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esse é meu nome é beatriz de paula souza

eu sou psicóloga do instituto de

psicologia da usp e eu desenvolvo já

mais de 20 anos a orientação a queixa

escolar que é uma abordagem a de

atendimento psicológico a queixas

escolares mas que gera conhecimentos que

tem outras possibilidades né de serem

úteis para além do atendimento

psicológico a queixas escolares

a e então hoje vou fazer para vocês uma

apresentação das linhas gerais dessa

abordagem né os princípios e os

fundamentos principais tá bom eu vou

começar de onde a gente começa aqui

porque como é que a gente começa a gente

começa que trazem alguém para gente que

tá com dificuldades na sua vida escolar

é então eu fiz um montei aqui um castigo

tá tiago tia chega assim para gente

tchau tem nove anos não acompanha a

creche não para quieto na classe briga

com os colegas desafios professores

é muito bem aí

e por onde que a gente começa né é é

muito comum se começar investigando o

thiago como se ele fosse alguém isolado

né é a gente parte para de uma concepção

de queixa escolar que vai embasar toda a

nossa investigação em toda a nossa


intervenção a nossa atuação né é a do

que as pessoas em pedir para a gente

então eu vou conceituar para vocês

queixas escolares né queixas escolares

são aquelas que tem em seu centro o

processo de escolarização ok

e elas são emergentes de uma rede de

relações emergentes a queixa é um

emergente alguma coisa que ela é ela é

produzida numa rede de relações ela não

tem alguma coisa que acontece

isoladamente né a gente então precisa

entender e identificar que rede é essa

da qual o tiago faz parte né que tá

produzindo essa queixa que chega para o

psicólogo né é essa rede de relações via

de regra tem como participantes

principais

e a própria criança ou adolescente que

pode ser uma aliás pode ser um adulto

também né não precisa ser só uma criança

adolescente é o sua escola e sua família

são os participantes da rede que são

mais próxima

e olha quando a gente fala de rede hoje

em dia né 2019 a gente tende a pensar em

redes sociais né eu sou eu vou fazer uma

referência um uma rede alguma imagem de

uma outra rede que a rede de pescador tá


a rede de pescador tem aquela trama né

tem aqueles fios e os nozinhos que os

novinhos que ligam os fios a gente pode

pensar nos participantes da rede como

sendo os nozinhos e as relações entre

esses participantes como sendo os fios

né o que que a gente o que que é quem

que seriam tem que estaria então

enredado

o ácool que traz o que aquele de quem se

tem aqui essa né a sua professora o seu

a sua mãe é o seus colegas a sua avó é o

círculo de amigos do qual ele faz parte

a coordenadora a diretora nem então isso

tudo o aonde que ele frequenta no

contrato de escola né então isso tudo

compõem uma rede agora essa rede ela vai

constituindo essa queixa ao longo de uma

história né ela não é uma rede estática

então a gente tem que identificar ele é

demais entendeu ela no seu dinamismo ela

tem uma história de constituição ela ela

ela se

a humilhação é praticamente o nome

psicológico da dominação humilhação é o

sentimento que acompanha necessariamente

os golpes da dominação

e os dominadores abordam os humilhados

assiduamente com desprezo o desprezo

lícito ostensivo ou um expressos um


desprezo latente velado mais que pode

ser reconhecido e lido né no

comportamento dos dominadores a

humilhação social então é um fenômeno

o político mas ao mesmo tempo

necessariamente um fenômeno psicológico

não a experiência de dominação que não

suscite por exemplo sentimentos e o

sentimento que é moeda corrente da

dominação é o sentimento de humilhação

a humilhação social

e por se ligar a dominação que é um

fenômeno

o histórico ela tem

e por isso mesmo dois traços muito

importante ela é originariamente um uma

operação de grupo contra grupo ela não é

originariamente operação de um indivíduo

contra outro indivíduo

e por exemplo

e a

e a dominação racista a dominação que

nós se conhecemos

e na colônia

a brasileira a

e ela não foi despertada pelo desprezo

de um português por um africano a

humilhação ela

e vai se formar no bojo da dominação


mercantilista

é isso posto gente é

e então como é que a gente trabalha na

orientação que eu escolar levando em

conta essa concepção de texto escolar

e o sujeito de investigação de

intervenção

e é essa rede não é só o indivíduo tá é

essa rede de relações da qual a que este

emerge ao longo de uma história que lhe

dá sentido tá é o objetivo que a gente

tem na orientação aquele escolar

e não é deixar tudo 100 porcento tá esse

é um objetivo aprisionador porque nunca

fica tudo sem por cento a gente trabalha

no sentido da autonomia de todos os

participantes e da rede como um todo tá

então a gente passa a compor essa rede

