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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ


MESTRADO PROFISSIONAL EM GEOGRAFIA - GEOPROF

ESTUDANTE: José Carlos da Silva Junior


DISCIPLINA: Metodologia do Ensino de Geografia

FICHA REGISTRO Nº 01

Tema: Planejamento de ensino: peculiaridades significativas

Data: Atividades:
Leitura do(s) texto(s):
17/03/2023
LEAL, Regina Barros. Planejamento de ensino: peculiaridades
significativas. Revista Iberoamericana de Educación, v. 37, n. 3, p.
1-7, 2005.

BRIGHENTI, Josiane; BIAVATTI, Vania Tanira; DE SOUZA, Taciana


Rodrigues. Metodologias de ensino-aprendizagem: uma abordagem
sob a percepção dos alunos. Revista Gestão Universitária na
América Latina-GUAL, p. 281-304, 2015.

Conteúdo

Planejar e pensar andam juntos. ( LEAL,2005,p 01);

Aquele que não mais planeja, talvez já tenha robotizado suas ações,
portanto, quem sabe, não tem a consciência do que está fazendo, nem se
ainda pode construir alguma coisa. (LEAL 2005 p 01);

O planejamento é um processo que exige organização, sistematização,


previsão, decisão e outros aspectos na pretensão de garantir a eficiência e
eficácia de uma ação, quer seja em um nível micro, quer seja no nível macro.
(LEAL 2005 p 01)

[...] o planejamento é um ato político-pedagógico porque revela intenções e a


intencionalidade, expõe o que se deseja realizar e o que se pretende atingir
( LEAL, 2005 p 01)

[...] o professor necessita planejar, refletir sobre sua ação, pensar sobre o
que faz, antes, durante e depois. ( LEAL 2005 p 01)

[...] o planejamento do ensino significa, sobretudo, pensar a ação docente


refletindo sobre os objetivos, os conteúdos, os procedimentos metodológicos,
a avaliação do aluno e do professor. O que diferencia é o tratamento que
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cada abordagem explica o processo a partir de vários fatores: o político, o


técnico, o social, o cultural e o educacional. ( LEAL 2005 p 02)

Assim o planejamento de ensino tem características que lhes são próprias,


isto, particularmente, porque lida com os sujeitos aprendentes, portanto
sujeitos em processo de formação humana (LEAL, 2005 p 02)

Planejar, então, é a previsão sobre o que irá acontecer, é um processo de


reflexão sobre a prática docente, sobre seus objetivos, sobre o que está
acontecendo, sobre o que aconteceu. Por fim, planejar requer uma atitude
científica do fazer didático-pedagógico. (LEAL, 2005 p 02)

[...] indica-se a realização de um diagnóstico aqui compreendido como uma


situação de análise; de reflexão sobre o circunstante, o local, o global. Nesse
contexto didáticopedagógico: averiguar a quantidade de alunos, os novos
desafios impostos pela sociedade, as condições físicas da instituição, os
recursos disponíveis, nível, as possíveis estratégias de inovação, as
expectativas do aluno, o nível intelectual, as condições socioeconômicas
(retrato sócio-cultural do aluno), a cultura institucional a filosofia da
universidade e/ou da instituição de ensino superior, enfim, as condições
objetivas e subjetivas em que o processo de ensino irá acontecer (LEAL.
2005 p 02)

A formulação de objetivos está diretamente relacionada à seleção de


conteúdo.(LEAL, 2005 p 03)

O professor deverá, na seleção dos conteúdos, considerar critérios como:


validade, relevância, gradualidade, acessibilidade, interdisciplinaridade,
articulação com outras áreas, cientificidade, adequação. Além do
conhecimento da ciência, o professor, por exercer uma função formadora,
deve inserir outros conteúdos: socialização, valores, solidariedade, respeito,
ética, política, cooperação, cidadania, etc. ( LEAL, 2005 p 03)

A técnica é a operacionalização do método. No planejamento, ao elaborar o


projeto de ensino, o professor antevê quais os métodos e as técnicas que
poderá desenvolver com seu aluno em sala de aula na perspectiva de
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promover a aprendizagem ( LEAL 2005 p 04)

