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ABORDAGENS COMPORTAMENTAIS DE CUIDADO ODONTOLÓGICO PARA PACIENTES COM TEA

ARTIGO

ABSTRATO Abordagens comportamentais educacionais e

Objetivo: Transtorno do Espectro do Autismo
(TEA) é uma condição que a maioria dos dentistas terapêuticas para o atendimento odontológico
encontrarão em suas práticas.
Abordagens educacionais e comportamentais
contemporâneas podem facilitar o atendimento
a pacientes com Transtorno do Espectro Autista
odontológico bem-sucedido.
Métodos: Uma revisão da literatura foi
canalizado para informações relevantes sobre odontologia Travis M. Nelson, DDS, MSD, MPH;1* Barbara Sheller, DDS, MSD;2,3
cuidar de crianças com TEA.
Clive S. Friedman, BDS;4 Raphael Bernier, PhD5,6
Resultados: Os princípios educacionais usados para
crianças com TEA podem ser aplicados no ambiente 1Professor assistente clínico, Departamento de Odontopediatria, Universidade de Washington,
odontológico. Os exemplos incluem: envolvimento Seattle, Washington; 2Chefe de Odontopediatria e ortodontista da equipe do Seattle Children's Hospital e
dos pais na identificação de pontos fortes, professor afiliado do Departamento de Ortodontia; 3Departamento de Odontopediatria, Universidade de
sensibilidades e estabelecimento de metas; usando Washington, Seattle, Washington; 4Professor Clínico Adjunto, Departamento de Odontopediatria, Escola
histórias ou modelagem de vídeo antes da consulta; de Medicina e Odontologia Schulich, Londres, Ontário, Canadá; 5Professor Associado, Departamento de
divisão do tratamento odontológico em componentes Psiquiatria; 6Departamento de Psicologia Educacional, Universidade de Washington, Seattle, Washington.
sequenciais; e modificação do ambiente para *E-mail do autor correspondente: tmnelson@uw.edu
minimizar

gatilhos sensoriais. Pacientes com TEA são mais Spec Care Dentist XX(X): 1-8, 2014
capazes de tolerar procedimentos com os quais
estão familiarizados e, portanto, devem ser expostos
a novos ambientes e estímulos em pequenos passos
incrementais.
Introdução O
Conclusões: Ao dedicar tempo para entender as
crianças com TEA como indivíduos e empregar Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um transtorno complexo do neurodesenvolvimento
princípios de aprendizado, os médicos podem que afeta entre 1 em 68 e 1 em 50 crianças americanas. Mais de 700.000 crianças americanas
fornecer atendimento odontológico de alta qualidade foram diagnosticadas com TEA.1–3 Esta condição ocorre em todo o mundo em todos os grupos
para a maioria dos pacientes com TEA. raciais, étnicos e socioeconômicos, e é quase cinco vezes mais provável de ocorrer em meninos
do que em meninas.3,4

PALAVRAS-CHAVE: autismo, comportamento,

dessensibilização, odontologia O diagnóstico de ASD é feito por
especialistas que entrevistam os pais e
cuidadores de um paciente, observam o
comportamento do paciente e realizam
testes educacionais e psicológicos. O
diagnóstico baseia-se em prejuízos no
domínio da comunicação social e na
presença de interesses e comportamentos
restritos/repetitivos. Os sintomas são
normalmente observáveis antes dos 2 anos de
idade, e um diagnóstico confiável é possível
aproximadamente nessa mesma época.5,6 O
diagnóstico precoce é crítico, pois o início
precoce da terapia demonstrou ser um
dos indicadores mais fortes dos resultados
do
tratamento para crianças com TEA.7 O
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais, 5ª Edição, (DSM-5), fornece os critérios diagnósticos mais
exposições,
teria, ressaltando a presença e ausência
de comportamentos em ambos os domínios.8
(Tabela 1). Indivíduos com TEA podem
apresentar combinações variadas de
sintomas e gravidade dos sintomas dentro de
cada domínio. Quando combinado com
taxas aumentadas de uma variedade de
distúrbios comórbidos, como deficiência
intelectual, convulsões, ansiedade e
Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade (TDAH), cada indivíduo
com TEA apresenta uma constelação única
de comportamentos e desafios que os profissionais devem abor
As evidências atuais sugerem que o TEA
resulta de uma complexa interação de
fatores genéticos e ambientais.
Estudos epidemiológicos indicam que fatores
ambientais, como
atuais
teratógenos, insultos perinatais,

Todos os autores contribuíram com a concepção e conteúdo do manuscrito, incluindo a redação do artigo e sua revisão crítica.

