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TRANSTORNOS DO

NEURODESENVOLVIMENTO

Profª Cláudia Gasparian – Ped – MedU9 – 10 º Semestre - SBC - Março/22


Transtornos do Comportamento ...
Transtornos do Comportamento ...
TEA - TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Diagnóstico
TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA

● O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um transtorno do desenvolvimento


neurológico, caracterizado por dificuldades de comunicação e interação social e
pela presença de comportamentos e/ou interesses repetitivos ou restritos.
● A gravidade e apresentação são variáveis.
● Trata-se de um transtorno permanente, não havendo cura, porém a intervenção
precoce pode alterar o prognóstico e suavizar os sintomas.
● Na maioria dos casos, no entanto, os sintomas do TEA só são consistentemente
identificados entre os 12 e 24 meses de idade.
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

● Nos últimos anos a prevalência do autismo têm ● Prevalência é maior em meninos do que em
aumentado dramaticamente. meninas, na proporção de cerca de 4:1.
● 30% dos casos apresentam deficiência
● Nos Estados Unidos da América - de 1 para intelectual.
cada 150 crianças de 8 anos em 2000 e 2002
● Frequentemente associado a outros sinais e
para 1 para cada 68 crianças em 2010 e 2012,
sintomas neuropsiquiátricos (déficit de atenção,
chegando à 1 para cada 58 em 2014.
hiperatividade, depressão e ansiedade) e a
outras condições clínicas (convulsões, alt.
● Resultado da ampliação dos critérios
genéticas).
diagnósticos e do desenvolvimento de
instrumentos de rastreamento e diagnóstico
● Dificuldades motoras são também relativamente

com propriedades psicométricas adequadas. comuns entre indivíduos com TEA


TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

● O TEA é causado por uma combinação de


fatores genéticos e fatores ambientais

● Há evidência de que a arquitetura genética do


TEA envolve centenas ou milhares de genes,
compreendendo múltiplos modelos de herança.

● Fatores de risco ambiental: idade avançada dos


pais no momento da concepção, negligência
extrema dos cuidados da criança, exposição a
certas medicações durante o período pré-natal,
nascimento prematuro e baixo peso ao nascer
Sinais de Alerta quanto ao Neurodesenvolvimento
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
São sinais sugestivos no primeiro ano de vida:

● Perder habilidades já adquiridas, como balbucio ● Apresentar pouca ou nenhuma vocalização;


ou gesto dêitico de alcançar, contato ocular ou ● Não aceitar o toque;
sorriso social; ● Não responder ao nome;
● Não se voltar para sons, ruídos e vozes no ● Imitação pobre;
ambiente; ● Baixa frequência de sorriso e reciprocidade
● Não apresentar sorriso social; social, bem como restrito engajamento social
● Baixo contato ocular e deficiência no olhar (pouca iniciativa e baixa disponibilidade de
sustentado; resposta)
● Baixa atenção à face humana (preferência por ● Interesses não usuais, como fixação em
objetos); estímulos sensório-viso-motores;
● Demonstrar maior interesse por objetos do que ● Incômodo incomum com sons altos;
por pessoas; ● Distúrbio de sono moderado ou grave;
● Não seguir objetos e pessoas próximos em ● Irritabilidade no colo e pouca responsividade
movimento; no momento da amamentação;
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

As manifestações clínicas frequentemente associadas ao TEA


• transtornos de ansiedade, incluindo as generalizadas e as fobias, transtornos de separação,
transtorno obsessivo compulsivo (TOC), tiques motores (de difícil diferenciação com estereotipias)
• episódios depressivos e comportamentos autolesivos (em torno de 84% dos casos)
• déficit de atenção com ou sem hiperatividade (em cerca de 74%)
• deficiência intelectual (DI)
• déficit de linguagem
• alterações sensoriais
• síndromes genéticas (X Frágil, Esclerose Tuberosa, Williams)
• doenças metabólicas com transtornos gastrointestinais e alterações alimentares
• distúrbios neurológicos como epilepsia e distúrbios do sono
• comprometimento motor como dispraxia, alterações de marcha ou alterações motoras finas
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Suspeita de TEA – Investigação Inicial
M-CHAT (Modified Checklist for Autism in Toddlers)