Quando o professor exacerba um método ou uma técnica, poderá estar


privilegiando alguns alunos e excluindo outros, e, mais ainda, deixando de
realizar singulares experiências didáticas que o ajudariam aperfeiçoar sua
prática docente e possibilitar ao aluno variadas formas de aprender. Ainda
arriscar a trabalhar o saber de diferentes formas, percorrendo criativos
trajetos em sala de aula. (LEAL, 2005 p 04)

é válido para o docente buscar novas técnicas, desbravar novos caminhos,


numa investida esperançosa de quem deseja fazer o melhor, do ponto de
vista metodológico e didático. Tal atitude implica em estudar sobre a
natureza didática de sua prática educativa. ( LEAL, 2005 p 04)

O professor deve refletir didaticamente sobre sua prática, pensar no cotidiano


sobre o saberfazer em sala de aula, para não escorregar na mesmice
metodológica de utilização dos mesmos recursos e das invariáveis técnicas
de ensino. É importante que o professor estude sobre essa temática, uma
vez que há uma diversidade metodológica que pode ser trabalhada em sem
sala de aula e/ou numa situação didático-pedagógica. (LEAL, 2005 p 04-05)

Ao planejar, o professor deverá levar em conta as reais condições dos


alunos, os recursos disponíveis pelo aluno e na instituição de ensino, a fim
de organizar situações didáticas em que possam utilizar as novas
tecnologias, como: datashow, transparências coloridas, hipertextos,
bibliotecas virtuais, Internet, E.mail, sites, teleconferências, vídeos, e outros
recursos mais avançados, na medida em que o professor for se a
aperfeiçoando. (LEAL, 2005 p 05)

A avaliação deverá considerar o avanço que aquele aluno obteve durante o


curso (LEAL, 2005 p 05)

[a avaliação ...] é uma ação reflexiva, que exige do professor permanente


investigação e atualização didático-pedagógica. (LEAL, 2005 p 05).
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A educação, bem como o processo educativo, deve ser orientada por


metodologias que permitam atender aos objetivos propostos pelos docentes.
(BRIGHENTI, BIAVATTI, DE SOUZA 2015 pg 283)

Anastasiou (2001), faz um resgate histórico dos métodos e metodologias de


ensino, e revela que as escolas jesuítas influenciaram por muito tempo, a
forma de ensino no Brasil com reflexos que permanecem até hoje. ( p 283);

Na concepção de Pimenta (1997), os saberes docentes podem ser vistos sob


três óticas, a da experiência, do conhecimento e dos saberes pedagógicos.
No que diz respeito aos saberes da experiência, são aqueles que o professor
em formação traz consigo, relativo à sua experiência e vivências como aluno
e em atividades docentes.( BRIGHENTI, BIAVATTI, DE SOUZA 2015
p285).

Os métodos de ensino adotados no modelo jesuítico, conforme Anastasiou


(2001), desenvolviam-se basicamente em dois momentos fundamentais,
primeiro a leitura de um texto e interpretação pelo professor, análise de
palavras e comparação com outros autores e em um segundo momento,
realizavam-se questionamentos entre alunos e professores. Aos alunos,
cabia realizar anotações e resoluções de exercícios para fixação do
conteúdo. A perspectiva do modelo jesuítico compreendeu o método
escolástico ou parisiense (BRIGHENTI, BIAVATTI, DE SOUZA 2015 288)

O método escolástico conforme Anastasiou (2001, p.2) tinha por objetivo “a


colocação exata e analítica dos temas a serem estudados, clareza nos
conceitos e definições, argumentação precisa e sem digressões, expressão
rigorosa, lógica e silogística, em latim” (BRIGHENTI, BIAVATTI, DE SOUZA
2015 289)

Neste método, a sequência didática das atividades baseava-se na exposição,


argumentações a favor e contrários e, a solução do mestre a respeito do
assunto, assim, com tais características (BRIGHENTI, BIAVATTI, DE
SOUZA 2015 289)