© 2014 Special Care Dentistry Association e Wiley Periodicals, Inc. Spec Care Dentista XX(X) 2014 1
DOI: 10.1111/scd.12101
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ABORDAGENS COMPORTAMENTAIS DE CUIDADO ODONTOLÓGICO PARA PACIENTES COM TEA

Desde os primeiros relatos da

Tabela 1. Critérios diagnósticos do DSM-5 para transtorno do espectro autista.
aplicação de intervenções baseadas nos princípios da
Contexto completo dos critérios em: www.autismspeaks.org ABA para ASD, as evidências que sustentam a
Déficits na comunicação social e na interação social em vários contextos eficácia das terapias baseadas em ABA cresceram
consideravelmente e agora são amplamente
Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades
reconhecidas como as abordagens com maior
Os sintomas devem estar presentes no início do período de desenvolvimento
suporte empírico para ASD.30 ABA based as terapias
Os sintomas causam prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, ocupacional ou em funcionam por meio da análise da relação entre
outras áreas do funcionamento atual
o comportamento de uma criança e seu ambiente. Com
Os distúrbios não são mais bem explicados por deficiência intelectual ou atraso global do desenvolvimento esse entendimento, os praticantes da abordagem

desenvolvem sistemas e estruturas para reforçar os

infecções virais pré-natais e o microbioma entérico
respondem por alguns casos.9,10 A genética
desempenha um grande papel no desenvolvimento
do autismo com mais de 100 distúrbios genéticos
diferentes identificados como tendo um papel
dificuldades foram relatadas em até 80-100%.19,25–
28 Em um estudo prospectivo de crianças com
autismo atendidas antes de seu terceiro aniversário,
“respostas anormais a estímulos sensoriais” foi a
classe de sintomas que distinguiu mais claramente
comportamentos desejados e modificar
gradualmente as respostas indesejáveis aos
estímulos.
A metodologia ABA é amplamente utilizada em
programas educacionais para ensinar habilidades da
vida diária para crianças com TEA.40

contributivo.11 Dois a oito por cento dos irmãos de autismo por retardo mental.29 De fato, a presença
crianças afetadas também tem um diagnóstico de de hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais faz Usando uma filosofia educacional
TEA. Quando um gêmeo monozigótico tem autismo, parte dos critérios diagnósticos atuais para TEA.8 para facilitar o atendimento odontológico Até o
há 60% de chance de que o outro gêmeo seja momento,

diagnosticado com TEA, enquanto em gêmeos poucas publicações investigaram técnicas de

dizigóticos o risco é o mesmo que para outros
irmãos.12 A literatura atual examina o TEA como
uma condição de corpo inteiro, com muitas comorbidades
envolvendo genética, epigenética, imunológica,
metabólica e anormalidades gastrointestinais, todas
as quais podem afetar o curso clínico.12–
14 A interação desses fatores é complexa e
atualmente sob investigação.
Aproximadamente 8 a 12% das crianças com
TEA têm necessidades odontológicas não atendidas.
comparado a aproximadamente 5% de pares com
desenvolvimento típico.15–17 Barreiras ao
tratamento incluem comportamento não
cooperativo do paciente, custo e falta de seguro.15
Crianças com TEA geralmente apresentam comportamentos um TEA e incluir um mínimo de 25 horas de
e sensibilidades que tornam o tratamento odontológico
mento é um dos tipos de cuidados de saúde mais
difíceis para eles receberem.15,16,18 Eles
podem enfrentar desafios significativos com integração
Educação e
terapias comportamentais
para indivíduos com TEA
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças
(CDC) e o Conselho Nacional de Pesquisa reconhecem
que o diagnóstico precoce e o tratamento do TEA
são cruciais. Eles defendem a educação que se
concentra no desenvolvimento de habilidades
sociais, linguagem, habilidades motoras e
comportamento adequado.
Os serviços educacionais são recomendados para
começar assim que uma criança é suspeita de ter
terapia por semana, 12 meses por ano.30,31
Metodologias de ensino podem envolver combinações
de Análise comportamental aplicada (ABA ),
ensino estruturado, fonoaudiologia, instrução de
orientação comportamental para crianças com TEA, a
maioria sendo opinião de especialistas ou envolvendo
menos de 50 indivíduos.21,41–49 Devido à
alta prevalência de limitações comportamentais
em crianças com TEA, técnicas avançadas como
sedação, anestesia geral (GA) e estabilização
protetora (PS, também conhecida como
contenção passiva ou imobilização) são comumente
usadas nessa população.49-51 Embora essas
técnicas possam abordar com eficácia necessidades
odontológicas, elas estão associadas a um maior
risco físico e psicológico. Eles também não promovem
a adesão a longo prazo ou a capacidade de aceitar
os cuidados de saúde bucal.
Eles devem, portanto, ser reservados para
circunstâncias em que nenhuma outra opção razoável
de orientação de comportamento esteja
disponível.