➢ A SBP orienta o PEDIATRA GERAL a fazer uso do instrumento


de triagem M-CHAT, validado e traduzido para o português em
2008 (M-CHAT-R), nos casos de suspeita de TEA.
➢ É um teste de triagem e não de diagnóstico e é exclusivo para
sinais precoces de autismo e não para uma análise global do
neurodesenvolvimento.
➢ O M-CHAT-R pode ser aplicado pelo pediatra durante uma
consulta de rotina e seu principal objetivo é detectar o maior
número de casos possíveis de suspeita de TEA.
➢ Deve ser acrescentada aos casos positivos a Entrevista de
Seguimento (M-CHAT-R/F), para melhorar a sensibilidade e
especificidade diagnóstica do TEA.
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
O escore de M-CHAT revisado (R)
M-CHAT-R
20 questões claras, com resposta sim e não:
● Baixo risco: pontuação total é de 0-2; se a criança for
menor que 24 meses, repetir o M-CHAT-R em 24 meses.
● Risco moderado: pontuação total é de 3-7; aplicar a
Entrevista de Seguimento (segunda etapa do M-CHAT-R/F,
anexo 2) para obter informação adicional sobre as
respostas de risco. Se a pontuação do M-CHAT-R/F
continuar igual ou superior a 2, a criança pontua positivo
para TEA na triagem, se for pontuação 0-1 pontua como
negativo para triagem do autismo.
● Alto risco: Pontuação total é de 8-20; pode-se prescindir
da necessidade da Entrevista de Seguimento e deve-se
encaminhar a criança para avaliação diagnóstica e também
para avaliação de necessidade de intervenção com médico
especialista (neuro/psiquiatra infantil)
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Diagnósticos Diferenciais
Cabe ao PEDIATRA GERAL a investigação inicial de outras patologias menos complexas e mais frequentes que cursam na
lactência e primeira infância com sinais e sintomas que podem simular os encontrados no TEA:
• Déficits auditivos e visuais
• Doenças congênitas (sds genéticas, dçs metabólicas, alterações de SNC, dentre outras)
• Ambiente social-familiar gerando de risco para transtornos comportamentais e emocionais/afetivos
Já ao ESPECIALISTA (NEURO E/OU PSIQUIATRA INFANTIL) cabe a diferenciação diagnóstica mais apurada considerando
transtornos neurológicos e/ou psiquiátricos específicos:
• Deficiência intelectual (DI) - cursa também com alterações no desenvolvimento cognitivo e comportamental
• Transtornos de linguagem - acabam interferindo na sociabilização, porém não vem acompanhados com gestos nem comportamentos
repetitivos;
• TDAH - porém não vem com alteração da comunicação social e os comportamentos repetitivos
• Transtornos de ansiedade e transtorno do apego reativo (TAR)
• Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
• Esquizofrenia
• Síndrome de Landau-Kleffner (ou afasia epiléptica adquirida)
• Síndrome de Rett (quadro genético caracterizado por prejuízos cognitivo e físicos significativos)
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
SÍNDROME DE ASPERGER
● Apresentam diagnóstico mais tardio, pois geralmente não há atraso de
linguagem verbal e a cognição é preservada.

● O comprometimento da linguagem pode ser verificado através de um


discurso de mesma entonação, empobrecido na linguagem não-
verbal e no entendimento da linguagem de sentido figurado.

● Podem apresentar olhar nos olhos não sustentado, com tendência a


desviar o olhar com frequência, face pouco expressiva, pouco
interesse no outro, teoria da mente deficiente, interesses restritos,
pouca socialização, dentre outros.

● Há também aqueles pacientes que apresentam habilidades


supranormais que podem ser as mais variadas possíveis.
TEA - TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA

Diagnóstico e Tratamento
TEA - TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA

Diagnóstico e Tratamento
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Criança que apresente alteração do DNPM:

