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O episódio que Itschac vivenciou enquanto estava morando em

terras estranhas, no reino do Avimelech.

“Quando os servos do Rei Avimêlech viram como Itschac ficara


rico, sentiram inveja. Maldosamente, entupiram todos os poços
que pertenciam a Itschac. Estes poços haviam sido cavados pelo
pai de Itschac, Avraham. Itschac ordenou aos servos: “Limpem
meus poços de toda terra e sujeira com que os servos de
Avimêlech os encheram.”

O Rei Avimêlech se deu conta que a inveja de seus servos


poderia lhe trazer problemas. “Vá embora,” ordenou ele a
Itschac. “Você ficou muito mais rico que nós.”

Itschac obedeceu, saindo da vizinhança da corte do rei, apesar


de permanecer na terra dos pelishtim/filisteus.

Assim que havia se estabelecido, ordenou aos servos:

“Cavem a terra. Talvez achemos novos poços de água.”

Os servos cavaram fundo e encontraram um manancial. Assim


que souberam disso, os servos de Avimêlech afirmaram:
“Na realidade, este poço pertence a nós, porque Itschac achou-o
em nossa terra.”

Eles expulsaram os servos de Itschac para longe do poço e o


tomaram para si.

Mas algo estranho aconteceu!

Quando os servos do Rei Avimêlech tentaram extrair água do


poço, não saía água. O poço havia secado.

Então, os servos de Avimêlech devolveram o poço aos servos de


Itschac. Assim que Itschac recuperou a posse, este novamente
se encheu de água.

Itschac chamou este poço de Essec, que significa “luta”,


referindo-se ao fato de os servos de Avimêlech terem lutado
por este poço.

Itschac ordenou aos servos:


“Cavem novamente”. Desta vez, acharam um segundo poço e
novamente os servos de Avimêlech o tiraram dos servos de
Itschac. Mais uma vez D’us os puniu e, quando tentaram tirar
água do poço, este permaneceu seco. Quando os servos de
Avimêlech viram isso, devolveram o controle do poço a Itschac.

Itschac chamou este poço de Sitna. Sitna quer dizer “distúrbio”,


porque os servos de Avimêlech o haviam perturbado, tirando-lhe
a posse do poço.

Itschac então ordenou aos servos que voltassem a cavar e estes


encontraram um terceiro poço. Desta vez, os servos de
Avimêlech não tentaram tirar-lhe o poço. Haviam aprendido a
lição!

Itschac chamou este poço de Rechovot, que significa “espaço


amplo” ou “alívio”, pois, desta vez, os servos de Avimêlech
pararam de discutir com ele; finalmente, encontrou paz e alívio
das contendas”.

Notamos aqui que existem três momentos na vida deste homem


que estão explícitos nos acontecimentos com os poços.

Essec
O primeiro momento é aquele que diz respeito ao poço chamado
de Essec. Esta palavra em hebraico significa “luta”, mas em sua
raiz temos ainda a palavra ashaq que significa “oprimir, conseguir
fraudulentamente, enganar, praticar violência”. Este é
justamente o primeiro momento de nossas vidas quando estamos
caminhando rumo a Canaã. É o tempo em que tem início as lutas
de uma forma muito rude, até mesmo feroz. Veja que Itschac
cavou este poço e ele foi fechado pelos seus inimigos. Estes
tentaram extrair água do poço aberto por Itschac e não
conseguiram. Mas quando o poço retorna aquele que o abriu, a
água jorra novamente! Lembra-se de quantas vezes seus “poços”
foram fechados por seus inimigos. Houve luta e contenda contra
você, pois o Eterno lhe deu algo que foi cobiçado por alguém que
tentou tomar-lhe o que lhe fora dado. O teu inimigo até teve
sucesso momentâneo, julgou-se vitorioso e agora detentor de
algo extraordinário; mas quando ele tenta “tirar água” do poço
que você cavou, nada acontece! Amado não temas! Quando Há
Shem (O Eterno) te dá algo e você usa suas próprias mãos para
que isso venha a existência, ninguém poderá fazer com que o teu
projeto siga em frente! Só a você foi dada a oportunidade e a
unção para realizar aquele projeto que é um sonho do coração do
Pai que se realizará através de tua vida!