sensorial e processamento sensorial (a forma como
o sistema nervoso processa e responde às
informações obtidas por meio dos cinco sentidos),
exibindo comportamentos de “luta ou fuga” ou
respondendo agressivamente quando expostos
a sensações que os dominam.19–24 A prevalência de
dificuldades de processamento sensorial na população
em geral está entre 3,4% e 15,6%.25 Em amostras
de indivíduos com autismo, processamento sensorial
habilidades sociais, terapia ocupacional e terapia
de integração sensorial . Terapia de Resposta
Pivotal).32–35 Os programas geralmente envolvem
professores, coordenadores de atividades, auxiliares
de ensino e pais, tanto na escola quanto em casa.36–
39
As abordagens tradicionais de orientação
comportamental concentram-se na construção de
interações positivas entre o paciente e a equipe
odontológica. Como as crianças diagnosticadas com
TEA têm prejuízo na comunicação social, as
abordagens usuais podem precisar ser alteradas
significativamente. Para acomodar melhor os
pacientes com TEA, as estratégias contemporâneas
de gerenciamento do comportamento odontológico
começaram a empregar o mesmo modelo de
aprendizado usado em programas educacionais.

2 Spec Care Dentista XX(X) 2014 Abordagens comportamentais para atendimento odontológico para pacientes com TEA
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ABORDAGENS COMPORTAMENTAIS DE CUIDADO ODONTOLÓGICO PARA PACIENTES COM TEA
19,37,40,51,52 Os médicos podem consultar os
cuidadores sobre as metodologias educacionais de
uma criança e adaptar a abordagem
odontológica de acordo.
A dessensibilização sistemática é uma
técnica psicológica que tem sido aplicada com
sucesso para modificar o comportamento de
pacientes ansiosos no consultório
odontológico.39,46,53–58 Durante uma série de
sessões de terapia, os pacientes são gradualmente
expostos a componentes da consulta que lhes
causam ansiedade. Com o tempo, seguindo a
habituação e aproximações bem-sucedidas, os
pacientes são capazes de prosseguir com o
atendimento odontológico em um estado
relativamente confortável.58 Para pacientes com
TEA, a dessensibilização pode funcionar dentro da
estrutura de um programa de terapia abrangente ou
pode ser aplicada para atingir objetivos específicos,
como aumentar a adesão ao exame odontológico. Os
programas de tratamento que empregam
abordagens de dessensibilização e exposição com
ASD demonstraram um sucesso notável.59,60
Tesini descreveu isso bem em sua versão, The D-
Termined In Sweden they have Program.
aprendizado61–63 adaptou esse modelo de
no Programa Thousand Learning em que
cada tarefa é realizada em uma série de 3 horas com
curtos períodos de intervalo. Crianças com TEA
aprendem em períodos curtos e são mais propensas
a reter esse aprendizado quando é ministrado em
pequenos incrementos.64 Programas de
dessensibilização bem-sucedidos
empregar reforços individualizados que sejam
significativos para o paciente e encorajar os
comportamentos desejados em um nível primário
(por exemplo, comida, dinheiro) e um nível
secundário (por exemplo, elogios,
recreação).37,54,58 Na maioria dos casos, os pais
podem fornecer informações detalhadas sobre
quais incentivos funcionam melhor para seus
filhos.38 Os comportamentos desejados devem ser
reforçados imediatamente, como em um estudo
clássico em que os pesquisadores usaram suco de
frutas pulsado na boca dos sujeitos como um reforço
primário para a abertura da boca.52 O dentista deve
considerar a uso de reforçadores não convencionais,
como um passeio especial ou acesso a filmes e
videogames. Esses tipos de recompensa podem ser
usados em outras áreas da vida da criança e
podem ser particularmente poderosos. Os profissionais
de odontologia devem fornecer aconselhamento
Al-Allaq et al.
sobre o uso do alimento como reforçador.
Não é incomum que crianças com TEA recebam
doces como recompensa por tarefas realizadas em
casa e na terapia. Se fornecido regularmente, isso
pode aumentar o risco de cárie.
A aplicação da metanfetamina comportamental
