

4 – Competências sociais SABER - ESTAR

As aptidões e competências sociais estão relacionadas com a capacidade de interagir


com outros de uma forma eficiente e disciplinada, resolvendo problemas e conflitos que
possam surgir. Estas competências são essenciais para um desenvolvimento de
carreira bem-sucedida e cooperação com outros.

19
Estas aptidões incluem capacidades de comunicação: verbais (a forma como fala com
outras pessoas) e não-verbais (linguagem corporal, gestos e contacto visual).
Quase qualquer emprego requer aptidões e competências sociais. Se trabalhar em
equipa, é importante que se entenda bem com os colegas. Se trabalhar com clientes, é
fundamental que saiba ouvir as suas dúvidas e preocupações. Se for chefe, tem de
saber como motivar os seus funcionários.
• Empatia: Para interagir bem com os outros, precisa de perceber como se estão
a sentir. A empatia é particularmente especial quando lida com clientes que têm
dúvidas ou problemas. Tem de expressar preocupação genuína para com as
suas questões e ajudar a resolver as mesmas.
• Relacionamento Interpessoal: Um bom relacionamento interpessoal é
essencial para um bom ambiente de trabalho. Isto inclui reconhecer a hierarquia,
respeitar o espaço e os limites dos colegas, garantindo, ao mesmo tempo, a sua
própria individualidade. Considerando que é a trabalhar que passa a maior parte
do seu dia, esta é uma prioridade entre as várias competências profissionais que
deve desenvolver.
• Cooperação/Trabalho em equipa: Tem de conseguir trabalhar com os outros
tendo em mente um objetivo comum. No entanto, mesmo não trabalhando em
equipa, a cooperação é fundamental. Deve sempre trabalhar em prol da empresa
para que consiga ser mais eficiente, o que implica cooperar bem com os colegas.
• Comunicação verbal: A comunicação verbal é muito importante em qualquer
emprego. É preciso saber expressar-se usando uma linguagem direta, clara e
acessível a todos. Tem de estar à vontade para falar pessoalmente, ao telefone,
via correio eletrónico, etc., com quem quer que seja.
• Comunicação não-verbal: Através da linguagem corporal, do contacto visual e
de expressões faciais, pode expressar que tem empatia para com os outros e
que é capaz de os ouvir e de cooperar com eles em função de um objetivo
comum.
• Ouvir: É preciso saber ouvir atentamente o que o seu chefe lhe diz para fazer,
o que os seus colegas dizem numa reunião ou, se é o chefe, o que é que os
seus funcionários lhe transmitem. Se trabalha com clientes, deve aprender a
ouvi-los com cuidado, conhecer as suas preocupações e demonstrar que as
ouviu com atenção. As pessoas respondem melhor aos outros quando sentem
que foram ouvidas.
• Paciência / tolerância: Ser paciente e tolerante com todos os tipos de pessoas,
incluindo clientes rudes e desagradáveis, ou pessoas de quem não se gosta.

20
• Habilidades para resolver problemas: Pode ter de lidar com problemas de
equipamentos e produtos para cabelos, além de resolver disputas, problemas
com a equipa ou problemas com clientes.

2.4 Perfil funcional – Mapeamento de competências


Um perfil de competências ou perfil funcional é uma lista do conhecimento,
competências e habilidades necessárias para realizar um trabalho bem. Os tipos de
habilidades listadas num perfil de competência, varia de acordo com o trabalho e o
ambiente de trabalho.
Mapear competências significa identificar as habilidades relacionadas à técnica e ao
comportamento, possibilitando que todos possam atingir as metas e estratégias
definidas.
A partir dessa identificação, é possível aproximar e investir nos talentos da organização.
O objetivo do mapeamento é administrar e potencializar o capital humano.

Quais as vantagens do mapeamento?

1. Define as habilidades: A identificação do perfil profissional é imprescindível para


uma gestão bem-sucedida. Assim, é possível analisar quais as habilidades são
necessárias para que ele desenvolva suas tarefas da melhor forma.
2. Identifica profissionais mais eficazes: Existem características que são
valorizadas e algumas delas são desenvolvidas por meio de treino, outras são
conquistadas pelo autoconhecimento, liderança, auto motivação, trabalho em
equipa, capacidade de negociação, etc.
3. Proporciona comunicação clara: Ter facilidade de comunicar é fundamental em
qualquer função. É essencial saber expressar-se com clareza, permitindo a troca
de informações e interatividade.
4. Valoriza o conhecimento técnico: A experiência trazida por meio da formação de
cada profissional é uma das habilidades básicas do perfil do colaborador e
agrega valor, pois aprimora a eficiência ou efetividade dos resultados da
empresa. Além disso, proporciona diferenciação, uma vez que não são comuns
e não estão disponíveis ao concorrente, além de possibilitar o suporte
institucional — talentos individuais.
5. Oferece oportunidade de aprendizagem contínua: Oportunidade de desenvolver
competências essenciais para o seu aprimoramento e para o benefício da
organização, alicerçar crenças e valores, enfatizar a cultura organizacional,
incentivar a prática de umas atividades e inserir outras.
21
3. Conceitos de ética, moral e deontologia

3.1 - Ética
A ética, ou filosofia moral, refere-se ao estudo do conjunto de valores e princípios que
orientam as ações humanas. É baseada na ideia do bem.
A ética não possui um caráter regulatório ou normativo, não é uma regra que deva ser
seguida. A ética ocupa-se daquilo que é ou pode ser compreendido como virtude. A
virtude, então, é a característica de tudo aquilo que está relacionado com o bem.
O conceito de ética também pode significar o conhecimento extraído da investigação do
comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional. Portanto,
a ética pode refletir e questionar valores morais.

Ser ético é agir dentro dos padrões convencionais, é proceder bem, é não
prejudicar o próximo. Ser ético é cumprir os valores estabelecidos pela
sociedade em que se vive.

A ética é responsável por definir certas condutas do nosso dia-a-dia. É o caso dos
códigos de ética profissional, que indicam como um indivíduo deve se comportar no
âmbito da sua profissão.
O conceito de ética é utilizado quando refletimos sobre a moral aceita em determinada
sociedade, podendo aceitar ou questioná-la.
A ética compreende que as condutas podem ser avaliadas com base em um
pensamento racional sobre o que é o bem.

