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Universidade Federal do Acre

Centro de Ciências da Saúde e do Desporto


Curso Bacharelado em Nutrição
Disciplina de Dietoterapia I

PORTFÓLIO
DE
DIETOTERAPIA
Orientadora:
Profa. Dra. Danila Torres

Discente: Karina Motta Freire

Rio Branco – Acre,2024


SÍNDROME NEFRÓTICA

INTRODUÇÃO
“A síndrome nefrótica (SN) é um conjunto de sinais e sintomas que envolvem o aumento da permeabilidade
da membrana glomerular, devido à quebra de sua barreira estrutural e funcional, o que permite o
extravasamento de proteínas para o filtrado glomerular.” É a doença mais comum em crianças, com a maioria
ocorrendo entre um e seis anos de idade. Em relação à população adulta, está presente em 20% dos pacientes,
sendo o restante associado a uma glomerulopatia primária. (Mello et al., 2018, p. 2).

FISIOPATOLOGIA
“Aumento da permeabilidade do capilar glomerular à passagem de proteínas. Consequência de Diabetes, por
exemplo.” (Nogueira, 2023, p. 12). Além disso podem prover de doenças como:
• Diabetes mellitus;
• Lúpus eritematoso sistêmico;
• Amiloidose;
• Doença por lesão mínima (observada apenas na microscopia eletrônica);
• Nefropatia membranosa;
• Glomeruloesclerose focal;
• Glomerulonefrite membranoproliferativa. (Mahan; Raymond, 2018, p. 2636-2637).
ETIOLOGIA
“A SN pode ser primária, isto é, de etiologia renal, ou secundária a doenças sistêmicas, como: doenças de
deposito, autoimunes, metabólicas, tumores sólidos ou hematopoiéticos, e infecções bacterianas ou virais.”
(Mello et al., 2018, p. 2).

SINTOMATOLOGIA
“Entre as principais manifestações clínicas e laboratoriais encontradas, destacam-se: edema intenso e
progressivo, podendo evoluir para anasarca, proteinúria de 24 horas >3,5g/dia (ou >50mg/kg/dia nas crianças),
hiperlipidemia podendo ou não cursar com lipidúria e por fim hipoalbuminemia.” (Mello et al., 2018, p. 2).

DIAGNÓSTICO

“O diagnóstico de SN é realizado através de critérios clínicos, laboratoriais e por análise histopatológica por
biópsia renal." Além disso, proteinúria >3,5g por 1,73m² de superfície corporal ou >50mg/kg de peso em urina
de 24 horas e biopsia renal. (Mello et al., 2018, p. 6).

TRATAMENTO MÉDICO
O tratamento consiste em: “Restrição de sal, uso criterioso de diurético para tratar o edema, inibidores de
enzima conversora de angiotensina (IECA) para diminuição da proteinúria, estatinas para tratar a dislipidemia
e anticoagulação no caso de fenômenos tromboembólicos.” (Mello et al., 2018, p. 7).

OBJETIVOS DA TERAPIA NUTRICIONAL


Tem por objetivo minimizar os sintomas da doença, fornecer energia e nutrientes necessários para a
manutenção e recuperação e o bom funcionamento do organismo do paciente.
TERAPIA NUTRICIONAL
“A dieta deve tentar fornecer proteína suficiente para manter um balanço de nitrogênio positivo e produzir um
aumento na concentração de albumina.” (Nogueira, 2023, p. 12).
• Restrição de sódio;
• Recomendações de energia em cerca de 130kcal/kg/dia com o objetivo de evitar um possível
catabolismo decorrente da doença;
• Recomendação de ingestão de proteínas para crianças deve ser de 4g/kg/dia devido o metabolismo
acelerado durante o crescimento;
• O sódio e a vitamina D são os micronutrientes em que se deve ter mais atenção, de preferência evitar o
sal; (Lourenço, 2022, p. 11-20).