Ods para reduzir o medo dental e aumentar a
adesão em crianças com ASD é demorado. A
quantidade de tempo e o número de consultas
necessárias para cada paciente podem variar
consideravelmente, sem que nenhum programa
“definido” funcione melhor para todos os pacientes.
Os relatórios indicam que as visitas podem levar de
10 minutos a 2 horas por sessão, com até 10–12
visitas no total.39,52,54,56,58,65 A
dessensibilização sistemática tem uma alta taxa de
sucesso; no entanto, o impacto duradouro e a
generalização do sucesso foram questionados. Um
paciente pode ser capaz de aprender a receber um
exame, mas a habilidade pode ser limitada a um
ambiente de tratamento específico com um
determinado provedor.54,58 Foi sugerido que
indivíduos gravemente afetados também podem ser
menos passíveis de dessensibilização e podem não
experimentam resultados positivos, a
menos que estejam acostumados a usar essas
técnicas em outras áreas de sua educação.52,58
O tempo necessário para treinamento comportamental
desencoraja tais tratamentos de se tornarem
rotina na comunidade odontológica.45
Um exemplo de protocolo
clínico para melhorar as
visitas aos pacientes
Para crianças com TEA, lembranças de uma
experiência odontológica negativa podem resultar em
comportamentos como acessos de raiva e
agressividade em visitas futuras. Como pode ser
difícil extinguir esses comportamentos quando
eles aparecem, é melhor empregar protocolos
clínicos que possam deixar a criança à vontade e
facilitar a cooperação desde o início.38 Essa
abordagem evita estímulos que possam interferir na
capacidade do paciente de aceitar atendimento
odontológico.66 A pesquisa sugere que
aproximadamente 30-50% das crianças com TEA
são capazes de receber atendimento odontológico
usando apenas técnicas comportamentais.21,48,67,68
Tabela 2. Fatores associados à
maior dificuldade de
acesso ao atendimento odontológico.
idade muito jovem
Várias condições médicas comórbidas
Não-verbal
Incapacidade de realizar o autocuidado (escovar os
dentes, ir ao banheiro, tomar banho, vestir-se)
Comportamentos graves ou perigosos
Comportamento autolesivo
pica
A Tabela 2 lista uma série de fatores associados
a uma maior dificuldade em aceitar atendimento
odontológico.49,51,68,69
Preparando-se para a consulta odontológica
Geralmente, pacientes com TEA são mais capazes
de tolerar procedimentos que são esperados e
previsíveis.19 Discutir visitas clínicas com
antecedência fornece à família e à equipe
odontológica uma oportunidade de identificar
possíveis obstáculos e fazer acomodações para
facilitar um processo tranquilo nomeação.70 Os
pais e cuidadores podem ser usados para ajudar a
interpretar o comportamento e a comunicação de
uma criança.
Eles saberão quais ferramentas de ensino
específicas funcionaram com eficácia no passado,
quais intervenções provavelmente funcionarão no
futuro e se os objetivos do tratamento são
razoáveis.45 A ansiedade do cuidador também
pode afetar negativamente a criança, e uma conversa
preparatória pode ajudar a reduzir a ansiedade do
cuidador. estresse.71 Essas conversas podem ser
feitas por telefone no momento do agendamento
da consulta ou na primeira visita ao consultório
odontológico. 38,39,71
O uso de um questionário pré-visita facili
tates a ingestão de informações. Isso pode
incluir informações médicas pessoais, hábitos
orais, função física, comunicação, visão, audição,
comportamento, sensibilidades sensoriais, emoções e
um registro completo das limitações e reações do
paciente a serviços médicos e odontológicos
anteriores (Figura 1).39 , 71 Outros itens a serem
considerados incluem: hora do dia para
agendamento, tempo alocado para a visita, equipe
necessária, alterações necessárias no
ambiente odontológico, ambiente para
Spec Care Dentista XX(X) 2014 3
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ABORDAGENS COMPORTAMENTAIS DE CUIDADO ODONTOLÓGICO PARA PACIENTES COM TEA

Figura 1. Questionário de pais pré-visita para pacientes com TEA.