A ética, apesar de ser influenciada pela cultura e pela sociedade, são princípios
pessoais criados e sustentados pelos próprios indivíduos. Por conta disso, o
indivíduo pode basear-se em princípios éticos para questionar uma moral
vigente.
Exemplos o udo de ética

1 – Aceitação: Um dos princípios éticos é a aceitação de tudo o que é diferente. Nesse


sentido, racismo, homofobia e xenofobia são comportamentos antiéticos.
2 – Caridade: A caridade é uma virtude que envolve benevolência em relação a outros
indivíduos.
3 – Respeito: O respeito é o relacionamento de cortesia que você tem com outras
pessoas.
22
4 – Compaixão: Compaixão é o sentimento de compaixão pelos sofrimentos de outra
pessoa. Por exemplo, uma pessoa com câncer terminal pode solicitar que a eutanásia
seja aplicada. A moralidade nos diz que não devemos tentar contra a vida de outra
pessoa. No entanto, em alguns casos, a ética profissional permite que o suicídio
assistido seja aplicado.
5 – Responsabilidade: A responsabilidade é um princípio ético de cada indivíduo que se
refere ao cumprimento de um compromisso adquirido e ao fato de responder às nossas
ações.
6 – Empatia: A empatia é a capacidade que temos seres humanos “connect”
afetivamente com um outro indivíduo, para compartilhar e entender suas emoções e
sentimentos. Ser empáticos nos permite entender o comportamento de outras pessoas.
7 – Igualdade: Igualdade significa que as pessoas são tratadas para que todos possam
obter os mesmos resultados, independentemente dos fatores particulares que
condicionam cada indivíduo.
8 – Integridade: Uma pessoa honesta é uma pessoa honesta, cujo comportamento é
ético e moral, quem faz o que diz e quem não tenta tirar vantagem dos outros.
9 – Justiça: A justiça é uma virtude que afirma que cada pessoa deve receber o que
merece.
10 – Transparência: Transparência é um princípio ético relacionado à honestidade. Por
exemplo, se você precisar entrevistar um amigo para lhe oferecer um emprego e dar a
ele o cargo, mesmo que ele não atenda aos requisitos, seu procedimento não será
transparente, mas parcial.

3.2- Moral

Moral é o conjunto de regras que orientam o comportamento do indivíduo dentro de uma


sociedade. Ela pode ser adquirida através da cultura, da educação, da tradição e do
cotidiano.
Tais regras norteiam os julgamentos de cada indivíduo sobre como agir. Isto de acordo
com o que foi previamente aceite como norma em determinado grupo. Quando falamos
de moral, as definições do que é certo ou errado dependem do local onde a pessoa se
encontra, da tradição e cultura.

A moral se refere a determinadas normas e condutas. Estas são criadas e


aceites em determinado grupo social, podendo variar de acordo com o local ou o
tempo. A moral é um padrão externo que pode ser fornecido por instituições,
23
grupos ou cultura a qual um indivíduo pertence. Também pode ser considerada
um sistema social ou uma estrutura para um comportamento aceitável.

Exemplo do uso de moral

1 – Diga a verdade: Uma das máximas da moralidade é a honestidade, dizendo a


verdade a qualquer momento. No entanto, dizer a verdade nem sempre é a coisa certa.
Pegue o exemplo a seguir: se um perseguidor perguntar se você sabe onde um jovem
perseguido fugiu, a coisa mais correta seria dizer “não”, mesmo se você soubesse onde
o jovem em questão está.
2 – Não trapaceie: Em nosso comportamento diário, devemos ser honestos connosco
mesmos e com outras pessoas. Trapacear é o oposto de um procedimento honesto,
razão pela qual devemos evitar esse tipo de comportamento para viver moralmente.
3 – Seja generoso: Generosidade é um valor moral que se refere à capacidade dos
seres humanos de compartilhar o que têm, não apenas posses materiais, mas também
aspetos imateriais, como alegria e otimismo.
4 – Seja leal: A lealdade é uma das virtudes mais belas dos seres humanos, pois envolve
ser fiel, honesto e nobre.
5 – Viver de acordo com as regras da sociedade: Nossa sociedade cria regras para
todos os aspetos da nossa vida. Por exemplo: como devemos nos comportar em nossas
casas, na escola, no trabalho, entre outros. Seguir essas regras nos torna pessoas
morais.
6 – Não inveje: Inveja é o desconforto gerado pelo desejo que uma pessoa pode ter pela
propriedade de outra pessoa. Nesse sentido, o comportamento moral se afasta da
inveja; em vez disso, ele propõe ser feliz pelo bem-estar de outras pessoas.

3.3 – Diferença entre Ética e moral

Ética e moral são temas relacionados, mas são diferentes, porque a moral fundamenta-se na
obediência a normas, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos e a ética,
busca fundamentar o modo de viver pelo pensamento humano.

A moral é muito consistente dentro de um determinado contexto, mas pode variar entre
culturas ou épocas. Por exemplo, algo moralmente aceito na sociedade de hoje poderia ser
imoral nos anos 70.

Já a ética é como o individuo reflete sobre determinada moral. Assim, é possível que certos
eventos modifiquem radicalmente as crenças e valores pessoais de um indivíduo.

24
Ética Moral
Definição A ética é o estudo e a A moral se refere às regras
reflexão sobre os de conduta que são
princípios da moral, das aplicadas a determinado
regras de conduta grupo, em determinada
aplicadas a alguma cultura.
organização ou sociedade.
É também chamada de
filosofia moral.
De onde vem Da reflexão sobre as Dos costumes e do
ações humanas. sistema social.
Por onde seguimos Porque se compreende Porque a sociedade
que há um bem e que desenvolve as próprias
orienta e se manifesta a normas e define o que é
partir das ações. certo e errado.
Flexibilidade A ética é compreendida A moral tende a ser
em sua universalidade, consistente dentro de um
mas está sujeita à reflexão determinado contexto,
e a mudanças ao longo do pouco sujeita a mudanças.
tempo. Porém, pode variar de
acordo com cada cultura
ou grupo.
Exceções Uma pessoa poderá ir Uma pessoa que segue
contra sua ética para se rigorosamente os
ajustar a um determinado princípios morais de uma
princípio moral, como, por sociedade pode não ter
exemplo, o código de nenhuma ética. Da mesma
conduta de sua profissão. forma, para manter sua
integridade ética, pode
violar os princípios morais
dentro de um determinado
sistema de regras.
Tempo Tende à permanência. Temporal.

Uma maneira fácil de lembrar da diferença entre moral e ética é que a moral se
relaciona com a prática, com o que pode e o que não pode para um determinado

25
grupo social, enquanto a ética se relaciona com princípios, alvo de reflexão e
questionamentos.

Exemplos de ética e moral

1. Ajudar a quem precisa: Quando alguém lhe pede alguma ajuda financeira na rua ou
algum idoso lhe pede auxílio para atravessar a rua, você tem a opção de ajudar ou não.
Entretanto, a moral, por estar mais relacionada com os valores individuais, pode permitir
com que reflita sobre aquela situação e ofereça a ajuda necessária.

