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Movimento busca diminuir uso do avião por causa da emissão de poluentes — Foto: Divulgação/Pixabay
Impacto da aviação
Um dos primeiros suecos a impulsionar o movimento contra viagens de avião foi o medalhista
olímpico dos Jogos de Inverno em Vancouver (2010) Bjorn Ferry, conhecido por viajar centenas
de quilômetros de trem para participar de eventos esportivos e por se recusar a voar devido às
mudanças climáticas. A ideia ganhou mais adeptos quando Malena Ernman, uma das mais
famosas cantoras de ópera da Suécia, declarou publicamente a intenção de jamais voar
novamente.
Não se sabe exatamente quantas pessoas aderiram ao movimento "flygskam". Mas a página no
Facebook "Tagsemester" (férias de trem), criada pela ambientalista Susanna Elfors para dar
conselhos sobre meios alternativos de transporte, já tem mais de 90 mil membros. Uma conta
anônima no Instagram, com mais de 60 mil seguidores, expõe publicamente figuras conhecidas
que voam. E a hashtag #StayOnTheGround, algo como "fique no chão", entrou para os trending
topics no Twitter.
O movimento tem um impacto importante na Suécia, onde está aumentando uso do trem e
diminuindo o número de voos. Rickard Gustafson, chefe da companhia aérea sueca SAS, disse a
um jornal norueguês estar convencido de que o movimento "flygskam" estava por trás da queda
de 5% no tráfego aéreo da Suécia no primeiro trimestre de 2019.
Por sua vez, a companhia ferroviária sueca SJ anunciou um número recorde de passageiros,
devido ao que descreve como "a preferência em viajar de forma inteligente pelo clima". Alguns
comentaristas assinalam que a queda no número de voos na Suécia se deve também ao impacto
da onda de calor no verão de 2018, que gerou mais consciência na população sobre as mudanças
climáticas.
Em Estocolmo, onde a temperatura é registrada mensalmente desde 1756, em julho de 2018 foi
considerado o mais quente da história. No resto da Suécia, a onda de calor provocou incêndios
florestais que se estenderam até o círculo ártico.
A resposta da aviação
A declaração do diretor da Iata foi dada diante de uma plateia de 150 executivos de companhias
aéreas. Estima-se que os voos comerciais respondam aproximadamente por 2,5% das emissões
globais de carbono, e a expectativa é que essa porcentagem aumente consideravelmente devido
à expansão de aeroportos e dos voos baratos.
A indústria da aviação anunciou planos para desenvolver motores menos poluentes e baixar as
emissões, para que em 2050 haja a metade das emissões de 2002. No entanto, alguns críticos
assinalam que essas mudanças deveriam ser mais rápidas.
Em outros países da Europa, aumenta o número de pessoas que resistem a viajar de avião. Há,
em outras línguas, termos equivalentes ao sueco para expressar a vergonha de voar:
"lentohapea"; na Finlândia; "vliegschaamte", na Holanda; e "Flugscham" na Alemanha.
Fonte: BBC News. Flygskam, a 'vergonha de voar' que preocupa a indústria da aviação na Suécia.
Disponível em: <https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/06/14/flygskam-a-vergonha-de-
voar-que-preocupa-a-industria-da-aviacao-na-suecia.ghtml>. Acesso em: 14 jun. 2019.