Essec representa a luta física – no corpo – que há satan trava


contra os servos do Eterno fazendo-os sucumbir antes mesmo
de alcançarem a sua libertação! Essec tenta nos trazer opressão
– através dos servos de Avimelech – tenta também conseguir
aquilo que é nosso de forma ilícita e fraudulenta. Este é o tempo
em que o engano tenta assaltar nossas vidas e nos fazer pensar
que tudo está perdido! Podemos até mesmo nos tornarmos
vítimas da violência que tentará nos intimidar nos dizendo: “Saia
daqui, este poço é meu”. Mas é em Essec que o Eterno faz com
que o inimigo devolva aquilo que tentou nos roubar. Nós não
ficaremos sem ter em nossas mãos aquilo que é devido em Essec!
Os ardis do inimigo serão aniquilados e os opressores serão
desbaratados! Os demônios que nos combatem nesta fase de
nossa vida tentam atacar nosso exterior – fisicamente – e é
justamente este o momento de dizermos como os príncipes do
Senhor disseram no passado: “Subamos animosamente e
possuamo-la em herança, porque certamente prevaleceremos
contra ela” (Nm 13.30). Nada há a temer! Nosso inimigo já está
vencido, pois o Todo-Poderoso já decretou e anunciou a sentença
a eles: “Culpado conforme acusação”! Já a nós foi dada a Palavra
de vitória que deve ser agora obedecida para que nada e ninguém
possa retardar aquilo que o D-us de Israel fará através de nós!

Este é também o tempo profético de Pessach (A Festa de


Páscoa). É nesta época que há a libertação física do povo de
Israel do Egito. Eles agora verão o total julgamento impingido
aos deuses do Egito e poderão ser totalmente libertos das
garras de Faraó. O tempo da opressão física acaba com os juízos
que vem sobre os deuses egípcios! Você não precisa mais ser
escravo dos demônios que te atormentam, pois o Eterno já nos
deu libertação através do sangue de Yeshua! Esta libertação
trará consigo ainda as riquezas do Egito, pois quando os
israelitas saíram dali, eles literalmente “saquearam” as riquezas
dos egípcios! Você deixará a terra dos teus opressores, mas
sairá dali liberto e com as riquezas que são suas por direito!
Tudo o que você fez – trabalhou – será dado a ti como “despojo”
acrescido de juros e correção! Certamente agora você entende o
motivo de tanta perseguição! É por que chegou o tempo de tua
libertação; além da libertação você ainda verá seu inimigo
vencido e saqueará teus inimigos sem que possam sequer
reclamar disso! Este é o tempo da vitória do Senhor em tua vida
de uma forma muito especial, pois com a derrota do inimigo, nada
mais há que temer. Por isso vamos em frente e demos início à
nossa caminhada rumo a Canaã, lugar definitivo de nossa vitória!

Sitna

O próximo poço se chama “Sitna”. Esta palavra significa


“inimizade, acusação”. Ela tem a mesma raiz do termo hebraico
“satan” que significa “adversário, oponente”. Este poço nos fala
sobre o tempo em que o inimigo se levanta contra nós usando
justamente esta arma: a acusação! É notável vermos que esta é
uma das mais eficazes armas usadas contra os servos do Senhor,
e muitas vezes, outros servos são “usados” para que, através da
acusação seja disseminada a inimizade entre os irmãos! É claro
que esta postura de acusação é instigada por Há Satan que
sendo nosso adversário não se cansa de tentar nos enfraquecer
através de seus ardis!
Novamente este poço foi “cavado” pelos servos de Itschac e isso
nos fala sobre nossos projetos que foram iniciados e chegaram
até a ter sua aceitação por algumas pessoas. Mas, quando
começamos a “decolar” veio então o espírito de Sitna e tratou de
dissipar não somente o projeto mas também aqueles que eram
seus colaboradores. Assim como este “poço” foi cavado e
rapidamente deu água, seu fim também foi repentino. Quando
alguns perguntaram sobre este poço você disse meio
envergonhado: “Tivemos de parar o projeto por problemas tidos
com o nosso pessoal!” Houve uma dispersão e um sentimento de
fracasso muito grande por causa deste empreendimento que
“fracassou”!

Sitna representa o inimigo tentando atingir nossa alma a fim de


que fiquemos totalmente paralisados e nunca mais nos
coloquemos à disposição do Reino para qualquer projeto ou
empreitada! Agora o inimigo tenta nos marcar com o medo! Ele
nos diz: “Não tente isso de novo, pois você já falhou uma vez!
Não há disponibilidade de recursos e você não encontrará
pessoas para investirem seu dinheiro nisso! Há também um outro
detalhe: você não encontrará pessoal capacitado para “tocar” o
projeto juntamente com você”! Creio, meu amado irmão, que esta
voz e estes argumentos são muito conhecidos daqueles que
foram atingidos pelo inimigo em suas almas. Neste momento há
satan quase conseguiu que nossos sonhos morressem! Mas
espere! Sitna não é ainda o final. Há um caminho que precisa ser
percorrido até alcançarmos aquilo que o Eterno tem para nós
como um legado – herança – eterno!