2. Cometer atos ilícitos: Esta é uma questão importante para ser refletida dentro dos
conceitos da moral e da ética. Situações ilícitas como roubar ou matar, são, por lei,
passíveis de punição e, moralmente falando, não condizem com os bons valores e
costumes da sociedade. Portanto, cometer atos ilícitos como roubar e matar são
considerados pela ética e pela moral ação que possuem punições, sejam elas éticas
legais ou morais.

3. Jogar lixo na rua: Se ao caminhar por uma via pública uma pessoa estiver com alguma
embalagem que pretenda se desfazer, pela ética ela deve jogar esta embalagem no lixo.
Isso seria o correto tanto pela ética quanto pela moral. Entretanto, ela pode decidir jogar
a embalagem na via pública. Pela ética isso é tido como algo ruim, pois além de sujar a
rua essa pessoa pode estar dando um mau exemplo para que outros indivíduos possam
vir a cometer este mesmo ato. Num sentido mais amplo, a finalidade das duas é muito
semelhante, pois tanto a ética quanto a moral são responsáveis por construir as bases
que vão guiar a conduta dos indivíduos e a melhor forma de agir em sociedade.

4. Furar fila: Outra questão que exemplifica a reflexão sobre a ética e a moral é a ação
de furar fila em locais de atendimento público, como bancos, restaurantes, etc. O
correto, pela ética seria respeitar a ordem e aguardar a sua vez. Entretanto, esta ação
não é algo que implique grandes punições e uma pessoa pode cometer, se achar que
esteja correto fazer isso, mesmo que moralmente não seja o mais correto.

5. Maltratar animais: Esta é uma atitude bem polêmica e controversa na reflexão sobre
a moral. Porque é preciso levar em conta que em determinados países, cada grupo ou
sociedade possui seu próprio código de ética relacionado a esta questão. É fato, que
moralmente falando, maltratar animais é uma atitude negativa. Porém, em um
determinado país, por exemplo, utilizar animais para pesquisa científica pode ser
26
considerado ético, devido ao código de ética já estabelecido. Já para outro grupo social,
que atua em defesa dos animais, esta atitude pode ser considerada um desrespeito aos
princípios.

6. Prejudicar algum colega de trabalho: No ambiente de trabalho, é comum que se tenha


a chamada ética profissional, onde se supõe que todos os funcionários ajam de acordo
com estes princípios. Entretanto, se por razões de crescimento pessoal dentro da
empresa, algum funcionário resolver prejudicar algum colega de trabalho, esta atitude,
seja pela ética ou pela moral, não é considerada como algo correto. Além deste
funcionário não estar agindo de acordo com o código de ética profissional, moralmente
falando, não é algo que condiz com o que a sociedade considere correto.

3.4 Deontologia

Deontologia é uma filosofia que faz parte da filosofia moral contemporânea, que significa
ciência do dever e da obrigação. A deontologia é um tratado dos deveres e da moral. É
uma teoria sobre as escolhas dos indivíduos, o que é moralmente necessário e serve
para nortear o que realmente deve ser feito.
O termo deontologia foi criado no ano de 1834, pelo filósofo inglês Jeremy Bentham,
para falar sobre o ramo da ética em que o objeto de estudo é o fundamento do dever e
das normas. A deontologia é ainda conhecida como "Teoria do Dever".
A deontologia também pode ser o conjunto de princípios e regras de conduta ou deveres
de uma determinada profissão, ou seja, cada profissional deve ter a sua deontologia
própria para regular o exercício da profissão e de acordo com o Código de Ética de sua
categoria.
Para os profissionais, deontologia são normas estabelecidas não pela moral e sim para
a correção de suas intenções, ações, direitos, deveres e princípios.
O primeiro Código de Deontologia foi feito na área da medicina, nos Estados Unidos.
A deontologia traduz-se então na área profissional através de um código de ética. Isto
significa que a deontologia permite compilar os valores compartilhados e aceites pela
ética num código deontológico.
Existem inúmeros códigos de deontologia, sendo esta codificação da responsabilidade
de associações ou ordens profissionais. Regra geral, os códigos deontológicos têm por
base as grandes declarações universais e esforçam-se por traduzir o sentimento ético
expresso nestas, adaptando-o, no entanto, às particularidades de cada país e de cada

27
grupo profissional. Para além disso, estes códigos propõem sanções, segundo
princípios e procedimentos explícitos, para os infratores do mesmo.
Alguns códigos não apresentam funções normativas e vinculativas, oferecendo apenas
uma função reguladora. A declaração dos princípios éticos dos psicólogos da
Associação dos Psicólogos Portugueses, por exemplo, é exclusivamente um
instrumento consultivo. Embora os códigos pretendam oferecer uma reserva moral ou
uma garantia de conformidade com os Direitos Humanos.

3.4.1 - Princípios deontológicos

Os princípios são um conjunto de normas ou padrões de conduta a serem seguidos por


uma pessoa ou instituição. O conceito de “princípios” está relacionado com o começo
ou início de algo. São os pontos considerados iniciais para um determinado assunto ou
questão. O termo tem origem do latim princípio, que significa “origem", "causa próxima",
ou "início”.
Os princípios também podem estar associados às proposições ou normas fundamentais
que norteiam os estudos, sobretudo os que regem o pensamento e a conduta. Como
exemplo temos: princípios da Física, os princípios da Contabilidade, os princípios do
Direito, etc.
No âmbito filosófico, os princípios, enquanto regidos pelas leis morais, são valores que
o indivíduo considera adotar de acordo com o que diz sua consciência.
Eles estão associados à liberdade individual, já que são normas propostas sem pressão
externa, ligadas a fatores externos e instituições sociais que possuem determinada
influência no comportamento social.
No entanto, cada indivíduo terá seus princípios que estarão de acordo com a educação
e a experiência de vida de cada um. E eles serão acionados cada vez que a consciência
humana exigir.
Podemos afirmar que o objetivo da deontologia profissional é reger os comportamentos
dos membros de uma profissão para alcançar a excelência no trabalho tendo em vista
o reconhecimento pelos pares, garantir a confiança do público e proteger a reputação
da profissão.

