Você está na página 1de 6

.

Disciplina: metodologia da pesquisa histórica

Nome: Zamir de Oliveira Silva

Pólo: Duque de Caxias

Titulo: O sindicalismo brasileiro entre 1964 – 1985.

 Material textual: "a resistência sindical durante a ditadura militar no Brasil".


 Material audiovisual: Filmes: "Cabra Marcado Para Morrer” e “Peões” (1984) –
(2004) – Direção: Eduardo Coutinho.
 Compreender o papel do sindicalismo na resistência durante a ditadura militar
no Brasil.
 Reconhecer a importância do movimento sindical na construção da democracia e
na conquista de direitos trabalhistas no Brasil.

O período entre 1964 – 1985. A sociedade brasileira vivenciou duas décadas sobe o
regime da supressão de direitos civis e políticos, com profundo reflexo na organização
sindical. A atividade proposta tem o objetivo de iluminar pontos a serem delimitados –
como: as dificuldades encontradas por lideranças – em mecanismos de resistência
adotados por forças sindicais. Essa atividade tem como objetivo: evidenciar a
exploração do movimento sindical – sob a ótica de um regime autoritário – mas com
propostas de lutas pela redemocratização do país.

O palco escolhido para o comício das reformas foi à central do Brasil no Rio de Janeiro,
na noite de 13 março de 1964. O presidente João Goulart discursa para milhares de
brasileiros. A reforma agrária estava entre as principais propostas – em um momento
extremamente conturbado pela administração Goulart – o discurso da reforma – como
ficou conhecido pela historiografia.

Discurso esse que serviria como combustível para uma tomada de poder por golpistas
militares. Goulart enaltece os sindicatos pela organização do manifesto – um velho
aliado – autrora aos governos varguistas – o discurso menciona a importância do
sindicalismo, em direitos trabalhistas – o movimento constituía-se como pilar de
sustentabilidade democrática.
Presidente João Goulart, ao lado da esposa
Maria Tereza, discursa no Comício da
Central do Brasil.
Fonte: Arquivo Nacional/phfot 5610 30.

As primeiras medidas a serem adotadas por parte da cúpula militar foi à suspensão de
direitos políticos – tais medidas impossibilitaram o segmento em articulações de
políticas sindicais que naquele momento vinham obtendo importantes progressos em
correntes ligadas a direitos trabalhistas. Os trabalhadores urbanos tinham suas
reivindicações sempre sendo pautadas – em contra partida os camponeses só avançaram
com o estatuto do trabalhador rural em 1963, na administração Goulart.

Foram divulgas através de canais militares, o cerceamento de 100 lideranças políticas e


sindicais entre elas estavam: Luiz Carlos, Prestes, João Goulart, Jânio Quadros, Miguel
Arraes, Leonel Brizola, Francisco Julião, Benedito Cerqueira, Roberto Morena, Osvaldo
Pacheco da Silva entre outros – O golpe impôs restrições aos sindicatos e diretos
trabalhistas – com profundas mudanças na legislação – Método estabelecido para
controle e manipulação do estado com perca da autonomia sindical.

Acervo Digital FUG


A primeira lista – Acervo Digital FUG

As administrações com maior números de intervenções foram o ministério de viação e


obras publicas – e o ministério do trabalho – setores com presença efetiva do PTB em
cargos superiores – o ministério do trabalho sempre teve o cordão umbilical atrelado ao
PTB – o período entre 1945 a 1964, a maioria dos ministros do trabalho eram oriundo
da classe petebista – O regime autoritário regulamentou alguns dispositivos ao direito
de greve – editando a lei n. 4.330 de junho de 1964 – criando fortes restrições em
atividades sindicais. O movimento sofreu duro golpe diante da truculência ditatorial – e
lideranças comunistas tiveram seus direitos políticos cassados, muitos trabalhadores
foram encarcerados – sindicalistas desapareceram, diante de tantas pressões o
movimento sindical resistiu a ditadura.

Após muitas adversidades, o movimento mostra força e começa a se reorganizar – a


crise na economia e salários defasados foram fatores determinantes que impulsionaram
a classe trabalhista na busca por salários mais justos – Este período foi marcado por
importantes greves e mobilizações, como a de osasco (SP) e Contagem (MG) – Em
Contagem (MG), a greve começou na Companhia Belgo Mineira, com cerca de 1.200
metalúrgicos sem a participação do sindicato local. Em uma semana a greve ganha
proporções inesperada – com adesão de outros setores como: trabalhadores da RCA,
Mannesmann da SBE e de outras indústrias da região, chegando até a fabrica da Belgo
mineira – e posteriormente até o vale do aço. O ministério do trabalho comando pelo
então coronel Jarbas Passarinho acatou o abono de emergência – em contra partida
declarou a ilegalidade da greve. Forças policiais fecharam a região industrial de
Contagem ameaçando lideranças de demissão – era o com o fim do movimento com
derrota dos trabalhadores – mas diante do clamor popular o então o presidente Costa e
Silva anunciou no ato comemorativo do 1 de maio – 10% de aumento ao salário da
classe trabalhista – quebrando uma política de arrocho salarial.