RECOMENDAÇÕES/ CONSIDERAÇÕES
• Do exposto conclui-se que a terapia nutricional pode prevenir ou melhorar a qualidade de vida do
paciente com SN. Nesse aspecto, a dieta livre de glúten, leite e derivados se mostrou eficaz reduzindo
a proteinúria em alguns casos;
• A dieta deve estar adequada em energia, macro e micronutrientes a fim de atender as demandas
nutricionais dos pacientes com a patologia;
• Deve-se evitar gorduras saturadas e trans e suplementar ômega 3 objetivando melhorar o quadro
inflamatório;
• A suplementação de cálcio e vitamina D também é recomendada de acordo com a necessidade do
paciente para evitar perda de densidade mineral óssea. (Lourenço, 2022, p. 24).
REFERÊNCIAS
MAHAN, L. K.; RAYMOND, J.L. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 14ª ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2018.
NOGUEIRA, D. T. A. F. Slide da professora: Terapia Nutricional para Distúrbios Renais. Aula 5, 2023.
MELLO, Clara LB et al. Um Aspecto Fisiopatológico da Síndrome Nefrótica. Cadernos da Medicina-
UNIFESO, v. 1, n. 1, 2018.
LOURENÇO, Fernanda Guimarães. Estratégias dietoterápicas no manejo da síndrome nefrótica: uma revisão
de literatura. 2022.

(CALCÚLOS RENAIS) NEFROLITÍASE


INTRODUÇÃO
“A nefrolitíase caracteriza-se por ocorrências frequentes durante a quarta e a quinta décadas de vida, com alta
taxa de recidiva. O risco duplica em indivíduos com história familiar de cálculos renais; os indivíduos que
apresentam cálculos frequentemente têm parentes de primeiro grau com cálculos renais.” (Mahan; Raymond,
2018, p. 2601). Em relação a epidemiologia “No Brasil, não há dados da real incidência de pacientes
nefrolitiásicos, principalmente pela falta de estudos, mas estima-se que seja algo em torno de 5% (6), ou seja,
cerca de 9,5 milhões de brasileiros.” (Araújo, 2013, p. 12).

FISIOPATOLOGIA
“A formação de cálculos renais é um processo complexo, que consiste em saturação; supersaturação;
nucleação; crescimento ou agregação de cristais; retenção de cristais; e formação de cálculo na presença de
promotores, inibidores e formadores de complexos na urina.” (Mahan; Raymond, 2018, p. 2602).

ETIOLOGIA
As principais causas patogênicas são:
• Hipercalciúria, hiperoxalúria, hiperuricosúria ou hipocitratúria;
• Hiperparatireoidismo primário;
• Cistinúria;
• Infecção:
• pH urinário ácido;
• Hiperuricosúria;
• Acidose tubular renal;
• pH urinário alcalino. (Mahan; Raymond, 2018, p. 2604).
SINTOMATOLOGIA
Alguns sintomas são:
• Náuseas;
• Dor;
• Vômitos;
• Disúria;
• Polaciúria. (Araújo, 2013, p. 17-20).
DIAGNÓSTICO

“Eventualmente, os pacientes podem ser diagnosticados com nefrolitíase assintomática durante um exame de
imagem do abdome para outros fins ou quando são feitas imagens de vigilância naqueles com história prévia
de litíase renal.” Deve ser feito uma identificação de fatores de risco como o histórico familiar, hábitos
alimentares, fatores ambientais; Testes laboratoriais que incluem sumário de urina; investigação metabólica e
etc. (Araújo, 2013, p. 17-18-19).
TRATAMENTO MÉDICO
O tratamento consiste em:
• Identificar e tratar causa médica;
• Coleta de urina de 24 horas para identificação dos fatores de risco;
• Análise dos cálculos;
• Litotripsia por ondas de choque;
• Retirada cirúrgica endourológica dos cálculos;
• Terapia antimicrobiana;
• Tratamento farmacológico. (Mahan; Raymond, 2018, p. 2617).
OBJETIVOS DA TERAPIA NUTRICIONAL
Tem por objetivo diminuir os sintomas da doença, manter o balanço energético evitando a desnutrição, afim
de manter a sobrevida do paciente.
TERAPIA NUTRICIONAL

• Ingestão hídrica deve ter a quantidade necessária


para alcançar a diurese de 30 ml/Kg/dia, 50% em
forma de água e 50% em outros líquidos;
• Deve ser avaliada a ingestão exagerada de
elementos nutricionais envolvidos com a
litogênese;
• Evitar leites e derivados. (Araújo, 2013, p. 20).
(Mahan; Raymond, 2018, p. 2617).

