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Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Doenças Cardiovasculares, Distúrbios Renais e
Diálise Pulmonar
Objetivos
• Entender a conduta nutricional adequada a ser adotada de maneira preventiva ou terapêu-
tica em pacientes com ou sem o acometimento do sistema cardiovascular, pulmonar e renal;
• Discutir de maneira sucinta a fisiopatologia e ocorrência de doenças cardiovasculares,
pulmonares e renais;
• Demonstrar as abordagens nutricionais que devem ser adotadas em pacientes com esses
sistemas comprometidos e/ou até mesmo como o profissional, no âmbito da nutrição,
deverá atuar de maneira a prevenir o desenvolvimento de doenças relacionadas.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para
o último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no
material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades
solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo,
você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos
ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como
sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua in-
terpretação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em
fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do con-
teúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta
como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Doenças Cardiovasculares, Distúrbios Renais e Diálise Pulmonar
Contextualização
No dia a dia de um hospital é comum que profissionais tenham contato com pacien-
tes que apresentam as mais variadas queixas, tendo, então, o prosseguimento para o
atendimento hospitalar, onde o paciente será diagnosticado pela equipe competente.
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Introdução
A Doença Cardiovascular (DCV) constitui um grupo de enfermidades inter-
-relacionadas, tais como Doença Arterial Coronariana (DAC), aterosclerose, hi-
pertensão arterial, doença cardíaca isquêmica, doença cardiovascular periférica e
Insuficiência Cardíaca (IC), sendo que comumente essas doenças coexistem em um
mesmo paciente.
No caso da DCV, é a principal causa de morte no Brasil e mundo, determinando
o aumento da morbidade e a incapacidade ajustada pelos anos de vida.
Uma boa notícia é que algumas políticas de saúde pública que foram imple-
mentadas no Brasil têm surtido bons resultados, pois, as taxas de mortalidade e
Disability-Adjusted Life Year (Daly) padronizadas por idade estão diminuindo.
Em contrapartida, o número total de mortes vem aumentando, o que nos leva a
crer que esse aumento pode estar relacionado ao envelhecimento da população
(PIEPOLI et al., 2016).
É importante avaliar a presença dos fatores de risco, tais como hipertensão,
dislipidemia, obesidade, sedentarismo, tabagismo, diabetes e histórico familiar;
pois estão relacionados ao aumento da probabilidade pré-teste de DCV, princi-
palmente para a DAC. Através desse tipo de avaliação podemos nos basear para
uma possível prevenção.
Além da importância das políticas públicas a serem utilizadas de maneira a prevenir
o desenvolvimento desse tipo de doença, existem fatores étnicos, culturais, dietéticos
e comportamentais que podem explicar as diferenças nas cargas de DCV entre as
populações e suas tendências ao longo das décadas. Dessa forma, é fundamental a im-
plementação de medidas e estímulo a hábitos saudáveis de vida (PIEPOLI et al., 2016).
Figura 1
Fonte: Getty Images
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UNIDADE
Doenças Cardiovasculares, Distúrbios Renais e Diálise Pulmonar
metade das pessoas que apresentam essa complicação. Logo, é fundamental a identi-
ficação de pacientes assintomáticos com maior predisposição. O desenvolvimento de
DCV também pode sofrer influência das dislipidemias, sendo que lipoproteína de baixa
densidade de colesterol (LDL-c) é o mais relevante fator de risco modificável para DAC.
Veja como é a avaliação de risco para aterosclerose no site com as diretrizes da Sociedade
Brasileira de Cardiologia, disponível em: https://bit.ly/30iplLp
Aumento na Redução na
frequência frequência
respiratória respiratória Outros
sistemas
tampão
Rins
Pulmão
Figura 2
Fonte: Adaptado de RAWN, 1991 | Getty Images
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Levando em consideração a importância da saúde renal, sabemos ainda que as
manifestações das doenças renais são significativas e que podem ser ordenadas de
acordo com a extensão da gravidade, tais como cálculos renais, lesão renal aguda,
doença renal crônica e doença renal de estágio terminal.