Conceito
A ética abrange uma vasta área, podendo ser aplicada à vertente profissional. Existem
códigos de ética profissional que indicam como um indivíduo deve se comportar no
âmbito da sua profissão. Ética profissional é o conjunto de normas éticas que formam a
consciência do profissional e representam imperativos de sua conduta.
28
O indivíduo que tem ética profissional cumpre com todas as atividades de sua profissão,
seguindo os princípios determinados pela sociedade e pelo seu grupo de trabalho.
Cada profissão tem o seu próprio código de ética, que pode variar ligeiramente, graças
a diferentes áreas de atuação. No entanto, há elementos da ética profissional que são
universais e por isso aplicáveis a qualquer atividade profissional tais como a
honestidade, responsabilidade, competência e etc.

O Código de Ética Profissional é o conjunto de normas éticas, que devem ser seguidas
pelos profissionais no exercício de seu trabalho. Este código é elaborado pelos
Conselhos, que representam e fiscalizam o exercício da profissão.
O código de ética médica, por exemplo, descreve:
“O presente código contém as normas éticas que devem ser seguidas pelos médicos no
exercício da profissão, independentemente da função ou cargo que ocupem. (…) Os
infratores do presente Código, sujeitar-se-ão às penas disciplinares previstas em lei”.
Por hábito, certas profissões têm um código deontológico, que é uma espécie de manual
que compila as obrigações morais que têm que respeitar aqueles que exercem um
trabalho.
Os códigos deontológicos são então em resumo, o conjunto de leis que estipulam o que
será correto e incorreto para uma determinada área de trabalho.

Finalidade
Os códigos deontológicos, constituem um instrumento essencial que tem como objetivo,
criar um comportamento standard relativo à forma como os colaboradores de uma
instituição, ou os profissionais representados por uma ordem ou sindicato, se devem
comportar no exercício das suas funções, correspondendo àquilo que é visto como uma
conduta politicamente correta em sociedade e que salvaguarde a boa imagem de uma
determinada instituição ou profissão.
A existência deste instrumento faz sentido, não só na perspetiva da respetiva instituição
e dos seus colaboradores, em virtude da preservação da sua boa imagem, mas também
na perspetiva da sociedade em geral, cujos membros são utilizadores dos bens e
serviços prestados pelos profissionais sujeitos aos ditos códigos, tendo o direito de ser
servidos de forma ética e profissional.
Não obstante a importância de existirem códigos de ética, deve-se ter em consideração
que a sua existência não implica um cumprimento automático pelas pessoas a que a
eles são sujeitos. De facto, a quebra das respetivas normas geralmente não é de
deteção e/ ou de penalização automática, não só existem normas que não têm caracter
obrigatório (mas apenas desejável), como existe ainda a necessidade de ser controlado
29
o seu cumprimento, de modo a detetar (e posteriormente penalizar) comportamentos
desviantes.

Exemplos

Código Deontológico do Jornalista:


- “1. O jornalista deve relatar os factos com rigor e exatidão e interpretá-los com
honestidade. Os factos devem ser comprovados, ouvindo as partes com interesses
atendíveis no caso. A distinção entre notícia e opinião deve ficar bem clara aos olhos do
público.”
- “2. O jornalista deve combater a censura e o sensacionalismo e considerar a acusação
sem provas e o plágio como graves faltas profissionais.”
- “7. O jornalista deve salvaguardar a presunção de inocência dos arguidos até a
sentença transitar em julgado.”

Alguma vez assistiu, por exemplo, à leitura sensacionalista, em espaços noticiosos, de


alegados factos não suportados e que não respeitam a presunção de inocência de
indivíduos?

Código Deontológico da Ordem dos Médicos:


- “ARTIGO 4.º - 1. O Médico, no exercício da sua profissão, é técnica e
deontologicamente independente e responsável pelos seus actos, não podendo ser
subordinado à orientação técnica e deontológica de estranhos à profissão médica no
exercício das funções clínicas.”
- “ARTIGO 6.º - 2. O Médico não deve considerar o exercício da Medicina como uma
actividade orientada para fins lucrativos, sem prejuízo do seu direito a uma justa
remuneração, devendo a profissão ser fundamentalmente exercida em beneficio dos
doentes e da comunidade.”
- “ARTIGO 75.º - É considerada falta deontológica o facto de o Médico emitir atestados
de complacência ou relatórios tendenciosos sobre o estudo de saúde de qualquer
pessoa.”
Alguma vez ouviu, por exemplo, relatos da existência de fármacos receitados sem
necessidade, de doentes encaminhados de médicos do SNS para serviços privados
(onde coincidentemente também trabalham), ou de atestados médicos emitidos de
forma fraudulenta?

30
3.4.2 Código de ética do profissional de beleza

O código de ética do profissional da beleza, tem intenção de mapear as boas práticas


na profissão. Podes consultar o código de ética do profissional de beleza no documento
anexo.

Os 7 mandamentos do profissional nota 10!

Cada pessoa possui o seu próprio padrão de valores. Por isso, torna-se indispensável
que cada um faça sua reflexão para tornar compatíveis os seus valores individuais com
os valores expressos nos Princípios Éticos.
1. Honestidade: Nunca fazer algo que não possa ser assumido em público. Para
que seja ético no trabalho, é preciso antes de tudo ser honesto em qualquer situação.
2. Saber ouvir: Saber ouvir com atenção e paciência, selecionando o que é
importante para o crescimento e melhoria no ambiente de trabalho. Ouvir é entender o
porquê do outro dizer o que disse e mesmo não concordando, respeitar. Ouvir as
pessoas e avaliar as colocações sem julgamentos precipitados ou baseados em
suposições.
3. Reconhecimento: Desfrute da alegria de fazer alguém feliz elogiando o trabalho
bem feito! Saiba reconhecer quando alguém merece créditos pelo seu trabalho ou
atitude generosa. Pessoas merecedoras de elogios serão estimuladas perante o
reconhecimento de seu trabalho bem executado.
4. Pontualidade: Leve a sério o seu trabalho e tenha compromisso com horários e
datas marcadas. A pontualidade de modo geral reflete-se na confiança e
responsabilidade para com os clientes.
5. Responsabilidade: Valorize toda a sua história profissional e seja responsável
consigo mesmo em primeiro lugar. Elabore metas para sua vida procurando sempre a
sua evolução profissional. A sua carreira poderá crescer gradualmente de acordo com
seus hábitos de responsabilidade e comprometimento de forma consciente.
6. Bom convívio: O maior desafio é superar as diferenças e fazer disto um
crescimento coletivo. As críticas aos colegas de trabalho podem ser produtivas desde
que discretas e expressadas educadamente em local reservado para uma conversa
entre colegas. Se necessário corrigir ou repreender alguém, faça-o em particular. Não
humilhe nem inicie discussões perante clientes. Respeite a privacidade e se for o caso,
ofereça auxílio, pois sabemos que todos passam por dificuldades constantemente.
7. Postura: Cuidar de si mesmo e da sua imagem! A postura profissional demonstra
que a boa apresentação pessoal, tanto no que se refere a atitudes quanto ao modo de
31
se vestir, é o resultado do equilíbrio entre o bom gosto e o bom senso. Assim, em relação
à apresentação pessoal, deve-se considerar que o salão de beleza e a estética são
locais de trabalho com profissionais que devem apresentar: higiene e asseio pessoal;
maquiagem suave; roupa, acessórios e adornos compatíveis com a atividade; etc…

