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DPOC

Conceito
Estado patológico que se caracteriza por obstrução lenta (progressiva)
das vias aéreas (fluxo de ar), pode ser subdividida em duas categorias:

1. Tipo I – Enfisema- alargamento e destruição anormal e permanente dos


alvéolos

2. Tipo II - Bronquite crônica- Síndrome clínica manifestada sob a forma


de tosse, hipersecreção de muco, produção de expectoração e
hipertrofia das glândulas brônquicas. Leva a inflamação dos brônquios e
outras alterações pulmonares.

Fisiopatologia
O maior gasto energético em repouso nos pacientes com DPC, com
aumento na oxidação de carboidratos, leva a aumento do trabalho
respiratório e a diminuição da eficiência respiratória, promovendo
sintomas como dispneia e intolerância aos exercícios, além de aumento na
PaCO.

Fatores de risco
O IMC < 25 kg/m2 está associado a menor sobrevida em pacientes com
DPC dependentes de oxigênio domiciliar

Dietoterapia
Avaliação Nutricional
Depleção nutricional - baixo peso corpóreo para a estatura e redução nas
medidas das dobras gordurosas do tríceps;
- Calorimetria indireta- método ideal
- Peso (atual e habitual)
- Valores de Hemoglobina e Hematócrito;
- Eletrólitos séricos;
- Proteínas séricas: albumina, pré-albumina, transferrina, proteína
carreadora do retinol;

O IMC pode ser insuficiente para se detectar alterações, sendo


necessário determinar a composição corporal;

Nos pacientes portadores de Cor Pulmonare resultantes de retenção


hídrica, a manutenção ou ganho de peso podem camuflar uma atual perda
de massa magra

Terapia Nutricional
Objetivos

▪ Facilitar o bem-estar nutricional;


▪ Manter uma relação apropriada de massa corpórea magra e tecido
adiposo;
▪ Corrigir desequilíbrio hídrico;
▪ Controlar as interações droga-nutriente;
▪ Prevenir a osteoporose

Formulação de dieta

Dietas rica em carboidratos: aumentam a produção de CO2 e do


quociente respiratório, levando ao incremento do trabalho respiratório.
Esse aumento, em indivíduos sadios, poderia ser facilmente corrigido com
incremento da ventilação alveolar. Entretanto, em indivíduos com DPC,
essas alterações contribuem para aumento da PaCO2 e da dispneia,
levando à diminuição da tolerância aos exercícios.

Dieta hiperlipidica: está associada a maior incidência de sintomas


gastrointestinais, como retardo no esvaziamento gástrico, podendo
causar desconforto respiratório. O uso de dietas enriquecidas com
lipídios tem sido recomendado para facilitar o desmame da ventilação
mecânica apenas em pacientes retentores de CO2 , nos quais as medidas
habituais do tratamento não reduziram o esforço respiratório.

Dieta hipercalórica: A suplementação nutricional, enteral ou parenteral,


com 1,7 vezes a taxa metabólica em repouso, por curto período (até duas
semanas), independente da fonte calórica, apresentou melhora no estado
nutricional, no balanço nitrogenado, no ganho de peso, na circunferência
do braço e na capacidade de ligação do ferro.

Dieta hiperproteica: guiada pelo balanço nitrogenado.

Ômega-3: diminuição nos níveis de mediadores inflamatórios, como


citocinas, interleucinas, fator de necrose tumoral e leucotrienos.

Ácido eicosapentanoico (EPA): em pacientes


com Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) apresentou
efeito em pacientes positivo sobre tempo de internação, tempo de
ventilação mecânica e diminuição do risco de nova falência orgânica

Vias preferenciais
Considerando que a nutrição enteral é mais barata e está associada a
menor incidência complicações que a nutrição parenteral, esta deve ser a
primeira escolha para pacientes com DPC.

Recomendações Nutricionais
Energia
O equilíbrio energético controla o distúrbio progressivo e preserva as
proteínas viscerais e somáticas;

- Menor ingestão calórica é comum nesses indivíduos e o gasto é


normalmente elevado;

- Deve ser acrescentado o estresse fisiológico as equações de


energia das necessidades nutricionais;
• As NE são elevadas na DPOC - aumento da taxa de metabolismo basal
em decorrência do > gasto de energia para realização de trabalho
respiratório e variam para cada indivíduo;

Vitaminas e Minerais
Depende da patologia pulmonar de base, outras patologias concorrentes,
tratamentos médicos e estado ponderal;
• Vitamina C - Pessoas que fumam 1 maço de cigarros/dia: necessitam de
16 mg a mais de ácido ascórbico, cálcio e magnésio (DRI);
• Seguir as DRIs, exceto na presença de patologias de base;
• Alguns pacientes com cor pulmonale precisam restringir sódio e líquidos;
• Potássio: Em uso de diuréticos pode ser necessário

Proteína: 1,2 a 1,7g/Kg e 15% a 20%


Gordura: 30-45%
Carboidratos: 40 a 55%

Orientação Nutricional
● Dar preferência a uma dieta oral modificada, quando necessário;
● Líquidos e fibras dietéticas facilmente mastigáveis, para aumentar a
motilidade gastrointestinal;
● Se ocorrer distensão abdominal deve-se eliminar alimentos associados a
formação de gases;
● Repouso antes das refeições,
● Para evitar aspiração, manter postura ereta e adequada durante e logo
após a alimentação.
● Ingestão de pequenos porções de alimentos de alta densidade de
nutrientes
● Planejamento do uso de medicações expectorantes fora da hora da
refeição.
● A suplementação com terapia nutricional por via oral ou por sonda pode
aumentar a ingestão calórica de nutrientes.
● Avaliar a necessidade de suporte nutricional precoce.

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