Ao longo desta Unidade discutiremos de maneira sucinta os aspectos fisiopa-
tológicos relacionados a doenças cardiovasculares, pulmonares e renais, e de ma-
neira aprofundada sobre o manejo dietoterápico para o tratamento de pessoas sob
essas condições.
Doenças Cardiovasculares
Um dos maiores problemas da saúde cardiovascular no estilo de vida moderno é
a aterosclerose.
A aterogênese é promovida através de um processo inflamatório crônico, enquanto
altas concentrações de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) costumam estar associa-
das ao comprometimento da parede de artérias. Logo, há formação de lesões e possível
progressão para eventual ruptura da placa que, por sua vez, desencadeia um processo
inflamatório mediado por compostos como o Fator de Necrose Tumoral alfa (TNF-α),
interleucina 6, proteína C reativa, entre outros (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2013).
Figura 3
Fonte: Adaptado de MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2013, p. 1.315
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Doenças Cardiovasculares, Distúrbios Renais e Diálise Pulmonar
Figura 4
Fonte: Adaptado de MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2013, p. 1.316
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Figura 5
Fonte: Adaptado de MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2013, p. 1.317
Lipoproteínas
Já que os lipídios não são solúveis em água, precisamos providenciar uma forma
de transportá-los no sangue porque, como sabemos, no sangue temos água. Para
isso temos partículas complexas, chamadas coletivamente de lipoproteínas, que
variam na sua composição, densidade e no seu tamanho.
Colesterol Total
A mensuração do colesterol total capta o colesterol contido em todas as lipopro-
teínas, de maneira que de 60 até 70% são transportados no LDL, de 20 até 30% no
HDL e de 10 até 15% no VLDL.
Triglicerídeos
As lipoproteínas ricas em triglicerídeos correspondem ao VLDL e aos quilomí-
crons remanescentes, e ambos possuem a “fama” de serem aterogênicos porque
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Doenças Cardiovasculares, Distúrbios Renais e Diálise Pulmonar
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Hipertensão arterial sistêmica:
· Obesidade (índice de massa corporal > 30 kg/m2);
Condições relacionadas · Síndrome metabólica (incluindo concentrações reduzidas
de HDL e de triglicerídeos elevadas, obesidade abdominal).
Fonte: Adaptada de MAHAN; ESCOTT-STUMP (2013, p. 1.341)
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Doenças Cardiovasculares, Distúrbios Renais e Diálise Pulmonar
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Nutriente Ingestão recomendada
Ácidos graxos
Até 20% do total de calorias.
monoinsaturados
De 50 a 60% do total de calorias, especialmente de grãos
Carboidratos
integrais, frutas e vegetais.
De 25 a 30 g/dia (de 10 a 25 g de formas solúveis, tal como
Fibras
psyllium).
Esteróis vegetais 2 g/dia.
Proteínas Aproximadamente 15% do total de calorias.
Colesterol Menos de 200 mg/dia.
Equilíbrio entre a ingestão e o gasto energético para manter
o peso corporal desejado/prevenir o ganho de peso. O gasto
Total de calorias (energia)
energético diário deve incluir, no mínimo, atividade física mo-
derada com gasto energético mínimo de 200 Kcal/dia.
Fonte: Adaptada de MAHAN; ESCOTT-STUMP (2013, p. 1.330)
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Doenças Cardiovasculares, Distúrbios Renais e Diálise Pulmonar
Doenças Pulmonares
A mais evidente função dos pulmões concerne na troca de gases, havendo a
obtenção de oxigênio do meio ambiente e consequente eliminação de dióxido de
carbono oriundo do metabolismo energético dos tecidos. Devemos lembrar que o sis-
tema respiratório é composto por várias estruturas, incluindo nariz, faringe, laringe,
traqueia, brônquios, bronquíolos, ductos alveolares e alvéolos.
Mas se formos pensar, o ar que respiramos não pode conter patógenos? Claro
que sim.