● Reforçar aos pais a importância e orientações


quanto estimulação adequada
● Reavaliar em um mês:
➔ Alcançou os marcos: manter acompanhamento e
estimulação
➔ Não alcançou os marcos:
O diagnóstico tardio e a
➢ Encaminhar para serviço de estimulação interdisciplinar
consequente intervenção
especializado atrasada em crianças com
➢ Encaminhar para avaliação médica neuropsiquiátrica TEA causam prejuízos no
➢ Manter consultas próximas com a criança e os pais para seu desenvolvimento
apoio e acompanhamento do tratamento de reabilitação global e grande impacto na
vida adulta
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Diagnóstico
As escalas utilizadas tanto aquelas no formato ADI-R (Autism Diagnostic Interview™
de entrevista semiestruturada ou na observação Revised)
direta da criança, avaliam fundamentalmente
● ADI-R - é uma escala semiestruturada
três dimensões de comportamento e são para pais e cuidadores que fornece
baseadas nos critérios diagnósticos do DSM IV informações sobre suspeita de TEA.
e DSM V: ● Para a confirmação do diagnóstico de
TEA, as pontuações nas áreas avaliadas
(1) interação social recíproca; devem ser elevadas acima dos níveis de
corte.
(2) comunicação e linguagem;
● Esta entrevista é apropriada para crianças
(3) interesses restritos e comportamentos com uma idade mental acima de 18
repetitivos e estereotipados. meses.
● 52%, e uma especificidade 84%
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Diagnóstico
Childhood Autism Rating Scale (CARS) Gilliam Autism Rating Scale Second Edition
(GARS-2)
● É a escala mais antiga e largamente
utilizada ● É uma entrevista semiestruturada para os
● Combina as observações dos domínios pais, muito utilizada para triagem e
principais, pelos pais em atividades não diagnóstico de TEA.
estruturadas do dia a dia, podendo ser ● Essa escala traz um componente
utilizada durante a consulta pelo clínico. adicional que permite discriminar melhor
● Avalia 15 itens e busca discriminar entre outros problemas comportamentais que
não apresentar sintomas autistas, não autismo.
sintomas leves e sintomas graves. ● A sensibilidade de 65% e a especificidade
● Sensibilidade é de 80% e a especificidade 81%.
de 88%
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Diagnóstico
ADOS-G (The ADOS™ - Generic)
Modified Checklist for Autism in Toddlers
● É uma avaliação semi estruturada, que (M-CHAT-R)
envolve os principais domínios que são
afetados no TEA. ● É uma entrevista estruturada realizada
● Apresenta um conjunto de tarefas padrão que com os pais e é utilizado para crianças de
são divididas em 4 módulos cada um deles 16 a 30 meses.
referentes ao nível de desenvolvimento da ● Não requer treinamento para sua
criança e suas habilidades de fluência verbal aplicação, mas existe uma taxa bastante
● É o instrumento que apresenta a melhor alta de falso-positivo
sensibilidade e especificidade, porém sua ● A justificativa para sua utilização está no
utilização na prática clínica é limitada pela fato de que de é muito menos provável
necessidade de um treinamento específico perder um caso de autismo
com certificação
● Usar rotineiramente na avaliação da
● A sensibilidade é de 94% e a especificidade
criança
80%.
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Intervenção / Tratamento
Dentre as modalidades terapêuticas estão:

• Modelo Denver de Intervenção Precoce para Crianças Autistas: estimulação intensiva e diária baseada em
Análise do Comportamento Aplicada (ABA) - promover interações sociais positivas com aumento da motivação da
criança para as competências sociais, a aprendizagem e o desenvolvimento da comunicação e das habilidades
cognitivas e motoras;

• Estimulação Cognitivo Comportamental baseada em (ABA): programa comportamental utilizado para


desenvolver habilidades sociais e comunicativas

• “Coaching Parental”: orientações familiares e treinamento dos pais - manejo do comportamento dos cuidadores,
adequação de rotinas e co-responsabilização para estimulação;

• Comunicação suplementar e alternativa: a partir do uso de sinais, gestos, símbolos e figuras (como o PECS-
Sistema de Comunicação por Troca de figuras) em autistas não-verbais;

• Método TEACCH (Tratamento e Educação para Crianças Autistas e com Outros Prejuízos na Comunicação):
utilizado no campo da educação - estruturação do ambiente pedagógico-terapêutico, com o estabelecimento de
rotinas e o planejamento da sequência e duração das atividades;

• Terapia de integração sensorial: para crianças autistas que demonstram alterações no processamento sensorial;
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Intervenção / Tratamento
EQUIPE INTERDISCIPLINAR INTERVENÇÕES DIETÉTICAS