RECOMENDAÇÕES/ CONSIDERAÇÕES
• Além das medidas dietéticas, como profilaxia, estudos associam o citrato à redução na formação de
cálcio, que são os mais comuns;
• O citrato é um ácido presente no ciclo de Krebs, filtrado e excretado pelos rins, que atua basicamente
como solubilizante e inibidor da cristalização dos sais de cálcio, daí o efeito protetor;
• De modo semelhante age o magnésio, contribuindo também para a formação de compostos mais
solúveis, reduzindo a formação de cálculos. (Simoneti et al., 2015, p. 1)
REFERÊNCIAS
MAHAN, L. K.; RAYMOND, J.L. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 14ª ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2018.
NOGUEIRA, D. T. A. F. Slide da professora: Slide da professora: Terapia Nutricional para Distúrbios Renais.
Aula 5, 2023.
ARAÚJO, Fernanda Oliveira. Hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus ou ambas, em pacientes com
nefrolitíase em um hospital universitário de Salvador (Bahia). 2013.
SIMONETI, Fernanda Soares et al. Considerações atuais sobre a cirurgia aberta em nefrolitíase em nível
uretero pélvico e ureteral inferior. Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba, v. 17, n. 1, p.
48-49, 2015.
LESÃO RENAL AGUDA

INTRODUÇÃO
“O termo Lesão Renal Aguda (LRA) é utilizado para refletir todo o espectro de Insuficiência Renal Aguda
(IRA), reconhecendo que um declínio agudo da função renal é frequentemente secundário a uma lesão que
provoca alterações funcionais ou estruturais nos rins.” (Luft et al., 2016, p. 3). Além disso, “A epidemiologia
da LRA é de caráter variado por critérios de diagnóstico ou códigos hospitalares, sendo assim, a incidência
geral de LRA em pacientes hospitalizados oscila entre 13% a 22%, porém na UTI a taxa aumenta
consideravelmente.” (Pacheco et al., 2022, p. 2).

FISIOPATOLOGIA
“A lesão renal aguda (LRA), anteriormente conhecida como insuficiência renal aguda (IRA), caracteriza-se
por redução súbita na taxa de filtração glomerular (TFG), quantidade de filtrado por unidade nos néfrons e por
uma alteração na capacidade do rim de excretar a produção diária dos produtos de degradação metabólica.”
(Mahan; Raymond, 2018, p. 2626).

ETIOLOGIA
Algumas causas são:
• Perfusão renal inadequada pré-renal;
• Doenças intrínsecas no parênquima renal;
• Obstrução do trato urinário pós-renal. (Mahan; Raymond, 2018, p. 2627).
SINTOMATOLOGIA
“Os sintomas podem incluir anorexia, náuseas e vômitos. Se não for tratada, convulsões e coma podem ocorrer.
Desequilíbrios de fluidos, eletrólitos e ácido-base se desenvolvem rapidamente.” (Pacheco et al., 2022, p. 1).

DIAGNÓSTICO

“A relação entre nitrogênio ureico sanguíneo (BUN) e creatinina pode ser utilizada com fins diagnósticos para
avaliar a localização e o dano renal. Dependendo do local de ocorrência da agressão, o BUN aumenta devido
à filtração deficiente e sofre reabsorção mais ativa.” (Mahan; Raymond, 2018, p. 2626).