Assembleia de grevistas na região industrial de


Contagem, em Minas Gerais.
Fonte: Mazico/CPdoc JB

 AS GREVES DE 1978 - 1979 “O NOVO SINDICALISMO”


Os anos de 1978 e 1979 foram determinantes na ideologia do movimento sindical e na
busca de caminhos sustentáveis – o ABC foi um divisor de águas para o movimento
com novas lideranças sindicais – o jovem Luiz Inácio da Silva – foi um dos
influenciadores desse movimento, designado como: o “novo sindicalismo”. Movimento
esse que buscava o corpo a corpo – dando voz ao trabalhador. O movimento sindical
sempre esteve atrelado às correntes do PCB, PCdoB e o MR8 – e eram taxados como
pelegos – esse era o entendimento da liderança do novo sindicalismo.

Em 1978 ocorreu a primeira greve em São Bernardo do Campo sob a presidência de


Luiz Inácio da silva recém eleito – a primeira de muitas – entre elas as das montadoras:
Scania Vabis, Ford, Mercedes-Benz, Volkswagen, entre outras. Em agosto do mesmo
ano o governo edita o decreto lei de n°.1632 lei de segurança nacional interligando aos
movimentos grevistas – em novembro do mesmo ano explode uma greve ligada ao setor
metalúrgicos no ABC sob a liderança de seu presidente Luiz Inácio da Silva. Em 1979
são registradas 430 greves com a estimativa acima de três milhões de grevistas – as
pautas eram diversas – seriam elas: reajuste salarial, jornada de 40hs, flexibilização das
leis sindicais, estabilidades do emprego, anistia aos presos políticos entre outras.

Em agosto de 1979 o congresso nacional aprova a reforma partidária e a lei da anistia.


Possibilitando a criação de novas agremiações – e o retorno de lideranças cassadas que
viviam no exílio. Em 1980, o novo sindicalismo – apoiado por diversas correntes, entre
elas – artistas e intelectuais, baseado nesse projeto houve a criação do Partido dos
Trabalhadores.

Lula discursa a operários


Fonte: Fernando Pereira/CPDoc JB

No ano de 1964 o jovem cineasta Eduardo Coutinho chegou ao centro popular em


Pernambuco com objetivo em documentar a vida do trabalhador rural – ao começar os
preparativos do documentário – o golpe militar foi desencadeado – e durante o processo
ditatorial o projeto ficou parado – com a Redemocratização as filmagens foram
retomadas e o produto final baseou-se em um belo documentário premidissimo –
relatando o processo das ligas camponesas. “Cabra Marcado pra Morrer”. Esse é o titulo
do documentário – em alusão a repressão imposta aos trabalhados enganjados ao
movimento.
Usando um jargão futebolistico – o craque Eduardo Coutinho voltou a marca um golaço
ao filmar – a migração nordestina no estado mais populoso do Brasil – em busca de
melhores oportunidades – as diculdades são eminentes – e vindas das mesmas regiões –
o que difere é o palco do estáculo – São Paulo é o estado com a maior concentração de
renda do país – também com enomes possibilidades, o domentário é uma sintese – na
históriografia do movimento sindical do ABC, é o encaixe perfeito de um quebra cabeça
na formação do partido trabalhador – percebe-se tais influências em relatos de
sindicalistas – no domentário entitulado “peões”.

Cabra marcado para morrer e Peões, de Eduardo Coutinho


Título: Cabra marcado para morrer. Direção: Eduardo Coutinho. Documentário. Ano: 1984
Título: Peões. Direção: Eduardo Coutinho. Documentário. Produtora: Videofilmes. Ano: 2004

O período de entre 1965 a 1985 o movimento sindical enfrentou grandes desafios


impostos pela ditadura – o controle através da repressão, esse era o método usado contra
qualquer iniciativa organizacional da sociedade cível. “perder para ganhar”. O slogan
usado pela ministra Marina Silva em dias atuais. Com esse método, o movimento
sindical soube aguarda os momentos oportunos em suas atuações – os movimentos feitos
no processo da redemocratização foram fundamentais – o tripé da democracia, direitos
humanos, e justiça social foram ferramentas primordiais.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) – criada em 1983 foi o fermento na massa
unificadora do movimento sindical – o regime foi levado ao corner e tutibeou – as
incursões dos movimentos sindicais contribuíram para o enfraquecimento do regime e
abrir caminho da redemocratização.
Referências Biográficas:

GIANOTTI, Vito. História das lutas dos trabalhadores no Brasil.


Rio de Janeiro: Mauad X, 2007

GOMES, Ângela de Castro. Abertura política e controle]sindical: trabalho trabalhadores


no arquivo Ernesto Geisel. In: DOSSIÊ Geisel / Celso Castro e Maria Celina D’Araujo,
organizadores;Alzira Alves de Abreu...[et al]. Rio de Janeiro: FGV, 2002. p.105-120.
http://www.cpdoc.fgv.br/producao_ intelectual/arq/1256.pdf

SANTANA, Marco Aurélio. Partidos e Trabalhadoresna TransiçãoDemocrática: A Luta


pela Hegemonia na EsquerdaBrasileira. Dados: Revista de Ciências Sociais, Rio de
Janeiro, vol. 55, no 3, 2012, pp. 787 a 82 www.scielo.br/pdf/dados/v55n3/a07v55n3.pdf

SANTANA, Marco Aurélio. Entre a ruptura e a continuidade:visões da história do


movimento sindical brasileiro. RevistaBrasileira de Ciências Sociais. Vol. 14 no 41
outubro/99. http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v14n41/1754.pdf

ARÃO REIS, Daniel. O Partido dos Trabalhadores: trajetória,metamorfoses,


perspectivas. In: FERREIRA, J.; AARAO REIS,Daniel. Revolução e democracia.
1964... Rio de Janeiro:Civilização Brasileira, 2007.

Você também pode gostar