Os principais pilares são a família, a equipe de ● Os pacientes com TEA têm alterações no hábito
educação e a de saúde para a condução alimentar - aversão, seletividade até a recusa
adequada das crianças com TEA com o objetivo total de determinados alimentos e
de aprendizado e modificações comportamentais comportamentos obsessivos disfuncionais.
trabalhadas por equipes interdisciplinares
(psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ● Também sofrem efeitos adversos de alguns
ocupacionais, psicopedagogos, assistentes medicamentos como redução do apetite.
sociais, fisioterapeutas, educadores físicos).
● Associações frequentes (até 91%) de sintomas
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO gastrointestinais, como constipação, diarreia,
distensão gasosa e dor abdominal.
Geralmente o paciente com autismo demanda
tratamento psicofarmacológico para controle de ● Prevalência elevada de manifestações alérgicas
sintomas associados ao quadro quando estes (respiratórias e ou alimentares) e autoimunes em
interferem negativamente na sua qualidade de pacientes com TEA também foram descritas.
vida.
Famosos com TEA

http://www.asperger-syndrome.me.uk/people.htm
... Asperger??? ...

Isaac Newton

Charles Darwin
TDAH - TRANSTORNO DE
DÉFICIT DE ATENÇÃO/
HIPERATIVIDADE
TDAH - TRANSTORNO DE DÉFICIT DE
ATENÇÃO/ HIPERATIVIDADE
● Transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por quadro persistente de dificuldades
atencionais e de controle motor e de impulsividade levando frequentemente a inadequação
social
● essas dificuldades ocorrem de forma persistente ao longo do tempo e não são compatíveis
com o estágio de desenvolvimento do indivíduo acarretando prejuízos funcionais variáveis).
● O pediatra pode oferecer um importante papel no reconhecimento do TDAH e no tratamento
de casos de menor complexidade. Para tanto é fundamental que compreenda a
apresentação clínica do TDAH.
● A proporção de meninas para meninos é de 1:2,4.
TDAH - TRANSTORNO DE DÉFICIT DE
ATENÇÃO/ HIPERATIVIDADE
● o TDAH pode ser classificado em predominantemente desatento,
predominantemente hiperativo (impulsivo) e combinado dependendo da
intensidade dos sintomas em cada uma das dimensões.

● Para o diagnóstico em crianças são exigidos o mínimo de 6 ou mais sintomas


em cada uma das dimensões. Para o diagnóstico em adultos são exigidos o
mínimo de 5 ou mais sintomas.

● Para que o diagnóstico de TDAH seja estabelecido também é exigido que os


sintomas sejam persistentes por um período mínimo de 6 meses e estejam
presentes antes dos 12 anos, provoquem prejuízo em dois ou mais
contextos e que haja prejuízo significativo no funcionamento
TDAH - TRANSTORNO DE DÉFICIT DE
ATENÇÃO/ HIPERATIVIDADE
PEDIATRA
● As escalas que avaliam os sintomas do TDAH, especialmente a SNAP-IV, são aplicadas aos pais e à escola e auxiliam
no processo de avaliação diagnóstica e também no acompanhamento do paciente.

● Outras condições médicas que devem ser investigadas, como alterações na capacidade auditiva, visual e o sono que
influenciam funções cognitivas e o comportamento.

NEUROPSIQUIATRA INFANTIL

● Como parte da avaliação da criança com suspeita de TDAH é fundamental a investigação da presença de outros
transtornos psiquiátricos, como transtornos ansiosos, transtornos do humor, transtorno de oposição e desafio, tiques e
transtornos de aprendizagem entre outros.

● A presença de condições comórbidas pode alterar avaliação diagnóstica e a decisão sobre intervenções terapêuticas,
influenciando a resposta e a adesão ao tratamento.
TDAH - TRANSTORNO DO DÉFICIT
DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE

Diagnóstico e Tratamento
TDAH - TRANSTORNO DO DÉFICIT
DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE

Diagnóstico e Tratamento
TDAH - Critérios Diagnóstico DSM-V
1- Déficit de Atenção

a) Frequentemente não presta atenção a detalhes ou comete erros por omissão em atividades escolares,
de trabalho ou outras.
b) Com frequência tem dificuldade em manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas.
c) Com frequência parece não ouvir quando lhe dirigem a palavra.
d) Com frequência não segue instruções e não termina seus deveres escolares, tarefas domésticas ou
deveres profissionais (não devido a comportamento de oposição ou incapacidade de compreender
instruções).
e) Com frequência tem dificuldade para organizar tarefas e atividades.
f) Com frequência evita, demonstra ojeriza ou reluta em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental
constante (como tarefas escolares e deveres de casa).
g).Com frequência perde coisas necessárias para tarefas ou atividades (ex.: brinquedos, tarefas
escolares, lápis, livros ou outros materiais).
h) É facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa.
i) Com frequência apresenta esquecimento em atividades diárias.
TDAH - Critérios Diagnóstico DSM-V

