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A causalidade

A crítica ao princípio da causalidade é outro aspecto do


ceticismo de Hume e de sua radicalização das teses centrais do
empirismo. Não temos efetivamente, segundo Hume, nenhuma
experiência da relação causa efeito como uma conexão necessária
entre eventos que ocorrem no real, isto é, não temos nenhuma
experiência propriamente dita da causalidade. Tudo que percebemos
são relações entre fenômenos de continuidade e regularidade que,
pela repetição e pelo hábito, acabamos como que projetando no real
e atribuindo à própria natureza, sem termos nenhuma evidência
empírica disto. Daí o famoso exemplo das bolas de bilhar que
encontramos no texto que se segue, mostrando que percebemos o
movimento das bolas e o impacto da primeira sobre a segunda, mas
não a relação causal em si mesma.
Hume considera problemática a concepção tradicional de
causalidade porque implica na ideia de que existe uma relação
necessária entre eventos: a ideia de que uma determinada causa
sempre resultará em um efeito específico. No entanto, Hume
argumenta que essa relação de causa e efeito não pode ser
observada diretamente na experiência. Em vez disso, nossa crença
na causalidade é baseada em nossa observação repetida de padrões
de regularidade e sequência de eventos. Hume sugere que
projetamos mentalmente a ideia de causalidade sobre os eventos
com base no hábito e na associação de ideias, mas não temos
evidência empírica direta dessa relação causal.
O exemplo das bolas de bilhar ilustra essa posição de Hume
de maneira clara. Podemos observar repetidamente uma bola em
movimento atingindo outra bola e fazendo-a se mover. No entanto,
não podemos observar diretamente a relação causal entre esses
eventos. Tudo o que vemos são as bolas em movimento e a
regularidade com que o impacto de uma bola está associado ao
movimento subsequente da outra. Hume sugere que nossa crença
na causalidade é baseada em nossa tendência natural de associar
eventos que ocorrem juntos de forma consistente ao longo do tempo.
Portanto, o exemplo das bolas de bilhar ilustra como Hume desafia a
concepção tradicional de causalidade, destacando que nossa crença
na causalidade é baseada em hábito e associação de ideias, e não
em uma observação direta da relação causal.

O empirismo de Hume nos textos estudados destaca a


importância da experiência sensível na formação do conhecimento
humano. Ele argumenta que todas as ideias têm origem na
experiência sensível direta ou na reflexão sobre essa experiência.
Hume enfatiza que quanto mais próximas as ideias estão das
sensações que as originam, mais nítidas e válidas elas são porque
estão mais diretamente ligadas à experiência sensorial original. Além
disso, ele destaca a importância da associação de ideias na
formação do conhecimento, sugerindo que nossa mente opera
combinando, separando e associando ideias para formar conceitos
mais complexos. Essa associação de ideias é fundamental para
nossa compreensão do mundo e para nossa capacidade de fazer
inferências e previsões.

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