3.5 Resolver dilemas éticos e morais

Um dilema ético é um conflito entre alternativas onde, não importa o que a pessoa faça,
algum princípio ético será comprometido. Analisar as opções e suas consequências
fornece os elementos básicos para a tomada de decisão.
Fazer ou não fazer, eis a questão… Um dilema ético é um conflito entre alternativas,
onde a escolha de uma delas levará ao comprometimento de algum princípio ético e a
uma violação ética. Uma característica crucial de um dilema ético é que a pessoa
confrontada com ele deve realizar os dois atos conflituantes, com base em uma forte
bússola ética, mas não pode; ele pode escolher apenas um. Não escolher uma é a
condição que permite à pessoa escolher a outra. Assim, o mesmo ato é necessário e
proibido ao mesmo tempo. Ele está condenado a uma falha ética, o que significa que
não importa o que ele faça, ele fará algo errado.
Exemplos de dilemas éticos:
1. Sua amiga está saindo de casa para um encontro e pergunta se você gosta do
vestido dela. Você diz a verdade ou fica calada?
2. Num restaurante, você vê a esposa de seu amigo se envolvendo com outro
homem. Você conta ao seu amigo e arruína o casamento dele ou finge que nunca viu
isso?
3. Seu colega sempre recebe crédito pelo seu trabalho e de outras pessoas. Agora,
você tem a oportunidade de receber crédito pelo trabalho dela. Você faria isso?
Como resolver um dilema ético?
O que fazer quando se encontra com um dilema ético? Como se descobre o melhor
caminho a seguir? Antes de pensar em qual caminho é o mais ético, deve analisar-se o
problema e as opções possíveis. Muitas vezes, a nossa mente limita-se a duas opções
conflituantes e não vê a presença de uma terceira opção melhor.
Geralmente, os filósofos descrevem duas abordagens principais no tratamento de
dilemas éticos após avaliar a legalidade das ações. Uma abordagem concentra-se nas
consequências do dilema ético, argumenta 'sem dano, sem falta', enquanto a outra se
concentra nas próprias ações, alegando que algumas ações são simplesmente

32
inerentemente erradas. Uma breve estratégia de três etapas pode ser formulada
combinando essas duas escolas de pensamento.
1. Analisar as consequências
Quando existem duas opções, considerar as consequências positivas e negativas
relacionadas a cada uma dessas opções oferece uma visão melhor de qual opção é
melhor.
Não basta contar o número de boas e más consequências de uma opção; também é
importante observar o tipo e a quantidade de bem que faz. Afinal, certas "coisas boas"
da vida (por exemplo, saúde) são mais significativas que outras (por exemplo, um novo
telefone).
Da mesma forma, uma pequena quantidade de um bem de alta qualidade é melhor do
que uma grande quantidade de um bem de baixa qualidade e uma pequena quantidade
de um dano de alta qualidade (como trair a confiança de alguém) é pior do que uma
grande quantidade de dano de baixa qualidade (como esperar mais alguns meses antes
de solicitar uma promoção).
2. Analisar as ações
Observe as opções de uma perspetiva diferente. Algumas ações são inerentemente
boas (dizer a verdade, manter promessas), enquanto outras são más (coerção, roubo).
Não importa o quão bom provenha dessas ações más, a ação nunca será correta. Se
houver um conflito entre um ou mais desses princípios, considere a possibilidade de um
princípio ser mais importante que os outros.
3. Tomar uma decisão
Cada uma das abordagens acima atua como uma verificação das limitações da outra e,
portanto, deve ser analisada em conjunto. Eles fornecem os elementos básicos que
podemos usar para determinar o caráter ético das opções disponíveis e tornam o
processo relativamente fácil.
Quando você se encontrar em uma situação, considere conversar com outras pessoas
sobre a situação e obter a opinião de pessoas mais informadas para encontrar uma
solução possível.
Depois que a decisão for tomada, explique-a àqueles que serão afetados por sua
decisão. Esteja ciente e reative a novos desenvolvimentos nessa situação que podem
exigir que você faça alterações em seu curso de ação. Também ajudará a refletir sobre
suas ações passadas e a considerar se há algo que você possa fazer para impedir que
o dilema aconteça novamente.

33
4 - Importância da ética e deontologia profissional nos cuidados do cabelo

Muitos cabeleireiros e proprietários de salões enfrentam trabalho árduo muitos desafios.


Como profissionais devemos estar unidos e abordar tópicos que estejam a prejudicar a
profissão e os salões de cabeleireiro. Tudo começa com honestidade e um código de
ética.
Para proporcionar um ambiente de trabalho profissional e positivo no salão, é necessário
desenvolver um código de ética que beneficie todos os que trabalham no salão. A
honestidade num código de ética constrói a base de um negócio bem-sucedido tanto
para os funcionários como para os proprietários.
É necessário haver um comprometimento com um conjunto básico de "regras de
compromisso" para ter sucesso. Chamamos a este conjunto de regras “ética no
trabalho”.
Ter uma excelente ética de trabalho envolve a atitude correta, o comportamento correto
e o respeito pelos outros em casa e no trabalho, diligência e comunicação eficaz.
Essencialmente, uma ética de trabalho regula como um funcionário responde em
diferentes situações no salão: Como se reage à rotina diária de vir ao trabalho? Como
se lida com os clientes?
Pessoas éticas são aquelas que reconhecem a diferença entre certo e errado e sempre
se esforçam para dar o exemplo de boa conduta. Em um ambiente de negócios, ser
ético significa aplicar princípios de honestidade e justiça ao relacionamento com colegas
de trabalho e clientes. Indivíduos éticos fazem um esforço para tratar todos com quem
entram em contato como gostariam de ser tratados.
Uma atitude profissional, rápida e positiva = ter uma boa ética de trabalho
Uma ética de trabalho já vem de cada individuo, mas pode ser desenvolvida através de
treino. A ética envolve nosso senso pessoal de moralidade, algo que decidimos. A forma
como fomos criados e nossa exposição a professores, treinadores, mentores e amigos
tem influência, mas os adultos possuem livre arbítrio para fazer as suas próprias
escolhas.
Uma atitude profissional ética permite:
• Criar a lealdade do cliente:
Se os consumidores acreditarem que foram tratados injustamente, deixarão de ser
clientes recorrentes. Ter uma base de clientes fiel é uma das chaves para o sucesso
comercial a longo prazo.
• Melhorar a reputação de uma empresa