2- Hiperatividade

Seis ou mais itens dos sintomas de hiperatividade persistindo por pelo período de 06 meses:
a) Frequentemente agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira.
b) Frequentemente abandona sua cadeira na sala de aula ou em outras situações nas quais se
espera que permaneça sentado.
c) Frequentemente corre ou escala demais, em situações impróprias (em adolescentes e adultos,
pode estar limitado a sensações subjetivas de inquietações).
d) Com frequência tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de
lazer.
f) Está frequentemente “a mil” ou muitas vezes age como se estivesse “a todo vapor”.
g) Frequentemente fala em demasia.
TDAH - critérios diagnóstico DSM-5
3- Impulsividade

a) Frequentemente dá respostas precipitadas antes de as perguntas terem sido


completamente formuladas
b) Com frequência tem dificuldade para aguardar sua vez
c) Frequentemente interrompe ou se intromete em assuntos alheios (p.ex, em
conversas ou brincadeiras)
TDHA - critérios
diagnósticos
TDAH - Gravidade

Critérios para gravidade do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade:


Leve: há poucos ou nenhum sintoma além dos exigidos para o diagnóstico e
apenas comprometimentos mínimos ou nenhum no funcionamento escolar e
social.
Moderado: há sintomas ou comprometimentos funcionais intermediários entre
“leve” e “grave”.
Grave: há muitos sintomas além dos exigidos para fazer o diagnóstico, bem
como comprometimentos globais do funcionamento em casa e na escola e com
os amigos.

American Psychiatric Association (1987). Copyright 1987 American Psychiatric Association.


TDAH - tratamento

O tratamento é coordenado entre os profissionais das áreas médicas, saúde mental e pedagógica em
conjunto com os pais (multiprofissional). Atualmente, o tratamento para crianças e adolescentes entre
6 e 18 anos de idade recomenda 3 abordagens simultâneas:
1. Medicamento (lisdexanfetamina/Venvanse® ou metilfenidato/Concerta®, Ritalina® – tipo e
posologia a critério médico): uso contínuo
2. Psicoterapia Cognitivo-Comportamental
3. Manejo Comportamental:
Em casa: Treinamento dos pais / cuidadores
Na escola: Treinamento psicopedagógico / Abordagem diferenciada do aluno

Melhores resultados terapêuticos são alcançados quando


as 3 abordagens são instituídas associadamente
o mais precocemente possível.
https://www.cdc.gov/ncbddd/adhd/treatment.html
https://www.nhs.uk/conditions/attention-deficit-hyperactivity-disorder-adhd/treatment/
TDAH - tratamento
● A terapia comportamental tem o objetivo de
modificar o ambiente físico e social a fim de
● TCC (psicoterapia cognitivo-comportamental)
modificar o comportamento.
+ medicamento = melhores resultados
● A terapia dirigida aos pais (ou treinamento
parental) visa a desenvolver as habilidades dos
● Para crianças em idade pré-escolar com pais de modificar o comportamento da criança e
de melhorar a capacidade de a criança regular o
sintomas leves ou prejuízo funcional restrito a um
seu próprio comportamento.
ambiente é recomendada como primeira linha a
Terapia Comportamental dirigida aos Pais ● Os psicoestimulantes são medicações
(Treinamento Parental) e/ou Professores estruturalmente semelhantes às catecolaminas e
Prescrição de psicoestimulante caso as potencializam a transmissão dopaminérgica e
noradrenérgica – são medicamentos
intervenções comportamentais não psicotrópicos com perfil de segurança que deve
produzam melhora e os sintomas sempre ser levado em especial consideração
continuem a causar prejuízo funcional. quando são prescritos, porém são comumente
“misused” por adultos o que trouxe um estigma
sobre a classe
Famosos com TDAH
DISTÚRBIOS DE
APRENDIZAGEM - DISLEXIA
DISLEXIA
Definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a
dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula.