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A terapia nutricional clínica deve considerar o tratamento ao qual o paciente é
submetido, levando em consideração a possibilidade de controlar a má digestão e má
absorção, fornecendo nutrientes adequados para promover o crescimento ideal ou
manter o peso apropriado para a altura e função pulmonar, a fim de prevenir defici-
ências nutricionais (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2013). Veja os efeitos adversos da
doença pulmonar sobre o estado nutricional:
Quadro 3
Esforço respiratório aumentado;
Gasto energético Infecção crônica;
aumentado Tratamentos médicos (por exemplo, broncodilatadores,
fisioterapia torácica).
Restrição de líquidos;
Falta de ar;
Ingestão reduzida Saturação de oxigênio diminuída enquanto o paciente come;
Anorexia resultante de doença crônica;
Estresse gastrointestinal e vômitos.
Dificuldade de preparar as refeições devido à fadiga;
Falta de recursos financeiros;
Outras limitações Manejo débil na alimentação (para lactentes e crianças);
Metabolismo alterado;
Interação entre alimentos e fármacos.
Fonte: Adaptado de MAHAN; ESCOTT-STUMP (2013, p. 1.386)
Asma
Variáveis genéticas, exposição ambiental e a interação entre gene e ambiente
influenciam na incidência de asma.
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Doenças Cardiovasculares, Distúrbios Renais e Diálise Pulmonar
Quadro 4
Peso ao nascimento;
Idade gestacional;
Histórico Histórico clínico;
Histórico nutricional;
Padrão de crescimento anterior.
Condição respiratória;
Saturação de oxigênio;
Uso de medicações;
Condição clínica Padrão das fezes;
Descarga de urina;
Gravidade específica da urina;
Dependência de ventilador.
Dados antropométricos;
Peso;
Comprimento;
Percentis de crescimento;
Medidas nutricionais- Circunferência da cabeça;
bioquímicas Dados bioquímicos;
Hemoglobina;
Hematócrito;
Eletrólitos séricos;
Proteína C reativa.
Volume de ingestão;
Frequência de alimentação;
Comportamento durante a alimentação;
Composição da fórmula;
Histórico de alimentação Uso de alimentos sólidos;
Marcos desenvolvimentais da alimentação;
Dificuldade de deglutição;
Refluxo gastresofagiano.
Interação entre os pais e a criança;
Instalações domésticas;
Acesso a suprimentos seguros de alimentos;
Preocupações ambientais Recursos comunitários;
Recursos financeiros;
Acesso a alimentos e nutrientes.
Fonte: Adaptado de MAHAN; ESCOTT-STUMP (2013, p. 1.390)
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Energia
Lactentes sob essas condições têm taxa metabólica basal de 25 até 50% maior
do que lactentes não acometidos por esse tipo de doença (MAHAN; ESCOTT-
-STUMP, 2013).
Na fase aguda, em um ambiente com controle térmico, esses pacientes são ali-
mentados por vias parenterais e permanecem relativamente inativos, e não crescem
ou crescem de forma relativamente lenta, de modo que as necessidades energéticas
podem ser de 50 a 85 kcal/kg por dia. Em contrapartida, durante a fase de con-
valescença, em que os pacientes são alimentados por via oral e, então, regularão a
temperatura corporal de maneira “independente”, pode-se recomendar o consumo
de 120 a 130 kcal/kg ou mais por dia (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2013).
Macronutrientes
As proteínas devem corresponder a, pelo menos, 7% do consumo energético diário.
Adições de gordura ou carboidratos só devem ser feitas à fórmula depois que esta
tiver sido concentrada a 24 kcal/28,35 gramas, a fim de que possamos manter as
quantidades de proteína em um nível aceitável (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2013).
Líquidos
É possível que esse tipo de paciente possa necessitar da restrição de líquidos
e sódio, além do tratamento com diuréticos. De qualquer forma, é prudente o
acompanhamento da ingestão de líquidos e o débito urinário (MAHAN; ESCOTT-
-STUMP, 2013).