4 Spec Care Dentista XX(X) 2014 Abordagens comportamentais para atendimento odontológico para pacientes com TEA
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Figura 2. Guia de preparação para consulta odontológica.

Al-Allaq et al. Spec Care Dentista XX(X) 2014 5

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exame (por exemplo, consultório particular, sala de
consulta) e objetos de conforto para brincar (Figura
2).68,71 Para evitar explosões
comportamentais, questione o cuidador ou o
paciente sobre os gatilhos sensoriais (som, luz, etc.)
e tente evite- os.38,68 Compreender o estilo de
comunicação e as habilidades de um paciente fornece
orientação ao selecionar técnicas de orientação de
comportamento eficazes.
Auxiliares de comunicação, como o Picture Exchange
Communication System, métodos de comunicação
eletrônica, quadros de escrita e ferramentas de
comunicação baseadas em tablet podem ser
trazidos para a consulta odontológica.71-73 Faça
perguntas para identificar
a criança
forças. Essas habilidades podem ser aproveitadas
ao se preparar para a visita. Por exemplo, crianças
com habilidades visuais agudas ou memória podem se
beneficiar de imagens dentárias, Social StoriesTM
(histórias breves e ilustradas com texto simples),
feedback em vídeo e automodelagem de
comportamentos pró-sociais.46,74 O esclarecimento de
expectativas pode reduzir a ansiedade e a dificuldade
com situações novas, que muitas vezes podem surgir
como perturbações comportamentais no TEA.
A modelagem do comportamento apropriado fornece
a um indivíduo com TEA orientação mecânica sobre
o que fazer em uma determinada situação.
Metodologias visuais são comumente usadas em
casa e na sala de aula. Devido à onipresença de
smartphones e tablets, fotos e vídeos podem ser
facilmente feitos por um pai observando uma
criança no consultório odontológico. Pares ou irmãos
também podem ser usados como modelos nessas
produções curtas. O esquema dentário pode,
portanto, ser prontamente adaptado para aplicativos
de tablet, vídeos e outras mídias visuais com as quais
as crianças estão acostumadas. Uma amostra do Social
StoryTM sobre uma consulta odontológica pode ser
baixada em: www. thecenterforpediatricdentistry.com/
para pais e pacientes/necessidades especiais/.
Ambientes odontológicos adaptados sensorialmente
(SADE) visam facilitar a cooperação pela remoção de
estímulos angustiantes. Um protocolo SADE pode
incluir a remoção de toda a iluminação fluorescente
direta do teto (50 Hz), o uso de efeitos de cores
visuais repetitivos criados por um “projetor solar”, o
uso de uma luz montada na cabeça pelo dentista
6 Spec Care Dentista XX(X) 2014
profissional e música rítmica.75 O uso de modelos de
brinquedo,70 espelhos de prática, luvas e máscaras
também pode ajudar na encenação pré-consulta, uma
técnica de preparação que se mostrou eficaz para
alguns pacientes.46,51,71
A primeira visita ao consultório
Em muitos casos, a primeira visita pode ser simplesmente
um passeio ou visita à clínica odontológica. Isso
familiariza a criança com o ambiente de tratamento e
permite que ela participe sem ansiedade provocada
pelo desconhecido. Ter uma “sala silenciosa”
especial para consultas ou mesmo uma sala sem
cadeira odontológica e outros equipamentos
odontológicos reduz distrações e estímulos que
podem deixar a criança ansiosa.56 Tente reduzir a
desordem no escritório, prepare suprimentos e
equipamentos com antecedência e oculte instrumentos
quando não estiverem em uso. Ter brinquedos ou outras
distrações disponíveis ajuda a manter a criança
ocupada para que os pais possam se concentrar em
falar com os membros da equipe odontológica. A visita
