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Hume enuncia as ideias à posteriori e à priori com base na experiência sensível, ou seja, nas

impressões.

De forma a estabelecer raciocínios estabelecemos conexões entre ideias por serem


semelhantes, ocorrerem em espaços e tempos semelhantes e pela relação causal entre elas
(relações de causa-efeito).

Hume considera também as relações de causa-efeito como a base para todos os nossos
raciocínios. Estas representam questões de facto contingentes, dependentes da experiência
sensível pois desta estabelecemos conceitos que posteriormente relacionamos, sendo
também à posteriori.

A relação causa efeito é interpretada por nós como uma relação necessária. Nós assumimos
que uma causa tem necessariamente um efeito correspondente, sem termos provas concretas
para tal, sendo essa crença suportada pelo hábito. O hábito tem como base um apanhado de
várias impressões dotadas de uma conjunção constante, não sendo um ato lógico, mas sim
apenas um fundamento psicológico com a função de garantir a prática da vida.

Assumimos a natureza como uniforme, o que nos permite estabelecer previsões e


universalizações de eventos. Ao observarmos eventos que precedem outros eventos, temos
tendência a criar uma expectativa desse acontecimento ser universal, criando uma relação de
causa efeito, para a qual a existência não pode ser cem por cento comprovada.

Isto resume-se aos argumentos indutivos que estão associados ao problema da causalidade.
Uma indução por generalização admite uma verdade universal pela repetição de um evento,
enquanto uma indução por previsão prevê um acontecimento pela repetição de também de
um evento, sendo que em ambos casos o contrário não foi experienciado pelos indivíduos.
Estas assunções fogem à experiência sensível e, de acordo com a visão de Hume, ao conceito
de conhecimento, podendo representar uma boa justificação mas falível e contingente.
Qualquer argumento a favor da universalidade da natureza é circular e não é obtido nem à
priori, pois tal faria contrariar o mesmo uma contradição, nem se deduz das observações
efetuadas até agora.

Não há nenhum argumento bom indutivo ou dedutivo que seja a favor da universalidade da
natureza. O facto das conexões necessárias serem uma ideia projetada nas nossas mentes, por
tal ser conveniente, leva Hume a adotar uma visão cética face à epistemologia (ciências). Não
temos uma justificação racional para confiar na indução ou para acreditar que esta é fiável.

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