Vitaminas e Minerais
A recomendação de vitaminas e minerais deve ser seguida de acordo com o pre-
conizado para lactentes sem doença pulmonar crônica da prematuridade e displasia
broncopulmonar. Contudo, devemos nos ater às possíveis perdas de minerais em
função da doença e utilização de medicamentos (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2013).
Imagine quando chegou a este mundo, não sabendo o que acontecia, muito menos como
as coisas funcionam. Ainda para piorar tudo, você acabou de passar por experiências orais
desagradáveis como, por exemplo, intubação, aspiração frequente pelas vias respiratórias
e vômitos recorrentes. Deu para imaginar como deve ser desagradável? Pois é, não é à toa
que esses pacientes podem apresentar anorexia, e até mesmo se cansarem facilmente du-
rante a amamentação (no peito ou na mamadeira). Logo, é fundamental tentarmos pro-
porcionar um ambiente calmo e agradável durante as refeições, realizar estímulos orais
durante a alimentação com sonda, além de utilizar técnicas de alimentação consistentes e
apropriadas para introduzir gradualmente as mudanças progressivas de texturas e sabores.
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UNIDADE
Doenças Cardiovasculares, Distúrbios Renais e Diálise Pulmonar
Energia
A abordagem nutricional é fundamental para manter o equilíbrio entre a massa
magra e massa gorda desses pacientes, de maneira que satisfazer às necessidades
de energia pode ser difícil. Os pacientes podem ou não participar de programas de
reabilitação pulmonar, o que influenciará a demanda energética dessas pessoas.
Devemos dar preferência para métodos como a calorimetria indireta, que deter-
minará as quilocalorias suficientes. Mas se o profissional optar em utilizar equações
de energia, podemos acrescentar calorias em função da possível demanda energética
decorrente do estresse fisiológico (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2013).
Macronutrientes
Podemos recomendar a ingestão de 1,2 até 1,7 g/Kg/dia de proteínas para man-
ter ou restaurar os pulmões e a força muscular.
Vitaminas e Minerais
É plausível a necessidade de suplementação de vitamina C, pois, pessoas que
fumam um maço de cigarro por dia podem necessitar de mais 16 mg de ácido
ascórbico quando comparadas a não fumantes; já indivíduos que fumam 2 maços
por dia podem precisar de 32 mg a mais dessa vitamina (MAHAN; ESCOTT-
-STUMP, 2013).
Outro ponto importante, que devemos prestar atenção é sobre os minerais, sobre-
tudo o magnésio e cálcio, que desempenham papéis fundamentais na contração e
no relaxamento musculares. Logo, é importante que a pessoa consuma, pelo menos,
as quantidades preconizadas pelas DRI (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2013).
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Fibrose Cística (FC)
A FC é um distúrbio que acomete vários sistemas e que é herdado de forma
autossômica recessiva. A expressão do gene FC é altamente restrita às células
epiteliais, provocando complicações pulmonares que incluem bronquite aguda
e crônica, bronquiectasias, pneumonia, atelectasias e cicatrizes peribrônquicas,
sendo comum a infecção por Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa
(MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2013).
Energia
Levando em consideração as inúmeras manifestações e complicações clínicas,
as necessidades nutricionais e os cuidados devem ser determinados de maneira in-
dividual para cada paciente. Sob esse âmbito a terapia nutricional deverá contornar
e controlar problemas relacionados à má digestão e absorção de nutrientes, para
promover o crescimento ideal ou manter um peso apropriado para a altura e fun-
ção pulmonar, além de prevenir deficiências nutricionais. Uma forma de contornar
possíveis e prováveis anomalias relacionadas à digestão e absorção dos nutrientes
é a adoção de uma terapia de substituição da enzima pancreática (Pert) (MAHAN;
ESCOTT-STUMP, 2013; GRANDO; PALUDO; MARCADENTI, 2014).
Vitaminas e Minerais
Teoricamente, com a substituição da enzima pancreática as vitaminas hidrosso-
lúveis devem ser absorvidas normalmente, mas vale o alerta para que os sinais e
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Doenças Cardiovasculares, Distúrbios Renais e Diálise Pulmonar
Câncer de Pulmão
O câncer de pulmão comumente acomete primeiro os brônquios, podendo haver
metástase para outros órgãos, tais como ossos, encéfalo, fígado e até mesmo a pele.