inicial deve incluir uma discussão sobre as metas
e expectativas da família para a criança, estratégias de
preparação e metas para a próxima consulta
odontológica da criança.
Estratégias para aumentar o sucesso
As visitas à clínica odontológica devem ser curtas
e o tempo de espera minimizado.51,71 Para evitar
atrasos no atendimento, pode ser apropriado
agendar as consultas no início da manhã ou da
tarde.66 Dados os problemas de atenção frequentemente
observados em crianças com TEA, o o tempo de atenção
para muitos pacientes pode ser entre 15 e 20 minutos,
portanto, dividir os procedimentos em partes
gerenciáveis também pode ajudar.70,76 Durante
uma série de consultas, oriente o paciente a progredir
de tratamentos simples para tratamentos mais
complexos.45 Quando possível, o psicólogo ou
terapeuta comportamental da criança pode participar
desse processo.64 O uso da contagem
(distração contingente) pode ser muito útil, pois a
criança sabe exatamente quanto tempo terá de tolerar
uma intervenção.
Por exemplo: ao escovar, diga “Um, dois, três, pronto”.
Isso pode ser repetido inúmeras vezes até que
a tarefa seja concluída e até praticada em casa com
os pais. O tratamento futuro deve
Abordagens comportamentais para atendimento odontológico para pacientes com TEA
basear-se no que foi aprendido na visita inicial,
seguindo a sequência de eventos para a qual a
criança se preparou.
Após a conclusão bem-sucedida da rotina, o cuidador
da criança pode ajudar a determinar o período
de tempo mais adequado para uma visita de
retorno.71 Deficiências nas
habilidades sociais básicas, como motivação
social reduzida, deficiências na reciprocidade social ou
déficits na atenção conjunta (o capacidade de
compartilhar a atenção em um esforço conjunto com
outra pessoa) pode impedir o sucesso da
abordagem de exposição gradual ou prolongar
significativamente o tempo para o sucesso.47,49 Para
determinar os candidatos adequados para
dessensibilização, faça perguntas sobre deficiências
sociais na entrevista anterior para identificar instâncias
de envolvimento socioemocional bem-sucedido com
outras pessoas e estratégias de exposição previamente
bem-sucedidas. Abordagens alternativas podem ser
necessárias para algumas crianças com extrema
aversão à interação social ou com doenças
dentárias ativas.
Para aliviar a ansiedade do paciente, comunique-se
com uma voz calma e explique cada procedimento ao
paciente em frases curtas e simples.66 Pacientes
com TEA geralmente são pensadores literais e se saem
melhor com conceitos concretos, lutando para
entender linguagem simbólica ou figuras de linguagem.
Use declarações simples e claras e evite jargões,
sarcasmo e metáforas.66 Use o mínimo de toque possível
e empregue pressão firme e profunda em vez de
toque leve. Pode ser útil começar primeiro
pelas extremidades, progredindo em direção à cabeça
e à boca conforme o paciente permitir.
Os pacientes que respondem bem à pressão podem
se beneficiar do uso de um cobertor pesado, um gorro
apertado ou do avental de chumbo para raios X.19 Os
cuidadores também podem realizar massagens
antes e durante a consulta. Se essa estratégia for bem-
sucedida, ela pode ser usada regularmente pelos
cuidadores em casa antes da escovação e até mesmo
da alimentação, facilitando uma abordagem
consistente de higiene bucal.
Objetos de enfrentamento (por exemplo, brinquedo
de pelúcia, tubos de agitação ou mastigação,
tablet),49 estímulos ansiolíticos como música,
espelho de mão, massinha de modelar não tóxica,
plástico-bolha e brinquedos de apertar também podem
ajudar.46
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ABORDAGENS COMPORTAMENTAIS DE CUIDADO ODONTOLÓGICO PARA PACIENTES COM TEA