No método parisiense destaca-se a figura do professor como repassador do


conteúdo, com aulas expositivas seguida de exercícios a serem resolvidos
pelos alunos. A forma de avaliação, a aplicação de castigos, o controle rígido
dentro e fora de sala de aula, o aluno passivo e obediente que memorizava
ou decorava o conteúdo para as avaliações, eram características deste
sistema marcado pela rigidez do processo de ensino-aprendizagem.
(BRIGHENTI, BIAVATTI, DE SOUZA 2015 289 )

Visões mais modernas trazidas pelos avanços da tecnologia que facilitou o


acesso à informação e, o processo de internacionalização das culturas, tem
mudado as concepções acerca do papel do professor (BRIGHENTI,
BIAVATTI, DE SOUZA 2015 289)
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De acordo com Kubo e Botomé (2005), o processo de ensino-aprendizagem


é um sistema de interações comportamentais entre professores e alunos,
pois há os processos comportamentais atribuídos como “ensinar” e
“aprender”. Além disso, os autores salientam que a interdependência desses
dois conceitos é fundamental para compreender o que acontece, e seu
entendimento e percepção constitui algo essencial para o desenvolvimento
dos trabalhos de aprendizagem, de educação ou de ensino. (BRIGHENTI,
BIAVATTI, DE SOUZA 2015 p 290)

e acordo com a concepção de Veiga (2006), no processo de ensino é


importante que o professor define as estratégias e técnicas a serem
utilizadas. Uma estratégia de ensino é uma abordagem adaptada pelo
professor que determina o uso de informações, orienta a escolha dos
recursos a serem utilizados, permite escolher os métodos para a consecução
de objetivos específicos e compreende o processo de apresentação e
aplicação dos conteúdos. Já as técnicas são componentes operacionais dos
métodos de ensino, têm caráter instrumental uma vez que intermediam a
relação entre professor e aluno, são favoráveis e necessárias no processo de
ensino-aprendizagem. (BRIGHENTI, BIAVATTI, DE SOUZA 2015 p 290)

anto os estudantes quanto a sociedade passaram e estão passando por


significativas, grandes e paradigmáticas mudanças, e que por isso, as
tradicionais formas de ensinar já não servem, ou não são tão eficientes como
no passado, despertando a necessidade de aprimoramento dessas práticas
docentes (VAILLANT; MARCELO, 2012) (BRIGHENTI, BIAVATTI, DE
SOUZA 2015 p 290)

Um fato importante no ensino é o planejamento, a definição de quais


métodos serão utilizados para o desenvolvimento das atividades. Nesse
contexto, Gil (2012, p. 94) reflete sobre a falta de criatividade com que muitos
professores ainda planejam seus cursos “simplesmente seguem os capítulos
de um livro-texto, sem considerar o que é realmente necessário que os
alunos aprendam”, além disso, o autor destaca que muitos professores
também utilizam sempre os mesmos métodos de ensino e procedimentos de
avaliação, não acompanhando assim as mudanças e evoluções que vêm
ocorrendo. (BRIGHENTI, BIAVATTI, DE SOUZA 2015 p291)

Resultado final do estudo

O planejamento de ensino é essencial para o trabalho docente, pois ele


reflete a ação e o pensar do trabalho pedagógico. O planejamento de ensino
envolve a elaboração de estratégias e recursos para alcançar os objetivos
educacionais, isso inclui definir os conteúdos a serem abordados, os
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métodos de avaliação, os recursos didáticos a serem utilizados e as


estratégias pedagógicas a serem adotadas.

O planejamento também considera as características dos alunos, o


contexto educacional e os objetivos de aprendizagem É no planejamento
que colocamos nossas intenções e finalidades com a escolha dos objetivos,
dos conteúdos, das metodologias, dos recursos utilizados e acima de tudo da
avaliação do nosso trabalho e dos alunos. Dessa forma, entendemos o
planejamento como um ato político – pedagógico e “por conseguinte não tem
neutralidade porque sua intencionalidade se revela nas ações de ensino”
( LEAL, p 02).

Não é possível entrar em sala de aula sem ter um planejamento de


ensino. Como poderíamos exercer a docência sem antes planejar, pensar,
antever, exercitar, comparar e reaproveitar os métodos e metodologias de
ensino? Agir de tal forma é um ato de irresponsabilidade do professor. É
assumir, que entramos no modo automático, que não vale a pena se esforçar
para exercer a profissão.