Terapia Nutricional
Pode ser difícil ao paciente ter que se deslocar para comprar e até mesmo prepa-
rar os alimentos, tudo isso devido à dor, às dispneias e dispepsias graves decorrentes
da doença. Somado a esses fatores, a pessoa pode apresentar perda de peso, em
associação à diminuição de outros indicadores antropométricos e laboratoriais de
má nutrição relacionados ao câncer. Logo, é importante avaliar minuciosamente
os alimentos que serão ofertados ao paciente, bem como a utilização de bebidas e
suplementos nutricionais. Podemos ponderar até a utilização de suplementos hiper-
calóricos junto às medicações, sendo uma forma viável de fornecer nutrientes para a
pessoa (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2013).
Energia
É importante que esse tipo de paciente seja avaliado constantemente, pois,
as necessidades energéticas flutuam em razão do seu hipercatabolismo e
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hipermetabolismo. Logo, é fundamental o fornecimento de energia o suficiente para
manter as reservas corporais de proteína e gordura (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2013).
Macronutrientes
Há diferentes recomendações quanto às quantidades de carboidratos, proteínas
e lipídios. Dessa forma, podemos adotar a recomendação de 1,5 a 2 g/Kg/dia de
proteínas; já os carboidratos e lipídios podem ser divididos de maneira igual. Não se
esqueça de acompanhar de perto esses indivíduos, pois as suas necessidades podem
variar de acordo com o estágio da doença ou prognóstico do paciente (MAHAN;
ESCOTT-STUMP, 2013).
Vitaminas e Minerais
É extremamente importante fornecer vitaminas e minerais para todos os
pacientes, sobretudo para aqueles que porventura tenham algum comprometimento
do sistema imune. Pacientes com IR podem estar mais expostos a agentes pato-
gênicos, logo, o recomendado é que os micronutrientes atinjam as DRI (MAHAN;
ESCOTT-STUMP, 2013).
Distúrbios Renais
Os rins são fundamentais para a manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico e de
solutos orgânicos, sendo capazes de controlar as flutuações de sódio, água e solutos.
Sabemos que essas funções são realizadas através da filtração contínua do sangue
com alterações na secreção e reabsorção desse líquido filtrado (MAHAN; ESCOTT-
-STUMP, 2013).
Figura 6
Fonte: Getty Images
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UNIDADE
Doenças Cardiovasculares, Distúrbios Renais e Diálise Pulmonar
Cálculos Renais
Atribuímos o termo nefrolitíase à presença de cálculos renais, sendo que o surgi-
mento costuma ocorrer entre os 30 e 50 anos de idade.
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Recomendação de
Componente da dieta Urina de 24 horas
ingestão
Ingestão normal: 1.000 mg
se idade < 50 anos; 1.200
Cálcio < 150 mg/L
Cálcio mg se idade > 50 anos;
(< 3,75 mmol/L)
dividir a ingestão em três ou
mais refeições
Inicialmente, evitar alimentos
com teor de oxalato Oxalato < 20 mg/L
Oxalato
moderado a alto; depois, (< 220 μmol/L)
restringir se necessário
2,5 L ou mais; avaliar o
Líquidos tipo de líquido consumido; Volume > 2 L/dia
fornecer orientações
Evitar a ingestão excessiva
de proteína; evitar Ácido úrico < 2 mmol/L (<
Purinas
alimentos específicos com 336 mg/L)
alto teor de purina
Vitamina C < 500 mg/dia Monitorar o oxalato na urina
Vitamina D; óleo de fígado Suplementos não
de bacalhau recomendados
40 mg ou mais por dia
Vitamina B6
reduzem o risco
Sódio < 100 mmol/dia Monitorar o sódio na urina
Fonte: Adaptada de MAHAN; ESCOTT-STUMP (2013, p. 1.421)
Quadro 6
Desidratação grave.
