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Evangelho de João

Introdução

Autor: João, o Apóstolo.

A antiga tradição da igreja atribui o quarto evangelho a João “o discípulo a quem Jesus amava”
(13.23; 19.26; 20.2; 21.7,20), que pertencia ao “círculo íntimo” dos seguidores de Jesus (Mt 17.1;
Mc 13.3). De acordo com escritores cristãos do séc. I , João mudou-se para Éfeso, provavelmente
durante a guerra Judaica de 66-70 d.C., onde continuou seu ministério.

Data: Cerca de 85 d.C.

A mesma tradição que localiza João em Éfeso, sugere que ele escreveu seu evangelho na última
parte do séc. I. Na falta de provas substanciais do contrário, a maioria dos eruditos aceitam esta
tradição.

Conteúdo

Enquanto fosse bem provável que João conhecesse as narrativas dos outros três Evangelhos, ele
escolheu não seguir a sequência cronológica de eventos dos mesmos, como uma ordem tópica.
Nesse caso, eles podem ter usado as tradições literárias comuns e/ou orais. O esquema amplo
é o mesmo, e alguns acontecimentos em particular do ministério de Jesus são comuns a todos
os quatro livros. Algumas das diferenças distintas são: 1) Ao invés das parábolas familiares, João
tem discursos extensos; 2) Em lugar dos muitos milagres e cura dos sinóticos, João usa sete
milagres cuidadosamente escolhidos a dedo que servem como “sinais”; 3) O ministério de Jesus
gira em torno das três festas da Páscoa, ao invés de uma, conforme citado nos Sinóticos; 4) Os
ditos “Eu sou” são unicamente joaninos. João divide o ministério de Jesus em duas partes
distintas: os caps 2-12 dão uma visão de seu ministério público, enquanto os caps 13-21 relatam
seu ministério privado aos seus discípulos. Em 1.1-18, denominado “prólogo”, João lida com as
implicações teológicas da primeira vinda de Jesus. Ele mostra o estado preexistente de Jesus
com Deus, sua divindade e essência, bem como sua encarnação.

Cristo Revelado

O livro apresenta Jesus como ó único Filho gerado por Deus que se tornou carne. Para João, a
humanidade de Jesus significava essencialmente uma missão dupla: 1) como o “Cordeiro” de
Deus (1.29), ele procurou a redenção da humanidade; 2) Através de sua vida e ministério, ele
revelou o Pai. Cristo colocou-se coerentemente além de si mesmo perante o Pai que o havia
enviado e a quem ele buscava glorificar. Na verdade, os próprios milagres que Jesus realizou
como “sinais”, testemunham a missão divina do Filho de Deus.
O Espírito Santo em Ação

A designação do Espírito Santo como “Confortador” ou “Consolador” (14.16) é exclusivo de João


e significa literalmente. “alguém chamado ao lado”. Ele é “outro consolador”, isto é, alguém
como Jesus, o que estendeu o ministério de Jesus até o final desta era. Seria um grave erro,
entretanto, compreender o objetivo do Espírito apenas em termos daqueles em situações
difíceis. Ao contrário, João demonstra que o papel do Espírito abrange cada faceta da vida. Em
relação ao mundo exterior de Cristo, ele trabalha como o agente que convence o mundo do
pecado, da justiça e do juízo (16.8-11). A experiência de ser “nascido no Espírito” descreve o
Novo Nascimento (3.6). Como, em essência, Deus é o Espírito, aqueles que o adoram devem
fazê-lo espiritualmente, isto é, conforme comandado e motivado pelo ES (4.24). Além disso, em
antecipação do Pentecostes, o Espírito torna-se o Capacitador Divino para o ministério
autorizado (20.21-23). João revela a função do Espírito Santo em continuar a obra de Jesus,
guiando os crentes e a um entendimento dos significados, implicações e imperativos do
evangelho e capacitando-os a realizar “obras maiores” do que aquelas realizadas por Jesus
(14.12). Aqueles que creem em Cristo hoje podem, assim, enxergá-lo como um contemporâneo,
não apenas como uma figura do passado distante.

Esboço de João
Prólogo 1.1-8 I. O ministério público de A oração de Jesus por seus discípulos 17.1-
Jesus 1.19-12.50 26
Preparação 1.19-51 III. Paixão e ressurreição de Jesus 18.1-
As bodas em Caná 2.1-12 21.23
Ministério em Jerusalém 2.13-3.36 A prisão de Jesus 18.1-14
Jesus e a mulher de Samaria 4.1-42 Julgamento perante o sumo sacerdote
A cura do filho de um oficial do rei 4.43-54 18.15-27
A cura de um paralítico em Betesda 5.1-15 Julgamento perante Pilatos 18.28-19.16
Honrando o Pai e o Filho 5.16-29 Crucificação e sepultamento 19.17-42
Testemunhas do Filho 5.30-47 Ressurreição e aparições 20.1-21.23
Ministério na Galileia 6.1-71
Conflito em Jerusalém 7.1-9.41 Epílogo 21.24-25
Jesus, o bom Pastor 10.1-42
Ministério em Betânia 11.1-12.11
Entrada triunfal em Jerusalém 12.12-19
Rejeição final: descrença 12.20-50

II. O ministério de Jesus aos discípulos


13.1-17.26

Servir— um modelo 13.1-20


Pronunciamento de traição e negação
13.21-38
Preparação para a partida de Jesus 14.1-31
Produtividade por submissão 15.1-17
Lidando com rejeição 15.18-16.4
Compreendendo a partida de Jesus 16.5-33

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