Sitna representa também a Festa de Shavuot! Esta é a festa


que nos fala sobre o início da colheita e este é o principal
momento em que o inimigo nos atacará: no início de tudo.
Shavuot foi celebrada na Brit Hadasha em Atos capítulo 2. Ali
houve um derramamento do Espírito – unção – e também a
manifestação dos dons! Ali temos também uma palavra que foi
dita pelos “opositores”: “Estavam, pois, atônitos e se admiravam,
dizendo: Vede! Não são, porventura, galileus todos esses que aí
estão falando? E como os ouvimos falar, cada um em nossa
própria língua materna? Somos partos, medos, elamitas e os
naturais da Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia, da
Frígia, da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia, nas
imediações de Cirene, e romanos que aqui residem, tanto judeus
como prosélitos, cretenses e arábios. Como os ouvimos falar em
nossas próprias línguas as grandezas de Elohim? Todos, atônitos
e perplexos, interpelavam uns aos outros: Que quer isto dizer?
Outros, porém, zombando, diziam: Estão embriagados! Então, se
levantou Kefa, com os onze; e, erguendo a voz, advertiu-os
nestes termos: Varões judeus e todos os habitantes de
Jerusalém, tomai conhecimento disto e atentai nas minhas
palavras. Estes homens não estão embriagados, como vindes
pensando, sendo esta a terceira hora do dia. Mas o que ocorre é
o que foi dito por intermédio do profeta Ioel: E acontecerá nos
últimos dias, diz o IHVH, que derramarei do meu Espírito sobre
toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos
jovens terão visões, e sonharão vossos velhos; até sobre os meus
servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito
naqueles dias, e profetizarão” (At 2.7-18).

Como sempre há uma “tentativa” do opositor em fazer com que a


obra do Eterno caia em descrédito! No texto citado ele diz:
“Eles estão bêbados”, não lhes dêem qualquer crédito! Aqui
temos então a confirmação de que algo sobrenatural já está
acontecendo conosco!

Também devemos nos lembrar que no Tabernáculo este evento é


o que equivale ao lugar santo! Aqui temos então os três móveis
que nos falam sobre nossa experiência com o Eterno: a mesa dos
pães da propiciação, a menorah e o altar de incenso! Através
deles temos contato com o Eterno e agora já estamos num lugar
coberto dentro do Tabernáculo! Já há sobre nós uma cobertura
vermelha – a cobertura do Tabernáculo – que nos permite entrar
mais profundamente em nosso relacionamento com D-us!

Rechovot

O último poço se chama “Rechovot” que em hebraico significa


“espaço amplo” ou “alívio”. Em sua raiz temos o termo rahab que
significa “ser largo” e diz respeito à largura ou amplidão da terra
ou da largura de um objeto.
Agora finalmente entramos definitivamente na vitória! Este
terceiro poço é chamado de “espaço amplo, alívio”. Agora o
inimigo não mais poderá lutar contra nós. A Torah afirma que
neste instante os inimigos não mais vieram para incomodar
Itschac! Este é então o lugar onde os demais poços se fundem,
pois agora chega o tempo de alargarmos nossas fronteiras e
nossas moradas! Não há mais lutas ou clamores que tentarão nos
impedir de chegarmos ao nosso objetivo! Não! Agora já estamos
definitivamente postados no lugar onde o Todo-Poderoso nos
preparou para que ali tenhamos nossas vitórias consolidadas!

Este poço representa nosso espírito. Esta é a parte do homem


que faz contato com D-us. As atribuições do espírito são orar,
louvar e adorar. O corpo e a alma são meramente veículos e
intérpretes de nosso espírito quando estamos realizando estas
coisas. Agora o Eterno está aperfeiçoando nosso espírito e
consequentemente nosso relacionamento com Ele estará sendo
cada vez mais dinamizado! Temos aqui uma fusão entre o homem
e seu Criador! Espíritos se fundem tornando-se um só!

Aqui temos a Festa de Sucot que representa o final da colheita


e consequentemente teremos a aquisição daquilo que de melhor o
Pai tem para nós! Esta é a sétima festa, realizada durante sete
dias, e cujo dia final – o sétimo – é o auge da festa

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