TRATAMENTO MÉDICO
“O tratamento da lesão renal aguda varia de acordo com a causa desencadeadora da patologia. O distúrbio pode
apresentar-se de forma pré renal, renal ou pós renal e o manejo consiste em medidas e suporte que possam
prevenir futuras complicações.” Em casos graves, quando não há resultado na terapia medicamentosa, inicia a
terapia de reposição renal. (Pacheco et al., 2022, p. 5).

OBJETIVOS DA TERAPIA NUTRICIONAL


Tem por objetivo normalizar o estado nutricional, afim de promover uma melhora na vida do paciente com
lesão renal aguda, diminuindo os sintomas.

TERAPIA NUTRICIONAL

(Mahan; Raymond, 2018, p. 2632).

RECOMENDAÇÕES/ CONSIDERAÇÕES
• Pode-se encontrar na literatura uma variedade de teores de proteínas recomendados, desde 0,5 a 0,8
g/kg para pacientes sem diálise até 1 a 2 g/kg para pacientes submetidos à diálise;
• Pode-se utilizar uma dieta com alto teor energético e baixo teor proteico nos casos em que não se dispõe
de diálise ou hemofiltração;
• O sódio deve ser restrito, com base na diminuição da produção de urina;
• A ingestão de potássio precisa ser individualizada, de acordo com as concentrações séricas. (Mahan;
Raymond, 2018, p. 2629-2630).
REFERÊNCIAS
MAHAN, L. K.; RAYMOND, J.L. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 14ª ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2018.
LUFT, Jaqueline et al. Lesão Renal Aguda em Unidade de Tratamento Intensivo: características clínicas e
desfechos. Cogitare Enfermagem, v. 21, n. 2, 2016.
PACHECO, Livio Pereira et al. Abordagem atualizada da Lesão Renal Aguda (LRA): uma revisão narrativa.
Revista Eletrônica Acervo Médico, v. 7, p. e10162-e10162, 2022.

DOENÇA RENAL EM ESTÁGIO TERMINAL

INTRODUÇÃO
“A doença renal em estágio terminal (DRET) reflete a incapacidade do rim de excretar os produtos de
degradação, de manter o equilíbrio hidreletrolítico e de produzir certos hormônios.” (Mahan; Raymond, 2018,
p. 2648). Em relação aos dados epidemiológicos “Dados do estudo de Framingham sugerem que
aproximadamente 20 milhões de pessoas nos EUA estão em risco para DRC. No Brasil estes dados apontam
para 12 milhões de pessoas sob o mesmo risco.” (Pereira et al., 2016, p. 2).

FISIOPATOLOGIA
“A DRET pode resultar de uma ampla variedade de doenças renais diferentes. Atualmente, 90% dos pacientes
que evoluem para a DRET apresentam (1) diabetes mellitus, (2) hipertensão ou (3) glomerulonefrite crônicos.
As manifestações são um tanto inespecíficas e variam de acordo com o paciente.” (Mahan; Raymond, 2018, p.
2648).

ETIOLOGIA
Algumas causas são:
• Hipertensão;
• Glomerulonefrite;
• Diabetes mellitus.
• Outros distúrbios (ou seja, doença renal policística, anomalias congênitas etc. (Mahan; Raymond, 2018,
p. 2649).
SINTOMATOLOGIA
Os principais sintomas são:
• Fraqueza;
• Mal-estar;
• Náuseas e vômitos;
• Cãibras musculares e prurido;
• Gosto metálico na boca;
• Comprometimento neurológico. (Mahan; Raymond, 2018, p. 2649).
DIAGNÓSTICO

O diagnóstico consiste em:


