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DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA

Profª Camila Munafó Serpa


DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
DPOC: Doença crônica, progressiva e irreversível, caracterizada pela obstrução das
vias aéreas, com limitação do fluxo de ar para os pulmões, retenção de CO2 e
destruição dos alvéolos.

Ocorre com mais frequência em


homens com idade mais avançada;

De acordo com a OMS, 80 milhões


de pessoas no mundo sofrem de DPOC;

 No Brasil, é a 5ª causa de óbito


(6-15%>40 anos – 3 a 7 milhões de pessoas)

 Maior incidência: peso ao nascer e desmame precoce.


FISIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO: GARANTE AS TROCAS GASOSAS
ENTRE O AR ATMOSFÉRICO E A CÉLULA
Hematose pulmonar: troca gasosa que ocorre entre o sangue e o
ar existente nos pulmões
Lesões
patológicas em
pequenas vias
aéreas de um
paciente com
doença
pulmonar
obstrutiva
crônica (DPOC).
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA

Fisiopatologia da DPOC

•Obstrução vias aéreas e Hipersecreção


•Destruição parênquima
•Espessamento dos vasos

HIPOXEMIA/HIPERCAPNIA
O2 CO2

HIPERTENSÃO PULMONAR
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA

Considerações gerais
 O suporte nutricional é de extrema importância para o pneumopata;

 A Desnutrição é muito frequente e pode afetar a estrutura do parênquima


pulmonar e consequentemente a função pulmonar;

 Efeitos da desnutrição sobre o aparelho respiratório:


• Redução do tecido pulmonar (13%);
• Atrofia da musculatura respiratória e do diafragma;
• Catabolismo muscular;
• Maior susceptibilidade à infecção;
• Hipoproteinemia e Anemia.
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Principais causas da DPOC:

 Enfisema Pulmonar: alterações estruturais do


parênquima pulmonar, com dilatação anormal e
destruição dos alvéolos;

 Bronquite crônica: excessiva secreção de muco e


tosse;

 Asma: estreitamento difuso da traqueia e brônquios;

 Genética: doença congênita rara (-1-antitripsina);

 Poluição do ar.
O Tabagismo é o principal FATOR DE RISCO
pois provoca lesões definitivas no parênquima pulmonar
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
Sintomas:
 Tosse crônica

 Hipóxia

 Produção crônica de expectoração

 Dispneia (piora com esforço físico)

 Fadiga e saciedade precoce

 Insônia

 Indisposição

 Confusão mental

 Inspiração com lábios semicerrados.

COR PULMONALE: cardiopatia decorrente da DPOC,


caracterizada pelo do ventrículo direito devido ao da
pressão das artérias pulmonares.
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Efeitos da DPOC sobre o estado nutricional

Gasto energético aumentado:


 Trabalho e esforço respiratório aumentado (25 a 50%);
 Infecção e febre;
 Medicamentos bronco dilatadores ( 10%).

Ingestão reduzida:
 Anorexia
 Fadiga e dispnéia;
 Desconforto gastrointestinal: náusea e vômitos;
 Redução da saturação de O2 enquanto se alimenta;
 Medicamentos que acarretam anorexia.
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Diagnóstico:
 RX do tórax (mostrar hiperinsuflação);

 Gasometria (mostrar hipoxemia e hipercapnia);

 Tomografia;

 Espirometria;

 Exame bacteriano de escarro;

 Ecocardiograma (sinais de sobrecarga ventricular e taquiarritmias).

Tratamento:
Medicamentoso:
 Broncodilatadores, antiinflamatórios, corticóides, fisioterapia respiratória,
cessar fumo e oxigenoterapia.
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TERAPIA NUTRICIONAL

O tratamento da DPOC inclui uma série de medidas, que vão desde as de caráter
profilático até as destinadas à correção das alterações provocadas pela doença.

Um programa terapêutico abrangente pode:


 aliviar os sintomas,

 diminuir a freqüência das internações hospitalares,

 evitar a morte prematura e

 permitir aos pacientes uma vida mais ativa e satisfatória

A terapia nutricional na DPOC é muito importante devido ao seu grande impacto


sobre a morbimortalidade da doença

Fonte: Fernandes AC, Bezerra, OPA. Terapia nutricional na doença pulmonar obstrutiva crônica e suas complicações nutricionais. J Bras Pneumol. 2006;32:461-71.
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TERAPIA NUTRICIONAL

Objetivos da dietoterapia:

 Fornecer dieta que promova manutenção da força, massa e função muscular


respiratória, a fim de otimizar o estado de desempenho global do paciente e
satisfazer as demandas das atividades diárias;
 Manter uma reserva adequada de massa magra e tecido adiposo, tendo em vista
que pacientes com DPOC apresentam mudanças na composição corporal
manifestada pela perda de peso e, principalmente, pela perda de massa muscular;
 Corrigir o desequilíbrio hídrico e repor adequadamente vitaminas, minerais e
eletrólitos;
 Controlar as interações entre drogas e nutrientes que interferem negativamente
tanto no consumo de alimentos quanto na absorção dos nutrientes;
 Contribuir, quando necessário, para a produção de CO2;
 Adaptar o volume e a consistência da dieta à capacidade do paciente;
 Promover melhoria na qualidade de vida do paciente.
Fonte: Fernandes AC, Bezerra, OPA. Terapia nutricional na doença pulmonar obstrutiva crônica e suas complicações nutricionais. J Bras Pneumol. 2006;32:461-71.
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TERAPIA NUTRICIONAL