34
A reputação de uma empresa por comportamento ético pode ajudá-la a criar uma
imagem mais positiva no mercado, que pode atrair novos clientes por meio de
referências boca a boca. Por outro lado, a reputação de transações antiéticas prejudica
as oportunidades da empresa em obter novos clientes, especialmente nesta era das
redes sociais, quando clientes insatisfeitos podem disseminar rapidamente informações
sobre a experiência negativa que tiveram.
• Reter bons funcionários
Indivíduos talentosos em todos os níveis de uma organização querem ser
recompensados de forma justa pelo seu trabalho e dedicação. Eles querem que a
progressão na carreira dentro da organização seja baseada na qualidade do trabalho
que realiza e não no favoritismo. Eles querem fazer parte de uma empresa cuja equipe
de gestão lhes diz a verdade sobre o que está acontecendo.
As empresas que são justas e abertas nas negociações com os funcionários têm mais
oportunidade de reter as pessoas mais talentosas. Os funcionários que não acreditam
que a metodologia de remuneração é justa geralmente não são tão dedicados ao
trabalho quanto poderiam ser.
• Ambiente de trabalho positivo
Os funcionários têm a responsabilidade de serem éticos. Devem ser honestos sobre
suas capacidades e experiência. Os funcionários éticos são percebidos como jogadores
de equipe, e não como indivíduos apenas por si mesmos. Eles desenvolvem
relacionamentos positivos com colegas de trabalho. Seus supervisores confiam neles
com informações confidenciais e, como resultado, geralmente recebem mais autonomia.
Os funcionários apanhados em mentiras por seus supervisores prejudicam suas
chances de avançar na organização e podem correr o risco de serem demitidos. Um
caso extremo de má ética é o roubo de funcionários. Em alguns setores, isso pode custar
à empresa uma quantia significativa de dinheiro.
Os funcionários do salão que exibem boas práticas de ética no trabalho são geralmente
considerados elegíveis para aumentos salariais, cargos de gerência e mais
responsabilidades;
• Evitar problemas legais
Às vezes, a gerência de uma empresa pode ficar tentada a cortar custos em busca de
lucro, como não cumprir totalmente os regulamentos ou leis trabalhistas, ignorando os
riscos à segurança do trabalhador ou usando materiais de baixa qualidade em seus
produtos. As multas por ser pego podem ser severas. A publicidade negativa resultante
pode causar danos de longo alcance à reputação da empresa, que são ainda mais caros
do que as taxas ou multas legais. As empresas que mantêm os mais altos padrões

35
éticos dedicam tempo para treinar todos os membros da organização sobre a conduta
que se espera deles.

4.1 - Ética e responsabilidade social e ambiental

A responsabilidade socio ambiental das empresas começa com a consciência comum


de que a Revolução Industrial teve um grande impacto no ambiente. Os recursos
naturais passaram a ser usados de forma indiscriminada e consequentemente
apareceram cada vez mais fontes de poluição para o planeta.
Foi a partir dos anos 90 que a responsabilidade socio ambiental se tornou um
movimento concreto e com efeitos nas mais diversas indústrias. Vários teóricos, por
meio de conferências a nível mundial, denunciaram diversas práticas empresariais que
estavam a ser nocivas para o ambiente e o bem comum. Tornou-se necessário adotar
novas práticas e formas de ação para a conservação do ambiente e proteção
sociocomunitária.
Nos anos subsequentes às conferências, surgiram movimentos cobrando por mudanças
sociais, científicas e tecnológicas. Muitas empresas iniciaram uma nova postura em
relação ao meio ambiente refletidas em importantes decisões e estratégias práticas.
Atualmente, muitas empresas veem a responsabilidade socio ambiental como um
grande negócio, são duas vertentes que se destacam neste meio:
• Primeiramente, as empresas que investem em responsabilidade socio ambiental
com intuito de motivar seus colaboradores e principalmente ao nicho de mercado que
preferem pagar mais por um produto que não viola o meio ambiente e investe em ações
sociais;
• A segunda vertente corresponde a empresas que investem em responsabilidade
socio ambiental com o objetivo de ter materiais para poderem investir em marketing e
passar a imagem que a empresa é responsável socio ambientalmente.

4.1.2 Questões ambientais nos salões de beleza

Na área do cabeleireiro, tornar-se “verde” e ter conscientes das questões ambientais


não significa ter de cortar cabelos às escuras...
A maioria do equipamento utilizado no salão de cabeleireiro é alimentado por
combustíveis fósseis não renováveis. Energia não renovável é a energia produzida pela
queima de combustíveis fósseis, como o carvão, petróleo bruto, gás natural, etc. Eles

36
não são renováveis porque existem recursos finitos, o que significa que, se forem
usados continuamente, um dia eles vão esgotar.
As questões ambientais mais notáveis para nos salões de beleza são:
• O uso de produtos químicos (tintas, descolorantes, oxidantes)
• Poluição do ar (odores)
• Uso de água e águas residuais
• Uso de energia
• Resíduos Sólidos (embalagens de produtos, outras embalagens)

1- Produtos tóxicos:
Só porque um rótulo diz natural, nem sempre significa que é seguro. O formaldeído é
uma substância natural, mas também um agente cancerígeno conhecido. É um dos
principais ingredientes comuns em tratamentos de queratina. As Microbeads
(microperolas), são outro ingrediente altamente destrutivo encontrado em uma
tremenda quantidade de produtos de beleza. São pequenas bolas de plástico que são
adicionadas a coisas como produtos de limpeza facial para fins de esfoliação ou
polimento. Eles podem até ser encontrados em alguns cremes dentais. Eles
normalmente têm menos de 1 mm de diâmetro e não são biodegradáveis. Eles chegam
aos rios, lagos e oceanos com muita facilidade. A partir daí, eles acabam prejudicando
a vida marinha e podem até entrar em água potável. As micropérolas são consideradas
tão prejudiciais para o meio ambiente que, em alguns países, são já ilegais.

Solução: Muitos produtos totalmente naturais oferecem os mesmos benefícios, sem


deixar uma pegada prejudicial em nosso ambiente. Micropérolas, por exemplo, são
facilmente substituídas por areia ou casca. Atualmente, não é difícil evitar produtos que
podem prejudicar o meio ambiente.