• GF – Taxa de Filtração Glomerular;
• Dosagem Sérica de Uréia e Creatinina;
• Depuração da Creatinina;
• Cistatina C;
• Microalbuminúria;
• Elementos anormais do sedimento, urinálise (EAS), Químico, Físico e Microscópico;
• Exames de imagem e biópsia renal. (De Souza; Pereira; Motta, 2018, p. 5).
TRATAMENTO MÉDICO
O tratamento consiste em:
• Transplante renal;
• Diálise;
• Terapia imunossupressora;
• Apoio psicológico;
• Tratamento conservador e preparação para a morte;
• Eritropoetina;
• Vitamina D ativa. (Mahan; Raymond, 2018, p. 2649).
OBJETIVOS DA TERAPIA NUTRICIONAL
Tem por objetivo amenizar os sintomas, preparar para possíveis cirurgias ou morte.
TERAPIA NUTRICIONAL
• Evitar ou retardar o desenvolvimento de osteodistrofia renal por meio de equilíbrio do cálcio, fósforo,
vitamina D e PTH;
• Permitir ao paciente ingerir uma dieta palatável e atraente, que esteja o máximo possível de acordo com
o seu estilo de vida;
• Controlar o edema e o desequilíbrio eletrolítico pelo controle da ingestão de sódio, potássio e líquidos.
• Coordenar os cuidados do paciente com a família, nutricionistas, enfermeiros e médicos em centros de
cuidados agudos, ambulatoriais ou clínicas de repouso especializadas;
• Evitar a deficiência e manter um bom estado nutricional (e, no caso de crianças, o seu crescimento) por
meio de ingestão adequada de proteínas, energia, vitaminas e minerais. (Mahan; Raymond, 2018, p.
2657).

RECOMENDAÇÕES/ CONSIDERAÇÕES
• Os pacientes submetidos a DP necessitam de uma ingestão diária de proteína de 1,2 a 1,5 g/kg de massa
corporal. Pelo menos 50% devem consistir em proteína de AVB;
• Os pacientes que fazem HD três vezes por semana necessitam de uma ingestão diária de proteína de 1,2
g/kg de massa corporal;
• Dependendo do estado nutricional do paciente e do grau de estresse, devem-se fornecer entre 25 e 40
kcal/kg de massa corporal, sendo a menor quantidade para pacientes de transplante e pacientes
submetidos a DP e o grau mais alto para pacientes com depleção nutricional;
• No paciente mantido com HD, a ingestão de sódio e de líquido é regulada para possibilitar um ganho
de massa corporal de 2 a 3 kg, devido ao aumento de líquido na vasculatura entre as diálises. (Mahan;
Raymond, 2018, p. 2664-2665-2666).
REFERÊNCIAS
MAHAN, L. K.; RAYMOND, J.L. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia; 14ª ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2018.
PEREIRA, Aglaupe Ferreira Bonfim et al. Perfil epidemiológico de pacientes portadores de doença renal
crônica terminal em programa de hemodiálise em clínica de Santa Cruz do Sul-RS. Blucher Medical
Proceedings [Internet], v. 2, n. 7, p. 193-98, 2016.
DE SOUSA, Francy Bruna Nascimento; PEREIRA, Wellison Amorim; MOTTA, E. A. Pacientes com
insuficiência renal crônica em hemodiálise: tratamento e diagnóstico. Revista de Investigação Biomédica, v.
10, n. 2, p. 203-13, 2018.

CÂNCER

INTRODUÇÃO
“O termo câncer abrange um conjunto de mais de 100 doenças que apresentam como aspecto comum o
crescimento desordenado, ou seja maligno, de células que invadem os tecidos e órgãos que podem espalhar-se
e invadir outras regiões do corpo, metástase.” (Nogueira, 2023, p. 2). Em relação a epidemiologia “De acordo
com os dados de dez registros de câncer de base populacional do Brasil, os tumores mais frequentes no país
são próstata, pulmão, estômago, cólon e reto e esôfago na população masculina. Em mulheres, predomina o
câncer de mama, seguido pelos cânceres de colo uterino, cólon e reto, pulmão e estômago.” (Guerra et al.,
2005, p. 3).

FISIOPATOLOGIA
“Os oncogenes são genes alterados que promovem o crescimento de tumores e alteram a morte celular
programada (apoptose). A inibição das vias de morte celular possibilita a sobrevida das células cancerosas
geneticamente danificadas.” (Mahan; Raymond, 2018, p. 2704).