Características da dieta

Calorias:

• 25 a 30kcal/Kg/dia – homens
• 20 a 25kcal/Kg/dia – mulheres

Estado nutricional Recomendações


Eutrofia 50 a 60% CHO; 20% PTN; 25 a 30% LP

Desnutrição Adequar ganho de peso,  500 a 1000 kcal/dia

Obesidade Adequar p/ perda de peso,  500 kcal/dia em relação


GET
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TERAPIA NUTRICIONAL

Oferta excessiva de:


- CHO ou ↑ quociente
Lipogênese
- Calorias totais ou respiratório
-Superalimentação

↑ produção de CO2 + ↑ frequência


Insuficiência
possível esteatose respiratória para
respiratória
hepática eliminar CO2

Fonte: Fernandes AC, Bezerra, OPA. Terapia nutricional na doença pulmonar obstrutiva crônica e suas complicações nutricionais. J Bras Pneumol. 2006;32:461-71.
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
TERAPIA NUTRICIONAL

Vitaminas e minerais:
 Atender as necessidades das DRI’s;

 Adequar Ca, Mg, Fe, P e K, uma vez que a depleção compromete a função
respiratória;

 Se o paciente apresentar Cor Pulmonale ou edema, geralmente há necessidade de


restringir sódio.
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TERAPIA NUTRICIONAL

Estratégias para terapia nutricional


Anorexia:
 Ingerir 1 os alimentos + energéticos ( > quantidade de LP se necessário);
 Acrescentar os alimentos de maior preferência;
 Fracionar a dieta;

Saciedade precoce:
 Ingerir 1 os alimentos + energéticos;

 Limitar líquidos às refeições e preferir os alimentos frios;

Dispneia:
 Usar bronco dilatadores e descansar antes das refeições;
 Comer devagar; ter alimentos preparados p/ períodos de  da dispneia;
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TERAPIA NUTRICIONAL

Fadiga:
 Descansar antes das refeições; escolher alimentos de fácil preparo; ter alimentos
preparados p/ períodos de fadiga;

Flatulência:
 Comer devagar; consumir < quantidade de alimentos e c/ > frequência; evitar
alimentos fermentantes;

Constipação intestinal:
 Aumentar quantidade de fibras e água; fazer exercícios (se possível).
SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO
(SAOS)
Considerações gerais
 Apneia: caracterizada pela cessação do fluxo aéreo.
ASFIXIA
 Hipopneia: redução da ventilação – fluxo não cessa totalmente.

 “Síndrome caracterizada por episódios repetitivos de obstrução das vias aéreas superiores que
ocorrem durante o sono, usualmente associados a redução da saturação de O2 no sangue”.

Curiosidade: A oximetria de pulso é a maneira de medir


quanto oxigênio seu sangue está transportando. Usando um
pequeno dispositivo chamado oxímetro de pulso, seu nível de
oxigênio sanguíneo pode ser aferido sem a necessidade de
puncioná-lo com uma agulha. O nível de oxigênio mensurado
com um oxímetro é chamado de nível de saturação de
oxigênio (abreviado como O2sat ou SaO2). A SaO2 é a
porcentagem de oxigênio que seu sangue está transportando,
comparada com o máximo da sua capacidade de transporte.
Idealmente, mais de 89% das suas células vermelhas devem
estar transportando oxigênio.
SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO
(SAOS)

Considerações gerais

 Doenças associadas: HAS, Obesidade central + IMC ≥ 27 Kg/m²


(65 a 70% obesos).

Sintomas
 Fadiga, inapetência, impotência sexual,  libido, depressão; compulsão;

 Roncar no sono: obstrução da faringe;

 Sonolência diurna: múltiplos despertares e  sono profundo.


PERFIL CLÍNICO
DA APNEIA

Indivíduos c/ IMC  40 kg/m²:


6 x mais risco SAOS.
SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO
SONO (SAOS)
Diagnóstico
 Polissonografia;

 Tamanho do pescoço (devido estreitamento das vias aéreas).

Tratamento
 Medicamentoso: corticóides (retenção de sódio,  peso); anticoagulantes ( risco
embolia pulmonar:  alimentos ricos em vitamina K);
 Redução do peso corporal, atividade física regular;

 Decúbito lateral, traqueostomia;

 Aparelhos: CPAP/DPAP.

Terapia nutricional
 Semelhante a Obesidade e HAS (se PA elevada).
SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO
(SAOS)
TIPOS DE APARELHOS

 Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas (CPAP)


 A pressão é transmitida à faringe através de uma máscara;
 A pressão causa uma abertura pneumática da via aérea.

 Demanda Positiva nas Vias Aéreas (DPAP)


 Sensores microprocessados avaliam a ventilação e aplicam a

pressão positiva somente quando necessário.

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