Perfusão renal inadequada pré-renal Colapso circulatório.
Necrose tubular aguda:
· Trauma, cirurgia;
· Septicemia.
Necrose tubular aguda isquêmica.
Nefrotoxicidade: antibióticos, agentes de
Doenças intrínsecas no parênquima contraste e outros medicamentos.
Reação local a medicamentos.
renal Problemas vasculares:
· Infarto renal bilateral;
· Glomerulonefrite aguda de
qualquer causa;
· Infecção pós-estreptocócica;
· Lúpus eritematoso sistêmico.
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Doenças Cardiovasculares, Distúrbios Renais e Diálise Pulmonar
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Terapia Nutricional Clínica
Veja a seguinte Tabela, com o tratamento nutricional clínico para pacientes com
DRC fundamentado no tipo de terapia aplicada ao paciente:
É fundamental que você verifique o tipo de terapia ao qual o seu paciente é submetido para
que, então, possa adotar a melhor conduta nutricional possível; não se esqueça de avaliar
constantemente o seu paciente.
Tabela 5
Terapia Energia Proteína Líquidos Sódio Potássio Fósforo
Variável,
geralmente à
vontade, ou
Função renal 30-35 kcal/ Variável, 2-3 0,8-1,2 g/dia ou
0,6-1,0 g/kg PCI À vontade aumentada
comprometida kg PCI g/dia 8-12 mg/kg PCI
para repor as
perdas com
diuréticos
750-1.000 mL/ 0,8-1,2 g/dia
2-3 g/dia ou 40
Hemodiálise 35 kcal/kg PCI 1,2 g/kg PCI dia de débito 2-3 g/dia ou < 17 mg/
mg/kg PCI
urinário kg PCI
À vontade
Diálise
30-35 kcal/ (mínimo de
peritoneal 1,2-1,5 g/kg PC 2-4 g/dia 3-4 g/dia 0,8-1,2 g/dia
kg PCI 2.000 mL/dia
(DPAC) (DPCC)
débito urinário)
Variável; pode
Cálcio 1,2 g/
requerer
Transplante dia (sem a
30-35 kcal/ restrição com
(4-6 semanas 1,3-2 g/kg PCI À vontade 2-3 g/dia necessidade
kg PCI hipercalemia
após) de limitar o
induzida por
fósforo)
ciclosporina
Atingir/manter
PCI:
Limitar
carboidrato Cálcio 1,2 g/
6 semanas ou simples; dia (sem a
mais após o Gordura < 1 g/kg PC À vontade 2-3 g/dia Variável necessidade
transplante 35%/cal; de limitar o
Colesterol < fósforo)
400 mg/dia;
Relação Pufa/
SFA > 1.
Legenda: DPAC = Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua; DPCC = Diálise Peritoneal Cíclica Contínua; PCI = Peso
Corporal Ideal; AGPI = Ácido Graxo Poli-Insaturado; AGS = Ácido Graxo Saturado.
Fonte: Adaptada de National Kidney Foundation (2000) e WIGGINS (2002)
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UNIDADE
Doenças Cardiovasculares, Distúrbios Renais e Diálise Pulmonar
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Sociedade Brasileira de Nefrologia
https://bit.ly/3l0y78U
Sociedade Brasikeira de Cardiologia
https://bit.ly/3l0ygcs
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
https://bit.ly/3l6neCm
Vídeos
Eu Nutricionista
Veja e reveja temas relacionados à nutrição no canal do YouTube Eu, Nutricionista.
https://bit.ly/34dyhTM
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Referências
GRANDO, T.; PALUDO, J.; MARCADENTI, A. Tratamento com enzimas pancreáticas
e absorção de nutrientes na fibrose cística. Revista Brasileira de Nutrição Clínica,
Lajeado, RS, v. 3, n. 29, p. 251-255, 23 set. 2014.
WIGGINS, K. Guidelines for nutrition care of renal patients. 3. ed. Chicago, USA:
American Dietetic Association, 2002.
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