ETIOLOGIA
As principais causas são:
• Vírus;
• Tabagismo/cigarro;
• Radiação;
• Consumo limitado de vegetais e frutas;
• Energia em excesso (macronutrientes, álcool);
• Substâncias químicas ou carcinógenos (como HAP, CON, BPA). (Mahan; Raymond, 2018, p. 2722).
SINTOMATOLOGIA
Os principais sintomas são:
• Anorexia;
• Fadiga;
• Perda de peso;
• Febre;
• Sudorese;
• Anemia. (Mahan; Raymond, 2018, p. 2726).
DIAGNÓSTICO

O diagnóstico consiste em:


• “Avaliação da história médica social e familiar do indivíduo; exame físico; exames laboratoriais;
exames de imagem; e biópsia tecidual. A avaliação laboratorial consiste em análise de sangue, urina e
outros líquidos corporais”. (Mahan; Raymond, 2018, p. 2727).
TRATAMENTO MÉDICO
O tratamento consiste em:
• Cirurgia;
• Radioterapia;
• Quimioterapia;
• Bioterapia;
• Transplante de células hematopoiéticas. (Mahan; Raymond, 2018, p. 2722).

OBJETIVOS DA TERAPIA NUTRICIONAL


Tem por objetivo aliviar os sintomas da doença, manter o balanço energético e nutricional, evitar a desnutrição
do paciente e melhorar o quadro clínico.
TERAPIA NUTRICIONAL
• Modificar a consistência da dieta, de acordo com o grau de mucosite, reduzir o consumo de sal e
condimento das preparações, se aporte nutricional for insuficiente, considerar ofertar suplemento oral,
evitar alimentos secos, duros, cítricos e picantes;
• Evitar alimentos ricos em lactose, glúten e sacarose, evitar alimentos e preparações gordurosas e
condimentadas, aumentar a ingestão de líquidos, orientar dieta pobre em fibra insolúvel e adequada em
solúvel;
• Alterar a consistência da dieta, de acordo com a tolerância do paciente, aumentar o aporte calórico e
proteico das refeições, ofertar suplemento oral conforme individualidade do paciente, evitar alimentos
secos, duros, cítricos, salgados, picantes e condimentados, evitar alimentos em extremos de
temperatura. (Horie et al., 2019, p. 13-14).

RECOMENDAÇÕES/ CONSIDERAÇÕES
Recomendações Dietéticas para a Prevenção do Câncer:
• Escolher uma dieta rica em uma variedade de alimentos à base de plantas;
• Consumir grande quantidade de vegetais e frutas;
• Selecionar os alimentos pobres em gordura e sal;
• Preparar e conservar os alimentos de forma segura. (Nogueira, 2023, p. 6).

REFERÊNCIAS
MAHAN, L. K.; RAYMOND, J.L. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 14ª ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2018.
NOGUEIRA, D. T. A. F. Slide da professora: Terapia Nutricional no Câncer. Aula 6, 2023.
GUERRA, Maximiliano Ribeiro et al. Risco de câncer no Brasil: tendências e estudos epidemiológicos mais
recentes. Revista brasileira de cancerologia, v. 51, n. 3, p. 227-234, 2005.
HORIE, Lilian Mika et al. Diretriz BRASPEN de terapia nutricional no paciente com câncer. 2019.

AIDS

INTRODUÇÃO
“A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) é causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV).
O HIV afeta a capacidade do corpo de lutar contra infecções e doenças, o que, em última instância, pode levar
à morte.” (Mahan; Raymond, 2018, p. 2797). No Brasil “Em 2005, já havia sido notificado 371.827 casos de
HIV/AIDS, em detrimento de graves problemas sociais e sanitários do país, cerca de 46,2% dos infectados pelo
vírus, desde o inicio da epidemia, vieram a óbito.” (Aguiar et al., 2022, p. 3).