Pesquisas realizadas em vários países mostram que entre 05% e 17% da população mundial é disléxica.

Ela é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão
neurológico.

Por isso a dislexia deve ser diagnosticada por uma equipe multidisciplinar, dando condições de um
acompanhamento mais efetivo das dificuldades após o diagnóstico, direcionando às particularidades de
cada indivíduo, levando a resultados mais concretos.

Como a dislexia é genética e hereditária a criança pode ter pais ou outros parentes disléxicos.

Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico melhor para os pais, à escola e à própria criança.
DISLEXIA - diagnóstico

Haverá sempre: dificuldades com a linguagem e escrita; dificuldades em escrever; dificuldades


com a ortografia; lentidão na aprendizagem da leitura;

Haverá muitas vezes : disgrafia (letra feia); discalculia, dificuldade com a matemática,
sobretudo na assimilação de símbolos e de decorar tabuada; dificuldades com a memória de curto prazo
e com a organização; dificuldades em seguir indicações de caminhos e em executar sequências de
tarefas complexas; dificuldades para compreender textos escritos; dificuldades em aprender uma
segunda língua.

Haverá às vezes: dificuldades com a linguagem falada; dificuldade com a percepção espacial;
confusão entre direita e esquerda.
DISLEXIA - diagnóstico

Pré-Escola
Fique alerta se a criança apresentar alguns desses sintomas:

● Dispersão;
● Fraco desenvolvimento da atenção;
● Atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem;
● Dificuldade em aprender rimas e canções;
● Fraco desenvolvimento da coordenação motora;
● Dificuldade com quebra cabeça;
● Falta de interesse por livros impressos;

O fato de apresentar alguns desses sintomas não indica necessariamente que ela seja disléxica.
DISLEXIA - diagnóstico
ESCOLAR : Nesta fase, se a criança continua ● Desorganização geral: podemos citar os
constantes atrasos na entrega de trabalhos
apresentando alguns ou vários dos sintomas a escolares e perda de materiais escolares;
seguir, é necessário um diagnóstico e ● Confusão entre esquerda e direita;
acompanhamento adequado, para que possa ● Dificuldade em manusear mapas, dicionários,
prosseguir seus estudos junto com os demais listas telefônicas, etc...
● Vocabulário pobre, com sentenças curtas e
colegas e tenha menos prejuízo emocional:
imaturas ou sentenças longas e vagas;
● Dificuldade na memória de curto prazo, como
instruções, recados, etc...
● Dificuldade na aquisição e automação da leitura e ● Dificuldades em decorar sequências, como meses
escrita; do ano, alfabeto, tabuada, etc..
● Pobre conhecimento de rima (sons iguais no final ● Dificuldade na matemática e desenho
das palavras) e aliteração (sons iguais no início das geométrico;
palavras); ● Dificuldade em nomear objetos e pessoas
● Desatenção e dispersão; (disnomias) Troca de letras na escrita;
● Dificuldade em copiar de livros e da lousa; ● Dificuldade na aprendizagem de uma segunda
● Dificuldade na coordenação motora fina língua;
(desenhos, pintura) e/ou grossa ● Problemas de conduta como: depressão, timidez
excessiva ou o "palhaço da turma";
(ginástica,dança,etc.);
● Bom desempenho em provas orais.
DISLEXIA - diagnóstico
ESCOLAR : Nesta fase, se a criança continua ● Desorganização geral: podemos citar os
constantes atrasos na entrega de trabalhos
apresentando alguns ou vários dos sintomas a escolares e perda de materiais escolares;
seguir, é necessário um diagnóstico e ● Confusão entre esquerda e direita;
acompanhamento adequado, para que possa ● Dificuldade em manusear mapas, dicionários,
prosseguir seus estudos junto com osademais listas telefônicas, etc...
Se nessa fase criança
colegas e tenha menos prejuízo emocional:
não for
● acompanhada
Vocabulário pobre, com sentenças curtas e
imaturas ou sentenças longas e vagas;
adequadamente, os sintomas persistirão ● e irão permear
Dificuldade na memória de curto prazo, como
instruções, recados, etc...
● a fase
Dificuldade adulta,
na aquisição comdapossíveis
e automação leitura e prejuízos
● emocionais e
Dificuldades em decorar sequências, como meses
escrita; do ano, alfabeto, tabuada, etc..
● consequentemente
Pobre conhecimento de rima (sons iguais no finalsociais e
● profissionais.
Dificuldade na matemática e desenho
das palavras) e aliteração (sons iguais no início das geométrico;
palavras); ● Dificuldade em nomear objetos e pessoas
● Desatenção e dispersão; (disnomias) Troca de letras na escrita;
● Dificuldade em copiar de livros e da lousa; ● Dificuldade na aprendizagem de uma segunda
● Dificuldade na coordenação motora fina língua;
(desenhos, pintura) e/ou grossa ● Problemas de conduta como: depressão, timidez
excessiva ou o "palhaço da turma";
(ginástica,dança,etc.);
● Bom desempenho em provas orais.
DISLEXIA – DISTÚRBIO DE
APRENDIZAGEM