A familiaridade de pequenos itens como o mesmo encontrará indivíduos com a condição em sua 5ª ed., Arlington, VA: American Psychiatric Publishing; 2013.

consultório, cadeira odontológica, cor do babador e prática. Desafios comportamentais associados

sabor da pasta de polimento podem ser podem impedir que um paciente receba os 9. Juul-Dam N, Townsend J, Courchesne E.

promotores de cooperação. Esses itens podem ser cuidados dentários necessários. Embora as técnicas Fatores pré-natais, perinatais e neonatais no autismo,

documentados no prontuário do paciente e usados farmacológicas possam ser necessárias em transtorno invasivo do desenvolvimento sem outra

consistentemente em cada visita (Figura algumas circunstâncias, muitos pacientes podem especificação e na população em geral. Pediatrics

2).70 Trabalhar com o mesmo dentista e equipe aprender a receber atendimento odontológico por meio 2001;107(4):e63.

e ter o pai acompanhando a criança também são da aplicação de uma abordagem educacional 10. Macfabe DF. Fermentação de ácidos graxos de cadeia curta

práticas úteis.49 Considere a capacidade do criativa. Ao reservar um tempo extra para produtos de nutrição do microbioma intestinal:

paciente de entender cada criança como um indivíduo e fazer implicações nos transtornos do espectro do autismo.

tolerar procedimentos comuns como profilaxia adaptações para apoiá-la, o dentista pode ganhar Microb Ecol Health Dis 2012;24:23. doi:

com copo de borracha e aplicação de verniz a confiança da criança e da família e preparar a 10.3402/mehd.v23i0.19260. coleção eletrônica

fluoretado. Freqüentemente, um raspador de 2012.

criança para uma vida inteira de consultas
mão pode ser usado no lugar da profilaxia com copo odontológicas positivas. 11. Betancur C. Heterogeneidade etiológica em

de borracha com muito menos estimulação do distúrbios do espectro do autismo: mais de 100 distúrbios

paciente. Para crianças extremamente sensíveis a genéticos e genômicos e ainda contando. Brain Res

sabores, o uso de verniz com flúor ou pasta de 2011;1380:42–77.

polimento pode ser eliminado. Alguns pacientes ficam Referências 1. Prevalência 12. Muhle R, Trentacoste SV, Rapin I. O

impressionados com as luzes brilhantes do teto. do transtorno do espectro autista genética do autismo. Pediatria 2004;113(5):

Os óculos escuros reduzem a estimulação entre crianças de 8 anos – rede de monitoramento de e472–86.

excessiva da luz, embora alguns pacientes sejam deficiências de desenvolvimento e autismo, 11 locais, 13. Szatmari P, Paterson AD, Zwaigenbaum L,

menos capazes de tolerar os óculos no rosto do Estados Unidos, 2010. MMWR Surveill Summ e outros Mapeamento de loci de risco de autismo usando

que a luz do teto.66,71,77 Para pacientes com 2014;63(Suppl 2):1–21. ligação genética e rearranjos cromossômicos.

sensibilidade ao som, fones de ouvido e um 2. Kogan MD, Blumberg SJ, Schieve LA, et al. Nat Genet 2007;39(3):319–28.

reprodutor de música portátil com música de sua Prevalência de diagnóstico relatado pelos pais de 14. Blaylock RL. Um possível mecanismo central nos

escolha pode ajudar a atenuar o ruído do consultório transtorno do espectro do autismo entre crianças nos transtornos do espectro do autismo, parte 3: o papel

e do equipamento odontológico.66 Assim como EUA, 2007. Pediatrics 2009;124(5): dos aditivos alimentares de excitotoxinas e o

com amassar e massagear, se a música 1395-403. efeitos sinérgicos de outras toxinas ambientais. Altern
Ther Health Med
aliviar com sucesso a ansiedade no consultório 3. Prevalência de transtornos do espectro do autismo –

odontológico, ela pode ser usada em casa durante a Autismo e Rede de Monitoramento de Deficiências 2009;15(2):56–60.

escovação dos dentes. do Desenvolvimento, 14 locais, Estados Unidos, 2008. 15. Lai B, Milano M, Roberts MW, Hooper SR.

MMWR Surveill Summ 2012;61(3): 1–19. Necessidades odontológicas não atendidas e barreiras

Ao cuidar de crianças com TEA, também é cuidados com crianças com transtornos do espectro do

importante considerar deixar de lado as normas e 4. Fatos do CDC sobre o espectro do autismo autismo. J Autism Dev Disord

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criança em uma cadeira comum, no chão ou na sala http://www.webcitation.org/6QCjCiQZZ.

de espera usando uma caneta luminosa para Acessado em 6 de setembro de 2014. crianças com necessidades especiais significativas de

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comportamento na cadeira desempenha um Nowinski L, Butter E, Engelhardt CR. Idade no primeiro 17. Lewis CW. Atendimento odontológico e crianças com

papel importante na capacidade da criança de aceitar diagnóstico de transtorno do espectro do autismo: o papel necessidades especiais de saúde: uma perspectiva

o tratamento. Uma abordagem compassiva e da coorte de nascimento, fatores demográficos e baseada na população. Acad Pediatr

a capacidade de compreender o mundo a partir da características clínicas. J Dev Behav Pediatr. 2009;9(6):420–6.

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