2 – Resíduos descartados
Mais de 1,5 milhão de kg de resíduos de papel alumínio e tubos de coloração foram
despejados em aterros no ano passado. Isto acontece apesar do alumínio ter a
capacidade de manter sua qualidade após ser reciclado várias vezes. Para além disso
os salões de beleza produzem muitos produtos embalados em plástico e mesmo que
estas embalagens sejam colocadas no ecoponto, muita energia é usada para reciclar
esse plástico.

Solução: Utilizar “sweet meche” em vez do alumínio… Ter uma garrafa recarregável em
vez de comprar constantemente garrafas de plástico.
37
3 - Atitudes
O maior problema que nosso ambiente enfrenta são as atitudes daqueles que não se
importam. É fácil para muitos ignorar questões ambientais. Muitas vezes, não vemos os
efeitos imediatos de nossas ações. Os funcionários do salão de beleza aproximam-se
mais dos clientes do que a maioria dos outros profissionais. Conversam com eles,
partilham opiniões e até aconselham sobre sua rotina diária. Se eles perceberem que
você se importa com o meio ambiente, é provável que sigam o exemplo.

Solução
Recomende produtos totalmente naturais, incentive a gestão adequada dos resíduos e
espalhe a boa nova sobre como viver uma vida sustentável. Tornar-se “verde” abre o
salão para uma nova base de clientes - aqueles que se importam.

Embora empresas individuais possam não descarregar quantidades substanciais de


resíduos, o principal problema é o impacto combinado gerado pelas descargas de
produtos químicos e resíduos de muitas pequenas empresas. As decisões diárias de
um cabeleireiro em relação a resíduos podem causar um grande impacto em questões
ambientais. Ao implementar algumas práticas ambientais básicas, os salões podem
aumentar a responsabilidade ambiental nas suas instalações e, muitas vezes, reduzir
muitos custos.
A importância da responsabilidade socio ambiental é tão importante que foi financiado
com £ 100.000 ($ 160.000), pelo Conselho de Pesquisa Econômica e Social (ESRC) no
Reino Unido. um estudo sobre como poderiam os barbeiros e cabeleireiros alterar os
seus comportamentos ambientais.
A principal razão pela qual estamos se entra num negócio é obter lucro. Mas a sociedade
agora exige mais dos profissionais. Criar uma marca sustentável e responsável pode
parecer ambicioso, mas cada vez mais a sociedade exige que nos tornemos mais éticos
na nossa abordagem aos negócios.
Existem várias maneiras, como proprietários de salões de beleza, contribuírem para
práticas comerciais mais sustentáveis. Podem tomar-se medidas que são boas para o
meio ambiente, não apenas a curto, mas também a longo prazo. É necessário encontrar
maneiras de reduzir o desperdício e o consumo reutilizar recursos e, claro, a reciclagem.
Testes em salões mostram que pesar cores pode economizar até 30% do custo da
cor comprada e usada no salão.
Tem surgido novas empresas com produtos para ajudar os proprietários de salões a
reduzir o consumo.

38
• EasyDry: Produzem toalhas recicláveis, feitas com fibras de madeira e até a
produção deste produto utiliza água reciclada e energia solar. Eles são
biodegradáveis em 12 semanas e são 100% recicláveis.
http://www.easydry.com.au/
• Refoil: Só na australia os cabeleireiros deitam fora cerca de um milhão de quilos
de papel alumínio por ano. Empresas como a Refoil usam alumínio reciclado,
usando apenas uma fração da energia necessária para produzir alumínio bruto
e reduzindo a necessidade de mineração destrutiva a céu aberto que danifica a
paisagem.
http://refoil.com.au/

O que pode ser feito no salão de cabeleireiro para gerar sustentabilidade?


• Não deixar as luzes acesas quando não houver ninguém no salão.
• Usar lâmpadas económicas que podem ser mais caras, mas duram mais e
gastam menos energia.
• Desligar os aparelhos no ponto de energia (ex: secador), Desligar todos os
aparelhos que não estejam a ser utilizados.
• Se você abaixar a temperatura em seu salão de cabeleireiro em 1 ° C, poderá
reduzir suas contas de aquecimento em quase 10%. É melhor definir seus
termostatos entre 16 ° C e 19 ° C.
• Verificar o termostato dos aquecedores de água e verificando se está na
temperatura certa. Em vez de adicionar água fria a água quente para torná-la a
temperatura certa, pode acertar-se a temperatura da água diretamente no
termostato.
• A iluminação é responsável por uma grande parte das contas de energia elétrica,
portanto deve garantir-se que o seu salão recebe o máximo de luz natural
possível.
• Se houver áreas do salão que não estejam em uso constante, instalar uma luz
de sensor que só funcionará quando alguém entrar na área e desligar quando
não houver mais movimentos.

https://youtu.be/DK6k3sZTYPU

39
4.2 Ética na profissão de cabeleireiro: com os colegas de trabalho, o
público externo e a organização
O tema da ética nos serviços está diretamente relacionado com a conduta dos
funcionários que ocupam cargos em locais que lidam com o público em geral. Estes
indivíduos devem agir conforme um padrão ético, exibindo valores morais como a boa-
fé e outros princípios necessários para uma vida saudável no seio da sociedade.
Quando uma pessoa é escolhida para um destes cargos, a sociedade deposita nela
confiança, e espera que ela cumpra um padrão ético. Assim, essa pessoa deve estar ao
nível dessa confiança e exercer a sua função seguindo determinados valores, princípios,
ideais e regras.
O serviço ao público deve assumir o compromisso de promover a igualdade social, de
lutar para a criação de empregos e de desenvolver a cidadania.
Um profissional que desempenha uma função no setor de atendimento ao público, deve
ser capaz de pensar de forma estratégica, inovar, cooperar, aprender e desaprender
quando necessário e elaborar formas mais eficazes de trabalho.
- A nível técnico
Transparência de Marca:
Ser transparente com a marca escolhida para usar no salão de cabeleireiro é essencial.
O cliente tem o direito de saber exatamente aquilo que está a comprar e a escolha da
marca pode até influenciar a decisão entre um espaço e outro.
Atualmente as marcas procuram responder às necessidades do mercado e ir de
encontro às carências dos clientes. Cabe ao profissional escolher a marca que mais se
adequa aos seus valores e princípios e também aos do cliente que pretende captar.
https://www.paulmitchell.com/
http://www.antigabarbeariadebairro.com/blog-a-antiga/

GOOD FAST CHEAP:


Ser um bom cabeleireiro já não é suficiente. É importante mudar mentalidades não só
os profissionais na área, mas também das equipas e dos clientes. O conceito: Good,
Fast, Cheep (Bom, Rapido, Barato), foi desenvolvido pela britânica Sophia Hilton dona
e diretora do Not Another Salon. Este conceito apoia acima de tudo a valorização dos
profissionais de cabeleireiro e toca num problema ético relacionado com a qualidade
dos serviços que os profissionais prestam.