durante um período mas com o objetivo de

potencializar a todos e a todas essas

relações que acontecem na rede para que

ela possa é passa de um movimento que

está produzindo paralisia ou adoecimento

né sofrimento fracasso né a que ela

passe a fazer uma infecção nesse

movimento e passe a fro duzir desenvolvi

é de todos e é e que daí por diante ela

possa seguir nessa nesse movimento sem

necessidade da gente tá permanecendo

nela esse é o nosso objetivo tá bom


pensando assim

e como é que a gente pode fazer uma

leitura do tiago uma investigação tá

thiago é um menino

é né é né

hum será que é relevante eles são menino

né porque essa rede gente eu tô falando

da família e da e na escola né que são

grupos nos quais né aquele de quem se

tem que seja tá inserido mas na verdade

ele tá numa sociedade que tem outras

relações tem por exemplo relações de

gênero né e para você vocês terem uma

ideia os meninos costumam ser cerca de

70 a 75 por cento

e da demanda para psicólogos

bom então o fato do tiago feminino já

diz da gente para gente que a gente

pensa nele como sendo alguém que faz

parte de uma grande maioria de alunos

dos quais

e a escola tem não sei se não tentado

cortar mais sentido dificuldade para

lidar né que são são alunos que acabam

parando no psicólogo com queixas

escolares então esse precisa ser levado

em conta né então relações sociais

thiago tá imerso num mundo de relações

sociais que precisam ser conhecidas e


estudadas e levadas em conta

é bom o thiago tem 9 anos em que ano que

ele tá na escola então né ele tem 9 anos

mas ele é um menino que tá na idade que

no ano escolar tô esperado ou não né

então ele tá lá pelo final do

fundamental 1 que é alguma coisa que a

gente sabe também que é comum porque a

quando tem as retenções né então ele é

muito tipo por causa disso também a

gente vê que a escola tem um certo

funcionamento que vai chegando perto do

final do fundo de um

e começa a bater um desespero e da

possibilidade de uma repetência né então

aí começa a pedir ajuda

e é ele não acompanha tá bom ele não

acompanha mas eu não considerar esse de

uma maneira contextualizada e não

isolada ele não acompanha o quê

e o que que está sendo pedido que ele

acompanhe

quem será

e como é que são as lições que ele tem

né quais são as exigências pedagógicas

estão sendo feitas para ele né ele não

acompanha essa classe mas ele tá desde o

começo com essa classe ele tem a mesma

idade do resto da classe ou ele é muito

mais novinho né ele ele não acompanha


mas será que as lições estão sendo

adequadas porque ele pode dar ou será

que ele não tá ficando para trás pela

tela sempre as lições são mais difíceis

do que o que ele pode fazer e ele vai

ficando cada vez mais para trás né não

para quieto na classe tá bom mas de como

é que essa classe tem classe são super

agitadas tem classes são muito calminhos

ele não para quieto na classe bom mas

ele tem com 9 anos né uma criança

precisa brincar

quem precisa se movimentar até para se

desenvolver fisicamente ele tem essas

ocasiões em outros momentos da vida dele

né então você vem a gente começa a levar

em conta a vida as relações sociais os

contextos em que escola que tá né ele

briga com colegas bom como é que estão

essas brigas qual que é o nível de briga

começou a dinâmica dessa classe né é

desafio os professores bom também em que

circunstâncias é como é que como é que é

esse modo de desafiar né enfim é a gente

quando algo se apresenta a gente parte

do que vem né mas procura compreender de

uma maneira contextualizada porque a

gente

o gás ideia de que a queixa vem dentro


de uma rede de relações exemplo de da

questão da historicidade da do dinamismo

da rede

e o thiago ele se apresenta assim nesse

momento tá bom sempre foi assim

é ou será que está acontecendo de uns

tempos para cá foi quando ele entrou

nessa flash foi quando ele entrou no

fundamental 1 e antes quando ele tava no

ensino infantil ele não se apresentava

dessa maneira né ser e estar né são

verbos muito diferentes ele nesse

momento está sendo trazido para gente

uma certa visão de que ele se apresenta

assim né é uma versão

e não podemos nos esquecer disso também

né e vamos pegar a história né sempre

foi assim não opa o que que aconteceu

por que por que que antes era diferente

porque que agora tá assim em que momento

isso mudou né que que pode estar

envolvido né aí nessa mudança antes era

pior agora tá melhor bom então tá tendo

alguma coisa que quer se acertando o quê

que pode ser né ou seja gente a gente

tem que entender tudo dentro de uma

concepção histórica porque aí a gente

vai captar sentidos né essa esse modo de

se apresentar o thiago ele é uma

linguagem ele tá comunicando alguma


coisa cabe a gente entender o que que tá

sendo comunicado

e aí

e aí

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