Você está na página 1de 3

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES


CURSO DE MEDICINA
PERÍODO: 4ª – 2021.2e
ALUNO (A):  Mirla Fontes de Araújo Borges

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

 Fisiopatologia

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) consiste em déficits constantes em


domínios principais como: comunicação e interação social, padrões restritos e
comportamentos repetitivos. Pode-se dizer que essas características são notadas em
níveis como: leve, moderado e severo. Essa variedade nos quadros clínicos levou à
utilização da expressão ‘espectro autista’.

O TEA é causado por uma série de fatores genéticos e ambientais. Existem


evidências de que a arquitetura genética do autista conta com genes herdados, com
mutações comuns e outras raras na população, compreendendo múltiplos modelos de
herança. Além dos fatores genéticos, questões como a idade dos pais no momento da
concepção, cuidados excessivos ou negligentes com a criança, uso de medicamentos
durante o período pré-natal, nascimento prematuro e o baixo peso do recém-nascido
também podem estar envolvidos.

Vários estudos confirmam que existe uma interação dos níveis alterados da
serotonina com os sintomas clínicos do transtorno do espectro autista, uma vez que este
neurotransmissor regula comportamentos de ansiedade, agressividade e sono através do
sistema serotonérgico, fazendo assim uma correlação de que alterações nestas vias
centrais seriam responsáveis pelo desenvolvimento do comportamento característico do
autista, em que ocorre uma hiperserotonemia plasmática e hiposerotonemia cerebral,
entretanto não há uma explicação sobre uma possível relação entre as duas condições.

 Epidemiologia
Segundo informações da ONU, no mundo 1 a cada 68 crianças tem algum
transtorno do espectro autista, correspondendo a cerca de 1,5 % da população dessa
faixa etária. Mesmo se tratando de um fenótipo heterogêneo, o autismo apresenta uma
influência genética, levando a diversos estudos para identificação de alterações em
irmãos de crianças com diagnóstico de autismo. Estudos realizados na Dinamarca
mostraram que a taxa de recorrência de autismo em irmãos mais novos é de 6,9%,
baseado em 1,5 milhões de crianças nascidas em 1980 e 2004

 Sinais e Sintomas

Baixo contato ocular, não responder ao nome, perder algumas habilidades já


adquiridas, preferência por objetos em vez de pessoas, baixa reciprocidade ao contato
social e pouco interesse em objetos e brinquedos em movimentos, distúrbios do sono,
incômodo com sons altos, irritabilidade no colo e até 6 mesmo pouca responsividade
durante a amamentação e contato materno. Além da hiperatividade e agressividade
registradas em alguns casos.

 Diagnóstico

A ausência de exames para triagem ou diagnóstico do transtorno do espectro autista


dificulta a descoberta precoce e retarda o acolhimento terapêutico. A determinação do
transtorno necessita de um profissional capacitado e experiente para examinar a história
do desenvolvimento e comportamento do bebê. Apesar de apresentar sinais visíveis,
nem todas as crianças têm seu diagnóstico comprovado imediatamente, sendo o TEA
diagnosticado apenas na adolescência ou já na vida adulta

 Tratamento

O autismo é considerado uma síndrome multifatorial, pois advém de diversos


fatores. Desta forma, não há apenas um único tratamento conhecido, e sim vários
medicamentos e terapias que auxiliam a melhorar sua qualidade de vida, escolhidos
conforme a necessidade do paciente.

O tratamento padrão-ouro para o autismo é a intervenção precoce, iniciada assim


que há a suspeita ou imediatamente quando ocorre o diagnóstico por uma equipe
interdisciplinar. Baseia-se em um conjunto de modalidades terapêuticas que tem como
objetivos aumentar o potencial do desenvolvimento social e de comunicação da criança,
auxiliar o desenvolvimento intelectual, reduzir danos, promovendo uma melhor
qualidade de vida

Em relação aos distúrbios comportamentais, faz-se uso de neurolépticos, devido


aos efeitos colaterais que acabam por limitar sua prescrição. Os antipsicóticos ativos
têm demonstrado sucesso em controlar a hiperatividade, agressividade e irritabilidade,
mas também apresentam efeitos colaterais, sendo necessário o acompanhamento dos
usuários. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina têm sido eficazes em diminuir
os comportamentos estereotipados, ritualísticos e obsessivos, sendo que os efeitos
colaterais ainda estão em observação.

REFERÊNCIAS

245_FISIOPATOLOGIA DO AUTISMO E ATUAIS TERAPIAS.pdf


(facunicamps.edu.br)

Influência dos níveis da serotonina no transtorno do espectro autista


(nucleodoconhecimento.com.br)

a07v28s1.pdf (scielo.br)

Você também pode gostar