Diagnóstico e Tratamento
DISLEXIA – DISTÚRBIO DE
APRENDIZAGEM

Diagnóstico e Tratamento
DISLEXIA - diagnóstico

É um diagnóstico clínico que tem


como base uma síntese já
ponderada de informações – do
histórico escolar da criança (ou
do adulto), das observações de
sua fala e leitura e dos testes de
leitura e de linguagem
DISLEXIA -diagnóstico
DISLEXIA - tratamento
O tratamento para dislexia é feito com a prática de estratégias de
aprendizagem que estimulam a leitura, a escrita e a visão e, para isto, é
necessário o apoio de toda uma equipe, que contém pedagogo, psicólogo,
fonoaudiólogo e o médico neurologista.
DISLÉXICOS FAMOSOS
Só mais um...
TOD - TRANSTORNO OPOSITOR
DESAFIADOR
TRANSTORNO OPOSITOR DESAFIADOR
O transtorno opositor desafiador, também conhecido
por TOD, geralmente ocorre durante a infância, e
caracteriza-se por comportamentos frequentes de
raiva, agressividade, vingança, desafio, provocação,
desobediência ou ressentimento.

Há associações com TDAH (transtorno de déficit de


atenção/hiperatividade), transtorno de humor, de
aprendizagem e ansiedade.

Geralmente, o tratamento consiste em sessões de


psicoterapia e no treinamento dos pais, para que
possam lidar melhor com a criança.
TOD - TRANSTORNO OPOSITOR DESAFIADOR
Os comportamentos e sintomas mais comuns em crianças
com transtorno opositor desafiador são:

● Agressividade;
● Irritabilidade;
● Desobediência para com pessoas mais velhas;
● Agitação e perda da calma;
● Desafio das regras;
● Incomodar outras pessoas;
● Culpar outras pessoas pelos próprios erros;
● Ficar com raiva;
● Ficar ressentido e ser facilmente perturbado,
● Ser cruel e vingativo.

Além disso, crianças com TOD também têm dificuldade para


se desenvolver na escola, especialmente na interação com os
amigos.
TOD – TRANSTORNO OPOSITOR
DESAFIADOR

Diagnóstico e Tratamento
TOD – TRANSTORNO OPOSITOR
DESAFIADOR

Diagnóstico e Tratamento
TRANSTORNO OPOSITOR
DESAFIADOR - diagnóstico

O TOD pode ser diagnosticado em crianças que manifestem frequentemente e por mais de 6 meses,
comportamentos para com outras pessoas que não um irmão, como:

● Perde a calma;
● É sensível ou facilmente incomodado;
● É raivoso e ressentido;
● Questiona figuras de autoridade ou, no caso de crianças e adolescentes, adultos;
● Desafia continuamente ou se recusa a obedecer regras ou pedidos de figura de autoridade;
● Incomoda deliberadamente outras pessoas;
● Culpa outros por seus erros ou mau comportamento;
● Foi malvado ou vingativo pelo menos duas vezes nos últimos seis meses.
TRANSTORNO OPOSITOR DESAFIADOR -
tratamento
● O tratamento do TOD pode ser diversificado de acordo com as
principais características do transtorno em cada paciente e
com o impacto das mesmas nos diferentes ambientes –
familiar, escolar e social, mas necessariamente inclui

Treinamento dos pais, com o objetivo de melhor


compreenderem o transtorno

Psicoterapia familiar

Psicoterapia individual para a criança

● Se a criança tiver de base algum tipo de transtorno


neurobiológico, como TDAH, o tratamento medicamentoso
pode ser necessário

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