40
• Bom + Barato = Não é rápido
• Rápido + Barato = Não é bom
• Bom + Rápido = Não é barato

É importante estabelecer valores éticos quanto aos serviços a prestar e informar o


cliente desses mesmos valores e compromissos. Ima empresa com valores éticos
rígidos quanto á qualidade dos serviços que presta terá maior capacidade de ser bem-
sucedida junto do cliente.

- A nível comercial

Política de não julgamento:


O pré-julgamento tornou-se um comportamento tão comum, que muitas vezes nem
percebemos que o cometemos. Este paradigma tem vindo a mudar e atualmente
consideramos eticamente incorreto o ato de julgar as pessoas. É necessário ao
profissional de cabeleiro saber lidar, aceitar a diferença e não tecer julgamentos de
valor. O profissional de cabeleireiro deve ser capar de se adaptar e moldar os seus
princípios de forma a adequarem-se não só á vivencia com os clientes mas também
com os colegas de trabalho.
“Com a nossa rigorosa 'POLÍTICA DE NÃO JULGAMENTO', você sempre se sentirá
confortável a partir do segundo em que passar pelas portas do salão até o momento em
que sair com um cabelo incrível. Acreditamos que você deve ser ouvido
41
adequadamente, todos os estilos de cabelo devem ser fáceis de fazer em casa e acima
de tudo... seu cabelo deve ser você.” Not another Salon
“Somos um salão neutro em termos de gênero e livre de julgamento; está seguro em
nosso espaço.” Jamesbhair

https://www.facebook.com/hawleywoodsnewtown/posts/response-to-why-we-have-our-
policy-as-a-mens-only-barber-shop-hawleywoods-barber/984635234959246/
https://www.therebelbarbershop.com/about

Transparência de preços:
Ser transparente e direto quanto aos preços praticados nos salões de cabeleireiro é
também um problema ético. Abrir ao público e a outros profissionais o preço dos
trabalhos executados pelos profissionais tornou-se tabu. Considera-se até antiético
utiliza informação de preços como forma de estratégia comercial. Vários salões
possuem diferentes políticas de preços e cada profissional e livre de optar pelo conceito
que lhe é moralmente mais correto. Assim sendo, verificamos uma infinidade de opções
quanto às políticas de preços desde os salões low cost, até aos salões de charme onde
os preços são elevados. Cabe também o cliente escolher o conceito que mais de
encontro vai às suas necessidades.
Existem, no entanto, alguns salões que começaram recentemente a mudar esta
realidade desafiando os preconceitos do mercado e revelando publicamente os preços
realizados em determinados serviços. O Not Another Salon é conhecido por publicar
nas redes sociais as fotos dos trabalhos realizados e na descrição das mesmas a conta
detalhada paga pelo cliente. Na sua página também estão visíveis a tabela de preços e
as regras da casa quanto á faturação final.

https://www.notanothersalon.com/prices

- A nível da formação

Ter mais ou menos formação na área de cabeleireiro é outro dos dilemas éticos da área.
Por vezes o cliente não quer ser atendido por alguém menos experiente ou mesmo nas
empresas, o próprio gerente faz a distinção de lugares com base na formação do
profissional. É prática comum na América e mesmo na Inglaterra haver a informação na
tabela de preços, conforme o grau de formação do profissional. É importante valorizar a
experiencia e formação, mas também garantir a honestidade junto do cliente. É também
preciso desmistificar o conceito de que mais formação ou formação mais cara é igual a
42
um melhor profissional. No fim de cotas o cliente é que deve decidir qual o profissional
com que irá trabalhas, mas é necessário também educar o cliente a abrir a mente e dar
oportunidade de crescimento a um profissional que aida está a crescer.
“A equipe da JamesB não foi selecionada apenas por sua paixão, profissionalismo e
experiência - eles também foram escolhidos pelo seu cuidado e empatia. Dias de treino
mensais são realizados para garantir que nossa equipe esteja atualizada com todas as
técnicas e tendências mais recentes, além do foco no atendimento ao cliente. Marque
uma consulta grátis para conhecer nossa equipe amigável. Veja o nosso trabalho no
Facebook e Instagram.”
https://jamesbhair.com/

5. Webgrafia
https://www.significados.com.br/deontologia/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Deontologia
https://conceito.de/deontologia
https://www.psicologia.pt/instrumentos/etica.php
https://pt.slideshare.net/paulorui547/princpios-para-uma-deontologia-
profissional
https://www.significados.com.br/principios/
http://visao.sapo.pt/opiniao/silnciodafraude/2018-02-22-Qual-e-a-utilidade-dos-
codigos-deontologicos-
http://bemestareventos.blogspot.com/2009/05/codigo-de-etica-do-profissional-
da.html
https://www.iedcb.pt/codigo-de-conduta/
https://docplayer.com.br/10138406-Manual-de-boa-conduta-dos-profissionais-da-
area-da-beleza-etica-o-que-e.html
https://www.significados.com.br/etica-profissional/
https://www.significados.com.br/etica-e-moral/
https://www.significados.com.br/deontologia/
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica
https://www.significados.com.br/etica/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Moral
https://www.significados.com.br/moral/
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/o-que-moral.htm
https://www.ufrgs.br/bioetica/moral.htm
https://www.scienceabc.com/social-science/what-is-an-ethical-dilemma-
definition-examples-real-life.html
43
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30595592
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http://hcds4you.com/honesty-and-a-code-of-ethics-4/
https://smallbusiness.chron.com/advantages-ethical-behavior-business-
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https://www.businessballs.com/amusement-stress-relief/ethics-exercises/
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https://www.icaew.com/-/media/corporate/files/technical/ethics/ethical-case-
studies/ccabeg-case-studies-accountants-public-practice.ashx
https://noticias.universia.pt/emprego/noticia/2019/06/15/1165013/responsabilidad
e-social-ambiental-empresa.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Responsabilidade_socioambiental
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http://www.uc.pt/fluc/cegot/VISLAGF/actas/tema3/jose_mauro
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https://jamesbhair.com/
https://www.facebook.com/hawleywoodsnewtown/posts/response-to-why-we-
have-our-policy-as-a-mens-only-barber-shop-hawleywoods-
barber/984635234959246/
https://www.therebelbarbershop.com/about
44
https://www.personare.com.br/o-dificil-exercicio-de-nao-julgar-as-pessoas-
m7832
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