FISIOPATOLOGIA
“A infecção primária pelo HIV é a causa subjacente da AIDS. O HIV invade o núcleo genético das células
CD4 +, que são linfócitos T-helper, e os principais agentes envolvidos na proteção contra uma infecção.” A
infecção pelo HIV causa uma progressiva diminuição das células CD4 +, que resulta na imunodeficiência.
(Mahan; Raymond, 2018, p. 2804).

ETIOLOGIA
As principais causas são:
• Derivados do sangue inseguros;
• Atividades sexuais sem proteção;
• Transmissão mãe-filho;
• Uso de drogas intravenosas;
• Exposição ocupacional. (Mahan; Raymond, 2018, p. 2819).
SINTOMATOLOGIA
Alguns sintomas são:
• Perda de peso;
• Astenia;
• Dermatose;
• Desorientação do sistema imunológico;
• Sarcoma de Kaposi. (Aguiar et al., 2022, p.3).
DIAGNÓSTICO

“O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral. No Brasil, temos
os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos.
Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).” (Nogueira, 2023, p.5).

TRATAMENTO MÉDICO
O tratamento consiste em:
• Tratar possíveis comorbidades como hiperglicemia, dislipidemia, hipertensão arterial, alterações na
composição corporal;
• Monitorar lipídeo sem jejum no sangue, glicose em jejum/concentração de insulina, condição de
proteína, pressão arterial;
• Em relação a medicação, terapia antirretroviral, agentes hipolipemiantes, antidiabéticos, anti-
hipertensivos e etc. (Mahan; Raymond, 2018, p. 2819).
OBJETIVOS DA TERAPIA NUTRICIONAL
Tem por objetivo melhorar o estado nutricional, manutenção do peso, minimizar os sintomas e fornecer uma
vida melhor para os pacientes portadores da doença.

TERAPIA NUTRICIONAL
• Manter e expandir o conhecimento;
• Manter ou restaurar o peso saudável;
• Preservar e restaurar níveis de proteína;
• Prevenir deficiências ou excessos de nutrientes;
• Tratar o minimizar complicações que interferem
na ingestão e absorção de nutrientes;
• Corrigir anormalidades metabólicas;
• Prolongar a qualidade de vida.

(Mahan; Raymond, 2018, p. 2819).

RECOMENDAÇÕES/ CONSIDERAÇÕES
• Fazer refeições pequenas e frequentes, evitar beber líquidos com as refeições, bebidas geladas, líquidos
claros, tentar biscoitos secos ou tostados, experimentar refeições leves, como batata, arroz ou frutas
enlatadas;
• Tentar carboidratos simples, como arroz branco, arroz congee, macarrão, biscoitos, torradas ou torradas
brancas, tentar frutas com baixo teor de fibras, como banana e maçã, beber líquidos que substituirão os
eletrólitos, como caldos e bebidas de hidratação oral, tentar refeições pequenas e frequentes;
• Fazer refeições pequenas e frequentes, concentrar-se em alimentos ricos em nutrientes, como proteínas
magras, ovos, manteiga de nozes, legumes, frutas e grãos integrais;
• Evitar alimentos ácidos, como frutas cítricas, vinagre, picles, ou alimentos salgados e quentes,
umedecer os alimentos com molho, beber líquidos com as refeições, evitar bebidas ácidas, experimentar
alimentos e bebidas à temperatura ambiente. (Mahan; Raymond, 2018, p. 2823).
REFERÊNCIAS
MAHAN, L. K.; RAYMOND, J.L. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 14ª ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2018.
NOGUEIRA, D. T. A. F. Slide da professora: TN para Doença do Vírus da Imunodeficiência Humana. Aula
7, 2023.
AGUIAR, Tamires Saraiva et al. Perfil epidemiológico de HIV/AIDS no Brasil com base nos dados
provenientes do DataSUS no ano de 2021. Research, Society and Development, v. 11, n. 3, p. e4311326402-
e4311326402, 2022.

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