Quando estamos inseridos em sala de aula, em uma escola que não


nos valoriza, que tem como prática “bater o livro” de capa a capa, se torna
muito complicado pensar em outras metodologias além daquela que o livro
didático nos proporciona, mas precisamos reelaborar esse pensamento.
Dessa forma, entender que precisamos, sim “bater o livro”, porém podemos
planejar outras atividades que saia da zona de conforto.

Como professor de geografia planejar as aulas é uma missão


obrigatória, uma vez que a ciência geográfica estuda o mundo, e ele está em
constante mudanças. Para que os nossos alunos compreendam os
fenômenos geográficos, os conceitos e particularidades do lugar, da região,
do território, as alterações da paisagem e do espaço geográfico, é
importantíssimo que o profissional docente esteja bem-informado e
preparado para as dúvidas e questionamentos dos alunos acerca dessa
dinâmica mundial.

Assim, o planejamento de ensino orienta a seleção e a aplicação das


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metodologias de ensino-aprendizagem. Ao planejar suas aulas, os


professores consideram quais metodologias serão mais eficazes para atingir
os objetivos de aprendizagem estabelecidos. Eles escolhem as estratégias
pedagógicas mais adequadas com base nos conteúdo a serem ensinados,
nas características dos alunos e nas metas educacionais.

Por outro lado, as metodologias de ensino-aprendizagem também podem


influenciar o planejamento de ensino. À medida que os professores
selecionam e aplicam diferentes métodos de ensino, eles podem ajustar seus
planos de aula, adaptando-os conforme observam o progresso dos alunos e
a eficácia das estratégias utilizadas. “um fato importante no ensino é o
planejamento, a definição de quais métodos serão utilizados para o
desenvolvimento das atividades” (p 291)

Nesse contexto, Gil (2012, p. 94) reflete sobre a falta de


criatividade com que muitos professores ainda planejam seus
cursos “simplesmente seguem os capítulos de um livro-texto, sem
considerar o que é realmente necessário que os alunos
aprendam”, além disso, o autor destaca que muitos professores
também utilizam sempre os mesmos métodos de ensino e
procedimentos de avaliação, não acompanhando assim as
mudanças e evoluções que vêm ocorrendo. ( p 291)

Cada metodologia tem suas características específicas e pode ser mais


adequada para determinados conteúdos, objetivos e perfis de alunos.
Algumas metodologias populares incluem a aprendizagem baseada em
projetos, o ensino colaborativo, o estudo de caso, a aprendizagem
cooperativa, a sala de aula invertida, entre outras.

Os professores escolhem as estratégias pedagógicas com base nos


conteúdos a serem ensinados, nas características dos alunos e nas metas
educacionais. Por exemplo, se desejam promover a colaboração e o trabalho
em equipe, podem optar por utilizar metodologias como a aprendizagem
cooperativa ou os projetos de grupo. Tanto os estudantes quanto a
sociedade passaram e estão passando por significativas, grandes e
paradigmáticas mudanças, e que por isso, as tradicionais formas de ensinar
já não servem, ou não são tão eficientes como no passado, despertando a
necessidade de aprimoramento dessas práticas docentes.

Para Brighenti, Biavatti e Souza, afirma que a metodologia do ensino


inclui método e técnicas de ensino, cuja diferenciação não é muito clara.
Pode-se dizer que o método se efetiva por meio de técnicas de ensino que
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são utilizadas para alcançar os objetivos por ele instituídos.

Como mestrandos devemos pensar nossa prática docente, desenvolver


materiais e metodologias novas de ensino para acompanhar o mundo em
constante mutação. Portanto, por mais empecilhos que tenhamos no
exercício da docência, ter um planejamento que seja flexível, dinâmico e
prático, podemos ir além do modo automático, transformando a sala de aula
em um lugar que os alunos queiram estar exercendo e desenvolvendo todas
as suas competências e habilidades, assim, formaremos um estudante
cidadão, critico e pleno para atuar na sociedade em qualquer profissão que
escolher e isso tudo só é possível com uma metodologia de aula adequada
para realidade daquela escola e comunidade.

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